30/09/2015

A diferença entre a Bíblia católica e protestante

Demoraram alguns séculos para que a Igreja Católica chegasse a forma final da Bíblia com os 73 livros

Em vários Concílios, ao longo da história, a Igreja, assistida pelo Espírito Santo (cf. Jo 16,12-13) estudou e definiu o Índice (cânon) da Bíblia; uma vez que nenhum de seus livros traz o seu Índice. Foi a Igreja Católica quem berçou a Bíblia. Garante-nos o Catecismo da Igreja e o Concílio Vaticano II que: “Foi a Tradição apostólica que fez a Igreja discernir que escritos deviam ser enumerados na lista dos Livros Sagrados” (Dei Verbum 8; CIC,120). Portanto, sem a Tradição da Igreja não teríamos a Bíblia. Santo Agostinho dizia: “Eu não acreditaria no Evangelho, se a isso não me levasse a autoridade da Igreja Católica” (CIC,119).
A diferença entre a Bíblia católica e a protestante
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Por que a Bíblia católica é diferente da protestante?

Esta tem apenas 66 livros porque Lutero e principalmente os seus seguidores, rejeitaram os livros de Tobias, Judite, Sabedoria, Baruc, Eclesiástico (ou Sirácida), 1 e 2 Macabeus, além de Ester 10,4-16; Daniel 3,24-20; 13-14. A razão disso vem de longe. No ano 100 da era cristã, os rabinos judeus se reuniram no Sínodo de Jâmnia (ou Jabnes), no sul da Palestina, a fim de definir a Bíblia Judaica. Isto porque nesta época começavam a surgir o Novo Testamento com os Evangelhos e as cartas dos apóstolos, que os judeus não aceitaram. Nesse Sínodo, os rabinos definiram como critérios para aceitar que um livro fizesse parte da Bíblia, o seguinte:
1 – Deveria ter sido escrito na Terra Santa;
2 – Escrito somente em hebraico, nem aramaico e nem grego;
3 – Escrito antes de Esdras (455-428 a.C.);
4 – Sem contradição com a Torá ou lei de Moisés.
Esses critérios eram puramente nacionalistas, mais do que religiosos, fruto do retorno do exílio da Babilônia em 537aC. Por esses critérios não foram aceitos na Bíblia judaica da Palestina os livros que hoje não constam na Bíblia protestante, citados anteriormente. Mas a Igreja católica, desde os apóstolos, usou a Bíblia completa. Em Alexandria no Egito, cerca de 200 anos antes de Cristo, já havia uma influente colônia de judeus, vivendo em terra estrangeira e falando o grego. O rei do Egito, Ptolomeu, queria ter todos os livros conhecidos na famosa biblioteca de Alexandria; então mandou buscar 70 sábios judeus, rabinos, para traduzirem os Livros Sagrados hebraicos para o grego, entre os anos 250 e 100 a.C, antes do Sínodo de Jâmnia (100 d.C). Surgiu, assim, a versão grega chamada Alexandrina ou dos Setenta, que a Igreja Católica sempre seguiu.
Essa versão dos Setenta, incluiu os livros que os judeus de Jâmnia, por critérios nacionalistas, rejeitaram. Havia, dessa forma, no início do Cristianismo, duas Bíblias judaicas: a da Palestina (restrita) e a Alexandrina (completa – Versão dos LXX). Os Apóstolos e Evangelistas optaram pela Bíblia completa dos Setenta (Alexandrina), considerando inspirados (canônicos) os livros rejeitados em Jâmnia.
Ao escreverem o Novo Testamento, utilizaram o Antigo Testamento, na forma da tradução grega de Alexandria, mesmo quando esta era diferente do texto hebraico. O texto grego “dos Setenta” tornou-se comum entre os cristãos; e portanto, o cânon completo, incluindo os sete livros e os fragmentos de Ester e Daniel, passaram para o uso dos cristãos. Das 350 citações do Antigo Testamento que há no Novo, 300 são tiradas da versão dos Setenta, o que mostra o uso da Bíblia completa pelos apóstolos.
Verificamos também que nos livros do Novo Testamento há citações dos livros que os judeus nacionalistas da Palestina rejeitaram. Por exemplo: Rom 1,12-32 se refere a Sb 13,1-9; Rom 13,1 a Sb 6,3; Mt 27,43 a Sb 2, 13.18; Tg 1,19 a Eclo 5,11; Mt 11,29s a Eclo 51,23-30; Hb 11,34 a 2 Mac 6,18; 7,42; Ap 8,2 a Tb 12,15. Nos séculos II a IV, houve dúvidas na Igreja sobre os sete livros por causa da dificuldade do diálogo com os judeus. Mas a Igreja, ficou com a Bíblia completa da versão dos Setenta, incluindo os sete livros.
Após a Reforma Protestante, Lutero e seus seguidores rejeitaram os sete livros já citados. É importante saber também que muitos outros livros, que todos os cristãos têm como canônicos, não são citados nem mesmo implicitamente no Novo Testamento. Por exemplo: Eclesiastes, Ester, Cântico dos Cânticos, Esdras, Neemias, Abdias, Naum, Rute. Outro fato importantíssimo é que nos mais antigos escritos dos papas da Igreja (patrística) os livros rejeitados pelos protestantes (deutero-canônicos) são citados como Sagrada Escritura.

Será que a Igreja se enganou?

Assim, São Clemente de Roma, o quarto papa da Igreja, no ano de 95 escreveu a Carta aos Coríntios, citando Judite, Sabedoria, fragmentos de Daniel, Tobias e Eclesiástico; livros rejeitados pelos protestantes. Ora, será que o papa S. Clemente se enganou e com ele a Igreja? É claro que não. Da mesma forma, o conhecido Pastor de Hermas, no ano 140, faz amplo uso de Eclesiástico e de Macabeus II; Santo Hipólito (†234), comenta o livro de Daniel com os fragmentos deuterocanônicos rejeitados pelos protestantes e cita como Sagrada Escritura: Sabedoria, Baruc, Tobias, 1 e 2 Macabeus.
Fica assim, muito claro, que a Sagrada Tradição da Igreja e o Sagrado Magistério sempre confirmaram os livros deuterocanônicos como inspirados pelo Espírito Santo. Vários Concílios confirmaram isto: os Concílios regionais de Hipona (ano 393); Cartago II (397), Cartago IV (419), Trulos (692). Principalmente os Concílios ecumênicos de Florença (1442), Trento (1546) e Vaticano I (1870) confirmaram a escolha.
No século XVI, Martinho Lutero (1483-1546) para contestar a Igreja, e para facilitar a defesa das suas teses, adotou o cânon da Palestina e deixou de lado os sete livros conhecidos, com os fragmentos de Esdras e Daniel. Lutero, quando estava preso em Wittenberg, ao traduzir a Bíblia do latim para o alemão, traduziu também os sete livros (deuterocanônicos) na sua edição de 1534, e as Sociedades Bíblicas protestantes, até o século XIX incluíam os sete livros nas edições da Bíblia.
Neste fato fundamental para a vida da Igreja (a Bíblia completa) vemos a importância da Tradição da Igreja, que nos legou a Bíblia como a temos hoje. Disse o último Concílio: “Pela Tradição torna-se conhecido à Igreja o Cânon completo dos livros sagrados e as próprias Sagradas Escrituras são nelas cada vez mais profundamente compreendidas e se fazem sem cessar, atuantes.” (DV,8).
Se negarmos o valor indispensável da Igreja Católica e de sua Sagrada Tradição, negaremos a autenticidade da própria Bíblia. Note que os seguidores de Lutero não acrescentaram nenhum livro na Bíblia, o que mostra que aceitaram o discernimento da Igreja Católica desde o primeiro século ao definir o índice da Bíblia. É interessante notar que o papa São Dâmaso (366-384), no século IV, pediu a S.Jerônimo que fizesse uma revisão das muitas traduções latinas que havia da Bíblia, o que gerava certas confusões entre os cristãos.
São Jerônimo revisou o texto grego do Novo Testamento e traduziu do hebraico o Antigo Testamento, dando origem ao texto latino chamado de Vulgata, usado até hoje.

Autor: Felipe Aquino

29/09/2015

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate!

Houve então uma batalha no céu: Miguel e seus anjos guerrearam contra o Dragão...

Talvez entre os três arcanjos, Rafael, Gabriel e Miguel, este último seja o mais invocado pelos cristãos. Existe até mesmo a devoção da “Quaresma de São Miguel”, com início no dia 15 de agosto, Dia da Assunção de Nossa Senhora e término em 29 de setembro, véspera da festa dos santos arcanjos.

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate!
O Arcanjo Miguel sempre foi muito amado e venerado pelo povo de Deus. Diante de algumas passagens da Sagrada Escritura a Igreja foi entendendo melhor o papel e a missão que ele tem, junto ao Senhor, em favor dos homens, como, por exemplo no Livro do Profeta Daniel: “Naquele dia vai prevalecer Miguel, o grande comandante, sempre de pé ao lado do teu povo” (Dn 12, 1). Daí sabemos que o Senhor o constituiu guarda e protetor da Igreja.

Guardião dos agonizantes

A tradição o vê também como guardião dos agonizantes, aquele que leva as almas ao Trono de Deus para o julgamento, invocado como nosso advogado na vida e na hora da morte (cf. Jd 1, 9).
Nas artes, ele é representado vestindo armadura, de espada em punho e atacando o diabo, que está derrotado aos seus pés. Praticamente visualizamos esta imagem em suas palavras ao demônio: “Que o Senhor te repreenda” na Epístola de São Judas 1, 9, e em Apocalipse 12, 7-8: “Houve então uma batalha no céu: Miguel e seus anjos guerrearam contra o Dragão. O Dragão lutou, juntamente com seus anjos, mas foi derrotado e eles perderam seu lugar no céu”.

Virtude de São Miguel

Contudo, sua maior virtude vem da decisão e atitude anterior a todos esses feitos e exercícios ministeriais, em que diante da loucura de uma criatura que desejava ser comparada ao Senhor, Miguel declara: “Quem como Deus?”. Seu nome é uma alusão ao alto grau de convicção e fidelidade que este arcanjo tem ao Altíssimo. “Miguel” significa “Quem como Deus?”, exatamente na forma de pergunta, dada em resposta à arrogância de satanás.
“Deus resiste aos soberbos, mas concede a graça aos humildes” (Tg 4, 6). A força do arcanjo Miguel vem desta sua certeza e docilidade ao Senhor, por isso ele vence a serpente orgulhosa.
Num mundo tão competitivo, muitas vezes, não percebemos o quanto estamos impregnados de arrogância quando queremos defender nossos direitos, nossa vez e voz e exaltamos a nós mesmos numa luta ferrenha por reconhecimento.
Palavras que significam pecados e também a pretensão de superioridade para com outras pessoas, como “ostentação”, “ambição” e “vaidade”, se tornaram sinônimos de “coisas boas”, estão na moda e nós as absorvemos em nossas atitudes.

Que graça pedir?

Talvez a grande graça que devamos pedir ao Arcanjo Miguel e o que mais podemos aprender dele seja derrotar todo resquício de altivez em nós.
A humildade atrai o favor do Senhor e nos torna agradáveis ao Seu coração. “Felizes os pobres no espírito, porque deles é o Reino dos Céus” (Mt 5, 3). A soberba é a raiz de todos os pecados e pode nos privar do destino de eterna felicidade “para não acontecer que se ensoberbeça e incorra na mesma condenação que atingiu o diabo” (I Tm 3, 6).
Que pela intercessão de Maria, “a mais humilde das criaturas” (cf. CIC n. 722) e de São Miguel – aliados não somente no Dia da Assunção, 15 de agosto, mas para sempre no Reino de Deus – possamos nos esforçar e chegar ao nosso lugar no céu vivendo a virtude da humildade aqui nesta terra.

Rezemos:

Levanta-se Deus pela intercessão da bem-aventurada Virgem Maria, de São Miguel Arcanjo e de todas as milícias celestes, que sejam dispersos seus inimigos e fujam de Sua face todos os que o odeiam. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém”.
São Miguel Arcanjo, rogai por nós!

28/09/2015

Como perceber se sou narcisista digital?

O narcisismo digital é um sintoma de que algo não vai bem...

Você é daquelas pessoas que não perdem a oportunidade de apontar o celular para si e tirar uma selfie? Fica angustiado quando ninguém curte sua foto e extremamente realizado quando percebe um ‘pontinho vermelho’ ali nas notificações do facebook? Não consegue mais viver sem estar em evidência nos mais diversos grupos de “amigos” online? Se a resposta for sim, você pode estar apresentando os sintomas do que os especialistas chamam de “narcisismo digital”.

Como perceber se sou narcisista digital
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

O que é narcisismo?

A mitologia grega nos fala de um jovem com imensurável beleza chamado Narciso, que vendo a sua bela imagem refletida nas águas de um lago apaixonou-se por si mesmo e acabou sendo tragado pela própria beleza, caindo no lago e morrendo afogado. Este mito foi usado mais tarde pela psiquiatria e pela psicanálise para classificar pessoas que são extremamente preocupadas com a autoimagem, geralmente muito vaidosas, precisam chamar atenção a todo momento numa tentativa de estar sempre em evidência. Tudo isso porque há um investimento da libido (energia psíquica) voltado para a própria pessoa, que – inconscientemente – acaba regredindo em comportamentos infantis de melindres, dramaticidade e insegurança, como se fosse perder o amor da pessoas amada ou sofrer abandono por parte dos pais.

A sociedade da imagem

O mundo moderno gira entorno do espetáculo da imagem. O importante é o corpo, a aparência glamurosa, excitante, bonita, impecável. A televisão, as revistas, as mídias sociais produzem e lucram nos oferecendo este modelo de imagem “perfeita” e “bem sucedida”, ao mesmo tempo em que nos mostram as referências que precisamos imitar para estar “bem na foto”. Sem nos darmos conta, estamos lá, postando a nossa selfie com a roupa igual da atriz da novela, o “corpo sarado” daquele(a) modelo, o mesmo corte de cabelo e tatuagem daquele jogador de futebol.
Um exemplo deste fenômeno da superexploração da imagem é que hoje um dos itens mais importantes nas academias – mais do que os próprios aparelhos – é o espelho. O problema do espelho é que ele não nos mostra o vazio interior e a angustia da alma, mas ele tem revelado que, por trás de cada cada foto – seja dos bíceps, do peitoral, dos glúteos ou apenas de um rostinho bonito – talvez encontra-se um grito de socorro.

Mundo digital e o novo “lago de Narciso”

Assim como Narciso viu a sua imagem reflexa no lago e apaixonou-se por si mesmo até as últimas consequências, hoje temos novas águas que refletem e amplificam uma imagem inflada de nós mesmos. Todos nós conhecemos alguém que não perde uma oportunidade de se mostrar na internet, inclusive ao ridículo.
O problema, no entanto, não é da internet e nem das redes sociais em si, mas de algo que não está bem na pessoa. Cada tentativa de postar uma nova foto ou receber uma curtida pode esconder a necessidade de aceitação externa para compensar a baixa autoestima, muito comum em pessoas narcísicas. Essas pessoas precisam de ajuda para não se “afogarem” no mar do mundo digital, ao ponto de perderem o contato com a realidade.

Como perceber se sou narcisista digital?

– Consigo ficar mais de um dia sem postar fotos pessoais nas diferentes redes sociais?
– Fico triste, depressivo ou angustiado quando minhas postagem não me dão um feedback, tipo curtidas?
– A cada troca de roupa me dirijo ao espelho para tirar foto de mim mesmo(a) e logo em seguida postar?
– Passo uma imagem na internet que não corresponde à minha realidade?
– Sinto inveja e/ou raiva quando outras pessoas ficam em maior evidência do que eu na internet?
– Costumo me comparar com outras pessoas e assumir uma postura de competição nas redes sociais?
Se a resposta para a maioria das perguntas acima for “sim”, é preciso buscar ajuda.


27/09/2015

Como lidar com ansiedade e ataques de pânico?


Quem nunca se deparou com uma situação de grande ansiedade, vivenciou ou presenciou uma crise de pânico?

Nos dias atuais é cada vez mais comum ouvir que alguma pessoa é “ansiosa” e não raras vezes se encontrou em um “ataque de pânico”. Frente a tais situações é sempre recomendada ajuda médica e terapia especializadas para avaliar se há sinais de um transtorno de saúde instalado, como este pode ser tratado e quais as ferramentas necessárias para isso.
Como lidar com ansiedade e ataques de pânico?
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
Em linhas gerais a ansiedade pode ser definida como uma reação do organismo diante de uma situação de ameaça ou de perigo. Portanto, todo ser humano, em algum momento, fica ansioso frente às realidades da vida. As características próprias e o nível de resposta de cada um ajudará o profissional de saúde mental a entender quando essa resposta natural esperada passa a ser um problema clínico e que necessita de tratamento.

Sintomas

O ataque de pânico é distintamente uma situação súbita, imprevisível, incapacitante, com manifestações não apenas “mentais” de medo e angústia, mas também “fisiológicas”, como batimentos cardíacos acelerados, dores no peito, falta de ar e sensação de sufocamento, tonturas, calafrios, medo de morrer, de perder o controle, medo de enlouquecer… Como as crises podem ocorrer nas mais variadas ocasiões e lugares, as pessoas em geral se sentem assustadas e até mesmo envergonhadas após o término do ataque.
Muitos que sofrem deste mal desenvolveram sua primeira manifestação após uma situação traumática em sua vida. Tendências familiares, a própria constituição biológica do indivíduo e a experiência ou não com uso de drogas podem estar associados a surgimento e evolução da doença.

Como agir?

Embora nada substitua o tratamento psiquiátrico e psicológico, há algumas dicas que você pode saber para se ajudar ou auxiliar alguém se isso acontecer. Vamos lá?
Respire fundo e lentamente por alguns minutos. Imagine uma cena calma e que o leve ao relaxamento. Procure interromper os pensamentos de catástrofe ou morte. Deixe os pensamentos passarem, procurando entender que eles não irão te matar ou enlouquecer. Procure se lembrar de que o ataque de pânico é temporário, que sempre vai passar. Procure pensar em alguém em quem confia e que você acredita que se preocupa contigo e que cuida de você.
Neste último ponto, é extremamente importante lembrar que Deus está sempre ao lado de seus filhos e que nunca os desampara. Em situações de pânico, nunca se deve esquecer que apesar das ondas revoltas e ventanias que podem vir durante a viagem, o Senhor está sempre ao lado, “dentro do barquinho” e em alguns minutos acalmará a tempestade, o vento e o mar, que Lhe obedecem. (Mc 4,41)

Autora: Dra. Érika Vilela

26/09/2015

A natureza também espera ser libertada da escravidão da corrupção

A terra foi criada e com ela tudo o que a povoa: estrelas, mares, rios, plantas, montanhas, animais, insetos, flores. Tudo foi criado para ser o palco do Céu, o palco do Reino de Deus, onde o trono do Filho de Deus seria instalado para que Ele reinasse aqui como o Senhor:
“Pois a criação foi sujeita à vaidade – não voluntariamente, mas por vontade daquele que a sujeitou – todavia, com a esperança de ser também ela libertada do cativeiro da corrupção […]” (Rm 8, 20-21).
“Vaidade”, aqui, não significa a valorização da própria aparência, mas sim o sentido exato da palavra: vazio, vão, esvaziado.
Hoje, no entanto, a terra está profanada: os lugares mais lindos são os mais profanados, não só por pecados vergonhosos, cometidos exatamente nesses lugares, mas porque são usados para práticas de rituais esotéricos e até mesmo para cultos satânicos. São escolhidos os lugares mais bonitos: as mais lindas montanhas e praias, os mais belos panoramas. Assim profanam a terra, mas devido à maravilhosa graça de Deus a criação vive.
Acesse :
os_nossos_atos_podem_influenciar_na_natureza
Foto: Robert St-Pierre, 70838143, iStock.by Getty images
“Também a própria criação espera ser libertada da escravidão da corrupção, em vista da liberdade que é a glória dos filhos de Deus. Todavia, com a esperança de ser também ela libertada do cativeiro da corrupção, para participar da gloriosa liberdade dos filhos de Deus” (Rm 8,21).
A criação espera por isto: um dia ela servirá de palco para o Filho de Deus, para o Reino de Deus, para o governo de Jesus Cristo nesta terra. Por isso, tudo o que foi criado grita: “Vem, Senhor Jesus! Vem logo! E que a manifestação dos filhos de Deus aconteça! Não queremos mais ser usados para a corrupção!” As flores, os mares, os rios, as montanhas dizem: “Não queremos mais que nos profanem. Vem, Senhor Jesus!”.
Essa é a realidade que esquecemos. Também fomos esvaziados. Esta é uma verdade básica que o apóstolo Paulo ensinava aos primeiros cristãos iniciantes; não eram antigos cristãos, mas cristãos recém-convertidos a quem ele ensinava realidades que nós perdemos. Mas hoje o Senhor nos devolve aquilo que nos foi roubado. “Pois, sabemos que toda a criação geme e sofre como em dores de parto até ao presente dia”. (Rm 8,22).
A criação quer dar à luz o Filho de Deus, dar à luz a Terra Nova. A terra reza o Pai-nosso assim como as flores, os rios e montanhas: “Venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade”. Queremos fazer a vontade do Pai e queremos que todos os filhos de Deus também a façam. Mas, infelizmente, poucos seguem a Sua vontade, e as consequências são a desordem e a corrupção do mundo atual.
O mundo está desenfreado, nada o segura. E não adianta ter ilusões de que algum governo, partido ou ideologia poderão resolver a situação. O que aconteceu com a ideologia comunista, marxista? O que aconteceu com o Muro de Berlim?
A salvação vem do Senhor: o Deus que salva é Jesus. O Messias esperado, o Cristo ungido, é Jesus! Ele é o Senhor, Ele é o Kyrios! Ele é a solução!
(Trecho do livro “Orando com poder de monsenhor Jonas Abib)

25/09/2015

O que os pais católicos devem pensar sobre o caso de crianças transgêneros?

Running with sunset

Ainda embrião, os Teus olhos me viram, e tudo estava escrito em Teu livro… (Sl 138).
No domingo (20/09/2015), um programa de Televisão exibiu um documentário sobre crianças e jovens “transgêneros”, levantando a questão de como deveriam ser educados. Com isso, muitas perguntas chegaram até nós.
Em tempos de luta contra a implementação da perigosa “Ideologia de Gênero” em nossas famílias, em nossa sociedade, é preciso entender com clareza o que é essa ideologia, qual o seu objetivo, para também compreendermos outros problemas que deverão nos ser apresentados de agora em diante pela mídia.
Há uma diferença entre a “ideologia de gênero” e os “transgêneros”. A primeira nega que haja sexo masculino e feminino definido para cada pessoa, e cada um deve “construir” a sua sexualidade dentro de uma vasta diversidade, a partir de suas experiências sociais. A criança transgênero seria aquela que nasce com um corpo masculino, mas com uma alma feminina, e vice-versa. Ou seja, a criança não se reconhece com o próprio sexo ao qual foi criado. É algo realmente preocupante e complexo.naovosconformeis
O Catecismo da Igreja ensina que: “Cabe a cada um, homem e mulher, reconhecer e aceitar sua identidade sexual” (n.2333). Portanto, diante do que a Igreja nos ensina, os pais e educadores católicos, devem educar as crianças que tenham tendência homossexual, no sentido de aceitar e se comportar segundo o seu sexo de nascimento. Os pais católicos devem ensinar seus filhos segundo o que nos ensina a Igreja.
Além disso, “ser homem” e “ser mulher” são realidades queridas por Deus em sua igualdade e em sua diferença, um e outro têm uma comum dignidade. Deus cria a alma no momento da concepção da pessoa e de acordo com sua identidade sexual. Dom Fernando Rifan, bispo de Campos, RJ, coloca a seguinte reflexão para rebater a possibilidade da pessoa nascer transgênero: “A perfeita unidade entre a alma e o corpo se desfaz, o corpo tendo um sexo e a alma outro. A harmonia humana é desfeita.” 
Também há casos, muito raros, de hermafroditas, que nascem fisicamente com órgãos sexuais de homem e de mulher. A orientação da Igreja é que os médicos optem pelo sexo mais acentuado e tratem da criança de modo a definir sua sexualidade preponderante.

Leia também:

A Igreja não entra na discussão das causas de tendência homossexual. No entanto, muitos pesquisadores estudam a questão. Numa entrevista concedida à “Revista Época” (n. 416, 8/05/2006, pp. 86-87); o sociólogo americano John Gagnon, Professor emérito da Universidade do Estado de Nova York, e um dos pioneiros no estudo sobre sexo, afirma que “a orientação sexual não é definida naturalmente, mas sim influenciada pela sociedade”. Ele é um dos mais importantes estudiosos do sexo, e afirma que o desejo sexual, não tem origem nos instintos naturais do ser humano. Ele faz estudos sobre sexo há 40 anos, publicou 12 livros e 100 artigos.
Dr. Gagnon foi um dos primeiros a contrariar a perspectiva defendida pelo sexólogo Alfred Kinsey, que afirmava ser o sexo um instinto natural. Para Gagnon o comportamento sexual é completamente regido por regras sociais. Em seu livro “Uma Interpretação do Desejo”, lançado no Brasil, ele apresenta os seus mais importantes ensaios.
Um estudo a partir de 2 milhões de pessoas, foi realizado nos EUA e mostra que as experiências familiares na infância influenciam fundamentalmente na orientação sexual. É o estudo: “Childhood Family Correlates of Heterosexual and Homosexual Marriages: A National Cohort Study of Two Million Danes,” por Morten Frisch e Anders Hviid, publicado em “Archives of Sexual Behavior”, em 13 de outubro de 2006. Este estudo foi realizado com pessoas nascidas na Dinamarca entre 18 e 49 anos. A Dinamarca foi o primeiro país a legalizar as uniões homossexuais e têm estatísticas completas de uniões do mesmo sexo desde 1989.
“Nosso estudo mostra evidência prospectiva, baseada na população, de que as experiências familiares infantis são determinantes nas decisões de casamentos homossexuais e heterossexuais na vida adulta”, dizem os autores do estudo. Algumas principais correlações encontradas na pesquisa foram as seguintes, publicadas pelo site da Instituição Courage (http://www.couragerc.net/)
Vários especialistas, como o psicólogo holandês Dr. Gehard Van der Aardweg, PhD em psicologia; Dr. Richard P. Fitzgibbons, Médico Psiquiatra; Dr. Edward R. Fields, americano, o espanhol Vallejo Nájera, o prof. Stanton Jones, psicólogo do “Wheaton College”, o psicólogo Mark Yarhouse, diretor do “Instituto para o Estudo da Identidade Sexual” da “Regent University”, nos EUA (http://www.sexualidentityinstitute.org), apontam alguns fatores não genéticos que podem ser responsáveis pela homossexualidade de muitos jovens. (http://www.hli.org; e www.vidahumana.org).
O psicólogo holandês Dr. Gehard Van der Aardweg, PhD em psicologia; que há mais de trinta anos atende homossexuais, em seus livros “A batalha pela normalidade sexual” (Editora Santuário Aparecida) e “Homossexualidade e Esperança” (Ed. Diel, Portugal), afirma que a homossexualidade não é genética e nem hormonal, mas social e educacional. De forma alguma esses pesquisadores sérios podem aceitar que órgão genital do feto se forme antes do cérebro, e que por isso algumas crianças nasçam transgêneros,ou seja, psicologicamente acreditem pertencer ao sexo oposto.
Muitos pesquisadores estão de acordo que a homossexualidade é uma condição adquirida e não genética. Existe uma enorme quantidade de informações por parte de pesquisadores e terapeutas que sugerem fortemente que a homossexualidade é uma condição sócio– psicológica que causa uma pré-disposição homossexual. O mais provável, segundo esses pesquisadores, é que a homossexualidade seja causada por traumas percebidos ou reais, devido a condicionamentos familiares, ambientais, sociais, culturais ou espirituais.
Os psicólogos americanos Masters e Jonhson, especializados em sexualidade, afirmaram em seu livro “Human Sexuality” (Sexualidade Humana) que:
“A teoria genética da homossexualidade tem sido em geral desprezada hoje em dia, e apesar do interesse em possíveis mecanismos hormonais na origem da homossexualidade, nenhum cientista sério hoje sugere que uma simples relação de causa e efeito possa existir”. (pp. 319-320).
A Congregação para a doutrina da Fé, do Vaticano, já publicou vários documentos sobre a homossexualidade, todos evidenciando o caráter imoral da “prática” homossexual, não da tendência: 1 – Persona Humana, de 29/12/1975; Carta aos Bispos da Igreja Católica sobre o Atendimento Pastoral das Pessoas Homossexuais, de 1986 e “Algumas reflexões acerca da resposta a proposta legislativas sobre a não-discriminação das pessoas homossexuais”, de 1992. A Igreja tem o direito de ensinar a seus filhos a lei de Deus sobre este assunto. O Catecismo da Igreja fala do assunto nos números 2357 a 2359.
A homossexualidade se reveste de formas muito variáveis ao longo dos séculos e das culturas. A sua gênese psíquica continua amplamente inexplicada. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves (Gn 19,1-29; Rm 1,24-27; 1Cor 6,9-10; 1Tm 1,10), a tradição sempre declarou que “os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados” (CDF, decl. Persona humana, 8). São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados” (§2357).educarpelaconquista
A Igreja reconhece que: “Um número não negligenciável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente enraizadas. Esta inclinação objetivamente desordenada constitui, para a maioria, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar a vontade de Deus em sua vida, e se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar por causa de sua condição”. (§2358)
“As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes de autodomínio, educadores da liberdade interior, às vezes pelo apoio de uma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem se aproximar, gradual e resolutamente, da perfeição cristã” (§2359).


Autor: Professor Felipe Aquino

14/09/2015

Como saber se ele (a) está apaixonado(a) por você?

Dicas de como perceber se alguém está apaixonado por você
Que momento bom é quando estamos começando a nos apaixonar! O amor nos faz bem, várias sensações nos invadem e o mundo fica mais colorido.
Isso pode acontecer a qualquer tempo e em várias situações: com alguém na escola, no trabalho, do grupo de oração e até mesmo com um(a) desconhecido(a), alguém que cruza nosso caminho nos ambientes que frequentamos.
Como saber se ele está apaixonado por você?
Só tem um probleminha em tudo isso, que é saber se a outra pessoa também está tendo o mesmo sentimento. Daí que, percebermos como que os nossos ânimos querem resolver logo e a dúvida se torna angustiante.
Contudo, digo a você que tenha um pouco de calma. Quando estiver namorando, você se lembrará desses momentos de paquera com muita saudade. O casal alimenta o amor quando faz memória dos esforços e desdobramentos em que ambos fizeram para se conquistarem. A paquera deve obedecer um processo que aos poucos vai aumentando o amor.
Se você desconfia, mas não tem certeza, darei algumas dicas que poderão te dar uma direção em como saber se ele(a) está a fim de você. Mas, falarei de namoro, compromisso sério, e não sinais de paquera de uma noite só.
– Troca de olhares. Vocês trocam olhares quando passam um pelo outro ou estão no mesmo ambiente? Se “rolar” um sorriso ou cumprimento, ainda que um discreto “oi”, será um bom começo.
– Chamar sua atenção. Ele quererá impressioná-la, ou ela criará uma oportunidade para que ele faça algo por ela.
Geralmente o rapaz tentará chamar a atenção fazendo algo incomum quando no mesmo ambiente que a moça, já as mulheres tendem a colocarem-se em situação que precise da força ou da segurança masculina.
Pode acontecer de ele mostrar qualidades, ou ela uma necessidade, mesmo fora do contexto do momento e ocasião. Ainda em atrapalharem-se quando chegam perto do(a) paquera.
Depois, quando vocês já tiverem uma amizade.
– Tomar partido a seu favor. Em uma conversa em grupo de amigos, mesmo quando você entra numa assunto controverso, ele(a) fica do seu lado?
Outro indício é quando ele(a) faz muita coisa ao seu gosto, como o rapaz topar fazer compras no shopping com ela, ou a moça que nunca foi ao futebol aceitar ir ao estádio com ele.
Também que ele(a) verá alguns de seus defeitos como um charme.
– Elogio e presentes. É mais comum os rapazes elogiarem a aparência das moças, e as mulheres algo de bom que eles fazem.
Constantemente ele(a) exalta suas qualidades nesse sentido?
E, de vez em quando ele(a) chega com uma surpresinha, do nada?
– Cuidado com você. Essa pessoa te cerca de cuidados? Prepara ou providência coisas que talvez você precise, como algo para incrementar seu trabalho na “facul” ou na apresentação que você fará na empresa, sai da sua rota normal para te dar caronas? Enfim, ele(a) está sendo mais disponível que o comum?
– Faz questão de estar perto. Quando vocês estão num grupo de amigos, ele(a) sempre dá um jeito de sentar perto de você?
– Interesse em saber sobre você e os lugares que estará. Ele(a) entra em contato durante o dia, ou a noite manda um whatsapp só para saber como você está ou onde está?
E gradualmente ele(a) quererá saber sobre detalhes de sua vida, se interessará em saber as coisas que se passam dentro do seu coração.
Se ficar alguma dúvida ainda, – Olhe fixamente nos olhos. Depois de todo esse processo, em que esses sinais vão se manifestando, quando olhamos para a pessoa, demoradamente em seus olhos, provavelmente ele(a) se entregará pelo olhar.
O bonito é que quando temos calma e paciência, quando cultivamos antes a amizade, os sentimentos vão ficando expostos e naturalmente ele(a) não conseguirá mais esconder, daí acontecerá o início do namoro.
Quando mais perto, mais o amor aumenta.

13/09/2015

Como deixar o vício da pornografia?

O vício da pornografia desfigura a vivência da castidade 
Tenho recebido vários e-mails de jovens que me perguntam como deixar o vício de estar na frente do computador vendo sites pornográficos. Sabemos que também há muitos filmes e revistas pornôs. Para muitos, isso já se tornou um vício, especialmente porque a internet facilita muito essa atividade negativa. Sei também que muitas pessoas casadas têm também esse vício. Às vezes, uma esposa me procura, porque surpreendeu seu esposo vendo sites pornográficos. Uma delas, apavorada, chegou a me perguntar de deveria abandoná-lo. É claro que não! Elas se sentem traídas.
Como deixar o vício da pornografia
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
Antes de tudo, é preciso dizer que é condenado pela moral cristã entregar-se ao deleite da pornografia. O Catecismo da Igreja a coloca como um dos pecados contra a castidade:
§2354 – “A pornografia consiste em retirar os atos sexuais, reais ou simulados, da intimidade dos parceiros para exibi-los a terceiros de maneira deliberada. Ela ofende a castidade porque desfigura o ato conjugal, doação íntima dos esposos entre si. Atenta gravemente contra a dignidade daqueles que a praticam (atores, comerciantes, público), porque cada um se torna para o outro objeto de um prazer rudimentar e de um proveito ilícito. Mergulha uns e outros na ilusão de um modo artificial. É uma falta grave. As autoridades civis devem impedir a produção e a distribuição de materiais pornográficos”.
§2396 – “Entre os pecados gravemente contrários à castidade é preciso citar a masturbação, a fornicação, a pornografia e as práticas homossexuais”.
Portanto, o cristão não pode se entregar a essa prática pecaminosa; é preciso lutar com os auxílios da graça de Deus e da força de vontade para combater esse vício moderno. Antes de tudo, é preciso não se desesperar diante do problema, ter calma e não desanimar. O mais importante é lutar com perseverança contra isso, até que se domine a situação. Jesus disse que quem perseverar até o fim será salvo do pecado. Mesmo que se tenha uma recaída, é preciso levantar e retomar a luta.
O grande remédio que Jesus recomendou aos apóstolos contra o pecado foi “vigiar e orar” para não cair em tentação. Duas coisas: rezar bastante, pedir ajuda de Deus, da Virgem Maria, de São José castíssimo, dos anjos e santos. Comungar, sempre que possível, e pedir a Jesus Eucarístico a graça dessa libertação. Sempre que houver uma queda, confessar-se, ainda que isso se repita, pois a confissão dá forças para vencer o vício. Converse com o confessor sobre o assunto, sem medo, ele está cansado de ouvir isso e pode ajudá-lo.
E “vigiar”. Isso significa fugir da ocasião de pecado; e essa é um fuga heroica; não abrir nenhum site pornográfico, a revista suja nem o filme impuro; nem mesmo abrir o computador se não puder se controlar diante dele. Suplicar a força de Deus, a intercessão dos santos, da Virgem Maria nessa hora. “Algumas vezes, encontrei-me em perigo de morte, mas fui libertado pela graça de Deus” (Eclesiástico 34,13).
É muito importante você tomar a decisão de não acessar o site pornô, “por amor a Jesus” que morreu na cruz por você. Ofereça a Ele esse “jejum de pecado” e suplique que o Seu preciosíssimo Sangue o ajude. Ele vai gostar muito! E o mais importante é não desistir nunca, não desanimar, mas lutar. Às vezes, para ganhar uma guerra é preciso vencer muitas batalhas, uma de cada vez.
Uma dessas batalhas a vencer é desintoxicar a alma do veneno do sexismo, hoje espalhado por toda parte, especialmente na moda e nos meios de comunicação. Santo Agostinho gostava de lembrar que tudo o que invade a nossa alma entra pelas “janelas”, que são os sentidos: olhos, ouvidos, boca, mãos e nariz. Então, é preciso fechar as “janelas da alma” para que a tentação não entre por elas. Não permita que sua alma seja excitada sexualmente pela sujeira que entra por essas janelas.
A Bíblia nos ensina que quem abusa da ocasião cai no pecado. E o povo diz que “a ocasião faz o ladrão”, “Quem ama o perigo nele perecerá”. (Eclo 3,27)
Gostaria de dizer às esposas ou maridos que surpreendem o outro vendo filmes e sites pornográficos, que não devem se desesperar, mas ajudá-lo, com firmeza e carinho, a vencer o vício; exigir essa mudança para o bem dele e do casamento. Essa tentação é muito forte, e o “paciente” precisa ser ajudado pelo amor, pela oração da (o) esposa (o). Não é isso que deve abalar ou muito menos destruir um casamento; juntos, marido e mulher devem conversar, ajudarem-se mutuamente e vencer o problema. Será uma bela vitória de ambos, do casamento e da família.

12/09/2015

Depressão: quais caminhos seguir?

Os tratamentos existem, e acreditar na superação e na melhora é um passo essencial
Vivemos um ritmo de atividades e de exigências numa sociedade que cada vez mais corre por resultados e por sucesso. Num mercado de trabalho altamente competitivo e desafiador, doenças surgem no ambiente profissional e preocupam as organizações e a sociedade como um todo.
Depressão tem cura - 940x500
Uma das doenças que chamam à atenção, neste cenário, é a depressão. Considerada uma das enfermidades que tem crescido de forma expressiva nos últimos anos, a depressão tem características próprias e não deve ser confundida com um estado de tristeza.
Podemos pensar na tristeza como um sentimento que nos leva a um processo de reflexão, de estarmos quietos; sentimento manifestado pela perda de alguém, por algo relacionado ao trabalho, pela decepção com alguém ou a frustração de expectativas irrealizadas. A grande diferença é que uma pessoa triste consegue manter sua rotina diária, seu cuidado pessoal e até mesmo experimentar alegrias que possam surgir neste período. Como fato passageiro, esse sentimento pode ser identificado em sua origem, ou seja, conseguimos descobrir o motivo pelo qual estamos tristes.
Quando falamos em depressão, os sinais aparentes de desmotivação, desinteresse, tristeza persistente, falta de desejo de cuidar de si e de dar seguimento às suas atividades cotidianas, bem como aquela sensação de ver o mundo “cinza”, sem cor e sem motivos, tornam-se mais prolongados. Nesses casos, a intervenção médica se faz necessária, bem como o apoio psicológico para que a pessoa possa reestruturar seus pensamentos e descobrir sua forma de lidar com a doença e com a vida. Sabemos ainda que a espiritualidade também tem um papel importante na superação de qualquer adoecimento, inclusive na depressão.
Não nos esqueçamos de que, muitas vezes, em nossa família, na sociedade e entre nossos amigos ainda existe uma dificuldade de compreender a situação pela qual uma pessoa deprimida está passando. Também para o deprimido não é uma tarefa fácil aceitar a doença e o tratamento. O mais importante é que os tratamentos existem, e acreditar na superação e na melhora é um passo essencial tanto para o paciente quanto para aqueles que convivem com ele. Os quadros depressivos podem ter duração de alguns meses ou serem mais persistentes; em ambos os casos, os doentes podem contar com a ajuda especializada, a fim de que as sensações causadas pelo quadro possam ser minimizadas e uma maior qualidade de vida possa ser obtida.
Por mais difícil que seja ou por maior que seja a vergonha ou o sentimento que o esteja impedindo de dar passos para a cura, não deixe de buscar ajuda. Um amigo, um familiar, aquele médico que já conhece um pouco de sua saúde podem ser os primeiros a quem você pode pedir auxílio quando perceber que esse quadro de tristeza está demorando um pouco mais para passar, dando sinais de que vão além do usual.