29/07/2016

A caixa de peças...



A caixa de peças de metal…


No ano de 1989, um senhor de 42 anos tinha um costume: levar peças de metais encontradas na rua e guardar dentro de um enorme pote de vidro. Pequenas peças como porcas, parafusos, pregos, arruelas, entre muitos tipos. Dentro do pote de vidro era uma grande bagunça - tudo junto e misturado. Quando este senhor precisava de alguma delas para utilizar, era uma tremenda ‘brincadeira de achar’.

Esta mania poderia ser compreendida: por muitos anos este senhor trabalhou em uma enorme sala de almoxarifado numa empresa multinacional, então assim, era responsável por todas as peças e materiais para armazenamento e organização – um dever e costume diário.

Sua esposa, uma senhora de 40 anos , ficava louca da vida todas as vezes que ele trazia as “tranqueiras” indagando-o:

“- Mais porcarias da rua? Daqui a pouco teremos que construir um depósito no caso de pensar em guardar coisas maiores dentro de casa!
As pequenas já estão ocupando um bom espaço dentro da pequena oficina.”

Ele nem ligava, ao contrário, continuava com sua “vasta coleção” e se achasse até um molho de chaves as guardava, pois alguns cadeados de casa poderiam ser abertos se perdesse alguma chave. E esta “mania” acontecia todos os dias...

Pensando em como reorganizar suas “peças preciosas”, o senhor trouxe para casa uma enorme caixa de isopor com muitas divisórias, - uma organização ideal.

Na bela manhã de Sábado, um sol maravilhoso, típíco dia para passeios, sorvetes e piqueniques, mas este senhor ainda tinha outras tarefas a fazer: chamou um dos seus filhos, o mais novo de apenas 8 anos para dar-lhe uma tarefa: separar por divisória todas aquelas peças de metais guardadas dentro do famoso pote de vidro.

A criança ficou empolgada em ajudar, perguntava ao pai por cada peça que separava a sua utilidade e qual ferramenta poderia usar. E dentro de uma atividade tão normal, com um belo sorriso, o pai lhe deu a mais belas das lições:

“ - Filho, todas estas peças tem funções importantes no dia-a-dia para alguma coisa, e conhecendo cada uma dela saberá qual ferramenta ideal para utilizá-las e poderá resolver, consertar e solucionar muitas coisas.
Estas peças são como pessoas: cada uma tem sua ferramenta, seu jeito e chaves certas para entrar e ajudá-la de alguma forma. Conhecendo bem, poderá saber resolver muitos problemas com a ferramenta ideal sem forçar uma situação ou quebrar. Um dia saberá utilizar cada uma da forma certa. Guarde isso sempre com você!”

E assim, todas as peças de metal foram separadas de acordo com suas formas e modelos dentro da caixa de isopor...


OBSERVAÇÃO: Este senhor chamava João Carlos de Carvalho, o meu amado pai que faleceu em 2008 com 60 anos. Este é um dos muitos ensinamentos dele que guardo eternamente no coração. E para mais uma informação, a tal caixa de isopor ,ainda existe e guardo com enorme carinho e muita utilidade.

O Nome de Jesus e o Demônio...

Jesus: Neste Nome há poder…

O Nome de Jesus e o Demonio... 


Quero começar aqui destacando algo muito importante para as pessoas que geralmente estão envolvidas no trabalho de oração ligadas ao Ministério de Cura e Libertação.

Toda a oração de Cura e Libertação, e até mesmo os exorcismos propriamente ditos, tem a sua eficácia e autoridade ligadas ao nome de Jesus. É no nome e pelo nome de Jesus que tudo acontece. É pela autoridade que Ele deu à nós seus filhos que a graça acontece.
 
Que não tenhamos jamais a presunção de pensarmos que é por consequência da nossa santidade de vida ou por causa de nossas belas orações que o demônio nos obedece e a libertação acontece.
E porque tudo está fundamentado em Jesus e em Seu poder, foi Ele mesmo que nos demonstrou que diante da Sua presença satanás nada pode fazer e nem mesmo permanecer.

Em Marcos esse poder de Jesus é manifesto: “Os espíritos impuros quando O avistavam, lançavam – se aos pés dEle e gritavam: ‘Tu és o Filho de Deus’. E Ele lhes ordenava muito severamente que não o dessem a conhecer.” (Mc 3, 11-12)
endemoninhados. Ele expulsou os espíritos pela palavra e curou a todos os doentes…” (Mt 8, 16)
 
Lucas também diz: “Ao por do sol, todos os que tinham doentes de toda espécie trouxeram – nos a Jesus; e Ele impondo as mãos sobre cada um deles, os curava. Demônios também saiam de um grande numero, gritando: ‘Tu és o Filho de Deus!’. E repreendendo -os, não lhes permitia falar, porque conheciam que Ele era o Cristo.” (Lc 4, 40-41)


Abaixo citarei algumas passagens somente para termos uma boa base sobre episódios na qual Jesus ou os Apóstolos pelo nome de Jesus expulsou o demônio:
“Uma grande multidão […] acorrera para ouvir e ser curada de seus males. Os que eram atormentados por espíritos malignos ficavam curados; e toda a multidão procurava tocar – lhe, pois emanava dEle uma força que curava todos.” (cf. Lc 6, 18-19)
“Os doze estavam com Ele, como também algumas mulheres que tinham sido livradas de espíritos malignos e curadas de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios.”(lc 8, 2)

 

A Palavra de Deus confirma a Autoridade de Jesus


“Logo que se foram, apresentaram – lhe um mudo, possuído do demônio. O demônio foi expulso, o mudo falou e a multidão exclamava com admiração: Jamais se viu algo semelhante em Israel.” (Mt 9, 33)

“Disse – lhes Ele: Ide dizer a esta raposa: eis que expulso demônios e faço curas hoje e amanha; e ao terceiro dia terminarei a minha vida.”(Lc 3, 31-32)

“O Principe deste mundo nada pode contra mim”(cf. Jo 14, 30)

“O príncipe deste mundo já esta julgado e condenado”(Jo 16, 11)

“Ele os enviaria a pregar, com poder de expulsar os demônios.”(cf. Mc 3, 14-15)

“Chamou os doze e começou a envia – los dois a dois;  e deu lhes poder sobre os espíritos imundos. Expeliam numerosos demônios, ungiam com óleo a muitos enfermos e os curavam.” (Mc 6, 7.13)

“Senhor, até os demônios se submetem em Teu nome!” ( Lc 10, 17)
“Ordeno – te, em nome de Jesus Cristo que saias desta mulher. E o espirito saiu imediatamente.” (At 16, 16-17)

:: Preciso de Cura, Libertação ou Exorcismo
:: O grande segredo do Papa Francisco
:: Quando as luzes se apagarem, quem será você?
 
Poderia aqui citar mais diversos versículos e trechos que a Bíblia nos dá em relação à força do nome de Jesus, mas gostaria de encerrar com um comentário dos primeiros autores cristão; Origenes que escrevendo contra Celso, fala da força do nome de Jesus para expulsar os demônios:


“A força do exorcismo assenta no nome de Jesus, que é pronunciado enquanto, ao mesmo tempo, se anunciam os fatos relativos à Sua vida”
E continua a dizer: ” Diz – se que, no nome de Jesus, se podem expulsar os demônios, não só das pessoas, mas também das coisas, dos lugares e dos animais.”

Origenes ainda insiste “contra o uso dos magos, que os cristãos não fazem nenhum sortilégio, nem usam formulas secretas; mas exprimem a sua fé na força do nome de Jesus.”

Que saibamos onde reside a nossa força como cristãos! Onde reside a força do nosso Ministério!


Deus abençoe você!



Autor: Danilo
Fonte: Canção Nova

28/07/2016

Vivendo a castidade em um mundo pornográfico

Saiba como viver a castidade em um mundo pornográfico

Você abre sua página na internet e, do nada, surge um tanto de “estímulos sexuais”, de propagandas a ofertas de sites de relacionamento. Você abre, então, sua caixa de e-mails e logo o espanto diante do número de spans, na sua maioria possui conteúdo sexual. Até mesmo ao fazer uma pesquisa no Google, dependendo da palavra que coloca, sua máquina entende que é conteúdo sexual que você deseja! Como, então, viver a castidade diante do avanço do mundo pornográfico na internet?


Vivendo a castidade em mundo pornográfico 
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com


Uma pesquisa realizada pela revista norte-americana ‘The Week’ revelou que:
– 12% dos sites que existem na internet são pornográficos – ou, em números atuais, 76,2 milhões;

– 25% das pesquisas em ferramentas de busca envolvem sexo;

– 28 mil usuários de internet veem pornografia a cada segundo;

– 35% dos downloads são pornográficos;

– 8% dos e-mails mandados diariamente têm conteúdo sexual;

– 266 novos sites pornográficos são criados diariamente na internet;


De fato, a pornografia já deixou de estar na sala “reservado para maiores de 18 anos” ou ficar na prateleira “às escuras” de bancas de revistas. Por mais que você não seja um “buscador de sites picantes”, esbarrará, de uma forma ou outra, em algo que lhe insinue sexo.

Como viver a castidade em um mundo pornográfico?


A primeira coisa a se entender é que castidade diz de uma integração e não negação! Não se trata de negar que você é afetado por inúmeros hormônios, pela atração sexual ou até mesmo do desejo que traz dentro de você pelo sexo oposto. Não dá para negar que temos um corpo e que ele funciona! E ainda bem que funciona, não é mesmo? A castidade vai na visão do positivo, da integração de tudo que rola dentro do seu corpo e sua mente aquilo que, de fato, é sua essência, ou seja, feito para amar e ser amado.


Leia mais:

:: Como deixar o vício da pornografia?
:: Por que namorar sem sexo?
:: Como viver a pureza nos dias de hoje?
:: Como dominar os impulsos sexuais?


Diante das estatísticas acima, o que mais assusta não é o fato do grande número de pessoas buscando pornografia (isso também), mas é o fato de que o ser humano está cada vez mais se distanciando de sua essência e, com isso, sua completa desumanização!


O que é digo a mim mesmo quando entro no mundo pornográfico? Digo que sou refém dos meus desejos, que posso olhar para o outro e fazê-lo objeto do meu prazer; com isso, tiro dele a oportunidade de ser um sujeito, ser uma pessoa! Muitos não conseguem viver a castidade pelo fato de simplesmente errarem na direção do amor. Em vez de se lançarem em relações de amor, mergulham na relação do uso e, na sua maioria das vezes, tornam se escravos de seus apetites sexuais.


Não se trata apenas de deixar de acessar conteúdos pornográficos (isso também), mas o cerne da questão é: O que compreendo do amor, da afetividade, da sexualidade e do corpo? Pornografia é sintoma de algo mais profundo, que precisa ser esquadrinhado e canalizado para um valor de humanidade e logo santidade.

Masturbação


Certa vez, atendendo uma pessoa viciada em masturbação, vi o drama dela em não conseguir se libertar, era algo mais forte, que, de fato, o escravizava. Não havia alegria na fala, mas a dor de ser um encarcerado em seus próprios vícios.

A masturbação é pecado contra a castidade, mas é também sintoma de algo mais profundo que aquela pessoa vivia: sua incapacidade de amar de verdade! Mesmo casada, a pessoa ainda voltava para si mesma a força do amor! Algo narcísico, onde se definhava na busca do seu egoísta prazer!

Na verdade, a pergunta a ser feita não deveria ser: “Como viver a castidade em um mundo pornográfico?” Mas sim: “Como amar em um mundo pornográfico?”. Talvez ainda mais profundamente seria bom perguntar: “Onde se encontra o homem em um mundo de pornografias?
 
Diante de tantas perguntas e poucas respostas, seria interessante que entrássemos na escola do amor, para, de fato, percorrermos os reais caminhos do coração, que faz de si e do outro sujeitos de uma história que valoriza a pessoa como pessoa, e não a transforma em objeto descartável de efêmeros prazeres.



Autor: Adriano Gonçalves
Fonte: Canção Nova

Como viver o tempo de espera com paciência?

Ser paciente e saber esperar não é uma tarefa fácil, mas é preciso aprender a lidar com esse tempo


Se você for como eu e a maioria das pessoas, provavelmente não gosta de esperar. Parece que, em geral, temos mais o que fazer em um dia do que talvez possamos concluir, por isso andamos sempre apressados. Entretanto, não há outra saída quando o assunto é espera, porque ela faz parte da vida humana, e praticamente todos nós estamos à espera de alguma coisa.

A Palavra de Deus, em muitas passagens, fala da espera e nos diz inclusive como devemos fazê-la: “Descanse no Senhor e aguarde por Ele com paciência” (Salmo 37,7).


Como viver o tempo de espera com paciência 
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

 

Aprendendo como esperar

Porém, em nenhum momento, prometeu que seria fácil esperar. E não é fácil mesmo! Eu travo uma verdadeira luta interior quando estou em uma fila, por exemplo, e vejo o atendente fazendo tudo com muita calma. No entanto, já percebi que não adianta ficar agitada, isso só aumenta meu sofrimento e, mesmo assim, eu terei de continuar esperando. Aliás, já está provado, que quando não há o que fazer, a melhor opção é se render à espera. Porém, a grande questão é: como esperar?


Tenho aprendido que, durante o tempo de espera, devemos evitar a comparação. Apesar de que ela seja algo quase que “natural” em nós, o fato é que todas as vezes que nos comparamos com outras pessoas, estamos deixando nossa vida de lado e querendo viver a vida do outro. E isso não agrada a Deus, uma vez que Ele tem planos específicos para cada um de nós e nos ama por aquilo que somos, não por aquilo que gostaríamos de ser ou até mesmo fazer.

Leia mais:
 
.: A alegria de esperar em Deus
.: A esperar um grande amor
.: Esperar o tempo de Deus
.: Meus sentimentos determinam minha vida?

A espera traz frutos

Existem muitas coisas boas a serem feitas enquanto passamos pela espera. Viver intensamente cada instante como se fosse o último e o único, por exemplo, nos levará a ser melhor, amar mais e dar mais importância aquilo que realmente vale a pena. Também é importante fugir da irritação e impaciência e procurar ser agradável, acolhedor, e interessar-se pelas pessoas que estão ao seu lado. Sabia que tem muita gente morrendo espiritualmente falando, por falta do amor que você pode dar? Ouse sair de si mesmo e ir ao encontro de quem precisa! É dando amor que você aprende a amar e amando passará pela espera sem nem perceber.


Cultivar boas amizades também é uma boa dica. Um verdadeiro amigo tem o poder de nos devolver a nós mesmos. E é isso que nós mais precisamos em meio as provas. Isso porque o amigo acredita no outro, consegue ver suas capacidades muitas vezes escondidas atrás dos medos e das marcas do passado, ajuda-o a dar a volta por cima e reencontrar sua essência.


Portanto, se você é do tipo que fica muito chateado ou até mesmo arrasado quando as coisas não acontecem no tempo em que planejou, experimente analisar a situação com calma e pedir para Deus lhe mostrar uma nova perspectiva de vida, a partir dos planos d’Ele e não simplesmente dos seus. Se viver a experiência com fé e coragem, tenho certeza que vai se surpreender, pois, uma vez que optamos por andar nos caminhos de Deus, Ele nos proporciona graças abundantes, mas é preciso saber esperar seu tempo, pois este, às vezes, é diferente do nosso.


Lembre-se que a vida costuma oferecer novas oportunidades a cada amanhecer; e se você estiver agitado demais, corre o risco de não perceber a felicidade que está chegando de mansinho, aproximando-se cada vez mais de você!




Autora: DijaniraSilva
Fonte: Canção Nova

Que música você tem escutado?


A música exerce poder sobre quem a escuta, por isso é preciso que ela seja bem escolhida

Para ter uma resposta adequada sobre isso, é preciso entender que a música exerce poder sobre quem a escuta. Isso é de fácil identificação para nós músicos, pois, quando estamos tocando ou cantando, podemos sentir alterações em nossos sentimentos ao executarmos determinados acordes.

Um exemplo básico disso: um acorde menor é facilmente relacionado a expressões mais tristes como, na Semana Santa, a canção da Via-Sacra: “Ao morrer crucificado, meu Jesus é condenado”. É uma canção que expressa grande tristeza. Já o tom maior expressa mais alegria, mas claro que não só isso. Um acorde com 7º em certas aplicações revela algo indeterminado, esperando uma resolução que seria a tônica maior da harmonia.


Quemusicavocetemescutado

 

 

O poder da música

A música tem poder de criar “tribos” e de fazer com que mudemos o estilo de cabelo ou que usemos roupas nada convencionais; ela até mesmo pode estimular o uso de drogas. Por outro lado, também tem o poder de incentivar e aumentar a fé. Entre nós músicos católicos costumamos dizer que a música é 70% do grupo de oração devido ao seu grande poder de preparar o ambiente para a pregação da Palavra, a adoração a Jesus Eucarístico e assim por diante. Daí a importância da música ungida.

O fundador da Comunidade Canção Nova, monsenhor Jonas Abib, ensina que devemos deixar de lado as músicas mundanas e buscar, no Espírito Santo de Deus, a inspiração. As músicas denominadas “raiz” e instrumentais podem ser ouvidas, desde que sejam bem escolhidas. O poder que você tem de fazer escolhas e a graça que o Espírito Santo lhe dá, por meio da oração individual e sua espiritualidade, serão o termômetro para aquilo que você ouve.
 

Leia mais: 

:.Como saber se a música que ouço é boa?
:. A música que eu canto e componho precisa me levar para o céu


Está “na cara”, então, que não dá para ter, em sua coleção musical, CDs e DVDs que o levem ao sexo desregrado, à violência, ao uso de drogas, à pornografia, à infidelidade, entre outros, coisas que vão contra a sua fé.

Há, por outro lado, músicas edificantes que falam de boas coisas e trazem boas influências sem falar de Deus diretamente. Assim como há músicas que falam de amor sem expressar algo barato, feito para a satisfação pessoal. Posso afirmar como o saudoso padre Léo dizia: “Há pessoas que fazem música falando de amor para uma mulher, mas, na realidade, buscavam o amor de Deus sem saber”.

 

Como escolher a música


Então, você vai me perguntar: “E aí, André? Essas músicas posso ouvir?”. Eu lhe respondo com outra pergunta: O que essa música causa em você? Causa melancolia, o faz relembrar o passado, um beijo, um abraço… Ela o faz se lembrar de um passado triste e amargo, da humilhação vivida? O que ela causa em você? A nossa boca fala e canta e o nosso ser expressa do que está cheio nosso coração. Se ouço, o dia todo, músicas que me levam ao pecado, mesmo que este esteja em frases escondidas, fatalmente eu cairei naquele pecado mais cedo ou mais tarde. O que ouço passa a ser influência sobre o que toco e canto:


Então, se ouço boas coisas, tocarei e cantarei boas coisas.
Não posso dizer para você que ouça ou não ouça determinado cantor ou banda, mas posso lhe perguntar: O que você escuta tem ido ao encontro da fé que você professa, dos jovens que você quer salvar e do povo que você quer evangelizar? Reze, busque Jesus em adoração para conseguir discernir isso.

Talvez seja este o momento de fazer uma grande mudança de influências musicais.


Deus o abençoe! Eu continuo lutando!


Autor: André Florêncio
Fonte: Canção Nova

27/07/2016

Clame o Sangue de Jesus no tempo da tribulação

O Sangue de Jesus liberta do pecado, da morte eterna e da escravidão do demônio

 

clame o sangue de jesus
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com


Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Nós estamos sofrendo, Senhor! Nesta hora de angústia e calamidade em que vemos sobre nós e sobre os que amamos a ameaçada da tribulação, percebemos como somos fracos e sem poder para superar o mal. Somos fracos até compreender como e porquê permites Vossas criaturas, Vossos filhos passarem por esses sofrimentos.


Só Vós podeis nos livrar, só vós podeis nos esclarecer e nos confortar!
Eterno Pai, pelo Sangue de Jesus Cristo, misericórdia! Assinalai-nos com o Sangue do Cordeiro Imaculado, Jesus Cristo, como assinalastes o Vosso povo de Israel, para o livrardes da morte. E Vós, ó Maria, Mãe de Misericórdia, aplacai a Deus, pedi-lhe por nós e alcançai-nos a graça que pedimos!
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como era no princípio, agora e sempre. Amém


Eterno Pai, pelo Sangue de Jesus Cristo, misericórdia! Salvai-nos do naufrágio do mundo, como salvastes Noé do dilúvio universal. E vós, ó Maria, Arca da Aliança, alcancai-nos a graça que pedimos!
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como era no princípio, agora e sempre. Amém.


Eterno Pai, pelo Sangue de Jesus Cristo, misericórdia! Consolai-nos nas atuais necessidades e tribulações, como consolastes a Jó, Ana e Tobias, nas suas aflições. E vós, ó Maria, Consoladora dos aflitos, aplacai a Deus, pedi-lhe por nós e alcançai-nos a graça que pedimos!
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como era no princípio, agora e sempre. Amém.


Eterno Pai, pelo Sangue de Jesus Cristo, misericórdia! Dai-nos força e coragem para enfrentar os perigos e sofrimentos que nos ameaçam, como fortalecestes com o maná o Vosso povo que atravessava o deserto. E Vós, Maria, Auxílio dos Cristãos, aplacai a Deus, pedi-lhe por nós e alcançai-nos a graça que pedimos!
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como era no princípio, agora e sempre. Amém.


Eterno Pai, pelo Sangue de Jesus Cristo, misericórdia! Iluminai as nossas inteligências, a fim de encontrarmos a melhor solução para os problemas. E Vós, ó Maria, como instruístes os santos apóstolos com as luzes do Bom Conselho, aplacai a Deus, pedi-Lhe por nós e alcançai-nos a graça que pedimos!
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como era no princípio, agora e sempre. Amém.


Eterno Pai, pelo Sangue de Jesus Cristo, misericórdia! Vós não quereis a morte do pecador, mas, sim, que ele se converta e viva; dai-nos tempo de fazer penitência, a fim de que, arrependidos dos nossos pecados, vivamos santamente. E vós, ó Maria, Refúgio dos pecadores, aplacai a Deus, pedi-Lhe por nós e alcançai-nos a graça que pedimos!
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como era no princípio, agora e sempre. Amém.


Eterno Pai, nós Lhe oferecemos o Sangue de Jesus em desconto dos nossos pecados pelas necessidades da Santa Igreja, pela conversão dos pecadores. Imaculada Virgem Maria, Mãe de Deus, rogai por nós.
Jesus e Maria, confiamos em Vós!



Fonte: Canção Nova

"Não acredito nestas coisas de Possessões Diabólicas..."

“Jesus, porém disse-lhe: “Espírito impuro, sai deste homem!” (Mc 5,8)

 

"Não acredito nestas coisas de possessões Diabólicas..."

Padre Gabriele Amorth


Há nos dias de hoje um grande mal que cerca há muitos sobre a realidade da existência do Demônio, de Satanás! Muitos acreditam que Satanás é somente uma invenção dos homens para poderem “transferir” suas culpas e responsabilidades para alguém e, não querer o próprio homem, assumir suas atitudes.
 
Isso é um erro tremendo, e pode vir a se tornar um desastre com graves consequências para a vida destas pessoas.


Satanás existe, ele é real, é sim um ser com muito poder, inteligente e astuto; é chamado pelo próprio Jesus como o Príncipe deste mundo, portanto realmente por esta afirmação compreendemos que nele há determinada força e poder…



Mas é claro que nada disso é comparado à força de Deus, ao Seu poder e realeza! Deus é infinitamente Superior a Satanás, e como muitos erradamente pensam, Deus não disputa poder e força com Satanás, pois o Maligno reconhece a superioridade de Jesus, e declara essa superioridade de Deus na própria Palavra quando diz: “Que queres de mim, Jesus, Filho de Deus Altissimo? Por Deus, não me atormentes!” (Mc 5,7)
É nesta passagem que Jesus diz ao Demônio: “Espírito impuro, sai deste homem!” (Mc 5,8)


Esta é uma das muitas passagens que Jesus nos ensina sobre a realidade do Demônio e sobre a Possessão Diabólica!
Mas infelizmente, muitos ainda acreditam que esta realidade sobre a Possessão Diabólica não é real, que ela não existe; e que são sempre frutos de mentes perturbadas com algum tipo de transtornos psicológicos…O que me deixa surpreso é que atualmente, existam pessoas da própria Igreja que não acreditam nesta realidade!


:: A incredulidade paralisa os Milagres!
:: A ação da Pregação no processo de Libertação
:: Preciso de Cura, Libertação ou Exorcismo? – Parte 1


Vou contar uma breve historia abaixo que foi o próprio Padre Gabriele Amorth que contou, e que sempre, com o seu bom senso de humor, deu um lindo ensinamento sobre a realidade da Possessão Diabólica:
Então conta – nos Padre Gabriele Amorth que um dia um Bispo o encontrou e sabia que ele era o Exorcista famoso e de renome do Vaticano, e mesmo assim este Bispo falou ao Padre Gabriele Amorth que não acreditava na realidade de Possessões Diabólicas
 

Padre Gabriele, com a sua experiência e sabedoria disse ao Bispo que ele poderia lhe recomendar 4 livros excelentes e que depois de lê – los o Bispo ficaria convencido da realidade das Possessões Diabólicas
O Bispo, curioso então por saber quais seriam estes tais livros que lhe convenceria da realidade das Possessões Diabólicas, perguntou então ao Padre Gabriele Amorth:


Me diga então quais são estes livros?

E Padre Gabriele lhe respondeu:

São os Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João…
Meu Deus quanta sabedoria nesta resposta de Padre Gabriele!
 
Mas infelizmente esta é a realidade de muitas pessoas sobre este tipo de assunto! O Evangelho esta ai para nos ensinar o que precisamos saber sobre a realidade do Maligno!

E para ser bem sincero com vocês, nos tempos de hoje, onde vemos crescendo de maneira alarmante a realidade do Ocultismo em nosso meio, não são raros os casos de Possessões Diabólicas que surgem! Raros na verdade são as pessoas especializadas para discernirem tais realidades e ajudarem da forma correta!


Por isso mais do que nunca precisamos saber que o Maligno esta ai, e que precisamos como cristãos nos revestir das Armaduras de Cristo para combate – lo!


O que são livros apócrifos?

Há livros apócrifos referentes ao Novo e ao Antigo Testamento

 

 



 Apócrifos são os livros que foram escritos pelo povo de Deus, mas não foram considerados pelo Magistério da Igreja como revelados pelo Espírito Santo; portanto, não são canônicos, isto é, não fazem parte do cânon (índice) da Bíblia. As razões que levaram a Igreja a não considerá-los como Palavra de Deus é que muitos são fantasiosos sobre a Pessoa de Jesus e sobre outros personagens bíblicos. Além disso, muitos destes possuem até heresias como o gnosticismo. No entanto, neles há algumas verdades históricas, e isso faz a Igreja considerá-los importantes nos estudos. Há livros apócrifos referentes ao Novo e ao Antigo Testamento. Alguns deles são os seguintes:

 

A. Referentes ao Antigo Testamento


Jubileus; A Vida de Adão e Eva; 1 Henoque; 2 Henoque; Apocalipse de Abraão; Testamento de Abraão; Testamento de Isaac; Testamento de Jacó; Escada de Jacó; José e Asenet; Testamento dos Doze Patriarcas; Assunção de Moisés; Testamento de Jó; Salmos de Salomão; Odes de Salomão; Testamento de Salomão; Apocalipse de Elias; Ascensão de Isaías; Paralipômenos de Jeremias; Apocalipse Siríaco de Baruc; Apocalipse de Sofonias; Apocalipse de Esdras; Apocalipse de Sedrac; 3 Esdras; 4 Esdras; Sibilinos; Pseudo-Filon; 3 Macabeus; 4 Macabeus; Salmos 151-155; Oração de Manassés; Carta de Aristeu; As Dezoito Bênçãos; Ahigar; Vida dos Profetas; Recabitas.

 

B. Referentes ao Novo Testamento


Evangelhos
Evangelho segundo os  Hebreus (gnóstico) – fim do século I
Proto – Evangelho de Tiago (História do nascimento de Maria)
Evangelho do Pseudo Tomé
Evangelho de Pedro (docetismo) – meados do século II
Evangelho de Nicodemos
Evangelho dos Ebionitas ou dos Doze Apóstolos– meados do século II
Evangelho segundo os Egípcios – meados do século II
Evangelho de André – séculos II/III
Evangelho de Filipe – séculos II/III
Evangelho de Bartolomeu – séculos II/III
Evangelho de Barnabé – séculos II/III

 

Outros assuntos


O drama de Pilatos
A morte e Assunção de Maria
A Paixão de Jesus
Descida de Jesus aos Infernos
Declaração de José de Arimateia
História de José, o carpinteiro

 

Atos


Atos de Pedro; Atos de Paulo; Atos de André; Atos de João; Atos de Tomé; Atos de Felipe; Atos de Tadeu.

 

Epístolas


Epístolas de Barnabé
Terceira Epístola aos Coríntios – século II d.C.
Epístola aos Laodicenses – fim do século II d.C.
Carta dos Apóstolos – 180 d.C.
Correspondência entre Sêneca  e São Paulo – século IV d.C.

 

Apocalipses


Apocalipse de Pedro – meados do século II
Apocalipse de Paulo – 380 d.C.
Sibila Cristã – século III
Isso mostra que a Igreja foi muito criteriosa na seleção dos livros que formariam a Bíblia, isto é, revelados, Palavra de Deus. Por intermédio de sua Tradição, interpretada pelo Magistério, a Igreja nos deu a Bíblia como a temos hoje. Portanto, sem a autoridade dela [Igreja], a Sagrada Escritura não pode ser interpretada, pois não existiria a Bíblia, como a temos hoje, sem a Igreja.



Fonte: Canção Nova

26/07/2016

Dia de São Joaquim e Sant'Ana, pais de Nossa Senhora.

 


O data pode ser considerada como Dia dos Avós.

Com alegria celebramos hoje a memória dos pais de Nossa Senhora: São Joaquim e Sant’Ana. Em hebraico, Ana exprime “graça” e Joaquim equivale a “Javé prepara ou fortalece”.

Alguns escritos apócrifos narram a respeito da vida destes que foram os primeiros educadores da Virgem Santíssima. Também os Santos Padres e a

Tradição testemunham que São Joaquim e Sant’Ana correspondem aos pais de Nossa Senhora. Sant’Ana teria nascido em Belém. São Joaquim na Galileia. Ambos eram estéreis. Mas, apesar de enfrentarem esta dificuldade, viviam uma vida de fé e de temor a Deus.

O Senhor então os abençoou com o nascimento da Virgem Maria e, também segundo uma antiga tradição, São Joaquim e Sant’Ana já eram de idade avançada quando receberam esta graça. A menina Maria foi levada mais tarde pelos pais Joaquim e Ana para o Templo, onde foi educada, ficando aí até ao tempo do noivado com São José.

A data do nascimento e morte de ambos não possuímos, mas sabemos que vivem no coração da Igreja e nesta são cultuados desde o século VI.
São Joaquim e Sant’Ana, rogai por nós!


História de São Joaquim e Santa Ana

Joaquim pertencia à tribo da Judéia. Aos vinte anos tomou por esposa Ana, filha de Isachar, de sua tribo, descendente de Davi. Desde o começo de seu matrimônio fizeram voto de que ofereceriam seu primogênito para ser criado no templo santo, mas após vinte anos está criança ainda não havia nascido.

         

Joaquim era um homem muito rico, que cumpria suas obrigações no templo com muita generosidade. Porém, chagado o Dia do Senhor, quando todos os filhos de Israel levam duas oferendas ao templo, Joaquim foi impedido de participar por não ter filhos. Não gerar descendência para Israel era considerado fator de desconfiança, como um castigo de Deus por pecados não revelados.

Sentindo-se injustiçado e sem dizer à sua mulher, foi para o deserto, e ali montou tenda, onde jejuou  por 40 dias e 40 noites, esperando uma manifestação de Deus.


Enquanto isso, Ana, sua mulher, chorava e lamentava sua viuvez e sua esterilidade. No Dia do Senhor não se sentiu digna de participar das orações. Sentou-se no jardim, debaixo de um louro e ali orou fervorosamente. Em sua aflição comparou-se aos pássaros do céu, às feras, à águia e à própria terra. Todos eram fecundos perante ao Senhor, menos ela. Então um Anjo do Senhor apareceu e disse-lhe: “Ana, o Senhor escutou as tuas preces, conceberás e darás à luz uma filha e falar-se-á de tua primogênita por toda a Terra”. Ao que Ana respondeu: “Por mim Senhor, se dou à luz seja um filho ou uma filha, oferecerei ao Senhor e será seu servo todos os dias de sua vida”.


Também a Joaquim, no deserto, um Anjo do Senhor se revelou anunciando que Ana conceberá uma filha. Joaquim reuniu seu rebanho, separou parte deste para se oferecido a Deus, aos sacerdotes e ao povo, i dirigiu-se à cidade.
Joaquim e Ana encontraram-se na entrada da cidade na Porta Dourada, pois

Ana havia sido avisada, pelo Anjo, do retorno do marido. Cheia de alegria ela exclamou:
“Agora sei que o Senhor Deus me encheu de bênçãos, pois era viúva e já não sou mais não tinha filhos e vou conceber em minha entranhas”
E, após nove meses deu à luz uma filha, à qual chamou de Maria.
E tudo aconteceu em graça plena!


A fonte dessas histórias reverenciadas e das famosas obras de arte se encontra no Proto-Evangelho de Tiago. Escrito provavelmente no sec. II dc, supostamente por Tiago, irmão de Jesus, circulou durante séculos entre os cristãos, e acabou, sendo banido pela Igreja Católica, jamais fazendo parte, portanto, do Novo Testamento.



Bibliografia:

Mãe, A História de Maria, Ed. Mercuryo – 2003

Fontes: 

Canção Nova

São Joaquim






O que a Igreja diz sobre suicídio assistido?


Saiba o que a Igreja diz sobre suicídio assistido


Os pedidos para o suicídio medicamente assistido têm, recentemente, chamado a atenção da sociedade para a necessidade de um debate mais aprofundado. Eutanásia e suicídio assistido são temas que merecem reflexão e debate. A questão exige mais atenção quando é trazida para o debate público, para a vida das famílias, quando é apresentada ao vivo em documentários na TV, no cinema e na internet. O que, no entanto, a Igreja diz sobre suicídio assistido?


o-que-a-igreja-diz-sobre-suicidio-assistido 

Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com


O termo eutanásia é usado quando uma pessoa age diretamente com a intenção de tirar a vida do outro. Por exemplo, quando um médico dá uma injeção letal ou tira um remédio para provocar a morte de alguém. Consiste, portanto, em apoderar-se da morte, provocando-a antes do tempo e, desse modo, pondo fim “docemente” à própria vida ou à vida alheia.


Usa-se o termo “suicídio assistido” ou “suicídio medicamente assistido” é usado quando uma pessoa morre com a ajuda de outra. O suicídio assistido ocorre quando alguém, que não consegue concretizar sozinha seu desejo de morrer, recorre ao auxílio de outra pessoa para ajuda medicamentosa ou encorajamento psíquico.

Por exemplo, quando um médico prescreve um veneno ou quando uma pessoa põe no paciente uma máscara ligada a um botijão de monóxido de carbono e lhe dá instruções sobre como ligar o gás para provocar a própria morte. É chamado suicídio medicamente assistido, porque a pessoa dá fim à sua vida com a supervisão médica. A principal diferença das outras formas de morrer é que, no suicídio assistido, a responsabilidade e execução do ato final da indução da morte é da própria pessoa.


Leia mais:
:: Por que não devo cometer suicídio?
:: O que dizer sobre o suicídio?
:: Existem condições para aderir à eutanásia?


O auxílio ao suicídio de alguém pode ser feito por atos (prescrição de doses altas de medicação, indicação de uso ou auxílio na preparação) ou, de forma mais passiva, por meio de persuasão ou encorajamento. Em ambas as formas, a pessoa que contribui para a ocorrência da morte da outra se torna condescendente ou responsável.


Essas solicitações podem envolver também o uso de uma máquina, que, com o auxílio de um médico, instrui o indivíduo no seu uso. Este, dessa forma, é auxiliado a cometer suicídio. Em outras solicitações, o médico tem fornecido medicação ao indivíduo, com as informações sobre a dosagem que poderá ser fatal. O indivíduo, desta forma, recebe os meios para cometer o suicídio.

 

O que leva uma pessoa a pedir a ajuda de alguém para se matar?


Certamente, são indivíduos seriamente doentes, talvez em estado terminal, quando a dor se torna insuportável. Os pacientes que contemplam a possibilidade de suicídio, frequentemente, expressam perda do sentido para a vida, uma depressão que acompanha a doença terminal.


Debatemos a legitimação ou a moralidade do desejo de morrer. Perguntamos: há diferença de julgamento com atenuantes para o suicídio dependendo do momento vivido pela pessoa? Exemplificando: idosos com doença em estágio avançado e/ou com sofrimento intolerável teriam legitimação para encerrar sua vida? E se esse desejo fosse manifestado por um jovem com sofrimento físico ou psíquico? Como avaliar a intensidade do sofrimento? Desrespeitar o pedido de um idoso para finalização de sua vida não seria uma forma de matar sua individualidade, autonomia e desejo de finalizar a vida de forma digna? Considerando o reverso, oferecer morte sem sofrimento não é respeito à dignidade humana?


A Constituição fala sobre direito à vida. Podemos falar também em direito à morte? Posso afirmar que a pessoa é juiz de sua vida? É seu olhar e não dos outros que define o que é sua dignidade? Será que uma pessoa pode ser obrigada a viver mesmo que as condições de vida sejam as mais sofridas? Uma questão importante para reflexão: é possível julgar o processo de morrer escolhido pela pessoa? A escolha da morte é um ato da pessoa? Sendo a solidariedade e a compaixão atitudes altruístas da pessoa, será que elas valem também quando se trata de ajuda ao suicídio?


O suicídio medicamente assistido é eticamente ilícito e deve ser condenado pela sociedade e, sobretudo, pelos médicos. Quando a assistência do médico é intencional e dirigida deliberadamente para possibilitar que um indivíduo termine com a sua própria vida, o médico atua de forma eticamente inaceitável.

A opinião da Igreja Católica sobre suicídio assistido


O Magistério Católico apresenta um documento intitulado “Só Eu é que dou a vida e dou a morte (Dt 32, 39): o drama da eutanásia” e afirma: “No atual contexto, torna-se cada vez mais forte a tentação da eutanásia, isto é, de apoderar-se da morte, provocando-a antes do tempo e, deste modo, pondo fim docemente à vida própria ou alheia. Na realidade, aquilo que poderia parecer lógico e humano, quando visto em profundidade, apresenta-se absurdo e desumano. […] A decisão do suicídio medicamente assistido torna-se mais grave quando se configura como um homicídio que os outros praticam sobre uma pessoa que não o pediu de modo nenhum nem deu nunca qualquer consentimento para que fosse realizado.


Atinge-se, enfim, o cúmulo do arbítrio e da injustiça, quando alguns, médicos ou legisladores, se arrogam o poder de decidir quem deve viver e quem deve morrer. Aparece assim reproposta a tentação do Éden: tornar-se como Deus ‘conhecendo o bem e o mal’ (cf. Gn3, 5). Mas Deus é o único que tem o poder de fazer morrer e de fazer viver: ‘Só Eu é que dou a vida e dou a morte’ (Dt 32, 39; cf. 2Re 5, 7; 1Sm 2, 6).

Ele exerce o seu poder sempre e apenas segundo um desígnio de sabedoria e amor. Quando o homem usurpa tal poder, subjugado por uma lógica insensata e egoísta, usa-o inevitavelmente para a injustiça e a morte. Assim, a vida do mais fraco é abandonada às mãos do mais forte; na sociedade, perde-se o sentido da justiça e fica minada pela raiz a confiança mútua, fundamento de qualquer relação autêntica entre as pessoas.”


A eutanásia, entendida como “ação ou omissão que, por sua natureza e intenção, causa a morte com a finalidade de evitar qualquer dor”, é um pecado conforme o Magistério Católico. Podemos equiparar a eutanásia ao suicídio/homicídio, à decisão de acabar com a vida de um paciente, mesmo com o argumento de que se age por compaixão, para eliminar um sofrimento insuportável. Suicídio, porque a eutanásia supõe o pedido ou o assentimento do doente. Homicídio, porque a morte é executada pelo médico.


No caso de o doente não ser consultado ou informado, não se trataria mais de eutanásia, que significa boa morte, mas de cacotanásia, ou seja, morte com dor ou angústia.


O Magistério Católico, numa atitude de valorizar a vida em todas as fases do desenvolvimento ou condições, sempre ensinou que não somos proprietários da nossa vida, e sim Deus, por isso não podemos por fim a ela. Afirma o Catecismo da Igreja Católica no número 2280: “Cada um é responsável por sua vida diante de Deus, que lhe deu e que dela é sempre o único e soberano Senhor. Devemos receber a vida com reconhecimento e preservá-la para honra dele e salvação de nossas almas. Somos os administradores e não os proprietários da vida que Deus nos confiou. Não podemos dispor dela”.


O suicídio medicamente assistido contradiz a inclinação natural do ser humano a conservar e perpetuar a própria vida. É gravemente contrário ao projeto de Deus para cada um de nós e ao amor por si mesmo. O suicídio assistido fere também o princípio da justiça que é o direito à própria vida e o direito que os outros têm da minha vida e existência; rompe injustamente a comunhão com as pessoas amadas da família e da sociedade.


Para o monsenhor Ignacio Carrasco de Paula, que chefia a Pontifícia Academia para a Vida, órgão do Vaticano responsável por temas de bioética, “o suicídio assistido é um absurdo”.





Autor: Padre Mário Marcelo Coelho
Fonte: Canção Nova


25/07/2016

Seria possível esta comunicação entre os Demônios?

Como os demonios se comunicam entre si 

Você já se perguntou como é que os Demônios se comunicam entre si? 
Você acredita que os Demônios são capazes até mesmo de dialogar entre eles?

Quem nos ajudará a entender um pouco mais sobre esta questão é Padre Jose Fortea, ele é Demonologista e um dos Exorcistas mais reconhecidos da Espanha.

Vamos a resposta:

“A linguagem dos Demônios é exatamente a mesma que a dos anjos. Os anjos não necessitam de língua, nenhum idioma para comunicar – se entre si, pois o fazem com espécies inteligíveis. As espécies inteligíveis são os pensamentos que transmitem entre eles. 

Nós nos comunicamos por meio das palavras; eles se comunicam diretamente pelo pensamento em estado puro, sem necessidade de mediações sensíveis ou sinais. As espécies inteligíveis
podem ter comunicação de pensamentos, de imagens, de sentimentos, etc….


A transmissão dessas espécies inteligíveis é telepática, produz – se à vontade e pode dar lugar a diálogos como os que temos. 

As inteligências humanas comunicam nossos pensamentos por meio de palavras, que são sinais, enquanto os espíritos podem transmitir entre si o pensamento em estado puro.”


( Padre José Antônio Fortea)


Fonte: Canção Nova

Da mesma boca saem benção e maldição

Da mesma boca saem benção e maldição e, no coração do dono há uma batalha sendo travada pra que já não seja gerado veneno mortal, mas perfume celestial!


“Da mesma boca saem benção e maldição! Ora, meus irmãos, não convém que seja assim.”

Uma mesma pessoa pode proclamar benção e maldição. Uma mesma boa pode bendizer a Deus e amaldiçoar seus filhos.

Porque essa confusão?

Porque nosso coração ainda está preso as realidades deste mundo, dividido entre o reino de Deus e o reino que eu quero criar com meus desejos e vontades. Nosso coração ainda gera veneno mortal porque há áreas de nossa história que precisam ser tocadas pelo Deus da vida para que sejam curadas.

É por causa dessa realidade de conflito, de batalha interior, que somos assim tão capazes de nos comprometer negativamente por aquilo que falamos.

A língua tem grande poder, mas pode ser usado para o bem ou para o mal: “Todos nós tropeçamos em muitas coisas. Aquele que não peca no uso da língua é um homem perfeito, capaz de refrear também o corpo todo. Se pomos um freio na boca do cavalo para que nos obedeça, conseguimos refrear seu corpo todo.”

Por isso, Tiago adverte logo no início que não devemos almejar o ensino, para sermos mestres… “Meus irmãos, não sejais muitos a vos tornar mestres, pois sabeis que estamos sujeitos a julgamento mais severo.” Ora, o mestre fala mais e fala com autoridade de ensinar, mas se ensina mal…
Leia também este texto para ajudar na reflexão: Fl 4, 4-9

Que Deus nos ajude a falar bem, pensar bem e querer bem a todos.

Leia o trecho em Tg 3, 1-12, na Bíblia cnbb página 1492, título: O perigo da língua:

Ordens: Tg 3, 1.10

“Meus irmãos, não sejais muitos a vos tornar mestres, pois sabeis que estamos sujeitos a julgamento mais severo.”

“Da mesma boca saem benção e maldição! Ora, meus irmãos, não convém que seja assim.”


Princípios eternos : Tg 3, 1-3.11-12

“Meus irmãos, não sejais muitos a vos tornar mestres, pois sabeis que estamos sujeitos a julgamento mais severo. Todos nós tropeçamos em muitas coisas. Aquele que não peca no uso da língua é um homem perfeito, capaz de refrear também o corpo todo. Se pomos um freio na boca do cavalo para que nos obedeça, conseguimos refrear seu corpo todo.”

“Por ventura, a fonte faz jorrar, pelo mesmo orifício, água doce e água amarga? Porventura a figueira, meus irmãos, é capaz de produzir azeitonas, ou a videira figos? Assim também, a fonte salina não pode produzir água doce.”

Anote em seu diário qual a mensagem de Deus para você e como pôr isso em prática. Qual a mensagem de Deus para mim?

Arvore má não pode dar frutos bons. Deus pode transformar o veneno do meu coração em perfume.

Como posso pôr isso em prática? 
Preciso cuidar do coração para dominar a língua. 
Porque é do coração que sai o que é bom ou mal em nós…


Fonte: Canção Nova

22/07/2016

As três fases para formação da amizade

A amizade é um processo contínuo e dividido em fases, as quais nos ajudarão a compreender melhor esse relacionamento

A amizade é uma construção, por isso existem três fases para sua formação.


As três fases para formação da amizade
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com


Primeira fase: Iniciação
Segunda fase: Manutenção
Terceira fase: Dissolução


A amizade tem um início que corresponde aos primeiros encontros, os quais são entendidos como um tempo para o conhecimento do outro. Esse período inicial é de suma importância, pois é aqui que a confiança se inicia e, aos poucos, o envolvimento se torna mais profundo. Muitas pessoas não conseguem se aproximar de uma outra por dificuldades pessoais, como uma introversão excessiva ou mesmo uma baixa autoestima, que o faz acreditar que nenhuma outra pessoa poderia o escolher como amigo.


Leia mais:

:: A importância da amizade para o desenvolvimento emocional
:: Oração para os amigos
:: Um amigo antecipa o céu
:: Como fazer do seu cônjuge o seu amigo



Esses comportamentos podem dificultar a fase inicial, uma vez que a pessoa não se aproxima de uma outra para estabelecer os primeiros laços. Nessa fase, é importante permitir que o outro nos conheça, para então o relacionamento amadurecer e avançar para a manutenção da amizade, que é a próxima fase.

 

Cultivar a amizade diariamente


Para manter uma amizade, é preciso cultivá-la, cuidar dela diariamente. Esse período é chamado de manutenção. Nessa fase, é importante disponibilizar o mínimo de tempo para conversas, diálogos, trocas de experiências, partilhas, carinhos, demonstrações de amor, ajuda concreta etc., porque quem ama oferece tempo. É fundamental empenho contínuo e cuidados que amadureçam o relacionamento. Esse tempo pode ser muito longo, como anos, décadas ou mesmo toda a vida. Os níveis de atenção ou negligência para o relacionamento são fatores que determinam se a relação se aprofundará ou caminhará em direção à fase de dissolução, ou seja, o fim da amizade.


Existem amizades que duram uma vida inteira, como dissemos anteriormente. Nesses relacionamentos, os amigos são verdadeiros, demonstram afeto e respeito, estão sempre atentos às necessidades do outro e dispostos a ajudá-los, consideram o amigo como alguém importante em sua vida.
Existe ainda a dissolução. Essa fase pode ser o resultado da falta de atenção para com o outro, falta de interesse pela vida do amigo, falta de respeito com as diferenças, quando os amigos traem um acordo de sigilo ou mesmo quando um dos membros morre. No entanto, a morte não tem significado de término da amizade; na maioria dos casos, um amigo normalmente não morre para o outro, pois ele passa a existir vividamente na memória.


A amizade, portanto, é um processo contínuo que depende dos envolvidos para crescer, amadurecer, durar a vida toda ou diminuir até a extinção.


Fonte: Canção Nova

20/07/2016

Um cristão deve consultar horóscopo?

É conveniente a um cristão consultar horóscopo?


A astrologia pretende definir a vida humana a partir da posição ocupada pelos astros no dia do nascimento da pessoa. A astrologia e o horóscopo são cultivados desde remotas épocas antes de Cristo, ou seja, desde a civilização dos caldeus da Mesopotâmia, por volta de 2500 a.C. Nessa época, os estudiosos pouco sabiam a respeito do sistema solar e dos astros em geral.


Um Cristão deve consultar horóscopo
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

 

Motivos da falsidade

Segundo o grande mestre D. Estevão Bettencourt, tal “ciência” é falsa por diversos motivos:

1 – Baseia-se na cosmologia geocêntrica de Ptolomeu; conta sete planetas apenas, entre os quais é enumerado o Sol;
 
2 – A existência das casas do horóscopo ou dos compartimentos do zodíaco é algo de totalmente arbitrário e irreal;
 
3 – Os astros existentes no cosmo são quase inumeráveis; conhece-se interferências deles no espaço que outrora se ignorava. É notório também o fato de que os astros modificam incessantemente a sua posição no espaço. Por que então a astrologia leva em conta a influência de uma constelação apenas?;
 
4 – A astrologia incute uma mentalidade fatalista e alienante, que deve ser combatida, pois não corresponde aos genuínos conceitos de Deus e do homem. Registram-se erros flagrantes de astrólogos. (Revista PR, Nº 266 – Ano 1983 – Pág. 49).

 

O que dizem os estudos


Uma pesquisa realizada nos EUA mostra que seguir os horóscopos “pode fazer mal à saúde mental”. O estudo foi publicado na revista “Journal of Consumer Research” e descobriu que pessoas que leem o horóscopo diariamente são mais propensas a um comportamento impulsivo ou a serem mais tolerantes com seus “desvios” quando a previsão do zodíaco é negativa. Cientistas das universidades Johns Hopkins e da Carolina do Norte recrutaram 188 indivíduos, que leram um horóscopo desfavorável. 

Os resultados mostraram que para as pessoas que acreditam que podem mudar o seu destino, um horóscopo desfavorável aumentou a probabilidade de elas caírem em alguma “tentação”. “Acreditava-se que, para uma pessoa que julga poder mudar o seu destino, o horóscopo deveria fazê-la tentar modificar alguma coisa em seu futuro”, disseram os autores da pesquisa. 

No entanto, viu-se o oposto: aqueles que acreditam no horóscopo, quando veem que a previsão é negativa, acabam cedendo às suas “tentações”, levando-os a um comportamento impulsivo e, eventualmente, irresponsável. “Fonte: O Globo

Prova do erro


Uma prova do erro da astrologia é a desigualdade de sortes de crianças nascidas no mesmo lugar e no mesmo instante, até mesmo dos gêmeos. Veja por exemplo caso de Esau e Jacó (Gen 25). Se os astros regem a vida dos homens, como não a regem uniformemente nos casos citados? Quem conhece os gêmeos sabem muito bem disso.

Santo Agostinho, já no século IV, combatia veementemente as superstições e a astrologia. No seu livro ‘A doutrina cristã’ escreve: “Todo homem livre vai consultar os tais astrólogos, paga-lhes para sair escravo de Marte, de Vênus ou quiçá de outros astros”.

 

O cristão deve repudiar


Querer predizer os costumes, os atos e os eventos baseando-se sobre esse tipo de observação, é grande erro e desvario. O cristão deve repudiar e fugir completamente das artes dessa superstição malsã e nociva, baseada sobre maléfico acordo entre homens e demônios. Essas artes não são notoriamente instituídas para o amor de Deus e do próximo; fundamentam-se no desejo privado dos bens temporais e arruínam assim o coração.


Em doutrinas desse gênero, portanto, deve-se temer e evitar a sociedade com os demônios que, juntamente com seu príncipe, o diabo, não buscam outra coisa senão fechar e obstruir a estrada de nosso retorno a Deus.”
“Os astrólogos dizem: a causa inevitável do pecado vem do céu; Saturno e Marte são os responsáveis. Assim isentam o homem de toda falta e atribuem as culpas ao Criador, àquele que rege os céus e os astros” (Confissões I, IV, c. 3).

 

Cuidado para não prestar culto que não seja a Deus


“Um astrólogo não pode ter o privilégio de se enganar sempre”, dizia o sarcástico Voltaire.
 
“O interesse pelo horóscopo como também por Tarô, I Ching, Numerologia, Cabala, jogo de búzios, cartas etc. é alimentado por mentalidade que se pode dizer “mágica”. Quem se entrega à prática de tais processos de adivinhação, de certo modo, acredita estar subordinado às forças cegas e misteriosas; o cliente de tais instâncias se amedronta e dobra diante de poderes fictícios, o que não é cristão.” (D. Estevão)

São Tomás de Aquino, em sua obra “Exposição do Credo”, afirma que o demônio quer ser adorado, por isso se esconde atrás dos ídolos. E São Paulo diz que “as coisas que os pagãos sacrificam, sacrificam aos demônios e não a Deus” (1 Cor 10,21). Então, é preciso cuidado para não prestar um culto que não seja a Deus.


Superstição: quanto ela influencia sua vida?

A história da humanidade está repleta de relatos relacionados à superstição

Medo de gato preto, receio de passar debaixo de escadas, colocar a imagem de Santo Antônio de ponta-cabeça no copo d’’água dentre tantos outros costumes são histórias que permeiam a vida de todos nós. As superstições são tão antigas quanto a humanidade, estão presentes na história e associadas a rituais pagãos em que as pessoas louvavam a natureza.


supersticao


Quem nunca ouviu falar de uma delas, não é mesmo? Há séculos, convivemos com esses costumes, muitas vezes, sem saber como nasceram. Algumas dessas práticas são tão presentes em nosso cotidiano que as multiplicamos automaticamente em nossas vidas. 

Há relatos de que a roupa branca utilizada, por muitos, no Réveillon, é influência de tribos africanas que vieram para o Brasil no período da escravidão, cor que traduziria paz e purificação. Bater na madeira é um hábito milenar dos pagãos, por acreditarem que as árvores seriam morada dos deuses. 

Eles batiam na madeira como forma de espantar os maus espíritos, chamando o poder das divindades.

O termo “superstição” vem do latim “superstitio”, origina-se no que acreditamos a partir do conhecimento popular, trata-se de uma crendice sem base na razão ou conhecimento ou ainda algo muito relacionado ao comportamento supersticioso e mágico, ligado à maior ou menor “sorte” em determinada situação.


Desde a Antiguidade, os povos eram cheios de crenças ligadas a aspectos mágicos, identificando situações que dariam ou não sorte àqueles que seguissem determinadas práticas. Muitas superstições nascem de hábitos do passado que fazem sentido, mas cuja razão se perdeu ao longo do tempo, multiplicando uma situação inexistente, que, muitas vezes, vem de modo fácil e tranquilo. Usar a roupa da sorte, a bebida especial, a planta de tal tipo.

A superstição responde à nossa necessidade de segurança, conforme afirmação de Kloetzel. “Não é simples coincidência que, justamente o campo da saúde e da doença, em que nosso desamparo se torna mais evidente, esteja mais ‘minado’ por toda sorte de crendices” […]. “Sabe-se também que é entre os idosos, às voltas com a ideia de morte, que o misticismo e a religião encontram maior número de devotos”, revela o autor.

A verdade é que por mais que digam que a religião possa carregar características supersticiosas, é um grande erro confundir as coisas, pois religião não é magia. Ato supersticioso é o fato de alguém carregar um talismã, evitar situações, praticar atos de sorte ou coisas do gênero.

Religião é algo que permanece com o tempo e necessário é crer de forma intensa; já a superstição é algo em que não se acredita 100%, mas se faz esta ou aquela simpatia, carrega-se um objeto da sorte.

O que chamamos de comportamento supersticioso nem sempre é comprovado e, muitas vezes, é lendário, ou seja, de tanto se acreditar que algo dá azar ou sorte, a tradição deu àquele número, objeto ou àquela situação um caráter de favorecimento e crença.

E você? Já parou para pensar naquilo que cultiva e acredita? Será que tem dado mais valor às superstições do que à sua vida de cristão?

Fica uma reflexão para revermos como cada um de nós assume medos, crenças e crendices que tantas vezes mobilizam nossas vidas.

19/07/2016

Por que não posso acreditar em superstição?

Uma das formas grave de superstição é um certo fanatismo religioso 

A palavra “superstição” vem do latim superstitionem, vocábulo cuja origem até hoje é controvertida, embora seja consenso de que o prefixo super (acima) refira-se aos poderes que estão acima dos homens. Superstição poderia ser então acreditar em forças que estão acima da natureza e, nesse conceito, a religião seria uma forma de superstição. No entanto, superstição significa acreditar em forças e realidades mágicas, sem qualquer fundamento racional.

Dessa forma, fé e superstição, embora sejam realidades aparentemente próximas, são bem distintas. A confusão é grande, por isso o Catecismo da Igreja Católica coloca a superstição como um pecado contra a fé, “um excesso perverso contra a religião” (CIC 2110).


Superstição - 1600x1200


Crer significa acreditar em algo que minha razão mesmo não observou, mas, que pela palavra de alguém fidedigno, eu acredito. Crer não significa dar razão a algo irracional, mas a algo que, embora minha razão não tenha alcançado por si mesma, é coerente com a razão.


A fé sobrenatural, dom de Deus, capacita-nos a acreditar e viver as realidades sobrenaturais, que por serem espirituais, não deixam de ser reais. O cristão tem fé, porque “crê em Deus, em tudo o que Ele disse e nos revelou” (CIC 1814).
Na superstição, ao contrário, a pessoa acredita em objetos, gestos e rituais mágicos.

Não é adesão a uma autoridade superior (Deus) e Sua revelação, mas a “crendices” surgidas no meio povo, como sair de casa com pé direito para ter sorte, nunca passar debaixo de uma escada, não ter espelho quebrado em casa, porque dá azar etc.

Geralmente, essas crendices supersticiosas expressam medos e inseguranças corriqueiras, mas, às vezes, tomam forma de ocultismo como na magia, adivinhação e feitiçaria, proibidos pela Sagrada Escritura (cf. 2Rs 21,6; Is 2,6), e de astrologia, prática também abominada por Deus (cf. Dt 4,19).


Uma forma grave de superstição é um certo fanatismo religioso; e nós, católicos, tantas vezes caímos nessa tentação. Os sacramentos e sacramentais, por usarem de sinais sensíveis como gestos, objetos (água, óleo, imagens, medalhas etc) e ritos, são muitas vezes confundidos e explorados de forma supersticiosa. O Catecismo, no parágrafo 2111, explica que atribuir eficácia sobrenatural aos materiais e sinais, independentemente da disposição do fiel, é superstição. Ou seja, se o fiel atribui um poder mágico a imagem ou a medalha, por exemplo, como se ela fosse fonte de graça e poder, independente de Deus e da fé da pessoa, isso configura uma superstição.


E por que a superstição é tão ruim? Primeiro, porque “é um desvio do sentimento religioso e das práticas que se lhe impõem” (CIC 2111). Ou seja, a superstição gera na pessoa uma religiosidade deformada. Outro problema é que muitas vezes leva a uma nociva dependência psicológica e social de coisas efêmeras, firmando na pessoa fragilidades psicológicas como o medo e a insegurança.


O mais grave é que a superstição é uma forma de idolatria, conforme nos
indica o Catecismo no parágrafo 2138. Idolatria consiste em divinizar o que não é Deus. É quando o homem presta honra e veneração a uma criatura no lugar de Deus (cf. CIC 2113).

A idolatria é uma pecado que fere gravemente o primeiro mandamento, que é “ Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento”. A idolatria é fortemente combatida em vários textos da Escritura como ICor 6,9; ICor 10,7; Ef 5,5; Ap 21,8. Sem dúvida, a idolatria é uma porta aberta para a ação do maligno na vida de uma pessoa, sendo muitas vezes causa de opressões, obsessões e até possessões do demônio.

A verdade é que o cristão não precisa de amuletos, astros e mágicas. “Quem nos condenará?” – provoca o Apóstolo, “ Cristo Jesus, que morreu, ou melhor, que ressuscitou, que está à direita de Deus, é quem intercede por nós” (Rm 8, 34).


Fonte: Canção Nova

O que é trocar privilégios por credibilidade?


Dom Walmor faz uma reflexão sobre a relação entre credibilidade e privilégios

A contaminação do tecido da cultura pelo vício dos privilégios é preocupante. A busca pela acumulação de vantagens de todo o tipo é uma síndrome que se generaliza. Talvez, busque-se mais regalias do que o honroso pódio conquistado por ações competentes, em benefício da coletividade.

Esse gosto pelos privilégios contraria o princípio do altruísmo. Por isso, torna-se oportuno questionar: não será esse um fator determinante na mediocridade que afeta e corrói a credibilidade da classe política? Trata-se, certamente, de problema que incide sobre a vida e a produtividade das pessoas, em qualquer segmento da sociedade.

Consequentemente, há um obscurecimento do respeito aos direitos intocáveis dos cidadãos todos, pois o que se defende e o que se busca são os privilégios.


o_que_e_trocar_ privilegios_por_ credibilidade 

Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com


Nessa direção, muito do que se faz ou promove, inclusive com a articulação de diferentes segmentos, têm como horizonte o aumento de regalias, erroneamente compreendido como “conquista de direitos”.

 

Sociedade


Ao priorizar a patológica busca por vantagens, a organização sociopolítica fica sempre emoldurada por disputas insanas. Inclusive, porque gera uma insaciabilidade – privilégios fazem crescer, principalmente, o gosto por mais privilégios. É como uma droga que causa dependência, corroendo o tecido da cultura.


Tudo tende a funcionar a partir do objetivo de se conquistar mais benesses. Oportuno é pensar, por exemplo, o que ocorre nas casas de representação do povo – Câmaras, Assembleias e Congresso Nacional. Na contramão do dever de representar toda a coletividade, esses ambientes, muitas vezes, funcionam a serviço de pequenos segmentos privilegiados. A complexidade e artimanha desses funcionamentos têm força até para cooptar igrejas, pela representação de bancadas. A luta desarvorada por privilégios causa confusão e instala um caos nas relações sociais, alimenta revoltas e mesquinhez, insufla a violência.


A representação legítima é a que se fundamenta na defesa da cidadania e do bem comum. Nobres são as ações que buscam garantir o incondicional respeito à dignidade de todos. Distanciar-se dessa meta conduz instituições e segmentos ao fracasso. Gera, na sociedade, situações críticas de pobreza e de dificuldades que parecem insuperáveis.

 

Reflexos na sociedade


Entre as nefastas consequências estão a morosidade e a perda de capacidade para agir. Os indivíduos não aproveitam de todo o seu potencial e, por isso, não conseguem fazer o mínimo esperado. Essa postura é contramão da alegria altruísta de poder oferecer mais para o bem comum. Ameaça o sentido de “pertença”- importante para que cada pessoa se comprometa a ajudar no desenvolvimento da sociedade.

Leia mais:

.: Cultura da solidariedade
.: A necessidade de uma reconstrução política no Brasil
.: Somos uma sociedade da reconstrução
.: Como a Igreja participa na sociedade


Lamentavelmente, muitos indivíduos, olhando apenas interesses pessoais, antes de assumir uma tarefa, fazem-se uma pergunta rasteira: “O que se ganha com isso?”. Trata-se de questionamento que expõe as anomalias produzidas pela cultura dos privilégios – alimento para a mesquinhez que compromete o núcleo da honra.


Esse núcleo se constitui e se fortalece pela hombridade e gosto de ser – em tudo o que faz e fala – digno de credibilidade. Trocar privilégios por credibilidade é vetor com força para conduzir a sociedade rumo a outras direções, tornando-a mais igualitária, com dinâmicas orientadas pelos parâmetros da justiça e da solidariedade. A partir dessa troca, podem ser superadas as vergonhosas e gritantes desigualdades sociais entre grupos, classes e pessoas. Em vez de regalias, deve-se buscar o necessário e a garantia do respeito à dignidade de toda pessoa.

Isso se faz cultivando o gosto pelas dinâmicas que geram oportunidades iguais para todos.
A opção por investir na conquista e manutenção de vantagens é, certamente, um resquício de colonialismos. Para romper com essas dinâmicas de privilégios, é necessário repensar funcionamentos e cortar gastos. Esse caminho exige que os próprios privilegiados repensem suas comodidades pessoais.


Trata-se de verdadeira conversão, com profunda mudança de hábitos, que abre caminho para uma civilização diferente. É preciso pensar no caráter irreversível das desumanizações que são produzidas pelas dinâmicas das regalias.
Torna-se fundamental erguer a bandeira da credibilidade nos muitos ambientes. Isso significa cultivar o gosto de agir com honestidade e de trabalhar em favor do bem comum.

A reversão dos males produzidos pela cultura dos privilégios, que se desdobra em outros prejuízos – uma lista interminável -, requer formação moral e cidadã de cada pessoa, cultivando, no lugar da ânsia por privilégios, o objetivo de ser merecedor de credibilidade em tudo o que faz e fala.


Fonte: Canção Nova

Saiba como lidar com a tentação

Quanto mais repletos do Espírito Santo estivermos e quanto mais trabalharmos para o Senhor, tanto mais atacados seremos pela tentação

Permita-me dizer que o inimigo teve a “cara de pau” de tentar o próprio Jesus. Veja esse fato no Evangelho de São Lucas:
“Jesus, repleto do Espírito Santo, voltou do Jordão e estava no deserto, conduzido pelo Espírito, durante quarenta dias, e era tentado pelo diabo” (Lc 4, 1-2a).

Repare em que momento o diabo tentou Jesus: quando Ele estava repleto do Espírito Santo. Essa tentação aconteceu durante os quarenta dias que Cristo viveu no deserto. O Espírito Santo conduziu Jesus até lá para ser tentado pelo demônio, a fim de que todos soubéssemos: quanto mais escolhidos, tanto mais somos tentados pelo demônio.  

Quanto mais repletos do Espírito Santo estivermos e quanto mais trabalharmos para o Senhor, tanto mais atacados seremos pela tentação.

Depois de convertidos a Deus, podemos pensar que a tentação e o pecado não nos atingirão mais, pois o diabo já ficou para trás. Grande ilusão! Quanto mais crescermos espiritualmente, tanto mais a tentação nos atormentará, e mais sutil, enganadora, suja e covarde ela será.
A tentação pela qual Jesus passou é a mesma pela qual passam todos os guerreiros de Deus. Vamos analisar cada uma das tentações de Jesus:


Saiba como lidar com a tentação


“Não comeu nada durante aqueles quarenta dias e, decorrido esse tempo, sentiu fome. Ora, o diabo lhe disse: ‘Se tu és Filho de Deus, ordena a esta pedra que se transforme em pão’. Jesus lhe respondeu: ‘Está escrito: 
Não só de pão viverá o homem'” (Lc 4,2b-4).


A primeira tentação que Jesus sofreu foi na parte biológica; Ele estava com fome. O inimigo tem prazer em nos atacar pelos sentidos. Ele nos pega pela gula do comer e do beber, pega-nos pelos aromas, por todas as formas do sentir, principalmente pela sexualidade. Vivemos num ambiente repleto de sensualidade. É como se tivéssemos esquecido o gás aberto em casa. Para dissipá-lo, é preciso tomar muito cuidado.

Não se pode produzir nenhuma faísca, muito menos riscar um fósforo no ambiente, senão explode tudo; e a primeira pessoa a ser atingida é você. Infelizmente, hoje, o ar em que vivemos está carregado desse “gás”.

Estamos cercados por um clima de sensualidade que nos atinge pelos olhos, ouvidos e por todos os nossos sentidos. O ambiente está formado, nossa natureza reage e o inimigo investe pesado nela. Na hora em que você “der bobeira” e “riscar o fósforo”, vai explodir tudo e pegar fogo.  

Nenhum de nós pode facilitar, homem ou mulher, jovem ou idoso. Todos somos vulneráveis.
Sobre nossos sentidos, devemos dar atenção especial aos olhos.

Precisamos mortificar nossos olhos, porque pecamos muito por meio deles. O pecado entra pela visão, mas atinge em cadeia a fantasia, os sentimentos, a vontade e nossos atos. Ou os combatemos ou eles tomam conta de nosso ser!
Padre Raniero Cantalamessa diz que Deus nos deu os olhos para ver, mas nos deu também as pálpebras para fechá-los. Se não for possível os fechar, pelo menos desvie os olhos.

Quanta sensualidade entra também por nossos ouvidos por intermédio das músicas, piadas e conversas! Precisamos igualmente “fechar” nossos ouvidos. Ou mortificamos nosso homem velho na carne, ou nos arruinamos.

Em questão de sexualidade, o segredo é fugir da ocasião. É o que acontece com as bactérias: se há alimento e clima, elas se alastram, multiplicam-se rapidamente e acontece a infecção, a doença. Basta ter alimento e clima. Mas para que isso não aconteça, você precisa tirar uma coisa e outra. Da mesma forma, a única maneira de vencer nossa sexualidade é não a alimentar com vídeos, filmes, novelas, músicas, revistas, piadas etc.

A mortificação não é tão difícil quanto se pensa. Pode-se mortificar a gula, renunciando ao cafezinho, ao refrigerante, à bebida, aos doces e ao cigarro, por exemplo.

“Não te deixes arrastar por teus desejos, e refreia a tuas concupiscências. Se concederes a satisfação de teus desejos, isto fará de ti o escárnio de teus inimigos. Não ponhas tua alegria numa vida de prazer, e não te obrigarás a pegar-lhe os custos” (Eclo 18,30-31).

Seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib
(Artigo extraído do livro “Combatentes na provação” de monsenhor Jonas Abib).


Fonte: Canção Nova

18/07/2016

O que entendemos por Ortotanásia?

A ortotanásia é sensível ao processo de humanização da morte e alívio das dores


Morte digna, sem abreviações desnecessárias nem sofrimentos adicionais, isto é, “morte em seu tempo certo”. Com o prefixo grego orto, que significa “correto”, e thanatos, que significa “morte”, “ortotanásia” tem o sentido de morte “em seu tempo certo”, ou seja, “morte pelo seu processo natural”, sem abreviações nem prolongamentos desproporcionais ao processo de morrer. Portanto, a ortotanásia acontece quando o paciente já não dispõe mais de nenhum recurso terapêutico capaz de reverter seu quadro. Já atingiu o estágio de irreversibilidade.


O que é Ortotanasia
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com


A ortotanásia, diferente da distanásia, é sensível ao processo de humanização da morte e alívio das dores, e não incorre em prolongamentos abusivos com a aplicação de meios desproporcionados que imporiam sofrimentos adicionais. Portanto, implica dispensar o uso de recursos extraordinários quando não há a mínima esperança de cura ou de melhoria da qualidade da vida. A prudência e a ética exigem que médicos e parentes mais próximos (especialmente quando o paciente está inconsciente e não reúne condições para oferecer uma opinião) concordam com o processo.

Aceitação da morte natural


Não dispensando medidas analgésicas e humanistas cabíveis, como a hidratação, nutrição, eventual assistência psicológica e religiosa, isso consiste na aceitação razoável da morte natural, mediante eventual desligamento de aparelhos de manutenção artificial de uma vida nem sempre consciente, como justificou Pio XII (“Discurso do Papa Pio XII sobre a anestesia” de 24/02/1957).

É a situação em que se reconhece a inutilidade do tratamento para manter vivo o paciente. Nesse caso, recorre-se aos cuidados paliativos sem, contudo, utilizar meios para abreviar a vida. É situação intermediária entre a eutanásia (abreviar a vida) e a distanásia (prolongamento indevido do processo de morrer). Por isso, a prática da ortotanásia visa evitar a eutanásia e a distanásia ou, como afirma Leo Pessini, “não devemos abreviar a vida nem a prolongar, mas sim humanizar e cuidar”.

Leia mais:
:: Existem condições para aderir à eutanásia?
:: O que a Igreja diz sobre suicídio assistido
:: Criogenia: é possível preservar a vida?
:: O uso da maconha no tratamento de doenças


A ortotanásia dá assistência médica e afetiva ao paciente terminal, para ele morrer com tranquilidade. Nesse caso, o doente recebe cuidados e medicamentos paliativos, que não vão curá-lo, mas evitam um sofrimento maior até o momento em que a morte venha naturalmente.

Segundo a Resolução 1.805/2006 do Conselho Federal de Medicina (CFM), é o procedimento pelo qual o paciente em fase terminal ou o seu representante legal decide renunciar ao uso de terapêuticas consideradas invasivas, e o médico limita ou suspende procedimentos e tratamentos dolorosos e prolongados para amenizar os sintomas que acarretam o sofrimento. Portanto, essa prática é apresentada como manifestação da morte boa ou morte desejável.

O Código de Ética Médica ratifica a ortotanásia, e os médicos podem ministrar somente os cuidados paliativos, que auxiliarão o doente a tolerar melhor a dor e suavizar o sofrimento. Com isso, pode-se entender que é dever do médico praticar a ortotanásia quando solicitada pelo paciente terminal.

 

Princípios ético-cristãos


A bioética, neste caso, está intrinsecamente ligada ao cuidado, aos prolongamentos e às abreviações da vida. Ela prega, na verdade, a ortotanásia, que é a morte no seu tempo certo, reta, digna, sensível ao processo de humanização.

Como afirma o Catecismo da Igreja Católica (2279): “Mesmo quando a morte é considerada iminente, os cuidados comumente devidos a uma pessoa doente não podem ser legitimamente interrompidos. O emprego de analgésicos para aliviar os sofrimentos do moribundo, ainda que com o risco de abreviar seus dias, pode ser moralmente conforme a dignidade humana se a morte não é desejada, nem como fim nem como meio, mas somente prevista e tolerada como inevitável. Os cuidados paliativos constituem numa forma privilegiada de caridade desinteressada. Por essa razão, devem ser encorajados”.

O Santo Papa João Paulo II, na carta Encíclica Evangelium Vitae n.64, ao escrever sobre a morte, diz: “No outro topo da existência, o homem encontra-se diante do mistério da morte. Hoje, na sequência dos progressos da medicina e num contexto cultural frequentemente fechado à transcendência, a experiência do morrer apresenta-se com algumas características novas. Com efeito, quando prevalece a tendência para apreciar a vida só na medida em que proporciona prazer e bem-estar, o sofrimento aparece como um contratempo insuportável, de que é preciso libertar-se a todo custo.

A morte, considerada como “absurda” quando interrompe inesperadamente uma vida ainda aberta para um futuro rico de possíveis experiências interessantes, torna-se, pelo contrário, uma “libertação reivindicada”, quando a existência é tida como já privada de sentido, porque mergulhada na dor e inexoravelmente voltada a um sofrimento sempre mais intenso”.

Ninguém está imune ou livre do sofrimento e da doença (é condição humana). A experiência da doença revela a fragilidade da existência humana, é uma possibilidade concreta, eticamente falando, de a pessoa descobrir o valor da vida, porque ou lhe dá sentido ou fracassa, não tem meio termo. A etapa final da vida merece ser cuidada assim como as demais fases. Falecer com dignidade traz à discussão a qualidade de vida no processo de morrer.

O paciente deve ter o direito de recusar tratamentos quando sente que sua qualidade de vida está ameaçada, pois se procura a dignidade do princípio ao fim da vida, afirma Leo Pessini e Bertachini. É um interesse em humanizar o processo de morte de um paciente terminal, em aliviar suas dores, em não pretender prolongar abusivamente sua existência pela aplicação de meios desproporcionais.

 

A determinação de não delongar a vida é complexa


Conforme o teólogo Junges, a determinação de não delongar a vida é complexa, entretanto, o limite para designar está claramente fechado à percepção de morte digna associada à plena consciência das restrições de intervenção. Parece claro que o utópico seria ouvir, sentir e pensar com o indivíduo que sofre a amarga presença do evento inevitável da morte, para dessa relação complexa surgir a solução mais apropriada possível para cada caso.

A Dra. Maria Elisa Villas-Bôas, pediatra e doutora em Direito, afirma que a ortotanásia é o objetivo médico quando já não se pode buscar a cura, e visa prover conforto ao paciente, sem interferir no momento da morte, sem encurtar o tempo natural de vida nem adiá-lo indevida e artificialmente, possibilitando que a morte chegue na hora certa, quando o organismo efetivamente alcançou um grau de deterioração incontornável; e mais do que uma atitude, a ortotanásia é um ideal a ser buscado pela Medicina e pelo Direito, dentro da inegabilidade da condição de mortalidade humana.

A ortotanásia ou a morte como condição, que faz parte do nosso ciclo natural, é aprovada pela Igreja Católica. Por isso, na fase terminal de enfermidades graves e incuráveis, é permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente, garantindo-lhe os cuidados necessários para aliviar os sintomas que levam ao sofrimento, na perspectiva de uma assistência integral, respeitada a vontade do paciente ou de seu representante legal (Res. n.1.805/2006, CFM). O direito à morte digna, a partir da ortotanásia, é fundamentado na dignidade da pessoa humana.

Na prática, a aplicação da ortotanásia deve levar em consideração alguns princípios, a saber: a autonomia do paciente terminal ou dos seus parentes próximos em decidir querer morrer dignamente; a não-maleficência de não exagerar um tratamento fútil que lhe cause mais dores e sofrimentos; na beneficência da promoção do alívio, do conforto, do cuidado e da dignidade; e na justiça, na qual se para alguns não há mais chance de cura, deve-se buscar promover o acesso ao tratamento para aquele que pode se tornar sadio. É preciso considerar que o médico não é obrigado a intervir no prolongamento da vida do paciente além do seu período natural, salvo se tal lhe for expressamente requerido pelo doente ou seus familiares.

Como afirma o teólogo espanhol Marciano Vidal, “a ortotanásia é uma síntese ética do direito de morrer com dignidade e do respeito pela vida humana”.


Fonte: Canção Nova