29/06/2012

É necessário entender o valor da Santa Missa


É necessário entender o valor da Santa Missa Na Santa Missa, Jesus vem e nos fecunda com a Sua redenção. As pessoas que apresentamos a Ele, os problemas e as situações que vivemos, tudo isso é assumido por Cristo no Seu sacrifício redentor. Para isso é preciso que nós católicos entendamos o valor da Celebração Eucarística.

O inimigo de Deus tem consciência da importância da Santa Missa, por isso, faz questão de obscurecer o nosso entendimento. Ele trabalha a nossa mente para não darmos a devida importância a ela. Distrai-nos com tudo o que está acontecendo à nossa volta no momento da Celebração Eucarística, como as músicas, os instrumentos e as palmas. Passamos a ficar preocupados com a procissão de entrada e do ofertório, com os que vão fazer as leituras e a coleta. E assim, ocupados e distraídos com tantas coisas, ficamos alheios ao sacrifício da Cruz, a grande realidade invisível naquele momento.

Não podemos nos deixar enganar! Precisamos ter uma liturgia bem preparada, com procissões, leituras, músicas, mas tudo deve estar centrado na renovação do sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo, o sacrifício do calvário. Quando descobrirmos o valor da intercessão de Jesus na Santa Missa, encontraremos um grande tesouro.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

(Trecho do livro "Eucaristia, nosso tesouro" de monsenhor Jonas Abib)

28/06/2012

Rótulos e Conteúdos

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Para o Senhor não importam as ideias preconcebidas

Quaisquer produtos comercializados nos supermercados trazem consigo um rótulo na embalagem. Quanto mais chamativo o rótulo, tanto maior será a chance de o consumidor observar o produto. As estratégias são muitas para atrair a atenção do consumidor: cores, letras... Fato é que o rótulo é algo imposto pela indústria visando a visibilidade e aquisição do produto. Cada olhar o [rótulo] contempla a partir de uma perspectiva particular. Há rótulos que atraem e há aqueles que causam repulsa. Olhar o rótulo de cada embalagem é sempre um jeito singular de ver cada produto exposto nas prateleiras.

Nas prateleiras da vida, muitas pessoas têm sido julgadas como um produto qualquer. Muitas pessoas, ao longo da vida, foram adquirindo rótulos impostos pela sociedade. Há indivíduos com rótulos chamativos que atraem a atenção de um grande número de pessoas. Quem carrega consigo um estereótipo sabe como é difícil se libertar dele. Muitos passam a vida toda carregando um rótulo já vencido pelo tempo dos sofrimentos e das decepções. Outros ainda tentaram arrancar um rótulo que lhes foi imposto. Contudo desistiram ao longo do caminho e hoje vivem presos a uma marca que não condiz com o que vivem hoje.

Quem já tentou retirar algum rótulo de uma embalagem de vidro sabe a dificuldade que é. Muitos destes estão de tal forma colados na embalagem que é preciso muita persistência e força para que sejam arrancados.


Assista: "Dinâmica da semente e da ressurreição", com padre Fábio de Melo

Jesus sempre olhou para o ser humano além dos rótulos que a pessoa carregava consigo. O olhar misericordioso de Cristo adentrava os territórios desconhecidos da alma humana e percorria os campos da tristeza e das lágrimas escondidas em noites de sofrimento. Para o Senhor não importava a ideia preconcebida que atraía a atenção de outras pessoas. O interesse de Jesus era pelo conteúdo que habitava o coração de cada um.

Foi assim que o olhar da pecadora que estava prestes a ser apedrejada encontrou-se com o olhar amoroso de Cristo. Enquanto todas tinham nas mãos as pedras da raiva e da condenação, Jesus trazia nas mãos as flores do perdão e da misericórdia. Enquanto todos olhavam o rótulo de uma embalagem já desgastada e vencida pelo tempo do pecado e dos erros, Cristo olhava o conteúdo das possibilidades de um novo tempo adormecidas naquele coração sofrido pelos erros de um passado que insistia em não se despedir.

No encontro com Jesus, aquela mulher já condenada pela sociedade descobriu a chance de reescrever novas páginas do livro de sua vida de uma maneira totalmente nova. Foi diante do amor de Cristo que aquela mulher viu o rótulo de seus pecados caírem por terra, restando somente uma nova manhã de paz.

Jesus Cristo sabia dos estereótipos que a pecadora trazia impressos em sua vida, mas Ele também sabia que somente com o amor ela teria a chance de retirar de sua alma o peso de uma vida sem sentido. Foi diante de novos olhares, que não a condenavam pelos seus erros, que ela encontrou o caminho para recomeçar uma nova vida de acertos.

Enquanto todos reconheciam que as pedras trazidas nas mãos eram os rótulos que também tinham na alma, aquela mulher despediu-se de um passado de erros e começou a trilhar o caminho de um novo tempo.

Se um passado de erros fez da vida um rótulo sem sentido, Cristo faz do conteúdo de cada coração um futuro de novas alegrias.

Fonte: Canção Nova

Padre Flávio Sobreiro

Comunidade Canção Nova

27/06/2012

Conectados vivemos melhor?

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Será que é mais cômodo viver apenas no mundo virtual?
Que tal um dia com o celular desligado, sem abrir os e-mails, sem entrar nas Redes Sociais? E quem sabe ainda desligar a TV, o rádio, passar longe do computador e ignorar o tablet?

Para os dias atuais, esse é um desafio quase impossível de se cumprir. O “desconectar” até soa como estar “fora do mundo”, desatualizado. A palavra “conectar” significa ligar, unir – o que, ironicamente, pouco tem acontecido com as pessoas. A linguagem informatizada tomou conta do nosso cotidiano e foi adentrando, pouco a pouco, em nosso vocabulário. No entanto, essa “conexão” está longe de existir; ao menos na vida real.
Hoje podemos nos “conectar” com pessoas que estão do outro lado do mundo, falar e até ver, em tempo real, alguém que está num fuso horário oposto ao nosso. Mas é muito comum passarmos pelas pessoas e nem sequer olharmos em seus olhos. Pouco percebermos as necessidades de quem está ao nosso lado, em nossa casa, em nosso trabalho ou em nosso convívio diário. Quantas vezes nem mesmo cumprimentamos as pessoas ao lado das quais passamos!

Conhecemos todos os novos aplicativos para celulares e não mais conhecemos a pessoa com quem nos casamos, nem os nossos filhos ou nossos irmãos, e nem mesmo nossos pais. Sabemos dos mais diversos lançamentos da era digital e nem percebemos que os nossos relacionamentos estão se dissolvendo, enquanto despendemos demasiado tempo nas Redes Sociais. Passamos o dia entretidos com as multifuncionalidades oferecidas pelo touch screen dos games ou dos tablets, e nem nos lembramos de tocar com delicadeza e amor o rosto de quem amamos. E ainda nos arrogamos o privilégio de nos denominarmos de “a geração conectada”.

Sem dúvida alguma, os avanços tecnológicos trouxeram grandes contribuições para a nossa vida, facilitaram em muito nosso trabalho e nos abriram inúmeras possibilidades. São incontáveis os benefícios que eles geraram. Contudo, o problema está no que fazemos com eles.

Fomos nos tornando escravos da tecnologia. Muitos de nós não conseguimos mais “nos desconectar”; temos a necessidade de estar sempre "on-line". O vício pela conectividade cresceu tanto que, atualmente, já existe clínicas de recuperação para dependentes digitais. Enquanto isso, os “relacionamentos reais” estão definhando. Pessoas sob o mesmo teto estão tornando-se estranhas umas às outras e, em contrapartida, o número de “amigos” nas Redes Sociais chega aos milhares. Tornou-se mais cômodo “conhecer” alguém por intermédio de seu perfil na rede do que gastar tempo com essa pessoa, olhando em seus olhos, tocando em seu ombro e dizendo -lhe: “Conte comigo!”.

Mas como resolver esse problema? É preciso abandonar a vida digital? Não. E isso nem seria possível, uma vez que temos necessidade da tecnologia praticamente para tudo o que fazemos. O segredo está no equilíbrio. Não se pode se desprender totalmente da tecnologia, nem se deixar subjugar por ela. É preciso ter nas mãos o poder da decisão: “Eu escolho me conectar” e “Eu escolho me desconectar!”.
Conectados vivemos melhor, sim; mas desde que isso passe pela nossa liberdade de escolha.

Viviane Eloy
Missionária Canção Nova

26/06/2012

FÉ...

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A fé católica é coisa absolutamente diversa de uma
simples crença

Em artigo nosso anteriormente publicado, falamos do equívoco que é ver a religião como fenômeno exclusivamente sentimental e subjetivo, sem relevância intelectual e sem referência à realidade das coisas. Dizíamos que tal equívoco nasce de dois outros erros: (1) um que faz a religião depender somente da fé, como se não houvesse verdades religiosas que o homem pudesse conhecer à luz de sua razão natural; (2) outro que consiste numa falsa visão da fé, que é confundida com mera crença. Ora, como dissemos naquela oportunidade, esses dois erros são eliminados quando mostramos que: (1) existem verdades religiosas naturalmente acessíveis ao conhecimento humano; (2) a fé católica, como virtude teologal, é coisa diferente de uma simples crença.

E vamos começar desenvolvendo o segundo desses pontos: a fé católica é coisa absolutamente diversa de uma simples crença. É importante frisar isso, porque, hoje em dia, as pessoas parecem já não mais saber o que é fé, acham que ter fé é acreditar em qualquer coisa. Porém, como sublinhou o atual Papa Bento XVI, quando ainda era o Cardeal Ratzinger, responsável pela Congregação da Doutrina da Fé (órgão que assessora o Santo Padre na defesa da fé), na famosa declaração Dominus Iesus: «Deve-se manter firmemente a distinção entre a fé teologal e a crença nas outras religiões» (n. 7 do documento).



Precisamos, portanto, retomar o sentido da fé. Para isso, podemos recorrer ao significado primitivo e etimológico da palavra. Fé (do latim fides) significa a confiança que depositamos na palavra de alguém. Este sentido ainda está bem presente em expressões legais, como “boa-fé” ou “má-fé”. Um oficial de justiça, por exemplo, quando atesta algum acontecimento, escreve “certifico e dou fé”; com isso ele quer dizer que é verdade o que ele está atestando e que as pessoas podem confiar no que ele está falando. Dos documentos lavrados em cartório também se diz que têm “fé pública” – é mais uma aplicação do mesmo sentido.

Quando confiamos na palavra de um homem, temos o que se chama “fé humana”. A fé humana é um meio de conhecimento, grande parte dos conhecimentos que temos de história, geografia ou de ciências naturais chega a nós por meio da fé humana. São conhecimentos que não podemos verificar por nós mesmos; todavia, nós os aceitamos confiando na palavra dos que nos ensinaram. Por exemplo, só sabemos que a Independência do Brasil foi proclamada em 1822 porque confiamos nos documentos que nos relatam isso e acreditamos no magistério dos historiadores – nenhum de nós já havia nascido àquela época e poderia verificar tal fato por si mesmo.

Como afirmei acima, quando aceitamos como verdade o que nos diz determinado homem, digno de confiança, temos o que se chama fé humana. Porém, quando aceitamos como verdadeira a Palavra revelada de Deus, temos o que se chama “fé divina”. É por isso que o Catecismo da Igreja Católica, nos seus parágrafos 142 e 143, define a fé como «a resposta do homem ao Deus que se revela».

Ter fé, portanto, não é acreditar em qualquer coisa; ter fé é aceitar como verdadeira a Palavra revelada de Deus, é aderir voluntariamente às verdades que Deus comunicou à humanidade, sem as aumentar nem as diminuir.

Isso, por si só, já mostra o quão distante está a fé católica de uma simples crença. A fé é um conhecimento, mas uma simples crença não é conhecimento. Uma crença pode ser puro fruto da imaginação, da fantasia e da subjetividade do crente. No entanto, a fé está baseada no fato histórico e objetivo da Revelação. A fé é um conhecimento sobrenatural historicamente transmitido por Deus à humanidade. «Deus, tendo falado outrora muitas vezes e de muitos modos a nossos pais pelos profetas, ultimamente, nestes dias, falou-nos por meio de seu Filho» (Hb 1,1-2).

O católico, portanto, não é um crente, mas um fiel, que guarda na inteligência e no coração o conhecimento sobrenatural transmitido aos homens por Deus. Este conhecimento sobrenatural em que consiste a fé está depositado nas duas fontes da Revelação divina, a Sagrada Escritura e a Tradição Apostólica, e nos é transmitido por intermédio do magistério da Igreja. Entretanto, existe um conhecimento natural de Deus que, de certo modo, consiste num preâmbulo da fé e do qual pretendemos falar, com a ajuda do Altíssimo, no próximo artigo.

Fonte: Canção Nova

Rodrigo R. Pedroso

25/06/2012

As mudas do Reino

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É dever dos cristãos espalhar boas sementes pelo mundo
Há pessoas com tamanho gosto pelas plantas que se dedicam a recolher, por onde passam, mudas e sementes, para que a vida dada por Deus, na magnífica e variada flora de nossa região, se multiplique por toda parte. Há gente que passa por nossas ruas com carrinhos repletos de madeira, papelão ou ferro velho, para transformar em trocados ou em salário. Os lixões da vida estão repletos de catadores, diante dos quais muitos podem até virar o rosto, mas se esconde ali uma dignidade desconcertante.
E quantos são os homens e mulheres, artistas e poetas, quais trovadores do dia ou da noite, que andam catando versos e compondo melodias feitas de rimas incríveis, carregadas do humor ou da angústia do cotidiano. E não são poucas as pessoas que recolhem imagens, para que dos pincéis dos pintores ou das máquinas fotográficas ou filmadoras passem aos corações a moldura da vida, com rostos e mais rostos.
A crônica da cidade poderia se enriquecer com tantas outras figuras provocantes ou curiosas, todas participantes do agitado malabarismo do viver, que recolhem pedaços de histórias e de coisas, para compor o grande concerto de nossa aventura humana.
Visto do alto, onde se encontra o Senhor, Aquele que está também bem perto de nós, dentro de nós e no meio de nós, o mundo fica até bonito. É que se trata de limpar os olhos para enxergar melhor, para superar o derrotismo dos pessimistas ou a ingenuidade dos que só enxergam a superfície. Há vida pulsando nas veias da humanidade e da terra.
Há um plano de amor com que tudo foi feito pelo Deus, que é amor. De fato, “assim diz o Senhor Deus: Eu mesmo pegarei da copa do cedro, do mais alto de seus ramos arrancarei um rebento e o plantarei sobre um alto e escarpado monte. Eu o plantarei no alto monte de Israel. Ele produzirá folhagem, dará frutos e se tornará um majestoso cedro. Debaixo dele pousarão todos os pássaros, à sombra de seus galhos as aves farão ninhos. E todas as árvores do campo saberão que eu sou o Senhor, que abato a árvore alta e exalto a árvore baixa, faço secar a árvore verde e brotar a árvore seca. Eu, o Senhor, falei e farei” (Ez 17,22-24). Deus é "incorrigível" em Sua mania de fazer jardins e pomares! (cf. Gn 1 – 3).
Assista também: "Santidade é fazer a vontade de Deus", com padre José Augusto

A força criadora do amor de Deus faz com que o bem se espalhe e se multiplique. É como “alguém que espalha a semente na terra. Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece” (Mc 4,26-34). Faz parte da vida cristã identificar os sinais da presença de Deus na história humana, olhar ao redor e perceber o bem que se faz, para entender as parábolas da vida que o Senhor continua contando. Em tais novas parábolas, os personagens somos nós mesmos, pois Deus nos chama a sermos sinais de Seu Reino.
Entretanto, com muita propriedade, vem à tona o problema do mal. Desde os primórdios, os seres humanos inventaram mil formas para estragar o jardim plantado por Deus. Até a isso se responde com a belíssima parábola do joio e do trigo (cf. Mt 13,24-43). “Como o joio é retirado e queimado no fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos: o Filho do Homem enviará seus anjos e eles retirarão do seu Reino toda causa de pecado e os que praticam o mal” (Mt 13,40-41) Enquanto o mundo for mundo, haverá a misteriosa presença do mal. Identificá-lo dentro e fora de nós e oferecer soluções é tarefa permanente.
Até para denunciar o mal existente, o melhor remédio é espalhar o bem. Vale a máxima de São Francisco de Sales: "Com uma colherinha de mel se atraem mais moscas do que com um tonel de vinagre". E temos à disposição remédios preciosos: a pregação da conversão, a oração, os sacramentos e o cultivo do “amor mútuo, com todo o ardor, porque o amor cobre uma multidão de pecados” (1 Pd 4,8).
Como cristãos, auguramos que as sementes do bem se espalhem, cresçam e frutifiquem, para que a árvore do Reino de Deus abrigue, como aves do céu, gente de todas as raças e nações. Como nada podemos em nossa fraqueza, suplicamos o socorro da graça de Deus para que possamos querer e agir conforme Sua vontade, seguindo os Dez Mandamentos. Não faz mal sonhar alto com um mundo novo!
Fonte: Canção Nova

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

22/06/2012

Palavra aos jovens sobre sexo

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Castidade: sem ela não se alcança a firmeza

Tenho recebido muitos e-mails de jovens que me perguntam como viver a castidade no namoro; como vencer o vício da masturbação, entre outros. Certamente para o jovem cristão hoje, no meio deste mundo erotizado, viver a castidade é uma conquista heroica; pois tudo o convida a manter vida sexual antes do casamento. Os filmes pornográfico são abundantes nas locadoras, nos canais de TV por assinatura; as músicas estão repletas de letras excitantes; os rebolados indecorosos de moças seminuas na TV, etc., lançam pólvora no sangue dos rapazes e das moças.
Então, para viver na castidade hoje, como Deus manda no Sexto Mandamento (Não pecar contra a castidade), o jovem precisa ter muito amor ao Senhor. Só trocamos um amor por outro maior, diz o ditado. Só o amor a Jesus Crucificado por nós poderá ser para o jovem de hoje um forte motivo para ele ser casto e aceitar o que o Papa Bento XVI tem chamado de “martírio da ridicularização”, diante dos que zombam de nossa fé.
A gravidade do pecado da impureza, luxúria, é que com ele se mancha o Corpo de Cristo. “Ora, vós sois o corpo de Cristo e cada um de sua parte, é um dos seus membros” (I Cor 12,27). “Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo?” (I Cor 6,15). “Fugi da fornicação. Qualquer outro pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o impuro peca contra o seu próprio corpo” (I Cor 6,18). São Paulo ensina que devemos dar glória a Deus com o nosso corpo: “O corpo, porém não é para a impureza, mas para o Senhor e o Senhor para o Corpo” (I Cor 6,20).
Jovem, se você quer viver a castidade, então, antes de tudo, precisa saber o seu valor; para isso escrevi um livro "O BRILHO DA CASTIDADE", mostrando toda a sua importância e beleza. Quanto mais for difícil vivê-la, tanto mais bela e mais importante ela será. Vejo o jovem casto hoje como aquele lírio branco que nasce no meio da podridão do lodo. Serão esses jovens que sustentarão a civilização que hoje desliza para o abismo.

Para haver a castidade nos nossos atos é preciso que antes ela exista em nossos pensamentos e palavras. Jamais será casto aquele que permitir que os seus pensamentos, olhos e ouvidos vagueiem pelo mundo do erotismo. É por não observar esta regra que a maioria pensa ser impossível viver a castidade. Não se iluda. Não brinque com fogo!


“A castidade é a virtude que nos eleva da natureza humana à natureza angélica”, afirmou o santo Padre Pio de Pietrelcina. Victor Hugo disse que: “A mais forte de todas as forças é o coração puro”. O Papa Bento XVI, no Campo de Marte, São Paulo, em 11/05/2005, declarou aos jovens: “É preciso dizer 'não' àqueles meios de comunicação social que ridicularizam a santidade do matrimônio e a virgindade antes do casamento”.
Jesus proclamou no Sermão da Montanha: “Bem-aventurados os de coração puro porque verão a Deus”. “Para o homem de coração puro, tudo se transforma em mensagem divina”, disse São João da Cruz, doutor da Igreja espanhol. Santo Efrém, também doutor da Igreja, ensinava que a castidade nos faz semelhantes aos anjos. Enfim, a castidade é uma virtude dos fortes que se dominam. Paul Claudel disse que “a juventude não foi feita para o prazer, mas para o desafio”.
O Mahatma Gandhi, libertador da Índia, que não era católico, afirmou: “A castidade não é uma cultura de estufa […]. A castidade é uma das maiores disciplinas, sem a qual a mente não pode alcançar a firmeza necessária. A vida sem castidade me parece vazia e animalesca. Um homem entregue aos prazeres perde o seu vigor e vive cheio de medo. A mente daquele que segue as paixões baixas é incapaz de qualquer grande esforço. Deus não pode ser compreendido por quem não é puro de coração”. (Toschi Tomás, “Gandhi, mensagem para hoje”, Ed. Mundo três, SP, 1977, pg. 105s).
Uma vida lutando pela castidade dá ao jovem o autodomínio sobre as paixões e as más inclinações do coração e o prepara, com têmpera de aço, para ser um verdadeiro homem, e não um frangalho humano que se verga ao sabor dos ventos das paixões, da influência da mídia e dos cantos das sereias deste mundo. Eu entendi que a castidade é o esteio que sustenta o equilíbrio de um homem. Os homens e mulheres casados traem seus cônjuges porque não souberam exercitar a força de vontade na luta da castidade. Um casamento forte só pode existir quando ambos aprenderam a se dominar no namoro e no noivado. Mais importante que dominar uma cidade é dominar-se a si mesmo, diz o livro dos Provérbios.
Por tudo isso, jovem cristão, não desanime nem desista de lutar; cada um de nós tem a sua cruz nesta vida; mas com a graça de Deus é possível carregá-la até onde Ele quer. Tenha uma vida de “vigilância e oração”, como Jesus mandou; esse é o grande remédio para não pecar. Não se entregue a maus pensamentos eróticos nem aos filmes, revistas e coisas do tipo; fuja disso heroicamente. Suplique sempre a graça de Deus. Consagre-se todos os dias a Nossa Senhora e peça sua ajuda. Participe da Missa e da comunhão sempre que puder, e se confesse sempre que pecar, para ter forças de não cair novamente.
Jamais dê ouvidos a quem lhe disser que “a masturbação não é pecado”, e que o sexo no namoro também não o é; pois o Catecismo da Igreja Católica afirma a desordem existente nessa prática. Ainda que você caia, se continuar a lutar, se continuar a dizer "não" ao pecado no seu coração, levante-se, confesse-se com um sacerdote e continue sua luta e sua caminhada. Não importam quantas vezes você cai; importa que se levante. Jesus sabe que você está numa guerra e que numa guerra, às vezes, o soldado pode cair e ser até baleado, mas nem por isso deve desistir de lutar.
Muitos são os psicólogos não cristãos, e também outros “orientadores”, e a mídia de modo geral, que induzem o jovem à masturbação, ao relacionamento sexual no namoro e fora dele, etc. O namoro não existe para que vocês conheçam os seus corpos, mas sim as suas almas. Alguns querem se permitir um grau de intimidade “seguro”, isto é, até que o “sinal vermelho seja aceso”; aí está um grave engano. Quase sempre o sinal vermelho é ultrapassado e, muitas vezes, acontece o que não deve. Quantas namoradas grávidas…
Um namoro puro só será possível com a graça de Deus, com a oração, com a vigilância e, sobretudo quando os dois quiserem se preservar um para o outro. Será preciso, então, evitar todas as ocasiões que possam facilitar um relacionamento mais íntimo. O provérbio diz que “a ocasião faz o ladrão”, e que, “quem brinca com o perigo nele perecerá”. É você quem decide o que quer.
O jovem casto é hoje a esperança de Deus e da Igreja para renovar esse mundo apodrecido pelo pecado do sexo desregrado, que profana a mais sagrada criatura, templo do Espírito Santo. São Paulo diz que: “de Deus não se zomba. O que o homem semeia, isto mesmo colherá” (Gl 6,7); a castidade que o jovem semear na juventude será transformada em frutos doces na sua futura vida familiar.

Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

Fonte: Canção Nova

21/06/2012

E quando a vida nos diz "não"?

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Nem sempre as portas estarão fechadas

Nem sempre quando a vida nos diz "não", tal resposta tem a finalidade de nos encerrar em um tempo de esterilidade. O "não" pode também se manifestar como a possibilidade de trilharmos um novo caminho, adentrando por uma nova porta que a nós se inaugura neste específico momento. Há momentos nos quais, de maneira antecipada e, quem sabe, até precipitada, tudo definimos e estabelecemos dentro de nós, idealizando nossos sonhos e metas de maneira irrevogável. Entretanto, em muitas circunstâncias, as realidades acabarão não acontecendo da maneira como planejamos, e nesses peculiares invernos, poderá – intensamente – nos visitar a frustração.

É horrível desejar tanto uma realidade e, por fim, deparar-se com a sua não realização. Contudo, não é só quando a vida sorri que podemos ser felizes. Muitas vezes, a felicidade que nos espera será preparada pelas lágrimas, sendo que estas podem se tornar um sólido alicerce para a construção de uma madura realização em nossa história. As lágrimas podem também gerar vida e recomeços, e o não, pode se tornar um específico lugar onde se pode refletir e escutar a Verdadeira voz, que poderá nos conduzir à mais perfeita realização.


Assista: "Deus quer nos curar através do amor", com padre Adriano Zandoná

Neste processo de deparar-se com o "não" se faz essencial a confiança. Confiar em um motivo Maior no qual possamos recostar nossas fragilidades, pois sempre haverá um concreto sentido (significado) no qual poderemos ancorar nossas esperanças e depositar as nossas lágrimas. Faz-se necessário confiar nos planos de nosso Autor, pois, diante de cada circunstância, Ele sempre verá mais longe e comtemplará o real muito melhor que nós mesmos.

É preciso, de fato, confiança e abandono, mesmo quando a vida diz "não", pois o "não" – conduzido por Deus – torna-se fonte de vida e de felicidade para nós. É preciso dizer "sim" aos "nãos" que Deus nos apresenta, acreditando que Ele conhece nossos sonhos e que, quando nos diz "não", é porque está nos preparando algo infinitamente superior ao que esperávamos.

Seus planos são perfeitos, e no centro deles estamos nós. É preciso treinar a audição para o Infinito e sempre n’Ele esperar, dizendo constantemente "sim" às realidades nas quais Ele nos insere. De tal forma em tudo cresceremos, adquirindo uma sabedoria e maturidade ímpares, que nos farão adentrar naquilo que é próprio da Eternidade. Cresçamos com os "nãos", treinemos a confiança e nos abandonemos aos cuidados deste singular e infinito Amor!

Padre Adriano Zandoná

Fonte: Canção Nova

20/06/2012

Posso falar o que penso?

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Há o dever de falar e há o dever de calar-se
A virtude da veracidade - dizer a verdade –, é como uma alta montanha com duas vertentes. A primeira contempla a “sinceridade”, o dever de dizer a verdade, evitando absolutamente a mentira. A segunda vertente contempla a virtude da “discrição”, concretamente, o silêncio virtuoso e “o segredo que deve ser guardado” (Catecismo da Igreja Católica, n. 2469).

Há um direito à verdade e há um direito ao silêncio. Há o dever de falar e há o dever de calar-se. Assim como muitas vezes a justiça e o amor exigem que a verdade seja manifestada ao próximo, em outras ocasiões mandam guardar silêncio para resguardar a verdade.

É oportuno, para que isso fique mais claro, relembrar agora o que o Catecismo diz sobre a mentira: «Mentir é induzir em erro aquele que tem o direito de conhecer a verdade» (n. 2483).


Sublinhamos de propósito a expressão “tem o direito”, porque ela nos dá a chave desta segunda vertente. «O direito à comunicação da verdade – esclarece o Catecismo – não é incondicional. Cada um deve conformar a sua vida com o preceito evangélico do amor fraterno. Este requer, nas situações concretas, que se avalie se é conveniente ou não revelar a verdade àquele que a pede» (n. 2488).


Assista: "Nem tudo me convém", com o saudoso padre Léo


Abordemos essa questão em forma de perguntas e respostas:

– É sempre oportuno dizer a um doente o grau de gravidade do seu mal?

– Às vezes, não é.
– Mas não é uma grave omissão esconder de um moribundo a situação crítica em que se encontra – falando-lhe pelo menos de “situação de risco” ou de “perigo”– , impedindo-o de se preparar com a recepção dos últimos Sacramentos?
– Sem dúvida, é um pecado de omissão.
– Mais uma pergunta: Um marido deve deixar aflita a esposa narrando todos os detalhes da crise profissional que o ameaça, se não há necessidade disso ou uma clara conveniência? Não será mais caridoso evitar-lhe, serenamente e com um sorriso, um sofrimento perfeitamente inútil, e só falar mais tarde, caso a crise se confirme?
– Depende das circunstâncias, mas geralmente é um ato de caridade evitar queixas, alarmismos e angústias inúteis, que só vão fazer sofrer uma pessoa que, no momento, não pode ajudar.
– Pelo contrário, não deverá falar à esposa quando for preciso viver uma especial confiança e apoio mútuos, a fim de enfrentarem juntos a adversidade?
– Certamente, nestes casos, deverá.

As situações, como percebemos, são inúmeras, mas a “regra de ouro” é sempre a mesma: a caridade, a norma que Cristo nos ensinou: Tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o vós a eles (Mt 7, 12).


Padre Francisco Faus
http://www.padrefaus.org/

Fonte: Canção Nova

19/06/2012

Esforça-te, pois, e converte-te!



Eu repreendo e educo os que eu amo. Esforça-te, pois, e converte-te. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo. Ao vencedor farei sentar-se comigo no meu trono, como também eu venci e estou sentado com meu Pai no seu trono. (Ap 3,19-21)

A cada Santa Missa, Jesus nos faz este convite: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo”. É por isso que nossa presença na Celebração Eucarística precisa ser profunda e fervorosa, pois é o próprio Cristo que se dá nessa Ceia.

Nesse mesmo trecho do Apocalipse, o Senhor nos diz: “Eu repreendo e educo os que eu amo. Esforça-te, pois, e converte-te”.

Temos a crença de que a cada Missa Jesus renova o Seu sacrifício, mas, infelizmente, a nossa fé não tem sido traduzida em atos. A ordem de Deus, na Palavra, é “Esforça-te, pois, e converte-te”. Temos sido muito relaxados. Muitas pessoas vão à Missa, mas não participam, não se colocam inteiramente na celebração. Estão somente de corpo presente, vão só por obrigação.

Nossa mentalidade precisa ser mudada! Em cada Celebração Eucarística o Senhor quer cear e ter um contato íntimo conosco. A Missa é um banquete íntimo, no qual Nosso Senhor Jesus põe sobre a mesa o Seu próprio Corpo e o Seu próprio Sangue. É mais do que um banquete, é um sacrifício.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

(Trecho do livro "Eucaristia, nosso tesouro" de monsenhor Jonas Abib)

Fonte: Canção Nova

18/06/2012

Por que ir à igreja?

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Lá mataremos nossa sede

Nas regiões onde a carência de água é bastante prejudicial à sobrevivência do ser humano, os caminhões-pipa são indispensáveis para que muitas famílias possam receber periodicamente o mínimo necessário de água para sua sobrevivência. Sem este veículo que leva a água em seu reservatório, muitas famílias estariam condenadas a conviver com a falta d'água. E todos sabem que esse líquido é um elemento necessário para nossa sobrevivência.

O caminhão-pipa transportando a água está de certa forma levando vida a todos aqueles que dependem dessa substância para continuar vivos. Abastecido, ele cumpre o seu papel de ser um rio onde não há nascentes.

Muitas pessoas se perguntam qual a importância de participar da Igreja. Muitos se afastam da comunidade cristã pelos mais variados motivos. Outros até participam, mas voltam para casa do mesmo modo como chegaram. Em meio a uma sociedade que, muito rapidamente, vai criando a mentalidade de que a espiritualidade é algo individualista, qual o sentido de participar da Igreja? Por que ir à igreja?


Assista: "Reavivados na fé", com padre Roger Luis

Muitas vezes se chega à igreja como um caminhão-pipa, porém vazio, sem a água necessária que é sinal de vida. Diante do mistério de Deus, da Palavra proclamada, refletida e meditada, do pão e do vinho que se tornam o Corpo e Sangue de Cristo, nos abastecemos da Vida em Plenitude oferecida pelo próprio Cristo. Deste modo voltamos para casa cheios da Água Viva e, assim, podemos partilhar com aqueles que convivem conosco a Água que em nós foi depositada em nosso coração.

O coração é o depósito da Vida em Plenitude, no qual levamos o amor de Deus a nossos irmãos e irmãs. Quando deixamos de participar da Igreja nosso coração fica vazio e seco. Como alguém pode saciar a sede de outra pessoa se não possui nem mesmo água suficiente para saciar a própria sede?

Um caminhão-pipa só cumpre seu papel se estiver abastecido de água. Um ser humano só se sente completo como pessoa se estiver abastecido da presença de Deus. Por que ir à igreja? Ir à igreja porque nela está a Fonte de Água Viva, que sacia nossas sedes interiores. E porque, uma vez abastecidos da presença de Deus em nós, podemos levar esta mesma Água a todos aqueles que pedem uma gota da Água da Vida, a qual lhes devolva o sentido de viver em uma sociedade que partilha outras águas artificiais que não saciam a sede; mas pelo contrário, fazem com que o ser humano sempre tenha mais sede de vida verdadeira.

Ir à igreja porque lá encontramos a comunidade reunida. Na união com os irmãos e irmãs de comunidade partilhamos as dores e alegrias da vida em uma comum unidade. Ir à igreja porque é lá que o milagre da Eucaristia acontece em toda Santa Missa celebrada. Ir à igreja para voltarmos para casa melhores do que chegamos.

Muitas pessoas quando voltam para casa, ouvem de seus familiares: “Você foi rezar e voltou pior?” Quando voltamos para casa abastecidos do Amor de Cristo em nós é impossível voltarmos para o cotidiano da vida do mesmo jeito que chegamos. Somente quem teve sua sede saciada por Deus poderá saciar a sede de outras pessoas com o mesmo amor que recebeu.

Se o caminhão-pipa leva a água que sacia a sede humana biológica, nós somos convidamos a sair da igreja com o coração abastecido da Água Viva que sacia a nossa sede humana do Amor Divino.

Padre Flávio Sobreiro
Comunidade Canção Nova

15/06/2012

Não se deixe abalar pela tristeza!


A Palavra de hoje está em Eclesiástico 30, 22: “Não entregues tua alma à tristeza e não aflijas a ti mesmo com tuas preocupações. A alegria do coração é a vida da pessoa.”

"Não entregue sua alma à tristeza, entregue-a a Deus. Coloque a mão em seu coração e diga:

'Quero entregar a Ti, Senhor, toda a minha alma, não quero mais permanecer na tristeza'". A missionária nos encoraja a oferecer a Deus toda nossa vida e o nosso coração, deixando que a alegria do Espírito Santo nos invada. “Deixe-se alegrar por ser de Deus, por ser escolhido e salvo por Ele por meio de Jesus. Alegre-se, porque você é especial para o Senhor, Ele o valoriza e o chama para ficar ao Seu lado.”

Peça a Deus a graça de não mais pecar, pois o pecado traz tristeza ao coração. “Liberte-nos, Senhor, de todas as amarras e correntes que nos prendem ao pecado. Que toda mágoa e toda raiva sejam colocadas para fora, porque esses sentimentos são grande fonte de tristeza em nossas vidas. Entregamos a Ti, Senhor, todas as pessoas às quais precisamos perdoar e acolher para sairmos da tristeza.”

"Neste momento vamos renunciar a todo sentimento de mágoa, ressentimento, ódio, raiva, ira e pecado que causam tristeza em nossa alma. Diga ao Senhor: 'Eu não quero mais pecar. Para sair da tristeza eu quero viver na Tua graça, fazendo hoje uma boa confissão'. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!"


Fonte: Canção Nova

14/06/2012

Pelo poder do nome de Jesus

Ironi Spuldaro
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com
Se eu quero ser liberto de todos os demônios, eu tenho que sair do comodismo e do anonimato impostos pelo mundo. Precisamos ser referência do amor de Deus na vida dos nossos irmãos.

Talvez hoje a sua doença vá muito além de um problema físico e, por causa dela, você se vê distante de todos aqueles que ama, se vê afastado de Deus por não se sentir digno de estar na presença d'Ele.

Hoje eu o convido a fazer a experiência de realmente tocar que na orla do manto de Jesus. Assim como narra a Sagrada Escritura, quando a mulher que era considerada maldita e vivia isolada havia doze anos, distante de todos, em um ato de fé se joga aos pés do Senhor e toca no manto d'Ele.

Infelizmente, hoje, muitas pessoas querem seguir Jesus não por aquilo que Ele representa, mas sim por causa do que Ele pode realizar. Muitas pessoas são curadas milagrosamente por Deus, mas não continuam vivendo essa experiência de eternidade e terminam por dar contratestemunho de tudo o que viveram.

Quando desejamos romper com o pecado, devemos nos alimentar do sagrado, estudando a história dos santos, os documentos da Igreja, intensificar nossa vida de oração, estudo da Palavra, fazer adoração e comungar a Eucaristia e buscar a confissão.

Nós precisamos clamar o Espírito Santo, pois Ele é o doce hóspede da nossa alma. Sem Ele não podemos encontrar a libertação do que nos aprisiona e a cura para o que nos fere.

É preciso retirar todo medo e toda infecção causada pelo pecado, porque todo medo vem de satanás e esta é a única arma que ele tem contra Deus. Não permita que seu medo seja maior que sua fé.

Não podemos viver na mentira, pois só a verdade é capaz de libertar. Somos vítimas das mentiras impostas pelo mundo quando este nos diz que não somos capazes de realizar grandes feitos. Mas a verdade é uma só: Deus o fez para a vida eterna, para a vitória e ela já foi dada pela graça do amor d'Ele.

"Não permita que seu medo seja maior que sua fé", exorta Ironi Spuldaro
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Deixe o Espírito de Deus fazer novas todas as coisas na sua vida. Não permita que o medo reine na sua casa. A luz da verdade quer fazer novas todas as coisas, permita que ela toque suas misérias.

Aceite Jesus Cristo como Senhor da sua vida! Ele quer restaurar o seu lar, seu matrimônio, o seu relacionamento com seus filhos. Essa poderosa unção de avivamento entra o seu coração, porque hoje é o dia do Senhor.

Queira tocar no manto do Jesus hoje, mesmo que hoje você se sinta indigno de tal feito. Coloque-se aos pés do Cristo e agarre a orla do Seu manto, tenha fé que sua vida pode ser renovada pelo ação do Espírito e permita que Ele mostre a verdade existente no coração de Deus.

Fonte: Canção Nova

13/06/2012

O valor da espera!


A castidade é totalmente essencial para a felicidade de um jovem. Não se deixe enganar e pensar que a maioria dos jovens tem relações sexuais. Não, não têm! Existe muito o que saber e pensar antes de se chegar a uma relação sexual.

As experiências sexuais entre adolescentes são um risco para seu corpo, para suas emoções e para seu futuro. É maravilhoso ver que cresce, nos Estados Unidos, cada vez mais a abstinência sexual entre o público juvenil.

É certo que existem jovens que decidem ter relações sexuais; mas são eles que terão de viver com as consequências de sua decisão. Existem muitas formas de expressar seu carinho sem ter relações íntimas. Trate de evitar as situações que intensifiquem as emoções sexuais; será mais difícil “frear” neste caso.

Carlos Beltramo diz que os beijos e as carícias movem os hormônios. Às vezes, você como jovem pode afirmar: “Os hormônios são incontroláveis”. E perguntamos: “Onde você esteve ontem à noite?”. Resposta: “Em um parque até as três da madrugada… Cheguei lá às 20 horas com minha namorada”. Portanto, quem escolheu? Quem entrou nessa situação? É normal que haja impulsividade se favorecemos as oportunidades: um selinho, outro selinho, um beijo… E depois: “Estamos cansados! Vamos para o sofá?”. Faça esta pergunta a você mesmo: “Por que fui para o apartamento com ela?” É como fogo sobre palha!

O que é o namoro?

Existem jovens que pensam: “Se ela não aceitar, não me ama”. Sendo um sentimento, o enamoramento pode ser destruído facilmente pelas experiências negativas. O verdadeiro amor cresce, mesmo em meio a experiências difíceis.

Para viver a pureza (castidade), mantenha-se ocupado (a) com esportes e com as atividades de grupo.

Alguns jovens veem a sexualidade como uma atividade de ócio prazerosa, por isso existe menos densidade no enamoramento, menos pretensão de eternidade. A experiência do enamoramento é a mais plena das experiências, não é eletiva, é surpreendente. Eu me surpreendo enamorado.

Se você e sua namorada ou namorado não puderem chegar a um acordo sobre esse tema, então talvez fosse melhor procurar outra pessoa que pense igual a você. Dizer “não” pode ser a melhor maneira de dizer “eu te amo de verdade”. A castidade não significa rejeição nem menosprezo ao amor. Significa defender o amor do egoísmo.

Repito: a castidade é totalmente essencial à felicidade do jovem. A masturbação e a pornografia fazem com que o homem procure o prazer ao ritmo de seu sexo. Gera prazer, sim, mas não treina para ser feliz. Não treina para amar.

As pessoas precisam crescer no aspecto da paciência. Esse é um déficit muito comum na sociedade moderna, que incentiva a gratificação instantânea desde a infância. Para reforçar a virtude da paciência, a pessoa não deve ser impaciente, porque sendo assim enfraquece a virtude e fortalece o defeito. Vale a pena desenvolver os bons costumes e esperar!

Fonte: Martha Morales - Destrave

12/06/2012

Não se prenda ao passado

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A mulher de Ló: uma metáfora sobre o prender-se ao passado

Muitas pessoas desejam começar uma vida nova, porém, ficam presas ao passado. O olhar que deveria estar presente nos novos horizontes das possibilidades oferecidas pela vida fica perdido nos erros de um passado que já passou. Olhar em direção às possibilidades da vida é uma bonita maneira de recomeçar a caminhada. Ficar com os olhos presos a um passado mal-sucedido é dar vida a sofrimentos que já deveriam estar sepultados.

No livro de Gênesis, encontramos uma passagem em que anjos aparecem a Ló e pedem que ele e sua família deixem o território onde vivem e partam para as montanhas, pois Sodoma e Gomorra seriam destruídas. Esses seres celestes os alertaram sobre o risco que eles correriam de ser transformados em estátuas de sal se olhassem para trás na fuga. No entanto, a mulher de Ló desobedeceu, olhou para trás e se tornou uma coluna de sal (cf. Gênesis 19,17-29).

Há três tipos de pessoas: 1) as que vivem no passado; 2) as que vivem no futuro; e 3) as que vivem no presente. A mulher de Ló voltou seu olhar para Sodoma e Gomorra. Possivelmente sentiu saudade de tudo aquilo que estava deixando para trás. O gesto de voltar-se e olhar em direção a um passado pode revelar muitas coisas escondidas no coração daquela mulher.


Assista: "Abandone sua capa", com o saudoso padre Léo


Muitas pessoas vivem do passado. Alimentam sua vida de coisas que já se foram. Dão vida a sofrimentos que já estão sepultados. Não conseguem estabelecer uma relação saudável com o hoje de sua existência. Procuram no passado certezas que se encontram no presente.

A mulher de Ló ficou presa a um passado que não mais lhe pertencia. Por isso tornou-se uma coluna de sal. Ficou petrificada, com o olhar e o coração presos àquilo que não mais deveria ser o essencial da vida. Quando se perde o essencial da vida presente, fica-se petrificado com o coração no passado. Dar vida a um passado de sofrimentos, incompreensões, desilusões, erros, é alimentar-se de sombras.

Mesmo que desejássemos do mais profundo de nosso coração, não poderíamos fazer, nem sequer um milésimo de segundos, o que passou voltar. O que podemos fazer é nos reconciliarmos com o passado de nossa história. É vivermos o hoje como um presente de Deus. Tudo é graça! E Deus Pai nos presenteia a cada dia com o Seu amor, manifestado no dom da vida em suas múltiplas e infinitas possibilidades.

Olhar para o passado e buscar nele aquilo que não nos torna humanos é olharmos para as sombras de nossa existência e nos alimentarmos dela. Olhar o hoje de nossa história é reconhecermos a graça de Deus manifestada na esperança de um novo tempo a cada um de nós.


Padre Flávio Sobreiro

Comunidade Canção Nova
Fonte: Site Canção Nova

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11/06/2012

Transmissão da Fé

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Nossa missão é evangelizar

A transmissão da fé cristã é a importante tarefa que desafia a Igreja Católica no cumprimento da missão recebida de seu fundador, Jesus Cristo. Um serviço que está permanentemente no horizonte da Igreja. E uma meta desafiadora: fazer todos os povos seguirem o caminho indicado pelo Mestre.

O Papa Bento XVI, sucessor do apóstolo Pedro na condução da Igreja, configura esse insubstituível dever de transmissão da fé como urgência de uma nova evangelização. Desse modo, o Sumo Pontífice convocou a realização, no mês de outubro, em Roma, da 13ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, congregando representantes dos bispos, sacerdotes, leigos e peritos do mundo inteiro, para aprofundar o tema da Nova Evangelização.

A abertura dessa assembleia, importante órgão de consulta e reflexão, assessorando o Papa no seu ministério, entrelaça também importantíssimos acontecimentos, como o início das celebrações, em 11 de outubro próximo, dos 50 anos do Concílio Vaticano II, realizado entre 1962 e 1965, além da abertura e celebração do Ano da Fé, que será vivido até a festa de Cristo Rei, em novembro de 2013.

O Papa Bento XVI sublinha que esse Ano da Fé será uma ocasião propícia para todos os católicos compreenderem, de forma ainda mais profunda, o fundamento da fé cristã. Conforme explica o Santo Padre, em sua Carta Encíclica Deus caritas est (Deus é amor), esse fundamento “é o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e com isto a direção decisiva”.


Assista: "Rebeldia x obediência", com monsenhor Jonas Abib"



A tarefa, portanto, urgente e primordial na missão da Igreja é qualificar, ampliar e oferecer a todos, a partir do encontro com Jesus Cristo Ressuscitado, uma redescoberta da fé cristã na sua integridade e no seu esplendor. Missão ainda mais urgente na atualidade, momento em que a fé, como também sublinha o Papa Bento XVI, é um dom a redescobrir, cultivar e testemunhar para se experimentar a beleza de vivê-lo.

Essa tarefa missionária de transmitir a fé cristã, para que ela seja vivida de modo fecundo, é o que se entende por evangelização. É a referência à atividade da Igreja em sua totalidade. Trata-se de uma preocupação e de uma permanente busca, marcando culturas, redirecionando vidas, resgatando e configurando valores na história da humanidade. Tomar conhecimento destas etapas e constatar a beleza desta preocupação ajuda a entender o papel importante da missão da Igreja no mundo, seu cumprimento em meio a muitos desafios e a necessidade, neste terceiro milênio, de um novo impulso.

Por isso, estão postos os desafios de uma pregação qualificada do Evangelho, em conteúdo e comunicação; a catequese, como alegre transmissão da fé, envolvendo todos, especialmente os catequistas e, particularmente em cada família, o pai e a mãe. Também a vida sacramental e o cultivo do valor rico da piedade popular com o insubstituível testemunho de vida de cada um. Essa tarefa de transmissão da fé é assumida e retomada, no contexto das turbulências e mudanças profundas de nosso tempo, na contramão de muitas coisas.

Na contramão das imposições superficiais, geradas e alimentadas pela mentalidade consumista e individualista que leva a compreender o bem e a felicidade como consumo, ou como simples e insaciável prazer. Na contramão do entendimento adequado da autonomia do sujeito e do uso da liberdade, percebida como rejeição a qualquer tipo de tutela, com a consequente e perigosa perda de referências. Na contramão dos portadores das bandeiras do ateísmo, da indiferença, prejudiciais tanto quanto os entendimentos mágicos da experiência religiosa, com manipulações milagreiras, ignorando o poder da fé na promoção da cidadania, da ética e da honestidade.

A Igreja Católica, em razão do tesouro precioso de sua fé e do compromisso no seguimento de Jesus Cristo, está abrindo uma nova e determinante etapa. Nela, a transmissão da fé se torna prioridade nos planejamentos, atividades, compromisso prioritário de todos. Nesse fluxo de eventos, celebrações e acontecimentos, a Igreja Católica está constituindo Observatórios para o entendimento desta Nova Evangelização. Aqui na América Latina, esses Observatórios estarão em Belo Horizonte, Buenos Aires, Medellín, Rio de Janeiro e Santiago do Chile. Desde a compreensão adequada e sempre desafiadora da pós-modernidade, incluindo a valorização e resgate de experiências de fé, contando com o trabalho de catequistas, pai, mãe, evangelizadores e ministros, até o lastro do diálogo com a sociedade contemporânea para que a vivência do Evangelho sustente culturas, alimente o sentido da vida e corrija nossos descompassos.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte

Fonte: Canção Nova

08/06/2012

Como você tem construído seus planos?

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Repense o seu modo de ver a vida
Em nossa vida fazemos planos, estabelemos metas e, com isso, visualizamos situações que “podem vir a ser”, que “podem ocorrer”, e nos colocamos numa posição de expectativa e investimento de energia, trabalho e emoção. As expectativas de vida podem, em algum momento, concretizar-se ou não.

O acúmulo de expectativas e situações não resolvidas, bem como problemas cotidianos, profissionais e pessoais podem nos levar ao famoso estresse, que não vem apenas por aquilo que está externo a nós e visível, como problemas, pessoas, falta de dinheiro, desemprego, etc., mas especialmente ao que chamamos de fatores internos, e um em especial: a maneira como interpretamos a vida e seus acontecimentos, as pessoas com as quais convivemos, as situações pelas quais passamos.

Geramos ou pioramos um estado de estresse pela forma como encaramos a vida. Quer um exemplo bem simples de como isso acontece? Por um descuido, você bate seu carro. Não é nada grave, não houve vítimas. Qual a solução mais prática? Buscar um funileiro, avaliar os danos, fazer o orçamento, as formas de pagamento, se você pode ou não pagar agora e decidir por fazer o conserto. Isso é prático, racional e direto (mesmo sabendo que haverá um gasto e que você não poderá pagá-lo agora).

Porém, um modo que gera grande desgaste é olhar para a mesma situação cobrando-se: “Eu fiz tudo errado! Como pude bater este carro! Eu não me perdoo, sou mesmo um idiota”. Todos esses pensamentos estressantes e autopunitivos trouxeram alguma solução? Certamente não. Percebe agora como nossos pensamentos e crenças pessoais podem influenciar nossa reação diante de um acontecimento?

A forma como interpretamos as situações e o modo como nossos pensamentos se desenrolam desencadeiam, portanto, a produção do famoso estresse. Crença é aquilo que dá significado à nossa vida. Se eu creio em Deus, meus atos tendem a ser pautados por essa crença. Por outro lado, se creio que tudo será péssimo, que não sou capaz, que nada dá certo comigo ou que nunca minhas expectativas darão certo, temos aí um bom caminho para atitudes desfavoráveis e um amontoado de novos pensamentos negativos e um belo caminho para o adoecimento e para um círculo contínuo e vicioso de estresse.

Muitas vezes, quando estamos nesse estado, achamos mil desculpas para justificá-lo: "Estou estressado porque meu carro quebrou". Ou: "Porque meu time perdeu", assim como: "Porque meu namoro acabou", porque ... porque... porque... sempre baseados em fatos externos.

Você já parou para pensar qual é a sua parcela de responsabilidade diante do que não deu certo? Será que não é devido à sua forma de ver o mundo que o estresse acontece e com ele todas as consequências físicas e emocionais em sua vida?

Faço este convite a você: pare e observe como você encara o mundo ao seu redor. Este pode ser um primeiro passo para não ser refém da vida e dar um novo significado à sua história.

Elaine Ribeiro
psicologia01@cancaonova.com
Fonte: Canção Nova



07/06/2012

Significado da Festa de Corpus Christi, celebrada nesta Quinta



Procissão com Jesus Eucarístico pelas ruas da cidade de Montes Claros - MG

Nesta quinta-feira, 07, a Igreja Católica, em todo o mundo, comemora o dia de Corpus Christi. Nome que vem do latim e significa “Corpo de Cristo”.

A festa de Corpus Christi tem por objetivo celebrar solenemente o mistério da Eucaristia - o Sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo.

Acontece sempre em uma quinta-feira, em alusão à Quinta-feira Santa, quando se deu a instituição deste sacramento. Durante a última ceia de Jesus com seus apóstolos, Ele mandou que celebrassem Sua lembrança comendo o pão e bebendo o vinho que se transformariam em seu Corpo e Sangue.

"O que come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna e, eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida. O que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. O que come deste pão viverá eternamente" (Jo 6, 55 - 59).

Através da Eucaristia, Jesus nos mostra que está presente ao nosso lado, e se faz alimento para nos dar força para continuar. Jesus nos comunica seu amor e se entrega por nós.

Origem da Celebração

A celebração teve origem em 1243, em Liège, na Bélgica, no século XIII, quando a freira Juliana de Cornion teria tido visões de Cristo demonstrando-lhe desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque.

Em 1264, o Papa Urbano IV através da Bula Papal "Trasnsiturus de hoc mundo", estendeu a festa para toda a Igreja, pedindo a São Tomás de Aquino que preparasse as leituras e textos litúrgicos que, até hoje, são usados durante a celebração. Compôs o hino “Lauda Sion Salvatorem” (Louva, ó Sião, o Salvador), ainda hoje usado e cantado nas liturgias do dia pelos mais de 400 mil sacerdotes nos cinco continentes.

A procissão com a Hóstia consagrada conduzida em um ostensório é datada de 1274. Foi na época barroca, contudo, que ela se tornou um grande cortejo de ação de graças.

No Brasil

No Brasil, a festa passou a integrar o calendário religioso de Brasília, em 1961, quando uma pequena procissão saiu da Igreja de madeira de Santo Antônio e seguiu até a Igrejinha de Nossa Senhora de Fátima. A tradição de enfeitar as ruas surgiu em Ouro Preto, cidade histórica do interior de Minas Gerais.

A celebração de Corpus Christi consta de uma missa, procissão e adoração ao Santíssimo Sacramento.

A procissão lembra a caminhada do povo de Deus, que é peregrino, em busca da Terra Prometida. No Antigo Testamento esse povo foi alimentado com maná, no deserto. Hoje, ele é alimentado com o próprio Corpo de Cristo.

Durante a Missa o celebrante consagra duas hóstias: uma é consumida e a outra, apresentada aos fiéis para adoração. Essa hóstia permanece no meio da comunidade, como sinal da presença de Cristo vivo no coração de sua Igreja.

Fonte: Canção Nova

06/06/2012

A Sabedoria escondida em todas as coisas

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Precisamos aprender a contemplar a vida

“Quero recordar agora as obras do Senhor, o que vi contarei. Ele sondou as profundezas do abismo e do coração humano, penetrou os seus segredos. Porque o Altíssimo possui toda a ciência e vê o sinal dos tempos. Nenhum pensamento lhe escapa e nenhuma palavra lhe é escondida. Todas as coisas formam dupla, uma diante da outra e ele não fez nada incompleto [...]” (Eclo 42, 15.18.20.24)

Um dos males muito profundos do nosso tempo é a incapacidade de contemplar, de parar gratuitamente diante da vida, da criação, dos acontecimentos, só para dar uma espiadinha despretensiosa e procurar saborear um pouco o sentido da existência.

Nosso mundo tudo quanto toca deseja manipular, usar em favor do tempo, do lucro, da vantagem... Mas, assim, não se vê o essencial, perde-se o mais importante, torna-se míope para o fundamental.

Na sua simplicidade, o Autor sagrado olha a criação; olha-a contemplando-a, como uma criança deslumbrada, deixando-se envolver e maravilhar pelo que contempla. Assim, em tudo reconhece a presença sábia, providente e amorosa do Senhor.


Assista: "Os três inimigos do homem", com padre Paulo Ricardo


Percebe que a realidade lhe escapa – e ainda hoje é assim: Tu, ó homem, não podes compreender de modo exaustivo o mistério da realidade, da vida, dos porquês da natureza, nem mesmo do teu coração...


E quando nos colocamos, de modo soberbo e pretensioso, diante desses mistérios, eles se tornam opacos, nada nos revelam e provocam uma angústia sem fim, a qual nos faz nos sentir pequenos, vazios, jogados à toa, num mundo sem sentido. Por outro lado, quando tomamos consciência de que, no princípio de tudo e por trás de tudo, há um Amor infinito, uma Sabedoria providente e amorosa, então tudo ganha novo sentido.

Ainda que não compreendamos tantas coisas e não tenhamos a resposta exata para tantas perguntas, podemos, feito crianças, olhar para o Alto, para Aquele que habita nos céus, e exclamar com sabedoria de menino:

“Eu não sei; mas, Tu sabes! Eu não compreendo; mas, Tu compreendes! Estou em tuas mãos benditas; tudo está em tuas santas e providentes mãos! Tu me amas; eu te amo! O teu Nome é Eternidade; o teu Nome é Amor!”


Dom Henique Costa, Bispo Auxiliar de Aracaju
www.domhenrique.com.br
Fonte: Canção Nova

05/06/2012

As estações e seus segredos

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Aprendamos com a natureza a recomeçar

Nasci numa manhã ensolarada de verão e gosto mesmo é do sol quente e brilhante desta estação. Porém, já aprendi com a vida que os outonos são necessários, assim como os invernos e também as primaveras. Na verdade, cada estação traz sua beleza e sua contribuição para que a vida não pare.

Agora aqui, na Europa, é primavera; no Brasil, outono e, assim, em todas as partes do mundo a natureza vai se revelando nas quatro estações, enquanto nos ensina, em silêncio, a também lidar com a arte de viver bem cada momento da nossa existência.

Aprendemos que o outono é o tempo dos ventos fortes e das folhas que caem. É a vez de deixar passar o que passa e ficar com o essencial; a vida precisa se abrir à renovação.

Já o inverno é a estação das chuvas intensas, do frio e da pouca luz. No entanto, traz também sua beleza. Em alguns lugares, ele cobre tudo com o manto branco e gelado da neve; em outros, nesse período as chuvas fortes lavam a natureza, ensinando-nos que lavar a alma também é preciso em tempo de silêncio e espera.

Na primavera, as cores enfeitam o universo de uma beleza rara. É a esperança que desponta, dando a vez ao poder da vida. E no verão, o brilho e o calor do sol exaltam a criação, convidando-nos a abrirmos o coração e deixarmos a luz divina entrar.

A natureza é sábia, conhece suas estações, compreende a linguagem de cada uma delas e as respeita passo a passo.

Há quem diga que “As estações do ano revelam a beleza que se esconde na harmonia dos contrastes”. Concordo e até acredito que também a vida humana tenha as suas estações e contrastes que se entrelaçam. A questão é: será que respeitamos a nossa metamorfose como faz a natureza?

Perdas e ganhos; frio e calor; escuridão e brilho, morte e vida. Tudo isso faz parte das muitas fases da nossa existência e não há como ser diferente porque a vida segue seu rumo. Já pensou se a natureza resolvesse parar em alguma das estações? Nós também não podemos parar em nenhuma das “estações” da nossa existência.

As podas do outono sempre vêm... Paciência! Elas são necessárias para fazer desabrochar o novo.


Assista: "Vem Senhor Jesus!", com padre Fábio de Melo

É verdade que, muitas vezes, os ventos do outono sopram forte contra nós e, assim, como folhas, vemos nossos sonhos voarem levados pelo ar. São perdas dolorosas, mas necessárias na arte de viver. Nessa hora é preciso calma. A Palavra de Deus nos ensina: "Depois da tempestade vem a calmaria” (Mc 4,39). E suportar o outono, com paciência, é preparar-se para a vitória que virá.

Quando o inverno chega todo o mundo percebe! Apesar de trazer também sua riqueza e ser uma estação aconchegante, não se pode fugir da realidade. O inverno é a estação do recolhimento, da reflexão, do silêncio, da espera… E ele não dura para sempre!

A Palavra de Deus lembra: "O pranto pode durar uma noite, mas a alegria vem ao amanhecer” (Sl 30,5).

Quando tudo parece imóvel e os dias são iguais, a semente começa a brotar. Nasce no coração uma esperança. A vida ressurge na força dos sonhos e, com eles, a existência se reveste de cores e brilho. É a primavera chegando, trazendo de volta a alegra da vida. Tudo parece ter um novo sentido, e a Palavra de Deus certifica: “A vida venceu a morte” (I Cor 15,55).

O tempo passa e, numa determinada manhã, o sol volta a brilhar mais forte. É o verão que chega trazendo o calor para aquecer nossos sonhos e a luz para iluminar nossos passos. Assim a vida prevalece. É a vitória afinal!

A natureza ensina-nos que quem passa por cada estação, sem queimar etapas, chega sempre à vitória e contempla a plena luz.

Seja qual for a estação que você esteja hoje, acredite: Deus está ao seu lado e o quer vivendo bem esse tempo. Nos aparentes contrastes, Ele costuma nos surpreender com Seu jeito sempre novo de amar.

Abramos nossos corações ao Amor do Senhor, pois este é mais radiante do que as cores da primavera, mais intenso que o calor do verão, mais forte que os ventos do outono e tem o poder de vencer todos invernos da alma.

Seja feliz!

Dijanira Silva
dijanira@geracaophn.com
Fonte: Canção Nova

04/06/2012

Felizes os que esperam no Senhor

O Livro do profeta Isaías traz duas mensagens e dois pontos fundamentais sobre Deus. O primeiro é a santidade do Senhor, pois, em várias passagens, Isaías fala sobre o Santo de Israel; e diante dessa santidade, o homem deve se apresentar com temor e adoração. O segundo ponto diz que Deus, sendo Santo, conduz o homem e guia seus passos, assim, Sua vontade prevalece. Aquilo que Ele escolheu para o homem deve ser trilhado. É inadmissível para o Senhor que o homem escolha outro caminho, porque a meta do Pai é a felicidade. Se o homem escolher outro percurso, não será feliz.

Tendo isso em mente, vemos que a Palavra nos mostra o povo de Israel vivendo uma aliança com o Egito para combater a Síria, a qual queria invadir Israel, pois este representava tudo de errado e ruim. Por esse motivo, Deus não concordava com essa aliança, pois eles tinham de buscar a ajuda d'Ele para vencer a guerra. Assim somos nós no dia a dia.

Muitas vezes, os cristãos buscam fazer aliança com aquilo que não é de Deus. Vivem suas lutas espirituais com as armas da carne, de forma humana e mundana. Quantas vezes ficam em cima do muro diante das coisas da Igreja! São cristãos que não concordam com muitos mandamentos e opiniões da Instituição criada por Cristo, mas todos os domingos comungam na Missa.

Deus conhece a cada um de nós e sabe o que pensamos sobre algumas decisões da Igreja como o aborto. Muitos se dizem cristãos, mas acham que o aborto é uma escolha da mulher. Quantos vivem com Deus, mas, ao mesmo tempo, se aliam com o que não vem d'Ele! Agindo dessa forma, acendem uma vela para Ele e outra para o diabo. No entanto, o Senhor nos ensina que não podemos viver assim.

Quando, na Palavra, Deus fala aos guerreiros que eles devem baixar suas armas e confiar no Seu poder - pois é Ele quem lutará em troca de conversão e serenidade -, estes se negam e dizem que lutarão contra os sírios e, se necessário, fugirão com seus cavalos. Diante dessa atitude, Deus vem nos ensinar que devemos ser discípulos, escutar e confiar no Seu poder e na Sua força, em vez de escolher ser “guerreiros” e fazer alianças com tudo e todos, menos com Ele. Não adianta fazer o contrário, como o povo fraco de Israel, que colocou sua força em tudo, menos no Senhor.

O Pai quer perdoar a todos, por isso a Palavra nos diz: "Felizes os que n'Ele esperam". Não é preciso chorar, pois Deus atende a todos no clamor de suas súplicas. Ele nos dá a receita para encararmos todos os problemas e todas as situações que machucam nossa alma e nosso coração. Basta ouvi-Lo e ser Seu discípulo. Sente-se aos pés do Pai e escute Suas Palavras.

Diante de Deus, somos todos aprendizes. Hoje, Ele vem nos dizer que, mesmo em todas as crises, oprimidos pelas forças do mal, Ele nos dá a Água da vida. Em meio a todas as dificuldades, Ele se aproxima de nós.

Mesmo vivendo situações difíceis, devemos crer que o Mestre não se esconde de nós. Sempre que pensarmos em nos desviar do caminho certo para cair num buraco, Ele virá e nos resgatará; daí, poderemos ouvir a Palavra que nos orientará. Devemos também nos lembrar sempre de que as dificuldades não são obstáculos para o Espírito Santo.

Nesta manhã, vamos pedir ao Espírito de Deus a graça de ter os ouvidos abertos para a voz do Senhor. Queremos ouvir a Sua voz e seguir Seus conselhos. Peçamos ao Espírito Santo que nos ilumine e nos aconselhe nesse discipulado. "Venha, Espírito Divino, guiar nossos passos, porque não conseguiremos a vitória sozinhos. Conduza-nos, nesse discipulado, pois, mesmo com muitas dificuldades, nós podemos ouvir a Sua voz. Guie-nos, Senhor".

Alexandre Oliveira
Missionário da Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova