31/12/2011

Ano novo, novamente é ontem


Em um jornal do último dia do ano passado algumas adolescentes se perguntavam: Como lidar com um amor de verão? Chamavam de dúvida cruel, se valia a pena uma relação momentânea. Em outros jornais, algumas charges sobre como nada mudou (inclusive elas).

Na mídia não faltam sugestões de metas, ou até mesmo exigências de que elas sejam traçadas, e, mais importante: cumpridas!

Querendo fugir dessa mesmice ao invés de perguntar quais eram as metas eu fiz a experiência de perguntar para alguns amigos o que era o Ano Novo. As respostas foram diversas: Quem? Como? Oi? Ué, Não sei! Como assim? O que você quer dizer?... É um ano que vem depois do outro?
Agora pergunto a você: O que será que é o Ano Novo?

Será que é um ano adolescente, jovem, original, moderno? Se existe um novo, existe um velho também?Ora, o que será que é o ano novo, hein?! Se um ano são 365 dias então um ano novo significa um novo número? Se não significa isso, então o que é?

Achei um tanto quanto engraçado muitos terem metas para o ano novo sem ao menos conhecer o sujeito.

Talvez o ano novo seja tão somente um único! Esse que acabou de passar, aquele único que se repete calendário após calendário. A diferença é que esse ano único, em que vivemos onde os números mudam tanto quanto as pessoas, seja as experiências e aprendizados que carregamos de um para o outro.

O novo é tão somente um mesmo ciclo de possibilidades e realizações que caracteriza o cotidiano. Isso faz do hoje, um ontem melhorado e do amanhã, um teste.

E nada muda tanto, nem tão rápido quanto o passado. Talvez até devêssemos desejar um feliz ano velho no lugar do ano novo, pois agora que ele acabou podemos conhecê-lo, mas do novo quem pode dizer algo?

Já sei! O novo é senão o passado transformado, o antigo perpetuamente em construção, o ontem melhorado, ora: NOVO é NOVO e ANO é ANO!!!

Portanto, antes das metas tiradas “do nada” para essa coisa que se chama “Ano Novo” e que ninguém sabe o que é ainda, que tal um balanço desse mesmo que mal passou?

As experiências não se extinguem com as labaredas dos calendários no lixo. E depois de recuperados dos desencontros da virada podemos nos chocar em dizer Feliz Ano, seja velho ou novo, baixo ou alto, gordo ou magro e metas sejam partes de tentar organizar essa bagunça de palavras que sucedem o ano dessa vida.

Reflita nisso!

30/12/2011

O esforço em fazer o bem nos protege do mal

Louvado seja Deus por ouvirmos esta passagem bíblica, pois poderíamos finalizar a semana de outra maneira, mas escolhemos começar com a oração. A Palavra de Deus nos ensina que, quando nos esforçarmos em fazer o bem, não nos desviando do caminho certo, ninguém poderá nos fazer mal.

Não tenhamos medo de quem nos ameaça, intimida e perturba por fazermos o correto. Quando isso nos acontecer ou nos sentirmos tentados a nos desviar do caminho certo por medo, voltemos ao nosso coração e declaremos o nome do Senhor, pois é Ele quem nos guia e fortalece.

Estejamos prontos para testemunhar que somos diferentes porque somos de Jesus Cristo. Nossos lábios precisam proferir que somos diferentes porque escolhemos ser de Deus. Não para sermos melhores do que os outros, mas porque decidimos obedecer ao Senhor e "apostar as nossas fichas" no bem.

E a Palavra de Deus nos aconselha que, ao falarmos que somos pessoas de Deus, devemos fazê-lo com mansidão, respeito e com boa consciência, porque não temos o direito de agredir o próximo por este ter uma religião diferente ou não ter feito a mesma escolha nossa. Uma pessoa que não tem confiança no que acredita tem atitudes violentas ao tentar forçar o outro a ter a mesma crença.

Se alguém vier a se confrontar com as razões pelas quais acreditamos em Deus, devemos responder-lhe com mansidão e respeito e nos espelhar em Jesus, que sempre foi manso com aqueles que não tinham uma religião ou eram pecadores. A falta de educação não traz ninguém para Deus.

A salvação que professamos e que levamos ao outro – pelo anúncio da Boa Nova – não pode ser para o beneficio próprio e, sim, para o beneficio do próximo, para que este seja salvo por Jesus. Isso é fazer o bem ao próximo.

Nós temos a possibilidade de optar entre fazer o bem ou mal. O esforço de fazer o bem nos protege do mal. Essa é a mensagem de Deus para nós, o esforço em fazer o bem nos protege contra todos os males, mas precisamos nos esforçar. O nosso mérito está em nosso esforço de praticar o bem.

Sem Deus não podemos fazer nada de bom. Fazer o bem é divino, mas o esforço precisa ser humano, esta é a nossa parte e o que nos torna merecedores de alcançar a graça de Deus. Ousemos e arrisquemo-nos em fazer o bem, em ser bons porque quando tentamos, firmamos a nossa vontade de fazer o bem.
A nossa salvação está na luta contra os nossos vícios, e é nessa luta que Deus nos liberta. A Palavra de Deus nos diz que só existe um tipo de felicidade: aquela que vem da liberdade. E ser livre é não se deixar dominar pelo que é mau; isso nos traz felicidade.


Márcio Mendes

Missionário da Comunidade Canção Nova

29/12/2011

Vamos hoje ofertar bons presentes?

Há bons presentes que podemos oferecer às pessoas e torná-las alegres e felizes, mas nenhum se compara a este: Pedir algo a Jesus por elas, como fez o oficial romano que pediu ao Senhor que curasse o seu empregado: “Senhor, o meu empregado está de cama, sofrendo terrivelmente com uma paralisia, Jesus respondeu: Vou curá-lo” (Mt 8,6-7).

Muitas vezes, encontramos as pessoas sorrindo e aparentemente bem, mas pode ser que interiormente estejam sofrendo terrivelmente a ponto de chorarem em silêncio.

Vamos hoje rezar por todas as pessoas que encontrarmos, sejam elas conhecidas ou não. Peçamos a Deus que as abençoe e as cure de todos os males.

Obrigada, Jesus, porque nos mostras o caminho da vida e nos ensina a viver de acordo com Tua vontade.

Jesus, eu confio em Vós!

28/12/2011

Ano novo, coração novo

Um coração envelhecido é aquele que desistiu de amar

Estamos acostumados aos rituais, às comemorações, às celebrações. Quando um ano se encerra e outro se inicia, celebramos o Dia da Paz, a confraternização entre os povos. Quando um novo ciclo se inicia, somos convidados a renovar algo em nós. Quem sabe, neste novo ano, possamos ter um coração novo.

O coração é a metáfora dos sentimentos, das intenções. Um coração envelhecido é aquele que desistiu de amar, que não acredita na humanidade e que, consequentemente, se fecha. E é, por isso, solitário. A solidão pela ausência do amor envelhece o coração.
As desculpas para um coração envelhecido recaem nas decepções com as pessoas que amamos.

Reclamamos dos erros dos outros, lamentamos as atitudes incorretas de nossos irmãos e, assim, optamos pelo fechamento. Vivemos condenando nossa triste situação. Pais, filhos, amigos, parece que não há ninguém de valor a nosso lado. Pensamos como seria bom se eles mudassem, se eles melhorassem.

O tempo pode ser uma boa escola. Ele nos ensina a tolerância, o respeito às limitações do outro e às nossas próprias limitações, a bondade no julgar. É uma lição de vida a reflexão de Madre Teresa de Calcutá: "Quem julga as pessoas, não tem tempo para amá-las".

Às vezes, os pais exigem dos filhos algo que não podem dar. O inverso é verdadeiro. E na relação entre o casal também. Cada ser é único. E talvez grande parte dos erros não sejam intencionais.

Meu irmão, não espere que o outro mude. Mude você. Diga à pessoa que você ama: "Quem tem que mudar sou eu, para que você seja mais feliz". E, se precisar, complete com o pensamento de Madre Teresa: Não vou perder tempo julgando, quero gastar esse tempo amando.

E é esse o convite para o novo ano. A consciência de que a sua família será melhor se você for melhor. Que o seu trabalho será melhor se você for melhor. Que o mundo, esse grande coração que pulsa, será renovado se o seu coração for renovado.

Feliz ano novo, feliz coração novo.

27/12/2011

Aonde você quer chegar?

Se não sabe para onde ir, qualquer caminho serve

Ano novo, vida nova! Depois da virada de mais um ano, existe algo diferente no ar. Já diz o poeta: "Ainda bem que existem janeiros..."

Na mídia, na rua, no trabalho é comum ouvir alguém dizer que neste ano vai comprar uma casa, ou viajar para tal lugar, trocar de carro, ou ainda simplesmente, que este ano vai ser diferente!

São sonhos e metas que se entrelaçam e dão um novo ânimo para a vida.

Algo interessante que descobri nesses dias é a diferença que separa um sonho de uma meta. Talvez até hoje você só tenha sonhado com o que gostaria de realizar na vida, mas nunca deu nem um passo concreto para realizar este sonho, ou seja, está vivendo sem meta.

"Meta é um alvo definido. Um ponto certo aonde se quer chegar. E pode-se aplicar este conceito nas diversas áreas da vida: família, profissão, estudo, relacionamento afetivo e social, economia, finanças pessoais, etc."

Em clima de recomeço, considero importante avaliar nossos reais objetivos e reconhecer quais deles são metas. "Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho já serve."

Quando não buscamos concretamente o que queremos ou sonhamos, acabamos "atirando para todos os lados" sem acertar o alvo. Desse jeito pode-se chegar ao final sem ter o que comemorar, e isso não é a vontade de Deus para nenhum de seus filhos, inclusive você.

Pergunto-lhe: Você sabe que rumo está dando para sua vida com o trabalho que realiza agora? Tem buscado no dia-a-dia o que realmente deseja alcançar? Se a resposta for negativa, provavelmente você não esteja feliz, e é possível que sua vida esteja sem sentido. Daí vem a pergunta: Mas e agora, o que fazer? Acredito que neste e em todos os casos, devemos sempre lembrar que nunca é tarde para recomeçar. Independentemente da idade ou situação em que se esteja, com a graça de Deus e força de vontade, tudo é possível.

Sonhar e querer algo é importante, mas isso não basta quando se trata de realização. É hora de traçar metas e dar passos concretos.

Ouvi uma historinha há pouco tempo que me ajudou a entender a diferença entre meta e sonho, veja só: Havia cinco macacos no galho de uma árvore: dois deles decidiram pular e pegar algumas bananas que estavam ali perto. Então vem a pergunta: Quantos macacos permaneceram no galho? A resposta é simples: os cinco animais continuaram no galho. Sabe por quê? Porque decidiram pular, mas nenhum deles o fez de fato.

Precisamos começar bem o ano, para vivê-lo bem por inteiro. Acredito que definir as prioridades e dar passos para chegar aonde se quer, é um ótimo ponto de partida. Disso vem a transformação de vida: a partir das atitudes e preferências concretas do dia-a-dia. Claro que isso não se consegue de uma hora para outra, empenho e perseverança são fundamentais. É também uma questão de escolha e disciplina pessoal.

O apóstolo Paulo, em uma de suas cartas, diz: "Nenhum atleta será coroado, se não tiver lutado segundo as regras " ( II Timóteo 2 , 5)

Que o Senhor nos ensine a buscarmos do jeito certo as metas que queremos alcançar neste ano novo e sempre.

Feliz Vida Nova para você!

26/12/2011

Natal e Ano Novo

Natal: Deus se faz humano para que nos tornemos divinos.

Natal é Deus que se faz humano e nos chama a sermos mais humanos, e por isto mais divinos e eternos.Para que isso se concretize é preciso que nos convertamos sempre mais a comunidade.

É preciso viver como irmãos e irmãs na comunidade de fé, sendo igreja, ajudando-nos uns aos outros e crescendo juntos no amor, na fé e na esperança. Desta forma viveremos um continuo natal, faremos de cada comunidade e do Brasil, uma “Belém”, ou seja “casa do Pão” para todos.

Lembro-me, também, de que mais um ano termina e outro se aproxima. Este é um momento propício para restaurar nossas forças. Este é o momento de dizermos uns aos outros, que não podemos desanimar, e nem desistirmos da nossa missão de fazer desse mundo um lugar melhor.

Quando nos vem pensamentos de desânimo, de tristeza e de desilusão, recordemo-nos: os pássaros não se cansam de cantar, mesmo que ninguém os escute. O rio não se cansa de correr, mesmo que ninguém o contemple. O sol não se cansa de iluminar, mesmo se ninguém o elogia. Deus não deixa de nos amar, mesmo se as vezes não correspondemos ao seu amor.

E nós que lutamos pela verdade, justiça, pela vida com dignidade para todos, pelo progresso, pela fraternidade e pela paz mundial, podemos nos cansar e abandonar o caminho pelo fato de encontrar ouvidos fechados, mãos que não se abrem e corações endurecidos? Jamais irmãos e irmãs, não podemos renunciar a nossa missão.

Recordemos do Papa João Paulo II quando lhe perguntaram se renunciaria ao ministério de Papa, ele respondeu: “Também Jesus não desceu da Cruz”.

Sim, recordemos sempre de Jesus que disse: “Eu venci o mundo, e na casa de meu Pai vos preparo um lugar”.

Feliz e Santo Natal e um abençoado Ano Novo a todos (as).

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

25/12/2011

Natal: a quem procuras? O Aniversariante.

A Vida manifestada em nosso meio...

A fragilidade da vida de um recém-nascido provoca diferentes emoções, mas nada se compara à profunda alegria para aquela que o gerou. Sob os olhares dos pais para o filho recém-nascido, reconhecendo a benevolência divina para com eles no ato de gerar, percebemos o inefável. Muitos parentes e amigos visitarão aquela pequena criatura que nada pode fazer por si própria.

Na manjedoura, os olhares de Maria e José testemunhavam a Salvação que alcançava toda a humanidade. Eles viram a encarnação do Verbo!

Para os pastores, que partiram ao encontro do "sinal" - foi anunciada a Boa Nova, que seria alegria para todos...

Para nós, o povo escolhido, o povo objeto dessa benevolência, a quem temos saído ao encontro no dia de Natal? O que temos procurado encontrar? O que conseguimos "ver" diante da Sua presença?

Muito mais do que as grandes mobilizações do comércio e do povo nas ruas, suas manifestações de alegrias em festas, a Igreja proclama a vida manifestada, e que nesses 2011 anos tem dado testemunho e anunciado a Vida Eterna, que no Pai estava e a nós se manifestou.

A mesma alegria inefável de Maria e José talvez não possamos alcançar, mas queremos ser agradecidos e tomando posse da graça da salvação, fazer como João "que veio para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele" (João 1,7).

Deus abençoe o seu Natal!

24/12/2011

Natal Vs "natal"

A salvação chega para todos, de graça. Deus abre seus braços para reencontrar homens e mulheres, seus filhos.

Há um mistério no Natal. A encarnação do Verbo. Deus se faz humano. Por amor. Mas, há um perigo neste Natal. A sociedade de consumo pode transformá-lo em mercadoria. Felicidade ao alcance de quem tem dinheiro. Deus feito mercadoria. Por dinheiro. Há uma finalidade no Natal. Deus veio morar conosco para liderar nossa caminhada humana para a sua plenitude. Nos faz mais humanos. Nos diviniza. Mas há uma meta pequena nesta Natal. Vender mais. Consumir emoções. Curtir o Natal como espetáculo. Beber todas. Faz-nos menos humanos. Desumaniza-nos. Há uma alegria infinita no Natal.

A salvação chega para todos, de graça. Deus abre seus braços para reencontrar homens e mulheres, seus filhos. Os que não tinham chance são os que mais se alegram. Como os pastores. Os pobres. Mas, há uma tristeza pegando neste Natal. Há barulho de festa, música alta, luminosidade dos anúncios, muito corre-corre, tilintar de copos... mas está faltando alguma coisa. Ou alguém. Quem é mesmo que estamos festejando? Há uma estrela no Natal. A de Belém. Confirmando as profecias. Indicando o caminho aos peregrinos que buscam o Messias. Mas, há um Herodes no Natal.

O mesmo que perseguiu a família de Belém. O que decretou a morte dos inocentes. Na noite do Natal, ele assina decretos que aumentam a fome, a mortalidade infantil e o abandono das crianças nas ruas. Há uma gruta iluminada pela lua no Natal. A de Belém. A dos animais. A da pobreza. O berço do príncipe da paz. No seu despojamento. Na sua simplicidade. Há palácios iluminados nesta Noite. Palácios herodianos. Ostentando luxo e riqueza. Debochando do natal magro da mesa do pobre. Jogando comida no lixo. Há um anjo no Natal. Muitos, aliás. Enchem a noite santa de aleluias e glória a Deus nas alturas. E paz na terra aos homens e mulheres de boa vontade.

Anjos mensageiros das boas-novas. Anjos da paz. Há um diabo solto neste natal. Talvez se vista de anjo. Não anuncia 'paz na terra'. O grito dele é de vingança e ódio. Fala de bombardeios, explosões de bombas e inocentes sacrificados. Anjo da guerra. Um diabo solto neste natal. Quer saber o que é o natal? Então siga o caminho da manjedoura.

Siga a estrela. Os sinais que Deus colocou no seu caminho vão lhe levar direto à gruta de Belém. Quando o menino Deus, nos braços de Maria, sorrir para você, saberás o que verdadeiramente é o Natal. É ele mesmo sorrindo para você. No presépio.

Feliz Natal!

23/12/2011

Natal... O que eu levo para casa?

O Natal certamente é um tempo de muita alegria para nós cristãos, onde podemos celebrar e meditar o nascimento do Menino Deus que veio iluminar o mundo e mostrar com sua vida quão grande é o amor do Pai por cada um de nós.

É tempo de reconciliação, conversão, de amor, de muita paz entre nós e nossas famílias. Natal é tempo de arrumar a casa, a árvore de Natal, é tempo de decorar...

Decorar?

É isso mesmo. Nesta época do ano ficamos contagiados com o clima do Natal e sempre entra em cena o nosso bom gosto, o nosso lado decorador de querer enfeitar tudo o que está ao nosso redor.

Infelizmente vivemos numa sociedade de “doentio” consumismo, onde a palavra “Natal” para muitos tem o sinônimo de “consumir”, deturpando totalmente o verdadeiro sentido do Natal.

O leitor entenda bem. Não critico o gesto de manifestar o nosso carinho e agradecimento presenteando os que estão mais próximos de nós, desde que seja feito com prudência e discernimento, digo da comercialização exagerada que gira em torno desta data.

Nesta época do ano somos bombardeados por tantos objetos que dizem ser natalinos que já não sabemos o que convém e o que não convém para um cristão levar para decorar sua casa. É só andar um pouco pelas ruas, que nos oferecem de tudo. A mídia nos diz para entrarmos na 'magia do Natal' e tudo gira em torno do consumir - é a armadilha do inimigo.

Você já reparou nos objetos que levou para decorar a sua árvore, sua porta, sua janela? É aí que pode estar o perigo. Podemos estar levando objetos para decorar a nossa casa, que na verdade não trazem nenhum tipo de bênção, pelo contrário, trazem muita contaminação. Por exemplo: duendes, gnomos, fadas, cristais, incensos, pirâmides, etc.

Outras coisas comuns são as imagens e pôsteres de anjos com um jeito afeminado e até com símbolos da Nova Era bem escondidos em suas estampas.

Eu também já vi duendes pendurados em árvores de Natal, cristais envolvendo presépios e outros absurdos desse tipo!

É preciso muito cuidado e discernimento para não estar levando objetos contrários à fé cristã para a nossa casa.

Aqui vão algumas dicas para decorar sua casa de um modo verdadeiramente cristão:

- Procure comprar os enfeites, como imagem de presépio, guirlandas e detalhes de árvore de Natal em uma loja ou livraria católica de sua confiança (aqui é bom destacar que algumas livrarias apenas parecem ser católicas - se você desconfiar de alguns produtos, não compre);

- Evite enfeites de desenhos animados não cristãos - mesmo se as crianças insistirem;

- Não fuja do verdadeiro sentido do Natal. Dê uma caprichada no seu presépio, destaque as imagens de Maria, José e o Menino Jesus. Se possível, use frases bíblicas nas guirlandas e portas - isso vai dar um sentido mais religioso para o seu Natal.

Seja criativo!

Não tenha medo de inventar, mas não deixe de colocar em destaque o Aniversariante

22/12/2011

Semáforos interiores


O coração humano é um grande sinaleiro

Um dos sinais de trânsito mais conhecidos é o semáforo. Este sinalizador é de fundamental importância para a segurança dos pedestres e dos motoristas. Desobedecê-lo é colocar em risco a própria vida e também a de outras pessoas. Muitos já desobedeceram ao que o semáforo indicava e o resultado não foi bom. Ou foram vítimas de um acidente ou então receberam uma multa.

Segundo o Código Nacional de Trânsito, avançar um sinal vermelho é uma violação gravíssima às normas impostas. O motorista que comete tal falta perde sete pontos em sua carteira de habilitação. Diante de tal gravidade que pode ocorrer quando o sinal está vermelho, melhor será para o condutor do veículo obedecer.

No entanto, sabemos que nem todos os motoristas e pedestres respeitam os sinais de um semáforo. Diante da imprudência de tal atitude o resultado nem sempre é positivo. Muitos já perderam a vida e outros tantos a roubaram de seus semelhantes. Atitudes inconsequentes têm resultados trágicos.

O coração humano é um grande semáforo. Ele nos indica qual a postura que devemos ter diante das mais variadas situações da vida. Porém, é preciso reconhecer as cores que nos indicam o que devemos fazer diante das encruzilhadas de nossas opções!

Sinal vermelho do semáforo do nosso coração indica que é tempo de parar. A pressa em chegar pode nos fazer provar o amargo das emoções que ainda estão verdes. Ultrapassar o sinal vermelho é arriscado e perigoso. Podemos causar acidentes que deixarão graves sequelas no coração de quem não era culpado.

Respeitar o pedestre é sempre prioridade nas leis de trânsito. Nas leis do coração a mesma atitude é fundamental. Respeitar aqueles que cruzam as esquinas de nossa alma e caminham lado a lado conosco é atitude de um cristão consciente!
Sinal amarelo é sempre de atenção. Olhar para os dois lados da vida e ver qual deles nos oferece mais segurança! Parar e observar se a nossa pressa não poderá ser interrompida por alguém que vem em alta velocidade e ainda não aprendeu a respeitar os semáforos de nosso coração é imprescindível. Buscar a segurança necessária para que não sejamos vítimas de nossos próprios descuidos é cuidar com atenção de nosso coração.

A esperança é verde. Quando o semáforo de nossa alma nos indicar que podemos seguir em frente não hesitemos. Com segurança poderemos trilhar os mais belos caminhos e descobrir as mais lindas paisagens escondidas nas curvas de nossa alma.

Há muitos corações congestionados com sentimentos confusos. Há ainda semáforos queimados que precisam ser trocados. Um semáforo que não serve para nos indicar com segurança o nosso caminho se torna sucata. Jesus é o grande Semáforo da nossa vida. Ele nos indica qual é o melhor caminho que devemos seguir.

Nem sempre o verde da esperança estará nos indicando que podemos seguir em segurança. O vermelho do proibido, muitas vezes, vai salvar nossa vida de tristes acidentes emocionais. A atenção do amarelo vai nos garantir que precisamos parar e olhar para a vida com mais cuidado.

Para a pecadora arrependida o vermelho da hora de parar foi aceso. O jovem rico recebeu o sinal amarelo da atenção: era preciso parar e rever as escolhas que estava fazendo. Judas estava com o semáforo de seus sentimentos quebrado. Não havia prestado atenção que o sinal amarelo indicava o vermelho que iria chegar. Não olhou e foi atropelado pelos próprios erros. Maria Madalena descobriu em uma manhã de ressurreição o sinal verde de novas possibilidades.

Nos semáforos do coração encontramos a segurança necessária para caminharmos pela vida de mãos dadas com um tempo novo. Jesus nos dá sinais de trânsito livre e seguro no cotidiano dos congestionamentos de nossa alma.



Foto

Padre Flávio Sobreiro
Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP. Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre - MG.
Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo (Cambuí-MG). Padre da Arquidiocese de Pouso Alegre - MG.
http://www.flaviosobreiro.com

21/12/2011

Terapia do abraço

Estamos nos condicionando a ter o mínimo de contato com o ser humano

Vivemos em tempos de medo! Muito do que empreendemos tem por conta o zelo pela nossa segurança. Os homens querem cercar-se de garantias para estar a salvo: da vida afetiva, profissional e econômica à integridade física.

É tanta cautela, que todos esses procedimentos tomados têm cada vez mais afastado as pessoas e formado um ser humano desequilibrado e frio. São grades que engaiolam crianças, blindagens contra a liberdade, ensinamentos que não transmitimos por medo de perder o cargo, mãos que não selam acordos. Estamos nos condicionando a ter o mínimo de contato com o ser humano.

Somos seres dotados de afetividade. Afetividade é o que afeta, interfere no íntimo da pessoa. O gênero humano tem por aspiração o ser comunitário. Precisamos viver juntos, necessitamos uns dos outros.

Sentimentos e afetos são parte do todo do ser humano. São faculdades que proporcionam cor e intensidade a cada momento e circunstância da nossa vida e trazem significado em nosso interior sobre pessoas e acontecimentos. Juntamente com o lado racional, as emoções também são alicerces para tomadas de decisão.

Daí, a importância de cultivarmos boas emoções, estarmos sadios afetivamente. E isso acontece por meio do relacionamento, das conversas, da procura da concórdia, dos gestos que demonstram carinho e consideração. Contudo, depois daquele agradável encontro ou ao ser gerada uma boa impressão a respeito de alguém, quando entendemos que amamos e somos amados, o que vem a ser o penhor e coroar todo tipo de relacionamento são as diversas formas de contato, como o toque, o aperto de mãos, o abraço, o beijo, o afago, entre outros. Gestos muito importantes na construção de nossa afetividade, que geram homens e mulheres sadios emocionalmente, pois ao sentirmos o amor pelo calor humano conectamos a impressão psicológica e espiritual ao que experimentamos fisicamente.

Então a partir daí todo gesto de amor que recebemos pode ser sentido pelas três instâncias do ser: Física, Psiquica e Espiritual.
Um exemplo é quando um indivíduo sabe que sua família o ama pelas palavras proferidas ou pelo sustento que lhe garantido, mas se não há o carinho físico, fica faltando uma dimensão.

O amor manifestado para o todo (três dimensões) do ser humano gera segurança e autoconfiança. Sentir a mão de quem amamos nos passa a sensação concreta de porto seguro. Dá uma percepção palpável do amor que antes intuímos pelo lado racional e na alma.

Jesus tocava os doentes e abraçava as crianças e, um dia, disse ao fariseu que O convidou para jantar: “Não me deste o ósculo (beijo); mas esta, desde que entrou, não cessou de beijar-me os pés” (Lc 7, 45). Em referência àquela pecadora que, em seu gesto, demonstrou um amor no qual o anfitrião não o manifestava (cf. Lc 7, 47). Da mesma forma os apóstolos também tocavam nos enfermos e assim ministravam a cura “quando impuserem as mãos sobre os doentes, estes ficarão curados” (cf. Mc 16, 17-18).

Quem sabe hoje não precisemos abraçar alguém que há muito não trazemos para perto do coração e deixemos calar as mágoas passadas num gesto que é imprescindivelmente humano? Talvez até pessoas da nossa família, de dentro de nossa casa que há tempos não sentimos o calor nem o perfume, porque não mais nos aproximamos.

Diminuamos as distâncias e construamos pontes de amor que nos liguem a outras pessoas. Não tenhamos medo de apertar a mão ou envolver com um abraço aquele(a) que não é ainda parte do nosso círculo de amizades. Este gesto pode salvar uma alma. Há muita gente por aí precisando de um abraço, nos hospitais, prisões, asilos ou talvez no trabalho, na escola, alguém que esteja próximo fisicamente de nós. Vidas gritam por isso!


Um grande abraço a você!

Deus o abençoe!

Sandro Ap. Arquejada-Missionário Canção Nova
sandroarq@geracaophn.com

20/12/2011

Ainda dá tempo de preparar o seu Natal!

E como nos preparar para vivê-lo?

Você deve estar pensando: "Meu Deus, como passou rápido o ano, já estamos de novo no Natal! Gente, eu nem vi o ano passar! Parece que os anos estão passando mais rapidamente...". Bom, se o Natal deste ano o pegou nessa situação, certamente é porque você não encontrou tempo para se preparar para ele. Então, que tal começar agora, mesmo em cima da hora, não deixando que este ano seja somente mais um ano? Pelo tempo dedicado à preparação podemos imaginar a consideração e a importância de um acontecimento.

Se você deixa tudo para a última hora e sempre confia que no final dá tempo de improvisar e dar um jeitinho nas coisas, isso mostra que tudo o que vem pela frente tem pouca importância para você – do jeito que as coisas saírem, está bem! O contrário também é válido. Se você se prepara, com antecedência, tudo bem planejado com sentido correto e na expectativa de bem celebrar, esse acontecimento realmente é para você um fato de muita importância.

O tempo que gastamos na preparação anuncia a importância do acontecimento para nós. Por isso, vive bem o Natal quem se prepara para ele. Mas, como me preparar para o Natal? Será que é fazendo as minhas compras, escolhendo bem as roupas e presentes? Antes de tudo isso, você precisa descobrir que o Natal verdadeiro acontece de "dentro para fora". Todas as celebrações e manifestações de carinho são demonstrações externas de um Natal bem celebrado no coração. Isso significa deixar que, por primeiro, o Menino Deus nasça em seu coração. O lugar onde acontece o Natal é no seu coração e não nas vitrines das lojas.

Mas será que isso dói? Não, pode ficar tranquilo. O que sempre acontece com quem deixa o Natal ocorrer dentro de si são mudanças positivas e o amadurecimento da própria fé. Experimente, neste ano, oferecer-se ao Senhor, como o presépio do ano de 2011, dando a Ele toda a liberdade de nascer em você. Isso certamente mudará sua vida. É muito simples e, talvez, por isso, nós adultos tenhamos tanta dificuldade de cultivar em nós a alegria natalina. Nós gostamos de complicar todas as coisas e o Natal é muito simples. Tão simples que se nós não nos prepararmos, deixaremos passar despercebida a graça de ser visitados pelo nosso bom Deus.

Prepare-se e experimente! O Natal de quem acolhe o Menino Jesus é sempre um novo Natal. Deixa marcas e lembranças maravilhosas. Acontece quando a Sagrada Família encontra um coração para ficar e fazer aí sua morada. A Luz se faz presente, os anjos cantam “Glória a Deus nas Alturas...” e você se torna para os outros um presépio vivo, sendo na sua própria vida uma testemunha do nascimento de Cristo Jesus. Aí tem sentido trocar presentes e abraços, pois assim o Menino Jesus está no centro desse tempo maravilhoso.

Tenha um Feliz Natal! Isso só depende de você!

Prepare-se, será inesquecível!

Padre Fabrício Andrade
Comunidade Canção Nova

19/12/2011

Pode um cristão ser empresário?

Querer melhorar de vida não é atitude que briga com o ser cristão.

É conhecida a determinação das comunidades católicas do século III em não aceitar como cristãos os comerciantes. É que, naquela época, não havia leis claras sobre medidas e pesos – o metro, o braço, o palmo e o pé variavam de acordo com a vontade do comerciante - e não havia legislação suficiente por parte do poder público para coibir os abusos que se cometiam (hoje temos até o Código de Defesa do Consumidor). Depois, a praxe mudou por causa das parábolas de Cristo que colocavam a atividade econômica como uma ação não pecaminosa. E as ameaças de Jesus contra os ricos devem ser entendidas, referindo-se a roubos, juros extorsivos, lucros exorbitantes; não ao simples procedimento financeiro.

Na sociedade precisamos de todas as categorias profissionais: do guarda noturno, do lavrador, da empregada doméstica, do engenheiro e também do empresário. Este organiza a produção, responde às necessidades da sociedade e abre possibilidades de empregos. Nunca se pode afirmar que um soldado raso é menos feliz do que um produtor de máquinas agrícolas. Mas também precisamos de líderes empresariais, pois sem eles a sociedade estagna, as famílias empobrecem, a nação começa a comprar de países mais empreendedores.

Vamos tirar da cabeça a ideia de que um cristão perfeito é aquele que reza, faz retiros, mas não deve “sujar” as mãos nas atividades mundanas da economia. Também vamos compreender para sempre de que o convite de Jesus “para vender tudo e dar aos pobres” (Lc 12,33) se refere a um pequeno grupo que busca desenvolver-se, sem preocupações de dinheiro, como Ele próprio fez. Mas Jesus não se refere a maioria da humanidade que tem família para sustentar, precisa casa condigna para viver, precisa dar educação aos filhos. Tratar com dinheiro, com bancos, com cartões de crédito é quase um imperativo.

Querer melhorar de vida não é atitude que briga com o ser cristão. Vai contra a mentalidade de Jesus enriquecer com dolo, enganar o semelhante ou não querer trabalhar e exigir tudo dos outros. "Saibam que a fadiga de vocês não é inútil no Senhor" (1Cor 15,58). Respeitada a justiça e o direito, devemos trabalhar com afinco.

D. Aloísio Roque Oppermann scj
domroqueopp@terra.com.br

16/12/2011

Que a Palavra de Deus esteja sempre em nossos lábios

No livro de Ezequiel, capítulo 37, lemos o que Deus está fazendo conosco. O Senhor dá ao profeta a visão de um imenso campo, repleto de ossos ressequidos e espalhados pelo chão. Acompanhe: “Então ele me disse: ‘Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel.’” (Ez 37,11a).

Hoje o Senhor nos diz: “Essas ossadas são sua família, sua casa. É o povo ao qual você pertence. São as pessoas que você ama que estão assim. Esta é a situação de sua nação, de tantos filhos e filhas da Igreja batizados que estão ao seu redor.”

Então ele me disse: “Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel”. Eles dizem: “Nossos ossos estão secos, nossa esperança acabou, estamos perdidos!” Por isso, profetiza e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus” (Ez 37,11-12a).

A primeira ordem do Senhor é esta: “Por isso, profetiza”. Devemos ter a Palavra de Deus em nossa boca. O Senhor quer que a pronunciemos para a graça acontecer. Se não o fizermos, ela não virá.

O Senhor nos ordena que pronunciemos Sua Palavra para que a ressurreição que Ele prometeu aconteça. Essas ossadas são nossa casa, nossa família, nossos filhos, nosso casamento, nossa situação. Essas ossadas somos nós mesmos e a situação do nosso povo. A verdade de Deus, a certeza que Ele semeou em nosso coração, é: “Teus mortos, porém, reviverão! Seus cadáveres vão se levantar! Acordai para cantar, vós que dormis debaixo da terra! Pois teu orvalho é orvalho de luz e a terra restituirá à luz seus mortos” (Is 26,19).

É uma certeza. Contudo, para que ela aconteça, é essencial que pronunciemos a Palavra de ordem do Senhor.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

(Trecho do livro "O Espírito sopra onde quer" de monsenhor Jonas Abib)

15/12/2011

Tomar uma decisão radical

Padre Roger Luis
Foto: Robson Almeida
Como filhos obedientes precisamos estar atentos às Palavras de Deus, pois não podemos pensar que estamos totalmente preparados e convertidos. Há áreas da nossa vida que ainda não experimentaram a ação poderosa de Deus.

É na caminhada que Ele nos molda. Não é um num passe de mágica que nossa conversão acontece. Precisamos ser perseverantes, pois o trabalho do Senhor na nossa vida é diário, mesmo que estejamos no pecado radical, do qual não vemos saída. Dia após dia ele continua realizando, em nossa vida, a obra de transformação.

Temos que aproveitar todas as chances que o Senhor nos dá, pois ela nos é dada a cada novo dia. Não podemos desperdiçá-la cometendo os mesmos erros.

Ao olhar para a cruz devemos encontrar vida. Esse símbolo, antigamente, era sinal de morte, de fim e erro, porque a crucificação era destinada aos piores criminosos daquele época.; mas Jesus, com seu amor e misericórdia, foi capaz de transformar esse símbolo em algo bom, em sinal de vida eterna.

O que ainda o impede de ser totalmente de Deus? Qual é o pecado que o afasta da presença e do amor d'Ele? Pense nisso, faça uma avaliação da sua vida e tente encontrar onde você tem falhado.

Precisamos ser radicais em nossas conversões, e esse é o primeiro passo. Devemos ter coragem para decidir por Nosso Senhor e aceitar todos os planos que Ele tem reservado para nós.

Nosso Senhor se fez pecado por nós, para que encontrássemos, em Seu sofrimento, a salvação de todos os erros que cometemos. Ele se faz paciência por nós para que tudo aconteça no seu tempo.

Deus, hoje, vai abençoá-lo e mostrar que é possível, mesmo nas dificuldades, vencer os desafios que a vida santa nos impõe. Ele quer ver mudanças na sua vida.

"Nós não podemos ser contra testemunhos na Igreja", diz padre Roger Luis
Foto: Robson Almeida

O ativismo nos afasta de Jesus, nos separa da salvação, faz com que enfraqueçamos a ponto de achar que não precisamos de mais nada, que somos autossuficientes em nossas vidas.

Muitas vezes, estamos roubando o tempo de Deus. Será que você tem dado ao mínimo o dízimo do seu tempo para Ele? Orar é uma necessidade vital. Se não nos apegarmos À oração, iremos cair nas artimanhas do pecado.

Nós não podemos ser contra-testemunhos na Igreja, mas sinais. Devemos pregar o que vivemos; não o contrário, pois mais do que em palavras, devemos evangelizar por meio dos nossos atos, mostrando que é possível viver uma vida santa.

Jesus precisa ser uma necessidade diária em nossas vidas. Não devemos ser cristãos por obrigação, mas por satisfação, e sentir que a presença d'Ele em nossas vidas é tão essencial como o ar que respiramos.

Não podemos buscá-Lo apenas em nossa necessidade. Precisamos procurar Deus na oração em todos os momentos do nosso dia. Seja em um pensamento, em uma palavra, em uma oração ou até mesmo no silêncio, pois quando nos calamos é porque realmente ouvimos o que o Senhor tem reservado para nós. Como verdadeiros cristãos, podemos e devemos viver segundo a Sua vontade.

Transcrição e adaptação: Gustavo Souza

14/12/2011

Homens e mulheres diferentes



Devemos começar transformando nosso pequeno mundo pessoal

Se olharmos para o mundo de hoje, nos perguntaremos: por que os cristãos, em mais de 2 mil anos, mudamos tão pouco o mundo? Por que se perdeu aquele espírito de conquista dos apóstolos e primeiros cristãos? Não será porque se tem vivido o Cristianismo de uma maneira egoísta e individualista?

Algo disso acontece também com alguns santuários cristãos: convertem-se em lugares de refúgio, nos quais as pessoas só giram em torno dos próprios problemas e se escondem das exigências do mundo e da vida.

Nossos templos não são um refúgio, mas um lugar de onde Deus e Maria nos enviam. Enviam-nos a renovar nossa cultura e sociedade atuais, a mudar a história da Igreja e do mundo. Como nós podemos colaborar com esta graça? Como podemos aportar para a transformação do mundo?

Creio que devemos começar transformando nosso pequeno mundo pessoal: nosso lar, o entorno familiar, o ambiente de trabalho, vizinhos, amigos, grupo, entre outros. Geralmente não se trata de fazer coisas extraordinárias, mas de cumprir bem e com amor nossos afazeres de cada dia. E ver esses afazeres diários, por monótonos ou pesados que sejam à luz e ao serviço da grande missão. Porque são o aporte que neste momento Deus nos pede, para construir um mundo novo.

Podemos também sair de nosso pequeno mundo e ajudar a mudar o mundo de nossa pátria: como a política, a cultura, os meios de comunicação, a sociedade. Esperam-nos muitas e grandes tarefas, para poder ser colaboradores aptos de Deus e da Virgem Santíssima na transformação de nosso mundo:
1. Devemos ser homens e mulheres filiais. O filho diz sempre "sim" para a vontade do Pai. O filho luta por um mundo digno do Pai, onde reinam a fraternidade, a justiça, a paz. E essa abertura e disponibilidade filial diante de Deus permitem abrir caminhos para um mundo novo. Porque é a atitude que deixa lugar à atividade paternal de Deus na história, tal como o fez Cristo. Trata-se aqui de uma atitude filial madura, própria de um filho adulto do Pai e corresponsável de sua obra. É o homem que enfrenta a história confiado no Pai e que, por isso, é audaz e criador. Recordemos que a grandeza ou a miséria de nossa vida não se mede por nossas capacidades nem por nossos limites, mas pela magnitude da obra a qual nos consagramos: “Um herói é quem consagra sua vida a algo grande”, costumava dizer padre Kentenich, fundador do Movimento de Schoenstatt.

2. Devemos ser homens e mulheres diferentes. Creio que todos percebemos que esta missão de transformar o mundo e criar um mundo novo nos converte em homens diferentes, em homens e mulheres que vivem de maneira distinta dos demais. Temos que atuar de forma diferente no matrimônio, na vida familiar, nos negócios e na empresa, na política, na relação com os homens. Em tudo isso temos que ser distintos da sociedade atual com seus valores. Também os primeiros cristãos tiveram a audácia de ser diferentes. E por isso criaram um mundo novo; um mundo impregnado pelos valores cristãos. Ser diferentes significa, muitas vezes, passar por loucos, assim como os primeiros cristãos.

Significa também lutar contra o pecado em todas suas formas, começando por si mesmos, mas também lutar contra muitas situações de pecado no mundo que nos rodeia. É por isso que os antigos cristãos diziam: “não sem sangue”. O Reino de Deus não avança sem sangue, sem sacrifício, sem dor, sem luta. O mundo não se transforma sem sangue. Por isso, temos que nos arriscar a ser diferentes, a passar por loucos, a lutar contra o mal em nós mesmos - e assim viver antecipadamente o mundo de amanhã.

Padre Nicolás Schwizer
Movimento apostólico Shoenstatt

13/12/2011

Adorar a Jesus Eucarístico

Adoração a Jesus Eucarístico, a melhor terapia Jesus, pessoalmente, vem até nós, para nos curar e libertar. Passar horas com Jesus Sacramentado, diante do Sacrário, é o melhor remédio, a melhor terapia. Não imaginamos o efeito que isso produz em nossa vida, em nossa mente, em nosso coração, nas nossas emoções e também na nossa sexualidade. O Senhor realiza até mesmo curas físicas de que precisamos.

Jesus Eucarístico, pela força do Espírito Santo, quer curar toda a área da nossa afetividade e sexualidade, Ele vem curar toda a esterilidade que o mundo nos trouxe. Ele vem nos devolver vida.

É necessário expor a Deus tudo o que marcou a nossa sexualidade e afetividade. Há pessoas que, ainda crianças ou adolescentes, foram violentadas por seus pais ou por outras pessoas, foram vítimas de desregramentos. Muitos pais levaram seus filhos para a prostituição. As experiências negativas vividas durante a infância minam a pureza do nosso coração. Todos temos marcas e precisamos nos deixar curar pelo Senhor.

Diante de Jesus Eucarístico, permita que Ele realize toda a obra de restauração em sua afetividade e sexualidade.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova


(Trecho do livro "Eucaristia, nosso tesouro" de monsenhor Jonas Abib)

12/12/2011

O pecado da ganância

Não podeis servi a Deus e a riqueza

A Igreja classifica este pecado [ganância] como "capital". São Paulo chama a avareza de idolatria: "Mortificai, pois, os vossos membros terrenos: fornicação, impureza, paixões, desejos maus, cupidez e a avareza, que é idolatria” (Cl 3,5).

A razão do apóstolo ver como idolatria o apego aos bens materiais, sobretudo ao dinheiro, é que isto faz a pessoa amá-lo como a um deus. Torna-se escrava da riqueza. Desde o princípio, Jesus alertou os discípulos para este perigo já no Sermão da Montanha: "Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou dedica-se a um e desprezará o outro. Não podeis servi a Deus e a riqueza” (Mt 6,24).

O que importa é que a pessoa não seja escrava do dinheiro e dos bens. É claro que todos nós precisamos de dinheiro; o próprio Jesus tinha um “tesoureiro” no grupo dos apóstolos. São Paulo diz a Timóteo que “a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro” (1Tm 6,10). Veja, portanto, que o mal não é o dinheiro em si, mas o “amor” a ele; isto é, o apego desordenado que faz a pessoa buscá-lo como um fim, não como um meio.

É importante notar que não são apenas os ricos que podem se tornar avarentos, embora sejam mais levados a isto. Não é raro encontrar também pobre avarento. Por isso, no mesmo Sermão da Montanha, Jesus alerta:

"Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furam e roubam. Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furam nem roubam" (Mt 6,19-20).

Se Jesus recomenda "não ajuntar tesouros na terra", é porque esta riqueza e segurança são ilusórias e não podem nos satisfazer por mais que o mundo nos diga que sim.

É justo e necessário ter o dinheiro que precisamos para nossas despesas. O próprio Jesus manda pedir ao Pai, todos os dias, "o pão nosso de cada dia"; o que se condena é a obsessão pelo dinheiro, que faz com que a pessoa sacrifique no altar desse "deus" os verdadeiros valores.
Por causa do dinheiro muitos aceitam praticar a mentira, a falsidade e a fraude. Quantos produtos falsificados! Quantos quilos que só possuem 900 gramas! Quanta enganação e trapaças nos negócios!

Não é verdade que mesmo entre os cristãos, tantas vezes um engana o outro, o "passa para trás" em algum negócio, compra e venda?

Poderemos constatar que toda a corrupção, tráfico de drogas, armas, crimes, prostituição, comércio de mulheres, poluição da terra, do ar e da água tem, por detrás, a sede pelo dinheiro. O próprio domingo, dia do Senhor, está se transformando, para muitos, num dia de ganhar dinheiro.

Por amor ao dinheiro muitos pais perdem os próprios filhos e muitos casamentos acabam. Por causa da ganância vemos o mundo numa situação de grande injustiça e miséria para muitos. Como disse o papa Paulo VI, os ricos estão cada vez mais ricos às custas dos pobres cada vez mais pobres. O nosso Catecismo diz:


"Uma teoria que faz do lucro a regra exclusiva e o fim último da atividade econômica é moralmente inaceitável. O apetite desordenado pelo dinheiro não deixa de produzir seus efeitos perversos. Ele é uma das causas dos numerosos conflitos que perturbam a ordem social (GS. 63,3). Toda prática que reduz as pessoas a não serem mais do que meros meios que têm em vista o lucro, escraviza o homem, o conduz à idolatria do dinheiro e contribui para difundir o ateísmo" (CIC § 2424).
"Guardai-vos escrupulosamente de toda avareza, porque a vida de um homem, ainda que ele esteja na abundância, não depende de suas riquezas" (Lc 12,15).

A Igreja nos ensina que somos apenas administradores de todos os bens e riquezas que Deus põe em nossas mãos, para que com eles façamos o bem aos outros. Deveremos prestar contar a Deus de tudo, como Jesus mostrou na parábola dos talentos (Mt 25,14s).

O apego aos bens desse mundo é algo muito forte em nós, quase que uma "segunda natureza" e, portanto, só com o auxílio da graça de Deus poderemos vencer esta tentação forte. Desde pequenos fomos educados para “ganhar a vida”. Será preciso a força do Espírito Santo em nossa alma para nos “convencer” da necessidade de uma vida de desprendimento e pobreza.

Para dominar este forte impulso que age dentro de cada um de nós é preciso oração, meditação e grande esforço de nossa parte; sobretudo, no sentido de convencermos a nós mesmos da grandeza do desprendimento. Mais do que nunca o Espírito Santo terá que vir em auxílio da nossa fraqueza.

A liturgia nos ensina a “caminhar por entre as coisas que passam, abraçando somente as que não passam”. Seja senhor de suas posses, não seu escravo. Santo Agostinho dizia: “não andes averiguando quanto tens, mas o que tu és”. E ainda: “A verdadeira felicidade não consiste em ter muito, mas em contentar-se com pouco”.

Profº- Felipe Aquino
Comunidade Canção Nova

09/12/2011

O Rosário, uma arma eficaz

Somos um povo de oração. Temos necessidade de momentos de intimidade com Deus, quando ouvimos o Senhor e somos por Ele ouvidos. O rosário é uma das várias possibilidades de oração do cristão, e Nossa Senhora tem insistido conosco sobre a importância dele. O problema é que não compreendemos seu valor; achamos que o rosário é uma simples repetição de Pai-Nosso e Ave-Maria, meditando os mistérios. Na realidade, quem torna eficaz essa forma de oração não somos nós, mas Deus. Como acontece na Eucaristia, antes é simples pão feito com um pouco de farinha e água, mas, após a consagração, pela eficácia do poder do Espírito, torna-se Jesus vivo no meio de nós.


A eficácia do rosário não vem dos homens, mas do Céu.

A recitação do rosário vem do ano 1200, quando Nossa Senhora revelou a São Domingos a eficácia dessa oração. Havia, na época, hereges que faziam mal à Igreja sem que ninguém conseguisse detê-los. São Domingos, então, ia, de cidade em cidade, rezando o rosário com as pessoas; a partir disso a situação começou a mudar. Como resultado, os hereges começaram a se converter.

"Una-se a Maria e reze, principalmente o terço", recomenda monsenhor Jonas


Podemos nos lembrar o que a Santíssima Virgem Maria falou em Lourdes, Fátima, e o que tem falado em Medjugorje. Até quando ela vai ter de insistir conosco para que compreendamos o valor dessa oração?

A vitória é para os atletas. Os moles não vão conseguir nada. Para você ter fôlego na oração, reze o rosário. Se não conseguir logo de início, não se preocupe! Comece com o terço e, em pouco tempo, estará rezando dois terços. Logo, o rosário. Por amor de Deus, por amor de você e por amor dos seus, reze o rosário todos os dias!

Una-se a Maria e reze, principalmente, o terço. Ao contrário do que, às vezes, se pensa, não é uma oração ingênua, mas de poder. Nós precisamos rezar mais e melhor. Em Medjugorje, os jovens videntes perguntaram a Nossa Senhora como fariam para "rezar melhor", uma vez que ela recomendava sempre a eles que “rezassem com o coração”. A Virgem Maria respondeu como Mãe: “Rezem mais!”.

É assim: se você começa a caminhar – e muitas pessoas fazem caminhada de manhã cedo, à tarde ou à noite depois que voltam do trabalho, porque não têm outra hora –, quanto mais caminha, mais vai melhorando na caminhada. Por outro lado, quanto menos você caminha, mais mole fica. Seus músculos vão ficando mais flácidos, você se cansa mais facilmente, fica sem fôlego. Da mesma forma, quanto mais você corre, melhor fica na corrida. Quanto mais você reza, melhor fica na oração. Para rezar melhor é preciso rezar mais.

A Santíssima Virgem deu uma receita excelente para todos nós. Além das orações que fazemos, é preciso rezar o rosário todos os dias.

Sei que você já tem rezado, porém precisa rezar mais, para rezar melhor. Como um atleta que intensifica seu treinamento quando se aproximam as competições, agora é a hora de intensificarmos nossas orações. Como família, estejamos unidos também por meio desta oração. Nós, da Família Canção Nova, estamos unidos também pela oração do Santo Rosário. Temos diversas necessidades e podemos apresentá-las a Deus por meio do Santo Rosário. Vamos lá, terço na mão e fé no coração. É assim que iniciamos a oração todos os dias na nossa programação. Eu rezo por você e conto com a sua oração.

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

08/12/2011

Reaja e confie no poder de Deus

O Senhor está fazendo uma promessa. É a certeza d'Ele em nossos corações: “Teus mortos, porém, reviverão! Seus cadáveres vão se levantar!” (Is 26,19a).

Por isso nos dá uma ordem: “Acordai para cantar, vós que dormis debaixo da terra! Pois teu orvalho é orvalho de luz e a terra restituirá à luz seus mortos”
(Is 26,19b).


Mesmo que as coisas estejam ruins em nossas vidas, em nossa família, na comunidade ou até mesmo se já sofremos muito, com diversas decepções, sem esperança. Deus quer plantar em nosso coração a semente da ressurreição. Podemos reagir e confiar no poder do Senhor. Ore com fé:

Obrigado, Senhor, pela certeza que inspiras em meu coração. Por mim, estaria desanimado e sem esperança. Mas o Senhor inspira agora essa certeza em meu coração. Eu a acolho e quero que ela seja semente dentro de mim. Não quero mais me deixar guiar pelos meus sentimentos, mas sim, pela certeza da ressurreição que o Senhor põe em mim.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova


(Trecho do livro "O Espírito sopra onde quer" de monsenhor Jonas Abib)

07/12/2011

Por que não consigo vencer o mal?


Porque quem vence o mal é Deus!

Faz trágico caminho faz a pessoa que, por displicência ou má formação cristã e humana, determina-se a vencer o mal com as próprias forças, valendo-se de uma ideia equivocada de que está pronta para tal feito. Com certeza, encontrar-se-á em grande perigos e aflições na alma!
Bem ao contrário, encontra a vitória a pessoa que vai aprendendo que é preciso dedicar tempo e luta para adquirir o interior cheio de Deus e encontrar uma forma de manter-se assim.
Quem um exemplo? São Afonso de Ligório afirma que dificilmente o demônio consegue perturbar a alma de quem é humilde.
Portanto, nossa luta não pode ser contra o mal, se o desejarmos longe de nós. Nossa maior batalha trava-se nos descuidos da alma que não quer oferecer tempo e esforços para encher-se de Deus!

Coragem! Também estou aprendendo a lutar assim!

Ricardo Sá
Comunidade Canção Nova


06/12/2011

Perdão, coisa de gente inteligente

O portador do ódio é sempre o mais prejudicado

Uma de nossas reações mais comuns diante do sofrimento é a busca de justificativas e de culpados para tais situações. Não é fácil lidar com a dor, mais difícil ainda é enfrentar perdas e injustiças. Qual o pai que, ao perder seu filho em um assassinato, não ficará revoltado? A dor humana é compreensível e não pode ser pormenorizada, porém, precisamos aprender a trabalhá-la em nós.

Diante da injustiça, a mágoa e a revolta são consequências reais, contudo, a história nos revela que tais realidades são apenas consequências da dor e não um remédio para ela.

A violência sempre gerará mais violência, desencadeando assim um gradativo processo de disseminação do ódio, o qual, por sua vez, nunca encontrará o seu fim.

Mas como finalizar esses processos inaugurados pelo ódio? Para a violência se ausentar faz-se necessário a consciência de que um dos lados precisará ceder, perdoando.

Somos muito orgulhosos, em consequência do pecado original enraizado em nós e, por vezes, contemplamos as situações somente a partir do ângulo de nossas próprias razões. Nunca queremos dar o “braço a torcer” e queremos sempre ter a razão nas situações. E, muitas vezes, até a [razão] possuímos mesmo, contudo, “amar significa perder para ganhar” e perdoar é abrir mão da própria razão por uma realidade mais nobre.

Por mais injustiça que tenhamos experienciado, a atitude mais racional diante dessa realidade é o perdão. Por quê? Porque a mágoa nos torna pequenos e empobrecidos demais, além de ser a raiz de inúmeras enfermidades (segundo muitas comprovações científicas). O portador do ódio é sempre o mais prejudicado. Quando estamos magoados pensamos na pessoa que nos causou a dor durante as 24 horas do dia e acabamos por “aprisioná-la” dentro de nós.

Aquele que alimenta o ódio enxerga apenas a si mesmo e o seu sofrimento, fragmentando assim a própria existência e deixando de lado outras realidades essenciais. Quem vive magoado não tem qualidade de vida, não tem paz…

Perdoar é extinguir a trama de angústias que o ódio produz em nós, é libertar-se para descobrir a beleza até mesmo na desventura.


Sei que, em determinadas situações, o perdão não é coisa fácil, porém, perdoar é uma questão de decisão e não de sentimento. A graça de Deus não nos desampara, ela está sempre pronta a auxiliar aqueles que desejam verdadeiramente viver a reconciliação.

Não percamos mais tempo: libertemo-nos de toda mágoa! Existe muita vida para se viver e ainda muita alegria/realização para se conquistar.

Coragem!

Padre Adriano Zandoná
Comunidade Canção Nova

05/12/2011

O coração e o peso de suas contradições


Quem concorda com tudo perde a força para decidir

Muitas vezes, é difícil compreender o coração e o que, de fato, ele deseja. O coração, como bem dizia o filósofo Blaise Pascal: “Tem razões que a própria razão desconhece”. Ele é uma conexão entre silêncios e mistérios.

Por coração, compreendemos aqui o centro de nossa vontade, emoções e percepções. Esse é verdadeiramente um território onde existem muitas riquezas a serem descobertas e muitas incertezas a serem desveladas.

Por vezes, quando olhamos para nossa vida e história, torna-se difícil entender o “porquê” de muitas das nossas atitudes e escolhas. A vontade humana é um campo minado, no qual a inconstância e a fraqueza fazem questão de constantemente se hospedar, assim deixando rastros de confusão.

O que hoje se deseja ardentemente se pode não mais apreciar no amanhã. A vontade é, muitas vezes, uma sede de inconstância e contradição. Contudo, ela precisa ser trabalhada e modelada à luz da “Graça”, para que venha a se transformar em uma vontade constante no bem e inteira no que decide.

O coração, que se torna palco de inconstâncias, corre o sério risco de se tornar um lugar no qual a felicidade não consegue morar, pois, ele ficará ausentado da possibilidade de saciar sua natural sede de alegrias não transitórias.

Existem contradições próprias de nosso caminho de crescimento rumo à maturidade, outras, porém, são o resultado de uma vontade fraca e confusa que se acostumou a não decidir com firmeza pelo melhor. Essa, porventura, acarretará sobre si o peso das contradições por ela fabricadas.

A vontade precisa ser educada e direcionada para a constância no bem. Isso se chama virtude – realidade que precisa ser cultivada e conquistada -, pois não acontece apenas como um dom natural. Para adquiri-la é necessário nosso empenho e esforço.



Vontade fraca é aquela que não sabe ser constante no que escolhe, e mais: é aquela que não sabe decidir, mas apenas concordar. Quem concorda com tudo o que lhe é imposto pela cultura, pela mídia, pelos vícios, sem se posicionar diante de nada, perde a força para decidir e acaba por não ser livre. Por outro lado, adquire virtude aquele que tem disposição para perseverar nas boas escolhas, persistindo sempre no bem, mesmo quando suas fraquezas e más inclinações exigirem o contrário.

Em um mundo marcado pelo transitório e pelo descartável, somos convidados para decidir pelo bem, com constância, nas grandes e pequenas ocasiões apresentadas pela vida. Dessa forma, vamos eliminando as contradições que não são inerentes ao nosso crescimento como pessoa.

O homem “é o que escolhe”. Por isso, faz-se necessário mergulhar no mistério de nossas contradições, acolhendo com humildade o silêncio do que ainda não somos capazes de compreender, direcionando com nossa liberdade nossas escolhas, rumo à construção de um bem permanente e amadurecido no cotidiano.

Padre Adriano Zandoná
Comunidade Canção Nova

02/12/2011

Cristianismo

"Uma religião da Palavra de Deus, não do livro", diz biblista

Mirticeli Medeiros
Da Redação Canção Nova


Na exortação apostólica pós-sinodal Verbum Domini, o Papa Bento XVI salienta que “o cristianismo não é a religião do livro”

“O cristianismo não é a religião do livro”, afirma Bento XVI na exortação apostólica pós-sinodal Verbum Domini, publicada em 30 de setembro de 2010, dia de São Jerônimo. O que o Santo Padre quis dizer com uma frase tão forte e ao mesmo tempo tão desafiadora?

O biblista italiano que participou do Sínodo dos bispos sobre a Palavra de Deus em 2008, padre Giorgio Zevini, responde a este questionamento detalhando o que o Santo Padre considera a essência da relação entre Igreja e Sagrada Escritura.

“O cristianismo é a religião da Palavra de Deus, e não do livro, não de uma palavra escrita e muda, mas do Verbo encarnado e vivente. No início do cristianismo não existia uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá vida e horizonte e, com isto, a direção decisiva”, explicou.

“Ler além do que está escrito”

A difusão de uma doutrina fundamentalista que diz basear-se na Sagrada Escritura sempre preocupou a Igreja Católica. O Papa Bento XVI durante o discurso proferido aos luteranos, na sua ultima viagem apostólica internacional à Alemanha chegou a afirmar: “Trata-se de um cristianismo de escassa densidade institucional, com pouca bagagem racional, sendo ainda menor a bagagem dogmática, e também com pouca estabilidade”. (Discurso de Bento XVI aos membros da Igreja Evangélica Alemã, 23 de setembro de 2011). O biblista também fez referências ao que o Pontífice considera uma verdadeira hermenêutica da fé, ou seja, a interpretação da fé.

“O papa, falando da interpretação da Sagrada escritura insistiu muito sobre a exegese teológica, que valoriza não somente o sentido literal do texto, mas também o sentido espiritual, através do Espírito Santo, o verdadeiro exegeta das Sagradas Escrituras. È decisivo colher a passagem entre letra e espírito, sublinhando uma unidade interna de toda a Escritura, para uma correta hermenêutica da fé”, salientou.

Anunciar a Palavra: missão de todos

A missão da Igreja Católica é anunciar a Palavra de Deus. Não existe um “grupo restrito de anunciadores”, mas aquilo que é tarefa dos bispos, padres e diáconos é também tarefa de cada cristão. Padre Zevini fala como na terceira parte do documento chamado de Verbum Ecclesia, o Pontífice traz orientações precisas sobre a evangelização.

“A palavra de Deus envolve todos os cristãos: todos somos servos e anunciadores da Palavra. Não somos só destinatários da revelação divina, mas também portadores aos outros da Palavra de Salvação, já que esta é para todos. Naturalmente isto exige que nos deixemos envolver pessoalmente pela Palavra de Deus, conhecendo-a e fazendo-a germinar dentro de nós sob a direção do Espirito Santo”, disse.