29/07/2011

Você tem solução!

O Senhor está dizendo a todos que a graça da conversão precisa ser consolidada! Quando o Senhor nos fala, não é para nos apontar o dedo e nos condenar. Pelo contrário, Deus não quer a morte do pecador, mas sim, que ele se converta e viva.

"Esses fatos lhe aconteciam para servir de exemplo e foram postos por escrito para instruir a nós, a quem coube o fim dos tempos" (I Cor 10,11).

Os fatos foram escritos para nossa advertência! A verdade é esta: o Senhor não está querendo castigar o Seu povo, pelo contrário, a briga d'Ele não é com o Seu povo, não é conosco, não é contra a humanidade vítima da tentação; a briga do Senhor é contra o inimigo... E você sabe quem é o verdadeiro inimigo.

O maligno constrói um castelo bonito, como aqueles que as crianças fazem na praia: um castelo de ilusão, malícia, corrupção, cobiça, ganância, impureza, pornografia, obscenidade. Ele parece até pomposo e firme, mas é de areia. Construído o castelo, ele mesmo vem e faz como as crianças: derruba tudo e dá risada!

Infelizmente, muitos foram vítimas de uma afetividade desviada e fraca. Muitas moças carentes de amor, porque não foram amadas na família, buscaram compensá-lo em relacionamentos errados.

Não podemos permitir que o inimigo deboche do nosso Deus, nos usando como vítimas; não fomos feitos para isso. Não deixe o inimigo continuar debochando do Senhor e rindo de você! Não estrague sua vida! Talvez você não tenha percebido ainda, pois no começo é “aquele embalo”. Parece tudo muito bom e muito gostoso, uma linda aventura! Mas você está sendo ingênuo e iludido pelo inimigo. Talvez você nunca tenha encontrado alguém com quem pudesse abrir o coração e falar da sua situação, sem receio. Alguém que levasse você a sério e acreditasse na sua recuperação.

Ouça o que o Senhor lhe diz: “Você tem solução!”

É preciso recorrer aos meios que Ele lhe dá, mas é importante também a sua decisão. Se você já foi vítima, vai precisar de muito empenho para lutar contra o pecado, como se luta contra qualquer outra doença. Se a moléstia se alastrou, é preciso um tratamento muito mais sério ainda. Não existe problema sem solução e o Senhor quer dar uma solução para você. A solução não é “assumir”, partindo para o desregramento, mas é resolver. É decisão, é luta, é garra, é oração de cura interior e, se forem necessários, remédios e terapias. E se a doença perdurar, reaja e continue a lutar! É loucura pensar que no campo da sexualidade tudo é permitido.

(Trecho extraído do livro "Homem e mulher em sintonia" de monsenhor Jonas Abib)

28/07/2011

O milagre da solidariedade

Nós cristãos temos a obrigação de ser exemplo aos demais

Durante toda nossa vida, fazemos repetidamente muitas coisas, que misturadas à mecanização daquilo que já estamos habituados a fazer, passam despercebidas. Do nosso lado, há uma imensidão de pessoas sedentas de um olhar de cuidado, esquecidas nos leitos de hospitais, nos asilos ou nas cadeias; todas ansiando pelo milagre da presença de alguém, mesmo que seja de um estranho por breves minutos.


Embora se compreenda a eficácia de se viver em grupos, muitas vezes, na civilização moderna o que se constata é a uma maior intimidade com o comodismo e o individualismo e a menor disponibilidade para a solidariedade. Poucas pessoas desse universo estão dispostas a ser solidárias, especialmente com os desconhecidos, e a disponibilizar em favor do outro um pouco de seu tempo.

Quase sempre a falta de atenção para com o outro é camuflada sob a desculpa da pressa, a qual, muitas vezes, nem existe. Temos a impressão de que muitas pessoas, por vezes, preferem viver a independência, fechando-se para o outro, e com a rarefação dos bons propósitos, a caridade se torna um peso em vista da renúncia a algumas horas de lazer que precisariam fazer.

Dessa forma, a bondade apenas é aplicada àquelas pessoas que, de algum modo, lhes são convenientes ou que lhes podem retribuir algum favor prestado. E a fim de evitar um contato mais fraterno com aqueles que poderiam fazer o seu dia diferente fecham as portas para qualquer possibilidade de mudança.

Numa conhecida passagem bíblica, o milagre para um paralítico aconteceu quando alguns de seus amigos resolveram descê-lo, por um buraco aberto no telhado, junto a Jesus (cf. Lucas 5, 17-20). Muitos outros milagres poderão acontecer hoje ao minimizarmos a fome, o frio, a discriminação social, a inimizade, guerras e perseguições… Quando a virtude da solidariedade se tornar mais presente em nossa vida.

Rompendo com o individualismo, que ganha a cada dia mais espaço, devemos, como cristãos, acolher as exigências de algumas regras básicas, necessárias, já estabelecidas há mais de dois mil anos por Cristo para vivermos verdadeiramente como irmãos. Assim, o milagre da vida nova vai acontecer quando decidirmos ceder ou reavaliar aquilo que fixamos como ‘meu fundamento’, ‘minha verdade’ ‘meu jeito’, etc... Dessa forma, a luz do amor, que jamais acabará, vai dissipar as sombras que ofuscam o brilho de nossas almas que clamam viver em comunhão no mesmo amor.

Nós cristãos temos, de fato, a obrigação de ser exemplo aos demais.

27/07/2011

Como trabalhar a dor de uma perda?

Não tente mascarar a realidade e os seus sentimentos

A nossa vida é cheia de perdas e lutos, de altos e baixos. A maior dor, porém, é a perda de alguém muito querido, como pai, mãe, esposo ou esposa; alguém com um laço afetivo muito forte. Geralmente, associamos a perda ao luto, mas existem situações em nossa caminhada que são tão intensas que vivemos uma perda como um luto. Um exemplo são as separações, as mudanças de cidade ou trabalho, o término de um namoro, a mudança de escola, decepções, traições etc. É uma dor que precisa ser enfrentada com realismo e muita ajuda pessoal, espiritual e, muitas vezes, acompanhada por algum profissional ou alguém que tenha condições de vencer conosco estes momentos difíceis. Quanto mais próxima a pessoa ou a situação que se perde, mais difícil e delicado é o processo de recuperação. No entanto, é possível viver bem e superar esses momentos de perdas e lutos.

Há quase 4 anos eu passei por uma grande perda, o falecimento de meu pai. Eu estava sozinho em casa, minha mãe em um Retiro de Oração e meu irmão em uma viagem para o Sul. Fato curioso, ambos estavamos em encontro de silêncio e muita reflexão devido a Retiro, Terços e participações em Grupos de Oração. A minha mãe estava retiro de cura interior, graças a Deus! Minha mãe não estava conseguindo na dinâmica do retiro, porque estava muito agitada e com muitas dores de estômago e de cabeça. Já eram sintomas de uma perda mal vivida, eram sintomas patológicos de algo que estava se passando na alma dela, em seu meu coração, a dor da perda, da ruptura... Ela no passado não tinha ainda vivido, de verdade, o luto de sua mãe, porém passou no luto de pelo meu pai.

Neste Retiro ela descobriu quando os acompanhadores conversaram e oraram muito por ela. Foi um atendimento libertador, tanto espiritual como psicológico, pois ela estava com duas situações. Mas ela detectou que eu ainda não tinha vivido o luto, a ruptura, eu ainda estava e tinha o direito de estar de luto pela perda do meu pai.

Espiritualmente, eu também me preparei, entendi e vivi a esperança da ressurreição, mas o meu psicológico, emocional e também o físico estavam reclamando mas em oração eu sentia: "O senhor está de luto, tem o direito de chorar, de querer ficar só, de querer o silêncio, é normal. Precisa aceitar que teve uma grande perda, um vínculo afetivo fortíssimo que é o seu pai.

A psicologia diz que é necessário dois ou três anos para você se recuperar totalmente da perda, da ruptura de alguém tão próximo como pai, mãe, irmão, esposo (a). E quando o vínculo afetivo é intenso e verdadeiro, o processo é longo, é preciso assumir e respeitar com muita paciência”. O meu corpo não estava preparado para aquilo, pois, muitas vezes, fazemos essa separação e nos esquecemos de que a nossa pessoa é um todo. Daí, podem ocorrer algumas enfermidades patológicas por somatização, pois não me permiti sofrer, chorar e sentir psicologicamente a dor da ruptura, da perda.

Corre-se um grande risco de negar os sentimentos de decepção, de raiva, de não aceitação da morte. Isso gera dentro da pessoa um processo de revolta consigo e com Deus, de falta de perdão. O nosso corpo será o último a pedir socorro, a sofrer e a manifestar em pequenas e grandes enfermidades; era o que eu estava sentindo no estômago e na cabeça.

Se você perdeu alguém ou teve uma grande ruptura na sua vida, é preciso realizar um processo de aceitação e relacionar-se com essa perda, com a dor da morte. Alguns passos para retomar o processo para viver bem as perdas e o luto:

1º - Assumir que você tem direito de estar de luto, de chorar, de querer se recolher, de sentir a dor da ruptura. Não tente mascarar a realidade e os seus sentimentos. Isso é natural, querer fugir disso é problema na certa;

2º - Dar nome aos seus sentimentos: dor, saudade, decepção, revolta; pois você esperava outra coisa e até um milagre, a recuperação, a reconciliação;

3º - Perdoar e reconciliar-se com todas as situações que envolveram essa perda: perdoar a pessoa que faleceu, por ela ter ido desta forma tão cedo, por ter se separado de você, por não ter se despedido etc. Perdoar Deus por ter permitido essa morte ou essa perda, por não ter realizado o que você tanto pediu. Perdoar as pessoas que estavam vivendo com você este momento, médicos, parentes, instituições. Perdoar a si mesmo por ter se exposto, por não aceitar o processo natural e não se permitir sofrer.

4º - Tomar consciência de que Deus está no controle de todas as coisas. O desejo dEle não é a morte nem o sofrimento humano, mas acontece no “tempo de Deus”, pois Ele sabe o que é melhor para nós. A providência é a sabedoria de Deus que rege todas as coisas, a visão dEle não é limitada como a nossa. Deus não erra e sempre nos vê com amor!

5º - Guardar uma verdadeira imagem da pessoa que se perdeu. Quando se perde alguém, é costume preservar a imagem da pessoa, mas o exagero da memória de quem morreu ou foi embora não nos ajuda a recuperar o luto, a perda. Por isso, é essencial guardar a verdade das pessoas, as qualidades e os defeitos. Não é só porque morreu, que se tornou santo: “Ah, fulano era tão santinho! Só tinha alguns defeitinhos de nada!”.

“Ao vê-la chorar assim, como também todos os judeus que a acompanhavam, Jesus ficou intensamente comovido em espírito. E, sob o impulso de profunda emoção, perguntou: 'onde o pusestes?'. Responderam-lhe: 'Senhor vinde ver'. Jesus pôs-se a chorar. Observaram por isso os judeus: 'Vede como ele o amava!'” (Cf. Jo 11,1-45).

Neste episódio da morte do amigo Lázaro, Jesus manifesta seus sentimentos por ele e por suas irmãs Marta e Maria. Viver bem e sem mascarar nenhum sentimento ou momento que possamos estar vivendo, enxergar-se como parte de um todo e não como o centro de tudo. Reconciliar-se com você mesmo e com toda a sua história, como uma grande história da iniciativa amorosa de Deus. Harmonizar corpo, alma, psíquico e espírito; isto é viver com sabedoria.

Disse-lhe Jesus: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (Jo 11,25).

Oração: Senhor Jesus, também sofrestes perdas e luto. Ajuda-me com o Seu Santo Espírito a viver bem e com equilíbrio todas as etapas de minha vida, os lutos e as perdas que tenho tido na minha caminhada. Ensina-me a perdoar e a pedir perdão, a ser desapegado das coisas e das pessoas. Que eu viva intensamente o amor nos meus relacionamentos e que não deixe para trás nada sem resolver. Nossa Senhora do Equilíbrio, caminhai comigo e rogai por nós.

26/07/2011

Somente os puros verão a Deus

"Felizes os puros de coração". Esse é o pedido que faremos a Deus no grupo de oração on-line desta semana. A missionária Salette Ferreira reza nesta intenção, baseada nessa passagem de Mateus 5, 8.

Tomando esse versículo a missionária reflete: "A pureza nos dá esta graça de vermos Deus em tudo e em todos. Somos chamados a vivê-la em dois âmbitos: a do corpo e a do coração.

A pureza do corpo é a castidade, esta é uma virtude daqueles que querem amar a Deus e se unirem a Ele. A de coração é a de termos uma intenção reta diante de Deus e dos homens. Um coração puro é um coração que acredita no outro, que não arma ciladas nem vinganças, é um coração desprovido de interesses próprios, ele pensa no outro.”

Salette também nos traz a perspectiva da pureza da criança, tendo como base a ordem dada por Cristo: “Eu vos digo: quem não receber o Reino de Deus como uma criança não entrará nele” (Lucas 18–17).

“Observemos as crianças, suas atitudes e a pureza com que recebem aquilo que lhes oferecemos. Seus corações ainda não foram manchados, maculados, é este o coração que somos convidados a ter”, reflete.

A missionária nos conduz a um momento de oração fazendo esta prece: "Pedimos a Ti, Espírito Santo, dá-nos um coração bem intencionado. Liberta-nos da malícia, da maldade, do rancor e do egoísmo e de tudo aquilo que mancha o nosso coração".

Ao encerrar esse momento de intercessão e unção, ela ainda nos impele a fazermos um clamor: "Peça agora que o Espírito Santo venha purificar o seu coração. Abra mão das armações, daquilo que é plano diabólico que talvez você esteja armando contra o outro. Peça a Deus a graça de ser puro de mente e de alma para que você possa experimentar esse amor de Deus.

Não se esqueça: somente os puros verão a Deus".

25/07/2011

Paixão x amor: qual a diferença?


Aquele frio na barriga, pensar na pessoa o dia inteiro, não ver a hora de encontrar o(a) amado(a). O beijo tem sabor especial, abraçar a pessoa é como se o tempo parasse… Nossa! Quem namorou sabe o que é isso: Amor!

Aquela vontade de sair com os amigos… Puxa, como ela(e) fica chata(o) de vez em quando. Nossa, parece que está com TPM! Algumas atitudes dela(e) me irritam. Meu Deus! Parece que ela(e) não vai mudar nunca… Quem já namorou sabe o que é isso: Amor?

É, a diferença entre amor e paixão vem com o tempo. No início tudo é uma beleza, todos os sentimentos de paixão florescem – o que é natural. Mas depois chega a oportunidade de saber se o que sinto pela pessoa é verdadeiramente o amor, sentimento que se põe em evidência quando diminui a paixão.

“As pessoas acham que amor é sentimento. A primeira coisa chocante no namoro é justamente quando elas descobrem que o sentimento evapora”, afirma padre Paulo Ricardo.

Muitos casais vivem momentos de crise no namoro porque aquele sentimento do início não existe mais, mas é justamente aí que entra o amor, porque o relacionamento vai amadurecendo.

A nossa sociedade, por intermédio da mídia, foi sendo formada para associar o amor a algum tipo de prazer, e é justamente neste ponto que muitos casais decidem terminar o namoro com a desculpa de que não existe mais amor. No fundo, as pessoas querem viver de sentimento.

“Você vê aquele jovem casal que acabou se se conhecer na balada. Eles estão com os sentimentos à flor da pele, com os hormônios a todo vapor. Mas daí você vê aquele casal de velhinhos de 50 anos de casados. Eu pergunto: ‘Quem tem mais sentimento?’ Certamente o casal que acabou de se conhecer. Mas lhe faço outra pergunta: ‘Quem tem mais amor?’ É o casal que está casado há 50 anos. Tanto é verdade que, muitos destes casais casados há muito tempo, quando um deles morre o outro morre logo em seguida. Por quê? Porque o amor era tão forte que um já não conseguia viver sem o outro. Certamente com 50 anos de casados, muitos deles já não sentiam a ‘paixão’ um pelo o outro, mas existia o mais importante: o amor”, declara padre Paulo Ricardo.

Portanto, nós jovens precisamos aprender a ir além dos nossos sentimentos, amadurecer nos nossos relacionamentos como namorados, porque muitos casamentos estão se desfazendo não por falta de amor, mas por excesso de paixão, nos quais as pessoas querem só o prazer pelo prazer.

Você vive ou já viveu isso? Partilhe conosco.

Texto escrito por:

Padre Paulo Ricardo - Comunidade Canção Nova

22/07/2011

Possuir-se para dar-se

O corpo não pode dominar o espírito

Você já sabe que amar é dar-se ao outro integral e gratuitamente para construí-lo. É a essência da vida a dois e o fermento que faz o casal crescer. Mas para que você possa se dar a alguém, livremente, você precisa possuir-se; ser senhor de si mesmo. As pessoas transformam o amor em egoísmo porque não têm o domínio de si mesmas e não conseguem dar-se, apenas tomar e receber.

Sem ser senhor de si mesmo você não consegue se dar, não consegue amar. Só consegue ser egoísta. É fácil constatar que hoje as piores doenças começam a ser do espírito e não do corpo. Cresce o número de psiquiatras e psicólogos e alastra-se a depressão. São as consequências dos desequilíbrios de um mundo onde o amor agoniza, porque o homem abandonou Deus. Maravilhado com seus feitos, o homem se adora como o seu próprio deus, por isso se deixa esmagar pela matéria.

Eis a triste realidade hoje: o homem adora as coisas e a si mesmo no lugar de Deus, e inverte a escala dos valores. Então o amor morre. Para que você possa amar de verdade, como Deus quer, é preciso que você caminhe "de pé", isto é, respeitando a primazia dos valores: em cima, o espírito; depois do racional; e abaixo do físico. Por essa razão, se o seu corpo domina o seu espírito, então você caminha de cabeça para baixo.

Os três níveis são fundamentais para a vida, mas é imprescindível que a sua hierarquia seja respeitada, sob pena de o homem se tornar um perigoso animal.

É o corpo que assume o comando quando a sensibilidade é satisfeita sem restrições, ou quando a satisfazemos com todos os prazeres da comida, da bebida, do sexo, que ele exige. Você caminha de cabeça para baixo quando é o corpo quem dá as ordens. Desse modo, vive-se como verdadeiro animal, apenas para comer, beber, dormir e gozar os prazeres do sexo.

Ao viver assim é o instinto que comanda, não a razão. Como uma pessoa dessa pode amar, como pode se dar ao outro, renunciar a si mesma se o que importa é a satisfação do "seu" corpo?

21/07/2011

A diferença entre provação e tentação

A 'receita' para identificar os objetivos desses sentimento

Precisamos entender que a provação é uma situação de aflição e sofrimento. Esse aspecto é tratato em Tiago 1, 3. Quando falamos desse assunto [provação], estamos tocando na origem, falando daquele de quem vem a ação. Somente Deus nos prova na intenção de nos fazer alcançar uma fé madura e, diante dessa dimensão, vamos perceber que a provação contempla fins que nos leva à perfeição. Entretanto, podemos correr o risco de, diante de uma provação, cair num sentimento de revolta contra Deus. Há necessidade de aproveitar desse momento [de provação].

Enquanto que a tentação tem origem no demônio. É uma atração para fazer o mal no intuito de buscar o prazer, egoísmo ou o lucro. Há situações de tentação que são culpa de nossa própria concupisciência. São as nossas tendências que nos levam à decadência que o tentador deseja: o afastamento de Deus.

Como instrumento contra a tentação precisamos rezar, estar vigilantes para que a graça venha em favor daqueles que são tentados. É tambem nosso dever socorrer aqueles que caem envolvidos pelas armadilhas do tentador. Ainda assim, na tentação podemos aprender a partir de nossos limites, das nossas fraquezas e assumir cada vez mais nossa dependência de Deus.

20/07/2011

Namorar é sempre a solução?

Antes de se viver o 'nós', é preciso trabalhar o 'eu'Antes de se viver o "nós", é preciso trabalhar o "eu".

Todos nós temos a necessidade de ser amados. São muitas as pessoas que, com o intuito de corresponder a esta carência, pagam caro e se submetem a diversas situações. Todos nós temos necessidade de um puro amor. Contudo, se esta carência afetiva não for bem direcionada poderá tornar-se um fator de desequilíbrio, arrastando-nos, muitas vezes, a tomar atitudes contrárias a um sadio comportamento.

Em uma sociedade na qual as famílias são cada vez mais desestruturadas – com mães e pais que são solteiros e filhos órfãos de pais vivos –, o índice de ausência de amor na formação de nossas crianças é assustador. Uma criança que nunca recebeu um abraço de seus pais, que nunca recebeu carinho e que, ao contrário, foi criada em meio a gritos e grosserias, com certeza crescerá com um enorme vazio existencial. Muitas destas "crianças", hoje já crescidas, e impulsionadas por suas carências cometem grandes erros somente para atrair sobre si a atenção dos demais.

Por isso, acredito que antes de viver qualquer relacionamento afetivo, como o namoro, precisamos aprender a trabalhar nossa história, buscando a cura de nossos afetos. É claro que não precisamos ser perfeitos para namorar; mas, existem coisas em nossa vida que precisamos resolver antes de assumir um relacionamento. Nem sempre o namoro é a solução, e pode até se tornar negativo se não estivermos preparados para bem vivê-lo. Carência com carência só pode gerar desequilíbrio e um relacionamento doentio, no qual a cobrança será excessiva e a ternura ausente. De modo que um sufocará o outro e a relação acabará se tornando um peso.

Existem determinadas coisas em nossa história que somente Deus poderá curar, outras que somente nós poderemos resolver. Por isso, faz-se necessária a experiência do autoconhecimento para que assim descubramos nossa verdade e os passos que precisamos dar na busca da cura interior, de modo que Deus possa trabalhar em nossa história, curando nossas feridas e marcas. Estas experiências (a cura dos afetos, por exemplo) precisam preceder nossos relacionamentos, para que assim o ciúme, o orgulho e as nossas carências não destruam o verdadeiro afeto no relacionamento.

Namorar é bom, ou melhor, ótimo! Mas, melhor ainda é namorar pronto, do jeito certo, tendo equilíbrio no amar e ser amado, compreendendo que somente Deus pode preencher o vazio da alma e que este espaço o outro não poderá ocupar, por mais que o forcemos a isso.

Amor em que um diviniza o outro e depois o prende é amor destemperado e doente. Antes de se viver o "nós", é preciso trabalhar o "eu", para que desta forma nossos relacionamentos tenham mais qualidade e sejam mais duradouros.
Quem não se deixa levar pela pressa e segue o caminho proposto por Deus colherá maravilhosos frutos e alcançará gradativamente a felicidade em seus relacionamentos.

Tenhamos a coragem de realizar tudo do jeito de Deus e não do nosso, e abramo-nos à Sua ação libertadora em nossas vidas. Somente assim poderemos bem acompanhar e ser acompanhados pelos demais.

Com carinho:
Rafael Carvalho

19/07/2011

Por que Deus é um ser escondido?

Podemos em toda a parte ver os “rastos” do Eterno

Como a vida seria diferente se Deus fosse uma divindade "a ser tocada com as mãos". Seria a evidência. Não precisaríamos de provas sobre a Sua existência. Neste sonho bastaria fazer-lhe um pedido para sermos atendidos mais do que de repente. Temos um inimigo? O Poderoso logo o afastaria. Temos dívidas? O socorro mágico aconteceria antes do pôr-do-sol. Somos acometidos por uma doença? Feito o pedido de cura, num piscar de olhos o mal estaria superado.

Mas Deus é um Ser que confia na inteligência humana. O homem pode chegar a Deus a duras penas, às apalpadelas. "Como cegos vamos tateando como quem não enxerga" (Is 59, 10). Isso nos dá ocasião para expressarmos fé, que é um ato meritório, por depender de nossa livre vontade. O delírio fantasioso, acima descrito, seria um puro “encantamento”. Seríamos obrigados a crer. Assim como a Providência dispôs, baseamo-nos numa intuição muito forte de que este Ser Poderoso tem que existir, e Lhe devemos profundo respeito. E com amor nos consideramos profundamente ligados a Ele.

Quem é que nunca chega a Deus? Os que não são capazes de dobrar os joelhos, vale dizer, quem é um soberbo de coração. Também não alcançam essa fé salvadora, os perversos que praticam o mal. Os pecadores não ficarão de pé na assembléia dos justos” (Sl 1, 5). Também os devassos, os que vivem atolados nos prazeres sexuais desenfreados, não chegarão lá. “Felizes os puros de coração porque verão a Deus” (Mt 5, 8). O mesmo se diga sobre aqueles que se apegam por demais aos bens materiais. “Não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (Lc 16, 13).

Além do mais, um grande auxílio para o encontro, na fé, com o Deus verdadeiro, é a inteligência. Podemos em toda a parte ver os “rastos” do Eterno, mesmo sem jamais vê-Lo neste mundo. Isso aconteceu com o coordenador do projeto Genoma Humano. O cientista Francis Collins entrou ateu no projeto e saiu como um homem de fé convicta. No entanto, eu quero lhe dar, amigo leitor, a chave que abre os caminhos mais misteriosos da existência humana. É o melhor modo de se aproximar do Ser amoroso por excelência. É se encontrar com Cristo. Este nós O vimos e tocamos com as mãos. Ele é o revelador do rosto do Pai, porque Ele relata o que viu.

Nossas casas precisam ser oásis de amor e oração

Tenha você juízo nessa sua cabeça! Nós precisamos transformar nossas casas e nossas famílias em oásis de amor e oração. Há muita coisa por fazer. Temos de fazer "faxina", "limpeza geral"? Temos! Mas é necessário fazer algo muito positivo, pois é o amor que destrói uma multidão de pecados. Não existe outro caminho: nossas casas precisam ser oásis de amor e oração. As duas coisas. Talvez nós caprichemos mais na oração e o Senhor vá nos dar por acréscimo o amor. Talvez você priorize mais o amor... Mas o Senhor não o deixará somente no amor. Ele o levará também à oração.

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Nós temos de fazer da nossa casa um santuário de oração. Ninguém reza na sua casa? Comece você! Faça da sua casa um santuário de oração, mesmo que você seja a única pessoa rezando ali. Há cinco, seis, oito pessoas em sua casa... E ninguém reza. Então reze você pelos outros. Vai ser uma dureza! Mas você precisa salvar a sua família. Reze por todos de sua casa.

"Nós temos de fazer da nossa casa um santuário de oração"

E tenha certeza: se você começar a rezar, a rezar, a rezar... logo encontrará "mais alguém" (talvez seja apenas uma criancinha em casa que comece a rezar com você): talvez seja o vovô, a vovó, talvez seja depois um adolescente, e, assim, vai crescendo o número. A oração é "pegajosa"! A oração é como fogo: encostou e já vai queimando! Acredite nisso! Se os outros não rezam, comece você a fazê-lo e não desanime. [...]

Gente, "rezar constantemente" significa constância na oração. É não deixar a "peteca cair"! Sem nunca desanimar. É rezar contínua e constantemente. Sempre. E nada nos desanimar! Nada.

"Ah! Os outros não rezam!" Não faz mal. Você faz a parte deles. E tenha certeza: a oração vai sendo passada para os outros e, em pouco tempo, sua casa se transformará num santuário de oração.

Além disso, uma vez que você vai fazer uma "limpeza geral", faça também na sua casa um santuário de oração. Claro, escolha o melhor lugar da sua casa: talvez seja na sala, para que todos aqueles que chegarem a sua casa tenham aí uma demonstração clara de que ali se encontra um santuário. É muito simples: você coloca, em um local da casa, uma Bíblia, um crucifixo, ou um quadro, uma imagem (mesmo que pequena), podendo adornar tudo isso com flores. Pode-se colocar uma vela, ou uma luz acesa, de maneira que você reconheça ali como o seu santuário, o seu local de oração. É o santuário da família. O local de oração da família.

Este lugar vai se tornar atrativo. Será o "ponto de convergência" da sua casa. Talvez tenham existido muitos outros pontos de convergência em sua casa... Talvez o barzinho, a televisão... A churrasqueira onde todo o mundo se embebedava ou a piscina onde tantas coisas aconteceram... Que agora o ponto de convergência da sua casa seja o santuário. E se você ainda não pode colocar este santuário em sua sala para que todos vejam, coloque-o em outro local: talvez no seu quarto, próximo da cama, ali no seu "cantinho". E ninguém vai impedir você. Comece mesmo que o seu santuário seja todo em "miniatura", mas comece.

E é claro, se você pode fazer o santuário, não seja "sem-vergonha" de não fazê-lo no lugar de maior destaque de sua casa! No lugar mais caprichado. No melhor local, pois nenhum lugar da sua casa deve ter maior capricho do que o local do seu santuário. E saiba que os seus filhos adolescentes que não rezam, quando você menos perceber, na hora em que ninguém estiver ali no santuário, eles estarão rezando nesse lugar. Também o seu marido que não reza e não quer saber de oração estará ali, rezando, como que "atraído", fascinado por este santuário de oração.

(Trecho da palestra "Oásis de amor e oração" de 2 de janeiro de 2000 com monsenhor Jonas Abib)

18/07/2011

As características do amor

O amor sobrepõe todas as paixões

Quando olhamos a manifestação do Espírito Santo, como o uso dos dons, tocamos na maravilha de Deus, que concede a Seu povo muitas bênçãos. Muitas vezes, nos questionamos: "Será que a ação de Deus se manifesta assim em mim?" Observe: todos esses dons são importantes, porém, a Palavra de Deus nos indica que o amor é o maior de todos os dons. Podemos até fazer bastante barulho, como um sino, mas é o amor que dá consistência à alma.

Você já sentiu um grande vazio em sua alma? Esse vazio se dá pela falta do Deus-Amor em nossa vida, se não amamos e não nos deixarmos amar sempre nos sentiremos vazios. Todas as nossas atitudes precisam ser por amor. Existem muitas pessoas que vivem correndo e movendo mundos e fundos, fazem muito, mas não amam nem se deixam amar.

Na vida o que realmente faz diferença são as pessoas que estão ao nosso lado; os idosos sabem bem disso. É desesperador quando alguém afasta de si as pessoas que o amam. E você pode se perguntar: "Não é a caridade que salva?" Podemos até fazer boas obras com a intenção de prejudicar alguém, com fins políticos, em nosso nome, para nos vangloriarmos, para sermos vistos pelas pessoas. Se o fazemos com essa mentalidade não há amor.

Aquilo que fazemos sem amor pouco é aproveitado, não nos sacia. Assim como nosso corpo tem necessidade de se alimentar, o mesmo ocorre com nossa alma, ela precisa de alimento. Só o amor nos torna imunes à maldade que tenta entrar em nossa alma. O amor não é um sentimento, não é uma paixão, estas são coisas distintas. Quando nós amamos alguém estamos a favor dessa pessoa, pois o amor pensa no outro, ao passo que a paixão pensa em si mesma. O amor alimenta a alma; a paixão a consome.

O amor traz em si características que são próprias dele. Ser paciente, esperar o processo do outro, a lentidão do outro. Se não amamos não temos paciência, pois o processo do outro nos faz sofrer. Quem ama tem paciência e espera pelo outro.

Para curarmos a maldade que sai da nossa boca é preciso pensar bem dos outros, querer o bem deles e lhes fazer o bem, como nos ensina Dom Bosco. O amor não tem inveja, quando você se perceber tendo inveja de alguém se pergunte: "Por que eu não amo essa pessoa?" O amor expulsa a inveja, ele não é presunçoso nem se enche de orgulho (cf. I Cor 13, 1-13).
Tudo o que não é amor em nossa vida é pecado. Quando lançamos raízes no amor até rezamos pelos nossos inimigos. Quando dizemos que Deus é amor e que Ele nos ama, estamos dizendo que Ele tem paciência conosco, que Ele não está interessado em nossos bens, porque o Senhor nos ama e não tem raiva de nós, nem se alegra com os nossos sofrimentos. Ele se alegra quando nós nos encontramos com a verdade.

Meu Deus acredita em mim, mesmo quando eu não acredito em mim mesmo. Meu Deus me espera e de mim espera tudo de bom. O amor jamais acabará. O amor sobrepõe todas as paixões.

15/07/2011

A verdade o liberta

Quem você realmente é? Você conhece suas raízes?

Acredito que um dos maiores desafios que travamos diariamente é assumir ou negar a verdade. Estamos no século da modernidade e a tecnologia, cada vez mais desenvolvida, lança sobre nós as redes que nos penduram entre o social e o virtual, o real ou imaginário. Ter a coragem de optar pela verdade é um exercício que parte das pequenas escolhas e nos seguem até nos momentos mais importantes de nossa vida. Já sabemos que a verdadeira felicidade tem seu alicerce na verdade, portanto, só consegue ser feliz quem assume com coerência sua história, seja ela qual for.

Nos atendimentos de oração e aconselhamentos, por exemplo os que são realizados na Canção Nova, tenho percebido que, cada vez mais, as pessoas têm dificuldades de assumir a sua verdade. Com isso, tornam-se infelizes, sentem-se presas às situações passadas e, em alguns casos, até ficam deprimidas ou pior: entram no mundo das drogas e dos vicíos, tentando mascarar a dor.
Outro dia, na Canção Nova, uma senhora recebendo oração da apresentadora Djanira Silva que contou: "percebia que ela falava de maneira superficial e não conseguia se expressar, o tempo passava e a partilha não fluía. Então, olhei bem nos olhos dela e lhe perguntei: "Afinal, qual é a sua verdade? O que se passa em seu interior?" Ela ficou surpresa diante da pergunta, desapontada talvez; mas tomou uma linda decisão. Abriu seu coração! E em meio às lágrimas, aos poucos, foi revelando suas dores e medos ligados a situações vividas havia mais de 20 anos. As lágrimas lavaram seu rosto e, certamente, o Espírito Santo, também lavou seu coração lhe concedendo uma nova vida a partir daquela experiência."


Não foi uma tafefa fácil encarar a verdade, aliás, muitas vezes, isso é muito difícil, principalmente quando a história é marcada por grandes traumas e dores, mas não há outra saída, para sermos curados, precisamos assumir nossa história com tudo que ela traz, dores e alegrias.Jesus disse aos Seus discípulos: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (João 8,32), ou seja, a condição para sermos livres é conhecermos a verdade. Eu diria conhecermos e nos abrirmos ao processo de cura a partir do conhecimento. Não é o caso de parar na dor, nem de ir levando a vida de qualquer jeito, Deus nos quer vivendo plenamente e é por isso que Ele nos propõe a coerência como meio para a cura e a felicidade plena.
Da nossa parte, precisamos querer ir além. Por exemplo, você já parou alguma vez para perguntar quem você realmente é? Você conhece suas raízes? Qual é a sua verdade?

São Francisco de Assis dizia que o homem vale o que é diante de Deus e mais nada, ou seja: vale a sua história. O valor que temos não está no carro que possuímos e na profissão que exercemos, tampouco na imagem que "tentamos" passar para as pessoas. Nosso valor está no fato de sermos o que somos diante de Deus e mais nada.Já temos uma identidade própria, somos filhos de Deus e não precisamos criar um personagem irreal para alimentar uma ideia a nosso respeito longe da realidade. Aliás, essa tem sido mais uma maneira de "fugir das dores da vida", mas, como pode ser livre quem age assim? E se não é livre, como pode ser feliz?


Como cristãos, temos uma responsabilidade dobrada com relação à verdade e isso começa por assumirmos a nossa realidade e, a partir dela, testemunharmos a Misericórdia de Deus. Não tenha vergonha da obra que o Senhor já realizou na sua história! Ela, por mais difícil que tenha sido, é muito valiosa, pois é a partir dela que Ele quer agir. "Deus é luz e n'Ele não há trevas alguma", diz a Sagrada Escritura, portanto, para que a luz de Deus Pai ilumine nossa vida, precisamos fazer as pazes com os acontecimentos que nos marcam. "Grande caridade é viver na verdade", escreve o Papa Bento XVI em sua encíclica "Caritas in veritate".

É certo que precisamos dar mais atenção ao assunto, pois, querendo ou não, em nossos dias, nós nos vemos cercados por superficialidades e disfarces. Desde a maquiagem aos relacionamentos, temos constantemente a oportunidade de fugir da realidade. Está claro que o desafio para viver a coerência é cada vez maior, mas se quisermos alcançar a felicidade, não podemos fugir dele.
"Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" diz o Senhor, portanto, não tema romper com as trevas da mentira e acolha a luz que brilha a partir da verdade. Siga o exemplo da senhora, a qual foi referência no início do texto, e tenha a coragem de abrir seu coração, mesmo que isso lhe custe. Dessa forma, você verá, certamente, que aquela dor já não tem tanto poder sobre você.

Faça hoje opção pela verdade diante das oportunidades que tiver de escolher e não deixe que a falta de coerência roube a liberdade que o próprio Senhor já conquistou para você na cruz.

Termino com um conselho da beata Madre Teresa de Calcutá: "Acenda a luz da verdade na vida de cada pessoa que encontrar, para que deste modo Deus continue amando e iluminando o mundo por meio dela e de você."

14/07/2011

Simplesmente barro nas mãos do Oleiro


Não existe arte sem amor, quadro sem pintor, vaso sem oleiro…

A Sagrada Escritura utiliza-se de inúmeras figuras e expressões para revelar Deus e o Seu modo peculiar de agir na história. Entre estas descrições quero destacar a imagem do oleiro, fortemente acentuada pelo profeta Jeremias (cf. Jer 18,1-6ss).
Nestes versículos apresentados pelo profeta, a manifestação divina é expressa com a figura de um oleiro, que molda como a argila aqueles que Lhe pertencem. Esta descrição é rica em expressão e em significado, pois desvela a ação e o amor do Eterno, possibilitando-nos compreender o "singelo jeito" com que Ele nos acompanha e faz crescer.

Este Oleiro sabe, melhor que nós mesmos, do que realmente precisamos e o que nos fará essencialmente felizes. Sua ternura nos convida ao abandono total aos Seus cuidados, os quais sempre nos proporcionarão o melhor, mesmo quando não formos capazes de compreender Seu distinto modo de agir. Por isso, para caminhar no território da fé, a confiança se estabelece como realidade mais necessária do que a compreensão… Uma confiança "filial" de alguém que se descobre amado e cuidado e que, por isso, crê que o Oleiro está sempre agindo e realizando o que é melhor para seus dias.

De fato, este Oleiro enxerga além. Ele contempla as surpresas que ao futuro pertencem e, na Sua Divina Providência, cuida de nós: ora retirando de nosso caminho o que nos é prejudicial, ora acrescentado algo àquilo que nos falta. Isso nos desautoriza a pretensão de querer condicionar a ação de Deus à nossa limitada maneira de enxergar e compreender as coisas, antes, nos confessa que é preciso confiar naquilo que Ele faz e em Seu modo particular de fazê-lo.

A confiança nos abre à percepção de que Deus sabe retirar excessos e acrescentar às ausências no momento certo. Sabe o que realmente nos fará crescer e amadurecer (e crescer às vezes dói). E maduro é quem sabe perder sem apegos, para que assim possa ser despojado do que não lhe é essencial e acrescentado no que realmente lhe falta.

Não existe arte sem amor, quadro sem pintor, vaso sem oleiro… Obra mais bela é a que se constrói pelas mãos do artista, do Oleiro. Só Ele traz em Seu coração os belos sonhos que poderão retirar um rude barro de sua "não existência".

O barro não pode se moldar a si mesmo. Para vir a ser, ele precisa confiar-se aos sonhos e à sensibilidade do oleiro, pois as mãos dele comportam a medida certa, entre firmeza e delicadeza, para trabalhar esta substância abstrata transformando-a em uma linda obra de arte.

Da mesma forma, não existe parto sem dor, maturidade sem perdas, felicidade sem se ater ao essencial. É necessário confiar n’Aquele que nos molda, e mesmo quando a firmeza de Suas mãos parecer pesar demais sobre nós, confiemo-nos à Sua iniciativa e criatividade, que sempre realizará em nós o que é melhor.

A felicidade faz morada em nosso coração à medida que nos assumimos como aquilo que realmente somos: “Barro, apenas barro, nas mãos do Oleiro!”

13/07/2011

Sua vida não é uma novela!

“Quem se alimenta com a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.” (João 6, 54)

A sua vida não é uma novela, ela não tem fim!

Cada vez que o seu coração bate proclame na fé isso: A minha vida não tem fim! Pois, no dia em que o seu coração parar de bater será a plena realização da vida. Você face a face com Deus na eternidade! A morte é o último capítulo da sua vida aqui na terra e o seu primeiro dia de vida eterna.

Vivemos em um país alimentado diariamente por capítulos de novelas. Dificilmente você assistirá a uma delas falando sobre o valor eterno que o ser humano tem. Provavelmente este assunto não é o foco. Os capítulos da novela são irreais, já na sua vida os capítulos são reais. O que é vivido pelas personagens nem sempre é o que acontece no dia a dia. A novela é pensada e têm objetivos bem definidos. Para alcançar metas contam com mega produção e por trás das câmeras existe uma equipe que sabe aonde quer chegar. Utilizam de muito profissionalismo para envolver: a trilha sonora, o ambiente… Tudo é bem raciocinado com a intenção de atrair o telespectador para dentro do contexto apresentado. O ator e a atriz interpretam o papel que o diretor pensou: ora é um homem bom, ora um vilão; ora rico, ora pobre, é interpretação! Não é a realidade do ator e nem da atriz. O final da novela pode ser feliz ou triste, isso depende do diretor e do ibope.

Quando você que está do outro lado da telinha vê acontecendo na sua vida real aquilo que está sendo interpretado na novela: o seu cônjuge está lhe traindo; o seu filho envolvido nas drogas… Isto é dor, choro e medo REAL. A resposta que você vai dar diante ao problema não depende de nenhum diretor e nem de ibope, depende de você! O problema existe, está aí, é realidade, mas é você quem decide como será o próximo capítulo, é você quem decide o próximo passo diante de um problema muitas vezes, impossível de se resolver. Sem seguir um roteiro!

Não podemos esquecer que cada filho e filha têm uma vida eterna garantida por Deus. Nada pode nos desviar dessa realidade feliz! A novela tem começo, meio e fim. A sua vida não tem fim! Você nasce, vive, morre e a partir da morte começa a vida eterna com Deus. Pois Ele o Criador de tudo tem uma eternidade para você, isso é concreto! Por isso a importância de nos alimentarmos diariamente dessa verdade através da eucaristia e da bíblia. Você tem uma vida eterna pela frente! Essa promessa precisa ser alimentada no coração.

O que tem alimentado o seu coração, os capítulos de novela ou os capítulos do evangelho? Pense nisso!

Tem Jeito!

12/07/2011

Ciúme: sinal de alerta nos relacionamentos



Um sentimento que envolve o medo de perder o amor da pessoa amada

Quem nunca ouviu dizer que o ciúme é o tempero do amor? E você? O que acha disso? Temos assistido muitos casos nos quais esse sentimento [ciúme] é o “fósforo aceso na pólvora”, ou seja, provoca reações inesperadas e de total descontrole. Pensando assim, você ainda acha que senti-lo é normal?

Fatores culturais fazem com que acreditemos que o ciúme é uma prova de amor e que pequenos sacrifícios, como deixar de ir a determinados lugares ou trocar de roupa para que a pessoa amada n

ão se chateie, são bem-vindos e são aquele “tempero” no amor. A grande questão é que os tais “pequenos sacrifícios” e este “tempero” transformam-se em aprisionamentos à medida em que o tempo passa. Estar com o outro passa, então, a não ter tanto sentido, perde a graça, e, certamente, mexe com as estruturas de qualquer relacionamento.

Do ponto de vista psicológico é um sentimento que envolve o medo de perder o amor da pessoa amada e está diretamente relacionado à falta de confiança no outro e, sobretudo, em si próprio. Quando ele se torna exagerado, consideramos que se transforma numa doença, chegando a pensamentos obsessivos. A complexidade do ciúme é grande, pois envolve pensamentos, emoções, comportamentos e reações físicas.

Pessoas ciumentas comportam-se a ponto de certificar frequentemente se são queridas, se as pessoas podem dar provas de amor ou mesmo pedindo provas para que este amor seja certificado, tais como: proibir o amado de visitar um determinado lugar, usar esta ou aquela roupa, prometer que fará ou não fará uma coisa, dentre tantas outras.

Muitas vezes, coloca-se nesses pedidos, que são coisas externas, o significado do amor, que de um sentimento interior, passa a ser construído com provas externas. Ciumentos fazem interpretações distorcidas e, geralmente, fazem isso não apenas com seu par amoroso, mas também nas relações de amizade, trabalho, família, cobrando atenção e isso vale até mesmo para o uso de objetos pessoais por outras pessoas.

Vale lembrar que, quando excessivo, ele se torna um problema de saúde psicológico, pois a pessoa começa a ter sentimentos paranoicos, delírios de perseguição e temor imaginário de que a pessoa está sendo vítima do mundo, com muitas fantasias, imprecisão e dúvidas ligadas a ideais supervalorizados ou delirantes são percebidas de fato como reais.

Muitas vezes, a pessoa passa a ter compulsão em dirimir suas dúvidas e, com isso, passa a invadir a privacidade do outro, abrindo correspondências, mexendo nos bolsos, no celular, nas redes sociais, fazendo um perfil falso para tentar “cavar” provas de infidelidade e tantas outras atitudes extremistas. Parecem atitudes bobas e até mesmo são reconhecidas pelo parceiro, mas não servem em nada para aliviar o ciúme, e sim, aumentam a sensação de desconforto.

Se você passa por esta situação, é importante que converse bastante sobre o assunto com seu par, procurando, juntos, as alternativas que permitam que o verdadeiro amor, baseado na confiança e na cumplicidade, possa crescer entre vocês, deixando também que Deus aja na insegurança, nos reflexos de dificuldades afetivas do passado, bem como buscar ajuda especializada quando perceber que a situação tomou uma proporção maior do que aquela que vocês podem administrar sozinhos.

11/07/2011

O seguidor de Cristo e a cruz



É ajuizado aquele que abraça a sua cruz com a abnegação

Uma das advertências incisivas de Cristo, que cumpre seja sempre refletida, foi esta:Quem não toma a sua cruz e não me segue não é digno de mim” (Mt 10,18). Fica, portanto, claro que quem quer seriamente segui-Lo deve carregar a própria cruz. É isso uma exigência a que todo cristão deve se submeter. Trata-se da cruz de cada dia, pois, num vale de lágrimas, esforços constantes são necessários para o próprio aprimoramento espiritual. Os sofrimentos, as amarguras, as tribulações estão sempre presentes de uma forma ou de outra, mas feliz quem as transforma em pérolas preciosas para a eternidade.

A felicidade perene não se adquire por um simples ato de virtude ou um sacrifício pontual. Toda energia e toda coragem nos mínimos sacrifícios de cada momento lançam a vida nesta terra bem longe da mediocridade, do comodismo. Cada instante é uma nova ocasião para caminhar fielmente, vencendo-se a si mesmo com generosidade e sinceridade. Note-se que Jesus determinou que é preciso segui-Lo, dado que Ele carregou primeiro a Sua cruz, deixando um exemplo a ser adotado. O mistério da cruz de Cristo transcende os séculos e os verdadeiros cristãos vivem o que dizia São Paulo: “Quanto a mim só quero me gloriar da cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo!" (Gl 6,14). Isso não quer dizer que se refaz o que o Redentor realizou há dois mil anos, mas se unir ao dom feito por Ele de si mesmo e que atravessa os tempos.
Muitos são os que pensam em fazer penitências extraordinárias, quando o que Deus quer são as penas ordinárias de cada hora aceitas de uma maneira extraordinária, porque se acha unido o cristão ao seu Salvador. Em qualquer momento desta vida o ser humano convive com as dificuldades mais variadas, mas cumpre sobrenaturalizá-las A dor e a aflição acompanham o ser racional desde o nascer ao fim de sua trajetória terrena. De fato, que idade, que tempo, que lugar e que condição social se viram jamais isentos de sacrifícios? É ajuizado aquele que abraça a sua cruz com a abnegação, com a renúncia, com a mortificação. A vida do autêntico cristão pode parecer dura, mas é meritória; pesada, mas é alegre. É o que acontecia com os santos os quais no meio de suas cruzes conservavam a calma, a paz, o júbilo, a santa resignação e conformidade com a vontade divina. Eles amavam a cruz e conheciam seu valor. Vivenciaram as palavras de São Paulo: Realmente, o leve peso da nossa tribulação do momento presente, prepara-nos, além de toda e qualquer medida, um peso eterno de glória” (2 Cor 5,17).

O autor do livro “Imitação de Cristo” lembra que “na cruz está a salvação, na cruz encontramos a vida, na cruz nos defendemos dos inimigos, na cruz recebemos infusões de celestial suavidade, na cruz se robustece a mente, na cruz se encontra o gozo do espírito, na cruz se acha a súmula da virtude, na cruz se adquire a perfeição da santidade” (Lv II, 12). É preciso que o cristão saiba sempre combater o bom combate a que se refere o Apóstolo das Gentes (cf. II Tm 4,7). O temor do sacrifício, as desilusões e os próprios defeitos não dobram uma vontade firme, forte, enérgica e constante. Carregar a cruz, como deseja Jesus, é exercer também a disciplina da vontade, agindo seu discípulo com reflexão, sem se deixar levar pela rotina, pelo capricho do impulso do momento e de qualquer paixão desordenada. A precipitação impede de se agir com retidão.A serenidade, a calma e a tranquilidade só as possuem quem domina com vigor seu modo de atuar. Não é fácil lutar contra a lassidão, a indolência que conduzem à omissão no cumprimento dos deveres diários. A fuga da ociosidade requer disposição contínua para que, num trabalho bem direcionado, se possa ter um autodomínio que demanda pugna ininterrupta, custosa. Deste modo, em todas as circunstâncias da vida, há como colocar em prática a determinação de Cristo, carregando com sapiência, nos traços de Seus passos. Assim, para se viver plenamente esta espiritualidade da cruz todo cristão deve, portanto, ter seu olhar voltado para Cristo e, corajosamente, segui-Lo. Apenas deste modo se experimenta a exemplaridade do Mestre divino, experiência que é sempre elemento essencial para se atingir uma melhor perfeição na caminhada rumo a Jerusalém celeste.

Este convívio sábio com as incongruências do dia a dia traz imperturbabilidade e impede uma projeção pessimista quanto o dia de amanhã, porque o cristão fica prevenido e armado contra possíveis dissabores, porque saberá enfrentá-los sob a luz do divino Crucificado e repete ufano com o Apóstolo:Eu tudo posso naquele que me conforta” (Fl 4,13).

08/07/2011

Senhor, o que queres de mim?


luzia_230209Somos livres para fazer as nossas escolhas, mas precisamos fazê-las acertadamente. Muitas vezes, entramos em caminhos que inicialmente parecem bons, mas no fim nos conduzem ao buraco.

A cada ação que formos realizar, em qualquer momento ou circunstância, precisamos pedir a Deus sabedoria e discernimento, para não entrarmos por caminhos tortuosos e afundarmos. “Escolhi seguir a trilha da verdade, diante de mim eu coloquei vossos preceitos” (Sl 119,30).

Quando temos uma reta intenção diante das situações, o próprio Senhor adianta-se em nos mostrar o caminho certo, e se por acaso errarmos com o desejo de acertar na vontade de Deus, Ele mesmo endireitará os nossos passos.

Existem pessoas que são eternamente infelizes, porque não sabem fazer as escolhas certas para a sua vida. Tudo é muito simples, basta perguntarmos ao Senhor em cada situação: “Senhor, o que queres de mim? O que queres que eu faça? O que queres para a minha família?” Mostra-me os Teus caminhos!

Peçamos ao Senhor a graça de sermos dóceis à vontade d’Ele em todos os momentos de nossa vida.

07/07/2011

As 12 promessas do Sagrado Coração de Jesus

O Sagrado Coração de Jesus é uma devoção praticada pela Igreja Católica que consiste na veneração do Coração de Jesus na primeira sexta-feira de cada mês, durante nove meses. A origem desta devoção deve-se a Santa Margarida Maria Alacoque, religiosa de uma congregação conhecida como Ordem da Visitação. A Santa Margarida Maria teve extraordinárias revelações por parte de Jesus Cristo, que a incumbiu pessoalmente de divulgar e propagar no mundo esta piedosa devoção.


Jesus deixou doze grandes promessas às pessoas que, aproveitando-se da Sua divina misericórdia, participassem das comunhões reparadoras das primeiras sextas-feiras. Não se sabe quem compôs a lista com as 12 promessas do Sagrado Coração de Jesus, tiradas das revelações de Nosso Senhor à santa. Sabe-se só que é fidedigna –as promessas estão de fato contidas nas revelações – e que o trabalho anônimo foi de grande mérito e utilidade.

M. Kemper, um modesto comerciante de Dayton, cidadezinha norte-americana, iniciou, em 1882, um trabalho de ampla divulgação delas. A partir deste primeiro impulso, tiveram propagação mundial. Normalmente conhecidas como as 12 Promessas do Coração de Jesus, a mais importante é a 12ª, chamada a Grande Promessa.

São elas:

– "Darei aos devotos do meu coração as graças necessárias ao seu estado";
2ª – "Farei reinar a paz nas famílias";
– "Eu os consolarei em todas as tuas penas";
– "Serei o refúgio seguro durante a vida, sobretudo na hora da morte";
– "Derramarei copiosas bênçãos”;
– "Os pecadores acharão em meu coração a fonte e o oceano infinito da misericórdia";
– "As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas";
– "E as almas elevar-se-ão rapidamente a uma grande perfeição";
– "Abençoarei as casas em que se acharem expostas e forem veneradas a imagem do meu coração";
10ª – "Darei aos sacerdotes o dom de tocar os corações mais endurecidos";
11ª – "As pessoas que propagarem essa devoção terão seus nomes escritos indelevelmente em seu coração";
12ª – "O amor todo poderoso do meu coração concederá a graça da perseverança final a todos que comungarem na primeira sexta-feira do mês por nove meses seguidos";

Convido você hoje a levar o Sagrado Coração de Jesus para sua casa e consagrar-se a Ele, e verá as bênçãos que serão derramadas sobre sua família.

06/07/2011

Deus recolhe cada dádiva e a transforma em vida nova

Quando falamos de santuário, falamos de um lugar sagrado, no qual são feitas peregrinações. No Antigo Testamento, santuário era também conhecido por tabernáculo.

A Canção Nova, por graça e disposição divina, também é um lugar de peregrinação, na qual pessoas de todo o país e e de diversas partes do mundo vêm a este Território Eucarístico para se encontrar com Deus.

Monsenhor Jonas Abib, fundador da Comunidade Canção Nova, inspirado por Deus, nos apresenta este "novo" de Deus: o Santuário do Pai das Misericórdias, uma obra já iniciada, que traz consigo o desejo de ser construído por histórias de pessoas, por vidas doadas, homens e mulheres anônimos simples, que fizeram a escolha de colocar em prática a seguinte frase de Dom Bosco: "Fazer o bem sem aparecer. A violeta fica escondida, mas encontramos ali o perfume." Esse perfume oculto em “simples” paredes de concreto, e que perpetuará levando esse mistério, é a presença de Deus entre nós.

A Igreja é a comunidade dos crentes que professam sua fé em Jesus Cristo como Senhor
Foto: Mariana Lazarin/Cancaonova.com


.: Veja + fotos da construção do Santuário do Pai das Misericórdias no Flickr

"Sua história constrói essa obra" não é uma frase feita, vai muito além disso, são dádivas recolhidas por Deus para que o alicerce desta construção seja a sua vida.

Uma vida plena, entregue numa autêntica vivência cristã, que nada retém, que é capaz de doar algo que é valioso não só pelo valor do dinheiro, mas que vai muito além, cujo valor as traças não comem e a ferrugem não corrói. Esta é uma vida plena de significado.

Ao olhar para este santuário, que ainda está em esqueleto, olhemos para a mística que há nele. É o tabernáculo aonde, com a graça de Deus, peregrinos virão de todos os cantos da terra para ser abraçados pelo Pai. À medida que contemplamos a construção desse espaço sagrado também vamos tocando na graça que ele comporta. Deixemos também que seja edificado em nós o homem segundo o Coração de Deus, dia a dia, pouco a pouco, mas sem jamais parar, assim como está sendo feito no decorrer dessa construção.

Será um lugar de descanso para o cansaço deste mundo que nos persuade a viver o mal e nos faz perder o foco, muitas vezes nos levando a um grande vazio.

É aqui no Pai das Misericórdias, com sua espiritualidade própria, com um olhar particular de Deus, que muitos poderão colocar diante d'Ele, unindo-se a cada vida doada, suas histórias e sua verdade. E rezar com a plenitude da sua verdade e receber desse Pai amoroso as bênçãos que Ele está pronto para nos conceder, receber também Seu amor que perdura por todos os séculos e que jamais nos abandonará.

Ele recolhe hoje cada dádiva e a transforma em vida nova, é uma mística que talvez não entendamos plenamente, mas é um ato de fé e de entrega.

No Antigo Testamento, santuário era também conhecido por tabernáculo
Foto: Mariana Lazarin/Cancaonova.com


Aquele, que é negado e ultrajado por muitos homens que insistem em buscar um ateísmo para negar Sua existência, insiste em querer se manifestar diante de nós. E mesmo que não desejemos, somos quase que “obrigados” a deparar com a imortalidade de Deus, presente em cada ação da natureza, em cada criança que nasce, em cada vida que renasce, em cada gesto de amor por menor que seja.

Nada disso depende da nossa vontade, sempre e em tudo está o nosso Criador, que nos ama e que nos criou para o céu: “As coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam.” (I Coríntios 2.9).

Ouça a música de Salette Ferreira "Pai das Misericódias"


05/07/2011

Os sacramentos agem no inconsciente?



Isso pode ser um mimo de Deus para com seus filhos

Em conversa com distinta psicóloga de Brasília (DF), levantamos a questão sobre a eventual ação dos sacramentos da Igreja no âmbito profundo da alma, influência que está fora do comando direto da consciência. Eu dizia que muitos pais estão certos quando desejam o batismo de seus filhos em tenra idade. Mesmo que pensem menos na graça santificante, e na inserção no corpo da Igreja - que é o apanágio dos filhos de Deus - e mais num efeito psicológico no inconsciente. Essa não é uma preocupação primordial da prática sacramental. Mas pode ser um mimo do Pai Eterno para com seus filhos, que não pode ser desprezado.

A criança que é batizada está junto à sua família e junto com outros membros da comunidade. Assim ela "descobre" que é muito importante. "Sabe" que é amada por todos. Não é amada só pela sua família, mas também pelos outros: padrinhos, padre, equipe celebrativa. Sabe que o Poderoso gosta dela. Conclusão da criança: "Todos gostam de mim". Podemos desejar melhor consciência de autoestima do que esta?

Poderíamos nos aprofundar no imenso benefício psicológico da santa confissão no espírito dos fiéis. Ela pode nos levar a termos confiança em nós, porque o Pai nos dá uma nova chance, perdoando tudo. É como se nos disséssemos a nós mesmos: "Com a graça de Deus, eu vou conseguir vencer o mal, e vou ser um bom cristão".


A psicóloga, no entanto, se fixou ainda em outro sacramento da Igreja, que traz imensos benefícios aos fiéis: é o matrimônio. Primeiro, olhando o vácuo espiritual de quem "não se casa na Igreja", sobretudo, podendo fazê-lo. A tais pessoas se repete o pensamento de frustração. Convencem-se de que lhes falta alguma coisa, que a família delas é muito boa e a alegria dos filhos lhes causa prazer legítimo. Mas ainda não é tudo. Por outro lado, o casal que se recebe pelo sacramento do matrimônio tem um sentimento de plenitude. Sabe que sua união é desejada pela sociedade. Todos depositam suas esperanças nesse casal.

A Igreja lhes dá, em nome de Cristo, as bênçãos, para superar com mais galhardia, os problemas que a vida de família sempre pode trazer.E que grande autoestima para o casal saber que são participantes da obra de Deus Criador, quando geram e educam os seus filhos.

Dom Aloísio Roque Oppermann scj
Arcebispo de Uberaba, MG