31/05/2015

Homem e mulher são belos por essência

Quando o homem e a mulher buscam a essência, descobrem o belo que existe dentro de sua alma 
Muitas situações me chamam à atenção por causa de sua beleza, e algumas em especial têm o poder de me levar para outra dimensão em fração de segundos.
Homem e Mulher Belos por essência
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
Recordo-me de um quadro exposto na Pinacoteca, na cidade de São Paulo, que vi há mais de dez anos, e sua imagem continua intacta em minha memória. Arte abstrata, pintado em vários tons de azul e laranja, a harmonia contida no traço e nas cores era tamanha que, ao olhá-lo, tinha a impressão de estar hipnotizada por sua beleza. Ao mesmo tempo em que queria ver o restante da exposição, sentia necessidade de contemplá-lo. Sua beleza atingiu um espaço sagrado em mim, um diálogo se fez e eu saí dali mais forte, embora não saiba explicar o que aconteceu.
Com a mesma intensidade também sou levada a essa dimensão toda vez que vejo uma pessoa ajoelhada em oração, independente de credo, sexo ou idade. Cena de beleza desconcertante e veemente, que demonstra a fragilidade forte, bela e inabalável de um ser humano que se supera ao transcender o natural e o óbvio. A impressão que tenho é que, por mais que essa pessoa esteja vivendo situações difíceis, nada tem o poder de detê-la. Não há limite ou impossibilidade para uma pessoa de fé, e isso é lindo.
Também sinto isso, com a mesma intensidade, quando estou na presença de pessoas que se cuidam de forma simples ou elaborada, mas que reconhecem sua importância como ser humano digno do belo, do bem e da verdade. Pessoas que se sentem confortáveis em seu corpos e em sua vida, e que, de forma especial, se apresentam de forma bela para si e para o mundo que os cerca.
Ser belo é muito mais do que simplesmente estar bonito. Essa é a frase do meu blog, onde divido a experiência que tive e tenho com a autoestima ao emagrecer quarenta quilos por meio de reeducação alimentar e atividade física.
Penso que o estético é pouco demais para uma pessoa dotada de alma. Para que apenas estar bonito por fora, sendo que viemos do Belo para sermos belos? Buscar essa intensidade faz toda a diferença, tanto na vida da mulher quanto na do homem.
Sinto-me imensamente feliz ao receber o retorno das pessoas que me acompanham pelo blog, dizendo que, a partir do momento que passaram a cuidar da saúde e do corpo, descobriram uma força muito grande e uma nova forma de ver a vida e a si mesmo, capaz de mudar a direção de suas histórias.
Recentemente, um rapaz me procurou dizendo que, por acaso, havia visto minhas publicações nas redes sociais e que não imaginava que, um dia, eu tivesse sido obesa. Conhecemo-nos por conta do trabalho.
Ao ler um post onde eu dizia que o belo havia sido capaz de me livrar da prisão da obesidade, ele sentiu-se impelido a cuidar de si. Pensou que se eu consegui, ele também conseguiria. Chegou à conclusão de que merecia ter saúde e qualidade de vida, e que isso também seria uma demonstração de amor para com sua esposa e seus filhos, já que eles são os primeiros a desejarem que ele esteja bem. A partir de então, procurou um nutricionista que trabalha com reeducação alimentar (isso é muito importante), fez os exames necessários e está frequentando a academia – ele fez a avaliação antes, o que é imprescindível. Enfim, aos poucos está mudando seus hábitos de acordo com o ritmo da sua vida. Emagreceu oito quilos, porém ganhou massa muscular, ou seja, a impressão é que emagreceu muito mais, porém de forma saudável. Mas o mais importante é a forma como está encarando a vida, desde então, e o valor que passou a atribuir a si mesmo e, naturalmente, às pessoas que convivem com ele, já que a visão muda totalmente.
Saber disso é uma alegria enorme para mim. É mais uma pessoa que está tomando de volta o que é seu: sua dignidade, sua verdade, bondade e capacidade. Estamos aqui para viver bem e, dessa forma, fazer com que outras pessoas também percebam que isso é possível. Mais do que isso, que lhes é de direito.
Não perca tempo, não perca oportunidade e, muito menos, a certeza de que você nasceu pra se descobrir dia a dia. Há muita novidade aí dentro. Busque, deseje, dê passos. É naturalmente possível; não sem esforço, é claro. Sonhos nobres e valorosos são realizados com passos laboriosos e totalmente libertadores.

30/05/2015

O dom do conselho

O dom de conselho nos ajuda a percebermos e escolhermos a melhor decisão para o nosso bem espiritual
Deus destinou o homem e a mulher para fins superiores, para a santidade e para a coerência entre fé e vida quotidiana. “Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos escolheu Nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante de seus olhos” (Ef 1,4). Cada um de nós deve ajudar os outros a atingir essa meta, que é vontade de Deus.
O dom do Conselho
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
Para que  possamos auxiliar o próximo com pureza e sinceridade de coração, devemos pedir a Deus esse precioso dom, com o qual O glorificaremos aos mostrarmos ao irmão o caminho da salvação e da santidade. É sob a influência desse ideal que a mãe ensina o filho a rezar, a praticar os  primeiros atos das virtudes cristãs, da caridade, da obediência, da penitência e do amor ao próximo.
O dom de conselho aguça o nosso juízo. Com a sua ajuda, percebemos e escolhemos a decisão que será para maior glória de Deus e nosso bem espiritual. Não é fácil tomar uma decisão de importância, quer seja sobre a vocação, a profissão, os problemas familiares ou sobre qualquer outra matéria das que devemos enfrentar continuamente. Sem o dom de conselho, o juízo humano é demasiado falho.
Afirmam os teólogos que Deus não deixa faltar às suas criaturas o que lhes é necessário, e “tudo faz com número, peso e medida” (cf. Sb 11, 20). Em tudo resplandece a sua sabedoria. Por isso é que Deus é providente, providencia os meios para que cada criatura chegue retamente ao seu fim devido.
Mas para realizarmos determinada atividade, exercemos um processo mental que tem por objetivo examinar cuidadosamente não só a conveniência dessa atividade, mas também todas as circunstâncias em que ela se deve desenrolar. Muitas vezes, esse processo se efetua sem que dele tomemos plena consciência. Quando nos vemos diante de uma tarefa mais exigente do que as de rotina, a decisão é mais difícil e, por isso, torna-se mais consciente; a mente tem que se esforçar mais para fazer a opção mais adequada, e a decisão não é tão rápida. Muitas vezes, será necessário recorrer ao conselho de outra pessoa mais experimentada.
É por meio da virtude da prudência que cada cristão delibera sobre o que deve e não deve fazer. É a prudência que avalia os meios em vista do respectivo fim. Em correspondência à virtude da prudência, existe o dom do conselho, que permite ao cristão tomar as decisões oportunas sem a fadiga e a insegurança que, muitas vezes, caracterizam as decisões da virtude da prudência. Essa por si não basta para que o cristão se comporte à altura da sua vocação de filho de Deus, vocação esta que exige simultaneamente grande cautela e coragem.
Nem sempre a virtude humana vê nitidamente o modo de proceder corretamente. É preciso, pois, que o Espírito Santo lhe inspire a reta maneira de agir no momento oportuno.
Assim o dom do Conselho aparece como um regente de orquestra que coordena divinamente todas as faculdades do cristão para que tenha uma atividade harmoniosa e equilibrada.
Diz a Escritura que há um tempo exato para cada atividade (Ecl 3,1-8); fora desse momento preciso, o que é oportuno pode tornar-se inoportuno. Ora, nem sempre é fácil discernir se é oportuno falar ou calar, ficar ou partir, dizer ‘sim’ ou ‘não’. Nem as pessoas prudentes, após muito refletir, conseguem definir com segurança o que convém fazer. Ora é precisamente para superar tal dificuldade que o Espírito move o cristão mediante o dom do conselho.
“Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus: tempo para nascer e tempos para morrer; tempo para plantar e tempo para arrancar o que foi plantado; tempo para matar e tempo para curar; tempo para demolir e tempo para construir.”

29/05/2015

Casamento: estou preparado para dar esse passo?

Alguns critérios nos ajudam a discernir se estamos preparado para dar um passo para o casamento
Faltando pouco tempo para meu casamento, pergunto-me: existe hora certa para se casar?
(veja bem: já estou com dia e hora marcada para tal acontecimento)
Casamento estou preparada(o) para dar esse passo
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
Uma decisão como essa trata-se de algo sem volta, algo para sempre, que muda sua história e o lança em uma dimensão de eternidade. Não pode ser, então, uma escolha indecisa; é necessário um profundo discernimento e se faz urgente uma parada para se pensar: é a hora?
Mas quais critérios devem ser utilizados para se firmar em tal postura? Quais os parâmetros para se decidir para sempre? É possível fazer esse compromisso definitivo?
Antes de dar sequência a esse assunto, vejo que, primeiro, precisamos entender os níveis pelos quais o amor humano passa até ser, de fato, um amor cristão de esposo para esposa. Sem isso, não se tem critérios para dizer “é a hora”! Para não ficar um texto longo, deixo aqui o link de uma pregação que fiz, na qual falo dos quatro níveis do amor segundo São João Paulo II:
Muito bom se você leu! Agora, se não leu, ficará um pouco difícil entender os três critérios básicos para ver se é a hora de se casar, pois só um amor que atingiu os quatro níveis será capaz de abranger as necessidades de um matrimônio autêntico.
Não sou um especialista no assunto, mas, a partir das leituras que fiz, da formação à qual me sujeitei a viver e baseando na Doutrina Católica, digo: a hora certa para se casar é quando se tem a disposição para morrer, quando se possui um amor desinteressado e tem-se a capacidade de dar a vida.
Você deve estar se perguntando: “disposição para morrer”? Como assim? Se quero me casar, é para ser uma questão de vida, não de morte! Primeiro e grande erro.
Primeiro critério é casar é ter disposição de morrer. Morrer para uma vida de solteiro, morrer para uma vida de egoísmo, para uma visão só; mas também é abrir-se para uma visão do mundo a dois. Quem se casa sem a disposição para morrer pode, no casamento, tornar-se “assassino” do outro, pois, em vez de morrer, pode assumir a postura de matar os sonhos e projetos, as esperanças e os desejos do outro.
Segundo critério é ter um amor desinteressado. Quando falo isso, não quero dizer ter uma postura passiva, mas ter um amor que não busca seu próprio interesse, mas que sempre está atento ao interesse do outro, o que o outro pensa, vive e sente . Sem um amor desinteressado não consigo ver o outro como sujeito, mas como objeto de satisfação de meus interesses.
O terceiro e para mim um dos centrais, é a capacidade de dar a vida. Neste caso, é necessário pensar essa vida concreta, pensar a abertura aos filhos, o projeto de fecundidade física, mas, além de tudo, uma vida que dá a vida todos os dias, que busca o nascimento constante do homem novo. Se, no primeiro critério, a questão é a morte do homem velho, aqui, neste terceiro critério, é questão de vida, nascimento do homem novo! Quem, ao se casar, não tem vontade de ser pai e mãe, não entendeu o sentido do casamento; logo, não é hora ainda de comprometer-se para sempre. O mundo carece e padece, pois faltam pais e mães de verdade.
Muitos podem ter parado para ler esse texto pensando que eu falaria em tempo cronológico, mas eu o chamei a uma reflexão além do tempo de segundos e minutos; na verdade, um pensamento sobre o essencial. Com isso, você pode usar os resultados de tais reflexões no concreto da vida e até nas demandas de um noivado. Por exemplo: quando o casal chega ao noivado, há um tanto de coisas que precisam ser vistas: móveis, casa, lugar para a  lua de mel etc. Tudo isso é lindo, mas pode se tornar um inferno se o casal não tiver disposição, às vezes, de morrer na sua vontade sobre a cor de cozinha preta e branca, e deixar a cozinha azul e branco da esposa viver.
Se não vivo um amor desinteressado por ela, será difícil entender que o vestido de noiva diz algo essencial de seus sonhos, e que preciso acolher as lágrimas quando ela pensar nele. Se não estou aberto à vida, posso culpá-la por já engravidar na lua de mel e não ter seguido à risca o método natural.
Percebe que mais do que a hora de relógio, há uma hora do coração que precisa ser vista?
Voltando ao início do texto, digo-lhe que estou a pouco tempo do meu casamento e na luta para viver bem este período. Abro-me, acima de tudo, a Cristo, pois só com Ele aprendo a ser noivo e esposo, e assim ter a disposição de dar a vida sempre! Ele é o modelo do noivo que dá a vida pela noiva, pois se entregou pela Sua noiva, a Igreja, e Sua entrega foi para sempre, foi definitiva!

28/05/2015

Criogenia: é possível preservar a vida?

O congelamento de corpos ou a criogenia é um ramo da físico-química que estuda tecnologias para congelar corpos a temperaturas abaixo de -150°C
Os gases de nitrogênio, hélio e oxigênio quando liquefeitos podem ser usados em muitas aplicações criogênicas (ex. congelamento de embriões em laboratórios de reprodução artificial; de células-tronco de embriões ou do cordão umbilical).
Criogenia é possível preservar a vida
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
São muitos os objetivos buscados ao congelar corpos, mas o mais ambicioso é a tentativa de manter a pessoa supostamente “viva” e congelada, na expectativa de, no futuro, encontrar a cura da doença pela qual ela foi acometida. Dessa forma, essa pessoa poderá ser curada e continuar sua vida livre daquela enfermidade. Conforme cientistas do Cryionics Institute, criado com o objetivo de preservação da vida por meio da criogenia, imediatamente após a morte confirmada, o paciente é exposto a uma substância que impedirá a formação de gelo em torno do corpo e, logo em seguida, o corpo é resfriado a uma temperatura muito baixa, mantendo-o por tempo indeterminado em “cryostasis”, ou seja, congelado em nitrogênio líquido. No entanto, os próprios cientistas afirmam que essa técnica não consiste em querer “ressuscitar” a pessoa, pois a criogenia não poderá restaurar pessoas com morte cerebral.
A criopreservação só pode garantir a preservação de estruturas corporais que possam voltar à vida, ou seja, serem restauradas. A criônica tem como objetivo “preservar” corpos humanos recém-falecidos para reanimá-los na posteridade. Muitos cientistas descartam essa possibilidade como algo mais ligado ao campo religioso do que à ciência; afinal, as pessoas são congeladas e ficam à espera de um progresso científico capaz de curá-las de sua enfermidade até então incurável.
A criopreservação é possível, já temos o congelamento de embriões humanos em laboratórios por tempo indeterminado; porém, imaginar que o paciente possa voltar e ser curado da enfermidade já é outra história. Cientistas estão fazendo testes com animais, tecidos e órgãos humanos e garantem que estão tendo sucesso. Para os defensores dessa tecnologia, é como se a pessoa acordasse de um sono profundo muitos anos depois de sua era. Para isso, diferentes laboratórios criogênicos do mundo estão trabalhando exaustivamente e têm a permissão de seus respectivos governos para funcionarem normalmente. Um dos grandes desafios para os criônicos é como reverter os danos biológicos causados pelo processo de esfriamento, ou seja, ainda não possuem a tecnologia para reverter a vitrificação.
O que podemos dizer de tudo isso? Tem-se desenvolvido uma nova expectativa que é funcional, sobretudo, na cruzada da medicina contra a mortalidade: tudo é permitido, salva vidas, cura as doenças e evita a morte, ou seja, deve-se fazer de tudo para preservar a saúde e prolongar o máximo possível a vida; os outros valores devem se curvar na presença de divindades biomédicas como uma melhor saúde, maior vigor e vida mais longa.
Se a vida é um bem e viver mais é melhor, por que não considerar a morte uma doença e lutar para vencê-la a todo custo? O uso das biotecnologias na luta contra a morte levanta razões sérias e importantes para uma reflexão ética acerca da oportunidade da “cura da morte”.
De fato, a vitória sobre a morte é o objetivo implícito da ciência médica moderna e de todos os projetos científicos ao longo da história. São várias as propostas na busca contínua da conquista da natureza para aliviar a condição humana, e para isso instituíram a ciência, cujo objetivo explícito é inverter a maldição caída sobre Adão e Eva, sobretudo recuperar a árvore da vida por meio do conhecimento científico. Para a maioria de nós, especialmente no mundo moderno secularizado, onde as pessoas cada vez mais estão convencidas de que esta é a única vida que nos foi dada, o desejo de estender (mesmo que pouco) a duração da vida é a revelação do desejo de não envelhecer e nunca morrer.
A moralidade da busca contra a morte depende da ação ou do objetivo aos quais o desejo está vinculado. O mal está em sua procura desordenada e desvinculada de nosso verdadeiro fim que é estar em Deus. É necessário que o homem reconheça e aceite a própria realidade e os próprios limites. E, ao abrir-se a Deus, poderá acolher melhor o sentido da própria fragilidade, dos próprios limites e desejos ilimitados.
Não é contrário à natureza, em busca de uma medida ética e digna da pessoa, encontrar meios para lutar contra a mortalidade ou mesmo para envelhecer com melhor qualidade de vida. Na atribuição ética da tecnologia que procura vencer a morte, é preciso avaliar a intenção de tal busca, enquanto tal intervenção é capaz de modificar a natureza humana e as eventuais consequências para a pessoa e para a humanidade. A busca desenfreada da cura da morte, neste caso específico do congelamento do corpos, que afeta a integridade da pessoa na tentativa de atingir uma vida imortal, é uma ofensa contra a dignidade em sua humanidade, é a não aceitação da condição de criatura e como relata o livro do Gênesis sobre Adão e Eva, é querer reivindicar para si o direito de decidir o que é bom e o que mau,uma força perigosa e ameaçadora e da qual cada geração a vive e, por isso, o pecado ainda continua.

Pos graduação em bioetica
Texto: Padre Mário Marcelo Coelho

27/05/2015

A família é uma escola de formação

O seio da família é o ambiente privilegiado do encontro na gratuidade e no amor, uma escola

As crises no atual contexto da sociedade demandam qualificados investimentos em educação. A escola formal é muito importante, pode transformar processos, mas deve ser permanentemente repensada. Essa atitude reflexiva é necessária justamente para que a dimensão “formal” da escola, seu componente constitutivo, não se torne, no lugar de um processo libertador e alicerce de um novo humanismo, um caminho para a produção de polarizações e radicalismos, que tanto pesam sobre a sociedade. Preocupante também é a quantidade de diplomados sem capacidade para liderar e impulsionar processos, mesmo os mais simples. Trata-se de uma carência que atrasa a superação das muitas crises.

Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

O tratamento inadequado da realidade educacional no país penaliza os estudantes e os processos de ensino. Se a educação é prioridade, torna-se inaceitável a imposição de sacrifícios às instituições educativas e aos seus destinatários: os alunos. Esses sacrifícios comprometem a formação pessoal e profissional. Por isso, espera-se lucidez política e governamental para que problemas criados por outros não imponham dificuldades aos que são esperança do futuro. No conjunto de instituições educativas, deve-se considerar a família, a primeira escola. Indicações oportunas, que precisam ser refletidas, estão na mensagem do Papa Francisco para o 49º Dia Mundial das Comunicações Sociais, celebrado pela Igreja Católica, no mundo inteiro, neste mês de maio. A mensagem sublinha que a família há de ser compreendida sempre como um ambiente privilegiado do encontro na gratuidade e no amor. Por isso mesmo, é uma escola.

Encontro e gratuidade têm que ser aprendidos, vivenciados e exercitados. Essa capacitação, de caráter espiritual, é indispensável para que a sociedade enfrente suas muitas dificuldades e encontre saídas. Não se pode limitar a compreensão da crise econômica, por exemplo, considerando que sua superação passa apenas por números e taxas. A falta de qualidade humanística, em todas as etapas da história, é o nascedouro de desastres. Trata-se de base para os descompassos, fonte de prejuízos na sociedade. Investir na formação humanística, que começa no contexto familiar, eis uma saída no processo exigente para prevenir e superar crises.

Por isso, a Igreja coloca a reflexão sobre a família no centro de suas prioridades. Será realizado em outubro deste ano, em Roma, a partir de convocação do Papa Francisco, o Sínodo dos Bispos que aprofundará essa reflexão. A Igreja é consciente do caráter determinante da família na sua missão e na sua constituição. Essa consciência sobre a importância do contexto familiar precisa ser cada vez mais partilhada por todas as instituições da sociedade, particularmente as governamentais.

A aprendizagem singular e insubstituível da comunicação na escola da família abrange a vivência de dinâmicas que qualificam para que se conviva com a diferença. Isso é exigência fundamental na vida contemporânea. É na família que se aprende a língua materna, uma força que desperta a capacidade de percepção e incita o sentido de viver e de fazer algo de bom e belo. A experiência de se constituir vínculos no contexto familiar é determinante na formação da competência para gerar respostas. É na família que se inicia também a configuração de uma indispensável espiritualidade, sem a qual não se dá conta de viver adequadamente.

Comprometida a instituição familiar, e consequentemente os processos de comunicação, muitos serão os prejuízos. Basta listar e analisar situações em que atores inadequadamente interagem, manifestam incompetência para uma comunicação capaz de gerar o que é bom e belo. A estrutura básica de cada pessoa, que inclui a capacidade para interagir, para ser edificada, depende da família, lugar singular do abraço, do apoio, dos olhares comunicativos, do silêncio, do rir e chorar juntos numa experiência de amor entre pessoas. A família precisa estar mais na pauta cotidiana de instituições e de governos, para que a sociedade não sofra grandes perdas e sacrifícios. O tratamento adequado dessa tão importante instituição é inadiável. Todos devem reconhecê-la como importantíssima escola.

Texto: Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Fonte: Canção Nova

26/05/2015

Pentecostes: uma vida sob a ação do Espírito

Quando falamos da vida segundo o Espírito, não devemos imaginar uma vida fora da realidade
O Pai ama por meio do Filho (cf. Jo 10,17) e derrama o Seu Espírito, o Defensor, para que permaneça com os Seus (cf. Jo 14,16), ou seja, é um dom de Deus para toda a humanidade. Desde os primórdios, os padres da Igreja ensinam que esta nasceu no Espírito Santo doado por Cristo no alto da cruz, e também no cenáculo em Pentecostes. O Pentecostes, narrado no livro dos Atos dos Apóstolos, capítulo 2, é o mais famoso relato sobre Sua vinda, porém houve outros Pentecostes (Atos 4,31; 8,16-17; 11,44-48).
Pentecostes Uma vida sob a ação do Espírito SantoFoto: Daniel Mafra/cancaonova.com 
A Igreja nasceu no Espírito. Ela é movida, sustentada, guiada por Ele. Enfim, sem o Espírito Santo fica difícil pensar em Igreja, assim também nos membros dela. Nós não podemos e não conseguiremos viver sem o sopro do Espírito.
O Espírito Santo é invocado nos sacramentos. Como é maravilhoso perceber que, nas fases da vida cristã, recebemos essa força do Senhor! No batismo, somos batizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Quando somos perdoados no sacramento da penitência, somos perdoados pelo Espírito enviado do Pai e do Filho, e assim todos os sacramentos são realizados pela ação do Espírito.
Quando falamos da vida segundo o Espírito, não devemos imaginar uma vida fora da realidade, desvinculada de si mesma; aliás, a vida humana é composta pela realidade física, biológica, psíquica e espiritual. Nenhuma deve ser descartada, pois o ser humano é um todo. Devemos ter bem claro isso: somos um conjunto, mas precisamos reconhecer que, quando a vida espiritual vai mal, as outras realidades acabam indo mal; e quando se vive uma espiritualidade sadia, consegue-se superar o males físicos, biológicos e psíquicos. Quando há saúde espiritual, os males em outras áreas podem não ser sanados, mas superados pela força do Espírito. O mal físico e a violência podem nos impedir de caminhar alguns metros e nos limitar, enquanto o Espírito nos leva a distâncias longínquas, porque n’Ele somos livres.
Hoje, sem dúvida, temos de valorizar a vida espiritual, uma vida segundo o Espírito de Deus. Em nosso tempo, uma das grandes dificuldades que as pessoas vivem é uma vida sem sabor, sem sentido, uma vida de erros, à qual chamamos de pecado. Uma vida sem o auxílio do Alto é fadada ao fracasso, susceptível às doenças psíquicas e físicas. Quantas pessoas doentes no espírito, quantas pessoas perdidas! Quantas pessoas vão à igreja, mas, desanimadas, não conseguem se levantar ou possuem dificuldades para fazer isso?
Veja mais:
Tanto para as pessoas que estão na igreja quanto para as que não estão fica o convite: precisamos ter uma vida no Espírito para que todos sejamos saudáveis, fortes, esperançosos, para que não desanimemos frente às limitações humanas e aos poderes do mal.
Essa vida segundo o Espírito é vivida sob a orientação de Deus, sob a moção divina. Mas como a conseguir? É possível, por meio de uma vida de oração, ter contato com Deus, onde o Espírito Santo é o que nos impulsiona, é o que nos esclarece e ordena, é Aquele que nos faz perseverar e entender as situações. E mesmo que não as entendamos, Ele nos dá esperança, sentido à nossa vida. Os dons do Espírito nos ajudam no dia a dia.
Nós devemos buscar uma vida em Deus não só nos momentos difíceis, pois todo o tempo estamos sendo testados. Somos chamados, a cada momento, a dar uma resposta coerente, segundo o Cristo. Graças a Deus, existe um caminho que podemos percorrer para não nos perdermos: a Igreja Católica Apostólica Romana, pois esta já fez e faz um caminho sob a orientação do Espírito Santo.
Jesus, como narra e evangelista João, soprou sobre os discípulos o Espírito Santo (Jo 20,22). O Paráclito não foi derramado sobre um, mas sobre todos os discípulos, sobre a primeira comunidade reunida, a Igreja. Assim, eles se tornam apóstolos, e, encorajados pelo Sopro Divino, anunciam, com ousadia, o Cristo Ressuscitado. Quando surgiam os problemas e as dúvidas, os apóstolos podiam contavam uns com os outros. Pedro até poderia, como o primeiro, decidir, mas tomava a decisão junto com os apóstolos. Um exemplo é a eleição dos diáconos (Atos 6,1-6). Já no capítulo 15 de Atos, Paulo e Barnabé, em Antioquia, encontraram dificuldades com alguns cristãos judeus e foram tratar do assunto em Jerusalém. Esse é o primeiro concílio da Igreja.
A Igreja é mãe e mestra, afinal, são “apenas” dois mil anos de experiência, de acertos e erros. Nós aprendemos e somos educados por ela. Quando digo que vivemos movidos pelo Espírito, digo que somos movidos pelas orientações da Igreja. O Espírito nos orienta quando nos colocamos em oração, quando temos sensibilidade para realizar algo; principalmente quando tudo isso está dentro daquilo que a Igreja aprova e nos orienta.
Veja mais:
Por fim, uma vida segundo o Espírito é uma vida no Espírito Santo, seguindo Suas orientações numa comunhão com a Igreja, a qual nos leva a discernir entre o certo e o errado, ajuda-nos a fazer a vontade de Deus e nos orienta em todos os momentos da nossa vida, principalmente quando nos impulsiona a viver a caridade. A vida segundo o Espírito nos faz pessoas melhores não para nós mesmos, não para nos sentirmos bem, mas ela nos leva ao necessitado, nos faz desprendidos das coisas terrenas, livres para servir aos outros e amá-los.
Deus seja louvado!
Texto: Padre Márcio

24/05/2015

Pentecostes. Receba o Espírito Santo

É tempo de ouvirmos o Senhor e Sua Igreja que nos dizem: “Recebam o Espírito Santo”!
Após a Ressurreição, Jesus apareceu aos Seus discípulos, soprou sobre eles e lhes concedeu o dom do Espírito Santo. Antes de subir ao Céu, recomendou-lhes permanecerem em oração, aguardando o dom do Alto, o novo Consolador, Advogado e Defensor. Na manhã de Pentecostes, Festa das Colheitas para os Judeus, saída à vida pública para a Igreja nascente, vento, línguas de fogo, pregação corajosa do nome de Jesus, partilha dos bens, vida em comunidade, conversões! São os resultados da efusão do Espírito Santo derramado sobre os fiéis. De lá para cá, é sempre o Espírito Santo, Alma da Igreja, diz Jesus, “que convence o mundo em relação ao pecado, à justiça e ao julgamento. Quanto ao pecado: eles não acreditaram em mim. Quanto à justiça: eu vou para o Pai, de modo que não mais me vereis. E quanto ao julgamento: o chefe deste mundo já está condenado” (Jo 16, 8-11).
De fato, sem o Espírito Santo Deus está distante, Cristo é do passado, o Evangelho é letra morta, a Igreja é uma simples organização, a autoridade é dominação, a missão é propaganda, o culto é evocação, o agir cristão é uma moral de escravos. Mas com o Espírito Santo e no Espírito Santo o Universo é elevado e clama pelo Reino de Deus, a presença do Cristo Ressuscitado é reconhecida, o Evangelho é vida e poder, Igreja significa comunhão trinitária, a autoridade é um serviço libertador, a missão um Pentecostes, a Liturgia é memorial e antecipação do mistério, o agir humano é divinizado (Cf. Ignazio Hazim, La resurrezione e l’uomo d’oggi – Ed. Ave, Roma, 1970, pp. 25-26).
Pentecostes. REceba o Espírito Santo
O Espírito Santo é derramado sobre a Igreja, conduzindo-a a viver de forma divina as realidades humanas. Seus dons são Sabedoria, Entendimento, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade e Temor de Deus. Com eles podemos receber as graças que descem do Céu!Ouvimos o Senhor e Sua Igreja que nos dizem: “Recebam o Espírito Santo”!
O Espírito de Deus deve ser acolhido. Ele é o dom sempiterno de Deus, derramado sobre a Igreja e sobre todos os fiéis. O Espírito Santo age no mundo, suscitando o bem e a busca da verdade. Sua ação conduz as consciências para suscitar a convergência de todos os rios da existência humana para o amor de Deus e Sua presença. N’Ele, podemos acreditar no bem existente no coração das pessoas e receber as forças necessárias para buscá-Lo e valorizá-Lo. Diante de Sua ação, caem todas as resistências interiores. A atitude mais sincera, diante da ação do Espírito Santo, é a docilidade, pois uma pretensa autonomia conduz as pessoas ao orgulho. Deixar-se conduzir por amor é honestidade interior, é saber viver, até porque, de uma forma ou de outra, sempre somos influenciados por alguém, por correntes de pensamento ou doutrinas. Saibamos escolher a melhor companhia, e esta é dada de presente, enviada pelo Pai e pelo Filho segundo a promessa que nos foi feita.
O Espírito Santo se manifesta nos multiformes dons com que prodigaliza os fiéis, suscitando carismas, ministérios e serviços segundo o dom de Deus e o acolhimento de Suas graças. “Há um só corpo e um só Espírito, como também é uma só a esperança à qual fostes chamados. Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, acima de todos, no meio de todos e em todos. No entanto, a cada um de nós foi dada a graça conforme a medida do dom de Cristo” (Ef 4, 4-7). Como árvore que dá bons frutos, a presença dos frutos do Espírito faz a humanidade identificar as raízes das pessoas que por eles se deixam conduzir: “O fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, lealdade, mansidão, domínio próprio” (Gl 5, 22-23). Aconteça Pentecostes, a festa da colheita, quando as pessoas vierem a nós, e a árvore boa produza frutos bons (Cf. Mt 7, 16-18).
“Estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: A paz esteja convosco. Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então, os discípulos se alegraram por verem o Senhor. Novamente, Jesus disse: A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio” (Jo 20, 19-21). Com a unção do Espírito Santo, nossa humanidade é marcada pela santidade de Jesus Cristo e nos tornamos capazes de amar os irmãos com o mesmo amor com que Deus nos ama. E o Espírito Santo envia. Se Jesus é o “Enviado”, cheio do Espírito do Pai, nós, ungidos pelo mesmo Espírito, também somos enviados como mensageiros e testemunhas de paz, missionários, Igreja “em saída”. Quanta necessidade tem o mundo de nós como mensageiros de paz, como testemunhas de paz! Também o mundo nos pede para lhe fazermos isso: levar a paz, testemunhar a paz! E esta não se pode comprar, não está à venda. A paz é um dom que se deve buscar pacientemente e construir “artesanalmente” nos pequenos e grandes gestos que formam a nossa vida diária (Cf. Homilia do Papa Francisco em Amã – Jordânia, sábado, 24 de maio de 2014).
Assim, o próprio Espírito Santo suscita, nestes dias, a oração sincera em nosso coração e em nossos lábios:
Vem, Espírito Santo, luz do alto, força de Deus para nosso mundo! Vem consolar os corações atribulados, vem trazer alegria às pessoas abandonadas e solitárias. Tua presença inunde todos os recantos da terra e venha ao encontro de todos que anseiam pela verdade e não se satisfazem com respostas superficiais.
Vem Espírito Santo, curar as consciências enfermas, restaurar os corações que se afastaram do reto caminho. Faze com que a vingança de amor aconteça, trazendo para o bem todas as pessoas que tramam a maldade, onde quer que esteja uma pessoa humana. Que todos os homens e mulheres encontrem os sinais do Reino de Deus e que este aconteça em todos os quadrantes do mundo que Jesus veio salvar!
Vem, Espírito Santo, inunda a Igreja com Teus dons e concede-nos o melhor de todos, que é o amor de caridade!

Texto: Dom Alberto Taveira

23/05/2015

O veneno da inveja e suas consequências


“Há poucos homens capazes de prestar homenagem ao sucesso de um amigo, sem qualquer inveja.” (Ésquilo)

Não posso garantir que a frase acima seja do autor em questão. Mas uma coisa sei: ela carrega consigo uma verdade. Muitos se alegram com as dores do outro. Contraditório? Não.
O veneno da inveja e suas consequências
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
Quando alguém não consegue uma vitória que havia buscado, há uma solidariedade por vezes camuflada. Nem todos se alegram, mas é verdade também que nem todos se compadecem. É mais fácil ser solidário na dor que se alegrar com as conquistas dos amigos. Ver a felicidade alheia causa sintomas que roubam a paz que falta no olhar de quem vê o sorriso da vitória.
Um sorriso que não nasce dos nossos próprios lábios sempre é fácil de ser digerido. Bom mesmo é sorrir com nossas conquistas e ver o olhar do outro querendo consumir em prestações a nossa felicidade. Triste realidade de quem vive na dependência do consumismo alheio. Mais triste ainda é ver a inveja destruir amizades.
Há diamantes querendo ser topázios, no entanto, não compreenderam que o rubi nunca será uma esmeralda. Cada um é um no projeto singular da existência humana. Se Deus nos fez diamantes, Ele irá, ao longo da vida, lapidar-nos para que sejamos um diamante mais bonito, mas nunca deixaremos de ser um diamante para nos tornarmos topázio. Precisamos aceitar nossas belezas e deixar que o outro seja tão belo quanto ele foi criado. Esse processo leva tempo, requer maturidade e confiança na graça de Deus, pois Ele nos fez únicos para sermos luz no mundo.
A inveja talvez tenha sua raiz na incapacidade que uma pessoa carrega em si de fazer a diferença a partir de suas próprias capacidades. Quando o jardim do outro parece mais bonito do que o nosso próprio jardim, deixamos o cuidado do nosso tempo ao descuido e passamos a vida a contemplar as flores que não nos pertencem; deixamos as nossas morrerem secas pela inveja que não nos permite cuidar de nossa própria vida.
A inveja deixa sim os olhos grandes, mas de incapacidades que poderiam ter se transformado em lindos jardins. Não é o elogio que faz o outro feliz, mas a capacidade que temos de cuidar de nossa própria vida e deixar o outro seguir seus próprios caminhos. Quem se preocupa demais com a vida alheia é porque já não tem mais tempo de cuidar de suas próprias demandas. Transformou sua vida no mito de Narciso, mas, em vez de contemplar sua própria face, enxerga sempre no lago de seus pensamentos o rosto da felicidade alheia. Perdeu seus olhos em um mundo que nunca será seu. O tempo que se usa vigiando a vida do outro seria muito mais bem aproveitado se cuidasse de suas próprias fragilidades humanas.

Texto: Padre Fábio Sobreiro

22/05/2015

Santa Rita de Cássia, conhecida como Santa dos Impossíveis


Santa Rita de Cássia

Nasceu na Itália, em Cássia, no ano de 1380. Seu grande desejo era consagrar-se à vida religiosa. Mas, segundo os costumes de seu tempo, ela foi entregue em matrimônio para Paulo Ferdinando.
Tiveram dois filhos, e ela buscou educá-los na fé e no amor. Porém, eles foram influenciados pelo pai, que antes de se casar se apresentava com uma boa índole, mas depois se mostrou fanfarrão, traidor, entregue aos vícios. E seus filhos o acompanharam.
Rita então, chorava, orava, intercedia e sempre dava bom exemplo a eles. E passou por um grande sofrimento ao ter o marido assassinado e ao descobrir depois que os dois filhos pensavam em vingar a morte do pai. Com um amor heroico por suas almas, ela suplicou a Deus que os levasse antes que cometessem esse grave pecado. Pouco tempo mais tarde, os dois rapazes morreram depois de preparar-se para o encontro com Deus.
Sem o marido e filhos, Santa Rita entregou-se à oração, penitência e obras de caridade e tentou ser admitida no Convento Agostiniano em Cássia, fato que foi recusado no início. No entanto, ela não desistiu e manteve-se em oração, pedindo a intercessão de seus três santos patronos – São João Batista, Santo Agostinho e São Nicolas de Tolentino – e milagrosamente foi aceita no convento. Isso aconteceu por volta de 1441.
Seu refúgio era Jesus Cristo. A santa de hoje viveu os impossíveis de sua vida se refugiando no Senhor. Rita quis ser religiosa. Já era uma esposa santa, tornou-se uma viúva santa e depois uma religiosa exemplar. Ela recebeu um estigma na testa, que a fez sofrer muito devido à humilhação que sentia, pois cheirava mal e incomodava os outros. Por isso teve que viver resguardada.
Morreu com 76 anos, após uma dura enfermidade que a fez padecer por 4 anos. Hoje ela intercede pelos impossíveis de nossa vida, pois é conhecida como a “Santa dos Impossíveis”.
Santa Rita de Cássia, rogai por nós!

21/05/2015

Dicas que ajudam no processo de cura interior

A partir de cuidados com coisas que utilizamos e deixam um ambiente mais agradável, podemos iniciar esse processo de reorganizar a casa do coração
Tudo aquilo que está em nosso meio pode dizer muito de como está o nosso coração.
Também somos responsáveis pelo ambiente que nos cerca. Existe um clima que é somatória dos aspectos emocionais, compostos de bons sentimentos e tensões, e dos aspectos materiais, ou seja, a disposição dos objetos e impressão visual destes. As coisas que possuímos ou utilizamos ficam impregnadas com a nossa marca, são como uma extensão nossa. Por exemplo: É fácil o acesso a pesquisa em que encontramos resultados que ligam a cor do automóvel com o temperamento do proprietário, a estampa da roupa com o ânimo no dia de quem a veste.
Não como via de regra, mas, quando observamos alguém com um desleixo com seus pertences e com sua apresentação e asseio, pode ser um indicativo de que esse indivíduo está deixando de acreditar em si e de gostar de si mesmo. Um dos sintomas da depressão é a pessoa não reagir e não se importar muito com nada que a circunda.
Então, a via inversa também pode ser um meio de começar a organizar o interior. Se estamos desanimados, se chegamos à conclusão de que necessitamos de uma cura interior, a partir de cuidados com coisas que utilizamos e deixam um ambiente mais agradável, podemos iniciar esse processo de reorganizar a casa do coração.
Arrumar a cama, pintar a casa, desfazer-se de roupas que não mais usamos, tirar papéis velhos da gaveta, criar a coragem de jogar fora fotos de relacionamentos passados e que não nos fizeram bem, desentulhar as coisas que estão naquele cômodo dos fundos, e claro, o cuidado consigo mesmo, são o pontapé inicial para muitas mudanças no todo da vida e um gesto concreto e material de renunciar aos desacertos. Há muitas coisas guardadas em nossas casas, no escritório, na garagem, que correspondem a tralhas antigas no coração. Algumas têm ligação direta, são lembrancinhas para um saudosismo, mas, outras coisas significarão somente a vontade de uma vida nova, de mudança.
Faça hoje sua reflexão! O que tenho comigo que não me faz crescer?Ainda que num primeiro momento tenhamos que fazer um grande esforço para começarmos a faxina da alma (pois somos apegados até mesmo aos males sofridos) o resultado será compensador. Quando nos dermos conta, até mesmo sensações feridas e a autoestima podem melhorar e muito.
Com toda certeza, não é modificando o exterior que preencheremos de sentido a nossa alma.
Boa faxina!

20/05/2015

Orações Milagrosas de São Bento

Oração da Medalha de São Bento
A Cruz Sagrada seja a minha luz, não seja o dragão o meu guia. Retira-te, satanás! Nunca me aconselhes coisas vãs. É mau o que tu me ofereces, bebe tu mesmo os teus venenos!
Orações Milagrosas de São BentoFoto: Daniel Mafra/cancaonova.com
Oração a São Bento
Ó Deus, Vós que Vos dignastes derramar sobre o bem-aventurado confessor, o Patriarca São Bento, o espírito de todos os justos, concedei a nós, Vossos servos e servas, a graça de nos revestirmos desse mesmo espírito para que possamos, com o Vosso auxílio, fielmente cumprir o que temos prometido. Por Jesus Cristo Nosso Senhor. Amém.
Oração para obter uma graça
Ó glorioso Patriarca São Bento, que vos mostrastes sempre compassivo com os necessitados, fazei que também nós, recorrendo a vossa poderosa intercessão, obtenhamos auxílio em todas as nossas aflições. Que nas famílias reine a paz e a tranquilidade; afastem-se todas as desgraças, tanto corporais como espirituais, especialmente o pecado. Alcançai do Senhor a graça que vos suplicamos, obtendo-nos finalmente que, ao terminar nossa vista neste vale de lágrimas, possamos louvar a Deus.