31/07/2017

Santo Inácio de Loyola, reconhecido tendo a alma maior que o mundo



A única ambição de santo Inácio de Loyola tornou-se a aventura de salvar almas e o seu amor a Jesus

Neste dia celebramos a memória deste santo que, em sua bula de canonização, foi reconhecido como tendo “uma alma maior que o mundo”.

Inácio nasceu em Loyola na Espanha, no ano de 1491, e pertenceu a uma nobre e numerosa família religiosa (era o mais novo de doze irmãos), ao ponto de receber com 14 anos a tonsura, mas preferiu a carreira militar e assim como jovem valente entregou-se às ambições e às aventuras das armas e dos amores. Aconteceu que, durante a defesa do castelo de Pamplona, Inácio quebrou uma perna, precisando assim ficar paralisado por um tempo; desse mal Deus tirou o bem da sua conversão, já que depois de ler a vida de Jesus e alguns livros da vida dos santos concluiu: “São Francisco fez isso, pois eu tenho de fazer o mesmo. São Domingos isso, pois eu tenho também de o fazer”.

Realmente ele fez, como os santos o fizeram, e levou muitos a fazerem “tudo para a maior glória de Deus”, pois pendurou sua espada aos pés da imagem de Nossa Senhora de Montserrat, entregou-se à vida eremítica, na qual viveu seus “famosos” exercícios espirituais, e logo depois de estudar Filosofia e Teologia lançou os fundamentos da Companhia de Jesus.

A instituição de Inácio iniciada em 1534 era algo novo e original, além de providencial para os tempos da Contra-Reforma. Ele mesmo esclarece: “O fim desta Companhia não é somente ocupar-se com a graça divina, da salvação e perfeição da alma própria, mas, com a mesma graça, esforçar-se intensamente por ajudar a salvação e perfeição da alma do próximo”.

Com Deus, Santo Inácio de Loyola conseguiu testemunhar sua paixão convertida, pois sua ambição única tornou-se a aventura do salvar almas e o seu amor a Jesus. Foi para o céu com 65 anos e lá intercede para que nós façamos o mesmo agora “com todo o coração, com toda a alma, com toda a vontade”, repetia.

Santo Inácio de Loyola, rogai por nós!


Fonte: Canção Nova

O martírio da verdade

Não temos a pretensão de possuir a verdade, mas de sermos possuídos por ela

Uma das notas mais características do Cristianismo é o fato de ser ele uma religião revelada, quer dizer, seu fundamento não se encontra simplesmente na busca pelo homem de uma relação com um ser que o transcenda, mas numa iniciativa do próprio Criador, que, em sua sabedoria e bondade, veio ao encontro do homem, revelando-se e comunicando-se a Si mesmo. É Deus, portanto, que em Cristo nos mostra plenamente qual o caminho para chegarmos a Ele. Jesus Cristo, o Verbo de Deus Encarnado, é o Caminho, a Verdade e a Vida, e ninguém vai ao Pai, senão por Ele.
Foto: Wesley Almeida / cancaonova.com
Nós cristãos não criamos uma religião à nossa medida, ao nosso gosto, mas de Deus mesmo recebemos o modo de nos unirmos a Ele. Talvez, se a tivéssemos criado, não teríamos “escolhido” uma redenção por meio da cruz, tampouco tantas verdades incômodas segundo os nossos padrões. Sim, como afirmou o escritor britânico C. S. Lewis, “se você está à procura de uma religião que o deixe confortável, definitivamente eu não lhe aconselharia o Cristianismo”.
Nós, os cristãos, abraçamos a  em Cristo e tudo o que essa fé implica, não porque ela nos seja conveniente, mas porque acreditamos estar diante da Verdade. Mesmo sendo uma Verdade “incômoda”, com São Pedro somos levados a confessar: “A quem iríamos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus!”. Não temos a pretensão de possuir a Verdade, mas de sermos possuídos por ela: Jesus Cristo é a Verdade!

A disposição em ser fiel

Assim como o Senhor, que ensinou com Sua vida e palavras, não agradou a todos Seus ouvintes, a Igreja, que não é maior do que seu Senhor nem pretende nada mais do que continuar Sua missão salvadora no mundo, encontrará resistência por parte dos seus contemporâneos: “Quem participa na missão de Cristo deve inevitavelmente enfrentar tribulações, contrastes e sofrimentos, porque entra em conflito com as resistências e os poderes deste mundo” (Bento XVI).
Se quisermos ser fiéis, devemos estar dispostos a ser autênticos mártires, para comunicarmos essa Verdade que nos foi confiada, para que a transmitíssemos integralmente, sem recortes que a tornem mais “palatáveis”, tal como a recebemos do Senhor.
Afirmar os valores que o Senhor nos legou, tais como a indissolubilidade do matrimônio, a dignidade da vida humana em todos os seus estágios, a incomparabilidade entre a união matrimonial de um homem e uma mulher com qualquer outra união, e tantos outros, faz-nos chocar diretamente com a cultura dominante, que faz do relativismo o próprio credo, e não reconhece nada como definitivo, deixando como última medida apenas o próprio eu e suas vontades, como afirmava o, então, Cardeal Joseph Ratzinger.

Expostos ao martírio da ridicularização

Ainda que muitos de nós não sejamos chamados ao martírio cruento, ao derramamento de nosso sangue, como acontece com milhares de irmãos nossos atualmente assassinados por sua fidelidade ao Evangelho, estamos todos, sem dúvida, expostos ao martírio da ridicularização, da humilhação, das calúnias e outros tipos de perseguições, mais ou menos veladas por uma espécie de bom-mocismo politicamente correto, que pretende desmoralizar a Igreja de Cristo, uma das poucas vozes que ousam levantar-se para enfrentar uma cultura, que, ao abandonar a Deus do seu seio, terminou por esquecer a dignidade do próprio homem.
As palavras de São Paulo não são opcionais para nós, mas antes um dever: “Prega a palavra, insiste oportuna e importunamente, repreende, ameaça, exorta com toda paciência e empenho de instruir. Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas” (II Tim 4,2).
Não tenhamos medo! O mesmo Senhor, que nos chamou a dar a vida – a honra, a imagem, a boa fama – por Ele, prometeu estar conosco todos os dias, até o fim do mundo. Os homens, mesmo que não tenham plena consciência, têm sede de verdade; e se nós nos calarmos – por temor a “ficarmos mal” –, os privaremos do maior tesouro que temos para dar: Jesus Cristo, a Única Verdade capaz de saciar o coração humano!

Fonte: Padre Demétrio Gomes

30/07/2017

Namorar ou ficar?

Seja curado por seu relacionamento e não destruído por ele

Quem ama de verdade quer compromisso, e para isso existe o namoro, um tempo de conhecimento, identificação de ideias e troca de afetos, para assumir com a pessoa amada um sacramento para toda vida.
Ultimamente, temos presenciado uma liberalidade e relativização de muitos conceitos de moral e ética que deturparam a mentalidade, principalmente dos jovens na área afetiva e sexual. Os namoros são desregrados e sem o sentido do amor verdadeiro. Tudo é válido pela busca do próprio prazer.
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Foto: Wesley Almeida / cancaonova.com
Surgiu, então, o “ficar”! Comportamento de quem namora sem assumir a essência de um relacionamento: o compromisso.
Por que, então, não se deixar levar por essa onda? Primeiramente, porque essa prática é contrária aos princípios cristãos e ao sentido pleno da existência humana. Fomos criados para amar e não para viver o egoísmo.
As pessoas aprendem a qualificar as outras por padrões pré-fixados, seja pela mídia, por modismos ou status. Beleza física, condição social, influência que a pessoa possui etc. Isso os faz parar nas primeiras impressões a respeito dos outros. Não existe a amizade, só o interesse de um tempo que o faz olhar somente para o exterior dos outros, como se fossem um produto. Deixa de existir a oportunidade de um casal aprender a se amar pelas diferenças, pelos erros e pela capacidade de perdão. Também não há espaço para mostrar feridas e defeitos, pois o que conta é o que o outro aparenta de melhor.
Outro ponto é quando os padrões saem da concepção própria e são influenciados pela opinião dos amigos. Um exemplo, é deixar de estar com alguém que se está aprendendo a amar pela não aceitação do seu círculo de amizades. Ou então, querer “ficar” com alguém popular ou com o maior número de parceiros, para causar boa impressão no grupo. Isso também não é positivo.
Há também a dimensão do orgulho e da vaidade. Os dons e qualidades de um ser humano são colocados à disposição da sensualidade e da sedução.

O que a Palavra de Deus ensina sobre isso?

Na Palavra de Deus, podemos também encontrar argumentos contrários à prática do “ficar”. O Livro da Sabedoria, no capítulo 1, versículo 16, começa a narrar o pensamento do ímpio e se estende até o capítulo 2, onde, no versículo 6, diz assim: “Agora, portanto, gozemos dos bens presentes e aproveitemos das criaturas com ânsia juvenil”.
Quem tem o anseio de santidade e de um dia constituir uma família não pode pensar nem agir como os ímpios. “Ficar” é moldar-se a não assumir compromissos.
Se você pretende viver a sua dimensão afetiva da melhor forma possível, ou melhor, se você quer colocar intensidade na natureza do seu coração, não tenha iniciativas de olhar o outro como um mar que deságua rios de egoísmo, mas sim viver tudo o que o amor tem a lhe oferecer.
Amar é simples no ser, mas requintado no servir, porque é para alguém que faz parte da sua existência. Namore, conheça, encare a outra pessoa como um mistério a ser desvendado, aprofunde a amizade e seja parte da vida dela. Em pouco tempo, você estará participando da sua confiança. Tenha sentimentos puros, acredite na pessoa, ajude-a a se descobrir nas mais belas aventuras dentro dela mesma, viaje por caminhos do seu interior, no qual sempre estiveram abertas as estradas, mas das quais nunca foram contempladas as belezas. Direcione sua afetividade, a capacidade de amar que há em você, para onde vale realmente a pena investir.
Seja curado por seu relacionamento e não destruído por ele. Não aceite ser vítima de si mesmo, por não corresponder a toda força do amor que existe em você. Não seja um refém da imposição que este mundo nos submete, ensinando o que é errado como se fosse uma virtude.
Um grande abraço!

Autor: Sandro Arquejada

28/07/2017

Existem "haters" católicos?

“Hater” é um termo usado para classificar pessoas que postam comentários de ódio na internet

Eu me lembro que, quando tinha 17 anos, havia uma série americana que, no Brasil, era intitulada “Barrados no Baile”. Além do nome horrível, a série apresentava a vida de adolescentes americanos, e um deles se chamava Brenda Walsh. Um dia, li no jornal que havia um movimento chamado “I Hate Brenda!” (Eu odeio Brenda!). Lembro-me de ter ficado pensando por algum tempo: “Cara, quem é que diz abertamente que odeia alguém, mesmo sendo um personagem de TV? Quem é que está tão confortável com isso que até faz disso um movimento?”.

O ódio na internet

Bem, “a internet deu voz a milhões de imbecis”, segundo Umberto Eco. Parece que deu mais, deu voz ao ódio de milhões!
Segundo a Wikipedia: “Hater” é um termo usado na internet para classificar pessoas que postam comentários de ódio ou crítica sem muito critério.
Diariamente, a minha timeline despeja diante dos meus olhos muitas iniciativas de esperança, fé e caridade, mas também uma excessiva agressividade crítica. Não são as minhas ideias que são esmurradas verbalmente ou por meio de imagens (os memes), mas as pessoas.
Eis que abro a Apple Store e lá está a propaganda de um aplicativo chamado: Hater – conheça gente que odeia as mesmas coisas que você!

O ódio no ambiente digital cristão

Muitos de nós conhece a frase de Santo Agostinho: “Odiar o erro, amar os que erram”. Teria esse propósito caducado em nossos dias? Eis que, ao realizar uma busca no Google, encontrei logo no topo um texto que começava assim: “A frase ‘Deus ama os pecadores, mas odeia o pecado’ não está na Bíblia. É fruto de uma reflexão derivada de uma psicologia secular, humanista e completamente diabólica”.
Parece que a internet permite e protege a disseminação de certos ódios e conflitos que, se vividos presencialmente, seriam suavizados por regras de boa convivência e respeito.
Há também uma certa permissividade em invadir a privacidade do outro. Trabalhando por anos com adolescentes, tenho visto a frequência com que acontece a exposição por fotos e vídeos dos “piores” momentos dos outros. O que antes era apenas uma crítica verbal (ainda que cheia de vociferação), agora ganha cores, imagens e sons descontextualizados, impiedosamente julgados como se do outro lado não houvesse um outro ser humano. Aliás, expor o outro ou mesmo multiplicar a exposição que o ele fez de si mesmo parece dar certa satisfação. Como se houvesse um “nós” e o “eles”, onde os limites entre mocinhos e bandidos, santos e pecadores, justos e injustos tranquilizasse nossa consciência.

A intolerância com as divergências e incoerências se misturam com os intolerantes, divergentes e incoerentes

Doutorando em Ciências da Cultura e da Comunicação na UFABC e professor de Jornalismo Digital na Faculdade Cásper Líbero, Renato Rovai explica que “os haters são pessoas com ideologias fortes e que não aceitam opiniões divergentes. Para atacar os internautas com ideias diferentes, eles se unem e enviam mensagens de ódio”.
A intolerância às divergências assusta. A incapacidade de dialogar respeitando as diferenças se torna onipresente, em especial a intolerância com a incoerência, ou o que se considera incoerência do outro. Um post, uma foto, um comentário já são suficientes para rotularmos o outro e sua conduta. Já são suficientes para sermos chamados a orientarmos sua conduta e boa doutrina. No ambiente digital, diferente do presencial, somos todos fiscais da vida alheia.

Os muitos tons neste panorama

Meu amigo, um bom amigo com quem tenho diferenças e semelhanças, alerta-me de que existem haters, mas precisamos saber diferenciá-los daqueles que defendem a doutrina, daqueles que o fazem (defender a doutrina) de maneira exagerada (por falha de formação) e dos conservadores. Meu amigo me lembra que são muitos tons e não só preto no branco. Existem muitos, mais de 50 (!?), tons neste panorama!

Um caminho ou saída?

Bem, eu não sou um filósofo, sociólogo, pensador ou coisa semelhante. Sou um evangelizador, catequista, cristão católico. Sou pecador. Todos os dias, penso em como construir o Reino de Deus aqui e agora. Pouco a pouco. Em um “já” e um “ainda não”. Não tenho respostas prontas.
Tenho preocupações e sofrimentos por todos, pelos que odeiam e são odiados, os que não toleram e não são tolerados. Os que corrigem sem se preocupar com os corrigidos. Não quero a permissividade e a relativização absoluta, mas também não posso deixar de partir sempre do mesmo ponto, que é paradoxalmente o mesmo ponto de chegada também: o outro. “Amando o próximo, limpas os olhos para veres a Deus”, lembra-nos Agostinho. Não cabe aqui eu julgar o amor e a caridade de quem publica, comenta ou compartilha. Talvez, caiba mais a preocupação com a trave no nosso olho do que com a trave no olho do outro.
No fim, nem todos dizem: “Senhor, não foi em teu nome que fizemos isto ou aquilo?” No fim, teremos que ter mais para oferecer em obras de misericórdia. Corrigir faz parte da dinâmica de comunidade, mas também precisamos cuidar dar forma, do tom e do timbre, do lugar propício, ainda que este lugar seja uma rede social. Publiquem-se textos e exponham-se argumentos. Deem-se testemunhos de santidade e coerência. Não silenciemos no que podemos contribuir para o crescimento da Igreja. Mas não humilhemos os outros ao expor suas limitações. Não apedrejemos quando o outro parece estar em pecado. Nem a humilhação nem as pedras constroem o vínculo de caridade que alicerça o Reino de Deus.

Autor: Augusto Cézar

Por que o jovem tem medo de fazer compromissos definitivos?

Entenda por que o jovem tem medo de fazer compromissos definitivos

Para comprometer-se com as pessoas, é preciso ter algum grau de maturidade humana. Hoje, percebemos um fenômeno no meio de nossos jovens, que é o retardamento da adolescência. Ou seja, a maturidade, que deveria existir aos 18 anos, demora mais para chegar. A prova é a indecisão da maioria ao ter de escolher o curso superior na hora do vestibular. Não são poucos os que mudam de curso depois de dois anos. Outros concluem o curso (quase forçados pelos pais), mas nunca exercem a profissão. Por quê? Estão indecisos e têm medo de fazer compromissos definitivos.
Por que o jovem tem medo de fazer compromissos definitivos

Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com
Pior é a situação no casamento. Para alguns de nossos jovens, esse assunto é uma verdadeira tortura. Aquela jovem chega aos 30 anos de idade e ainda não está muito segura se quer ou não casar. Outros preferem a fórmula popular do “ficar”. A paquera seria até normal, dentro de alguns limites, aos 14 anos, mas convenhamos que um “jovem” de 35 anos, que passa os fins de semana nas baladas “ficando”, alguma coisa não está certa. No fundo, é o medo do compromisso. Alguns são até sinceros e dizem logo no início do namoro: “Já vou avisando: não estou preparado para um namoro sério”.

Imaturidade afetiva

O mesmo se dá na vida dos seminaristas. Estamos assustados com o número de padres que deixam o ministério logo nos primeiros anos. É o receio de ficar preso e comprometer-se. Outros pulam de galho em galho. Ou seja, tornam-se padres, depois fazem um curso de psicologia e abrem consultório; mais tarde, mudam para a vida política, tornam-se advogados; e o povo perdeu mais um sacerdote. No fundo desse problema, também está o medo de comprometer-se, cuja raiz é a imaturidade afetiva.
Os políticos do país deveriam ser mestres do compromisso com o povo. Mas é isso que acontece? Os recentes escândalos no país mostram que o povo não é a maior preocupação de alguns deles. Um desses políticos, com fama de popular e operário, teve coragem de gastar R$ 15.000,00 (quinze mil reais) em uma garrafa de vinho num jantar de negócios. Nossa cozinheira do convento fez as contas rapidinho e concluiu que levaria mais de ano para comprar uma dessas garrafas com seu salário (que não é baixo!). Conclusão: falta compromisso.
Vemos padres, cantores, artistas, advogados e todo tipo de profissionais desmarcando compromissos de sua agenda. Muitos se sentem sufocados em ter de ser fiéis a alguns horários. Expediente? Nem pensar! Da mesma forma, isso é medo dos compromissos.
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Precisamos mudar essa situação. Nosso Deus é um Deus que faz aliança com Seu povo, ou seja, é comprometido conosco. Precisamos, no entanto, embarcar nessa aliança e nos comprometer também com Deus e os irmãos. É bonito ver uma pessoa que se compromete. Quem encontrou um amigo assim encontrou um tesouro.

Autor: Padre Joãozinho, scj

Quebrar uma corrente de oração pode me dar azar?


Você já recebeu alguma corrente de oração?


Quem nunca recebeu, em seu celular, pela internet ou mesmo nos bancos das igrejas, a conhecida corrente de oração? Quem nunca recebeu aquela mensagem: “Passe essa oração para no mínimo…?”. Falo aqui daquelas correntes em que as pessoas pedem que se propague a devoção a um santo ou um modelo de oração, sob a pena de maldição e desgraças. As pessoas recebem esses tipos de oração e ficam temerosas por não continuarem a corrente.




Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com


Sou obrigado ou não a passar esse tipo de oração a diante?

Uma coisa é a corrente de oração por uma pessoa ou uma intenção sadia, ou seja, por alguém que esteja precisando de uma graça da cura de uma doença, um emprego, uma necessidade particular, por exemplo. Não estou falando desse tipo de oração. Jesus ao dizer, “Digo-vos ainda isto: se dois de vós se unirem sobre a terra para pedir, seja o que for, consegui-lo-ão de meu Pai que está nos céus” (Mt 18,19), declara-nos a importância de nos unirmos em oração para pedir a graça do Pai. Podemos nos unir em oração por uma intenção concreta e real, mesmo quando não conhecemos as pessoas participantes da oração ou não conhecemos a pessoa por quem estamos rezando.


Outra coisa bem diferente são essas correntes ameaçadoras, ou seja, “ameaçam” com certos castigos aqueles que não as seguirem à risca. São orações que prometem desgraças a quem não as fizer ou a quem as interromper temporária ou definitivamente, ou a quem não as repassar. Além disso, procuram sustentar tais ameaças citando falsos exemplos ou testemunhos de pessoas que supostamente as romperam e sofreram punições; esse tipo de ameaça realiza verdadeira “chantagem psicológica”.


Em nome de Deus

A oração é instrumentalizada e transformada em superstição, ou seja, em oração pagã. Esse tipo de oração ou superstição tem a intenção de instrumentalizar Deus, como que O obrigasse a cumprir nossos desejos. Fomentam um tipo de oração, a fim de conseguir resultados de modo mágico, fáceis, rápidos e interesseiros, sem considerarem a verdadeira vontade de Deus. Apresentam receitas ou fórmulas mágicas para conseguir resultados em detrimento da própria fé. Promove uma atitude de medo de Deus ao apresentá-Lo como castigador. Difundem uma imagem cada vez mais equivocada do Senhor, obrigam as pessoas a fazer mau uso da oração, desvirtuando-a ou banalizando-a.


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Posso ou não quebrar a corrente?


A Igreja não admite que a oração seja instrumentalizada e reduzida a essa espécie de “chantagem psicológica”. Mesmo que se admita a boa intenção, a de fazer crescer a devoção a determinado santo, na realidade, é superstição, atribui-se à simples materialidade dessas supostas orações uma eficácia que nelas não existem. Não podemos manipular Deus. Ele não se pauta pela vontade humana nem é um dispensador de milagres conforme nossos interesses.


O cristão não pode promover esses tipos de correntes de oração em nome de Deus, porque se tornam falsos profetas, e ninguém pode ameaçar ninguém em nome de Deus. As ameaças e fórmulas mágicas para conseguir resultados são contrárias à verdadeira fé, por isso, não só comete falta quem cria, envia e difunde essas correntes de oração, mas também quem acredita nelas.


Vincular desgraça ou recompensa a uma determinada corrente de oração é contrário aos ensinamentos da Igreja. Nem prêmio nem condenação decorrem de se participar ou deixar de participar de uma “corrente”. O Catecismo nos lembra que “atribuir só à materialidade das orações ou aos sinais sacramentais a respectiva eficácia, independentemente das disposições interiores que exigem, é cair na superstição” (CIC, 2111).
Quebrar a corrente


Ninguém precisa se sentir mal por ignorá-las, quebrá-las. Aconselho que até quebrem esses tipos de correntes de oração, porque elas nos enganam, apresentam uma falsa imagem de Deus, algo que Ele não é, um Deus castigador e ameaçador. A pessoa acaba colocando a confiança na corrente, na materialidade da oração e não em Deus. É por isso que essas “correntes de oração” não merecem nossa credibilidade, e podem ser quebradas.


Quando se encontra no banco de uma igreja, na porta da casa, papéis divulgando essas correntes de oração, lançando maldições; ou mesmo quando recebe via internet essas correntes, não se deve temê-las nem ficar preocupado, mesmo que prometam desgraças para quem não as divulgar. Esses tipos de ameaças, com certeza, não têm lugar na verdadeira religião cristã.






Autor: Padre Mário Marcelo 

Fonte: Canção Nova

27/07/2017

Maturidade: quem foge do relacionamento não cresce

A maturidade acontece quando a pessoa não foge dos relacionamentos

Quando fugimos da vida e dos relacionamentos, escondendo-nos em máscaras, vícios e inverdades, criamos ilusões que nos impedem de nos construirmos e enfrentarmos a vida como ela é. Retiramos do existir a autenticidade, instaurando assim, no coração, a frustração. A maturidade vem quando a pessoa não foge do relacionamento.
Maturidade: quem foge do relacionamento não cresce
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com
Nossa sociedade é marcada pela criação de múltiplas maneiras de camuflar a vida, destituindo-a de seu significado. Em nosso cotidiano, é comum a muitos gastarem inúmeras horas diante de um computador, um tempo que, se não for bem utilizado, pode lhes roubar do dever-desafio de se afirmarem como pessoas e os fazer substituir os relacionamentos com pessoas no mundo real, pois a virtualidade lhes imprime uma falsa segurança, a qual lhes permite ocultar suas fraquezas, revelando de si apenas uma imagem irreal. A virtualidade lhes imprime uma falsa segurança, que lhes permite ocultar suas fraquezas, revelando de si apenas uma imagem irreal.

A sua identidade por detrás do mundo virtual

Para além do virtual também é possível esconder-se na fabricação de uma falsa imagem, a qual, por sua vez, nos impedirá de sermos amados e conhecidos naquilo que somos. O relacionar-se é uma realidade que nos caracteriza como humanos; e à medida que nos relacionamos com mais qualidade, mais gente nos tornamos. Quem se relaciona, envolve-se: Ama e é amado, decepciona-se e faz decepcionar, perde e ganha. Enfim, está sujeito às contrariedades que compõem o envolver-se, mas nem por isso tem o direito de fugir por medo de sofrer. É fácil e conveniente evitar o relacionamento com os outros, principalmente se nos causam problemas. Contudo, se fizermos isso, estaremos nos esquivando das respostas exigidas pela vida; dessa forma, trilharemos um caminho que desembocará na angústia e na solidão.
É no relacionar-se que somos moldados e nos tornamos melhores; por isso, fugir da convivência com outros é eliminar da vida a possibilidade de crescer. Para que adquiramos a devida maturidade, nosso amor não pode ser superficial, fazendo-nos desistir daqueles que não compreendemos e que não nos agradam. Quem ama não desiste do outro, mas acredita nele, mesmo sem o compreender em plenitude. Amar é doar-se, é assumir o outro com suas consequências e circunstâncias, independentemente das dificuldades contidas nessa opção.
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Não existe vida sem envolvimento e, consequentemente, sem os conflitos próprios da relação. A vida é movimento, e para entender alguém é preciso ter a delicadeza para compreender as transformações que acompanham essa pessoa. Cada pessoa é dinâmica, é movimento. Ninguém conversa com a mesma pessoa duas vezes, pois, a cada minuto novas experiências operam no ser uma constante transformação, fazendo com que a pessoa de hoje não seja a mesma amanhã. Para construir sólidos relacionamentos, é necessário estar disposto a descobrir novamente o outro a cada dia.
Quem ama tem a ternura necessária para não exigir que o outro seja o mesmo todos os dias, pois deposita em suas mãos a liberdade de se construir a cada segundo, buscando compreender suas cotidianas transformações e ampliando, assim, a maneira de enxergá-lo e assimilá-lo. Amar é redescobrir a quem se ama todos os dias, permitindo que o ser se renove como as águas de um riacho, pois ninguém mergulha no mesmo riacho duas vezes em virtude do constante movimento das águas.
Alguém é sempre mais do que possamos definir ou conceituar, e assim precisa estar livre para se revelar no que é, sem ser encarcerado em exigências infantis.
Nossos relacionamentos, em todos os níveis e graus, serão libertadores e gerarão vida à medida que tivermos a delicadeza para enfrentar cada um em sua realidade, acolhendo a sua verdade e amando verdadeiramente o que encontrarmos. Assim, descobriremos, no concreto da vida, a linguagem que nos fará ser presença e acompanhar o outro com mais qualidade e inteireza, deixando-nos a possibilidade de assim também sermos encontrados e acompanhados.

Autor: Padre Adriano Zandoná

Burnout: a síndrome do esgotamento profissional

É possível identificar e tratar os sintomas da síndrome do esgotamento profissional

De repente, alguns sintomas começam a aparecer: um cansaço que não passa depois de uma noite de sono, alterações no humor que variam entre uma tristeza profunda, irritação, agitação e atitudes que usualmente não fazem parte da pessoa. Há uma falta de sentido na vida e ainda outros sintomas.
A Síndrome de Burnout, ou Síndrome do Esgotamento Profissional, tem sido estudada, desde 1960, e confunde-se com uma diversidade de quadros emocionais. Burn quer dizer queima e out exterior. Podemos fazer a correlação com um pavio que se queima até esgotar completamente. O estresse no ambiente profissional é uma realidade que quase todas as profissões e mercados sofrem e, ao passarmos por um acúmulo de tarefas, excesso de cobranças e de atividades, uma boa dose de perfeccionismo e a falta de outras atividades que gerem prazer.
Burnout a síndrome do esgotamento profissional
Direito autoral:Yuri_Arcurs
Duas situações são observadas nas pessoas que passam por esta situação: o absenteísmo, ou seja, a ausência no trabalho para a busca de tratamento médico, exames, psicoterapia entre outros; e o presenteísmo, ou seja, a pessoa que está presente no trabalho, mas que se percebe com uma redução drástica em sua produtividade e numa situação de “mente distante” da realidade onde se encontra.
Estudos realizados pela Universidade de São Paulo, no Instituto de Psiquiatria, revelaram que a necessidade de controle das situações, a falta de paciência e dificuldade para tolerar frustrações ou delegar tarefas, e o trabalho em grupo, contribuem para o quadro de esgotamento. Quando há sentimento de injustiça, falta de participação nas decisões e de apoio, conflitos com colegas podem agravar o quadro. Rever as situações profissionais e como elas são encaradas, é um passo bastante importante.

Como diagnosticar e tratar?

O diagnóstico deve ser feito com a visita de um médico, com a avaliação do estilo de vida da pessoa, de sua profissão e da forma como ela lida com suas emoções.
Os sintomas característicos desse problema estão relacionados ao cansaço, aos distúrbios do sono, dores na musculatura e também dores de cabeça, baixa qualidade no sono (dormir mais horas ou menos horas do que o necessário), alteração do apetite, dificuldade para iniciar uma atividade, percebe-se alterações no humor, com irritação, tristeza, alterações constantes. A produtividade de uma pessoa que passa por essa situação cai de forma perceptível. Há ainda a tendência ao isolamento social; com isso, a pessoa pode ficar ainda mais triste.
É comum associar esse quadro à depressão, por isso o diagnóstico é essencial, para reconhecer o que, de fato, possa acontecer com aquela pessoa. Nem sempre, por exemplo, as férias poderão aliviar tal quadro, mas a melhora virá de mudanças em todo contexto profissional, na avaliação da qualidade de vida.
As alterações hormonais provocadas pela irritação, podem produzir efeitos em todo nosso organismo, desde a pressão arterial, diabetes, doenças do coração, dentre outras. Ou seja, trata-se de um quadro que requer observação, pois pode comprometer o bem-estar das pessoas.
Será muito importante que a pessoa possa mudar seu estilo de vida, reduzir o ritmo de vida, passar por psicoterapia, associando um retorno gradual às atividades, associando, sempre que possível, atividade de física e atividades de lazer bem como uma revisão dos hábitos alimentares e de outras atividades que não apenas o trabalho.

Como evitar?

– Tenha outras fontes de satisfação além do trabalho: descubra gostos, hábitos, animais de estimação, um encontro com amigos, sair (para um lugar que não seja um shopping, por exemplo, onde os estímulos são excessivos e a pressão por compras é grande).
– Avalie como tem conduzido seu dia de trabalho: O que lhe atrai no emprego atual? Vê possibilidade de mudança ou ainda pode mudar sua forma de relacionar-se com as pessoas deste trabalho e suas percepções sobre as dificuldades. Se pensa em mudança de empresa, organize esta transição, preparando seu currículo e avaliando as possibilidades.
– Como é sua visão sobre as situações? Por vezes, valorizamos apenas os aspectos negativos de uma situação. Treine também a visão sobre o que você tem vivido de bom.
– Tem mantido uma rede de relacionamentos? É muito importante manter contatos profissionais e estar atento às possibilidades de trabalho e de capacitação.
– Tenha regularidade nos horários: alimentação, sono, trabalho, lazer. Todas essas questões devem ser organizadas em sua vida. A falta de rotina para necessidades básicas faz com que nosso corpo entre em crise. Reveja sua rotina diária.
– Observe-se: é muito importante observar os sinais que seu corpo está dando, e, sempre que possível, receber orientação médica para sintomas que podem estar associados a problemas cardiológicos, endocrinológicos entre outros.
– Atividade física, por mais simples que seja, auxilia muito nos estados de cansaço, auxiliam no metabolismo e na circulação.
– Conte com amigos, com a família, com a prática de espiritualidade, pois todos esses apoios são essenciais.
Nossa saúde emocional e física é essencial para que nossa atividade profissional e demais áreas da vida possam ser realizadas com sucesso. Portanto, rever nossos hábitos, nossa forma de conduzir a vida e nossos relacionamentos é essencial para uma vida saudável.

Autora: Elaine Ribeiro dos Santos

Esgotamento mental realmente existe e não é frescura


Saiba o que é esgotamento mental

Já aconteceu com você ou está acontecendo, de começar a perder o gosto pelas coisas da vida que antes eram prazerosas? Por exemplo, gostava muito de malhar na academia, mas agora já não tem ânimo para isso; gostava de sair com os amigos para relaxar, mas agora ficou cansativo; o trabalho era algo que trazia satisfação, mas virou um peso.

De repente, você se sente incapaz, não vê bons resultados em suas atividades. Não consegue prestar atenção em coisas simples, esquece-se de “tudo”. Ao fim do dia, sente seu corpo e sua mente exaustos, e, depois de uma boa de noite de sono, acorda com o mesmo cansaço que estava na noite anterior.



Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Se você se identificou com este quadro, é possível que esteja com esgotamento mental. Não sofra por isso, achando que é frescura, que é coisa de gente fraca, porque se trata de um quadro físico e psíquico muito comum nos dias de hoje. Na verdade, é como se o corpo reagisse, como forma de comunicar que algo está errado. O corpo revela o que a mente não disse: Estou cansado! E isso é sério, pois o cansaço mental leva a um cansaço físico, mas o físico, normalmente, não gera um cansaço mental. Então, trata-se de dois em um!
A mente se cansa? Sim! Cansa, e muito!

A vida acelerada que temos na atualidade é o grande fator que favorece esse quadro. Tudo avança com muita rapidez, a vida acontece em uma fração de segundos e as exigências acompanham esse aceleramento, sejam elas externas ou internas. O desejo de ser melhor, mais eficaz e “dar conta” de tudo com perfeição, exige dedicação do corpo e da mente, atenção, perspicácia, dinamismo e tantas outras coisas. O medo de não conseguir corresponder a esse mundo frenético nos faz exigir de nós mesmos e nos mantêm em um estado de vigilância constante. Tudo isso exige muito dos nossos neurônios, que, juntamente aos hormônios, provocam um desequilíbrio interno, como se fosse um curto circuito. E uma das formas de perceber isso é a alteração do hormônio cortisol, que, quando aumentado, reflete no corpo esse desgaste que originalmente é emocional.
O que podemos fazer para rever esse quadro?

É muito importante o diagnóstico correto, pois os sintomas do esgotamento mental pode ser confundido com depressão devido à ausência de prazer e ânimo em coisas que anteriormente havia. Mas sabendo que se trata de um esgotamento, o primeiro passo é rever a rotina. Como está sua rotina? É possível mudá-la? Aqui, abro um parêntese e digo: sempre é possível! É preciso fazer uma escolha. Diante dessa rotina, o que posso reduzir ou tirar? Na dimensão de trabalho, pouco se pode mexer, mas pode planejar férias! Na dimensão família, é possível rever a rotina, organizar-se para que não haja tanto desgaste. Se você é coordenador de alguma coisa, que seja na Igreja, na área social ou outro setor, quem sabe não chegou a hora de passar essa coordenação para outro? O importante é perceber que seu corpo e sua mente estão dando sinais que não estão mais suportando a rotina e a pressão que se vive no hoje, e que isso, não mudando neste momento, chegará a hora que o corpo vai parar de vez!

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Busque realizar atividades diferentes da que normalmente você já faz e que geram prazer. Experimente um passeio, um curso de atividades manuais, dançar, correr, pedalar, criar ambientes de leveza. No entanto, a psicoterapia é uma grande ajuda nesta caminha de reorganização mental, pois pode ser que seu maior inimigo seja a dificuldade de dizer não às coisas, por isso sobrecarrega seu corpo e sua mente.

Neste mundo de hoje, muitas vezes não se descansa nem quando se dorme. Para viver bem, ter uma vida plena e rica em sentidos, tenha coragem de olhar para você e dizer ‘sim’ quando for preciso, e ‘não’ quando necessário!




Autora: Aline Rodrigues
Fonte: Canção Nova