30/06/2010

Matrimômio, caminho de santificação


Os matrimônios de hoje precisam amadurecer nesta realidade

Quando se fala em santificação precisa-se refletir sobre este termo enquanto processo que temos de passar a vida toda para atingi-lo. Ser santo é um processo: o lindo, mas doloroso, processo de santificação. E isso acontece na nossa vida, no cotidiano de nossa existência.

A pessoa casada experimenta de forma muito real este processo na sua vida, pois o matrimônio é um caminho certo para se alcançar a santidade. Começa pelos primeiros anos de casados com a adaptação à outra pessoa: os conceitos dela, a forma de viver e se comportar que passa de um viver individual para um viver a dois; os seus defeitos e imperfeições, que se confrontam com os nossos; a saída da casa dos pais ou de sua própria casa. Todos os conflitos resultantes dessa adaptação são sofrimentos que levam à santificação.

Com o passar dos anos começam outros processos, pois a pessoa muda de costumes e adquire outras manias e formas de pensar. Algumas delas se alienam, se fecham em si mesmas tornando-se egoístas e individualistas; outras se abrem demais e esquecem que estão casadas. Nascem os filhos e as dificuldades continuam a crescer: preocupações, doenças, noites sem dormir, perdem muitas vezes o foco no próprio matrimônio, ficando os filhos como barreiras para o encontro amoroso. Tudo isso é matéria-prima para a santificação dos cônjuges. O problema é quando a pessoa desiste de ser santa e resolve jogar fora a sua maior oportunidade de santificação: quem Deus colocou ao seu lado.

Vejo que os matrimônios de hoje precisam amadurecer nesta realidade: a santificação pessoal de cada pessoa: o esposo, a esposa e os filhos. Mas também isso não é desculpa para que continuem acontecendo as brigas, as discussões enormes, as agressões físicas e morais. Precisamos, sim, investir na própria concepção de pessoa: querer ser melhor para viver melhor com o(a) outro(a), aprender a perdoar e a receber perdão e acolher as dificuldades como formas de santificação que a Divina Providência nos proporciona.

Deus abençoe você.

29/06/2010

Pela oração unimos a terra ao céu


Os cientistas dizem que, por causa do buraco na camada de ozônio, o calor está aumentando de ano para ano, em escala avançada. No entanto, a sobre a terra está esfriando de dia para dia, em escala assustadora! A mentalidade atual não é de oração, mas de eficiência: somos nós que resolvemos os nossos problemas. A luta não é contra os problemas de bebida e adultério do cônjuge, não é contra a revolta dos filhos nas drogas, no desregramento. A batalha que enfrentamos vai além das forças humanas. É uma batalha espiritual. Estamos lutando contra os inimigos do mundo espiritual que querem destruir o casamento.

"Pois não é o homem que afrontamos, mas as Autoridades, os Poderes, os Dominadores deste mundo de trevas, os espíritos do mal que estão nos céus. Que o Espírito suscite a vossa oração sob todas as suas formas, vossos pedidos, em todas as circunstâncias; empregai as vossas vigílias em uma infatigável intercessão por todos os santos [...]" (Ef 6,12.18).

Seja qual for o seu mal, o Senhor quer dar-lhe a cura e a libertação de que você precisa. Assuma: você é predileto de Deus! Quando oramos, o
Espírito Santo realiza. Quando se testemunha a cura, o poder curador se faz presente. Deus quer tocar o seu coração, reanimá-lo, levantá-lo e levantar seu casamento. Para Ele não existe distância, e o tempo é sempre “presente”. Pela oração, unimos a terra ao céu. Deus quer escutar a sua oração, Ele quer atender você. Permita que Ele solucione o seu impossível!


O poder libertador do Altíssimo é capaz de acabar com a droga, o alcoolismo, a infidelidade, o adultério e todos os ressentimentos que você tem carregado. Até em seu temperamento Deus quer agir. Basta a sua decisão e o Espírito Santo agirá.

Trecho do livro "Homem e mulher em sintonia" de monsenhor Jonas Abib

28/06/2010

Pecados públicos: socialização da notícia é um fato novo



Não reclamo. Apenas constato. Tem ficado cada vez mais difícil a gente se reconciliar com os erros cometidos. O motivo é simples. A vida privada acabou. O acontecimento particular passa a pertencer a todos. A internet é um recurso para que isso aconteça. Os poucos minutos noticiados não cairão no esquecimento. Há um modo de fazê-los perdurar. Quem não viu poderá ver. Repetidas vezes. É só procurar o caminho, digitar uma palavra para a busca.

Tudo tem sido assim. A socialização da notícia é um fato novo, interessantíssimo. Possibilita a informação aos que não estavam diante da TV no momento em que foi exibida.

A internet nos oferece uma porta que nos devolve ao passado. Fico fascinado com a possibilidade de rever as aberturas dos programas do meu tempo de infância. As imagens que permaneciam vivas no inconsciente reencontram a realidade das cores, movimentos e dos sons.

Mas o que fazer quando a imagem disponível refere-se ao momento trágico da vida de uma pessoa? Indigência exposta, ferida que foi cavada pelos dedos pontiagudos da fragilidade humana? Ainda é cedo para dizer. Este novo tempo ainda balbucia suas primeiras palavras.

O certo é que a imagem eterniza o erro, o deslize. Ficará para posteridade. Estará resguardada, assim como o museu resguarda documentos que nos recordam a história do mundo.

Coisas da contemporaneidade. Os recursos tecnológicos nos permitem eternizar belezas e feiuras.

Uma fala sobre o erro. Eles nascem de nossa condição humana. Somos falíveis. É estatuto que não podemos negar. Somos insuficientes, como tão bem sugeriu o filósofo francês Blaise Pascal. O bem que conhecemos nem sempre atinge nossas ações. Todo o mundo erra. Uns mais, outros menos. Admitir os erros é questão de maturidade. Esperamos que todos o façam. É nobre assumir a verdade, esclarecer os fatos. Mais que isso. É necessário assumir as consequências jurídicas e morais dos erros cometidos. Não se trata de sugerir acobertamento nem de solicitar que afrouxem as regras. Quero apenas refletir sobre uma das inadequações que a vida moderna estabeleceu para a condição humana.

Tenho aprendido que o direito de colocar uma pedra sobre o erro faz parte de toda experiência de reconciliação pessoal. Virar a página, recomeçar, esquecer o peso do deslize é fundamental para que a pessoa possa ser capaz de reassumir a vida depois da queda. É como ajeitar uma peça que ficou sem encaixe. O prosseguimento requer adequação dos desajustes. E isso requer esquecer. Depois de pagar pelo erro cometido a pessoa deveria ter o direito de perder o peso da culpa. O arrependimento edifica, mas a culpa destrói.

Mas como perder o malefício do erro se a imagem perpetua no tempo o que na alma não queremos mais trazer? Nasce o impasse. O homem hoje perdoado ainda permanecerá aprisionado à imagem. A vida virtual não liberta a real, mas a coloca na perspectiva de um julgamento eterno. A morbidez do momento não se esvai da imagem. Será recordada toda vez que alguém se sentir no direito de retirar a pedra da sepultura. E assim o passado não passa, mas permanece digitalizado, pronto para reacender a dor moral que a imagem recorda.

Estamos na era dos pecados públicos. Acusadores e defensores se digladiam nos inúmeros territórios da vida virtual. Ambos a acenderem o fogo que indica o lugar onde a vítima padece. A alguns o anonimato os encoraja. Gritam suas denúncias como se estivessem protegidos por uma blindagem moral. Como se também não cometessem erros. Como se estivessem em estado de absoluta coerência. No conforto de suas histórias preservadas, empunham as pedras para atacar os eleitos do momento.

O fato é que o pecador público exerce o papel de vítima expiatória social. Nele todas as iras são depositadas porque nele todas as misérias são reconhecidas. No pecado do outro nós também queremos purgar o pecado que está em nós. Em formatos diferentes, mas está. Crimes menores, maiores; não sei. Mas crimes. Deslizes diários que nos recordam que somos território da indigência. O pecador exposto na vitrine deixa de ser organismo. Em sua dignidade negada ele se transforma em mecanismo de purificação coletiva. É preciso cautela. Nossos gritos de indignação nem sempre são sinceros. Podem estar a serviço de nossos medos. Ao gritar a defesa ou a condenação podemos criar a doce e temporária sensação de que o erro é uma realidade que não nos pertence. Assumimos o direito de nos excluir da classe dos miseráveis, porque enquanto o pecador permanecer exposto em sua miséria, nós nos sentiremos protegidos.

Mas essa proteção que não protege é a mãe da hipocrisia. Dela não podemos esperar crescimento humano, tampouco o florescimento da misericórdia. Uma coisa é certa. Quando a misericórdia deixa de fazer parte da vida humana, tudo fica mais difícil. É a partir dela que podemos reencontrar o caminho. O erro humano só pode ser superado quando aquele que erra encontra um espaço misericordioso que o ajude a reorientar a conduta.

Nisso somos todos iguais. Acusadores e defensores. Ou há alguém entre nós que nunca tenha necessitado de ser olhado com misericórida?

24/06/2010

A importância da disciplina


As pessoas mais produtivas são aquelas que se organizam

O Papa João Paulo II disse – na Carta às Famílias, escrita em 1994 –, que “o ato de educar o filho é o prolongamento do ato de gerar”. O ser humano só pode atingir a sua plenitude, segundo a vontade de Deus, se for educado; e essa missão é, sobretudo, dos pais. É um direito e uma obrigação deles ao mesmo tempo. É pela educação que a criança aprende a disciplina, por isso os genitores não podem se descuidar dela, deixando-a abandonada a si mesma. Se isso ocorrer, essa criança será como um terreno baldio onde só nasce mato, sujeira, lixo e bichos venenosos. Sem disciplina não se consegue fazer nada de bom nesta vida.

Muitas pessoas não conseguem vencer os problemas e vícios pessoais porque não são disciplinadas. Muitas não conseguem ser perseverantes em seus bons propósitos porque lhes falta essa virtude [disciplina]. Para vencer um vício ou para dominar um mau hábito é preciso disciplina. É por ela que aprendemos a nos dominar. Vale mais um homem que se domina do que o que conquista uma cidade, diz a Bíblia.

A disciplina depende evidentemente da força de vontade; e esta é fortalecida pela graça de Deus. São Paulo diz que é Deus “ que opera em nós o querer e o fazer” (cf. Fil 2,13). As grandes organizações, fortes e duradouras, como, por exemplo, a Igreja, apoiam-se em uma rígida disciplina. É isso que lhes dá condições de superar os modismos e as ameaças de enfraquecimento. Também as grandes empresas fazem o mesmo.

Em primeiro lugar, é preciso organizar a sua vida. Defina e marque, com clareza, todas as suas atividades; sejam elas profissionais, religiosas ou de lazer. Deve haver um tempo definido para cada coisa; o improviso é a grande causa da perda de tempo e de insucesso. As pessoas mais produtivas são aquelas que se organizam. Essas fazem muitas coisas em pouco tempo. Não deixam para depois o que deve ser feito agora.

Não adianta você ter muitos livros se eles não estiverem arrumados por assunto, assim você não vai encontrar um livro que desejar. Não adianta você ter muitos artigos guardados se eles não estiverem classificados e indexados. No meio da bagunça não se pode achar nada, e perde-se muito tempo. Então, aprenda a arquivar tudo com capricho. O povo diz que um homem prevenido vale por dois. Então, seja prudente, cauteloso, previdente. Se você sabe que a sua memória falha, então carregue com você uma caneta e papel, e anote tudo o que deve fazer durante do seu dia, ou sua ida à cidade.

Muitos fracassam em seus projetos porque não sabem fazer um bom planejamento, com critérios, organização e método, porque não são disciplinados. A pressa atropela o planejamento, por falta de disciplina; é um perigo. Sem disciplina não se consegue fazer um bom planejamento. Muitas obras são construídas repletas de defeitos, e custam mais, porque faltou planejamento, disciplina e ordem. Lembre-se: é muito mais fácil, rápido e barato, fazer uma obra planejada, do que fazer tudo às pressas e depois ter que ficar remendando os erros cometidos.

Foi muito feliz quem escreveu em nossa bandeira: “Ordem e Progresso”. Disciplina significa você fazer tudo com ordem, critério, método e organização. Então, disciplina é uma virtude que se adquire desde a infância, em casa com os pais, na escola, na Igreja, no trabalho…

Sem disciplina gastamos muito mais tempo para fazer as coisas e pode-se ficar frustrado de ver o tempo passar sem acabar o que se pretendia fazer. Por isso, é preciso aprender a organizar a vida, o armário e a casa, arrumar a mesa de trabalho, a agenda de compromissos, etc. A disciplina se adquire com o hábito. Habitue-se a fazer tudo com planejamento, ordem, capricho, etapa por etapa, sem atropelos. Deus nos dá o tempo certo e suficiente para fazer o que precisamos fazer.

São Paulo disse aos coríntios que “os atletas se impõem todo tipo de disciplina. Eles assim procedem, para conseguir uma coroa corruptível. Nós o fazemos por um coroa incorruptível”(1Cor 9,25).

Nenhum atleta vence uma competição sem muita disciplina, treinos, regimes, horários rígidos, etc. Ora, na vida espiritual, pela qual desejamos ganhar a “coroa incorruptível”, a disciplina é mais necessária ainda. Ninguém cresce na vida espiritual sem disciplina: horário para rezar, meditar, trabalhar, etc. Estabeleça para você uma rotina de exercícios espirituais diários, e cumpra isto rigorosamente.

Assim Deus vai lentamente ocupando o centro de sua vida, como deve ser com cada cristão. Sem isto você será um cristão inconstante e tíbio.

É preciso insistir e persistir no objetivo definido. Não recue e não abandone aquilo que decidiu fazer. Para isto, pense bem e planeje bem o que vai fazer; não faça nada de maneira afoita, atropelada, movido pelo sentimentalismo ou apenas pela emoção. Não. Só comece uma atividade, física ou espiritual, se tiver antes pensado bem e estiver convencido de que precisa e quer de fato realizá-la. Peça a graça de Deus antes de iniciar a atividade; e prometa a você mesmo não recuar e não desanimar. Cada vez que você começa uma atividade de maneira intempestiva, e logo desiste dela, enfraquece a sua vontade e deixa a indisciplina ganhar espaço em sua vida.

Sem disciplina não se pode chegar à santidade. São Paulo chegou a dizer: “Castigo o meu corpo e o mantenho em servidão, de medo de vir eu mesmo a ser excluído depois de eu ter pregado aos outros” (I Cor 9,27).

23/06/2010

A verdade sempre irá nos desafiar


Um coração preconceituoso sempre vai rejeitar a verdade

A profecia do amor sempre irá nos desafiar, uma palavra que vai realmente nos incomodar. Por isso, é importante estar de ouvidos atentos. Mas o coração que está preso aos seus limites não consegue perceber a salvação prometida por Deus. O Senhor é aquele que dá sentido a tudo, é ungido por excelência, porque o tempo de graça chegou até nós. Esta salvação não se limita aos critérios pobres e estreitos reservados apenas para aquele tempo e para aquelas pessoas. É necessária a pobreza do coração para assumir a verdade que nos desinstala do nosso egocentrismo. Aquilo que é o principal na minha vida eu sempre irei disponibilizar tempo, porque é justamente esta dedicação que vai determinar aquilo que vou me tornando.

Será que o seu coração se abre para amar de todo coração a Deus e se entregar com caridade?

Um coração que só quer as provas extraordinárias é um coração que não irá crer nunca.

Nós precisamos aprofundar e ampliar a nossa visão da vida porque Jesus nos oferece a oportunidade para isso. Um amor seletivo é sempre pobre, estreito, restrito. Todas as vezes em que nós tomamos a decisão de ficar fechados em nós, negamos os dons do Senhor.

O coração preconceituoso sempre vai ficar revoltado e rejeitar a verdade do amor. Quantas vezes a verdade lhe foi dita e você a rejeitou? Entenda que quando nós rejeitamos o amor não conseguimos ser felizes. E dessa forma, não conseguimos abraçar aquilo que é mais belo e digno de uma pessoa. A reação negativa diante dos fatos verdadeiros não é uma escuta que se contenta; é uma escuta que se revolta porque justamente não quer uma mudança. Jesus sempre vai insistir conosco. Para quem tem ouvidos para ouvir a verdade proclamada, esta profecia acontece.

Qual tem sido a sua reação diante da verdade que lhe é proclamada? Avalie-se. A sua capacidade de amar e de acolher está nula? Como está o seu coração? Faça uma revisão de vida neste dia.

Amar é ir ao encontro. A experiência do verdadeiro amor acontece quando nós damos o passo de fazer o que o samaritano fez. Chegar perto, parar a nossa viagem, derramar o azeite, o vinho, dar de nós mesmos, como o Bom Smaritano. Quem não chega perto vai sempre rejeitar o ferido e amar simplesmente aquele que acha que é são, mas que também tem deficiências. Quem não adora a Deus de todo o coração não consegue amar o próximo como a si mesmo. Ame a Deus de todo o coração!

É preciso ouvir a Palavra de Deus e amá-la de uma forma que eu possa acolhê-la verdadeiramente. O amor sempre vai falar e vai incomodar. Um acolhimento que é interesseiro sempre deseja manipular o Senhor. Lute para não ser este interesseiro dentro da sua casa e com as pessoas com as quais você convive. Porque a todo o momento esta opção egoísta nos é oferecida. É preciso ouvir a Palavra de Deus com amor, assim você sempre contemplará as verdades do seu coração.

Respire este ar puro do seu estado de vida, da sua consagração, da sua vocação... Quando nós perdemos o foco, ficamos endurecidos. Em tudo que você fizer se não houver caridade, não valerá de nada. Só existe sentido de caridade quando realizamos algo em Deus. Se Ele não for o primeiro na sua vida, você não irá saber o que é belo e o que é bom nela. Sem o Altíssimo nem o que é belo saberemos administrar. Nós fomos feitos para seguir o caminho, cujo modelo perfeito é Jesus.

Você não pode tudo, é por isso que a Palavra de Deus nos ensina o que é realidade. Sem caridade você não é nada. Você ama produzindo liberdade? O amor não vive para si mesmo. A caridade só pode guardar em si aquilo que é belo; aquilo que é santo. O perdão nos torna livres. A caridade não guarda rancor. Ela nunca estabelecerá união com as trevas, ela não quer modelar o outro.

Está faltando amor verdadeiro em nosso meio. Despertem porque está faltando o essencial, uma vida sem o essencial deixa de ser profecia. Eu só terei condições de enfrentar o mundo lá fora se tiver os elementos da fé para me amparar. Somente o amor pode colocar em ordem e harmonizar o seu interno para que você seja capaz de enfrentar as coisas externas. Você precisa deixar-se amar para amar. Deus conhece você, Ele o escolheu.

É preciso viver a entrega na promessa de Deus, senão vou viver tremendo diante dos combates da vida. É preciso acreditar. Não tema, pois o Senhor está com você. Confie n'Ele! Deus não envia ninguém para a derrota e, sim, para a vitória. Mas a forma como eu parto para a guerra também influencia nessa vitória.

22/06/2010

Igreja: a salvação para o seu casamento


O Senhor tem para a nossa vida um plano perfeito de amor, mas tem também um plano-estepe, como o estepe do carro, que substitui o pneu original. Mesmo que o seu casamento tenha se desfeito, agarre-se no “plano-estepe” que o Senhor providenciou para você, exclusivamente para você. Ele não deixará você perecer. Segure-se com firmeza e comece a remar. O Senhor quer salvar e não condenar. Ele está com você.

Deus tem um plano-estepe para você. Entre no caiaque com Jesus e reme com Ele. Conserve sua pureza, sua castidade. Mulher, você pode ser Maria, pura, casta. Não fique chorando pelos cantos. “Shows de carência” acabam estragando tudo, porque não faltam gaviões para tentar suprir suas necessidades de presença, de carinho, de atenção... Desculpe, é dura esta palavra, mas ela é real. Você sabe que é real.

Deus confia em você! Busque a santidade. Leve seus filhos para o Senhor. Mesmo que seu casamento tenha se desfeito e você tenha ficado com a responsabilidade da família. Não dê o lugar ao inimigo; ele amplia sua carência, manipula seus afetos. Reze. Esta é a sua missão. Não fique chorando pelo seu marido, enquanto a vida passa. Entregue-o para o Senhor. Você pode ser santa e conduzir sua família inteira, mesmo sozinha. Deus está com você.

Nem a separação nem o divórcio lhe dão o direito de sair em busca de aventuras, prostituir-se, enveredar para uma vida leviana. Você continua num caiaque a dois. Se seu marido pulou fora, tenha a certeza: Jesus assume os remos, e Ele mesmo rema com você. Você não está sozinha! Cristo está com você em seu caiaque. Pense na maravilha de ter o Senhor remando com você, levando-a para frente juntamente com seus filhos. Não desista!

Marido, Deus pode refazer seu casamento mesmo que você tenha errado no primeiro momento. O homem assume verdadeiramente seu papel quando reconhece o erro e muda de atitude. Dobre seu orgulho e refaça seu casamento. Talvez você tenha que suar bastante por ter ferido seriamente sua esposa e seus filhos. Não será tarefa fácil: eles estão feridos. Faça sua parte, “mude para valer” seu relacionamento. Não ponha tudo a perder.

Assim como o Bom Samaritano pegou nos braços aquele homem e levou-o para o hospedaria, homens e mulheres são pegos pelo Samaritano Jesus, no caminho da vida, e levados a um bom hospital para se recuperar completamente. Esse hospital para se recuperar completamente é a Igreja. Ela tem sido o “pronto-socorro” que recebe os acidentados na estrada da vida. Quando ocorre um grande acidente e muitas pessoas ficam machucadas, feridas, quase mortas, imagine como o hospital fica cheio e quanto zelo e cuidado os médicos precisam ter... Com a Igreja é assim.

Por essa razão, você precisa da instituição criada pelo próprio Cristo. Não se engane, não pense que, por ter encontrado Jesus e recebido o derramamento do Espírito Santo, você pode simplesmente “rezar em casa” e não ir à igreja. Assim como um acidentado necessita do hospital e dos cuidados especiais para a sua restauração, também os filhos de Deus precisam desse amparo eclesial. E Jesus aí está para ressuscitar todos os que precisam.

Volte! Alimente-se da Palavra, da Eucaristia e de tudo o que a Igreja tem para você. Jesus, o Bom Samaritano, o pegou na estrada da vida e o salvou, mas agora Ele quer você na hospedaria, que é a Sua Igreja. Você precisa dela.

Trecho do livro "Homem e mulher em sintonia" de monsenhor Jonas Abib

21/06/2010

Rompa com a mentira no seu relacionamento


Omitir a verdade pode nos custar caro

Você pode imaginar quão difícil é uma ruptura num relacionamento. É só olhar como as separações são doloridas e deixam marcas profundas nos cônjuges e nos filhos. Muitas dessas separações conjugais são frutos do pecado que casais acabam vivendo a dois: situações de mentira, desregramentos, afastamento de Deus, agressividade; desrespeito; palavras de ofensa um para com o outro e assim por diante.

É preciso romper com o pecado e não romper com o relacionamento. O pecado precisa ser extirpado da nossa relação. Tudo que corrompe aquilo que Deus criou por amor não pode mais fazer parte de nossa vida. Vejo que o pecado mais sutil e o que mais destrói matrimônios é a mentira. Mentir, enganar o outro ou até omitir alguma coisa pode custar caro, porque fere a dignidade da outra pessoa e põe em risco a confiança e a fidelidade. Escolher o caminho de não falar a verdade, mesmo que seja em pequenas coisas, é escolher pela traição da confiança que o cônjuge depositou em você. Isso mesmo! A mentira já é traição!

Jesus disse: "E a verdade vos libertará" (cf. João 8,32b). E é nesta perpectiva que os nossos relacionamentos podem amadurecer e tornar-se fecundos: quando uma pessoa pode confiar na outra, certa de que o (a) outro (a) está sempre lhe dizendo a verdade, que nada ficando às escuras, escondido, porque isso não é bom.

Para isso o primeiro passo é se decidir pela verdade, pela sua verdade, pois é nela que Deus pode agir e que as coisas vão tomando o rumo certo e se contrói uma vida feliz.

Fica a dica de hoje: rompa com o pecado da mentira no seu relacionamento. Decida-se por falar e viver sempre a partir da verdade, na luz, na graça de Deus.

Que o Senhor o abençoe neste propósito!

Diácono Paulo Lourenço
Comunidade Canção Nova

18/06/2010

Deus vai-lhe dar o que precisa, e não o que você quer.


Muitas vezes, nós queremos rezar para fugir dos problemas e das nossas dificuldades, ou seja, fugimos para a oração simplesmente a fim de não enfrentar as realidades da vida. Mas o modelo, que Jesus nos ensina, é que na oficina da vida, no concreto do dia a dia, que se cria o melhor espaço para rezarmos. Jesus, desde ontem vem nos ensinando no Evangelho, aos discípulos de modo concreto, como rezar. O Senhor não nos está ensinando como nos portar em uma oração comunitária ou em uma assembleia, mas a fazer uma oração pessoal, uma oração de intimidade com Deus Pai. Cristo é muito concreto, muito simples e ensina como orar: “Quando orardes, não useis muitas palavras”. Jesus não está condenando a assiduidade na oração, mas a oração prolixa, que se estende nas palavras, vai contando os detalhes, por achar que o Senhor é uma criancinha e que pode convencê-Lo e comprar a graça pela força das muitas palavras.

Existem pessoas que falam tanto ao rezar que se Jesus não tivesse "trancado no sacrário", acho que Ele sairia correndo. Há pessoas que fazem do momento de intimidade com o Senhor uma ladainha pessoal e perdem a chance de ouvi-Lo, elas têm muitas coisas a falar, multiplicam as palavras e querem ser as mestras e ensinar a Jesus o que Ele deve realizar em suas vidas.

Nós, muitas vezes, multiplicamos tanto as nossas palavras que nos esquecemos de que Deus nos conhece e sabe do que precisamos e nos acostumamos a pensar que o Senhor nos abandonou e não vê o que estamos sofrendo.

Fomos treinados a uma vida fácil, na qual Deus precisa fazer o que nós queremos. O Senhor vai lhe dar o que você precisa e não o que você quer, o Pai do Céu sabe do que precisa. O que nós queremos é muito diferente do que realmente precisamos. Necessitamos ter cuidado quando rezamos: “Venha a nós o vosso Reino”, pois Deus reina quando realiza a Sua vontade em nossa vida e não quando fazemos a nossa vontade.


“Perdoai as nossas ofensas”. Será que você tem perdoado? O lugar privilegiado para acontecer o perdão é dentro de casa, pois perdoar àqueles com os quais temos intimidade é mais difícil. À medida que a intimidade vai crescendo, vamos sabendo quando o outro não está bem, mesmo sem ele falar nada. A experiência que Deus quer nos ensinar hoje é uma experiência de filho que é íntimo do Pai, o 'Pai-nosso' é uma oração para quem quer viver na intimidade.

É perigoso estudarmos muito, nos tornarmos doutores, e nos esquecermos da simples experiência de ser filho, que precisa do Pai. A oração do 'Pai-nosso' nos faz lembrar que somos irmãos. Aprenda a esperar, pois o Pai sabe do que você precisa, não tem felicidade quando passo por cima do outro, pois só existe felicidade junto com o outro.

17/06/2010

A oração nos torna capazes de deixar as nossas vontades e dizer 'sim' a Deus

" Olá, internautas! Hoje vamos rezar pedindo a Deus a graça de acolher a vontade d'Ele, assim como Maria o fez. Não pense que acolher a vontade de Deus é algo muito fácil, não, porque, muitas vezes, a vontade do Altíssimo é muito diferente da nossa. Muitas vezes, ela exige de nós muitas renúncias, mas que vão nos levar à felicidade e à realização do projeto de Deus, como ocorreu com a Virgem Maria.

Em Lucas 1,38, Maria disse ao anjo: "Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra".



Hoje vamos pedir ao Senhor essa graça, para que possamos dizer o "faça-se" da Santíssima Virgem Maria nas situações de nossa vida para as quais não temos forças nem coragem de realizar a vontade d'Ele. Na sua vocação vá pedindo: "Faça-se, ó Pai, a Tua vontade! Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém".

Espírito Santo, nós pedimos hoje a graça de acolher e realizar a vontade do Pai, como Nossa Senhora. Dá-nos a graça de não negligenciarmos a vontade de Deus Pai, de não fazermos a nossa vontade, mas aquilo que é o desejo do Senhor. Como a Virgem Maria, com a nossa vida queremos dizer o nosso "sim" a Deus, abrir mão dos nossos projetos pessoais, os quais, muitas vezes, são contrários ao projeto de Deus. Nós queremos que a vontade do Todo-poderoso se realize em nossas famílias e na nossa vida pessoal.

Você que hoje está fazendo algo que não é da vontade divina (você sabe isso por causa dos frutos, quando estes têm prejudicado você e os outros também), pode ter certeza de que a vontade de Jesus não está nisso se o que você está realizando tira a sua paz, perturba a sua consciência. Se isso ocontecer, pode ter certeza de que você está fora da vontade de Deus.

Acolha essa verdade, neste momento, deseje e abra mão da sua vontade para fazer aquilo que Deus quer, dizendo, como Maria: "Faça-se em mim a Tua vontade" na minha vocação, no meu estado de vida. "Faça-se em mim, segundo os Teus desejos", na minha saúde. "Faça-se em mim, segundo a Tua Palavra" em todas as áreas da minha vida. Eu acolho a Tua vontade, Senhor, e abro mão dos meus desejos para que os Teus se realizem. Eu quero ter a Tua vontade, Senhor, como meta para minha vida.

Faça-se em mim, Senhor, segundo a Tua Palavra, segundo os desejos profundos do Teu coração e que eu não me desvie nem para a direita nem para a esquerda da Tua vontade, mas que eu esteja bem no centro dela, pois só assim eu serei feliz, fazendo aquilo que o Senhor quer, guardando as Tuas leis, a Tua Palavra. Dá-me a graça de, assim como Maria, fazer a vontade do Pai.

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Até o próximo programa! Você que ainda não é um sócio, eu o convido a se associar e a fazer parte da nossa família. Você que contribui com esta obra, muito obrigada e continue nos ajudando".

Salette Ferreira

Comunidade Canção Nova

16/06/2010

É Deus quem providencia!


Se Deus nos deu a vida, que é o maior dom que recebemos, não vai dar o alimento para sustentá-la? Não vai dar a roupa para nos vestirmos? É claro que sim!

Se o Senhor cuida dos passarinhos, lhes dá alimento, ninho, filhotes, Ele não vai cuidar de nós? Somos muito mais do que passarinhos! E por que eles têm tudo isso? Porque os passarinhos seguem o sistema de Deus!

Confiar unicamente em Deus e na Divina Providência pode nos causar insegurança, pois no sistema do mundo aprendemos a confiar em dinheiro, trabalho, poupança, seguro, plano de saúde.

Por que os lírios do campo têm tudo? Porque eles também seguem o sistema de Deus! Se o Altíssimo cuida das flores, que um dia secarão e morrerão, quanto mais de nós, que somos filhos d'Ele. O que precisamos fazer é sair o mais depressa possível do sistema do mundo e mergulhar no sistema de Deus, que é a Providência Divina. É preciso fazer a experiência!

É Deus quem providencia! É o Senhor quem constrói a casa, quem guarda a cidade. Nós estamos aqui somente para colaborar, fazendo a parte que nos cabe. Os passarinhos têm de buscar o alimento todos os dias. A planta também trabalha sugando da terra o alimento de que precisa. Deus nos deu uma lei: “Comerás o teu pão com o suor do teu rosto” (cf. Gn 3,19a).

Por isso, temos de trabalhar! Essa é a parte que nos cabe! Porém, o segredo é entender que o resultado não está no nosso trabalho (e aí está a mentira que o príncipe deste mundo nos ensinou). O resultado está em Deus, que é nosso Pai. Nós fazemos nossa pequena parte; quem constrói, quem guarda e conduz é o Senhor.

(Trecho do livro "Considerai como crescem os lírios" de Monsenhor Jonas Abib)

15/06/2010

De Adão a Cristo


Deus não tem fronteiras para transformar corações

Cada vez mais eu me convenço de que a arte é um processo redentor. Redenção é esta experiência que podemos fazer de ser retirados de um lugar inferior e ser colocados num lugar nobre. É ser levados da condição "Adâmica" à condição "Crística". Deus tira o ser humano da miséria do pecado e o leva à redenção. O Gênesis é uma história contada de forma metafórica para que entendamos uma verdade que não pode ser compreendida com facilidade. A história de Adão e Eva nos mostra o início do processo redentor, pois o início da nossa redenção está no contato do ser humano com a sua fragilidade, que acontece com a primeira queda.

Quando olhamos para uma criança recém-nascida e um padre nos explica que aquele bebê é pecador, é difícil de entendermos isso, pois é uma criança e não nos passa uma imagem de pecado pela inocência que traz em si. O contexto do pecado original se dá quando temos a consciência de que a criança nasceu da raiz "Adâmica" e não porque ela tenha atos pecaminosos; se eu sou humano, eu sou marcado pelo limite original por fazer parte dessa raiz. Limite é quando sabemos que temos condições precárias. O nosso corpo, por exemplo, tem limites, nossa pele tem limites, pois se nos expormos ao sol forte vamos nos queimar além do limite.

O conceito de limite não é contrário ao humano, ele lembra que não podemos fazer algo que nos faça mal. O problema é quando desconsideramos o limite, que é próprio de nossa humanidade e isso se torna pecado, ou seja, o pecado entra verdadeiramente na nossa vida no dia em que temos consciência dos limites da nossa vida e mesmo assim nos expomos a eles.

A partir do momento em que eu saio do limite, eu caio no pecado. O primeiro pecado da humanidade foi justamente sair do limite. O paraíso é um lugar que foi cercado para que ninguém se perdesse, pois Deus estava ali, é o lugar do encontro, não é prisão. Delimitar o espaço é você proporcionar a alguém a experiência do encontro. Portanto, se você realmente deseja ajudar alguém a chegar a algum lugar, você vai se empenhar em limitar ao máximo a informação que você dá a essa pessoa; mas aí é que está o perigo, quando nós pedimos a informação para alguém que não está muito feliz ou não está muito desejoso de que a gente chegue ao destino.

O primeiro pecado, a queda original, aconteceu porque alguém não compreendeu o conceito de limite, não compreendeu o espaço delimitado e se perdeu. O conceito de limite está cada vez mais claro dentro de nós e por isso seremos mais exigidos, como Deus nos diz: “Quanto mais for dado, muito mais será exigido”.

Jesus nos diz que é impossível viver servindo a dois senhores. Não é possível viver duas realidades que naturalmente não se conciliam. Seus limites precisam ser aclarados, nós precisamos cada vez mais saber sobre o que nós podemos e o que não podemos. O que Cristo realiza na condição de Adão atinge a todos nós, a "cristificação" do universo está acontecendo em nós agora, mas só tomamos posse disso quando estabelecemos o limite do nosso território, quando reconhecemos o nosso paraíso e tomamos conta dele.

O papel do artista de hoje é anunciar as belezas do paraíso, as belezas do limite. É transformar a pedra em ouro, é devolver a graça ao desgraçado; é devolver o sorriso a quem não sabe mais sorrir. Eu estou cada vez mais assustado com o que apresentam às nossas crianças como arte. Se você não fechar as portas do seu paraíso para aquilo que eles oferecem como forma de entretenimento, você terá grandes problemas com seus filhos à medida que eles forem crescendo. O tipo de arte secular que hoje é oferecido a nós e às nossas crianças não molda caráter de ninguém, por isso, devemos ter cuidado com aquilo que deixamos entrar em nossas casas, pois nossos paraísos estão sendo ameaçados continuamente.

Quantas coisas vemos por aí que nos parecem inocentes, mas não o são. Precisamos fazer o exercício diário de analisar aquilo que entra em nossas casas. Será que estamos fazendo o esforço necessário para chegar à Glória do Cristo? Você pega uma criança e tudo o que você fala a ela, as danças que ela aprende e as coisas que ela vê de nós vão sendo registradas na mente dela.

Precisamos saber que é necessário, a cada dia, preservar o nosso encontro com o Senhor, pois se não vivemos esta transição de Adão para o Cristo, o que não será fácil, nos perdemos pelo caminho. Quando o "Adão" vence dentro de nós ou quando "Eva" vence dentro de nós, sabemos muito bem quais são os efeitos disso em nós. Mas quando o Cristo vence dentro de nós, podemos experimentar coisas maravilhosas. Quando olhamos para o que éramos e para o que Cristo nos tornou hoje, vemos a ponte que já atravessamos.

O bom é que sempre teremos duas figuras para observar, podemos perceber o quanto que nós conseguimos ser iguais a Adão e isso não requer esforços. Agora se você colocar ao lado de Adão a condição de Jesus, o jeito como Cristo viveu, o que Ele falava, a maneira como que Ele via as coisas, aí você verá a diferença, e para ser igual a Ele dá trabalho.

Deus não tem fronteiras para transformar corações, Ele não precisa de tempo para transformar nossos corações. A qualquer tempo, a qualquer hora Ele pode nos transformar, pode nos convencer de sairmos da condição de "Adão" ou da condição de "Eva". A condição "Crística" é como uma pedra preciosa e se nós não enfiarmos as mãos nesta terra, se nós não enfiarmos a mão neste "barro de Adão", nunca iremos conseguir retirar esta pedra. Vamos morrer possuindo uma riqueza, mas sem tê-la nas mãos.

Que tudo aquilo que for falado, que tudo aquilo que for ritualizado nos leve ao Cristo, nosso destino é o Cristo, é para Ele que fomos feitos e n'Ele que precisamos ser reconfigurados. A arte é o desafio de tirarmos os pesos que pesam sobre a humanidade, é o alívio de Deus na experiência humana. É ter a possibilidade de proclamar com o corpo e com a arte que Deus é redentor e que o limite estabelecido é o lugar onde a redenção acontece.

O que hoje você poderia pedir que Deus modificasse em você? Qual é a arte que Deus poderia fazer em você hoje? Nós, muitas vezes, somos como uma pedra, um mármore que precisa ser talhado. Hoje o Senhor está aqui e quer nos atingir, quer tirar de nós todos os "excessos", todas as "arestas" que fazem com que nos esbarremos sem alcançar aquilo de que precisamos.

O seu caminho é o Cristo, o seu destino é o Cristo!

Pe. Fábio de Melo

14/06/2010

Ter a coragem que as crianças têm

Ter a coragem que as crianças têm Uma boa tradução para o termo "Reino de Deus" é "Sistema de Deus". Assim como existe o reino das trevas, o sistema do mundo, o sistema do príncipe deste mundo, graças a Deus, existe o Reino de Deus, o Sistema de Deus.

O Senhor nos diz que o Reino d'Ele é para as crianças; para aqueles que têm o coração de criança; para os que têm no coração a coragem de se jogar nos braços d'Ele, esperar e depender em tudo d'Ele. Viver da providência! Ter a coragem que as crianças têm! Deixar de lado nossos padrões, lógicas e raciocínios.

Os homens são práticos. Deus os fez responsáveis, e, justamente por isso, eles se defenderam muito durante a vida toda. Aprenderam e foram bem educados pelos pais, pela escola e pela vida a ser calculistas e, assim, não têm coragem de confiar na providência de Deus. Acham que não é digno de um homem responsável, de um pai de família, confiar na providência, e sim “dar duro”, providenciar tudo, conseguir tudo por seu próprio trabalho e esforço.

O Senhor diz aos homens que realmente precisam ser responsáveis e trabalhar para colocar pão dentro de casa, mas precisam assumir seu ser de criança e admitir que por trás da “couraça” existe um coração de menino. Os homens já perceberam que, na prática, os “cálculos” do mundo não funcionam. Só que não têm a coragem de se jogar nos braços do Pai e confiar na Sua providência.

Aprendamos com o Senhor! Você não vai perder nada de seu ser de homem, de sua responsabilidade; ao contrário, você será mais responsável ainda. Mas é preciso aprender que Deus é Pai e abandonar-se n'Ele, deixando o sistema do mundo.


Repousemos em Deus nossa cabeça cansada de tanto calcular, de tanto planejar e buscar soluções. Depositemos nosso coração ansioso, preocupado, angustiado, no coração do Pai.

(Trecho do livro "Considerai como crescem os lírios" de Monsenhor Jonas Abib)

11/06/2010

Uma falsa visão da mensagem bíblica


Os cristãos é que devem se adaptar ao Evangelho

Uma falsa visão da mensagem bíblica é que se percebe na declaração de muitos sobre a Igreja no atual contexto histórico. Quem estuda a História verá que, em todos os tempos, há aqueles que contemplam a Instituição estabelecida por Cristo à beira do abismo. São os alarmistas aos quais falta uma análise profunda dos acontecimentos desde a era apostólica.

Não se pode julgar a situação da Igreja apenas a partir desta ou daquela região e daí se concluir sobre o seu futuro sombrio, mesmo porque em tantas outras regiões o surto religioso é intenso, multiplicando-se, inclusive, nelas as vocações sacerdotais e religiosas. Isso sem se ter em conta que o apostolado dos leigos é hoje também uma realidade fulgente. Dizer que a linguagem da Igreja é moralizante é querer abolir os Dez Mandamentos.

Quem penetra fundo nos escritos do saudoso Papa João Paulo II e do Papa Bento XVI jamais dirá que empregam uma maneira de se comunicar obsoleta, anacrônica e repetitiva, pois são escritos de Papas sadiamente modernos em suas expressões e colocações teológicas. Reformular o Evangelho é impossível e os sucessores de Pedro são fiéis ao que disse Nosso Senhor Jesus Cristo: “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduzem à perdição e numerosos são os que por aí entram” (Mt 7,13). Dizer que a fé atualmente é na Igreja muito cerebral, abstrata, dogmática e se dirige muito pouco ao coração e ao corpo é um grave equívoco. Com efeito, por ser a fé firme adesão à Palavra de Deus, supondo aceitação, obediência e fidelidade, ela guia o agir humano, mas não a partir de um sentimento cordial.

Cristo foi muito claro: “Não é aquele que diz Senhor, Senhor, que entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade do Pai que está nos céus” (Mt 7,21). São Tiago é taxativo: “Que aproveitará, irmãos meus, se alguém tem fé e não tem obras?… Poderá mesmo alguém dizer: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras” (Tg 2,18). A fé não é um ato isolado, mas determina a vida moral do homem.

A fé é exigente. Crer na Palavra de Deus é aceitar sem restrições o que Ele revelou e isso requer uma decisiva opção moral firme, decidida. A conduta deve ser coerente com aquilo que se crê. Observa padre Leonel Franca: “O obstáculo principal à fé não está nas dificuldades intelectuais que ela suscita, mas nos sacrifícios que impõe”. Uma das causas do ateísmo no mundo de hoje é exatamente o paradoxo que existe entre aquele que se diz crente e o que ele pratica. O fato de muitos migrarem para cultos orientais ou seitas que não exigem a obediência da fé é justamente porque muitos são os que querem uma religião pão-de-ló e não aquela pregada por Cristo: "Jesus disse a seus discípulos: Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me" (Mt 15,24).

Então os ditames do Magistério, repetidos à saciedade, sobre o matrimônio, a contracepção, o aborto, a eutanásia, a homossexualidade, as segundas uniões matrimoniais, não dizem mais nada àqueles que aboliram por conta própria os Mandamentos de Deus e os claros ensinamentos de Cristo. Não é possível dar um tratamento pastoral, sociológico, psicológico e humano a estas questões batendo de frente com as determinações divinas. Os cristãos é que devem se adaptar ao Evangelho e não o Evangelho aos cristãos e isso em qualquer parte do mundo.

O fenômeno do ateísmo no mundo moderno não pode ser tratado de uma maneira epidérmica e hoje a religiosidade é um fato inegável por parte daqueles que não procuram na negação de Deus um apoio para seus desvios morais e uma licenciosidade calamitosa.

Os profetas do caos inclusive anunciam que a vitalidade incontestável da Igreja no Terceiro Mundo é equívoca e já prenunciam sua derrocada. Ao contrário, estas novas realidades eclesiais são expressão viva da perene juventude da Igreja, desta Igreja cuja perenidade está, de fato, garantida por seu Fundador: “As portas do inferno jamais prevalecerão contra ela” (Mt 15,18).

10/06/2010

Uma resposta consciente aos casos de pedofilia


Rezemos pelos nossos sacerdotes

No próximo dia 11 de junho, Festa do Sagrado Coração de Jesus, muitos sacerdotes do mundo inteiro, inclusive a maioria dos padres da Canção Nova, estarão em Roma num retiro no qual acontecerá a conclusão do Ano Sacerdotal, promulgado pelo Papa Bento XVI, cujo tema é: “Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote”. Como falar de fidelidade e da riqueza desta vocação e destes homens em tempos nos quais os acontecimentos e a mídia têm nos bombardeado de notícias que chocam os nossos corações e colocam em descrédito a credibilidade destes que deveriam nos orientar e ser modelos de fé, de moral e atitudes. Como digerir todos esses acontecimentos e ter uma visão crítica e verdadeira da situação? Como dar uma resposta consciente para tudo isso?

Pois bem, a primeira coisa que eu gostaria de dizer como Sacerdote é que nós trazemos em nós um desejo muito grande de vencer as nossas fragilidades e pecados e somos limitados como qualquer outro que foi escolhido pelo Senhor a uma vocação sublime e que apesar deste selo divino, que é o Sacramento da Ordem, estamos propensos em nossa humanidade a errar. Mas isso não justifica e muito menos tira de nós a responsabilidade pela nossa vocação à santidade e missão de ensinar, santificar e guiar a porção do povo que Deus nos confiou; e tampouco podemos generalizar essa situação, como se fosse um problema exclusivamente dos sacerdotes e da Igreja, desviando o olhar para o miolo do problema social dos nossos tempos. Eu mesmo fico consternado ao assistir as notícias, fico indignado pela vítima e pelo sacerdote, me coloco no lugar dos dois e fico pensando o que está por trás da notícia, qual verdade ela me traz e qual o real problema sobre o qual ela quer que nós reflitamos e busquemos a melhor saída?

A pedofilia não é só praticada por alguns padres. Isso não tem nada a ver com o fato de sua opção de não se casarem, muito menos pelo celibato, que nunca foi uma imposição da Igreja, mas uma opção livre e motivada por um Amor maior, que se entrega pelo bem e salvação do outro. Infelizmente, esses casos que nos impressionam tanto fazem parte da vida de muitos casados, pais, avôs, tios, primos, vizinhos, padrastos, e estão na escola, na balada, nos clubes e, infelizmente, a maioria desses casos ocorre dentro de casa. A nossa sociedade, que passou pela revolução sexual e hoje faz do sexo um grande mercado do dinheiro e da diversão, mascara ou não quer encarar os erros de suas escolhas e tenta jogar a culpa naqueles [sacerdotes, entre outros] ou na Igreja, os únicos a sempre defender o valor da vida, da castidade, da liberdade e do amor.

Li no blog de um sacerdote bem conhecido de todos nós, o padre Joãozinho do Sagrado Coração de Jesus: Já parou para pensar quantos padres existem no Brasil? Hoje (Junho de 2010) temos 18 mil padres no Brasil. E mais de 100 milhões de fiéis. Isso significa que cada padre tem que atender a mais de 5.555 fiéis. Alguns são idosos, outros doentes, e certamente não conseguem atender cinco mil pessoas. Imagino que cada padre, em plena forma, deva dar conta de ao menos 10.000 fiéis. É um rebanho considerável. Pense, por exemplo, se todos resolvessem seguir a orientação oficial da Igreja e quisessem se confessar ao menos uma vez por ano. Cada dia o sacerdote teria que atender 27 pessoas. Se cada atendimento (bem feito) durasse 20 minutos ele passaria cerca de 10 horas no confessionário… todo dia… de segunda a segunda.

Agora faça essa conta comigo: - 10% de 18 mil padres = 1.800 padres; - 1% de 18 mil padres = 180 padres; - 0,1% de 18 mil padres = 18 padres; - 0,01% de 18 mil padres = 1,8 padres.

Quantos padres você conhece com problemas? Mas quantos sacerdotes, que gastam a vida, são fiéis e servos do Evangelho, da Igreja e do povo de Deus, incansáveis nos atendimentos, nas pregações e no exercício da caridade. Lembro-me do padre Jessé Torres, o que ele fez comigo nunca mais eu vou esquecer, preparou-me para minha Primeira Comunhão, ensinou o meu coração a rezar, a falar com Deus, ouviu inúmeras confissões, meus pecados e fraquezas, mesmo conhecendo o meu pior ele me respeitava e continuava acreditando em mim. Foi ele que, com sua santidade e coerência de vida, incentivou e motivou a minha vocação.

É preciso mesmo enfrentar esse problema, sem sensacionalismo, investigar e discernir e ficar sempre com o que é bom e verdadeiro. Estes dias eu li, na Zenit, esta notícia, que não foi veiculada pelos meios de comunicação: "Sacerdote morre tentando salvar jovens de afogamento".

GOA, segunda-feira, 17 de maio de 2010 (ZENIT.org). - Um sacerdote morreu na praia de Galgibaga, Índia, tentando salvar três jovens do afogamento, na semana passada.

O Pe. Thomas Remedios Fernandes de 37 anos, vigário da paróquia de Jesus, Maria e José estava com um grupo da paróquia que comemorava um dia de convivência na praia, segundo informou a agência Cathnewsindia. Não hesitou em lançar-se ao mar revolto para socorrer três jovens que gritavam por socorro.

O presbítero conseguiu salvar os três - uma jovem e dois rapazes de idades entre 17 e 19 anos -, mas enquanto salvava o terceiro, sofreu um ataque cardíaco e não resistiu. O ato comoveu as mais de 60 pessoas que testemunhavam o resgate.

O sacerdote recebeu assistência no local e foi levado ao hospital, onde os médicos constataram sua morte. Os três jovens resgatados receberam os primeiros-socorros e passam bem. Na comunidade católica de Goa vive-se a perda do sacerdote com dor, mas também com admiração e esperança: "Foi um pastor que deu a vida por suas ovelhas - comenta-se. Neste Ano Sacerdotal, é um exemplo e testemunho para todos os sacerdotes”.

Eu não poderia deixar que somente 60 pessoas tomassem conhecimento deste lindo testemunho de um sacerdote jovem, que deu a vida por suas ovelhas. Vamos abrir os nossos olhos e o nosso coração. E os padres que você conhece? Quais as suas experiências com o sacerdote de sua paróquia? Rezemos pelos nossos sacerdotes para que o Senhor lhes dê a graça da fidelidade.

Padre Luizinho
peluizinho@cancaonova.com

09/06/2010

Um sistema sem Deus...


Um sistema sem Deus Podemos fazer essa pergunta: “Mas por que Deus então não me socorre? Por que Ele não faz alguma coisa por mim? Por que não resolve minha situação?" Compreenda: Deus fez, está fazendo e vai fazer. Se existe uma falha está em nós. E qual é a falha? Nós fomos vítimas do sistema do mundo. As finanças vão mal e há muito desemprego por causa do sistema em que vivemos; um sistema individualista, baseado no egoísmo, na ambição... Um sistema sem Deus, portanto, sem amor.

Deus fez aliança com Seu povo; mas Seu povo Lhe “virou as costas”. No entanto, o Senhor já havia amado Seu povo desde seu nascimento. Ele amou e não volta mais atrás. Igualmente hoje Deus não abandona e não quer nos abandonar na situação em que estamos, seja ela qual for: situação econômica ruim, erro ou fracasso nos negócios, desemprego...

Qual a causa de tudo isso? O príncipe deste mundo inoculou seu veneno em nossos corações. Ele quer ser o centro de tudo, quer destronar Jesus, o Filho de Deus, para ser o centro. Esse veneno, que foi injetado em nós, faz de nós o centro de tudo. Tudo está a nosso serviço. Até Deus acaba se tornando nosso servidor.


O inimigo quer que cada um seja feliz por si e o outro que “se rebente”; que o marido seja feliz, e para que seja feliz, precisa ter uma esposa em casa, a mãe de seus filhos, sua cozinheira, arrumadeira e, também, ter amantes viver de “aventuras”...

Se ficarmos no sistema do mundo, teremos de suportar todas as consequências. É o sistema do mundo. Ele funciona assim. Nós, infelizmente, temos seguido nessa enxurrada. É preciso, o mais depressa possível, pular fora desse sistema assassino.

(Trecho do livro "Considerai como crescem os lírios" de monsenhor Jonas Abib)