02/12/2019

Adolescência e emoções: o que nossos jovens estão vivendo?

A adolescência é uma fase do desenvolvimento marcada por uma série de transformações físicas, emocionais, sociais, laborais, escolhas profissionais, identificação com interesses e afinidades, enfim, fase de muitas descobertas e experiências. Enquanto psicólogos, notamos que essa etapa do desenvolvimento tem sido cada vez mais rodeada de questões emocionais, estampadas em depressão, estresse, ansiedade, ou seja, quadros emocionais.
Dados da Associação Americana da Psicologia indicam que a adolescência mostra-se cada vez mais conturbada, com sinais evidentes de irritabilidade, fadiga e com sofrimentos que, anteriormente, eram típicos dos adultos, e, hoje, afetam, em especial, as mulheres adolescentes. Embora esses dados sejam americanos, nota-se que, esses casos têm afetados as jovens num âmbito mundial.
Existem aspectos que podem levar garotas a aumentarem seus níveis de estresse e ansiedade. As redes sociais acabam por exercer uma pressão pelo corpo perfeito, pelo status social, pela necessidade em comprar e aparecer, essas questões, cada vez mais, estão desgastando os jovens em sua relação com eles mesmos e com o mundo. Temos dados reais de que: mulheres cada vez mais jovens (e até menores de idade) buscam cirurgiões plásticos para correção de imperfeições que, muitas vezes, não existem, no entanto, elas são impulsionadas pela imagem do corpo perfeito muitas vezes traçado pelo Photoshop.
Adolescência e emoções: o que nossos jovens estão vivendo?
Foto ilustrativa: Obradovic by Getty Images
Muitas vezes, há um questionamento sobre o que serão no mundo, e, por vezes, se questiona uma regra só por questionar, como por exemplo, a necessidade de ir para a escola. Não sabem bem que carreira profissional seguir, embora saibam que as profissões passarão por uma mudança significativa nos próximos anos, muitos permanecem inertes, muitas vezes, mantendo-se sombreados nos pais, sem um destino certo.
Essas incertezas e pressões acabam gerando um estado de medo, que é a fonte da ansiedade. O medo que os protegem de situações de perigo, passa a ser disparado a todo momento, e isso, ao longo dos meses, causa o adoecimento desses jovens.

Na fase da adolescência tudo é muito exigente

As garotas vivem um processo de preocupação com a popularidade, com a aparência, com a autoestima, com a aceitação pelos garotos e pela disputa com outras garotas. O desprezo entre jovens pode também ser causador de transtornos emocionais, ou seja, existem muitos fatores que contribuem efetivamente com expectativas imensamente frustradas e com uma frustração que o jovem não sabe lidar ou tem medo de enfrentar, o que desemboca nas doenças emocionais.
Muitas vezes, esse jovem que, naturalmente, já tem a marca do imediatismo e do prazer para o agora, típico da sua fase de vida, passa a consumir muita quantidade de informação, porém, sem qualidade. O tempo para reflexão, para o viver o agora, nem sempre existe. Ele está numa festa pensando no prazer, mas já pensando na próxima festa. As relações são mais exigentes, porém, muitas vezes, rasas e pouco reflexivas.
As redes sociaispodem contribuir para isso? Sim, podem! Especialmente o Instagram, em que o imediatismo, os vídeos ou fotos que parecem sempre mostrar uma realidade perfeita, tomam a vida dos jovens e a percepção deles sobre o mundo, pois ele pode, muitas vezes, se pautar por uma imagem que nem sempre corresponde à realidade. As curtidas, likes, visualizações e comentários invadem as mentes dos jovens: posta, aguarda curtidas, espera comentários positivos, fica decepcionada(o) com comentários negativos ou com aquela curtida de alguém que espero, mas parece que não vem.

O impacto da tecnologia

Existe um comportamento denominado FOMO, em inglês, Fear of Missing Out, que indica o “medo de ficar por fora do que está acontecendo”, esse é um dos principais fatores que os estimula a permanecer “hiperconectados”. Se observamos bem, é isso mesmo que acontece. O jovem sai e necessita postar a foto da festa, da roupa, do elevador, da comida… Espera comentários ou expressa comentários, muitas vezes, agressivos. Os limites de respeito e educação também são quebrados entre os jovens.
Quando se fala do impacto da tecnologia no quadro ansioso, não temos apenas os efeitos diurnos desse processo, mas também os efeitos no sono. A exposição noturna às luzes de tablets, celulares e notebooks provocam a inibição da melatonina, hormônio produzido durante o sono e à noite,  assim, reduz a qualidade da noite de sono. Estudos mostram que: jovens que fazem uso de dispositivos eletrônicos por mais de 4 horas por dia demoram, em média, 30 minutos a mais para dormir. Desse modo, podemos entender o porquê desse jovem dormir menos, tornar-se mais ansioso, mais irritado, menos paciente, com problemas de concentração e atenção, e, consecutivamente, com queixas relacionadas à memória.
A ansiedade também possui uma herança genética, portanto, é importante que isso não seja deixado de lado e possamos observar os padrões familiares de um jovem que encontra-se ansioso e estressado.

Diante desse quadro, o que fazer?

Efetivamente não teremos o desaparecimento da tecnologia, porém, nós, adultos, para lidarmos conosco e com nossos filhos, precisamos, cada vez mais, saber lidar e limitar esses aspectos que tanto nos adoecem. Não vamos ganhar sempre, não teremos tudo nem todos deixarão um legado triunfal na face da terra e, mesmo assim, precisamos lidar com isso com naturalidade.
Por fim, a ansiedade nunca é natural de uma única fonte: ela é multifatorial e precisa, muitas vezes, de tratamento psicológico e medicamentoso, além de necessidade de uma mudança de vida e de acolhimento por parte da família. Ainda precisamos educar nossos hábitos para um mundo de mudanças rápidas, que precisa concentrar-se no agora e lidar melhor com sua saúde física, emocional e seus relacionamentos interpessoais.


30/11/2019

Como deve ser o tratamento da depressão?

Que depressão é uma doença, todo mundo já sabe. Que precisa de tratamento, todo mundo já sabe também. Talvez, o que nem todos saibam é que dentro deste transtorno, classificado como transtorno de humor, pela alteração de humor que existe nela, há uma intensidade que precisa ser levada em consideração, pois nem todos que estão vivendo um momento de rebaixamento no humor, ou seja, tristeza, está com depressão.
A tristeza faz parte de uma das emoções básicas do ser humano, por isso ela chega para todos nós! O que diferencia é o tempo de permanência dessa tristeza e a intensidade dela. Nem toda tristeza é depressão, mas todo depressivo tem rebaixamento do humor/tristeza. Sendo assim, qual seria o tratamento mais eficaz para aquelas pessoas que apresentam esse quadro?
Como deve ser o tratamento da depressão?
Foto ilustrativa: KatarzynaBialasiewicz by Getty Images
Bom! O que, normalmente, acontece são aquelas pessoas que notam a manifestação de sintomas que se enquadram nessa classe diagnóstica, seja a pessoa ou alguém próximo, e logo marca uma consulta com o psiquiatra. Alguns rejeitam a ideia inicialmente, outros aceitam e, logo, iniciam o tratamento, o que é extremamente necessário. A medicação tem uma função de reorganizar a função neurológica que se encontra desconecta neste momento, ajudando a equilibrar a produção dos neurotransmissores, pois, realmente, existe uma alteração neuroquímica que impacta diretamente na alteração do humor.
A medicação tem, então, um papel fundamental no tratamento, especialmente em casos de distúrbio depressivo maior, depressão endógena e casos de moderado a grave. A medicação terá a função de “tirar com a mão”, a dor e os pensamentos negativos.

A psicoterapia é essencial no tratamento contra a depressão

No entanto, por mais importante que a psiquiatria seja, pois só ela pode prescrever o uso da medicação, sozinha ela não chega a lugar nenhum. Se a depressão não for tratada com o auxílio da psicologia, iniciado um processo de psicoterapia, quando retirada a medicação, a pessoa, bem provavelmente, retornará ao seu quadro inicial, pois, durante o seu tempo de “alívio” devido à medicação, não aprendeu a lidar com os pensamentos negativos e a dor que eles geram.
O segredo da eficácia desse tratamento está em dedicar-se no processo psicoterápico, enquanto se usa a medicação, para aprender a lidar com seus pensamentos negativos e essa sensação de tristeza constante, para assim retirar, aos poucos, a medicação. É um tratamento que conta mais com o empenho da pessoa que vive esse quadro de depressão do que da medicação ou do psicólogo e do psiquiatra. Entender isso é crucial, para não virar escrava da medicação e a ganhar força para lidar com as questões do dia a dia.
Não tenha medo do psiquiatra nem seja resistente à medicação, apenas faça a sua parte do tratamento e verá que o resultado virá.

Autora: Aline Rodrigues

29/11/2019

O RH de Jesus não segue os critérios humanos

Muitos são os critérios exigidos pelos empregadores para a contratação de um funcionário. Destacamos: experiência profissional, línguas estrangeiras, ser comunicativo, facilidade em trabalhar em equipe e tantas outras coisas que se encaixem a uma determinada função. De fato, é preciso contratar bem e confiar na pessoa certa, além disso, atualmente, a concorrência tem crescido de forma extraordinária, e isso tem feito com que muitos desistam até mesmo de tentar.
Refletindo um pouco sobre essa realidade, coloquei-a em paralelo ao Evangelho: Jesus tinha critérios totalmente diferentes (desses que contemplamos acima) para a escolha dos Seus amigos, discípulos e apóstolos. Um dos momentos em que Jesus quebra, de forma mais direta, a lógica, encontramos no Evangelho de São Mateus 5,27 : “Depois disso, Jesus saiu e viu um publicano, chamado Levi, sentado na coletoria de impostos. Disse-lhe : Segue-Me. Deixando tudo, levantou-se e seguiu-O”.
No versículo 31, quando questionado por andar, comer e beber com pecadores, Ele deixa claro quais são os Seus critérios: “Não são as pessoas com saúde que precisam de médico, mas as doentes. Não é a justos que vim chamar à conversão, mas a pecadores”.
O RH de Jesus não segue os critérios humanos
Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Jesus não segue os critérios humanos, quando se trata de acolher os outros, e nos leva a refletir quais critérios temos tido com os que estão à nossa volta

Não quero combater os critérios utilizados no meio empregatício, e sim convidar você a confrontar o Evangelho com a sua vida. Como eu e você temos nos relacionado com as pessoas do nosso dia a dia? Quais os critérios que utilizo no meu “RH pessoal”?
Os homens chamados de “publicanos”, que aparecem no Novo Testamento, são especialmente esses coletores subordinados aos contratadores e, por isso, geralmente eram nativos da própria região. Assim como os publicanos romanos, esses subcoletores também tinham fama de praticarem extorsões e serem avarentos e egoístas. Junto a isso, desde a antiguidade, as pessoas nunca gostaram de pagar impostos, o que sempre culminou num certo preconceito por quem era responsável pela tarefa da cobrança.
Portanto, a classe dos publicanos, no Novo Testamento, era extremamente odiada pelos judeus, pois além dessa má fama, ela também era considerada traidora de seu próprio povo ao servirem voluntariamente seus opressores, nesse caso, servirem aos romanos. Hoje, na sua vida, quem são os publicanos? Quem são as pessoas que estão todos os dias sentadas na coletoria de impostos? Na Palavra, vemos que Jesus viu Levi e depois o chamou. Eis o grande desafio para hoje: ver o outro.
Jesus trazia consigo, por onde passava, um olhar além das aparências; um olhar que ressuscita e devolve a esperança àqueles que já não acreditam mais que algo possa mudar.
Precisamos ter uma postura diferente hoje. Postura essa que não significa ser indiferente aos pecados cometidos pelas pessoas como Levi ou diante das circunstancias da sociedade atual, mas sim cultivar, no coração, e espalhar por meio dos sentidos: a esperança.

Como combater a desesperança?

Primeiro, precisamos cultivar dentro de nós a esperança de que algo pode mudar em nós mesmos. Não importam as dificuldades que travamos hoje, precisamos, acima de tudo, nos confrontar com a nossa verdade e assumir o “como estou’’ em busca de quem realmente sou chamado a ser. Com isso, enraizados na certeza de que Jesus vem ao nosso encontro porque somos pecadores, nos colocamos à disposição para fazer o mesmo por aqueles que, diante dos desafios da vida, necessitam de acolhida e de uma palavra que os devolva à vida.
Após o chamado de Levi, Jesus foi convidado pelo mesmo para jantar em sua casa. A mesa para o judeu significa intimidade, amizade, família. Jesus passou a ser “de casa” a partir daquele momento. É na intimidade que podemos, verdadeiramente, conhecer a alguém. Assim como Jesus, podemos, no dia de hoje, fazer uma experiência nova ultrapassando nossos critérios e preconceitos, tendo a coragem de investir com  naquele que considero  “diferente” .
Sejamos imitadores do Cristo, e saiamos pelas periferias chamando e acolhendo os “Levis” deste mundo. Sejamos ousados! Trabalhemos no RH de Jesus, com os critérios que Ele (e somente Ele) pode nos ensinar. Amor se paga com amor, como dizia São João da Cruz.

Autor: Saulo Macena

28/11/2019

Como identificar se tenho descontrole emocional?

Vivemos um tempo da supervalorização da emoção. Tudo passa pelo sentimento, inclusive decisões importantes. A grande maioria das pessoas não sabe mais distinguir razão de emoção, seja ela criança, adolescente, adulto ou até idoso. É impressionante o quanto um comportamento infantil se estendeu para outras etapas da vida e tem cegado quem vive dessa forma. Quando pergunto a uma pessoa o que passou pela sua cabeça quando viveu esta ou aquela situação, a resposta vem imediata: Fiquei com uma raiva! Senti-me abandonada! E tantas outras respostas baseadas na emoção e não na razão.
Onde está o problema? O problema é que a emoção é totalmente vulnerável, ela não tem fundamento sólido. E uma pessoa que vive a partir de suas emoções, vive como em um campo minado, estourando uma bomba aqui, outra ali e conseguindo se salvar de outras. Então, como identificar se tenho descontrole emocional?
Comece por avaliar seu comportamento. Como você tem reagido a situações do dia a dia? De forma normal, esperada? Ou surpreendendo as pessoas a sua volta, causando-lhes espanto? A questão é que, normalmente, quem vive esse descontrole emocional não percebe que o faz. E quando alguém fala para ele, acaba dando uma resposta agressiva, por não reconhecer esse comportamento.
Como identificar se tenho descontrole emocional?
Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Como controlar a emoção?

A grosso modo, podemos dizer que uma pessoa com descontrole emocional é aquela que apresenta uma reação emocional superior ao que deveria, seja por choro, agressividade física ou verbal, gargalhadas… Explico: em uma conversa, uma pessoa fala assim para você: “Você é igualzinho ao seu pai”, e a pessoa que ouviu isso tem uma ferida com o pai; logo, responde com gritos e grosseiras. Essa reação impulsiva e explosiva está diretamente ligada à suas memórias afetivas, que, desajustadas, são ativadas por uma fala ou situação.
Um outro exemplo que pode ajudar seria: uma mãe que vê seus filhos brigando, começa a gritar com eles e a bater de forma agressiva. O que leva essa mãe a ter esse comportamento quando ele não é um comportamento padrão dela? Possivelmente, a cena ativou algo nela, em seu temperamento ou personalidade, pois foi uma reação de total descontrole emocional.
Para ter controle de suas emoções, o segredo é separar sua razão da emoção e passar a ter domínio de tudo aquilo que sua mente produz e que ativa suas emoções de forma descontrolada.

Autora: Aline Rodrigues

27/11/2019

27 de Novembro - Dia de Nossa Senhora das Graças


Nossa Senhora das Graças por meio da oração, suplicamos o teu auxílio...


Oração

Lembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria, do poder ilimitado que vos deu o vosso Divino Filho sobre o seu coração adorável. Cheio de confiança na vossa intercessão, venho implorar o vosso auxílio. Tendes, em vossas mãos, a fonte de todas as graças que brotam do coração amantíssimo de Jesus Cristo; abri-a em meu favor, concedendo-me a graça que ardentemente vos peço. Não quero ser o único por vós rejeitado, sois minha Mãe, sois a soberana do coração de vosso Divino Filho.

Sim, ó Virgem Santa, não esqueçais as tristezas dessa terra; lançai um olhar de vontade aos que estão no sofrimento, aos que não cessam de provar o cálice das amarguras da vida. Tende piedade dos que se amam e que estão separados pela discórdia, pela doença, pelo cárcere, exílio ou morte. Tende piedade dos que choram, dos que suplicam, e dai a todos o conforto, a esperança e a paz! Atendei, pois, à minha humilde súplica e alcançai-me as graças que agora fervorosamente vos peço por intermédio de vossa santa Medalha Milagrosa!

Amém.

Fonte: Canção Nova

Santa Catarina Labouré, privilegiada com a aparição de Nossa Senhora

Santa Catarina Labouré, tornou-se escola de santidade para muitos

Santa Catarina de Labouré nasceu em Borgonha (França) a 2 de maio de 1806. Era a nona filha de uma família que, como tantas outras, sofria com as guerras napoleônicas.
Aos 9 anos de idade, com a morte da mãe, Catarina assumiu com empenho e maternidade a educação dos irmãos, até que ao findar desta sua missão, colocou-se a serviço do Bom Mestre, quando consagrou-se a Jesus na Congregação das Filhas da Caridade.
Aconteceu que, em 1830, sua vida se entrelaçou mais intimamente com os mistérios de Deus, pois a Virgem Maria começa a aparecer a Santa Catarina, a fim de enriquecer toda a Igreja e atingir o mundo com sua Imaculada Conceição, por isso descreveu Catarina:
“A Santíssima Virgem apareceu ao lado do altar, de pé, sobre um globo com o semblante de uma senhora de beleza indizível; de veste branca, manto azul, com as mãos elevadas até à cintura, sustentava um globo figurando o mundo encimado por uma cruzinha. A Senhora era toda rodeada de tal esplendor que era impossível fixá-la. O rosto radiante de claridade celestial conservava os olhos elevados ao céu, como para oferecer o globo a Deus. A Santíssima Virgem disse: Eis o símbolo das graças que derramo sobre todas as pessoas que mas pedem”.
Nossa Senhora apareceu por três vezes a Santa Catarina Labouré. Na terceira aparição, Nossa Senhora insiste nos mesmos pedidos e apresenta um modelo da medalha de Nossa Senhora das Graças. Ao final desta aparição, Nossa Senhora diz: “Minha filha, doravante não me tornarás a ver, mas hás-de ouvir a minha voz em tuas orações”.
Somente no fim do ano de 1832, a medalha que Nossa Senhora viera pedir foi cunhada e espalhada aos milhões por todo o mundo.
Como disse Sua Santidade Pio XII, esta prodigiosa medalha “desde o primeiro momento, foi instrumento de tão numerosos favores, tanto espirituais como temporais, de tantas curas, proteções e sobretudo conversões, que a voz unânime do povo a chamou desde logo medalha milagrosa“.
Esta devoção nascida a partir de uma Providência Divina e abertura de coração da simples Catarina, tornou-se escola de santidade para muitos, a começar pela própria Catarina que muito bem soube se relacionar com Jesus por meio da Imaculada Senhora das Graças.
Santa Catarina passou 46 anos de sua vida num convento, onde viveu o Evangelho, principalmente no tocante da humildade, pois ninguém sabia que ela tinha sido o canal desta aprovada devoção que antecedeu e ajudou na proclamação do Dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora em 1854.
Já como cozinheira e porteira, tratando dos velhinhos no hospício de Enghien, em Paris, Santa Catarina assumiu para si o viver no silêncio, no escondimento, na humildade. Enquanto viveu, foi desconhecida.
Santa Catarina Labouré entrou no Céu a 31 de dezembro de 1876, com 70 anos de idade.
Foi beatificada em 1933 e canonizada em 1947 pelo Papa Pio XII.
Santa Catarina Labouré, rogai por nós!

26/11/2019

Pornografia: seus efeitos e sua derrota

Há quem compare o poder viciante da pornografia à dependência de drogas como a cocaína
A pornografia tem um efeito devastador no cérebro humano, pois suas imagens ficam gravadas em nossa mente e nos acompanham durante anos ou durante toda a vida. Há quem compare seu poder viciante ao de drogas como cocaína. O interessante é que uma simples olhada em imagens, vídeos pornográficos ou fotos sensuais podem inocular, em nossa mente, um efeito constante, ou seja, basta fechar os olhos e ter acesso àquilo que foi visto, registrado.
940x350-Destaque---pornografia
Lembro-me de que, infelizmente, meu presente de sete anos de vida, isso mesmo, 7 anos (uma criança!), foi um revista pornográfica dada pelo meu padrinho de batismo. Digo a você que, até hoje, as cenas daquela revista estão em minha mente, tal o poder devastador da pornografia. Lógico que, hoje, por um processo de autoconhecimento e de muita oração perante Deus, essas cenas não me controlam mais, porque eu escolho olhar para minha futura esposa buscando, nesse relacionamento, a pureza à qual sou chamado a viver. Mas, por muito tempo, o “ideal” de mulher e de amor que havia em minha mente era o daquela revista.
A pornografia não só é um pecado, mas é uma profunda deturpação do que é um homem e uma mulher de verdade. A pornografia cria a ilusão do prazer, a alienação do outro como um dom e sujeito de dignidade. A pornografia cria a fantasia de que o ser humano é uma máquina a ser manipulada na obtenção máxima de prazer, custe o que custar.
Olha-se o corpo (muitas vezes, alterado pelo ‘Photoshop’ ou pelos mais modernos meios de edição de vídeos), mas não se percebe o coração.
Se você é viciado em pornografia, quero chamar a sua atenção para a ilusão que vive, pois nunca terá, na vida real, a promessa daquela revista e daquele vídeo. Esse vício o jogará na amargura do irrealizado e, assim, o fará perder a promessa de uma vida humana digna de respeito e doação. Ele tirará de você a capacidade de amar de verdade, pois fará seus olhos e mente parar naquilo que é vazio e montado. Infelizmente, muitos pais (no meu caso, o padrinho) incentivam seus filhos, principalmente os homens, a ver material pornográfico. Triste esse caminho! Na verdade, não estamos sendo educados para o amor verdadeiro, mas para a ilusão de que o prazer responderá às angústias de nosso coração! Não…
E se meu filho já estiver viciado em pornografia? O que fazer?
Uma boa conversa é o começo. Não parta para a censura e para a reprovação de imediato. Converse com ele sobre as motivações que o levaram a acessar tal material. Gaste tempo com ele, fale da realidade do amor e abra os olhos de seu filho frente à mentira e ilusão que a pornografia cria. Mostre-lhe o quanto é desumano a vida de mulheres e homens que se colocam como artistas do “pornô”. E o quanto uma simples imagem pornográfica marca para sempre sua mente. Pergunte para ele se quer fazer da sua futura esposa e mãe de seus filhos uma dessas mulheres que ele vê na revista ou no filme.
Pesquisas têm mostrado que adolescentes expostos à pornografia apresentam respostas emocionais traumáticas, relações sexuais em idade precoce, um aumento do risco de doenças sexualmente transmissíveis e um desenvolvimento de compulsões sexuais e perversões. Sem contar relacionamentos afetivos apenas objetivos, ou seja, o ser humano como objeto e não sujeito. Sexo por sexo!
Vamos a algumas dicas para deixar o vício da pornografia:
1- Assumir que está ferido
Muitas pessoas pensam que a pornografia é algo inofensivo ou apenas uma satisfação de curiosidade. De fato não! Somos visuais, e as imagens entram em nosso cérebro fazendo verdadeiras catástrofes. É preciso assumir tal fraqueza, encarar que não se tem controle referente a isso, pois só assim saberá o quanto foi atingido e o tamanho da ferida!
2- Buscar ajuda
Não há como querer vencer sozinho. Depois de assumir o problema, é hora de buscar ajuda. Encontrar alguém maduro afetivamente, com quem você possa se abrir, dizendo de suas fraquezas. Um bom diretor espiritual e um confessor ajudarão muito! Pecado se vence na confissão! Às vezes, até um processo de terapia é interessante, caso seu vício esteja muito enraizado.
3- Armar-se
Eu disse, acima, sobre pessoas e ajuda, mas é preciso, de sua parte, armar-se. Ter uma vida de oração e sacramentos, ler a Palavra de Deus e buscar a Eucaristia. A adoração a Jesus Eucarístico é um bom remédio também. Ficar, ali, durante alguns minutos, vendo o Senhor e apresentando a Ele sua mente e seus desejos vai, aos poucos, limpar a sujeira que entrou pelos seus olhos.
 4- Decisão firme
Não há como vencer a batalha dormindo com o inimigo. É preciso desfazer-se de toda possibilidade de pornografia. Jogue fora revistas, filmes, imagens etc. Às vezes, é preciso romper com as pessoas que o motivam ao vício. Não dá para, em meio à guerra, ficar em território inimigo!
 5- Sempre ativo
Nós sabemos e sentimos quando estamos prestes a cair no pecado. Não tem essa de “eu não sabia que ia dar nisso”. Ninguém cai do nada no precipício. Sempre é um passo de cada vez. Quais são as suas fragilidades? Quando está mais sensível? Sabendo disso e se tornando ativo nessas horas, evitará cair ladeira abaixo.
 6- Não é pecado sentir
Às vezes, na luta contra o pecado, as pessoas se tornam obcecadas e pensam que até o que sentem é pecado. Não é assim! O pecado está em “consentir” e não em “sentir”. Quando vejo uma mulher bonita, sinto sua beleza entrar em meus olhos. Isto não é pecado. Pecado é quando eu pego essa beleza, que entrou em mim, e a manipulo, desejo-a e a deixo dominar meus pensamentos. No entanto, o que posso fazer, ao sentir isso, é louvar a Deus por minha afetividade viva e ativa, louvá-Lo pela beleza da criação e da criatura. Canalizar o desejo em Deus!

Autor: Adriano Gonçalves