28/10/2010

Onde estamos colocando os nossos talentos?


Entendamos que a nossa felicidade passará pelo bom uso dos dons

Quando nos colocamos em oração - entendendo oração como intimidade e diálogo entre duas pessoas que se amam (o Senhor e eu, eu e o Senhor) –, logo nos deparamos com uma grande dificuldade: o que dizer a Deus? Muitas e muitas vezes, no momento da nossa oração, somos invadidos por pensamentos e lembranças, os quais temos até medo de imaginar que possam existir e vir até nós.

Quero dizer que tudo aquilo que o Senhor quer nos falar neste diálogo de amor, que é a oração, não é acerca dos dons, talentos e virtudes que venhamos a possuir; quanto a isso, no máximo Ele quer que agradeçamos e coloquemos tudo a serviço dos irmãos, pois tudo é graça d’Ele. O que Deus quer conversar conosco, na oração, é sobre aquilo que não veio d’Ele, ou seja, nossas misérias, infidelidades, pecados e feridas. Por isso Deus quer curar e transformar todos esses males que temos em nós, em carismas, em vida, em dom.

Contudo, não quero me ater às realidades próprias da nossa oração, mas a tudo aquilo que é dom, virtude, talento, capacidade; realidades que são puro dom, pura graça, pura gratuidade de Deus em nossa vida, para que possamos colocar tudo a serviço dos irmãos. Tudo o que temos, que é presente de Deus, Ele nos deu para que possamos nos santificar, nos tornando canais de santificação para nossos irmãos.

Um dos maiores pecados existentes é o da omissão; maior não no sentido de materialidade de pecado, mas no sentido dos efeitos que ele nos causa, como a paralisação da capacidade de amar a partir dos talentos que Deus nos deu.

Onde estamos colocando os dons que Deus nos deu para a nossa santificação e a santificação dos nossos irmãos? Quantas pessoas estão escondendo seus dons e talentos dentro das vasilhas e embaixo das camas do preconceito, da prostituição, da preguiça e da indiferença religiosa!?

Entendamos que a nossa felicidade passará pelo bom uso dos dons e talentos que Deus nos deu, mas nós reclamamos muito das situações que se encontram em nossa sociedade, no nosso mundo. As dificuldades pelas quais passamos não são porque os maus possuem força, mas porque os cristãos não são melhores, não são santos.

Santidade é colocar tudo aquilo que temos de melhor a serviço dos irmãos, nos gastando por amor a eles e colocando nossas misérias no coração de Jesus para que Ele nos cure para melhor servirmos aos outros.

Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova

27/10/2010

Dizer não é também amar

Limites são necessários para qualquer ser humano

Amar não é e nunca será tarefa fácil, exige de nós empenho e decisão. O amor sincero comporta o sofrimento e a doação em favor do outro. Pelo bem do outro, inúmeras vezes, enfrentamos dificuldades que nos causam dor e pesar.

Existem situações nas quais temos de desagradar a quem amamos em virtude de seu próprio bem. Tais decisões são difíceis e doem mais em nós do que naqueles que são objetos de nossa repreensão. Porém, é importante salientar que corresponder sempre e irrefletidamente aos desejos de quem se ama pode se tornar algo negativo, que tende a deformar e não formar. Dentro dessa perspectiva, afirmo que: “Dizer ‘não’ também é uma forma de amar”.

Limites são necessários para qualquer ser humano, pois, por meio deles, alcançamos equilíbrio e maturidade. Pais que não impõem limites aos filhos acabam criando pequenos reis e rainhas e, conseqüentemente, tornando-se seus súditos.

Somente quem já recebeu um “não” na vida consegue compreender a especificidade da palavra humildade. Somente aqueles que não foram correspondidos no que queriam, em algum momento de sua história, sabem compreender que sua vontade não é absoluta e que nem sempre estão certos.

É no “não” e no “sim”, no equilíbrio das possibilidades, que se forma uma pessoa, é assim que o orgulho se ausenta e o ser humano consegue entender que os outros também são bons.

Nem tudo o que queremos é o melhor para nós, porém, nem sempre conseguimos enxergar assim. É aí que descobrimos quem nos ama, pois os que sinceramente se interessam por nós não têm medo de nos dizer a verdade e de nos corrigir quando necessário.

Não é fácil corrigir e dizer 'não'; seria mais fácil e conveniente dizer sempre 'sim' e estar sempre sorrindo, pois quem diz 'não' se expõe e, muitas vezes, atrai sobre si a ira do outro. Quem corrige, mesmo querendo o bem do outro, corre o risco de ser mal interpretado, contudo, demonstra um grande amor e cuidado com o outro.

Só quem nos ama nos diz 'não'. Só quem se interessa por nós tem a sensibilidade de cuidar de nós, através da poda.

Precisamos ter sensibilidade para detectar e aceitar o amor que se manifesta em uma multiplicidade de formas e que nos encontra também naquilo que tanto nos desagrada.

Se enxergarmos assim, sentiremo-nos mais amados e cuidados, evitaremos muitas contrariedades, além de descobrirmos belezas antes não contempladas. Faça essa experiência!

26/10/2010

Viver o bem ou o mal? A escolha é sua!


Ouvistes também que foi dito aos antigos: "Não jurarás falso, mas cumprirás os teus juramentos feitos ao Senhor". Ora, eu lhe digo: não jure de modo algum nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o apoio dos seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do Grande Rei. Também não jures pela sua cabeça, porque não podes tornar branco ou preto um só fio de cabelo. Seja o seu sim, sim; e o seu não, não.

Muitas vezes, reclamamos que Deus é injusto, pois se esqueceu de nós, não nos dando isso ou aquilo. Mas ignoramos que os desastres da nossa vida são decorrentes do nosso próprio comportamento. Frequentemente, os problemas de saúde são consequências de uma vida de desamor, de ressentimento, de mágoas, vingança e rancor. O coração está poluído, e como o homem naturalmente é um todo, quando não estamos bem de espírito, nossa cabeça, vontade e corpo também não vão bem. A pessoa que vive rancorosa, ressentida, com sentimentos de ciúmes ou inveja terá isso refletido em seu corpo, tornando-se um indivíduo adoentado.

A ansiedade e a agitação são pecados, porque significam desconfiança em Deus. E Ele não deseja isso para nossa vida, pois quer que os seus filhos vivam com confiança. Nosso organismo, que é uma “máquina”, não foi criado para viver angustiado e preocupado. É como se fosse um motor, que aguenta uma forçada, mas logo quebra. Se vivemos agitados, angustiados, preocupados, ansiosos, totalmente fora do caminho de Deus, é porque nosso coração está poluído, ou foi poluído no passado, com malícias e desejos, concupiscências e cobiças inflamadas. Porém, nosso organismo, mente, pensamentos, desejos foram feitos para a pureza, de forma que a sexualidade fosse vivida corretamente no amor.

Deus coloca diante de nós o bem e o mal para escolhemos um dos dois. Se optarmos pelo mal, teremos que nos responsabilizar por todas as suas consequências. Portanto, não se trata de nenhum castigo de Deus, e sim uma opção nossa.

Não há mal que não nos faça mal. Até as coisas mais simples, como a gula. Muitas doenças são carregadas por nós em virtude da nossa má alimentação. Por buscarmos somente o prazer no comer e beber, esquecemos de nos alimentar racionalmente. Nossa própria gula acarreta-nos problemas estomacais, intestinais, no fígado, nos rins etc. Não é castigo de Deus, mas nosso organismo é uma máquina e, portanto, criado a partir de um projeto. Deus disse: “Filhos, a máquina é assim. Vocês são um projeto perfeito, mas fazem a máquina funcionar do jeito que querem e a estragam. Vocês acabam fazendo de vocês mesmos uma arma e tornam-se suas próprias vítimas”.



Se temos sofrido tanto, se não sentimos paz nem alegria, é porque infelizmente insistimos em viver nos descaminhos. Acreditamos mais em Satanás, nosso inimigo, do que em Deus, que é nosso Pai e que nos ensina o caminho da vida. O Senhor nos diz:
“Ponho diante de você a água e o fogo, o bem e o mal, escolha aquilo que quer. Eu o estou chamando para viver nos meus caminhos, nos caminhos da fé,do meu evangelho, da felicidade e da paz, mas quem escolhe é você”.

Trecho do livro "Curados para amar"
de
Monsenhor Jonas Abib
Comunidade Canção Nova

25/10/2010

A importância do tempo


É necessário priorizar nossas atividades

O melhor presente é o tempo presente, por isso é preciso aproveitá-lo bem. Há uma ciência para utilizar o tempo. Não se trata de fazer as coisas correndo, mas de não desperdiçá-lo com coisas sem sentido.

Para viver bem é preciso saber usar o tempo; é nele que construímos a nossa vida. Cada momento de nossa existência tem consequências nesta vida e na eternidade. Por isso, não podemos ficar “matando o tempo”; pois seria o mesmo que estar matando a nossa sua vida aos poucos.

Na verdade, o presente é a única dádiva que temos, porque o passado já se foi e o futuro a Deus pertence. Viva intensamente o presente e tenha sempre em mente que a pessoa mais importante é essa que está agora na sua frente. O trabalho mais importante é este que você está fazendo agora; o dia mais importante da vida é este que você está vivendo hoje; o tempo mais importante é o agora.

Alguns me perguntam como consigo fazer tantas coisas; a resposta é simples: se não perder tempo, pode-se para fazer tudo que é importante. É claro que precisamos priorizar as atividades.

Viver é como escrever um livro, cujas páginas são nossos atos, palavras, intenções e pensamentos.

As coisas pequenas, mas vividas com amor, assumem um valor elevado; enquanto muitos momentos aparentemente brilhan­tes são comparáveis a bolhas de sabão.

Abrace com toda força as oportunidades que você tiver para crescer nos estudos e numa profissão. A vida não nos dá muitas chances, e se você não as aproveitar bem, poderá chorar mais tarde.

Nunca fique sem fazer nada, ainda que você esteja desempregado ou de férias; pois sabemos que “mente vazia e desocupada é oficina do diabo”. Descansar não quer dizer ficar sem fazer nada, é mudar de atividade. Mesmo no campo ou na praia de férias, você pode fazer algo que o descanse e que seja útil.

Se fizermos as contas, veremos que todas as manhãs são creditados 86.400 segundos para cada um de nós; e todas as noites este saldo é debitado como perda e não nos é permitido acumulá-lo para o dia seguinte. Todas as manhãs a sua conta é reiniciada, e todas as noites as sobras do dia anterior se evaporam.

Não há volta. Você precisa aplicar, vivendo o presente, o seu depósito diário. Invista, então, no que for melhor, em bens definitivos e não fugazes. Faça o melhor cada dia.

Para você perceber o valor de um ano, pergunte a um estudante que repetiu de ano. Para perceber o valor de um mês, pergunte para uma mãe que teve o seu bebê prematuramente.

Para você perceber o valor de uma semana, pergunte a um editor de jornal semanal. Para perceber o valor de uma hora, pergunte aos namorados que estão esperando para se encontrar.

Para você perceber o valor de um minuto, pergunte a uma pessoa que perdeu o ônibus. Para perceber o valor de um segundo, pergunte a uma pessoa que conseguiu evitar um acidente.

Para você perceber o valor de um milésimo de segundo, pergunte a alguém que conquistou a medalha de ouro em uma Olimpíada.

Lembre-se: o tempo não espera por ninguém. O dia de ontem é história, o de amanhã é um mistério, o de hoje é uma dádiva; por isso é chamado Presente!

Não deixe que o tempo escorra por entre os dedos abertos de suas mãos vazias. Segure-o de qualquer maneira para que ele vire eternidade.

Por que esperar amanhã para viver?

O presente está cheio do passado e repleto do futuro. O bom aproveitamento do dia de hoje é a melhor preparação para o dia de amanhã. O tempo é sagrado, porque o evento da salvação se inseriu no seu histórico; mas é preciso ter uma noção correta do uso do tempo. Alguns pensam que “tempo é dinheiro” e não conseguem parar. Não é assim.

Emmir Nogueira tem uma bela reflexão baseada em Jacques Phillippe, autor de “Liberdade Interior” (Ed. Shalom, 2004), o qual nos ensina que há dois tempos: um exterior (contato pelo relógio) e outro interior (contado pelo amor). Transcrevo aqui uma reflexão desse livro:

"O tempo exterior é o tempo do fazer, do trabalhar, estudar, produzir, produzir, produzir. É o tempo das horas marcadas, das agendas lotadas, dos compromissos importantes e inadiáveis. É o momento que estressa, envelhece, desgasta e irrita. Período que me fecha em mim mesmo, que me leva a pensar mais em mim do que nos outros, tempo de receber e acumular. Tempo de usura."

"O tempo interior é o de ser, de trabalhar com gratuidade, estudar com extasiamento, produzir para o bem de todos, ainda que me 'prejudique'. É o momento de esquecer o relógio diante da necessidade do outro. Tempo das agendas, em cujas páginas sempre cabe mais uma horinha, tempo dos importantes e inadiáveis compromissos com a vontade de Deus."

"Tempo interior é o tempo que pacifica ao ser doado e rejuvenesce, porque tudo espera; tempo que refaz, porque tudo crê; paciente, porque tudo suporta. É quando me abro para o outro e para as boas surpresas de Deus, tempo de dar e partilhar; de gratuidade. É aquele tempo que se chama "paciência histórica", ciente de que Deus tem o comando de tudo; por isso não se apressa em julgar e se recusa a imprimir sentenças."

"Tempo interior é momento de quem ora, de amor registrado pelos relógios da eternidade, sem ponteiros nem dígitos; tempo que sempre sobra. É o tempo em que Deus vive, quando se partilha com Ele carregado dos seus segredos de amor. Tempo que "guarda tudo em seu coração", submete-se inteiramente à vontade do Senhor. O tempo da eternidade vivido no espaço que se chama hoje."

Usamos tanto a palavra URGENTE, que ela perdeu sua força. O que é urgente de fato? As nossas correrias? Não. Urgente é saber perguntar: qual o sentido de tudo o que estou fazendo? O mais iminente é saber agradecer a Deus o nascer do Sol que se repete a cada dia, é o relacionamento com os filhos, o abraço na esposa, é saber gastar o tempo com os outros. Urgente é não se esquecer de viver a vida.

As pessoas não se tornam grandes por fazerem grandes coisas. Fazem grandes coisas por serem grandes pessoas. Para ser grande é preciso, pacientemente, construir-se a cada dia.

22/10/2010

Por que se expõe Jesus na Eucaristia?


O culto da Exposição ousamos afirmar, é a necessidade de nossa época; impõe-se esse testemunho publico e solene da fé dos povos na divindade de Jesus Cristo e na veracidade de sua presença sacramental. É a melhor refutação que se pode fazer aos renegados, aos apostatas, aos ímpios e aos indiferentes, refutação que caíra sobre eles qual montanha de fogo do amor e da bondade.

O culto da Exposição é necessário para salvar a sociedade, que morre por não ter mais um centro de verdade nem de caridade, nem vida de família. Cada membro se isola, se concentra, procura-se bastar a si mesmo; a dissolução é eminente.

A sociedade renascerá, entretanto, cheia de vigor, quando todos os seus membros vierem se reunir em torno de nosso Emanuel (Mt 1,23). As idéias se reformarão, mui naturalmente, à luz da mesma verdadeira e sólida renovar-se-ão sob a influência de um mesmo amor. É mister refluir à fonte da vida, a Jesus na Eucaristia, faze-lO sair de sua reclusão, a fim de que se coloque novamente à frente das sociedades cristãs, para dirigi-las e salvá-las; é mister reconstruir-Lhe um palácio, um trono real, uma coorte de servos fiéis, uma família de amigos, uma multidão de adoradores.

O culto da Exposição é necessário para despertar a fé adormecida em tantos homens de caráter que não conhecem mais Jesus Cristo, porque se esqueceram de que Ele mora em vizinhança, de que é seu amigo e seu Deus.

Este culto é necessário para estimular a verdadeira piedade, retida desde muito na porta do santuário onde Jesus está sempre disposto a nos abençoar e nos abrir seu Coração.

O grande mal de nossa época é não dirigirem a alma a Jesus Cristo como a seu Deus e salvador. Despreza-se o único fundamento, a lei única, a graça única de salvação. O mal da piedade estéril é que ela não parte de Jesus Cristo e não converge para Ele. A alma se detém no caminho, distrai-se com uma flor… O amor divino não tem sua vida, seu centro, no Sacramento da Eucaristia, e, portanto não está em suas verdadeiras condições de expansão.

Somente em Jesus Cristo presente entre nós pode haver salvação. O mal é tão grande que somente Ele é capaz de nos salvar. É a batalha decisiva. Um santo, um anjo, um taumaturgo, um gênio, um grande orador, tudo isso é ineficaz. É necessário Jesus Cristo em pessoa: eis o Santíssimo Sacramento, seu combate e seu triunfo.

São Pedro Julião Eymard

Oração: Senhor meu Deus e amigo, em primeiro lugar venho expor o meu amor e a minha fé. Creio que Tu és o Deus que salva o Senhor que nos livra da morte. Exponho-me diante de Ti como ao sol que me aquece, que ilumina as sombras de minha vida, dá calor e fortaleza. Exponho minhas duvidas e preocupações, minhas dores e desilusões certo de que o Senhor tem a Palavra e me dará sabedoria para continuar o caminho. O meu coração a Ti exposto é para que faças dele Tua morada e o Teu Coração seja o meu refugio. Eu Te adoro e peço o mais importante, que sempre fiques comigo e nunca me abandone nesta caminhada.

Minha benção fraterna.
Padre Luizinho,
Com. Canção Nova.

21/10/2010

O adultério começa no coração



Para muitas pessoas, o maior problema é o adultério ou o pecado contra a castidade.
Jesus, assim, vai direto a esse problema que para muitos são os mais graves.

Jesus diz: “Ouvistes o que foi dito: ‘Não cometerás adultério’. Que quer dizer isso? Mais uma vez, o Senhor não está interessado apenas em atos, mas na mudança de coração. Diante disso, ficamos temerosos não somente em cometer adultério, mas até mesmo em ter um pensamento imoral ou certo desejo, certa cobiça, porque se algum ato desses acontecer, já pecamos e, então, temos um fardo a mais. Jesus quer nos mostrar que todo pecado começa no coração, tanto o homicídio como o adultério e a prostituição.

Infelizmente, por não banirmos de imediato o que está no coração e permitirmos que se frutifique, os atos serão apenas consequências. Por isso Jesus diz que sua preocupação não é se cometemos ou não adultério, mas sim o que temos no nosso coração, para que vivamos na pureza por meio do Espírito.

Desse modo, há uma grande mudança a ser feita em nós, uma vez que muitos carregam as consequências dos pecados e da vida que levava anteriormente. Jesus quer purificar os nossos corações, por isso a importância da oração de cura interior. Ele não nos condena pelas consequências do nosso passado, nem nos rejeita, mas quer nos curar. Dediquemo-nos, portanto, à nossa vida de oração, de busca, de penitência e de confissão.

Diz-nos Jesus: Os antigos viviam na impureza, os do mundo vivem na impureza, mas quero que os meus vivam na pureza e eles podem fazê-lo através do Espírito Santo que dou a eles. Eles podem ser puros de coração, puros em seu interior, sem malícia.



Meus filhos podem viver sua sexualidade na pureza. É uma vitória, uma conquista, mas os meus podem fazê-lo. O que não podem fazer é ficar permanentemente temerosos de cometer pecados. Sua preocupação deve ser preservar o coração, porque é lá que se comete o pecado. O restante é mera perpetração do que já foi forjado no coração. Não quero os meus com corações estragados, sujos, enlameados. E porque os meus têm corações puros podem também viver a pureza nos olhares, pensamentos, desejos, e, consequentemente, nos seus atos.

Trecho do livro "Curados para amar" de Monsenhor Jonas Abib.
Comunidade Canção Nova

20/10/2010

É possivel viver o amor sem conflitos?


Amar é uma luta, a superação dos conflitos

Um dos erros mais acentuados em homens e mulheres é que eles costumam sonhar com um amor sem conflitos, sem problemas. Isto se deve, em parte, ao impacto cultural que invade os filmes e as novelas, que recaem na ingenuidade, no pouco conhecimento real do mundo e, possivelmente, em outros fatores de peso, mas que, em conjunto, constroem uma imagem do ideal do amor que, na realidade, não existe.

Esta imagem, com a experiência nos relacionamentos, cedo ou tarde se rompe, deixando um acúmulo de decepções e desilusões. Ironicamente, os que sonham com amores perfeitos acostumam viver amores muito imperfeitos, pois a realidade é que não existem relacionamentos humanos sem conflitos. Talvez exista só para aquela pessoa que fica à margem do amor, com uma espécie de linha invisível que não cruza, pois o mantém estático, sem conflito e sem amor.

Todos os seres humanos formam parte de uma história pessoal com diversas experiências, algumas boas e outras não tanto. Todos nós temos rasgos de caráter distintos, aptidões, defeitos, virtudes, capacidades etc. Tudo o que foi mencionado anteriormente influi no relacionamento com os outros, com nós mesmos, tomando em consideração o que a outra pessoa traz na história dela. Em poucas palavras, outro mundo muito distinto do nosso, por isso o complexo dos relacionamentos, pois é muito ingênuo pensar que, algum dia, poderemos ter amor sem conflitos.

Um dia um autor formulou a seguinte frase, referindo-se ao relacionamento de um casal com ideias e pensamentos distintos. Apesar disto, não desaparecem as diferenças de opinião nem os desacordos: “Discutiram e, assim, experimentaram, uma vez mais, que se pertenciam um ao outro”.

Claro que estamos falando de uma discussão na qual não se busca ferir o outro, mas de uma vontade de compreensão e desejo de compromisso construtivo. É aqui, justamente, onde se demonstra o esforço para encontrar sempre um caminho em direção ao outro.

Amar não é descansar um junto ao outro, porque amor é uma luta e uma superação de conflitos para conseguir a unidade que deve se conquistar a cada dia.

19/10/2010

Seu coração está reconciliado com o próximo?


"Eu vos digo: se vossa justiça não for maior que a dos escribas e dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus. Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não cometerás homicídio. Quem cometer homicídio deverá responder no tribunal. Ora, eu vos digo: todo aquele que tratar seu irmão com raiva deverá responder no tribunal; quem disser ao seu irmão 'imbecil' deverá responder perante o sinédrio; quem chamar seu irmão de 'louco' poderá ser condenado ao fogo do inferno.

Portanto, quando estiveres levando a tua oferenda ao altar e ali lembrares que teu irmão tem algo contra ti, deixa a tua oferenda diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão.
Só então, vai apresentar a tua oferenda. Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto ele caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. Em verdade, te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo". (Mt 5,20-26)

Jesus não quer apenas que busquemos mudanças exteriores. Somos polidos, bem educados, corteses com as pessoas? O Senhor quer mais do que isso; Ele quer o coração, pois podemos ser muito polidos, mas termos o coração cheio de raiva e rancor por determinada pessoa a quem tratamos com toda a cortesia. É possível até que nosso coração rejeite aquela pessoa com sentimentos de vingança, enquanto mantemos, no rosto, a expressão de uma pessoa educada, de boa família.

O próprio Jesus nos diz:

"É no coração que se passa a minha transformação. E se vocês deixarem o coração ser mudado, então os seus sentimentos serão mudados. Em vez de sentimentos de vingança, de raiva e rancor, terão sentimentos de amor, paciência,bondade e perdão. Suas palavras não serão de ofensa nem de rejeição ao irmão; vocês não os pisarão nem os matarão com palavras.

A boca fala do que o coração está cheio, portanto, suas palavras serão cheias de amor, bondade, delicadeza e sinceridade, porque vêm do coração. É lá que quero fazer a mudança. Eu posso fazer isso e vocês devem permitir que eu o faça. Não queiram apenas uma maquiagem superficial; não enfeitem suas vidas de lindas orações e cerimônias.
Nada disso. Eu quero mudar corações.




Na Palavra, Jesus usa um exemplo muito forte. Para os judeus, o sacrifício oferecido no templo era sagrado e não podia ser interrompido. Mesmo que inimigos chegassem invadindo o templo no momento do sacrifício, ele tinha de ser cumprido, pois se tratava de uma oferenda a Deus.


Jesus diz que se você estiver diante do altar com o sacrifício pronto para ser oferecido ao Senhor, mas se lembrar de que um irmão tem algo contra você, deve interromper o sacrifício – e isso era uma violência e um sacrilégio para o judeu – e ir, primeiramente, reconciliar-se com ele, para, depois, voltar e fazer a oferta.

A reconciliação com o irmão é muito mais importante do que o sacrifício, porque é uma questão relacionada ao amor e ao coração. Para o judeu, isso era algo atordoante, mas Jesus quis mostrar a importância de reconciliar-se, por isso explica que o amor e a reconciliação são mais importantes do que a própria Eucaristia.


Você pode se perguntar: Como isso é possível? A Eucaristia é a celebração do amor e da unidade. Não podemos celebrar a unidade se ela não é real. Jesus põe os pingos nos “is”: a Eucaristia é a celebração de uma vida de amor, perdão e reconciliação.
É muito importante que entendamos isso, e, graças a Deus, temos entendido. O Senhor não pretende aumentar o peso nas nossas costas, mas tocar e mudar os nossos corações para que, verdadeiramente, vivamos o amor e a sabedoria que Ele nos dá.

Trecho do livro "Curados para amar"
Monsenhor Jonas Abib
Comunidade Canção Nova

18/10/2010

O que você quer que Jesus faça em sua vida?




A cura é pelo amor, pela libertação, pelo perdão, pela oração.

Quem verdadeiramente ama, reza. Quem verdadeiramente reza, ama. Somos chamados a ser tocados pelo Senhor através de uma vida de oração, e o amor de Deus vai se manisfestando em nós.

Todos os dias somos chamados a estar na presença de Deus. Todos os dias somos chamados a oração. Jesus era um homem de oração, e nos momentos mais difíceis de sua vida, Ele rezou. Jesus era um homem de oração e que amava profundamente. Você encontra na Bíblia que Jesus passava a noite em oração.

Para se colocar diante de Deus, é preciso silenciar o interior. Temos a triste mania de ir na Igreja só para cumprir os ofícios, chegamos para a Missa em cima da hora. Percebo que não se visita mais o Santíssimo Sacramento, nós não temos esse hábito, mas vivemos de shopping em shopping. Ah! Mas eu não sei o que falar para Jesus. Não precisa falar nada, deixe que Ele fale com você. Mas é importante falar com Deus, desde que em cada palavra o coração esteja junto, aquilo que rezamos precisa ser nossa vida.

Alguns padres do deserto nos ensinam esse itinerário para Deus, um caminho sem atalho.

São Nilo, padre do deserto, dizia: “Você está triste, desanimado, depressivo? Eu lhe dou um remédio, a oração”. Mas o que rezar? Rezar a Palavra de Deus, rezar a sua vida, pedir mais graças santificantes que temporais. Uma alma sem oração é como carro sem gasolina, não funciona. O combustível mais seguro para que Deus nos mantenha no caminho do bem é a oração, a fé, é o amor.

Ninguém experimenta o amor de Deus se não viver na Sua presença. Se um jovem não levar a sério sua vida com Deus, se perde, pode ser um consagrado, se perde. Temos que sempre olhar a bússola de Deus para sabermos para onde estamos indo. Se você tem um problema espiritual, dê a devida atenção. Está em risco a sua salvação. Se queres uma cura, comece pela cura espiritual.



Não tem como curar a vida espiritual se não passar pela confissão, por bom exame de consciência. Quem não confessa, não comunga. Não adianta fazer 12 anos de terapia com um psicólogo se a vida espiritual está cheia de orgulho, egoísmo... Então, faça uma boa confissão.


Eu não consigo entender alguém que diz que é da Igreja Católica e não tem uma vida de confissão. Qual a regularidade da tua confissão? O novo Catecismo da Igreja Católica apresenta os sacramentos de cura que são a confissão e unção dos enfermos.

Faça um bom exame de consciência. Arrependa-se. Faça confissão individual, tenha desejo de mudança. Leve a sério a penitência dada pelo padre. Se você quer uma cura em Deus, marque uma confissão.

Purifique sua fé, não dá para a levar a vida desse jeito. Não dá para ficar com o coração dividido entre Deus e o mundo. Ou eu sou todo de Deus, ou eu não sou nada. O que significa Jesus na sua vida? Deus não tenta ninguém, mas Ele permite que sejamos atribulados. Deus é forte e poderoso, mas o inimigo existe e quer semear em nosso coração a dúvida e a confusão. Se queremos uma cura espiritual, precisamos purificar a nossa fé.

Como eu chego na verdade? Ela está na Bíblia no magistério da Igreja. Magistério não é o que um padre fala, mas a Igreja é quem fala. No coração da Igreja, na vivência dos sacramentos, seremos curados.

São Jerônimo dizia: “desconhecer a Bíblia é desconhecer Jesus Cristo. Quanto mais fores importunas e perseverantes as nossas orações mais agradáveis são elas a Deus”. Se queremos a cura temos que pedir.

Comungue. Comunhão em Deus. Como é necessário a Eucaristia, ela é o alimento. Nossa alma tem fome de Deus e precisa ser alimentada em Deus. Sobre a qualidade de nossa Eucaristia, eu tenho me questionado, tem gente que sai da Missa e não sabe do que o padre falou. Dê mais valor a Eucaristia. É preciso após a comunhão adorar Cristo vivo dentro de você, isso cura.

A cura que queremos está mais próxima do que imaginamos. Deus que é Pai, deixou as coisas bem certinhas para nós não errássemos. O dia a dia santifica. Santa Teresa vivia um problema no Carmelo, as monjas não queriam cozinhar, só queriam ficar diante do Santíssimo, achavam que era mais importante aqueles que estavam diante do Santíssimo. Santa Teresa disse: “quando Deus quer nos encontrar, Ele nos encontra quando fazemos tudo com perfeição. Entre as panelas está o Senhor”. O nosso dia tem que ser santificado. Deus caminha conosco no dia a dia. A santidade vem no dia a dia de nossa vida.



Nós queremos que Deus faça a nossa hora. A hora é de Deus. Saiba esperar mesmo na aflição, mesmo não compreendendo, persevere até o fim. Não desista! Se a cura não está completa, acredite que uma ferida foi curada, a cicatrização vem de dentro para fora.


Perdoe as pessoas que estão do seu lado. Quanto mais perdoamos mais felizes somos. Quem tem dificuldade de perdoar está buscando sua própria amargura. A vingança nunca edifica, o perdão cura. Quanto mais você perdoa, mais pleno de Deus você estará.

Quando buscamos uma vida em Deus é preciso disciplina. Deus ama uma vida disciplinada. Muitas vezes deixamos de experimentar o amor de Deus, o que fazer? Se em algum momento da vida você se cansar e der conta de sua imperfeição, vá diante de Deus e recomece; Ele lhe estenderá a mão para que você chegue mais perto de Seu amor.

Padre Reginaldo Manzotti
Comunidade Canção Nova

16/10/2010

Não tenha medo de buscar a sua cura e quebrar as muralhas


Na Liturgia diária,o Senhor toca na nossa vida através do outro. Ele não precisa de nós, mas quis contar conosco. Somos o corpo místico da Igreja, onde Cristo é a cabeça.

Quando tivemos o nosso encontro pessoal com Jesus, nós pensávamos que tudo agora estava resolvido. Nos deixamos enganar por nós mesmos de que daquele momento em diante as coisas nunca mais iriam acontecer, que as coisas estavam verdadeiramente prontas, porque o Senhor se deixou encontrar e nós o experimentamos.

É preciso acontecer uma reformulação de vida, o que nós conhecemos como cura interior.



O problema é que sempre pensamos que a cura é para os outros, que nós não precisamos, porque já nos encontramos com o Senhor, ou porque já não faço mais o que fazia antes. Mas hoje Jesus nos chama e está a nos dizer: “Agora filho, que você teve a graça do encontro comigo, agora Eu quero receber de ti aquilo que tu tens para me dar”. E e nós como São Jerônimo vamos dizer: "
Senhor eu já te dei tudo!" E o Senhor nos responde: "Só falta você me entregar as suas misérias".

Não é fácil assumir as nossas misérias, mas esta é a proposta de Jesus para nós. É preciso deixar que Ele entre na nossa vida e reformule a nossa vida por meio da sua Palavra.

A Palavra de Deus confrontada com a nossa história é o que dar um novo significado para tudo o que nós temos vivido e já vivemos. Este confronto fará com que as muralhas caiam automaticamente. Na medida em que deixarmos o Senhor entrar na nossa vida, tudo terá um novo sentido. Aí sim, a vida vai ter um novo sabor.

As grandes muralhas não estão fora, elas estão dentro de nós. O que vai fazer com que estas muralhas caiam, é arrancá-las pelo alicerce. E o Senhor nunca faz as coisas pela metade.



Cura interior não se improvisa, porque o Senhor nunca demora, mas o que Ele faz é caprichar na nossa vida
, mas para isso acontecer é preciso arrancar o alicerce. O que precisamos fazer é voltar lá na nossa infância, lá na nossa história com os nossos pais.

Arrancar o alicerce da muralha significa irmos também na história dos nossos pais, no momento em que fomos concebidos, nos primeiros anos de vida. Mas padre como é que vou me lembrar disso? É fazendo uma pesquisa na família, e também o Espírito Santo é quem vai nos revelando na oração.

Chegue perto desta muralha e vai acontecer a libertação, mas isso não quer dizer ausência de dor, mas ela nos levará a uma verdadeira libertação. Jesus é a luz que ilumina as trevas, o Senhor quer iluminar as nossas trevas. É um processo árduo, tem que molhar a camisa, porque santidade não se improvisa, é esforço. E até quando vai esse processo? Até o momento em que o Senhor nos chamar, seremos convidados a buscar a nossa cura.



Para Deus não existe resposta pronta, mágica ou improviso. Não se leva de qualquer maneira aquilo que verdadeiramente é sério, isso só prolonga a queda dessas muralhas. Deus não resolve os problema de ninguém , Ele nos dá força, discernimento e luzes para resolvê-los.

15/10/2010

A juventude é o maior tesouro da humanidade


A vontade de Deus para cada um

"Filhos, obedecei a vossos pais, no Senhor, pois isso é justo" (Ef 6,1).

A juventude é chamada de "a flor da idade", porque é bela, forte, pujante, cheia de vida e desafios. Mas, muitos jovens estão sofrendo em nossos dias, porque não sabem o sentido da vida e porque não lhes foi mostrada a sua beleza conforme a vontade de Deus.

Muitos ainda não sabem o valor que têm, por isso desprezam sua própria existência e a dos outros. Perdidos no tempo e no espaço, debatem-se, muitas vezes, no tenebroso mundo do crime, das drogas, da violência, do sexo sem compromisso e de outras mazelas.

O maior tesouro da humanidade é a sua juventude. No entanto, em que estado ela se encontra? A quantas anda este tesouro de carne e espírito? Tenho-o visto desprezado, entregue às drogas, ferido pelas armas, destruído pelo álcool, carente de amor e de vida. Que belo tesouro desvalorizado!

O jovem não tem o direito de abandonar-se ou deixar sua vida se estragar; pois ele é a mais bela obra do Criador. Muitos já perderam o magnífico sentido da vida, mas Deus tem um plano e uma vontade para a vida de cada um.

Leia esta estória:

Havia, na Índia, um sábio que desvendava os mistérios da vida das pessoas; ele era assiduamente procurado. Certa vez, um jovem desconfiado e ousado, quis testar a sabedoria do velho sábio. Pegou um passarinho vivo, escondeu-o atrás do corpo e se apresentou diante do homem de cabelos e barbas já brancos.

- O senhor é sábio mesmo?

- Dizem que eu sou.

- Então, responda-me: o que eu tenho em minhas mãos?

- Deve ser um pássaro; jovens como você gostam muito de caçar os pássaros.

- É verdade, o senhor acertou! Parece que é sábio mesmo. Mas me diga, o pássaro está vivo ou está morto?

O sábio agora estava numa situação difícil; se ele dissesse que o passarinho estava morto, o jovem o soltaria a voar; se dissesse que estava vivo, o jovem o mataria em suas mãos sem que o sábio o notasse. Uma cilada de mestre!

- Então, senhor sábio, o passarinho está vivo ou está morto? Responda-me. O senhor não é sábio?

O velho abaixou a cabeça e pensou um pouco.

Depois respondeu ao jovem:

- Depende de você!

Pensativo e cabisbaixo o jovem foi se afastando e, ao longe, olhando para o velho, soltou o passarinho e começou a chorar.

Você jovem tem um passarinho dentro de você. Matá-lo ou deixá-lo viver depende exclusivamente de você, pois você recebeu o dom mais precioso deste mundo: a liberdade. Este pássaro de ouro, que é sua vida, criada à imagem e semelhança de Deus, está em suas mãos. Eu lhe pergunto: o que você vai fazer dela? Depende de você! A vida é sua e de mais ninguém. É o único dom que de fato é inteiramente seu. O resto é seu, mas está fora de você. Não culpe ninguém pela vida que você está levando.

Paul Claudel, um teatrólogo francês convertido, disse que "o jovem não foi feito para o prazer, mas para o desafio". Só Cristo pode dar ao jovem o máximo. Jesus lhe revela a sua beleza e o seu valor; Ele lhe mostra a grandeza de ser “filho amado de Deus”.

O jovem cristão, como já foi dito, deve honrar os seus pais, como ensina o quarto mandamento; deve ser fiel a seus amigos e irmãos, estudar e trabalhar, nunca perder tempo e jamais jogar a vida fora com coisas vazias. Terá que descansar e pode se divertir, mas de maneira saudável, sem pecar, sem fazer do prazer um fim, mas apenas um meio de descansar e poder viver bem fazendo o bem aos outros.

É na juventude que Deus nos chama a um encontro pessoal com Ele. Para alguns será um chamado para a vida sacerdotal ou religiosa, vivendo no celibato e entregando a sua vida radicalmente a Deus a serviço do seu Reino. Não existe nada mais belo para um jovem do que a vocação sacerdotal. Sem o sacerdote não há Igreja, não há perdão sacramental dos pecados, não há Eucaristia, não há salvação.

O jovem cristão é também um evangelizador; especialmente sendo exemplo no meio de seus amigos, sem ter vergonha de sua fé e de sua Igreja. Hoje é difícil dar testemunho de Jesus, viver como a Igreja ensina, rejeitando o sexo fora e antes do casamento; fugindo das diversões perigosas e de todo pecado; mas, quanto mais isso for difícil, mais necessário será para a sociedade voltar para Deus. O jovem precisa conhecer a doutrina católica, ler e estudar o Catecismo para saber dizer a seus parentes e amigos qual a sua esperança e as razões de sua fé.

14/10/2010

Os discípulos de Cristo continuam a sua missão


Eles não devem ficar apenas nas orações

Nós cristãos agimos, hoje, como Jesus agiu no seu tempo: divulgamos a Boa Nova do Evangelho,somos missionários, damos continuidade ao projeto de Cristo.

Há algum tempo, missionário era o cristão que pregava o Evangelho onde não existiam batizados: entre os índios, na África, na China, no Japão etc.

Hoje, o missionário precisa pregar nas cidades dos batizados e, assim, atrair para Cristo os cristãos que estão fora da Igreja e não frequentam a comunidade.

Por Cristo o mundo teve a oportunidade de conhecer o reino do Pai. Ele criou uma comunidade de discípulos e preparou-os para a missão de levar o Evangelho ao mundo.

Anos mais tarde, outros seguiram os passos desses discípulos, com Madre Tereza de Calcutá, Madre Paulina, Irmã Dulce, São Francisco de Assis, Joao Paulo II e Dom Bosco. Cada um, a seu modo, seguiu os ensinamentos de Jesus e atraiu outros cristãos para viver essa experiência.

O que leva as pessoas a seguirem Jesus é a Sua própria pessoa, Sua amizade, Seu anúncio de um encontro. O Mestre veio ao mundo com uma missão: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundancia” (Jo. 10,10)

Essa missão pertence a nós cristãos também, pois é uma missão de amor.

O amor salva e faz a pessoa se arriscar. Quem tem um amor empenha-se numa causa, num projeto e reúne outros a sua volta para ajudar a executá-lo.

É preciso ter preocupação humanitária como todos os santos da Igreja, homens e mulheres de grandes realizações em favor da humanidade. Nos momentos de dificuldades sempre sentiam a presença de Cristo e, como Ele, não ficaram apenas na oração, mas entraram em ação para glorificar o Pai.

Um belo exemplo para todo missionário é o apostolo São Paulo, de quem a Igreja celebrou dois mil anos de nascimento em 2008.

Paulo passou de perseguidor dos cristãos a apóstolo apaixonado por Cristo. Ele fez longas viagens durante toda a sua vida com a finalidade de propagar o Evangelho. Paulo registrou, em suas cartas destinadas às comunidades cristãs fundadas por ele, todos os sofrimentos pelos quais passou em sua trajetória.

Paulo foi ao mesmo tempo missionário, pastor e teólogo, apresentando os grandes mistérios de Deus, da Sua Igreja e da graça. Viveu a experiência amorosa com Deus, que o amava, e a Ele entregou sua vida. Dizia viver crucificado, sofrendo pelo Evangelho, mas feliz.

13/10/2010

Pecado é ser infiel a um trato de amor


Há muita consciência relaxada praticando horrores

A Palavra de Deus é luz para o nosso caminho quando apresenta figuras ricas de detalhes, cuja personalidade nos dá a possibilidade de penetrar no mais profundo de nós mesmos, reconhecendo os horizontes que se abrem, mesmo a partir dos eventuais limites que nos caracterizam. Uma delas é o rei Davi, num misto de jovem chamado na mais tenra idade a servir ao Senhor, ele foi guerreiro intrépido, amigo sincero, cantor das obras de Deus, dançarino ridicularizado por uma esposa, adúltero, penitente, governante capaz de unir tribos dispersas, até chegar ao idoso previdente. Nuances profundamente humanas, cujo pano de fundo era o amor eterno de Deus que dele cuidava. Muito parecido com os homens e mulheres de nossa magnífica e ao mesmo tempo complexa geração.

Nossos primeiros pais se viram nus nas primeiras páginas do livro do Gênesis (Gn 3,10), escondendo-se do Senhor, quem sabe prefigurando todas as pessoas que dele fogem com medo da luz. O Davi adúltero, instado pela palavra profética de Natan (II Sm 12,7-13), reconheceu seu crime – “Pequei contra o Senhor” – e deixou em herança o segredo da conversão, quando qualquer homem ou mulher podem ver queimadas suas misérias no fogo ardente de amor do coração de Deus.

Como Deus condena o pecado, mas quer salvar o pecador, a luz sempre entra pela porta do arrependimento sincero. Fecham-se, contudo, quando o orgulho bloqueia a gratuidade do amor de Deus. É que pecado não significa burlar uma lei externa, como se Deus fosse um guarda de trânsito a vigiar nossos passos. Também não entendeu o que é pecado quem apenas considera errado o que “dói” dentro de si. Há muita consciência relaxada praticando horrores por não sentir nada! Pecado é ser infiel a um trato de amor, aliança estabelecida entre Deus que nos criou por amor e nos busca como ovelhas perdidas, quase mendigando nossa resposta de amor, incrível gratuidade que Ele diz ao Davi arrependido: “Tu não morrerás”!

Os encontros das pessoas com Jesus foram reveladores dos meandros mais profundos da alma humana. Um dia (Lc 7,36-8,3) vem uma pecadora, irrompe em casa de certo Simão, cujos gestos de delicadeza e hospitalidade foram parcos, por não ter oferecido ao hóspede divino água, perfume e beijo. A mulher, quem sabe uma prostituta, prostra-se aos pés do Senhor – gesto da pessoa que descobriu seu caminho de libertação –, lava os pés de Jesus com as próprias lágrimas. Humilhando-se, solta os cabelos com os quais enxuga os pés de Jesus, derrama sobre eles um perfume raro e caro, sinal de alegria, abundância, amor e consagração, e os beija, na festa da acolhida encontrada. Nenhuma justificação e tanta gratidão! Ela pronuncia o 'amém' da fé no perdão de Jesus e em seu amor que se deixa amar. Personalidade misteriosa e rica!

A estrada da conversão foi percorrida por outras personalidades igualmente provocantes. Paulo, fulgurado pelo amor de Cristo (Gl 2,16-21), descobriu o amor do Senhor e, perseguidor implacável que era anteriormente, veio a se tornar imagem viva e transparente de seu Senhor: “Eu vivo, mas não eu, é Cristo que vive em mim”. Depois dele, muitos perseguidores já se transformaram em discípulos ardorosos!

A história de Davi, ou da pecadora do Evangelho, de Paulo ou de todos os homens e mulheres que empreenderam a santa viagem da conversão é muito parecida. A Palavra de Deus ressoa como farol luminoso, convidando-nos a percorrê-la! Deus não nos olha de fora, mas conhece as profundezas de nosso ser. Lá dentro, identifica a mais tênue réstia de luz, prodigalizando misericórdia a mancheia. E a todos os que acolhem sua bondade infinita transforma em apóstolos do perdão, para visitarem em seu nome corações e casas. Não há desculpas. De Davi a Paulo, passando por todos os pecadores e pecadoras, cada um de nós encontra seu lugar.

É relativamente fácil denunciar os erros das pessoas, sem apontar saídas possíveis! Difícil é olhar lá dentro do mistério de cada ser humano, descobrindo que nenhuma pessoa foi feita “no rascunho”, mas destinada à felicidade e à salvação. O olhar da misericórdia descobre caminhos e soluções. Que ninguém passe em vão ao nosso lado!

08/10/2010

Somente o trigo tem lugar no celeiro de Deus


Quem perseverar até o fim será salvo

Ao longo do nosso caminhar nessa vida, sempre iremos contemplar situações que querem ferir a nossa identidade de filhos de Deus. Sustentar a esperança e ter paciência, sabendo esperar, garante a nossa salvação. Estamos inseridos num mundo que é um vale de lágrimas; as contradições existem e estão ao nosso derredor. O profeta não pode deixar de ser profeta por causa do pecado e da infidelidade que está a sua volta.

A convivência com a impiedade, o pecado, a contrariedade e o sofrimento não podem obscurecer a verdade do que somos. Mesmo imerso numa desolação total, o profeta revela a firmeza da sua vocação e do seu profetismo de origem divina. O joio e o trigo crescem juntos, por isso é necessário aceitar a convivência com o joio que se revela inevitável, sem se deixar influenciar, ou seja, permanecendo trigo de Deus. Esse sempre será o nosso desafio.

Nossa identidade não pode ser maculada por essa convivência difícil, pois nossa certeza é de que somente o trigo tem lugar no celeiro de Deus (os justos brilharão como o sol no Reino de Deus). E tal certeza deve nortear e sustentar a nossa vivência cristã.

O evangelista quer uma comunidade que viva essa contínua tensão de conversão, porque o trigo bom é definido pela perseverança e paciência. Ele deseja sacudir a sua comunidade, tirá-la da acomodação e de uma falsa segurança, exortando-a à vigilância permanente.

Que Deus nos dê a graça para que, nesse entendimento maduro, tenhamos a nossa identidade firmada e fortalecida para a provação. Semeamos a melhor semente, mas o inimigo também trabalha, semeando o joio. Nunca devemos parar de semear o melhor, mesmo que o ruim seja plantado, pois quem perseverar até o fim será salvo. Seja perseverante na sua caminhada rumo à eternidade em Deus.

Com a minha benção sacerdotal, abençoe-vos o Deus todo poderoso!

Pe. Eliano Luiz Gonçalves, sjs

07/10/2010

Você realmente serve a Deus?



“Servi ao Senhor com toda a alegria, vinde e exultaremos. Sabei que o Senhor é Deus e Salvador e só a Ele pertencemos”, e porque pertencemos a Ele, é seu desejo fazer uma obra maravilhosa em nós.

Às vezes, pensamos que servir a Deus é apenas trabalhar para Ele, mas a essência do servo é pertencer ao Senhor e a Ele servir. Vamos supor que você tenha um motorista para servi-lo. Você gostaria que ele usasse o carro o tempo todo? Não, a função dele é esperar por você. Se você está em casa, ele deve esperá-lo lá; se você sai, ele sai com você; se você entra numa loja, ele espera por você, porque é essa a obrigação de um servo. Às vezes, pensamos que servir ao Senhor é fazer mil coisas ao mesmo tempo, mas quando chega o fim do dia, estamos exaustos. No dia seguinte, fazemos tudo igual. Queremos servir ao Senhor com alegria, mas nos enganamos, porque a maneira de servi-Lo é ser d'Ele, assim como Maria aos pés de Jesus. Certamente, haverá momentos em que deveremos ser ativos, no entanto, a essência do servo não é fazer coisas, mas sim ser.

“Servi ao Senhor com toda a alegria, vinde e exultaremos”. É bom servir ao Senhor, é bom ser do Senhor. “Sabei que o Senhor é Deus e salvador”, o nome de Jesus significa Salvador. Não foi isso que o anjo disse a Maria? Seu nome será Jesus, porque Ele é o Salvador. Ele quer nos salvar concretamente, tornando-nos novas pessoas, verdadeiramente renovadas. A salvação começa em nós. Jesus quer ser o nosso salvador, por isso não precisamos usar máscaras carismáticas com aspectos de piedade e de espiritualidade. Temos que ser nós mesmos.

O próprio Senhor nos diz: "Quero vos construir no dia-a-dia. Não quero que façais grandes coisas. É nas pequenas que vos quero formar. Quero vos reconstruir nas coisas domésticas. Construir em vós a minha Igreja. Sede, pois, dóceis à minha condução”.



Louvado seja Deus que quer que vivamos essa experiência de Oração.


Trecho do livro "Curados para amar" de Monsenhor Jonas Abib

06/10/2010

Consagração da Família aos Sagrados Corações


Santíssimos corações de Jesus e Maria, unidos no amor perfeito, como nos olhais com carinho e misericórdia, consagramos nossos corações, nossas vidas, e nossas famílias a Vós.

Conhecemos que o belo exemplo de Vosso lar em Nazaré foi um modelo para cada uma de nossas famílias. Esperamos obter, com Vossa ajuda, a união e o amor forte e perdurável que vos destes.

Que nosso lar seja cheio de alegria.Que o afeto sincero, a paciência, a tolerância, e o respeito mútuo sejam dados livremente a todos. Que nossas orações incluam as necessidades dos outros, não somente as nossas.

E que sempre estejamos próximos dos sacramentos. Abençoai a todos os presentes e também aos ausentes, tantos os vivos como os defuntos; que a paz estejam conosco, e quando formos provados, concedei a resignação cristã à vontade de Deus.

Mantende nossas famílias perto de Vossos Corações; que Vossa proteção especial esteja sempre conosco.

Sagrados Corações de Jesus e Maria, escutai nossa oração.

Amém.

05/10/2010

A fé e o voto são atitudes pessoais


Podemos colaborar na construção de um país melhor

Neste dia o Brasil todo se movimenta, principalmente porque aqui o voto é obrigatório, para eleger os nossos novos representantes, no Estado e no País. O voto deve tornar a Nação mais conforme com a vontade do Senhor, mais justa e fraterna. Por isso ele [voto] deve ser mais ético. Mas o que entendemos com isso? Ele deve expressar, de forma esclarecida e consciente, a nossa cidadania, superando os desencantos com a política, elegendo pessoas comprometidas com o respeito à vida, à família e à dignidade humana e também não contra Deus. (Diga-se o partido PT que está criando uma Guerra contra a Igreja)

Podemos colaborar na construção de um país melhor, mais coerente na administração de sua riqueza e de seus bens. Por isso é importante ir às urnas e votar com liberdade, como expressão de fé e cidadania, sabendo do resultado de tudo isso.

A escolha de bons candidatos é como a escolha do bem ou do mal. Isso significa que o voto tem uma dimensão de fé e de presença de Deus. O que está em jogo é a preocupação com o ser humano. Assim, não podemos dar crédito a pessoas hostis à dignidade das pessoas.A Ditadura petista é uma delas que não podemos dar créditos.

A hora é de colocar a confiança no Senhor e agir com a força da fé. Muitos eleitos têm sido pessoas inúteis e até perniciosas para o Brasil. Agem com atitudes farisaicas, com aparência de ovelhas, mas com prática de lobos ferozes. Quem não tem o coração disponível para Deus e para os princípios de Sua Palavra, não é apto para representar autenticamente a população. Os objetivos dessas pessoas, com facilidade, se tornam reducionistas, servindo a si mesmas e aos grupos de interesse delas.

A fé e o voto são atitudes pessoais, com postura de liberdade. Aí se fundamentam os parâmetros da vida cristã e cidadã. É preciso votar, então, com fé, sabendo que este é o caminho da autoridade credenciada e confirmada por Deus.

Não podemos abandonar nossas raízes cristãs nas horas decisivas da vida. O Altíssimo está sempre presente se estamos também com Ele. É a fé que nos dá lucidez, olhos abertos, confiança e comprometimento com as necessidades do nosso povo.

DIGA SIM A VIDA, E NÃO A MORTE!

DIGA SIM A DEUS, E NÃO AO PARTIDO ABORTISTA E CONTRA TODAS AS IGREJAS (PT)