31/03/2010

Por que esta Semana é Santa?


Na Semana Santa, a Igreja Católica celebra os mistérios da salvação, levados a cumprimento por Jesus Cristo nos últimos dias de Sua vida, a começar pelo Seu ingresso messiânico em Jerusalém. O tempo da Quaresma, o período de 40 dias, cujo início é na Quarta-feira de Cinzas, continua até a Quinta-feira Santa. A partir da Missa Vespertina da Quinta-feira (“in Cena Domini”/Ceia do Senhor) inicia-se o Tríduo Pascal, que abrange a Sexta-feira Santa “da Paixão do Senhor” e o Sábado Santo. E tem o seu ápice na Vigília Pascal e no Domingo da Ressurreição.

A Semana Santa começa no Domingo de Ramos, que une num todo o triunfo real de Cristo e o anúncio de Sua Paixão. Desde a Antiguidade se comemora a entrada do Senhor em Jerusalém com uma procissão solene. Com ela, os cristãos celebram esse evento, imitando as aclamações e os gestos das crianças hebreias, que foram ao encontro do Senhor com o canto do "Hosana" (o grito de exaltação e adoração ao messianismo de Jesus).

Durante a Semana Santa, a Igreja Católica celebra todos os anos os grandes mistérios da redenção humana. O Tríduo Pascal tem início na Quinta-feira Santa com a Missa do Lava-pés, expressão máxima da frase de Jesus – “Eu vim para servir, não para ser servido”. Nessa celebração, Cristo deixa o exemplo do amor ao próximo. Nessa Missa também se recorda a instituição da Eucaristia e do sacerdócio. Ao final da celebração, acontece a “Transladação do Santíssimo”, na qual o sacerdote recolhe as Hóstias Consagradas e as deposita no sacrário. Tudo isso acontece numa procissão luminosa, na qual o povo, em silêncio e recolhimento, é chamado à adoração a Nosso Senhor Jesus Cristo, que vai se entregar como sacrifício.

Na Sexta-feira Santa recorda-se o dia em que Cristo se entrega como vítima pela humanidade. A celebração desse dia se dá em três partes: liturgia da Palavra com o Evangelho da Paixão, adoração da cruz, com o tradicional beijo da cruz e distribuição da comunhão. Esse é o único dia em que não há Missa. Nesse dia, os católicos observam o jejum juntamente com a abstinência de carne. Também nesse dia se guarda o silêncio numa atitude de oração e contemplação.

Na noite do Sábado, segundo uma antiquíssima tradição da Igreja Católica, celebra-se a chamada “Vigília Pascal”. Esta noite santa, em que Jesus ressuscitou, deve ser considerada como “mãe de todas as santas vigílias”. Esta celebração inclui a chamada “bênção do fogo novo” com uma procissão luminosa, por meio da qual os fiéis católicos renovam sua fé em Jesus: a luz do mundo; a proclamação solene da Páscoa com o canto do “Exultat”; as leituras do Antigo e Novo Testamentos; e a celebração de um batismo, que é expressão da vida nova, que Jesus veio trazer. Os fiéis são convidados a cantar com alegria que “Jesus Ressuscitou”.

O Domingo de Páscoa, para os católicos, marca o início de um novo ciclo ou como é chamado “O Tempo Pascal”, que se estende por cinquenta dias, até a chamada Festa de Pentecostes (descida do Espírito Santo). Esses dias são vividos com a mesma intensidade e júbilo como se fossem um só e mesmo dia, o “Dia da Ressurreição”.

29/03/2010

Nossa Senhora e a Eucaristia


Jesus se torna acessível às pessoas na comunhão

O Papa João Paulo II escreveu o documento Ecclesia de Eucharistia falando da extrema ligação de Nossa Senhora com a Eucaristia. Há um nexo profundo entre Maria Santíssima e a Eucaristia; o próprio Papa João Paulo II afirma que Ela foi o primeiro sacrário do mundo, por essa razão, Ela em tudo tem a ver com Jesus Eucarístico. A primeira coisa que o saudoso Pontífice nos recorda é que Maria não estava presente no momento da instituição da Eucaristia, na Santa Ceia, pois não era o papel dela estar lá, mas através de sua intercessão, realizou-se o milagre da transubstanciação pelo poder do Espírito Santo.

O que faz um homem ser homem? É a beleza física? A cor dos seus cabelos? O formato de sua orelha? Nada disso. O que o faz ser homem é algo que não se vê, é a alma! É a essência de alguém que o faz ser quem é. Assim, quando vemos a hóstia branca, redonda, de diversos tamanhos, não fazemos conta da essência, da substância e é isso que acontece no momento da transubstanciação, ou seja, a transformação da substância vinho e pão para Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Jesus se torna acessível às pessoas na comunhão. Todos podem receber a Eucaristia, independentemente de sua condição física ou psicológica. Deus quis que você recebesse o Corpo, a Alma e a Divindade de Cristo. É Jesus, que se esconde e se aniquila através da Eucaristia.

Só há um caso em que o Senhor não está na hóstia: é quando o trigo ou o vinho se estragam, deixando de ser pão e vinho, não tem como ser Jesus. Jesus não "está" no pão, Jesus é o Pão Consagrado. Quantas vezes, Ele entra na boca de um bêbado e até de alguém que não está preparado para recebê-Lo na comunhão.

Quando compreendermos o amor de Jesus por nós, nosso desejo pela Eucaristia será maior. Hóstia significa "vítima oferecida em sacrifício". Cristo deu o poder aos sacerdotes para consagrarem a substância do pão e do vinho em Corpo e Sangue d'Ele por inteiro, é a palavra de Cristo pelo sacerdote. O sacramental é aquilo que depende de nossa fé; mas, o sacramento é diferente, pois, por exemplo, no sacramento do batismo a criança não precisa ter fé para acontecer a graça, pois é Deus quem opera.

Todos nós conhecemos a passagem bíblica que narra as Bodas de Caná (cf. Jo 2,1-12). Naquele momento, o Senhor mudou tanto a aparência como a substância do líquido, diferentemente do que acontece durante a consagração, na celebração da Santa Missa. A essência do trigo é o próprio Corpo de Cristo; a essência do vinho é Seu próprio Sangue.

Assim como Jesus se fez presente no seio da Santíssima Virgem Maria durante a gestação, quando O recebemos na Hóstia Consagrada, Ele está presente dentro em nós. Então, como Maria, podemos cantar o "Magnificat".

Nosso Senhor Jesus Cristo se encarna no corpo de cada um de nós, também com o desígnio de nos salvar. Ele tem uma paixão enorme pela nossa essência, a nossa alma, por isso, tenta de todas as maneiras salvá-la. Diante disso, cabe a nós olharmos para Cristo, na Eucaristia, com a mesma adoração que Isabel recebeu Maria, quando grávida, ao visitá-la (cf. Lucas 1,39-56).

Assim como a Igreja e a Eucaristia não se separam; a Virgem Maria e a Eucaristia também não se separam. Quem entra na comunhão com Cristo, entra na escola de Maria, pois Ela tem muito a nos ensinar!

26/03/2010

Ofereça o que você tem para Deus


“Os apóstolos se reuniram junto de Jesus e lhe contaram tudo o que tinham feito e ensinado. Ele disse-lhes: 'Vinde, a sós, para um lugar deserto, e descansai um pouco!' Havia, de fato, tanta gente chegando e saindo, que não tinham nem tempo para comer. Foram, então, de barco, para um lugar deserto, a sós. Muitos os viram partir e perceberam a intenção; saíram então de todas as cidades e, a pé, correram à frente e chegaram lá antes deles. Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão e encheu-se de compaixão por eles, porque eram como ovelhas que não têm pastor. E começou, então, a ensinar-lhes muitas coisas. Já estava ficando tarde, quando os discípulos se aproximaram de Jesus e disseram: 'Este lugar é deserto e já é tarde. Despede-os, para que possam ir aos sítios e povoados vizinhos e comprar algo para comer'. Mas ele respondeu: 'Vós mesmos, dai-lhes de comer!' Os discípulos perguntaram: 'Queres que gastemos duzentos denários para comprar pão e dar de comer a toda essa gente?' Jesus perguntou: 'Quantos pães tendes? Ide ver'. Eles foram ver e disseram: 'Cinco pães e dois peixes'. Então, Jesus mandou que todos se sentassem, na relva verde, em grupos para a refeição. Todos se sentaram, em grupos de cem e de cinqüenta. Em seguida, Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos ao céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e ia dando-os aos discípulos, para que os distribuíssem. Dividiu, também, entre todos, os dois peixes. Todos comeram e ficaram saciados, e ainda encheram doze cestos de pedaços dos pães e dos peixes. Os que comeram dos pães foram cinco mil homens”

(Marcos 6,30-44).


Tiremos uns pontos dessa passagem que aconteceram depois de um momento muito difícil: João Batista tinha acabado de ser decapitado.

O primeiro ponto é o convite que Jesus fez aos apóstolos e a nós: “Vinde, a sós, para um lugar deserto e descansai um pouco”. É preciso ter um momento de oração com o Senhor, uma conversa e um descanso com Ele.

O segundo ponto é aquele no qual Jesus, diante de todo o seu cansaço, encontra tempo para ouvir Seu povo. Jesus sempre está pronto para nos ouvir e não se importa em nos atender. Ele sente compaixão, valoriza o esforço humano. Jesus tem compaixão do mínimo de esforço que fazemos.

Se nós somos tocados pelos pequenos esforços dos nossos filhos, quanto mais o Pai do céu ao ver os esforços que o povo faz para chegar até Ele. O mundo anda sem referência e Deus se compadece disto. Mas Ele nos mostra o caminho certo a partir do momento em que deixamos Ele entrar em nossa vida; fazendo a nossa parte e deixando que Deus faça a d'Ele.

O terceiro ponto é o deserto. Não existe deserto para Deus, não existe aridez que Deus não possa regar. Não há deserto que pare a Água Viva do coração de Jesus Cristo.



Já o quarto ponto
é quando o apóstolo diz que já é tarde. Mas nunca é tarde para Deus. Embora não sejamos atendidos do jeito que gostaríamos, com Jesus a vitória é certa. Mesmo a morte com Deus é vitória, mesmo que aos nossos olhos não vejam, Deus sempre está ao noso lado e para Ele nunca é tarde.

O quinto ponto é quando o discípulo tenta ensinar algo ao Senhor; então, Jesus lhe diz: “Despeça-os para que possam ir aos sítios e povoados vizinhos para comprar algo para comer”. Deus não deixa ninguém sair de mãos vazias, pois Ele não despede ninguém.
Sexto é a reposta de Jesus: “Vós mesmos, dai-lhes de comer!”. Diz o Evangelho de João que Jesus experimenta a fé dos apóstolos. Isso quer dizer que, muitas vezes, cabe a nós alimentar o irmão, levar a Palavra a ele, ser a ponte entre o Senhor e o mundo. Deus nos quer no mundo, mas não nos quer mundanos.

Sétimo ponto: os apóstolos fazem ainda mais uma observação racional: “Senhor, precisamos de duzentos denários para alimentar este povo”. Jesus Cristo volta a pergunta ao apóstolo dizendo-lhe: “O que vocês têm?”. O que você tem para oferecer para Deus hoje? Com quanto você pode ajudar?

O oitavo ponto é que quem doou o pão e os peixes foi um menino. Aqui, Deus quis nos lembrar de que Ele usa o menino para evangelizar. Não importa o quão pequeno eu seja, Deus pode e quer me usar para ajudar as pessoas. Ele pode e quer usar os seus cinco pães e dois peixes para suprir a diferença.
No nono ponto, Deus não nos mandou converter ninguém, Ele nos pediu que evangelizássemos. Quando tomamos sobre nós a responsabilidade de converter alguém, isso nos cansa. Por isso, devemos evangelizar e deixar que o Senhor converta, ou seja, faça a sua parte que Deus faz a d'Ele. “Não perturbe seu coração, porque para Deus tudo é possível”.

No décimo ponto, pergunte-se: “O que posso oferecer a Deus?” Tudo. Por menor que seja, ofereça ao Senhor. Use momentos do dia a dia para apresentar a Ele os seus cinco pães e dois peixes. Deus pega esses pães e os abençoa. Deus, pega aquilo que temos e também dá a Sua bênção. O Senhor não mima seus filhos; ao contrário, Ele os ama. Por isso, Ele vai abençoar aquilo que você oferece a Ele. Décimo primeiro: Jesus deu aos discípulos os pães abençoados para que eles o levassem ao povo. O que isso quer dizer? Isso significa que nós precisamos da Igreja. Deus quis contar com ela, quis contar com seus discípulos. O Pai quer nos alimentar por meio da Igreja. Cristo dá este dom e alimenta o povo através do seu discípulo. O querer é seu, o poder é de Deus.



Existe uma história que diz o seguinte: “Um pai ganhou um presente e guardou o embrulho que era muito bonito. Chegou em casa e disse que não era para ninguém mexer no papel, porque ele iria dá-lo a outra pessoa um dia. Passado uns dias, ele chegou em casa e sua filha estava picotando o papel. Ele ficou muito bravo e disse a ela que não era para fazer aquilo. Ela olhou pra ele e disse lhe que era para alguém especial. Ele brigou mais um pouco com ela, mas ela nem se importou.

No domingo seguinte, era Dia dos Pais. A garotinha chegou para seu pai com um embrulho na mão e lhe deu (com o papel bonito). Ele abriu o embrulho e dentro dele havia uma caixinha de maneira. Quando ele abriu, a caixinha estava vazia. Ele, muito bravo, olhou para ela e lhe disse: “Você está pensando que eu tenho tempo para brincadeiras?”. Ela, com os olhos cheios de lágrimas, olhou para o pai e lhe disse: “Claro que tem papai, passei o mês inteiro colocando beijinhos dentro desta caixa!'”
Às vezes, aquilo que nós não enxergamos, Deus consegue ver. Ele não valoriza somente os resultados, mas valoriza também a intenção. O Senhor consegue enxergar o menor beijo que nós jogamos nesta caixa.

Entregue o seu pão e o seu peixe ao Senhor. Peça para Ele abençoar aquilo que você tem de bom. Deus conta com você. Entre com o seu 1%, porque o Senhor vai entrar com os outros 99%. Quando entramos com o nosso querer, Deus entra com sua graça.

25/03/2010

O Ventre de Maria foi o primeiro Sacrário da face da terra


A humildade foi assumida pela majestade, a fraqueza, pela força, a mortalidade, pela eternidade. Para saldar a dívida de nossa condição humana, a natureza impassível uniu-se à natureza passível. Deste modo, como convinha à nossa recuperação, o único mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo, podia submeter-se à morte através de sua natureza humana e permanecer imune em sua natureza divina.

Por conseguinte, numa natureza perfeita e integral de verdadeiro homem, nasceu o verdadeiro Deus, perfeito na sua divindade, perfeito na nossa humanidade. Por “nossa humanidade” queremos significar a natureza que o Criador desde o inicio formou em nós, e que assumiu para renová-la. Mas daquelas coisas que o Sedutor trouxe, e o homem enganado aceitou, não há nenhum vestígio no Salvador; nem pelo fato de se ter irmanado na comunhão da fragilidade humana, tornou-se participante dos nossos delitos.

Assumiu a condição de escravo, sem mancha de pecado, engrandecendo o humano, sem diminuir o divino. Porque o aniquilamento, pelo qual o invisível se tornou visível, e o Criador de tudo quis ser um dos mortais, foi uma condescendência da sua misericórdia, não uma falha do seu poder. Por conseguinte, aquele que, na sua condição divina se fez homem, assumindo a condição de escravo, se fez homem.

Entrou, portanto, o Filho de Deus neste mundo tão pequeno, descendo do trono celeste, mas sem deixar a glória do Pai; é gerado e nasce de modo totalmente novo. De modo novo porque, sendo invisível em si mesmo, torna-se visível como nós; incompreensível, quis ser compreendido; existindo antes dos tempos, começou a existir no tempo. O Senhor do universo assume a condição de escravo, envolvendo em sombra a imensidão de sua majestade; o Deus impassível não recusou ser homem passível, o imortal submeteu-se às leis da morte.

Aquele que é verdadeiro Deus é também verdadeiro homem; e nesta unidade nada há de falso, porque nele é perfeita respectivamente tanto a humanidade do homem como a grandeza de Deus.

Nem Deus sofre mudança com esta condescendência da sua misericórdia nem o homem é destruído com sua elevação a tão alta dignidade. Cada natureza realiza, em comunhão com a outra, aquilo que lhe é próprio: o Verbo realiza aquilo que é próprio do Verbo, e a carne realiza o que é próprio da carne.

A natureza divina resplandece nos milagres, a humana, sucumbe aos sofrimentos. E como o Verbo não renuncia à igualdade da glória do Pai, também a carne não deixa a natureza de nossa raça.

É um só e o mesmo – não nos cansaremos de repetir – verdadeiro Filho de Deus e verdadeiro Filho do homem. É Deus, porque no principio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus: e o Verbo era Deus. É homem porque o Verbo se fez carne e habitou entre nós (cf. Jo 1,1. 14).

Das Cartas de São Leão Magno, papa
(Epist. 28, ad Flavianum, 3-4: PL 54,763-767 Séc. V).


Meditando neste magnífico mistério da Encarnação do Senhor pensamos: então o ventre de Maria realmente foi o primeiro Sacrário da face da terra, ela foi quem primeiro adorou Jesus Cristo salvador. O sim de Maria a salvou em primeiro lugar e esse é o seu grande mérito. Ela é a primeira adoradora em espírito e verdade, por isso, mestra e modelo de todo adorador. O mesmo Jesus pequeno, gerado pelo Espírito Santo, ainda embrião no seio de Nossa Senhora é o mesmo Jesus crucificado por amor e Ressuscitado para a nossa vitória. Logo depois que soube que estava grávida e com ela também sua prima Isabel, mãe de João Batista, carregou consigo Jesus e o Espírito Santo pelas montanhas para confirmar João e exercer o serviço do amor. Foi o primeiro grande Pentecostes, ou seja, batismo no Espírito Santo na história.

“Ele será grande diante do Senhor. Não beberá vinho nem bebida fermentada; e, desde o ventre da mãe, ficará cheio do Espírito Santo. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou de alegria em seu ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo” (cf. Lc 1, 15.41).

O nosso desejo é acolher Jesus e aprender com Maria nesta escola a adorar, a viver a experiência da Eucaristia, do batismo no Espírito Santo e a ser grandes intercessores pela salvação do mundo. Contra o aborto, anunciar a salvação a tantas mães e crianças que morrem vitimas desta crueldade. Mãe ensina-nos a mar, adorar e acolher o mistério de nossa vocação.

Oração A Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento

Virgem imaculada, Mãe do Salvador, cuja carne e sangue tomados em vosso castíssimo seio nos alimentam na divina Eucaristia, nós vos saudamos sob o título de Nossa Senhora do SS. Sacramento, porque fostes a primeira a praticar os deveres da vida eucarística, ensinando-nos, com o vosso exemplo, a assistir ao santo sacrifício da missa, a comungar menos indignamente e a visitar frequentemente e com devoção o augustíssimo sacramento do altar.

Ó Maria fazei que, seguindo os vossos passos, possamos cumprir sempre mais perfeitamente nossos sagrados deveres e mereçamos assim a eterna recompensa. Assim seja.

23/03/2010

A pedofilia e a pederastia envolvendo pessoas do Clero


A pedofilia é abominável e envolve toda a sociedade, não envolve apenas as pessoas da Igreja Católica. Certamente, a falta se torna mais grave ainda quando se trata de um religioso, pois o erro de um deles gera um escândalo gigantesco. Não há justificativa para esses atos, e todos os culpados devem ser punidos nos temos da lei, sejam eles membros da Igreja ou não.

A Igreja sempre pregou que esse é um pecado grave e sempre o combateu em seus documentos. Pode ser que, no passado, talvez por um mal-entendido de defesa do bom nome da instituição, alguns bispos, na prática, tenham sido muito indulgentes com os erros de alguns sacerdotes, mas há bastante tempo a Igreja tem agido para coibir isso.

Monsenhor Charles J. Scicluna, promotor de justiça da Congregação para a Doutrina da Fé, fiscal que investiga os delitos de ordem sexual, diz que esta Congregação, nos últimos nove anos (2001-2010), analisou as acusações relativas a cerca de 3.000 casos de sacerdotes diocesanos por faltas cometidas nos últimos 50 anos. Ele afirma que cerca de 60% desses casos, trata-se mais de atos de “efebofilia”, ou seja, devidos à atração sexual por adolescentes do mesmo sexo (pederastia). Disse que “o Santo Padre assumiu a dolorosa responsabilidade de autorizar um decreto de demissão do estado clerical para muitos casos”. Então, na maioria das vezes, não se trata de pedofilia, mas de pederastia, isto é, padres com tendências homossexuais que se relacionam sexualmente com crianças ou jovens [www.acidital.com – Vaticano,13 Mar.2010].

O caso mais recente aconteceu em Arapiraca (AL), e foram noticiados na TV em 11 de março de 2010, no programa “Conexão Repórter”, da Emissora SBT, contendo acusações feitas ao Monsenhor Luiz Marques Barbosa, Monsenhor Raimundo Gomes do Nascimento e Padre Edílson Duarte. O senhor bispo diocesano de Penedo, AL, Dom Valério Breda, veio a público, em 14/3/2010, por meio de uma Nota esclarecedora, na qual reprova o acontecido, afasta os padres de suas funções eclesiásticas, decreta a abertura de Processo Administrativo Penal nos termos do Código de Direito Canônico, e coloca-se à disposição da polícia e da justiça para o que se fizer necessário. O senhor bispo agiu de imediato e tomou as providências cabíveis para os devidos inquéritos.

A Igreja tem tomado medidas sérias para enfrentar esse triste problema. O Papa João Paulo II já tinha dito aos bispos americanos que “as pessoas devem saber que não existe, no sacerdócio e na vida religiosa, lugar para aqueles que querem prejudicar os jovens”. O Papa Bento VI, falando aos bispos irlandeses, disse que “os abusos sexuais sobre as crianças e jovens não é apenas um crime abominável, mas também um grave pecado que ofende a Deus e fere a dignidade da pessoa humana criada à sua imagem”. Ele pediu aos bispos que “cuidem de tratar com determinação os problemas do passado, para resolver e fazer face com honestidade e coragem à presente crise”. Por outro lado, o Papa Bento XVI forçou a renúncia de quatro arcebispos de Dublin.

O Observador Permanente da Santa Sé ante a ONU em Genebra, Dom Silvano Tomasi, deixou claro, em 11de março de 2010, que “a Igreja Católica não descansa em sua luta contra os abusos sexuais de menores em todo mundo e este tema é de vital importância na agenda eclesiástica”. Em sua intervenção intitulada “a luta contra a violência sexual contra as crianças”, pronunciada na 13° sessão do Conselho de Direitos Humanos que trata o tema dos direitos das crianças, o núncio recordou que “o abuso sexual de menores sempre é um crime execrável”. (acidigital.com,12 Mar.2010)

Dom Cláudio Hummes, Prefeito da Sagrada Congregação do Clero, deixou claro, durante entrevista em Roma, na revista ‘Vida Nova’ que: “Não há lugar no ministério sacerdotal para pedófilos”; e qualificou a pedofilia como “um crime terrível”. Dom Cláudio disse que a Igreja não pode fechar os olhos perante este problema.”A Igreja não pode aceitar os casos de pedofilia. Os culpados devem ser punidos tanto com as leis civis como com as canônicas”. No entanto, Dom Hummes deixou claro que a maioria do clero “não tem nada a ver com estes problemas”. Assim, disse que a Igreja deve reagir e não aceitar que seja esta a imagem do sacerdote católico, formada, conforme disse, “com um preconceito negativo muito forte, que humilha e fere a imensa maioria dos sacerdotes”.(Vaticano, 26 Jun. 2009; acidigital.com)

Não é só na Igreja que esses tristes casos acontecem; em seguida, mostro algumas notícias sobre o assunto:

1- Denúncias de pornografia infantil na web ultrapassam 25 mil no Brasil -
“No primeiro semestre deste ano, a ONG Safernet recebeu 25.212 denúncias referentes à pornografia infantil na internet. Desse conteúdo, cerca de 40% das páginas foram removidas pelos provedores responsáveis pelos serviços por conterem indícios suficientes de crime por violação a termo de uso. As informações foram divulgadas por meio de um comunicado do Ministério Público Federal de São Paulo.”

2- SC: pastor pega 71 anos por abusar de 2 crianças
Fabrício Escandiuzzi - Direto de Florianópolis
“Um pastor foi condenado pela Justiça de Santa Catarina a 71 anos de prisão pelos crimes de estupro e abuso sexual contra duas crianças na cidade de Blumenau (SC), localizada a cerca de 200 km de Florianópolis. Célio Voigt, 47 anos, era pastor da Igreja Prebisteriana. Casado e pai de três filhos, ele cometeu os crimes contra um menino de 10 anos e uma menina de 8 anos.”

3- Polícia investiga suposta rede de pedofilia em Mairinque (SP)
“A Polícia Civil investiga a existência de um esquema de exploração sexual de menores de idade na cidade de Mairinque (71 km de São Paulo). Cinco homens são suspeitos de integrar uma rede de pedofilia na cidade. Os nomes não foram divulgados. O caso está sob sigilo.”

4- Procuradoria põe Franca (SP) como ponto vital contra a pedofilia
“A Procuradoria Geral de Justiça do Estado de São Paulo colocou Franca (400 km de São Paulo) na lista das sete cidades paulistas em que deve haver combate prioritário à violência sexual, física e psicológica contra crianças e adolescentes. O Diário Oficial do Estado publicou, na última semana, a formação de um grupo de trabalho para mapear os casos de violência sexual contra crianças em redes de pedofilia, domésticas –praticados por pais ou parentes– e prostituição infantil.”

5- Silêncio rasgado – (Revista Veja – março 2009)

“Pedofilia na classe média: pais e padrastos são os agressores mais frequentes; e as meninas, a totalidade das vítimas. Mas está mais difícil esconder os abusos. (Laura Diniz)
Nos últimos cinco anos, o número de casos de violência sexual contra crianças de classe média subiu de zero para 22% nos registros médicos oficiais de São Paulo. É o que mostra uma pesquisa inédita realizada pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Psiquiatria Forense e Psicologia Jurídica (Nufor) do Hospital das Clínicas de São Paulo. Coordenado pelo psicólogo Antonio Serafim, o estudo baseou-se na análise dos casos de 118 vítimas de pedofilia que chegaram ao Nufor de 2004. Em 71% dos casos, o abusador é o pai ou o padrasto.”

Fica claro que a pedofilia e a pederastia ultrapassam muito as fronteiras da Igreja, mas os holofotes se voltam muito mais sobre ela. Os filhos da Igreja também são homens pecadores, mas nem por isso a Igreja deixa de ser santa (cf Ef 5, 25s) e têm a confiança do povo. A imensa maioria dos padres têm uma vida digna com uma grande dedicação ao Reino de Deus. Eles não podem ser acusados ou menosprezados pela culpa de uma minoria que se comporta mal.

1-http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/02/16/mundo,i=173896/PEDOFILIA+CAUSA+INDIGNACAO+NA+SANTA+SE.shtml

2-http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u604243.shtml - Folha Online - 03/08/2009 - 16h00

3-http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI2131889-EI5030,00.html – 06/12/2007 - 21h32 Atualizada às 22h06

4-Agência Folha de SP - 24/03/2009 - 21h11-ROBERTO MADUREIRA - Folha Ribeirão 24/03/2009 - 10h41

22/03/2010

O amor de Deus me liberta do meu passado


Cura interior e santidade são a mesma coisa. A verdadeira cura interior é a santidade, é quando não sou mais eu que vivo, mas Cristo que vive em mim. Quando não me centralizo em mim mesmo, mas em Deus.

Em Ezequiel 47 narra a história da fonte prodigiosa do templo. A água que corre no templo é a água que corre do lado de Jesus,
"do Seu coração jorrou água e sangue". Jesus nos diz também que Ele é o templo, e desse templo transpassado pela espada jorra sangue e água. A história conta: "um homem mediu mil côvados e me fez entrar no rio com a água que dava no tornozelo. Depois mediu mil côvados e água chegou ao joelho. Depois mediu mil côvados e água chegou à cintura. Depois mediu mil côvados e água ficou profunda e só podia atravessar a nado". Isso é um pouco a história de nossa vida.

Quando Deus nos cria, Ele nos cria porque nos ama. Para nós, o pensar, o querer e o agir são três atos diferentes. Em Deus o amar, o querer, o pensar e o agir é a mesma coisa. Se você está aqui é porque Ele quis. Em todo o ato de criação o Senhor age com sua vontade chamando-nos à vida.

No começo da sua vida, pode ser que você nem tenha conhecido a Deus, mas no caminhar você foi se apaixonando por Deus e Deus por você. A água que estava no tornozelo passou para o joelho, do joelho para a cintura, da cintura ela aumentou, e não tem como você caminhar pelos seus pés, a não ser se abandonando em Deus.

Caminhando com água na cintura você se cansa, mas quando aumenta a água, seu pé sai do chão, e você não tem como andar a não ser nadar e boiar nos braços de Deus. Esse é caminho da santidade. Eu vim de Deus e vou para Deus, e cada vez mais quem manda na minha vida é Deus e o Evangelho.
Agora vem a parte mais difícil. Quando você começa a caminhar, aparece o desamor, começa a surgir o sofrimento normal da pessoa humana. Eu começo a ter fracassos e digo que isso paralisa minha vida, e o que acontece é que, em vez de caminhar para essas águas profundas eu venho e congelo o rio por falta de perdão, por culpa, porque eu acho que sou um sofredor e que justifica eu ficar paralisado. Congela o rio porque não conheço a misericórdia de Deus e passo a ser infeliz.



Eu começo a andar na minha vida cristã e de repente vem o sofrimento, eu não me perdoo, começo a sentir-me traumatizado. Eu acho que minha vida está congelada, eu não consigo me mexer, e eu mesmo congelei o rio enquanto a graça de Deus está me esperando, mas eu me paralisei.

Minha esposa morreu, fiquei doente, sem emprego... e não consigo me mexer, e considero-me um pobre coitado. E sempre que olho minha situação preciso de ombro para chorar. É isso que Deus quer? Não!
A pessoa acha que seu sofrimento, suas dores, e o ombro que ela precisa faz dela uma coitadinha. Acha que seu passado não tem mais jeito. E como voltar atrás e tirar a rejeição que ela tinha sentido. Então ela começa a murmurar. E sempre precisa de um ombro. Mas um dia ela se encontra com a lança que feriu o coração de Jesus e percebe que essa lança de misericórdia que fez jorrar sangue e água pode descongelar esse rio.

Então ela diz: "Jesus eu sei que a água e o sangue que brotaram do Seu coração são capazes de descongelar esse rio, eu cravo-o no gelo". Então o gelo se desfaz e some.

Meus irmãos, muitas vezes, a gente não sai dessa água no calcanhar porque achamos que nosso passado nos prende. Santo Agostinho diz que o passado não tem o poder de nos paralisar, pelo contrário, se eu olho meu passado na luz da misericórdia, no lado aberto de Jesus, ao invés de me paralisar, ele vai me empurrar para frente, vai me ajudar, vai me fazer um mulher madura, um homem maduro. Não serei um imaturo dizendo que todo mundo é responsável pela minha dor. O meu passado não me paralisa, mas dá sentido a minha vida e me leva para as águas mais profundas.

Nem as tribulações, nem a dor, nem a espada, nada pode me separar do amor de Deus. O amor de Deus não me limita, ele me tira da superficialidade e me leva para santidade.

Pensa no teu passado. O que te congela? Separação, enfermidade, acidente... O que te paralisa? Se Jesus te fez livre nada tem o poder de te separar de Cristo. Portanto, pegue a lança e crave-a no seu passado.

Eu sei que você e eu temos muitas coisas congeladas, mas peçamos a Deus que nos dê os "óculos" de Santa Terezinha, para que possamos ver o nosso passado como uma oportunidade maravilhosa de confiar na graça de Deus; e fazer com que o nosso passado nos empurre para frente e para cima, para que possamos entrar no rio que é o Senhor.



Não quero ficar com água na cintura, mas eu quero ser levada pelo Teu rio, Senhor. E quero olhar para meu passado e dizer para ele: Ou santos ou nada! Meu passado, por causa de você eu posso encontrar com a graça de Deus. Meu passado agora me leva para Deus.

19/03/2010

Festa de São José



Celebra-se hoje, 19 de março, a Solenidade de São José. Neste dia, a Igreja, espalhada pelo mundo todo, recorda solenemente a santidade de vida do seu patrono. Esposo da Virgem Maria, modelo de pai e esposo, protetor da Sagrada Família, São José foi escolhido por Deus para ser o patrono de toda a Igreja de Cristo.

Seu nome, em hebraico, significa “Deus cumula de bens”.

No Evangelho de São Mateus vemos como foi dramático para esse grande homem de Deus acolher, misteriosa, dócil e obedientemente, a mais suprema das escolhas: ser pai adotivo de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Messias, o Salvador do mundo.
"Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado e acolheu sua esposa" (Mt 1,24).

O Verbo Divino quis viver em família. Hoje, deparamos com o testemunho de José, “Deus cumula de bens”; mas, para que este bem maior penetrasse na sua vida e história, ele precisou renunciar a si mesmo e, na fé, obedecer a Deus acolhendo a Virgem Maria.

Da mesma forma, hoje São José acolhe a Igreja, da qual é o patrono. E é grande intercessor de todos nós.

Um pouco sobre São José:

Na Bíblia, São José recebeu o título de homem de fé, pois assim como Maria, ele ouviu a Palavra de Deus, acreditou e soube abandonar-se totalmente nas mãos de Deus, cumprindo plenamente a vontade do Senhor a seu respeito. São José participou como nenhum outro, à exceção de Maria Santíssima, da vida de Jesus feito homem. Aos seus cuidados, Deus confiou o que tinha de mais precioso: o seu próprio Filho, demonstrando a grandeza desse homem simples e silencioso que cuidou daquele Filho Divino, com verdadeiro amor de pai.

Na Igreja, São José foi consagrado como seu Padroeiro Universal, e seu culto foi grandemente difundido na segunda metade do século XIX, justamente no período em que as Fundadoras, as Servas de Deus Maria e Giustina Schiapparoli fundaram a Congregação das Irmãs Beneditinas da Divina Providência (1849).

Na vida da Congregação, as Irmãs, desde as origens, sempre recorreram a proteção de São José. Ele é particularmente venerado pelo seu exemplo de abandono total à Divina Providência, sendo a ele confiadas as casas e as Comunidades da Congregação, como guarda e protetor.

Todas as quartas-feiras, as Irmãs, em oração, invocam seu auxílio, honrando-o, especialmente no mês de março e na sua Solenidade litúrgica, celebrada no dia 19 de março.



Que assim como ele, possamos ser dóceis à Palavra e à Vontade do Senhor.
E que o santo padroeiro do trabalho interceda pelos trabalhadores e rogue a Deus para aos desempregados um bom trabalho. Valei-nos, São José!

São José, rogai por nós!

18/03/2010

O que é o "Santo Daime" ?



“A palavra “Daime”, segundo explicam os que a professam, vem do verbo “dar” no imperativo. “Dai-me paz, saúde e felicidade”, eis a aspiração implicada por esse vocábulo. “Santo Daime” designa uma bebida (chá - ayahuasca) preparada parada mediante o cruzamento de dois vegetais da Floresta Amazônica cipó jagube e a folha chacrona.


Tal bebida é utilizada por grupos indígenas do continente americano desde a época pré-colombiana em rituais mágico-religiosos, a fim de proporcionar intuições, alívio físico e psíquico, curas… Ora, eis que no século XX habitantes negros e brancos do Brasil descobriram tal bebida e seus efeitos poderosos, e constituíram em torno dela uma corrente religiosa eclética, cujas origens passaremos a ver.



Raimundo Irineu Serra, negro, nascido em 1892 no Maranhão, foi para o Acre com 20 anos de idade, integrando o movimento migratório de nordestinos para trabalhar na extração do látex. Na Floresta Amazônica, Irineu e seus companheiros foram fundindo a sua cultura com a dos índios; aprenderam a preparar a bebida de cipó jagube e folha chacrona. O uso desse chá proporcionou a Irineu as suas “mirações”: “apareceu-lhe” uma mulher chamada Clara, que se dizia Nossa Senhora da Conceição, a Rainha da Floresta. Relatou Irineu que foi ela quem deu o nome do “Santo Daime” à bebida e ditou normas para a realização do respectivo ritual.


Teria revelado a “Senhora” que aquela bebida tinha muitos nomes, mas o verdadeiro era o próprio verbo divino “dar” - dar para os que necessitassem e pedissem -, originando assim o nome “Daime”. “Daime amor, Daime luz, Daime força” são expressões características do Santo Daime.


O Mestre Irineu passou por uma fase de iniciação no interior da floresta, incluindo jejum de alimentos e abstinência sexual, a fim de adquirir (como se dizia) poderes de mira, vidência e comunicação com os espíritos.

A doutrina revelada a Irineu se codificou nos hinos do Santo Daime, que correspondiam à Bíblia Sagrada; esses hinos, recebidos do além, são tidos como a linguagem de comunicação com o astral, onde estão todos os seres divinos.


Neles se encontram expressas crenças do cristianismo, das religiões africanas e das indígenas, ou seja, de três culturas (a branca, a negra, a indígena). Evocam Jesus Cristo, Nossa Senhora da Conceição, São João Batis­ta, o patriarca São José, Tuperci, Ripi Iáiá, Currupipipiraguá, Equiôr, Tucum, Barum, Marum, Papai Paxá, B.G., Rei Titango, Rei Agarrube, Rei Tintuma, Princesa Soloína, Princesa Janaína e Marachimbé.


Os seguidores do Mestre Irineu tomaram o nome de “Povo de Juramidam”, expressão composta de Jura (= pai) e Midam (= filho). Tal é o nome que o iniciador da seita diz ter recebido das entidades divinas. Juramidam represen­ta a segunda volta de Jesus Cristo à terra, sendo assim o Povo de Juramidam o Povo de Jesus Cristo.


Mestre Irineu foi se deslocando no Estado do Acre de região em região, até que em 1945 recebeu do senador Guiomar dos Santos uma área no local denominado “Colônia Custódio Freire”, onde fundou o Centro de iluminação Cristã Luz Universal, o Alto Santo, que chegou a congregar 500 membros efetivos e receber milhares de visitantes desejosos de conhecer o Santo Daime.

A fama dessa instituição se espalhou no estrangeiro, de modo que até junho de 1980 um total de 1201 pessoas vindas do exterior haviam assinado o livro de visitantes e tomado o Santo Daime. Provinham da Argentina, da Bolívia, do Peru, da Colômbia, da Venezuela, do Chile, da Inglaterra, da França, da Itália, da Suíça, da Alemanha, de Portugal, de Israel, do Canadá e do Japão.

Outra sede do Santo Daime é a Colônia dos Cinco Mil (Acre), que no foro civil é registrada como entidade filantrópica, tendo o nome de “Centro Eclético de Fluente Luz Universal Raimundo Irineu Serra” (CEFLURIS). Em 1976 havia na Floresta Amazônica 25 Colônias unidas entre si pela utilização do Santo Daime.



As festas oficiais do Santo Daime acompanham o calendário cristão. O ano religioso começa em 6 de janeiro, em homenagem aos Três Reis do Oriente. Isso, porém, não implica compromisso como cristianismo; o Santo Daime é um sincretismo religioso, que atrai por suas promessas de “cura” e “mirações” (intuições). Não se coaduna com a fé católica.


O governo brasileiro oficializou na terça-feira (26) as regras para o uso religioso do ayahuasca, chá também conhecido como santo-daime, entre outras denominações, e utilizado principalmente em cerimônias religiosas no Norte do País. A resolução, publicada no Diário Oficial da União, veta o comércio e propagandas do composto, que só poderá ser cultivado e transportado para fins religiosos e não lucrativos. Em 1985, a bebida chegou a ser proibida no País, mas liberada dois anos depois, para uso religioso. No início dos anos 90 houve nova tentativa de proibir o chá, também refutada.


Em 2002, mais uma vez houve denúncias de mau uso do chá”.

17/03/2010

Estar ligado à Igreja é estar ligado a Cristo


O Senhor nos deu um espírito de fortaleza, de coragem, de entusiasmo, para que anunciemos a todo Seu povo a Boa Nova: “Eis o vosso Deus”. Mais do que nunca, Ele está operando no meio de nós; está realizando Suas obras, está conosco e nós precisamos mostrar quem é o verdadeiro Senhor.

Já estamos vivendo os tempos falados pelo Evangelho, o tempo do surgimento de muitos falsos profetas. Eles estão apontando outros “cristos” descaradamente. Todos os tipos de filosofia e religião estão prometendo a chegada de outros “messias”.


Nós, que temos Jesus como Salvador, precisamos nos agarrar a Ele; dedicar-Lhe nossa vida; lutar por Jesus; amá-Lo. É preciso que nos unamos, mas não em "grupinhos" separados. Hoje, mais do que nunca, precisamos estar juntos em uma única Igreja, a Igreja de Jesus. O Pai uniu de tal forma a Igreja e Seu Filho, que eles são um só, um único Corpo. Em consequência, não dá para ser de Cristo sem ser de Sua Igreja, e vice-versa.
A Igreja é vida e se faz em sucessão; não é democracia, não é feita pelo povo. Ela vem do alto, do céu e se realiza no povo de Deus.
O rebanho do Pai precisa de um pastor e Jesus não poderia estar visivelmente presente entre o povo para sempre. Por essa razão, Ele deu a Pedro e a seus Sua própria autoridade. E depois da Ressurreição disse ao mesmo Pedro, que O havia negado três vezes: “Tu me amas, Pedro? Apascenta os minhas ovelhas [...]”. Pedro era fraco, mas Jesus o escolheu como pedra fundamental de Sua Igreja – Igreja una, ungida pelo Senhor, na qual não há divisões.

Nossa geração sofrerá uma perseguição muito grande, e isso significa que, não estando ligado à Igreja, à única Igreja de Cristo, você também irá traí-Lo. Os próprios apóstolos encontraram dificuldades em seu caminho, mas não romperam com Jesus; pelo contrário, firmaram-se muito mais em Cristo e na Igreja.

Hoje encontramos muita dificuldade, muita incompreensão; nem todos estão preparados para aceitar as coisas novas que Deus está fazendo. Mas você despreza seu pai e sua mãe por eles, às vezes, demonstrarem uma mentalidade antiquada, por não compreenderem os dias de hoje? É claro que não. Você os respeita, apesar disso. Assim também é na Igreja. Nossos padres, nossos bispos são fruto de uma época, de uma mentalidade, e, às vezes, não entendem as novas ideias. Temos de ser fiéis ao Senhor e respeitar os nossos padres, bispos, entre outros.



Precisamos aprender a unir as riquezas do novo e do antigo. Com o tempo, eles vão se adaptando aos nossos dias e, orando por nós, incentivando-nos, trazendo-nos o perdão dos pecados, colocando-nos nos caminhos da fidelidade ao Senhor, a vontade de Deus acontecerá, em uma Igreja renovada de Cristo.

Deus quer fazer uma Igreja renovada, na qual o que não é certo, o que não é do Senhor, seja modificado. Como numa plástica facial em que se transforma um nariz torto, por exemplo, o Senhor quer mudar o que não está bom. Não quer cortar fora o "nariz" em hipótese alguma. Há muita gente fazendo "narizes" e "orelhas" à parte, mas isso não salvará ninguém. É preciso estar ligado a Jesus e à Sua Igreja, como os membros se ligam a um corpo, como os ramos se prendem a uma videira.

16/03/2010

PNDH-3: Uma visão reduzida da pessoa e da sociedade


O PNDH-3 (Programa Nacional dos Direitos Humanos) suscita graves preocupações não apenas pela questão do aborto, do casamento de homossexuais, das adoções de crianças por casais do mesmo sexo, pela proibição de símbolos religiosos nos lugares públicos, pela transformação do ensino religioso a história das religiões, pelo controle da imprensa, a lei da anistia, etc, mas, sobretudo por uma visão reduzida da pessoa humana. A questão em jogo é, sobretudo antropológica: que tipo de pessoa e de sociedade são propostos para o nosso País.

No programa se apresenta uma antropologia reduzida que sufoca o horizonte da vida humana limitando-o ao puro campo social. Dimensões essenciais são negadas ou ignoradas: como a dignidade transcendente da pessoa humana e a sua liberdade; o valor da vida, da família e o significado pleno da educação e da convivência. A pessoa e os grupos sociais são vistos como uma engrenagem do estado e totalmente dependentes de sua ideologia.

Os aspectos positivos, que também existem, e que constituíram as grandes batalhas da CNBB ao longo destes anos são englobados dentro de um sistema ideológico habilmente plantado por uma minoria que não respeita a visão da vida da grande maioria do povo brasileiro. Por isso, é um grande alerta o pronunciamento da CNBB, da sua comissão Vida e Família, de muitos e dos mais diferentes setores da sociedade que mostraram toda a sua preocupação.

Nesta 3º edição do PNDH, estamos diante de uma cartilha de estilo radical-socialista, que está sendo implantada na Venezuela, Equador e Bolívia e que tem em Cuba o seu ponto de referência. Trata-se de um projeto reduzido de humanidade destinado a mudar profundamente a nossa sociedade.

Vida, família, educação, liberdade de consciência, de religião e de culto, não podem ser definidos pelo poder do Estado ou de uma minoria. O Estado reconhece e estrutura estes valores que dizem respeito à dignidade última da pessoa humana que é relação com o infinito e que nunca pode ser usada como meio, mas é um fim em si mesma. A fonte dos direitos humanos é a pessoa e não o Estado e os poderes públicos.

O programa do Governo é um claro ato de autoritarismo que enquadra os direitos humanos num projeto ideológico, intolerante que fez retroceder o País aos tempos de ditadura. Somos todos interpelados diante deste projeto que tenta desmontar a estrutura da sociedade destruindo o valor da pessoa, da vida, da família e das livres agregações sociais.

15/03/2010

Deus nos ensina a amar o fracassado


No Santo Evangelho, narrado segundo São Lucas capítulo 15, vemos que o amor do Pai é o fundamento da atitude de Jesus diante dos homens.

Respondendo à crítica daqueles que se consideram justos, cheios de mérito e se escandalizam com a solidariedade para com os pecadores, Jesus narra três parábolas. Refletindo sobre a terceira parábola lucana, vemos que ela tem dois aspectos: o processo de conversão do pecador e o problema do “justo” que resiste ao amor do Pai.

Popularmente, nós a conhecemos como "A parábola do filho pródigo". Ela nos ensina a destacar a conversão na iniciativa de Deus. Em Sua Misericórdia, Ele prepara e aceita os primeiros sintomas de arrependimento. Como sempre, o Senhor está de mãos estendidas para nós. Quase nos toca, só falta um pequeno gesto nosso para que Ele nos abrace carinhosamente em Seu amor. Seu perdão é completo e sem reprovações. O Reino de Deus exulta de alegria quando um pecador é convertido.

Essa parábola [do filho pródigo] resume a história da salvação e constitui também uma síntese da história pessoal de cada um de nós. O filho mais novo se emancipa, fracassa e retorna. Da parte do pai é uma questão de amor e paciência. Da parte do filho é todo um processo psicológico de ida e volta, de fuga e retorno. Esse filho reflete uma situação comum na nossa humanidade: a imagem do homem pecador que se afasta de Deus e, depois, volta para Ele.

A saga do filho pródigo é uma história muito bonita, que mostra a grandiosidade de Deus e Seu infinito e misericordioso amor, e a nossa fragilidade, miséria e pecado.

O filho mais novo reconhece seus erros e volta, arrependido, esperando o menos, ou seja, que o seu pai o aceite como empregado. É motivo de festa para o genitor.

Mas essa história nos alerta para um erro oposto: o farisaísmo. Muitas vezes, estamos mais perto de Deus do que outros irmãos, mas, mesmo assim, o nosso egoísmo nos afasta d'Ele. Achamos que merecemos mais, que somos melhores do que os outros. O filho mais velho é também pecador, considera-se perfeito e se revolta pela festa que o pai faz para o mais novo.

O pai sai ao encontro de ambos, um muda de vida e é justificado, o outro fecha-se em sua soberba e egoísmo. Mas este também é filho e também é amado. Como disse o pai: “Tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu”.

É tempo de conversão. Mas não somente para aqueles que se afastaram de Deus e retornam. É preciso haver conversão, com a mesma intensidade, entre os que se consideram muito bons e até melhores do que o comum das pessoas. Assim somos convidados nestes dias, que nos antecedem a celebração da Páscoa do Ressuscitado, para procurarmos um confessionário e fazer uma boa confissão auricular, individual, acusando nossos pecados e pedindo a Misericórdia de Deus pela absolvição sacramental de um sacerdote.

A conversão, que é preparada por Deus, mas que exige a nossa atuação, é um processo lapidador, que vai nos tornando sempre melhores do que éramos, mas nunca melhores do que nossos irmãos.

Se todos e cada um de nós nos déssemos as mãos, não haveria – como para o Pai celeste não há - melhores, nem piores. Haveria, sim, uma multidão que quer se salvar, salvando o mundo. Sozinhos, nada somos. Juntos, unidos, despidos de egoísmo, seremos os construtores de um mundo melhor, mais fraterno, cheio de alegria, felicidade e paz. Em suma, plenos de Deus.

12/03/2010

Falta-nos coragem para trilhar o caminho que nos leva à felicidade


Hoje, a Palavra de Deus nos foi dirigida com carinho, mas também com responsabilidade. Antes de nos debruçarmos como pesquisadores da Palavra, precisamos fazer a experiência com ela, pois a Palavra de Deus nos conduz a uma resposta concreta: estar com Ele ou contra Ele. Na leitura, Jesus nos dá uma ordem que precisa ser obedecida: “Ouvi a minha voz, assim serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; e segui adiante por todo o caminho que eu vos indicar para serdes felizes (Jeremias 7,23). É importante termos consciência da aliança que estamos fazendo com Deus e que ela está de acordo com a iniciativa d'Ele. Todos nós queremos ser felizes, o que nos falta é coragem para trilhar o caminho que nos leva à felicidade. A proposta de felicidade começa no ouvido. Preste atenção e veja como a palavra ouvida tem por destino o coração que nos faz obedecer a Cristo.

Se os seus ouvidos estão acostumados aos barulhos das novelas, a sua felicidade vai terminar no último capítulo. Daí, você tem de ir para outra novela para ter novos momentos de felicidade. Mas hoje somos chamados a educar nossos ouvidos e nosso coração. Porém, na leitura de hoje também vemos que o povo não quis ouvir o Senhor:
“Mas eles não ouviram e não prestaram atenção; ao contrário, seguindo as más inclinações do coração, andaram para trás e não para a frente” (Jeremias 7,24).


Quantos de nós estamos vendo nossas famílias caminhar para trás e experimentamos em nossa própria carne a regressão daqueles que amamos! Diga-me o que você escuta, o que a sua casa escuta, que eu lhe digo se estão andando para frente ou para trás. O povo escolheu ficar surdo, tampar os ouvidos para não ouvir as Palavras da verdade.

Andar para trás é ver que o casamento está acabando, que a intimidade com os filhos está regredindo. Por isso o Senhor nos diz:
“Esta é a nação que não escutou a voz do Senhor, seu Deus, e não aceitou correção” (Jeremias 7,28). Isso é muito grave, porque tudo o que ouvimos vai ao nosso coração. Se não abrirmos os nossos ouvidos, começamos a engolir coisas que não nos deixam andar para frente. Ouvido aberto com coração fechado não adianta nada. Abra coração para fazer essa experiência, porque a palavra que cai num coração fechado, é palavra jogada ao vento.

Cristão que vem para a Igreja, mas a Palavra não chega ao seu coração, volta para casa vazio. Que o Senhor nos cure de nossa surdez, da surdez de nosso coração. Há pessoas que escutam uma briga na casa do vizinho, mas não escutam o Senhor que está falando dentro de sua própria casa.

Sabe quando uma família começa a se dividir? Quando ninguém mais se escuta dentro desta casa, quando o pai ou a mãe tem de gritar. Quando um coração está perto, falamos baixo, mas quando o coração está longe, nós gritamos. Estou falando dos gritos que agridem, de palavras que, quando ditas aos gritos, machucam o coração. Quanta família destruída, porque o marido esqueceu-se de descobrir sua esposa a cada dia.



Se os seus ouvidos estão sendo treinados com porcaria, você não vai ouvir a voz de Deus, porque Ele não vai gritar com você; ele vai falar com carinho até mesmo na hora de lhe dizer 'não'. Hoje, Deus nos propõe uma aliança. Quer estar com Ele? Então, aprenda a ouvi-Lo.