23/12/2010

Boas Festas a todos e um maravilhoso 2011 cheio de boas mudanças!




A felicidade que se busca no Natal
Presente algum poderá eliminar o vazio de nosso coração

É praticamente impossível não deixar de perceber que o Natal está chegando. As casas ganham uma ornamentação especial, árvores são iluminadas, jardins decorados e o comércio se movimenta traçando estratégias para melhores faturamentos. As pessoas se mobilizam de tal maneira que nenhuma outra celebração do ano parece igual. Os mais desavisados podem pensar que Dezembro é o mês das festas. O comércio se desdobra em turnos de trabalho, promovendo competições, distribuindo prêmios por meio de sorteios, entre muitas outras ações.

Nas empresas, colaboradores brindam a chegada de mais um Natal, com festas, brincadeiras e troca de presentes... Toda essa movimentação parece revigorar nas pessoas a força de encontrar um sentido para suas vidas que, por muitas vezes, não passam de dias rotineiros, repletos de superficialidades, os quais se repetem por anos a fio.

Não é raro nós vermos pessoas reclamando ou tristes exatamente na noite em que a humanidade se rejubila com a graça que Deus dispensou à humanidade. Talvez, essas pessoas esperassem viver – na atitude de presentear e de serem presenteadas – o verdadeiro significado dos votos de felicidade expressos nos cartões ou nas frases, muitas vezes, repetidas quase que automaticamente. Para outras, os votos de felicidades são traduzidos na esperança de gozarem de muita saúde e muito dinheiro para realizar todos os sonhos de consumo.

Infelizmente, devido à necessidade de se alcançar a alegria vendida pelo mundo, muitos de nós mal nós damos conta da grandeza da oferta concedida por Deus a cada um de nós neste tempo. A felicidade que se busca não está contida num pacote ou, simplesmente, nos votos de dias sem preocupações, crises ou sofrimentos. Sabemos que presente algum poderá eliminar o vazio de nosso coração ou tirar a inquietude de nossa alma com as diversas preocupações e decepções. O grande diferencial que supre as lacunas de nossa alma e que revitaliza nossas forças, especialmente quando somos assolados pelas tempestades da vida, tem sido proclamado pela Igreja há mais de 2.000 anos.

Talvez esteja faltando em nossa vida – entre as atividades agendadas para o feriado de Natal – o compromisso de buscarmos viver o encontro com Aquele que é a salvação para ricos e pobres; brancos e negros; livres e cativos; e razão de toda existência. Em nossos dias, grandes transformações continuam acontecendo na vida daquelas pessoas que se dispõem a conhecê-Lo. Pois, ao vivermos uma experiência com Ele não nos encontramos com um personagem histórico que viveu há milhares de anos, mas com Alguém que vive e realiza prodígios na vida de quem O acolhe como Amigo.

Não se conhece alguém que, ao assumir a participação de Jesus Cristo na sua vida, tenha sido decepcionado ou abandonado às margens do caminho; ou que, ao ter clamado por Sua ajuda, tenha sido desprezado.

Neste novo tempo, em vez de permitirmos que o Menino Deus nasça numa manjedoura fria, que possamos testemunhar a alegria de acolher em nosso coração Aquele que pode preencher a nossa alma e nos propor um novo caminho em direção à almejada felicidade.

Sinceros votos de feliz Natal repleto de mudanças e a Sagrada Família de Jesus como modelo de família SEMPRE!

OBS: Novas postagens após o dia 03/01/2011

22/12/2010

O amor de Deus nos cura


Salva, ressuscita e dá vida nova

O amor de Deus nos cura. A força do amor nos cura. O amor salva, ressuscita, dá vida nova. Um dos momentos mais bonitos em nossa vida é quando reconhecemos o amor de Deus por nós. Mas, para isso, é preciso fazer essa experiência com o amor do Pai.

O que é realmente a cura interior? A cura interior consiste em estarmos abertos para ser amados e para amar. Os remédios, as terapias, os tratamentos ajudam. Mas não resolvem. O que resolve é a experiência com o amor de Deus. E muitas pessoas, infelizmente, não estão abertas para serem amadas. Eu preciso ter essa compreensão do amor que o Senhor tem por mim.
Deus é Pai com um coração de mãe!

O amor de Deus é um amor de totalidade. Não é um amor "em partes". O amor do Senhor é único e precisa ser trabalhado em nosso interior. Certa vez, madre Teresa de Calcutá foi pregar num retiro para sacerdotes do mundo inteiro. Ela estava diante de teólogos, homens de grande intelecto, os quais ficavam surpresos em perceber a autoridade com que ela falava. Uma autoridade na simplicidade. Ela dizia aos sacerdotes: "Deus não os chamou para o sucesso, mas para servi-Lo com amor e humildade". Certa vez também, um repórter perguntou a ela: "O que é ser santo?" E ela respondeu: "Ser santo é fazer as pequenas coisas com um grande amor".

Meus irmãos, amar é treino. É a cada dia colocar uma "pitada". Muitas vezes, Deus nos leva a situações em que dizemos: "Meu Deus! Onde o Senhor está?" Mas Deus não nos abandonou. Pelo contrário, Ele está sofrendo conosco. Ele está sempre ao nosso lado. Talvez você esteja apavorado em meio ao sofrimento, mas saiba que isso é necessário, pois, do contrário, nunca amadureceremos!

Isaías 49,14-16 diz: "Sião vinha dizendo: 'O Senhor me abandonou, o Senhor esqueceu-se de mim!' Acaso uma mulher esquece o seu neném, ou o amor ao filho de suas entranhas? Mesmo que alguma se esqueça, eu de ti jamais me esquecerei! Vê que escrevi teu nome na palma de minha mão, tenho sempre tuas muralhas diante dos olhos".

A cura é um processo, que acontece por meio de passos. E durante esse processo de cura, nós vamos fazendo a descoberta de que o Altíssimo nos ama mesmo com os nossos pecados, traumas, carências, etc..

Se Deus cuida de cada detalhe da criação, Ele não cuidará de cada detalhe da nossa vida? Ele não apenas nos criou, mas Ele mesmo cuida de cada detalhe da nossa vida. E jamais se esquece de você! Ele jamais se esquece do Seu povo. Ele cuida de cada detalhe da sua vida.

21/12/2010

Amar também é sacrificar-se.




Hoje o nosso tema é o amor ágape. Você sabe o que é esse amor? É o amor de Deus, amor superior que tudo faz. O Espírito Santo infundiu em nós esse amor para que nós o transbordemos. Essa é a missão da Canção Nova, passar esse amor do Pai a todos vocês. Em I Coríntios 13, 4-7 temos a definição mais clara desse sentimento tão intenso:

“O amor é paciente, é bondoso. Não tem inveja. O amor não é orgulhoso. Não é arrogante. Nem escandaloso. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”.

Amar é querer o bem do outro. E amar não é somente entre namorados, noivos e casados. Você pode, e deve, amar os seus irmãos.

Comece a dar amor e você vai ver como as coisas vão mudar na sua vida. Brigaram com você? Humilharam-no? Devolva as ofensas com amor!

Muitos dos relacionamentos de hoje estão marcados pela superficialidade. As pessoas se preocupam mais com o físico do que com a alma. Você não pode ser assim, você deve amar. Se você entender esse amor de Deus, nunca vai se sentir carente porque esse sentimento infundindo em nós é muito grande.

Você não precisa de um “amorzinho” do mundo se tem o “amorzão” de Deus. Esse amor não deseja o mal para o outro, quer o bem a todo preço. Com tamanho amor, não tem como você se vender, se prostituir, viver no pecado.

O amor não é invejoso porque é para o outro. Sabe por que muitas mulheres não encontram um amor verdadeiro? Porque querem um homem perfeito, sem nenhum defeito. Amar também é pegar uma pessoa imatura e torná-la melhor. É muito mais gostoso amar uma pessoa que foi amadurecendo com você do que uma que já veio pronta. O crescimento fortalece o amor!

Hoje as pessoas amam os filhos, mas usam o mesmo amor para um cachorrinho. Eu não sou contra os animais, muito pelo contrário, mas cachorro não é filho. E tem muito filho andando pelas ruas mendigando amor.


O sinônimo de amor se transformou em prostituição. Isso não é amor, gente! Jovens, se o relacionamento de vocês é assim, isso não é amor. Se depois você se sente sujo, fica com medo de alguém ver e saber o que você fez isso, é porque está totalmente errado.
Muita gente diz: “O corpo é meu, eu faço o que eu quiser!” Mentira! O seu corpo é templo do Espírito Santo, respeite-o! O amor não é baseado naquilo que o outro pode me dar. Que tristeza é quando nós vendemos esse sentimento tão grande!

Uma família cresce não quando desaparecem os problemas, mas quando ela aprende dar e receber perdão. Pai, o seu relacionamento com seu filho vai crescer quando você souber perdoar os atos dele; ele não é perfeito, muito menos você o é.

O amor não se alegra com a injustiça. Namorado que mata a ex-namorada e diz que fez isso por amor é uma grande mentira. Amor não tira, amor dá! O amor ágape é capaz de acompanhar o envelhecimento do outro e vê-lo cada vez mais bonito, como uma princesa e um príncipe. Isso é um sentimento verdadeiro!


Lá fora, suportar o amor é sinônimo de sacrifício e, para muitos, amor com sacrifico não é amor. Tudo errado! Amar também é se sacrificar, é abaixar a cabeça quando necessário, aprender a ceder... Lembre-se: o amor ágape é o que tem coragem de ficar do lado do outro, aconteça o que acontecer!

20/12/2010

Pensamento: Será que falam mal de mim?


Por favor, nunca despreze o que falam de você! Tudo o que dizem a seu respeito poderá lhe servir como um caminho de crescimento. Por isso, valha-se de tudo para ser melhor, mesmo quando se tratar de um grande absurdo. E não tenha medo de as pessoas pensarem que você assumiu o que foi dito; ao contrário, siga outra trilha – a sua! – e vá além, desejoso de aprender, crescer, melhorar mesmo nas mínimas coisas, e também na paciência.

Daqui a pouco, você vai aprender a sorrir com o que, antes, costumava tirá-lo do sério.



17/12/2010

O presépio é uma escola de vida


O sinal mais significativo e bonito do Natal é o presépio. Quando criança no interior da Bahia via varias famílias se mobilizando para montar o seu na sala de sua casa, eu ajudava a minha irmã a fazer também o de nossa família. Nele os principais personagens daquela cena humilde e encantadora, Deus visita o seu povo. Colocávamos varias coisas que também falavam de nossas vidas. Depois de prontos as casas abriam suas portas para visitas de vizinhos e amigos e o Natal já começava a acontecer nos nossos corações e entre nós. Jesus quer nascer na manjedoura do seu coração, o menino Jesus era o ultimo a ser colocado naquele presépio, assim era a tradição, que neste Natal Ele seja o primeiro e o grande presente em nossas vidas e nossas famílias.

Palavra de origem latina, que significa
“local onde se recolhe o gado”, o presépio é uma representação de cariz espiritual da cena do nascimento de Jesus, que assume contornos poéticos e bucólicos, em que não faltam animais de estábulo, pastores, anjos e reis magos.

Atribui-se a S. Francisco de Assis, no século XIII, a idéia de encenar o nascimento de Jesus, tal qual este se deu numa gruta em Belém. Existem registros de que o terá então feito, em 1223, numa gruta da cidade italiana de Greccio, para a qual, se diz, levou uma vaca e um burro e onde mandou instalar uma manjedoura, cheia de feno, para festejar a vinda do Filho de Deus à terra com as mesmas condições que rodearam o seu nascimento: pobreza, simplicidade, humildade, encanto e fraternidade de Deus com os homens. A sua intenção era dar um sentido de atualidade à Natividade e reviver a Eucaristia, trazer de novo o Evangelho para o espaço natural de vida dos homens. O presépio de S. Francisco não tinha, por isso, figuras, Jesus era representado pela hóstia.

Veja o que disse o Papa Bento XVI sobre o presépio:

Caros irmãos e irmãs!

Já estamos no terceiro domingo do Advento. Hoje na liturgia ecoa o apelo do Apóstolo Paulo: “Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito, alegrai-vos… o Senhor está próximo” (Filipenses 4:4-5). A mãe Igreja, enquanto nos prepara para o santo Natal, ajuda-nos a redescobrir o sentido e o sabor da felicidade cristã, tão diferente daquela do mundo. Neste domingo, dando continuidade a uma bela tradição, as crianças de Roma trazem ao Papa, para que sejam abençoadas, as pequenas estátuas do Menino Jesus, que serão depois colocadas em seus berços. E, de fato, vejo presentes, aqui na Praça de São Pedro, tantas crianças e adolescentes, juntamente com pais, professores e catequistas.

Caríssimos, vos saúdo com todo o afeto e vos agradeço por terem vindo. Para mim é motivo de grande júbilo saber que em vossas famílias se conserva a tradição de montar o presépio. Porém, ainda que importante, repetir este gesto tradicional não é suficiente. É necessário buscar viver, na realidade do dia-a-dia, aquilo que o presépio representa, isto é, o amor de Cristo, a sua humildade, sua pobreza. Foi o que fez São Francisco de Assis em Greccio: representou ao vivo a cena da Natividade, para assim poder contemplá-la e adorá-la, mas principalmente para que pudesse saber a melhor forma de pôr em prática a mensagem do Filho de Deus, que por amor a nós despojou-se de tudo e se fez uma pequena criança.

A bênção dos “Bambinelli” – como se diz em Roma – nos lembra que o presépio é uma escola de vida, do qual podemos aprender o segredo da verdadeira felicidade. Esta não consiste de muitas posses, mas em nos sentirmos amados pelo Senhor, em doar-se aos outros e no querer bem. Olhemos para o presépio: Nossa Senhora e São José não parecem uma família de muita sorte; tiveram seu primeiro filho em meio a grandes dificuldades; e, no entanto, estão plenos de alegria interior, porque se amam, se ajudam, e, principalmente, porque estão certos de que Deus está a operar em sua história, o Qual se fez presente no pequeno Jesus. E quanto aos pastores? Que motivos teriam para se alegrarem? Aquele recém-nascido não mudará sua condição de pobreza e marginalização. Mas a fé os ajuda a reconhecer no “menino envolto em faixas e deitado numa manjedoura”, o “sinal” do cumprimento das promessas de Deus para todos os homens “que são do seu agrado” (Lc 2,12. 14), inclusive para eles!

É nisto, caros amigos, que consiste a verdadeira felicidade: no sentir que nossa existência pessoal e comunitária é visitada e preenchida por um grande mistério, o mistério do amor de Deus. Para sermos felizes, necessitamos não apenas de coisas, mas também de amor e de verdade: necessitamos de um Deus próximo, que aqueça nosso coração, que responda aos nossos anseios mais profundos. Esse Deus se manifestou em Jesus, nascido da Virgem Maria. Por isso, aquele Menininho, que colocamos na cabana ou na gruta, é o centro de tudo, é o coração do mundo. Oremos para que cada homem, como fez a Virgem Maria, possa acolher, como o centro da própria vida, o Deus que se fez Menino, fonte da verdadeira felicidade.

Fonte: (ZENIT.org). - Publicamos o discurso proferido por Bento XVI neste domingo por ocasião da oração do Ângelus, junto aos fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.

Oração: A Virgem dá hoje à luz o Eterno. E a terra oferece uma gruta ao Inacessível. Os anjos e os pastores o louvam, e os magos avançam com a estrela. Porque Tu nasceste para nós, Menino, Deus eterno! Hoje só será Natal se em ti e em tua família nasce de Maria o Senhor Jesus.

Padre Luizinho,
Com. Canção Nova.

16/12/2010

O presente de Deus para a humanidade


Só em Jesus Cristo você pode ver a beleza da vida

Quem de nós seria capaz de entregar o seu filho único à morte para salvar alguém? Só mesmo quem tivesse muito amor por alguém que estivesse perecendo. Deus foi capaz disso, porque Ele é puro amor.
"Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor" (1 Jo 4,8).

Por isso, um dia o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Armou a Sua tenda entre nós; se fez um de nós. Como disse São Paulo, Ele veio pobre "para nos enriquecer com a sua divindade" (cf. II Cor 8,9). Foi o maior acontecimento de todos os tempos; o marco da História.

São João nos lembra de uma coisa muito importante: "Deus nos amou primeiro". "Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: em ter enviado ao mundo o seu Filho único, para que vivamos por Ele. Nisto consiste o amor: não em termos nós amado a Deus, mas em ter-nos Ele amado e enviado o seu Filho para expiar os nossos pecados" (1Jo 4,9-10).

Nosso Senhor Jesus Cristo nos revelou a imensidão do amor de Deus por nós, quando disse a Nicodemos: "Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3,16). Se Cristo não tivesse vindo, morrido na cruz por nós, não teríamos a vida eterna com Deus para sempre. Por isso, Jesus é o maior presente que cada um de nós recebeu do Pai. Então, devemos corresponder a esse amor.

Estou certo de que enquanto não nos aprofundarmos nossa reflexão sobre esse versículo do Evangelho, experimentando em nosso coração todo o amor de Deus Pai por nós, não daremos uma resposta fiel e madura de amor a Deus e aos irmãos em nossa vida.

São Paulo sentiu e viveu este amor de Deus por ele; e, por isso, disse aos gálatas: "Eu vivo, mas já não sou eu, é Cristo que vive em mim; a minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim." (Gl 2,20)

Deus mostrou-nos o seu Rosto em Jesus Cristo. "Ele é o esplendor da glória de Deus e expressão do seu ser" (Hb 1,3). Nele está a imagem visível do Deus invisível. Ele veio, como Irmão, para nos salvar, não só no sentido de nos levar para o céu após a morte, mas também para nos dar a vida e a paz neste mundo.

Os inúmeros milagres e curas que Jesus realizou nos revelam isso. Ele é o Bom Pastor que "que dá a vida pelas suas ovelhas" (Jo 10,11). Essa ovelha é cada um de nós; é você. Jesus diz a você hoje: "Eu vim para que as ovelhas tenham a vida, e para que a tenham em abundância [...]. Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, será salvo; tanto entrará como sairá e encontrará pastagem... Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas me conhecem a mim" (Jo 10,10-18).

Não há quadro mais belo do aquele do Bom Pastor Divino carregando a ovelhinha perdida, tirada do meio dos espinheiros, perdida nos abismos, trazendo-a amorosamente para a segurança do aprisco. Essa ovelhinha hoje pode ser eu ou você, cada um de nós que se perdeu no vale da morte. Descansando nos ombros do Pastor Divino a ovelhinha pode cantar feliz, como o salmista: "O Senhor é o meu Pastor, nada me falta, em verdes prados ele me faz deitar. Conduz-me junto as águas refrescantes, refaz a minha alma. Pelos caminhos retos Ele me leva, por amor do seu nome. Ainda que eu atravesse o vale da morte, não temerei mal algum, pois estais comigo. Vosso bordão e vosso báculo são o meu amparo" (Sl 22, 1-4).

O livro do Apocalipse diz que esse Pastor viverá conosco para sempre: "Já não terão fome nem sede, nem o sol ou calor algum os abrasará, porque o Cordeiro que está no meio do trono, será o seu Pastor e os levará às fontes das águas vivas; e Deus enxugará toda lágrima de seus olhos" (Ap 7,15-16).

Só em Jesus Cristo você poderá ver a beleza da vida e a grandeza de sua pessoa, porque, como disse São João: "Ele é a luz que vindo a este mundo ilumina todo homem" (Jo 1,9). Jesus confirmou isto: "Eu sou a Luz do mundo; aquele que me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida" (Jo 12,8).

Se você tiver Jesus no coração Ele iluminará a sua vida!

A grande crise do homem moderno é a perda da sua identidade. Ele desprezou Deus, expulsou-O do mundo, e agora não se conhece mais a si mesmo, não sabe o sentido da sua vida e do seu valor. Quando você crê em Jesus e O acolhe na fé, e entrega a direção de sua vida a Ele, você se torna, n'Ele e por Ele, um filho amado de Deus.

Disse São João: "Mas a todos aqueles que o receberam, aos que creem no seu Nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Esses não nasceram do sangue nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus " (João 1,12).

Não se contente em ser apenas um homem ou uma mulher, quando Jesus Cristo lhe dá a oportunidade única de ser um filho de Deus. Isso é insuperável!

14/12/2010

Dia de São João da Cruz


O santo deste dia é conhecido como Doutor Místico: São João da Cruz. Nasceu em Fontiveros, na Espanha, em 1542. Seus pais, Gonçalo e Catarina, eram pobres tecelões. Gonçalo morreu cedo e a viúva teve de passar por dificuldades enormes para sustentar os três filhos: Francisco, Luís e João. Mas Luís morreu quando ainda era criança. Como João de Yepes (era este o seu nome de batismo) mostrou-se inclinado para os estudos, a mãe o envia para o Colégio da Doutrina. Em 1551, os padres jesuítas fundaram um colégio em Medina (centro comercial de Castela). Nele, esse grande santo estudou Ciências Humanas.

Com 21 anos, sentiu o chamado à vida religiosa e entrou na Ordem Carmelita, na qual pede o hábito. Nos tempos livres, gostava de visitar os doentes nos hospitais, servindo de enfermeiro. Chamar-se-á para o futuro João de Santa Maria. Devido ao talento e à virtude, depressa foi destinado para o colégio de Santo André, que a Ordem possui em Salamanca, ao lado da famosa Universidade. Ali, estudou Artes e Teologia. Foi neste colégio nomeado de "prefeito dos estudantes", o que indica o seu aproveitamento e a estima que os demais tinham por ele. Em 1567 foi ordenado sacerdote.

Desejando uma disciplina mais rígida, São João da Cruz quase saiu da Ordem para ir para os Cartuxos, mas, felizmente, encontrou-se com a reformadora dos Carmelos, Santa Teresa D'Ávila, que tinha recebido autorização para a reforma dos conventos masculinos. João, empenhado na reforma, conheceu o sofrimento, as perseguições e tantas outras resistências. Chegou a ficar nove meses preso num convento em Toledo, até que conseguiu escapar. São João da Cruz transformou, em Deus, todos as cruzes num meio de santificação para si e para os irmãos. Três coisas pediu e acabou recebendo de Deus: primeiro: força para trabalhar e sofrer muito; segundo: não sair deste mundo como superior de uma comunidade; e terceiro: morrer desprezado e escarnecido pelos homens.

Pregador, místico, escritor e poeta, esse grande santo da Igreja faleceu após uma penosíssima enfermidade, em 1591, com 49 anos de idade. Foi canonizado no ano de 1726 e, em 1926, o Papa Pio XI o declarou Doutor da Igreja. Escreveu obras bem conhecidas como: Subida do Monte Carmelo; Noite escura da alma (estas duas fazem parte de um todo, que ficou inacabado); Cântico espiritual e Chama viva de amor. No decurso delas, o itinerário que a alma percorre é claro e certeiro. Negação e purificação das suas desordens sob todos os aspectos. São João da Cruz é o Doutor Místico por antonomásia, da Igreja, o representante principal da sua mística no mundo, a figura mais ilustre da cultura espanhola e uma das principais da cultura universal. Foi adotado como Patrono da Rádio, pois, quando pregava, a sua voz chegava muito longe.



São João da Cruz, rogai por nós!

10/12/2010

Assista ao Making of do filme ‘Aparecida - o milagre’


O filme “Aparecida – o milagre” está próximo de sua estreia.
No próximo dia 17,
os devotos de Nossa Senhora Aparecida poderão acompanhar, nas telas de cinema de todo o país, a história de Marcos, um empresário em crise e desesperado com um grave acidente de seu filho.

Após o acidente, Marcos é tocado pela graça de um milagre de Nossa Senhora Aparecida, que lhe restitui a fé e a possibilidade de um acerto de contas com o passado, com a família e, sobretudo, consigo mesmo.

Estrelado por Murilo Rosa e grande elenco, o longa-metragem aborda uma trajetória de transformação, superação e reencontro de um homem com a família, o filho e, sobretudo, consigo por meio da fé em Nossa Senhora Aparecida.

Dirigido por Tizuka Yamasaki e produzido por Gláucia Camargos, toda a trama se passa no Vale do Paraíba, região do Estado de São Paulo onde está localizada a Basílica Nacional de Aparecida, o maior santuário mariano do mundo.

Para saber mais sobre ‘Aparecida - o milagre’, assista ao Making of do filme clicando neste link:

http://blog.cancaonova.com/redacao/2010/12/08/assista-ao-making-of-do-filme-aparecida-o-milagre/

09/12/2010

Seja forte e não tenha medo!

Assim como o café com leite, misturados, já não são mais nem leite nem café, o que teremos em breve será “céus novos e uma terra nova”. O céu será diferente porque estará misturado com a terra. A terra será muito diferente, porque estará misturada com o céu. O humano será diferente, porque estará misturado com o divino. E o divino também será diferente, porque estará misturado com o humano.

Como acontece na Pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo: Ele é Deus e homem ao mesmo tempo, sem deixar de ser homem e sem deixar de ser Deus. Teremos uma terra nova, porque divinizada, e céus novos, porque humanizados. Mas até essa realidade chegar, a luta será grande. Quando vier o Reino de Deus, o inimigo de Deus será vencido. Ele sabe que pouco tempo lhe resta:

"Ai de vós, terra e mar, pois o diabo desceu para junto de vós, cheio de grande furor, sabendo que lhe resta pouco tempo" (Ap 12,12b).

Estamos sofrendo por causa disso. Mas o Senhor nos diz para sermos fortes e não temermos.

Deus abençõe você!

Trecho do livro "Eu e minha casa serviremos ao Senhor"
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

08/12/2010

A dificuldade da reaproximação


Aquele que não errou que atire a primeira pedra

Ninguém gostaria de viver tendo apenas uma pessoa como amiga, pois, sabemos que quanto maior o nosso círculo de amizades, tanto maiores serão as oportunidades de aprendizado a partir da vivência com cada um delas. Às vezes, preferiríamos viver numa ilha, isolados de tudo e de todos, especialmente, quando experimentamos as asperezas dos desentendimentos, comuns e pertinentes, em nossas amizades.

Quem se abre aos relacionamentos deverá estar sempre disposto a resgatar a saúde do convívio, mesmo quando inúmeras situações indiquem, como válvula de escape, a facilidade da fuga.

Em todos os nossos compromissos não viveremos apenas as alegrias das festas e o calor dos abraços saudosos daqueles que nos amam e consideram a nossa presença importante, mas também, as dificuldades. Ainda que houvesse muitos momentos de júbilo em nossas convivências e confraternizações, seguramente, haverá, também, momentos em que preferiríamos romper com a amizade e fugir do mapa.

É verdade que somente nos desentendemos com aqueles que realmente convivemos e, de maneira especial, quando as coisas não vêm ao encontro das nossas cômodas intenções. Em certas ocasiões, surge ainda o desejo de pegar um dos nossos amigos pelo pescoço, chacoalhá-lo e jogá-lo contra a parede. Certamente, tal vontade teria de ser controlada, já que esses sentimentos tendem a desaparecer com a mesma velocidade com que emergiram no calor dos ânimos exaltados.

Tal como as ondas do mar roubam as areias sob os nossos pés, as desavenças, impaciências, irritações, invejas solapam os alicerces das nossas amizades.

Penso não existir coisa mais descabida numa relação pessoal que o ato de "dar um gelo" ou, como alguns preferem dizer, "matar fulano no coração", isto é, esquecê-lo.

Pelos motivos acima apontados, muitas vezes, ferimos os sentimentos daqueles com quem convivemos; talvez, na mesma intensidade de uma agressão física.

Ignorar, mudar de calçada ou desconsiderar a presença de alguém, que antes fazia parte de nosso círculo de amizade, faz com que retrocedamos ao tamanho das picuinhas dos seres mais ínfimos que podemos imaginar. Seríamos injustos se comparássemos tais atitudes ao comportamento infantil; pois na pureza peculiar de crianças sabemos que logo após seus acessos de raiva, instantaneamente voltam à amizade sem nenhum ressentimento ou mágoa.

Para nós adultos, reviver a aproximação com alguém que tenha nos ferido, não é uma atitude fácil. Ninguém é superior o bastante para estar livre dos erros e deslizes contra a harmonia de suas amizades. Podemos ser vítimas, também, de nossos próprios acessos, que refletidos em atos potencializados pela ira, descontentamento ou ciúme, tenham decepcionado um amigo com nossas grosserias ou indiferenças.

O restabelecimento desses abalos em nossas relações, ainda que não seja fácil, poderá ser possível quando tomarmos a iniciativa da reaproximação, por exemplo, a partir das atividades ou coisas que eram vividas em comum.

"Aquele que não errou que atire a primeira pedra..." Assim, nos colocando na mesma condição – sujeito aos mesmos erros – justificaremos a atitude do destrato sofrido, não como sendo um comportamento próprio do nosso amigo, mas como resultado de uma faceta ainda desconhecida dentro do nosso convívio que precisará ser trabalhada.

Deus abençõe o seu esforço!

Dado Moura - Com. Canção Nova
contato@dadomoura.com

07/12/2010

Como você corrige as pessoas?


O que não se pode fazer por amor, não se obtém por outros meios

Como você corrige seu filho, seu esposo, sua esposa, seu empregado, seu colega, seu subordinado de modo geral? É um dever e uma necessidade corrigir aqueles a quem amamos, mas isso precisa ser feito de maneira correta. Toda autoridade vem de Deus e em Seu nome deve ser exercida; por isso, com muito jeito e cautela.

Não é fácil corrigir uma pessoa que erra; apontar o dedo para alguém e dizer-lhe: "Você errou!", dói no ego da pessoa; e se a correção não for feita de modo correto pode gerar efeito contrário. Se esta for feita inadequadamente pode piorar o estado da pessoa e gerar nela humilhação e revolta. Nunca se pode, por exemplo, corrigir alguém na frente de outras pessoas, isso o deixa humilhado, ofendido e, muitas vezes, com ódio de quem o corrigiu. E, lamentavelmente, isso é muito comum, especialmente por parte de pessoas que têm um temperamento intempestivo (conhecidas como "pavio curto") e que agem de maneira impulsiva. Essas pessoas precisam tomar muito cuidado, porque, às vezes, querendo queimar etapas, acabam queimando pessoas. Ofendem a muitos.

Quem erra precisa ser corrigido, para seu bem, mas com elegância e amor. Há pais que subestimam os filhos e os tratam com desdém, desprezo. Alguns, ao corrigi-los, o fazem com grosseria, utilizando palavras ofensivas e marcantes. O pior de tudo é quando chamam a atenção dos filhos na presença de outras pessoas, irmãos ou amigos, até do (a) namorado (a). Isso os humilha e os faz odiar o pai e a mãe. Como é que esse (a) filho (a), depois, vai ouvir os conselhos desses pais? O mesmo se dá com quem corrige um empregado ou subordinado na frente dos outros. É um desastre humano!


Gostaria de apontar aqui três exigências para corrigir bem uma pessoa:

Nunca corrigir na frente dos outros.
Ao corrigir alguém, deve-se chamá-lo a sós, fechar a porta da sala ou do quarto, e conversar com firmeza, mas com polidez, sem gritos, ofensas e ameaças, pois este não é o caminho do amor. Não se pode humilhar a pessoa. Mesmo a criança pequena deve ser corrigida a sós para que não se sinta humilhada na frente dos irmãos ou amigos. Se for adulto, isso é mais importante ainda. Como é lamentável os pais ou patrões que gritam corrigindo seus filhos ou empregados na frente dos outros! Escolha um lugar adequado para corrigir a pessoa.

Gostaria de lembrar que a Igreja, como boa Mãe, garante-nos o sigilo da Confissão, de maneira extrema. Se o sacerdote revelar nosso pecado a alguém, ele pode ser punido com a pena máxima que a instituição criada por Cristo pode aplicar: a excomunhão. Isso para proteger a nossa intimidade e não permitir que a revelação de nossos erros nos humilhe. E nós? Como fazemos com os outros? Só o fato de você dar a privacidade à pessoa a ser corrigida, ao chamá-la a sós, ela já estará mais bem preparada para a correção a receber, sem odiá-lo.

Escolha o momento certo.
Não se pode chamar a atenção de alguém no momento em que a pessoa errada está cansada, nervosa ou indisposta. Espere o melhor momento, quando ela estiver calma. Os impulsivos e coléricos precisam se policiar muito nesses momentos porque provocam tragédias no relacionamento. Com o sangue quente derramam a bílis – às vezes mesmo com palavras suaves – sobre aquele que errou e provocam no interior deste uma ferida difícil de cicatrizar. Pessoas assim acabam ficando malvistas no seu meio. Pais e patrões não podem corrigir os filhos e subordinados dessa forma, gritando e ofendendo por causa do sangue quente. Espere, se eduque, conte até 10 dez, vá para fora, saia por um tempo da presença do que errou; não se lance afoito sobre o celular para o repreender “agora”. Repito: a correção não pode deixar de ser feita; a punição pode ser dada, mas tudo com jeito, com galhardia. Estamos tratando com gente e não com gado.

Use palavras corretas.
Muitas vezes, um "sim" dito de maneira errada é pior do que um "não" dito com jeito. Antes de corrigir alguém, saiba ouvi-lo no que errou; dê-lhe o direito de expor com detalhes e com tempo o que fez de errado, e por que fez aquilo errado. É comum que o pai, o patrão, o amigo, o colega, precipitados, cometam um grave erro e injustiça com o outro. O problema não é a correção a aplicar, mas o jeito de falar, sem ofender, sem magoar, sem humilhar, sem ferir a alma.

Eu era professor em uma faculdade, e um dos alunos veio me dizer que perdeu uma das provas e que não podia trazer atestado médico para justificar sua falta. Ter que fazer uma prova de segunda chamada, apenas para um aluno, me irritava. Então, eu lhe disse que não lhe daria outra prova. Quando ele insistiu, fui grosseiro com ele, até que ele pôde se explicar: "Professor, é que eu uso um olho de vidro e, no dia da sua prova, o meu olho de vidro caiu na pia e se quebrou; por isso eu não pude fazê-la". Fiquei com "cara de tacho" e lhe pedi mil desculpas.

Nunca me esqueci de uma correção que o meu pai nos deu quando meus oito irmãos e eu éramos ainda pequenos. De vez em quando nós nos escondíamos para fumar longe dele. Nossa casa tinha um quintal grande e um pequeno quarto no fundo; lá nós nos reuníamos para fumar.

Um dia, nosso pai nos pegou fumando; foi um desespero… Eu achei que ele fosse dar uma surra em cada um de nós; mas não, me lembro exatamente até hoje, depois de quase cinquenta anos, da bela lição que ele nos deu. Lembro-me bem: nos reuniu no meio do quintal, em círculo, depois pediu que lhe déssemos um cigarro; ele o pegou, acendeu-o, deu uma tragada e soprou a fumaça na unha do dedo polegar, fazendo pressão, com a boca quase fechada.

Em seguida, mostrou a cada um de nós a sua unha amarelada pela nicotina do cigarro. E começou perguntando: "Vocês sabem o que é isso amarelo? É veneno; é nicotina; isso vai para o pulmão de vocês e faz muito mal para a saúde. É isso que vocês querem?" Em seguida ele não disse mais nada; apenas disse que ele fumava quando era jovem, mas que deixou de fazê-lo para que nós não aprendêssemos algo errado com ele. Assim terminou a lição; não bateu em ninguém nem xingou ninguém; fomos embora. Hoje nenhum de meus irmãos fuma; e eu nunca me esqueci dessa lição. São Francisco de Sales, doutor da Igreja, dizia que "o que não se pode fazer por amor, não deve ser feito de outro jeito, porque não dá resultado". E se você magoou alguém corrigindo-o grosseiramente, peça-lhe perdão logo; é um dever de consciência.

Professor Felipe Aquino - Com. Canção Nova
felipeaquino@cancaonova.com

06/12/2010

O som do coração




Que você se transforme no mais belo instrumento


Quando vamos a um show, a uma apresentação de uma orquestra sinfônica ou até mesmo quando abraçamos o violão para tocar, nem sempre imaginamos o carinho com que o instrumento pode ter sido feito. Lembro-me da reportagem que fiz sobre o “luthier”, o profissional que fabrica instrumentos de corda de forma artesanal, como no princípio dos tempos musicais. Foi na minha cidade natal.

O homem de uns 50 anos tinha fama de ser o melhor de Campos dos Goitacazes (RJ) nessa arte. E a caminho de sua casa, fiquei me perguntando o que o fazia ser tão bom naquilo que se propôs a fazer. Ao chegar a sua casa tomei um susto. No quintal havia um monte de madeira, que parecia estar ali havia muito tempo. E logo o craque do assunto me explicou que esse era o primeiro passo para se fabricar um bom instrumento. É necessário que a madeira fique exposta ao tempo, na chuva e no sol intenso, no sereno e no vento, para que sofra todas as transformações. Rachar o que precisa rachar, empenar o que precisa empenar, ressecar o que precisa ser ressecado. Só depois de viver as quatro estações do ano, ela estará pronta para ser transformada.

Então vi o carinho com que esse artista se debruçava na madeira, cortando suas rachaduras, tornando plano e reto o que estava torto, lustrando e lubrificando o que estava seco. Os maiores tesouros materiais que este homem tinha eram suas ferramentas (as ferramentas eram os maiores tesouros que este homem tinha em suas mãos). Era com elas que ele transformava a madeira bruta em arte admirável. Era com elas que ele moldava o instrumento. As maiores realizações deste homem eram os instrumentos prontos e lindos de se ver. Violinos, violões, guitarras, baixos, cavaquinhos. Cada um com sua história pessoal com o artesão. Cada um com sua característica sonora. Cada um proporcionando satisfação às mãos de quem toca e aos ouvidos de quem se emociona com os acordes.

Neste dia quero convidá-lo para ser madeira bruta nas mãos do nosso "Luthier Divino". Permita que Ele arranque as rachaduras de seu coração, torne reto e plano o caminho que estava torto e encharque, com a água viva do Espírito Santo, todos os cantos do seu ser que foram ressecados pelas decepções da vida. E que ao ser moldado, você se transforme no mais belo instrumento capaz de alcançar os corações com o som que o Senhor toca em você.

Deus o abençõe!

03/12/2010

Ainda há tempo...


A vida segue seu curso, cada dia traz suas novidades e o tempo não para. Constantemente nos pegamos pensando nas coisas que deveríamos ter feito e chegamos à constatação de nos que faltou tempo! Será que isso é normal? Ou será que estamos inventando coisas de mais para fazermos, preenchendo tanto o tempo que nos falta espaço para viver?

Dizem os grandes sábios que o segredo para uma vida feliz é viver bem cada coisa a seu tempo. Mas em dias como os que vivemos, nos quais tudo é imediato e as oportunidades de escolha são sempre vastas, é tarefa um tanto difícil discernir o que fazer a cada instante.

Eu, particularmente, gosto de planejar o meu dia de acordo com o que preciso fazer, seja no trabalho, seja em casa ou até mesmo no lazer. Mas o fato é que agindo assim, também corro o risco de controlar meu tempo nos deveres e aprisionar minha liberdade de ser livre e viver naturalmente.

Basta alguma coisa sair fora dos planos que me vejo bastante contrariado. É como se eu me atropelasse nos meus passos e o tempo fugisse de minhas mãos em segundos. Não é fácil lidar com o tempo e a velocidade da vida, aliás, é sabedoria que requer aprendizado, arte e disposição. Eu quero aprender e você?

Podemos viver sem pensar sobre coisas assim, mas considero importante refletir na vida que estamos levando... Hoje, parei para fazer isso me perguntando: "Será que a vida está indo de modo muito rápido ou sou eu quem está meio lenta?" Talvez eu precise acertar o passo. Sou mais do que aquilo que eu faço. Mas o ser e o fazer são realidades distintas que precisam de harmonia.

Já ouvi alguém dizer: "Sua cabeça até pode ser uma máquina, mas seu coração não!" Talvez esteja aí a razão dos descompassos do momento. É que o coração não combina com a pressa, ele tem seus mistérios, exige calma e arte para lidar com ele. É sensível, e o sentimento não combina com imediatismos. Para conquistar um bom emprego, a competência é conjugada com a agilidade, mas para conquistar um coração não é assim... Acredito que seja essa a razão do vazio que facilmente contemplamos nas pessoas que valorizam somente o poder.

Quando nos interessamos de mais por "aquilo que queremos", falta-nos tempo para nos interessarmos por "aqueles que queremos". E aí o resultado quase inevitável são os atropelos e o vazio no fim da história. A opção é única: se quisermos conciliar os interesses de nossa vida, precisaremos ser vigilantes para que não nos enganemos nas escolhas e corajosos para recomeçar sempre que for preciso. E jamais abrirmos mão do essencial. O que é essencial para a sua felicidade?

Considero importante que identifiquemos as razões para vivermos alegres. Não para vivermos inebriados, esquecendo-nos do mal que possa estar no mundo, mas para poder dar um impulso à nossa vida, que tem, com certeza, nos oferecido coisas boas, as quais a velocidade não nos deixa contemplar. O sorriso, o choro, a simplicidade das crianças e os momentos de reflexão são boas formas de podermos valorizar a vida e apreciar o que de bom vai passando por nós.

Não percamos mais tempo a correr sem destino certo. Andemos com mais calma, apreciemos mais a paisagem e quando chegarmos ao ponto determinado, veremos que a alegria da vida não está na chegada, ela foi distribuída durante o caminho. Se formos muito depressa, nos faltará tempo para recolhê-la.

A boa notícia que lhe apresento hoje é que ainda há tempo... Há tempo para mostrar quem somos sem temer a reação dos outros. Há tempo para cantar, dançar e brincar com as crianças.

Há tempo ainda para um bilhete no café da manhã, um telefonema inesperado durante o dia só para dizer: "Te amo".

Há tempo para despertar o que talvez tenha ficado quieto por anos a fio. Para contemplar o pôr-do-sol, para molhar os pés na água do mar, caminhar descalço na areia da praia sem ter hora marcada para chegar.

Há tempo para ser feliz e hoje é o tempo!

02/12/2010

Tenho reclamado muito... Virou vício! Como me libertar?


Tem gente que reclama de tudo! Reclama tanto que já conseguiu fazer da reclamação um hábito, uma doença que possui força para estragar relacionamentos e tornar a vida uma fruta sempre amarga. É gente que reclama e se sente no pleno direito de fazê-lo sempre, sem entender que possa existir gente que se comporta de um modo diferente!

Gente assim, reclamadores e "problemocêntricos", não entendeu que é absurdo e pouco inteligente ficar correndo atrás dos beija-flores...

É preciso sim cuidar dos jardins, rosas e todas as flores para que eles venham até nós! Quem vive assim está entendendo o sentido da vida e o segredo da felicidade!

E você? Reclama ou cultiva flores?

01/12/2010

Como podemos nos preparar para o Advento?



Precisamos estar prontos para o encontro com o Senhor

O Ano Litúrgico gira em torno das duas grandes festas do mistério de nossa salvação: o Natal e a Páscoa. A fim de nos prepararmos bem para essas duas solenidades de máxima importância, a Santa Igreja, com seu amor de mãe e sua sabedoria de mestra, instituiu o Advento, que nos predispõe para o Natal e a Quaresma e nos prepara para a Páscoa. Praticamente um mês e meio de Advento-Natal e três meses de Quaresma-Páscoa. O tempo chamado “Comum”, durante o ano, ajuda-nos a caminhar com a Igreja nas estradas da história, iluminados por esses mistérios de nossa fé e conduzidos pelo Espírito Santo.

Iniciamos o tempo do Advento, que assinala também o início de um novo Ano Litúrgico. No decurso dos quatro domingos do Advento, o povo cristão é convidado para preparar os caminhos para a vinda do Rei da Paz. O Cristo Senhor, que, há dois mil anos, nasceu como homem numa manjedoura em Belém da Judeia, deseja ardentemente nascer em nossos corações, conforme as santas palavras da Sagrada Escritura: "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo" (Ap 3, 20).

No Advento temos a oportunidade de nos aprofundar na expectativa do "Senhor que virá para julgar os vivos e os mortos" e na semana que antecede a festa natalina a preparação próxima para celebrar o "Senhor que nasceu pobre no Oriente". Entre essas duas vindas, o cristão celebra, a cada dia, o seu coração que se abre para o “Senhor que vem” em sua vida e renova a sua existência.

Celebrar o Natal é reconhecer que "Deus visitou o seu povo" (cf. Lc 7, 16).

Tal reconhecimento não se pode efetivar somente com nossas palavras. A visita de Deus quer atingir o nosso coração e transformar-nos desde dentro. A tão desejada transformação do mundo, a superação da fome, a vitória da paz e a efetiva fraternidade entre os homens dependem, na verdade, da renovação dos corações. Somos convidados, em primeiro lugar, a aprender a "estar com Jesus", e então nossa vida em sociedade verá nascer o Sol da Justiça.

O Advento constitui precisamente o tempo favorável para a preparação do nosso coração. Deixemo-nos transformar por Cristo, que mais uma vez quer nascer em nossa vida neste Natal. Celebrar bem a solenidade do Natal do Senhor requer que saibamos apresentar a Deus um coração bem disposto, pois "não desprezas, ó Deus, um coração contrito e humilhado" (Sl 51, 19). Um coração que busca com sinceridade a conversão é fonte de inestimável comunhão com o Senhor e com os irmãos.

Neste tempo de Advento não tenhamos medo de Cristo. "Ele não tira nada, Ele dá tudo".