Ainda embrião, os Teus olhos me viram, e tudo estava escrito em Teu livro… (Sl 138).
No domingo (20/09/2015), um programa de Televisão exibiu um documentário sobre crianças e jovens “transgêneros”, levantando a questão de como deveriam ser educados. Com isso, muitas perguntas chegaram até nós.
Em tempos de luta contra a implementação da perigosa “Ideologia de Gênero” em nossas famílias, em nossa sociedade, é preciso entender com clareza o que é essa ideologia, qual o seu objetivo, para também compreendermos outros problemas que deverão nos ser apresentados de agora em diante pela mídia.
Há uma diferença entre a “ideologia de gênero” e os “transgêneros”. A primeira nega que haja sexo masculino e feminino definido para cada pessoa, e cada um deve “construir” a sua sexualidade dentro de uma vasta diversidade, a partir de suas experiências sociais. A criança transgênero seria aquela que nasce com um corpo masculino, mas com uma alma feminina, e vice-versa. Ou seja, a criança não se reconhece com o próprio sexo ao qual foi criado. É algo realmente preocupante e complexo.
O Catecismo da Igreja ensina que: “Cabe a cada um, homem e mulher, reconhecer e aceitar sua identidade sexual” (n.2333). Portanto, diante do que a Igreja nos ensina, os pais e educadores católicos, devem educar as crianças que tenham tendência homossexual, no sentido de aceitar e se comportar segundo o seu sexo de nascimento. Os pais católicos devem ensinar seus filhos segundo o que nos ensina a Igreja.
Além disso, “ser homem” e “ser mulher” são realidades queridas por Deus em sua igualdade e em sua diferença, um e outro têm uma comum dignidade. Deus cria a alma no momento da concepção da pessoa e de acordo com sua identidade sexual. Dom Fernando Rifan, bispo de Campos, RJ, coloca a seguinte reflexão para rebater a possibilidade da pessoa nascer transgênero: “A perfeita unidade entre a alma e o corpo se desfaz, o corpo tendo um sexo e a alma outro. A harmonia humana é desfeita.”
Também há casos, muito raros, de hermafroditas, que nascem fisicamente com órgãos sexuais de homem e de mulher. A orientação da Igreja é que os médicos optem pelo sexo mais acentuado e tratem da criança de modo a definir sua sexualidade preponderante.
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A Igreja não entra na discussão das causas de tendência homossexual. No entanto, muitos pesquisadores estudam a questão. Numa entrevista concedida à “Revista Época” (n. 416, 8/05/2006, pp. 86-87); o sociólogo americano John Gagnon, Professor emérito da Universidade do Estado de Nova York, e um dos pioneiros no estudo sobre sexo, afirma que “a orientação sexual não é definida naturalmente, mas sim influenciada pela sociedade”. Ele é um dos mais importantes estudiosos do sexo, e afirma que o desejo sexual, não tem origem nos instintos naturais do ser humano. Ele faz estudos sobre sexo há 40 anos, publicou 12 livros e 100 artigos.
Dr. Gagnon foi um dos primeiros a contrariar a perspectiva defendida pelo sexólogo Alfred Kinsey, que afirmava ser o sexo um instinto natural. Para Gagnon o comportamento sexual é completamente regido por regras sociais. Em seu livro “Uma Interpretação do Desejo”, lançado no Brasil, ele apresenta os seus mais importantes ensaios.
Um estudo a partir de 2 milhões de pessoas, foi realizado nos EUA e mostra que as experiências familiares na infância influenciam fundamentalmente na orientação sexual. É o estudo: “Childhood Family Correlates of Heterosexual and Homosexual Marriages: A National Cohort Study of Two Million Danes,” por Morten Frisch e Anders Hviid, publicado em “Archives of Sexual Behavior”, em 13 de outubro de 2006. Este estudo foi realizado com pessoas nascidas na Dinamarca entre 18 e 49 anos. A Dinamarca foi o primeiro país a legalizar as uniões homossexuais e têm estatísticas completas de uniões do mesmo sexo desde 1989.
“Nosso estudo mostra evidência prospectiva, baseada na população, de que as experiências familiares infantis são determinantes nas decisões de casamentos homossexuais e heterossexuais na vida adulta”, dizem os autores do estudo. Algumas principais correlações encontradas na pesquisa foram as seguintes, publicadas pelo site da Instituição Courage (http://www.couragerc.net/)
Vários especialistas, como o psicólogo holandês Dr. Gehard Van der Aardweg, PhD em psicologia; Dr. Richard P. Fitzgibbons, Médico Psiquiatra; Dr. Edward R. Fields, americano, o espanhol Vallejo Nájera, o prof. Stanton Jones, psicólogo do “Wheaton College”, o psicólogo Mark Yarhouse, diretor do “Instituto para o Estudo da Identidade Sexual” da “Regent University”, nos EUA (http://www.sexualidentityinstitute.org), apontam alguns fatores não genéticos que podem ser responsáveis pela homossexualidade de muitos jovens. (http://www.hli.org; e www.vidahumana.org).
O psicólogo holandês Dr. Gehard Van der Aardweg, PhD em psicologia; que há mais de trinta anos atende homossexuais, em seus livros “A batalha pela normalidade sexual” (Editora Santuário Aparecida) e “Homossexualidade e Esperança” (Ed. Diel, Portugal), afirma que a homossexualidade não é genética e nem hormonal, mas social e educacional. De forma alguma esses pesquisadores sérios podem aceitar que órgão genital do feto se forme antes do cérebro, e que por isso algumas crianças nasçam transgêneros,ou seja, psicologicamente acreditem pertencer ao sexo oposto.
Muitos pesquisadores estão de acordo que a homossexualidade é uma condição adquirida e não genética. Existe uma enorme quantidade de informações por parte de pesquisadores e terapeutas que sugerem fortemente que a homossexualidade é uma condição sócio– psicológica que causa uma pré-disposição homossexual. O mais provável, segundo esses pesquisadores, é que a homossexualidade seja causada por traumas percebidos ou reais, devido a condicionamentos familiares, ambientais, sociais, culturais ou espirituais.
Os psicólogos americanos Masters e Jonhson, especializados em sexualidade, afirmaram em seu livro “Human Sexuality” (Sexualidade Humana) que:
“A teoria genética da homossexualidade tem sido em geral desprezada hoje em dia, e apesar do interesse em possíveis mecanismos hormonais na origem da homossexualidade, nenhum cientista sério hoje sugere que uma simples relação de causa e efeito possa existir”. (pp. 319-320).
A Congregação para a doutrina da Fé, do Vaticano, já publicou vários documentos sobre a homossexualidade, todos evidenciando o caráter imoral da “prática” homossexual, não da tendência: 1 – Persona Humana, de 29/12/1975; Carta aos Bispos da Igreja Católica sobre o Atendimento Pastoral das Pessoas Homossexuais, de 1986 e “Algumas reflexões acerca da resposta a proposta legislativas sobre a não-discriminação das pessoas homossexuais”, de 1992. A Igreja tem o direito de ensinar a seus filhos a lei de Deus sobre este assunto. O Catecismo da Igreja fala do assunto nos números 2357 a 2359.
A homossexualidade se reveste de formas muito variáveis ao longo dos séculos e das culturas. A sua gênese psíquica continua amplamente inexplicada. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves (Gn 19,1-29; Rm 1,24-27; 1Cor 6,9-10; 1Tm 1,10), a tradição sempre declarou que “os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados” (CDF, decl. Persona humana, 8). São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados” (§2357).
A Igreja reconhece que: “Um número não negligenciável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente enraizadas. Esta inclinação objetivamente desordenada constitui, para a maioria, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar a vontade de Deus em sua vida, e se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar por causa de sua condição”. (§2358)
“As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes de autodomínio, educadores da liberdade interior, às vezes pelo apoio de uma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem se aproximar, gradual e resolutamente, da perfeição cristã” (§2359).
Autor: Professor Felipe Aquino
Fonte: Canção Nova
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