30/09/2011

A vontade de Deus e a humana

Muitos cristãos, decepcionados, se revoltam contra Deus

Jesus afirmou: “Não busco a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 5,30). Aliás, na Agonia no Horto das Oliveiras, Ele assim orou: “Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; contudo, não se faça como que quero, mas como tu queres” (Mt 16, 39). Deixou magnífico exemplo para Seus seguidores. Santo Agostinho, sabiamente, ensinou que “a vontade é a potência pela qual se erra e se vive com retidão”. Daí a necessidade da atenção para com essa faculdade da alma que pode ser prejudicada pela indecisão ou falta de resolução firme para aderir às inspirações divinas.


Todo progresso espiritual consiste em desejar firmemente seguir os ditames celestes. A egolatria pode sutilmente levar o cristão a não querer se sujeitar à voz de sua consciência. Daí a necessidade da maleabilidade nas mãos do Divino Espírito Santo, para que todas as intenções sejam verdadeiramente retas e não meros caprichos humanos. Eis porque advertia São Paulo aos Filipenses sobre aqueles que buscam os seus próprios interesses e não os de Jesus Cristo (cf. Fl 2,21). Donde ser preciso solicitar sempre a graça da constância para que se fuja da precipitação, da volubilidade, não sendo nunca o discípulo de Cristo irresoluto e instável, conforme advertiu de São Tiago (cf. Tg 1,8).

Para isso mister se faz equilibrar o coração com a inteligência. Estando esta iluminada, cabe à vontade executar com sumo amor e total disposição o que deve ser realizado em cada momento. Aliás, a finalidade última de toda oração deve a total conformidade com os desígnios do Ser Supremo.

Esta imolação da vontade própria é sumamente agradável a Deus. Tudo depende do domínio de si mesmo, o qual torna o cristão imune aos desvios que impedem sua adesão ao bem a ser praticado. Nunca se pode esquecer que a fidelidade, mesmo nas pequenas atitudes, cerra a porta a quase todos os males das potências superiores da alma, pois treina a vontade para o total autodomínio, levando a uma tranquilidade absoluta no falar e no agir, graças ao valor das virtudes internas do espírito. Chega-se então àquela moderação de que fala São Paulo a Timóteo, levando cada um “uma vida calma e tranquila, com toda a piedade e decoro” (1Tm 2,2). É que aceitar a vontade de Deus em todas as circunstâncias, durante todo o dia, é uma grande prova de amor.

Convém, porém, notar que, sendo Deus luz e amor, Ele se comunica com a pessoa humana de vários modos. São João da Cruz, sem querer, evidentemente, fazer um jogo de palavras diz que “às vezes percebe-se mais conhecimento do que amor; outras, mais amor do que inteligência ..., ou só conhecimento e nada de amor ..., ou só amor sem nenhuma informação do Espírito Santo”. O que vale, contudo, na prática, é a reta intenção de fazer o que Ele quer e não o que cada um desejaria fazer. É que um ato de vontade constante, feito com total dileção para com Deus, vale muito mais do que os grandes heroísmos passageiros, esporádicos. É desse modo que a vontade humana vai se tornando livre e generosa, como era a de Cristo, o qual pode dizer ser Seu alimento fazer a vontade do Pai (cf. Jo 4,34). É lógico que esta conformidade absoluta com os desígnios de Deus leva o cristão a suportar com paciência todas as incongruências de uma passagem por este "vale de lágrimas" como é o presente exílio nesta terra. Estas provações então purificam o coração como o ouro no crisol.

Quantos cristãos, infelizmente, quando Deus permite qualquer desgosto, por pequenino que este seja, chegam até a se revoltar contra Ele. Ainda bem que o Onipotente é paciente, pois poderia punir imediatamente estes insurgentes. Por tudo isso, o acatamento de tudo que Deus permite se torna fonte maravilhosa de merecimentos. A dependência filial em todas as circunstâncias da vida, este abandono amoroso nas mãos da Divina Providência, este oferecimento habitual nas dificuldades que surgem, esta paciência inalterável atraem o beneplácito do Todo-Poderoso Senhor. É quando o cristão deve se lembrar das palavras de São Paulo aos Coríntios: “Realmente, o leve peso de nossa tribulação no momento presente, prepara-nos, além de toda e qualquer medida, um peso eterno de glória; não que nós olhemos as coisas visíveis, mas para as invisíveis; é que as coisas visíveis são transitórias, ao passo que as invisíveis são eternas” (I Cor 5,417-18). Além do mais, a imperturbabilidade é o venturoso resultado da aceitação de tudo como vindo da mão de Deus. Tudo é, deste modo, contemplado pelo prisma da Divina Sabedoria.

É dessa maneira que o querer humano vai se transformando no querer divino. Pensar, desejar, aspirar, sentir em tudo conforme a adorável Vontade Divina deve ser sempre o grande intuito do verdadeiro imitador de Jesus Cristo.

Cônego José Geraldo Vidigal de Carvalho
Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos

29/09/2011

Namoro x Amizade


Podemos projetar no amigo a necessidade de proteção

O homem não nasceu para viver isolado. Disso sabemos e, inclusive, estudamos na escola a importância dos nossos relacionamentos. Poderíamos dizer que a amizade entre as pessoas se fundamenta nos encontros de suas necessidades diversas e em suas descobertas conjuntas, baseadas na lealdade e no comprometimento de ambas as partes.

Ainda quando estávamos dentro do convívio familiar, nossos abraços, beijos e outras manifestações de carinho tinham uma conotação fraterna. Num convívio social mais abrangente vivemos uma outra dimensão, na qual continuamos a ser fraternos, mas com pessoas com as quais não tínhamos convivido anteriormente.

A preocupação e o carinho recebido por parte de nossos amigos poderiam facilmente ofuscar nossa visão, a ponto de acharmos estar apaixonados ou viver um outro tipo de amor, platônico ou não, por esta pessoa. Mas, se um namoro começa a partir de uma amizade verdadeira, como podemos identificar se o nosso abraço está ganhando um sabor diferenciado? Poderia aquele (a) amigo (a) ser um (a) futuro (a) namorado (a)?

Do convívio de amigos de longo tempo e da admiração por suas qualidades, da maneira de pensar, entre outros, a pessoa pode pensar ter encontrado a sua cara-metade.

Assim como o valor de um diamante se concentra na ausência de impurezas, nossos sentimentos, da mesma forma, precisam ser trabalhados, a fim de identificar e eliminar as impurezas que podemos colocar neles, quando nos sentimos perdidos no “oceano” de nossas carências.

Algumas vezes, podemos projetar no amigo a necessidade de proteção ou de cuidados que não foram recebidos. Outras pessoas veem nele uma oportunidade para a cura de suas frustrações, medos ou inseguranças... Considerando a possibilidade de viver a mudança de uma amizade para um namoro, este será o momento propício para investir ainda mais na amizade no sentido de buscar respostas para perguntas como:

O que me faz ver essa pessoa como um namorado?
Que sinais eu percebo nessa pessoa, e que vejo a possibilidade de crescimento numa vida a dois?
Que hábitos ou costumes a pessoa traz com os quais não compartilho e que exigirão disposição para mudanças?

Essas e outras perguntas precisarão encontrar respostas que consideramos relevantes para a nossa felicidade. Pois nesse tempo de pesquisa, pode-se constatar que a admiração que se tinha, o sentimento de cumplicidade, a compatibilidade de ideias não desapareceram, mas o sentimento para algo além da amizade, que se pensava existir, já não se encontra mais.

Sem atropelos, e na maturidade da afetividade, devemos nos colocar predispostos a viver esse tempo de conhecimento recíproco sem antecipar experiências, impulsionados por carências e desejos desenfreados; o que poderia, tão somente, esvaziar o puro relacionamento de amizade que existia.

Texto extraído do livro: Relações sadias, laços duradouros

28/09/2011

O amor pode terminar?

O amor precisa ser nutrido por fatos

Quando tempo pode durar o casamento? Ou ainda, quando é que ele começa a desmoronar? Até há pouco, pensava-se que as primeiras crises chegassem depois de sete anos de “feliz” convivência. Em seguida, o tempo se abreviou, e o prazo de sua validade foi reduzido para cinco anos. Ultimamente, um levantamento feito pela Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, com aproximadamente 10 mil casais, descobriu que o amor não sobrevive mais de três anos – dado que coincide com outro estudo feito no Reino Unido, entre 2 mil casais.

«Paixão eterna só existe na ficção», afirma o psicólogo Bernardo Jablonksi, autor do livro: "Até que a vida nos separe: a crise do casamento contemporâneo”. Contudo, as diversas separações pelas quais ele atravessou podem provir do fato de ter identificado o amor com a emoção: «Na paixão, você sofre, deixa de se alimentar, não consegue dormir. Não poder durar!».

Dessa confusão não escapa outro psicólogo de renome, Aílton Amélio. Fundamentado no princípio de que tudo na vida precisa ser alimentado para não morrer, ele conclui: «O amor pode terminar, porque precisa ser nutrido por fatos. É como andar de motocicleta: se parar, cai».

Apesar da dificuldade de distinguir as coisas, o cineasta Roberto Moreira consegue descortinar uma luz no fundo do túnel: «O amor pode ser eterno, mas a probabilidade é pequena. Relacionamento que dure mais de dez anos é um sucesso». Referindo-se ao seu filme “Quanto dura o amor?”, lançado em 2009, Moreira apresenta a solução do enigma: «Talvez o melhor título fosse “Quanto dura a paixão?”, porque o amor só existe quando o parceiro deixa de ser uma projeção nossa».

Como já se tornou lugar-comum afirmar, amor é a palavra mais inflacionada do planeta. Diz tudo e não diz nada! Pode ocultar um egoísmo tão atroz que seu fruto é o desespero e a morte.

Contudo, para os cristãos, sua realidade resplandece como o sol. Quem encontrou seu pleno significado foi o evangelista São João. Por que ele é o único dos apóstolos que, por mais vezes, se declara o “discípulo amado” por Jesus? A resposta é simples e... deslumbrante: porque foi ele quem escreveu a página mais comovedora da Bíblia e fez a descoberta mais revolucionária da história: «Deus é amor. Quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele» (1Jo 4,16).

Mas, o que é o amor? Eis a resposta de São João: «Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: em nos ter enviado ao mundo o seu Filho único, para que vivamos por Ele. O amor consiste no seguinte: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele que nos amou e nos enviou o seu Filho para nos libertar de nossos pecados» (1Jo 4,9-10).

Para São João, amar é dar o que de melhor existe no coração humano – sem dúvida, fruto do sacrifício – para que a pessoa que está ao lado tenha uma vida digna e plena. Assim como faz Deus, que oferece o que de mais precioso tem: Seu Filho Jesus. Amar é sair de si mesmo, é esvaziar-se de seus interesses para que o outro se liberte e se promova, em seu sentido mais verdadeiro e profundo. Por isso, o amor exige autodomínio e heroísmo ao pedir que nos coloquemos diante de cada pessoa sem levar em conta as emoções, as mágoas, os apegos e os preconceitos que se aninham em nosso coração. Amar é tomar sempre a iniciativa: «Não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou o seu Filho».

O amor humano, embora bonito, misterioso e arrebatador, não é suficiente para preencher o espírito humano. Se é indispensável para iniciar um casamento, é insuficiente para mantê-lo de pé a vida inteira: «O fato de sermos amados por Deus enche-nos de alegria. O amor humano encontra sua plenitude quando participa do amor divino, do amor de Jesus que se entrega solidariamente por nós em seu amor pleno até o fim» (Documento de Aparecida, 117).

O que pode acabar – às vezes, com uma rapidez tão espantosa que se transforma em seu contrário – é a emoção, o sentimento, a emotividade. Mas o amor verdadeiro nunca termina, simplesmente porque se identifica com Deus. Nessa simbiose divina, ele passa a ter a fisionomia de Deus: paciente e prestativo, humilde e perseverante, misericordioso e gratuito: «Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta» (Cf. I Cor 13,4-7).

Dom Redovino Rizzardo, cs
Bispo de Dourados - MS

27/09/2011

Como vencer o vício da masturbação?

A masturbação é um ato gravemente desordenado

Muitos jovens cristãos me fazem esta pergunta. É grande a luta do jovem cristão contra esse vício; mas essa luta agrada muito a Deus porque a pureza é uma grande virtude. É um dos principais problemas enfrentados pelos jovens cristãos; não é indício de distúrbio de personalidade nem de problema mental. É um problema muito antigo na humanidade; já o “Livro dos Mortos”, dos egípcios, condenava essa prática por volta do ano 1550 antes de Cristo.


Da mesma forma, pelo código moral dos antigos judeus, era considerado pecado grave.

Há homens casados que continuam a se masturbar. Isso mostra que o vício da juventude continuou e prejudica o casamento.

Embora as aulas de “educação sexual” ensinem que a masturbação seja “normal”, e até necessária, na verdade é contra a natureza e contra a lei de Deus. É o uso do sexo de maneira egoísta, fora do plano de Deus. O sexo é para a união do casal e geração dos filhos. Na masturbação isso não acontece.

A Igreja ensina que esse é um ato desordenado. “A masturbação é um ato intrínseca e gravemente desordenado” (Catecismo da Igreja Católica, §2352).

O jovem e a jovem cristãos devem lutar contra a masturbação, com calma, sem desespero e sem desânimo, sabendo que vão vencer essa luta com Deus, na hora certa. Para isso algumas atitudes são importantes:

1 - Tenha calma diante do problema. Você não é nenhum desequilibrado sexual.

2 - Corte todos os estimulantes do vício. Jogue fora todas as revistas pornográficas, livros e filmes eróticos. E não fique olhando para o corpo das moças ou dos rapazes, alimentando a sua mente com desejos eróticos. Deixe de assistir a filmes e programas pornográficos ou excitantes (tv, internet, filmes, etc.). Sem essa vigilância, você não conseguirá deixar o vício.

3 - Faça bom uso de suas horas de folga. Aproveite o tempo para ler um bom livro, praticar esportes, sair com os amigos, caminhar, entre outros. Não fique sem fazer nada, especialmente na cama, pois “mente vazia é oficina do diabo”.

4 - Não desanime nem se desespere nunca. Se você cair, levante-se imediatamente, peça perdão a Deus, de imediato, e retome o propósito de não pecar. Não fique pisando na sua alma e se condenando. Confesse-se logo que puder, não tenha vergonha, o padre não se assusta mais com isso. Peça a ajuda dele.

5 - Alimente a sua alma com a oração, a Palavra de Deus e os sacramentos da Igreja. “Mosca não assenta em prato quente”. Consagre-se todos os dias a Nossa Senhora e a São José, pais da castidade. Não deixe de rezar o Terço. Se puder, comungue sempre.

6 - A receita de Jesus é “vigilância e oração” para não pecar. “A ocasião faz o ladrão”, ou ainda: “Quem ama o perigo, nele perecerá”.


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Felipe Aquino felipeaquino@cancaonova.com

Prof. Felipe Aquino, casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias". Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do autor: www.cleofas.com.br

26/09/2011

Meu amigo é santo!


Podemos dizer que vimos um santo caminhar em nosso meio

Nós que temos mais de vinte anos podemos bater no peito e afirmar que somos de uma geração capaz de gerar santos. Isso não é uma teoria "desencarnada", alienada ou "espiritualóide". É fato! Contra fatos não há argumentos! Nós poderemos dizer às gerações futuras que vimos um santo caminhar em nosso meio e muitos de nós poderão até mesmo afirmar que estiveram com ele, tocaram suas mãos ou chegaram bem perto dele. Mesmo que quiséssemos não vamos poder nos enganar e continuar afirmando que santidade é coisa do passado ou fora do alcance dos que nasceram depois da virada do século XX. João Paulo II é um exemplo de que santidade é possível mesmo nos dias de hoje.

Alguns mais “do contra” poderiam afirmar que esse grande Papa vai se tornar santo porque convém aos interesses da Igreja. Será que é isso mesmo? Até onde podemos lembrar, não foi nenhum cardeal que o aclamou santo pela primeira vez, mas sim uma multidão formada de milhares de jovens – presentes na Praça de São Pedro durante o seu velório e sepultamento – os quais gritavam a todo o momento: “Santo já!”. Bem, você “do contra” poderia até formular qualquer ideia conspiratória para explicar tal fato, mas nós preferimos àquela explicação mais antiga que afirma: "A voz do povo é a voz de Deus".

Modéstia à parte, não há como negar que não existem pessoas melhores para testemunhar a santidade de João Paulo II do que nós jovens. Entre o Pontífice e cada um de nossa geração não havia uma relação de autoridade somente, mas uma verdadeira amizade expressa com a vida, com o zelo, carinho, cuidado e amor, manifestada pelos dois lados. João Paulo II nos dizia da Verdade e nós buscávamos responder a ele lotando estádios, campos, nos reunindo aos milhões, somente porque queríamos escutá-lo. Não queríamos escutar somente um homem vestido de branco, mas um amigo, que, antes de tudo, era amigo da Verdade, amigo de Deus.

Foi a certeza de que a primeira amizade dele era com Deus que nos atraiu a ele. Nós jovens buscamos a Verdade, um para que viver, uma vida coerente com o chamado feito por Deus a cada um de nós e João Paulo II sempre nos ofereceu isso. Não somente nos ofereceu, mas insistiu, correu atrás, deu o primeiro passo, foi ao nosso encontro, mesmo quando buscávamos outros ideais mais humanos, mais materiais, mais violentos. Éramos somente jovens em busca da verdade, mesmo que a buscássemos em lugares errados, e ele sabia disso, por isso, se lançou até nós. Como um amigo ele lutou e não desistiu de nós.

Isso nos conquistou, nos fez parar para vê-lo passar, para escutar suas palavras, mesmo que elas denunciassem tantas mentiras em nossas vidas que se estabeleciam como falsas verdades. Enquanto o mundo nos convidava a ser livres, a ser donos de nossos corpos, a lutar pelo prazer, pela realização pessoal a qualquer custo, João Paulo II nos convidava a nadar contra a correnteza, a ir para águas mais profundas, a dar uma resposta diferente, a ser santos.

Santidade que era coisa do passado, coisa ultrapassada, no entanto, nas palavras do saudoso Pontífice e com sua vida, esta se tornou realidade atual, capaz de ser vivida por nós jovens que tomamos refrigerante, comemos hambúrguer e vestimos calças jeans. Aquilo que antes era distante, para poucos, foi se tornando cada vez mais próximo. Pelas palavras do "Papa dos jovens" a santidade se tornou meta de nossas vidas.

Como amigo de verdade, ele nos apresentou Jesus Cristo, a verdadeira Verdade, pela qual nós devemos gastar as nossas vidas, e fonte da verdadeira felicidade. Ao se tornar próximo de cada jovem como um amigo, João Paulo II nos tornou próximos de Deus, de Sua Mãe, dos santos, do céu. Sua amizade com Deus foi transmitida a nós como herança, e nós continuamos lutando para honrá-la com as nossas vidas.

Mas você que é “do contra”, o questionador, ao ler este texto, pode dizer que nós já declaramos santo alguém a quem a Igreja acaba de proclamar beato. É, dessa vez você tem razão! Mas não temos medo nenhum de chamar de santo um amigo, alguém que verdadeiramente conhecemos.

Nós jovens só continuamos afirmando aquilo que gritávamos diante de todo o mundo há alguns anos. Afinal, é só uma questão de tempo!

Ao declarar João Paulo II beato e futuramente santo, a Igreja só vai constatar e reafirmar aquilo que o povo de Deus já havia experimentado no coração. Modéstia, mais uma vez à parte, só um amigo de verdade pode falar do outro com propriedade. No caso de João Paulo II, em vez de falar, nós jovens preferimos gritar para o mundo ouvir: meu amigo é santo!


Seu irmão,

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Renan Félix
renan@geracaophn.com

Renan Félix é bacharel em história, missionário e seminarista da Comunidade Canção Nova
Outros temas do autor: blog.cancaonova.com/renanfelix
Twitter: @renancn



23/09/2011

Confie sua sorte ao Senhor

“Esperar” comporta dois sentidos: a esperança, a confiança que existe em nós, e o esperar com relação ao tempo. As coisas não acontecem de uma hora para a outra. Essa espera pode significar um, nove, dez anos ou mais. Nenhuma planta nasce da noite para o dia; nenhuma criança se forma no ventre da mãe em três meses. O importante é saber que na hora em que eu faço o pedido, confiando e abandonando-me ao Senhor, Ele já começou a agir.

Certa vez, quando eu era garoto, deixamos alguns ovos para uma galinha chocar. Eu e meu irmão aguardamos ansiosamente completarem vinte e um dias. Quando isso aconteceu, nós, muito afoitos, quebramos os ovos para os pintinhos saírem. Resultado: foi uma tristeza! Coitadinhos dos pintinhos! Ainda não estava na hora! Aqueles que saíram sozinhos estavam perfeitos. Nós estragamos tudo com nossa pressa. Era só esperar um pouquinho e tudo sairia bem. É isto: “Espera no Senhor e Ele agirá”.

Faça como a galinha: pacientemente ela fica esquentando os ovos com seu calor. Ela “não põe o bico”, apenas espera. Se você tem de esperar pela mudança de seu marido, sua mulher, seu filho, sua situação econômica, doença, repouse aí com “suas asas”. Repouse sobre a situação: orando, intercedendo, esquentando com o calor do Espírito Santo. Fique “chocando” a situação e não “ponha o bico” lá dentro. Você pode estragar tudo. Não queira apressar as coisas! Deixe que o Senhor aja.

Não quero com isso dar uma receita de conformismo. Não é para cruzar os braços e viver alienado; ao contrário: é para ser ativo e determinado, mas sem pôr “o carro na frente dos bois”.

O mundo anda muito mal porque homens e mulheres não souberam fazer a vontade de Deus. Eles quiseram fazer a própria vontade. Quiseram salários altos, situações privilegiadas e títulos. Em consequência, estão em lugares errados: homens e mulheres na política, na educação, na indústria e comércio, na psicologia e medicina, vivendo em lugar errado. É preciso buscar o lugar que Deus preparou para você. Não apresse as coisas; não as estrague! Espere! Confie sua sorte ao Senhor. Espera n'Ele e Ele agirá.

Deus te abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

(Trecho do livro "Divina Providência - Considerai como crescem os lírios" de monsenhor Jonas Abib)

22/09/2011

O tempo do homem tem prazo de validade definido

De fato, precisamos colocar nossa confiança no Senhor.

Ouvi isso de um padre hoje.
"O tempo do homem é finito, tem limite de tempo, tem prazo de validade".

Às vezes, enfrentamos sofrimentos que não sabemos de onde vêm, só sabemos que teremos de vivê-los. Não há como escapar deles e digo mais: muitas vezes é bom vivê-los pelos frutos que colheremos depois.

Por vezes são nos impostas situações pelos homens que vêm com o dever de nos corrigir, ensinar, entre outros, mas que nos fazem sofrer muito. Diante de algumas delas acabamos até por perder a visão espiritual das coisas e caímos na terrível tentação de achar que Deus é o grande culpado e nos revoltamos contra Ele, perdendo nosso precioso tempo.

Minha grande consolação é que "o tempo do homem tem prazo de validade", como afirmou aquele sacerdote.

Sim, aquilo que é do homem passa, e Deus não desperdiça nada e nos dá a grande chance, diante do sofrimento, de purificar nossa alma como ensina o santo Padre Pio: "O sofrimento purifica a alma".

Tudo passa pela santa vontade do Senhor, então, sabendo disso, que possamos retomar e voltar os nossos olhos para Ele, pois n'Ele encontraremos forças para superar e aproveitar o máximo de nossos sofrimentos.

É preciso a ajuda fundamental do Espírito Santo para isso, então peçamos a presença d'Ele em nossa vida para que, com força e coragem, enfrentemos os sofrimentos diários, sabendo que por mais que o homem crie situações de dor para nós, esse sofrimento passa porque o tempo do homem TEM PRAZO DE VALIDADE.


Até a próxima!
Continuo na luta, acreditando sempre que posso ser melhor em Deus.


Postado por André W. Florencio - Missionário da Comunidade Canção Nova

Conheça o Blog do autor

21/09/2011

Por que acabamos ferindo as pessoas que mais amamos?


Por que tantas vezes marido e mulher não se entendem? Porque cada um tem um histórico de vida – a gestação, a infância, a maneira como foram educados por seus pais (uma educação rude e autoritária ou uma educação liberal demais, que os fazia se sentirem rejeitados), a escola, como foram informados sobre a sexualidade, as rejeições da adolescência, quando eram jovens e cheios de ideais. Tais marcas acabam incidindo sobre o casamento.

A partir desse exemplo fica mais fácil entender por que acabamos ferindo as pessoas que mais amamos. É como um recipiente cheio d’água que, a certa altura, começa a transbordar. Conosco também ocorre o mesmo; derramamos aquilo que está em excesso dentro de nós justamente sobre as pessoas que mais amamos, como é o caso de marido e mulher.

O marido tem certeza de que sua mulher o ama, uma vez que ela já deu muitas demonstrações disso, mas mesmo assim ele se excede com ela. Às vezes, não se trata de nada grave, contudo, derramou sobre ela todo o seu negativismo, que geralmente não tem uma causa, sendo apenas reflexo do passado. Certamente esse marido precisa de muita cura e libertação. E a beleza de tudo isso é que o Senhor quer curar e libertar. Por isso, é preciso buscar a cura dessas coisas concretas.

Tal comentário não tem a intenção de manifestar que as mulheres sejam santas e os maridos pecadores, porque a mesma coisa também acontece com elas. Quantas e quantas vezes o marido chega em casa e a mulher derrama sobre ele uma enxurrada de reclamações que ele nem sequer entende. Muitas esposas sempre arrumam uma dificuldade: ele entrou em casa com o pé sujo, derramou qualquer coisa no chão, não lhe deu atenção nem foi carinhoso, enfim, uma infinidade de queixas que, quando analisadas, descobre-se que não são o verdadeiro motivo do desentendimento. Possivelmente, uma simples atitude tenha sido a gota que fez o recipiente transbordar. Então, em virtude de um passado doloroso surgem aqueles enormes problemas entre o casal.

Uma hipótese é que a esposa talvez tenha sido humilhada e rejeitada desde a infância. Deus caprichou nas mulheres e as criou cheias de amor, mas, talvez essa mulher não tenha conseguido amar nem ser amada, pelo contrário, tenha sido ignorada e manipulada, inclusive, na própria casa. Ela carregava toda essa carga quando se casou com seu marido. Além de experiências dolorosas dos namoros e da sexualidade que experimentou. Quanta frustração sexual! Ninguém lhe permitiu que crescesse como mulher, em sua feminilidade, porque sexualidade não se resume a um órgão genital e ao prazer. Talvez tenha sido reprimida naquilo em que era mais ela mesma, por causa da educação recebida em casa, a qual não condizia com o seu interior. Ela observava o comportamento das colegas e o que mostravam os romances, as novelas e filmes. Quem sabe ela tenha até sonhado e mesmo tentado vivenciar tais acontecimentos, mas sentia que estes não condiziam com seu interior. Foram experiências interiores ruins e sofridas de incapacidade de ser o que se é. Nosso ser sofre por não conseguir ser aquilo que Deus o criou.

Tudo isso foi mencionado para que entendamos que a vivência no Espírito deve atingir a nossa vida concreta. É essa a pretensão do Senhor.

(Trecho extraído do livro "Curados para amar" de monsenhor Jonas Abib)

20/09/2011

Os limites da liberdade de informação

O cristão e a mídia secular

Quando se analisam os programas / matéria da TV, Rádio, Revista e Jornal por inteiro com olhar focado no que estão oferecendo ao público brasileiro, o verdadeiro cristão fica estarrecido.

Quem, porém, possui, de fato, sensibilidade religiosa e uma fé profunda em tudo que ensina a Bíblia, se é inteiramente fiel ao que Cristo pregou, sente uma ojeriza, uma aversão e até nojo pelo desprezo dos sagrados mandamentos da Lei de Deus.
Um destes preceitos é não tomar em vão Seu santo nome. Pois bem, na segunda semana do mês de março deste ano certa novela da mais poderosa televisão brasileira, em uma única apresentação usou na sua trama, nove vezes o nome Jesus Cristo e cinco vezes o de Deus, em vão, além de outras imoralidades. Uma verdadeira banalização e afronta ao segundo preceito do Decálogo e de outros mandamentos. Um culto e sábio católico pediu a este articulista que elaborasse um artigo chamando a atenção para este fato.

Adite-se que algumas propagandas, inclusive veiculadas em várias outras redes televisivas, são inteiramente imorais. Cumpre se pense seriamente que, quando um cristão está assistindo a filmes, novelas e outros programas que apresentam cenas escabrosas, indignas e que infringem o que Deus preceituou e dá adesão a tais desvios teológicos, já cometeu uma falta em seu interior por ter compactuado com a maldade. Mais do que nunca é preciso senso crítico. Um cidadão bem informado é um indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos desfrutando liberdade.

Um ser social mal informado e/ou deformado é um prisioneiro de um sistema no qual os profetas do mal passam a deter toda a impunidade ao desvirtuar a verdade. Dá-se então uma horrípila manipulação da opinião pública com textos tendenciosos a serviço da descrença e do desprezo do sagrado. Tudo isso é, realmene, verdadeiro para a imprensa escrita, radiofônica ou televisiva, sobretudo para esta que tem o magno poder da imagem associada à palavra.

Num regime democrático o Legislativo exerce o controle sobre o Executivo, que pode ser censurado pelo Judiciário. O "Quarto Poder", ou seja, o da informação, no que tange aos governantes e governados, infelizmente não sofre nenhuma censura maior, a não ser os recursos terrivelmente onerosos e desesperadamente lentos diante dos tribunais no caso de uma acusação de todo improcedente. Entretanto, a liberdade de imprensa, essencial para a democracia, está submissa às normas éticas, isto é, ela não pode menoscabar nenhum dos Dez Preceitos do Decálogo, um dia, transmitidos pelo Ser Supremo a Moisés. Preceitos sacrossantos por sinal insculpidos no íntimo de cada consciência. Aí é que, de fato, muitas vezes, falham os meios de comunicação social ao preconizarem atitudes ímpias.

Trata-se de uma arbitrariedade e do exercício perverso de uma função sagrada.

O julgamento moral deve presidir o modo como se forma a mentalidade dos leitores. Um dos jornalistas mais respeitáveis do mundo ocidental, Ignacio Ramonet, diretor do Monde Diplomatique, publicou um livro, cuja tese é "A tirania da comunicação". O poder magistral de informar detém, na maioria dos casos, poderosos interesses financeiros e está, tantas vezes, a serviço das multinacionais, às quais interessa o lucro a qualquer preço e, por isso, pregam o ateísmo e a dissolução dos costumes. Os limites da liberdade de informação param diante do direito natural que todos os homens e mulheres têm de não serem enredados para o mal. Aditem-se as arbitrariedades, as insinuações, as meias verdades, as mentiras por omissão, os enganos, a manipulação obscena da informação para fins suspeitos.

A onda de violência que percorre o mundo tem muito a ver com o requinte de perversidade com que os crimes são trazidos a público. A agitação que toma conta de tantos jovens é fruto também das mensagens deletérias da mídia, inclusive nos filmes nos quais impera um furor de estarrecer, as barbaridades mais chocantes são apimentadas para atrair o grande público. A liberdade de informar é uma das maiores conquistas da humanidade e é uma proteção decisiva contra a ditadura dos poderosos e contra as injunções políticas ou econômicas. Essa liberdade, porém, não pode se prostituir no exercício incontrolado e impune de sua missão de serviço do interesse público.

Cônego José Geraldo Vidigal de Carvalho
Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos

19/09/2011

Deus não se deixa vencer em generosidade!


Quando temos a coragem de olhar para dentro de nós e perceber nossa verdade, a luz de Deus entra e a solução aparece. A primeira condição para o Senhor trazer a prosperidade para nossa vida e a solução para nossos problemas e tribulações é a abertura de coração. É deixar que o Espírito Santo nos mostre a nossa realidade interior: nossa verdade. Mesmo que seja desordem, vícios, pecados, nada pode ficar às escondidas. Para o Senhor fazer maravilhas em nós, precisamos estar totalmente transparentes em tudo e para todos.

A Providência Divina vem em nosso favor quando:

Primeiro Colocamos nossa verdade diante de Deus e não mentimos para Ele nem para nós mesmos.

Segundo Conscientizamo-nos daquilo que nos é supérfluo.

Terceiro Colocamos o supérfluo à disposição do Senhor para que Ele possa fazer o milagre.

Nós que estamos com dívidas precisamos olhar dentro de casa e verificar onde está o supérfluo. Como você pode gastar o precioso dinheiro de modo a ter o necessário e ainda ajudar os outros? O que o Criador lhe dá como salário é tudo o que você tem? É de seu salário que Ele vai fazer o milagre acontecer, mas não sem luta!

No Evangelho vemos Jesus dando o melhor vinho para as bodas de Caná, mas foi necessária a matéria-prima: seiscentos litros de água. Sem a água não teriam o vinho. Da mesma forma, em outra ocasião Cristo alimentou uma multidão, mas foi necessária a matéria-prima: cinco pães e dois peixes.

Qual é a sua matéria-prima para Deus operar o milagre? Talvez você só tenha o seu salário. É de seu salário que o Senhor vai usar para lhe dar todo o necessário. Mesmo que seu salário seja muito baixo, é dele que o Pai vai usar.

Talvez você nem tenha salário... O que você tem? Uma horta? Algumas galinhas? Uma árvore frutífera? Uma jóia? Isso será o que o Altíssimo vai usar como matéria-prima para lhe trazer todo o necessário.

Recordo-me de um casal da Canção Nova que, numa hora difícil, lançou mão de roupas e as vendeu num bazar de roupas usadas, para comprar alimento na feira. Nunca a feira rendeu tanto como naquele dia. Eram verduras e legumes em tal quantidade que aquele dinheiro nunca poderia comprar. Era a mão de Deus usando a matéria-prima que eles ofereceram.

Talvez você tenha algo supérfluo. Você não imagina o que o Senhor pode fazer com seu supérfluo quando você o coloca à disposição d'Ele para que Ele possa fazer o milagre.

Experimente. Seja generoso. Deus não se deixa vencer em generosidade!

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

(Trecho do livro "Divina Providência - Considerai como crescem os lírios" de monsenhor Jonas Abib)

16/09/2011

A IGREJA PROÍBE CREMAÇÃO E A AUTÓPSIA ?

´´A autópsia de cadáveres pode ser moralmente admitida por motivos de investigação legal ou pesquisa científica.A doação gratuita de órgãos após a morte é meritória e pode ser legítima.A Igreja permite a cremação se esta não manifestar posição contrária à fé na ressurreição dos corpos.``(Catecismo § 2301)

Caros irmãos e irmãs em Cristo;como podemos ver a Igreja não proíbe doação de orgãos,autópsia e cremação de cadáveres.Compreender o mistério da ressurreição é difícil,mas basta lembrar que para Deus nada é impossível e Ele pode fazer ressurgir das cinzas o corpo humano que estava deteriorado e renová-lo.

Para terminar esse artigo desejo à todos a paz de Cristo e de Maria Santíssima.

Fonte: Catolicismo sem Segredo

15/09/2011

Da imagem e semelhança ao lixo.

´´O salário do pecado é a morte,mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por meio de Nosso Senhor Jesus Cristo.`` (Romanos 6,23)

Caros irmãos e irmãs em Jesus Cristo;de fato o ser humano foi criado a imagem e semelhança de Deus,não na condição física,mas pelo fato do ser humano ser a única criatura carnal que tem alma.Já até mencionei que o ser humano é mais imagem e semelhança de Deus quando ama.

Pois bem,o pecado corrompeu a natureza humana.Até mesmo uma criança incapaz de cometer um pecado grave foi afetada pelo pecado original de Adão e Eva,pois os pecados de Adão e Eva fizeram o ser humano ser imperfeito de natureza.O pecado nos denigre em nossa condição de pessoas.

Não podemos cair na mentira do Pelagianismo que retornou em nossos dias pela indiferença religiosa.Diferente do que disse Pelágio,descartando a importância da religião,o ser humano não é capaz de viver uma vida em conduta moralmente boa se não tiver o auxílio de Deus e de sua Santa Igreja Católica,ou de uma outra religião.

A religião é fundamental para a busca da santidade,para que saiamos da lama do pecado.Toda religião tem por base o encontro do ser humano com Deus ou com o transcendental.Pela fé e pela Igreja lutamos contra o pecado.Podemos ver que uma pessoa que não segue religião nenhuma tem tendência à Depressão.Dizem que a Depressão é o mal do século XXI,mas isso ocorre não pelo consumismo,pois ele é resultado de uma tentaiva de preencher o vazio.A Depressão é o mal do século pela falta de Deus na vida de muitos.

Convém que o homem de Deus busque ser santo estudando as Sagradas Escrituras,rezando,sendo exemplo e buscando a santidade usando por base os ensinamentos da Igreja que são o resumo dos de Cristo.

Fonte: Catolicismo sem Segredo

14/09/2011

Como entender a Inquisição - FINAL

Caros irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo; quem acompanhou os últimos dois artigos deste estudo sobre a Inquisição percebeu que é uma injustiça feita contra o Tribunal do Santo Ofício julgá-lo fora do contexto de sua época de atuação.

Nesse último artigo será abordada a questão sobre Joana D` Arc,Giordano Bruno,Galileu Galilei,a caça as bruxas e a morte na fogueira.

O USO DA FOGUEIRA COMO EXECUÇÃO NA IDADE MÉDIA

Muito contrário do que as pessoas pensam,a morte na fogueira já existia na Roma e na Grécia antiga. Foi abolida com a Ascenção do Cristianismo, mas retornou na Idade Média não por ação da Igreja,mas pela ação do rei Roberto,o Piedoso,que mandou queimar 14 cátaros no ano de 1022 na cidade de Orleans(França) e também pela ação de reis como Raimundo VIII e Raimundo V.

Dizia São João Crisóstomo:´´Matar um herege é introduzir na Terra um crime inexpiável``.A tortura era usada uma única vez quando a culpa do réu era eminente,mas ele se recusava a aceitá-la. De forma nenhuma haviam torturas para que os réus confessassem o crime que não cometeu, pois como já escrevi,a Inquisição era o que havia de mais moderno no campo jurídico na Idade Média. Acabaram-se as execuções sumárias e começava o processo de julgamento.

Diferente do que ocorria em um Tribunal Régio, na Inquisição o acusado poderia confessar os crimes que cometeu sem temer a morte,pois a Igreja quando criou a Inquisição não fez isso para matá-los,mas para reconciliá-los. A Igreja protegia réus confessos,diferente do que ocorria com os casos julgados por tribunais civis que tanto fazia se o acusado confessasse a culpa ou não,pois provada a culpa,seria executado de qualquer forma.

É evidente que dentro do Tribunal do Santo Oficio houve inquisidores corruptos e que confundiam o ódio pela heresia com o ódio pelo herege. O Papa João Paulo II pediu perdão ao mundo pelos erros de alguns filhos da Igreja, não só pela questão dos maus inquisidores,mas por causa dos maus religiosos de forma geral. É injusto dizer que a Inquisição era sanguinária só por causa da má fama de alguns que fizeram parte dela. Não é porque há uma maçã podre na caixa que todas as demais são também podres. Generalizar é um erro.

A Igreja não matava ninguém na fogueira. Quem fazia isso era o poder civil. A Igreja ao mesmo tempo que tinha a Inquisição como órgão jurídico,esse órgão só tinha poder com o aval dos reis que permitiam a instalação de tribunais eclesiásticos em seus reinos. A Igreja só podia zelar pela fé e pela evangelização. A punição de hereges que cometeram crimes graves era feita pelo Estado.

O CASO JOANA D` ARC

Joana nasceu em Domrémy, França aos 06/01/1412,filha de camponeses. A santa por volta de seus treze anos começou ouvir a voz de São Miguel Arcanjo e de Santa Margarida e Santa Catarina de Alexandria,que diziam que ela tinha a missão divina de salvar a França do poder inglês,durante a Guerra dos Cem Anos entre França e Inglaterra.

Teve o apoio do rei Carlos VII e ajudou os franceses a obter importantes vitórias e por fim,a expulsão dos ingleses da França. Joana D` Arc era venerada pelos franceses,mas foi presa pelos ingleses aos 23 de maio de 1430.

O tribunal que julgou Joana não era um tribunal eclesiástico e tampouco o bispo Pierre Cauchon, responsável por sua morte era inquisidor. Foi um julgamento por heresia que não teve o aval da Santa Sé. O bispo Pierre Cauchon era corrupto e aliado dos ingleses e vivia refugiado em Rouen,cidade francesa sob o domínio inglês.
Prova que Joana não foi encarcerada em uma prisão eclesiástica é esse relato dela mesma:

´´Meu Deus, se eu estivesse na prisão da Igreja à qual eu estava submissa eu não teria chegado à uma situação como essa.``(Santa Joana D` Arc lamentando sua condenação à fogueira)

Joana morreu em Rouen aos 30/05/1431.Foi canonizada pela Igreja aos 16/03/1920 por Bento XV e é considerada padroeira da França.

O CASO GALILEU GALILEI

Galileu não foi intimado pela Inquisição por causa da Teoria Heliocêntrica,pois Copérnico era quem a defendia,mas reconhecia que isso era só uma hipótese,mesmo sendo verdade e Copérnico era membro da Igreja. Galileu não foi acusado por defender que a Terra era redonda,pois isso já era uma teoria que surgiu no século III A.C. por Pitágoras.

Galileu foi preso por usar a Bíblia para provar que o mundo girava em torno do sol sem ter bases concretas e por isso,ter partido para a área da Teologia,sendo que ele era cientista e não teólogo.Ele não foi torturado e nem morto,apenas sofreu uma pena de dois anos de prisão domiciliar e sem nenhum maus tratos.

O CASO GIORDANO BRUNO

Ex-sacerdote católico. Nasceu em Nola(Itália),em 1548.Duvidava da existência da Santissima Trindade e da divindade de Cristo e pregava a poligamia. Era inúmeras vezes perseguido não só por católicos,mas por protestantes por sua personalidade difícil. Se referia aos seus adversários como burros,bestas,porcos,cães e lobos.

O julgamento dele durou de 1591 a 1600,ano de sua morte,quando foi entregue ao poder civil. Giordano não era um idealista e sim era um anarquista que por se achar superior atraiu repentino ódio contra ele. O processo de Giordano mostra que se ele fosse julgado por um tribunal civil ele seria condenado à morte bem antes do que foi pela Inquisição.

A CAÇA AS BRUXAS

Fala-se erradamente de milhões de mulheres mortas na fogueira por causa da Inquisição,quando na verdade,muita gente morria condenada por heresia por ter sido julgada não por um tribunal da Inquisição,mas por um tribunal civil e regio (do rei).Na Idade Moderna o número de pessoas mortas condenadas por bruxaria são:

*2 na Irlanda
*7 em Portugal
*1000 na Itália
*4000 na França
*25 000 na Alemanha(país de maioria protestante luterana após o século XVI)
*15 000 na Inglaterra/Escócia ( reinos de maioria anglicana e calvinista)
*1350 na Dinamarca e Noruega(países de maioria luterana)


Cadê os milhões de vítimas? Também é importante destacar que de todas essas pessoas condenadas à morte,somente 20 % delas foram julgadas pela Inquisição antes de serem entregues ao poder civil,o que equivalia à morte na fogueira,pois o medo que o herege tinha não era o de ser julgado pela Inquisição,mas o de ser entregue ao poder civil.


CONCLUSÃO

É preciso analisar a História,pois muitos erros que são cometidos hoje seriam evitados se as pessoas olhassem ao passado. Fala-se tanto da Inquisição,mas pouco se fala das revoluções francesa,mexicana,da guerra civil espanhola onde milhares de padres,religiosos e leigos foram mortos pelos comunistas.

Não podemos comparar a Inquisição da Igreja com a da Espanha e Portugal que eram inquisições regias e não da Igreja. Eram tribunais que tinham um certo traço eclesiástico,mas os reis,sob a ameaça de cisma se o Papa interferisse,eram quem governava os tribunais do Santo Oficio em Portugal e na Espanha. A Inquisição não se ocupava com pessoas de outras religiões,somente se ocupava em aplicar a disciplina religiosa para pessoas de dentro da própria Igreja.

Pouco se fala do comunismo em Cuba, da Coréia do Norte,do Camboja, Mianmar,Vietnã, Índia, Arábia Saudita entre outros países do mundo muçulmano,hindu e do antigo bloco socialista,onde crer em Jesus Cristo é quase um atestado de óbito. Como já escrevi,mata-se mais pela ausência de Deus do que quando se usa Ele como justificativa para cometer crimes. Para terminar com esse artigo desejo à todos a paz de Cristo e o amor de Maria Sempre Virgem!

Fontes:

Para Entender a Inquisição(Profº Felipe Aquino,Ed Cleofas)

Joana D` Arc,a Mulher Forte(Régine Pernoud, historiadora francesa)

http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2007/01/23/os-martires-de-guerra-civil-espanhola/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Civil_Espanhola

http://www.sinaisdostempos.org/perguntas/inquisicao.htm

http://catolicismosemsegredo.spaceblog.com.br

13/09/2011

Como entender a Inquisição - Parte 2

´´Mata-se muito mais pela ausência de Deus do que quando se usa Ele como justificativa para fazer o mal.``

A HERESIA CÁTARA

Muita gente hoje em dia é analfabeta de fé e de história ao considerar os cátaros como mártires ´´do Cristianismo puro``.Sabemos muito bem que eles eram anarquistas e negavam a divindade de Cristo,a existência do Espírito Santo,e ensinavam que o corpo humano e todas as coisas materiais eram criações do diabo(o deus mal) na teologia cátara que copiava as doutrinas do maniqueismo,dando uma falsa terminologia cristã aos dogmas maniqueus.

São Paulo escreveu que o corpo humano é templo do Espírito Santo. Nos Evangelhos Cristo ressaltava a importância do Matrimônio,disse que o que contamina a alma não é o que é exterior e sim é o que é interior e que vem de dentro do homem,Cristo ressaltou a importância da monogamia(casamento de um homem com uma única mulher).São Paulo dizia em suas cartas que a sabedoria do mundo é loucura para Deus e que o justo viverá unicamente pela fé. Mas todos esses valores evangélicos e cristãos eram negados pelos cátaros,que ironicamente eram chamados ´´puros``.

A heresia surgiu em Languedoc no fim do século XI,na região sul da França. Causavam desordens públicas e incentivavam ataques à paróquias e à propriedades rurais. Como já foi mostrado no primeiro artigo deste estudo,como era uma seita que considerava toda a matéria, incluindo o corpo humano como obra do ´´deus do mal``,incentivavam a Endura (suicídio sagrado) e haviam relatos de estupros de mulheres durante os rituais da seita cátara. Isso se deve pelo fato da seita considerar o corpo humano como algo mal e desprezível e que não merecia o respeito. Isso era praticamente um convite para uma vida de luxúria e de crimes contra propriedades e de violência sexual.

Logo quando o povo francês e cristão se viu ameaçado pela seita,a Igreja tomou seu papel de guardiã da fé cristã e contou com a ajuda do estado para combater os hereges que não só eram hereges,mas criminosos. Inúmeras tentativas de conversão dos cátaros foram feitas. Santo Antônio de Pádua conseguiu converter vários deles,mas muitos cátaros fugiam do debate religioso e continuavam uma vida de heresia e de crimes. A Cruzada Albigense iniciou em 1209 e durou 35 anos. Liderada por Simão de Monfort, também contou com a participação do rei Luis VIII.


O MODO DE AGIR DA INQUISIÇÃO

Diferente do que se pensa,os inquisidores eram pessoas estudiosas formadas em teologia e Direito Canônico. Só poderia ser inquisidor homens com no mínimo 40 anos.

Em uma época de ordálias e duelos,execuções sumárias, a Inquisição era o que havia mais de moderno no campo jurídico,mesmo sem ter poder jurídico,pois para ser valida contava com o aval do Estado. O herege tinha a chance de se defender e escolher um advogado. Se a pessoa que acusasse o réu de heresia sob falsa acusação,a pessoa que acusou o réu falsamente poderia ser presa e condenada no lugar do réu.

Havia também o tempo da graça(criado no Concílio de Béziers em 1246) que dava ao acusado um período de 15 à 30 dias para se retratar ou confessar a culpa,sob punição apenas leves. As torturas foram condenadas por Gregório IX mas ressurgiu com o Papa Inocêncio IV,que colocava inúmeras restrições as torturas,pois só poderiam ser aplicadas uma só vez e que durasse no máximo 30 minutos e só quando a culpa do réu era evidente. Hoje isto é inaceitável,mas naquela época não existia a ciência da criminalística, isso temos que levar em consideração.

Fonte: Para entender a Inquisição (Prof Felipe Aquino.Ed Cleofas)

http://pt.wikipedia.org/wiki/Catarismo

12/09/2011

Como entender a Inquisição - Parte 1

Vou começar a série sobre a Inquisição com textos e fontes EXTREMAMENTE CONFIÁVEIS para que as pessoas possam ter mais conhecimento ao invés das histórias e contos cheios de mentiras e intrigas e perseguições que a Igreja Católica sofre até hoje. Vale a pena conferir e tirar as suas dúvidas.

INTRODUÇÃO

Caros irmãos e irmãs em Jesus Cristo; será narrada em uma sequência de três artigos a história do Tribunal do Santo Ofício ou mais conhecido por Inquisição. Muitas vezes ela é julgada pela sociedade de forma injusta e fora do contexto da época que ela foi criada. Ela (a Inquisição) se transformou em propaganda contínua para os inimigos da Igreja Católica e de Jesus Cristo que tentam denigrir a Igreja e o Cristianismo com os erros de algumas pessoas da Igreja que ´´pecaram`` como foi dito pelo saudoso Papa João Paulo II em seu pedido de desculpas pelos erros dos filhos da Igreja.

Após a Idade Média com os ditos filósofos ´´iluministas``que propagaram o ateísmo e julgaram que jogaram ´´luz sobre as trevas da sociedade cristã`` ,ela se tornou de heroína do povo e dos bons valores para a vilã e o marco de falta de progresso da sociedade cristã medieval. Essa propaganda anti católica sobre a Inquisição se deu com os filósofos ´´iluministas`` tendo Voltaire à frente.

Devemos ter em mente irmãos como era a sociedade medieval e como era o homem medieval.

Dizia São Tomás de Aquino,contemporâneo da época da Inquisição,que o crime mais grave do que falsificar a moeda é falsificar a fé,pois quem falsifica a moeda só traz danos ao bolso,mas quem falsifica a fé traz danos que podem ser irreversíveis à alma.

A Inquisição foi criada em uma época onde ´´a salvação do corpo valia mais que a salvação da alma`` como ressalta o escritor medieval Gil Vicente em sua obra ´´O Auto da Barca do Inferno``.Lendo este clássico da literatura portuguesa entenderemos um pouco a sociedade medieval,no que se trata aos judeus,mouros (árabes),cruzadas e o infeliz concubinato que havia entre os padres e que manchava a honra da instituição da Igreja Católica,concubinato esse que foi definitivamente condenado pela Igreja no Concílio de Trento.

Em uma sociedade que estava se recuperando da queda do Império Romano do Ocidente (476 D.C.) e que estava sendo reconstruída pela Igreja Católica,pelo trabalho educacional dos monges beneditinos e pela caridade dos monges franciscanos,que muitas vezes eram a única assistência caritativa que o povo medieval tinha,este mesmo povo aprendeu a defender essa Santa Igreja-e por ventura a única- com unhas e dentes pois o homem medieval foi civilizado pela Igreja,trazido do mundo bárbaro ao Cristianismo pela cruz que dobrou a espada.O homem medieval era grato à Igreja e aprendeu a amá-la,por isso nesta epoca o herege era muito mais que alguém que discordava da Igreja,era uma ameaça à sociedade que estava ressurgindo na sombra da Igreja de Cristo,e que poderia colocar todo o trabalho de reconstrução da Europa pela Igreja Católica à perder. Por isso os hereges eram tratados como criminosos não só por lesa-majestade,mas por lesa-majestade divina.

Tudo começou com a ameaça cátara que semeava anarquia e era uma seita violenta e também com outras seitas como os Hussitas,os Irmãos do Livre Espírito,os Valdendes de Pedro Valdo entre outros que negavam o sacramento do matrimônio que a Igreja batalhou para colocar no coração dos povos europeus,antes bárbaros e agora cristãos. Nesses artigos veremos a questão cátara,o caso Joana D` Arc,Giordano Bruno,Galileu Galilei,o Index,as Inquisições espanhola e portuguesas. Que Deus os bendiga !

O SURGIMENTO DA INQUISIÇÃO

A Inquisição surgiu no ano de 1184 pelo Concílio de Verona através do Papa Lucio III.Foi criada para julgar os casos de heresia que surgiam dentro da Igreja,que muitas vezes se dava por padres como João Huss que do nada viravam hereges e atacavam violentamente a Igreja e semeavam rivalidades e traziam desordem pública.

Seu primeiro local de atuação foi Languedoc (França) para combater a heresia cátara que como já foi abordado,era anarquista,anti católica e incentivava a Endura(suicídio sagrado) e ataques à propriedades rurais e da Igreja. Há relatos que mulheres eram abusadas sexualmente durante os rituais da ´´igreja cátara``.

Fontes: Para entender a Inquisição(Prof º Felipe Aquino.Ed Cléofas)

http://pt.wikipedia.org/wiki/Inquisi%C3%A7%C3%A3o

http://www.cafetorah.com/artigos-sobre-a-inquisicao

09/09/2011

O que faz a Sagrada Escritura ser Sagrada?

Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar e corrigir,para instruir na justiça para que o homem de Deus seja perfeito e instruído para toda boa obra. (2ª Carta à Timóteo 3,16-17)

Evidente que a Igreja desde os tempos primitivos do Cristianismo tem veneração pelas Sagradas Escrituras,tanto pelo Antigo,quanto pelo Novo Testamento.Basta lembrar que os profetas do AT anunciavam a chegada de Cristo e também o seu destino.

A Bíblia não é a única fonte de verdade absoluta,mas tem o básico para a nossa salvação.Ela não tem todas as respostas,mas tem o suficiente que precisamos saber.Devemos ter muito cuidado na hora de interpretar as Sagradas Escrituras,isto provo dizendo que uma pessoa só está inspirada pelo Espírito Santo quando lê a Bíblia,se a interpretação dela estiver de acordo com o que ensina a Igreja,caso contrário,tal pessoa está propagando um erro.O Espírito Santo não fala com inúmeras vozes sobre o mesmo assunto e tão pouco analisa a história em um ponto de vista isolado de nossa epoca.

As Sagradas Escrituras são sagradas por terem as Palavras do Senhor e elas ganham mais poder para a santificação e não para a condenação, quando é interpretada de acordo com os ensinamentos da Igreja Católica sobre ela.Dizia Santo Agostinho:´´Não acreditaria na autenticidade das Escrituras Divinas se a autoridade da Igreja Católica não me movesse à isso``.

Uma pessoa inspirada por Deus sabe que quando a interpretação das Sagradas Escrituras traz rivalidades ao invés de união, é porque tem algo errado.

Pense nisso!

08/09/2011

Confiar em Deus ou em mim?


De fato, a confiança própria nos ajuda,mas as próprias escrituras dizem que o coração do homem planeja seus caminhos, mas é o Senhor quem lhe dirige os passos (Provérbios 16,9).

O ateu não percebe mas o homem confiou tanto em si próprio que já tivemos duas grandes guerras e que diferente das Cruzadas,eram guerras sem nenhum ideal nobre.O homem confiou tanto em si próprio dispensando a autoridade de Deus e da Igreja Católica, e o resultado é um mundo onde cada vez mais impera a impunidade e o crime.

Os séculos 19 e 20 geraram mais mártires à Igreja Católica do que na época das grandes perseguições romanas.Tivemos no decorrer de dois séculos muitos católicos e até mesmo cristãos de outras denominações mortos desde a Revolução Francesa que é uma vergonha para a humanidade até a epoca das revoluções russa,mexicana,espanhola(com seus milhares de católicos,leigos e religiosos mortos)entre outras revoluções e guerras que geraram mais mártires à Igreja do que nos primeiros séculos de Cristianismo.

A sociedade decadente que temos hoje é resultado dos filósofos ateus erroneamente chamados ´´iluministas`` com Voltaire e cia limitada.O mundo moderno trocou a verdade de Cristo pela ´´inverdade`` de falsos profetas que querem abolir Deus até das páginas da Constituição.

Confiar em Deus abençoa a confiança que temos em nós mesmos,pois o nosso trabalho só será santo, assim como também nossas vidas só serão santas se Deus santificá-las,e santificar nossas tarefas.Para terminar fiquem na paz de Cristo e no amor maternal de Nossa Senhora !

07/09/2011

Medo de Deus


Nossa história é parecida com as aventuras dos heróis da fé

“Pai, chegou a hora. Glorifica teu filho, para que teu filho te glorifique, assim como deste a ele poder sobre todos, a fim de que dê vida eterna a todos os que lhe deste. Esta é a vida eterna: que conheçam a ti, o Deus único e verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que enviaste” (Jo 17, 1-3). “Qual é o teu nome? – Moisés! O que pedes à Igreja de Deus? – A fé! E esta fé, o que te dará? – A vida eterna!” Assim começou a Celebração Eucarística em que um jovem estudante de vinte e um anos recebeu o Batismo, a Crisma e a Primeira Eucaristia. São os Sacramentos da Iniciação Cristã. Na mesma ocasião, seu irmão Henrique foi crismado.

A Assembléia litúrgica era composta de adultos, jovens e uma centena de crianças, que participavam do Festival das Crianças promovido pela Comunidade Sementes do Verbo em Icoaraci, nesta nossa Arquidiocese de Belém. O sorriso e a firmeza com que ouvi estas respostas iniciais do Rito que presidi com alegria me fizeram refletir sobre o nosso contato e o nosso trato com Deus.
O candidato à iniciação cristã ouviu a Palavra de Deus e antes do Batismo renunciou ao pecado, à divisão e ao demônio. Mergulhado na piscina batismal, dali saiu homem novo, foi ungido com o dom do Espírito Santo e admitido pela primeira vez à Ceia Eucarística. O sorriso continuava resplandecente, como, aliás, posso testemunhar nas muitas semelhantes celebrações a que presidi. Não havia tristeza, constrangimento, receio ou medo de Deus.

Quem pede o Batismo não o faz para que alguém controle a sua vida, cerceando seus impulsos em busca de liberdade. Querer ser e viver como cristão eleva a alma humana, faz ser melhor e ser mais livre! Não somos, diante de pessoas que têm outras convicções, homens e mulheres complexados, como se o pensar e o viver mundano fossem melhores. Não há nada mais digno na existência do que fazer a oblação livre da própria liberdade diante de Deus. Vale recordar a palavra de Jesus: “Se permanecerdes em minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8, 31-32).

A Sagrada Escritura reflete o aprendizado de muitas gerações no contato com Deus, superando o medo diante da presença sagrada, que atrai e provoca muitas vezes estupor. Moisés, na montanha sagrada, iniciou seu caminho de intimidade com Deus. Mas começou tirando as sandálias numa terra santa, deu desculpas quando chamado à missão, enfrentou e superou as próprias inseguranças. Foi testemunha de grandes sinais e prodígios. No final, ficou o relacionamento pessoal: “O Senhor falava com Moisés face a face, como alguém que fala com seu amigo” (Ex 33,11). À morte, registra o Livro do Deuteronômio: “Nunca mais surgiu em Israel profeta semelhante a Moisés, com quem o Senhor tratasse face a face, nem quanto aos sinais e prodígios que o Senhor lhe mandou fazer no Egito, contra o Faraó, seus servidores e o país inteiro, nem quanto à mão poderosa e a tantos e tão terríveis prodígios que Moisés fez à vista de todo o Israel” (Dt 34, 10-12).

Elias, cujo ministério representa todo o profetismo do Antigo Testamento, também passou pelo aprendizado do contato com Deus. Vento impetuoso, terremoto, fogo, brisa suave. É diante da brisa leve que ele cobriu o rosto com o manto, saiu e pôs-se à entrada da gruta (cf. I Rs 19,9.11-13). Deus não é encontrado na agitação interior ou exterior, mas quer ouvir e ser ouvido!

Os discípulos de Jesus (cf. Mt 14, 22-33) escutaram do Senhor palavras consoladoras: “Coragem! Sou eu! Não tenhais medo!” e Pedro, tão parecido conosco, é chamado fraco na fé para se tornar rocha! Aprendeu a viver e deu sua vida por Jesus.

Nossa história é parecida com as aventuras dos heróis da fé. Não nascemos heróis, mas podemos, com a graça de Deus, vencer as sombras interiores que nos apavoram. Não custa acender a luz! E a Palavra de Deus é luz para o nosso caminho! E muitas pessoas, ao nosso redor, estão suplicando que sejamos iluminados por Aquele que é Luz do mundo, quais luzeiros que transformam em dia claro as sendas que percorrem.

Foto

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

Dom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Belém - PA.