30/04/2010

O caráter divino da Igreja


Pela vida da Igreja, e sua história, podemos ver com clareza a sua transcendência e divindade. Nenhuma instituição humana sobreviveu a tantos golpes, perseguições, martírios e massacres. A sua divindade provém, antes de tudo, d'Aquele que é a sua Cabeça, Jesus Cristo. Ele fez da Igreja o Seu próprio Corpo (cf. Cl 1,18).

Podemos dizer que, humanamente falando, a Igreja, como começou, tinha tudo para não dar certo. Em vez de escolher os "melhores" homens do Seu tempo: generais, filósofos gregos e romanos, entre outros, Jesus preferiu escolher doze homens simples da Galileia, naquela região desacreditada pelos próprios judeus. "Será que pode sair alguma coisa boa da Galileia?" (Jo 1,46).

Para deixar claro a todos os homens de todos os tempos e lugares, o Senhor preferiu "escolher os fracos para confundir os fortes" (I Cor 1, 27), e também para mostrar que "todo este poder extraordinário provém de Deus e não de nós" (II Cor 4,7); para que ninguém se vanglorie do serviço de Deus.

Aqueles doze homens simples, pescadores na maioria, "ganharam o mundo para Deus" na força do Espírito Santo, que o Senhor lhes deu no dia de Pentecostes. "Sereis minhas testemunhas... até os confins do mundo"(At 1, 8). Pedro e Paulo, depois de levarem a Boa Nova da salvação aos judeus e aos gentios da Ásia e Oriente Próximo, chegaram a Roma, a capital do mundo na época, e ali implantaram o Cristianismo. Pagaram com suas vidas sob a mão criminosa de Nero, no ano 64, juntamente com tantos outros mártires, que fizeram o escritor cristão Tertuliano (220) dizer que: "o sangue dos mártires era semente de novos cristãos". Estimam os historiadores da Igreja em cem mil mártires nos três primeiros séculos. Talvez isso tenha feito os Padres da Igreja dizerem que "christianus alter Christus" (o cristão é um outro Cristo).

Mas esses homens simples venceram o maior império que até hoje o mundo já conheceu. Aquele que conquistou todo o mundo civilizado da época, não conseguiu dominar a força da fé. As perseguições se sucederam com os Césares romanos, até que Constantino, cuja mãe se tornara cristã, Santa Helena, se converteu ao Cristianismo. No ano 313 ele assinava o edito de Milão, proibindo a perseguição aos cristãos, depois de três séculos de sangue.

Mesmo depois disso surgiu um outro imperador que quis acabar com o Cristianismo, Juliano, mas deu-se por vencido, e no leito de morte exclamou: "Tu venceste, ó galileu!". Por fim, por volta do ano 380, o imperador Teodósio tornava o Cristianismo a religião do Império. Roma fora vencida pela força da fé.

"Tu és Pedro; e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja [...] e as portas do inferno jamais prevalecerão contra ela" (Mt 16,18). Depois da perseguição romana, vieram as terríveis heresias. Já que o demônio não conseguiu destruir a Igreja, a partir de fora, tentava agora fazê-lo a partir de dentro. De alguns patriarcas das grandes sedes da Igreja, Constantinopla, Alexandria, etc., surgiam as falsas doutrinas, ameaçando dilacerar a Igreja por dentro. Mas, ao mesmo tempo, o Espírito Santo suscitava os grandes defensores da fé e da sã doutrina, os Padres da Igreja: Inácio de Antioquia (†107), Clemente de Roma (102), Ireneu de Lião (202), Cipriano de Cartago (258), Hilário de Poitiers (367), Cirilo de Jerusalém (386), Anastácio de Alexandria (373), Basílio (379), Gregório de Nazianzo (394), Gregório de Nissa (394), João Crisóstomo de Constantinopla (407), Ambrósio de Milão (397), Agostinho de Hipona (430), Jerônimo (420), Éfrem (373), Paulino de Nola (431), Cirilo de Alexandria (444), Leão Magno (461) e tantos outros que o Espírito Santo usou para derrotar as heresias nos diversos Concílios dos primeiros séculos.

Assim, foi vencido o perigo do arianismo de Ário, o macedonismo de Macedônio, o monofisismo de Êutiques, o monotelitismo de Sérgio, o novacionismo de Novaciano, o nestorianismo de Nestório, além de muitos erros de doutrina.

E assim, guiada pelo Espírito da Verdade (cf. Jo 16,13), que haveria de conduzi-la "a toda a verdade", infalível e invencível, a Igreja foi caminhando até nossos dias. Entre tantos outros combates, venceu a própria miséria dos seus filhos, muitas vezes, mergulhados nas trevas do pecado; venceu os bárbaros que queriam destruir Roma e a fé; venceu os iconoclastas que queriam suprimir as imagens sagradas; venceu os déspotas e reis que queriam tomar as suas rédeas sagradas; venceu o nazismo, venceu a força diabólica do comunismo que fez tantos mártires; enfim, venceu... venceu... e venceu...., não com a força das armas e do ódio, mas com a força invencível da fé e do amor.

Certa vez Stalin, ditador soviético, para desafiar a Igreja, perguntou quantas legiões de soldados tinha o Papa; é pena que não sobrevivesse até hoje para ver o que aconteceu com o comunismo. Jesus deixou a Sua Igreja na terra, como "Lumen Gentium", a luz do mundo, até que Ele volte. Todas as outras igrejas cristãs são derivadas da Igreja Católica; as ortodoxas romperam com ela em 1050; as protestantes em 1517; a anglicana, em 1534, entre outras. Só a Igreja Católica existia no século I, no século V, no século X, no século XX; só ela tem uma história ininterrupta de 20 séculos; ensinando, sem erro, o que Cristo entregou aos Apóstolos, sem omitir nada. A sucessão dos Papas é ininterrupta desde São Pedro. Isso é um fato inigualado por qualquer outra instituição humana em toda a história. Por isso, nenhuma outra igreja pode pretender ser a Igreja que Jesus fundou. Só ela é como Jesus quis: una, santa, católica e apostólica.

A Igreja, portanto, é mais do que uma simples instituição humana, é divina; por isso, ela é como afirmou São Paulo: "A coluna e o sustentáculo da verdade" (cf. I Tm 3, 15). Assim como aquela coluna de fogo guiou os israelitas no deserto, a Igreja nos guia até o céu. Os Padres da Igreja cunharam aquela frase que ficou marcada: "Ubi Petrus, ibi ecclesia; ubi ecclesia ibi Christus" (Onde está Pedro, está a Igreja; onde está a Igreja está Cristo).

Santo Ireneu (140-202) dizia que "onde está a Igreja aí está o Espírito Santo". E Santo Inácio de Antioquia (†107), já no primeiro século, ensinava: "Onde está Cristo Jesus, aí está a Igreja Católica". No século IV, Santo Agostinho repetia que: "Onde está a Igreja, aí está o Espírito de Deus. Na medida que alguém ama a Igreja é que possui o Espírito Santo [...]. Fazei-vos Corpo de Cristo se quereis viver do Espírito de Cristo. Somente o Corpo de Cristo vive do seu Espírito".

29/04/2010

Dia de Santa Catarina de Sena


Neste dia, celebramos a vida de uma das mulheres que marcaram profundamente a história da Igreja: Santa Catarina de Sena. Reconhecida como Doutora da Igreja, era de uma enorme e pobre família de Sena, na Itália, onde nasceu em 1347.

Voltada à oração, ao silêncio e à penitência, não se consagrou em uma congregação, mas continuou, no seu cotidiano dos serviços domésticos, a servir a Cristo e Sua Igreja, já que tudo o que fazia, oferecia pela salvação das almas. Através de cartas às autoridades, embora analfabeta e de frágil constituição física, conseguia mover homens para a reconciliação e paz como um gigante.

Dotada de dons místicos, recebeu espiritual e realmente as chagas do Cristo; além de manter uma profunda comunhão com Deus Pai, por meio do qual teve origem sua obra: “O Diálogo”. Comungando também com a situação do seu povo, ajudou em muito, socorrendo o povo italiano, que sofria com uma peste mortífera e, com igual amor socorreu a Igreja que, com dois Papas, sofria cisão, até que Catarina, santamente, movimentou os Céus e a terra, conseguindo banir toda confusão. Morreu no ano de 1380, repetindo: "Se morrer, sabeis que morro de paixão pela Igreja".

Ó Catarina de Sena, irresistível Santa, à força de tua palavra não resistem os corações dos pecadores e alcançam o Reino dos céus, pela tua fé ardente e pela tua insistente oração.Como outrora, faça sentir hoje o poder de tua intercessão, para fortalecer a frágil paz entre os homens, libertar as vítimas das injustiças e todos os oprimidos por qualquer adversidade. Conforta e cura os que sofrem dos males do corpo e da alma. Roga a Jesus Cristo, Supremo Pastor, pela paz de todo o mundo, pela unidade e fidelidade do Povo de Deus, a Igreja. Pede também pelo bem de Nossa Pátria, o Brasil.Finalmente, se recorda também de mim, que te invoco com fé, sabendo que nunca abandonas na dificuldade, os que te consideram como mãe e mestra. Amém.


Santa Catarina de Sena, rogai por nós!

26/04/2010

Transforme sua casa em pedacinho de Céu.


O Evangelho de São João 2,1 nos fala de uma festa de casamento, e o interessante é que o primeiro milagre que Jesus realizou foi em uma festa de família, foi em um casamento em Caná da Galiléia, e Nossa Senhora estava presente. Diz o trecho bíblico que para esta festa de casamento foram convidados Jesus e seus discípulos e que a Mãe de Jesus também estava lá. Desta forma como eu dizia antes, para que a sua família seja transformada para melhor é preciso que você reconheça a presença discreta e forte de Nossa Senhora na sua casa.

A presença da Virgem Maria é uma presença discreta mas forte, porque Nossa Senhora percebe e o que está faltando na nossa casa para que sejamos plenamente felizes. A missão de Maria na Igreja e no mundo é fazer com que os nosso olhos se voltem para Jesus, que nossos ouvidos se abram para a voz do Senhor e o nosso coração se transforme em um sacrário vivo para receber Jesus. Ela percebe quando está faltando o vinho no seu casamento, na sua família, e no seu coração. O Vinho do dialogo, do respeito, da fidelidade e do carinho.

Quantos jovens preferem a rua do que a própria casa, preferem os amigos que a mãe e o pai. E muitas vezes a voz dos amigos tem mais valor do que a voz dos próprios pais.

A vida hoje tem estado muito corrida, muitos pais para ajudar na renda familiar tem tido dois trabalhos para garantir uma vida mais confortável para os filhos, mas estão se esquecendo que os filhos precisam do tempo deles, e que o essencial não é a roupa ou calçado mas que eles precisam da atenção dos pais. O tempo passa muito rápido, e quantas vezes, muitos pais deixam de ter um bom diálogo com os filhos para assistir um capitulo de novela.


Eu costumo dizer que a nossa casa precisa ser um pedacinho do céu. Mas ouvindo muitas pessoas que dizem que preferem chegar em casa quando todos já estão dormindo, percebo muitas vezes que esta casa está mais parecida com um pedacinho do inferno do que do céu. Mas quem é que tem que fazer a casa parecer um pedacinho do céu? Somos todos nós, pais e filhos. Todos da casa precisam fazer isso, é preciso que você abençoe a sua casa.

Não venha dizer que você já fez de tudo, porque ninguém já fez de tudo, há sempre mais para ser feito. E eu te pergunto se você tem rezado o terço todos os dias? Tem ido a Santa Missa? Tem abençoado a sua família? Por isso pais, ensinem seus filhos a pedirem a benção e a rezar. Muitas vezes nem mesmo para os padre não temos pedido a bênção. Precisamos pedir a bênção e abençoar. Porque bênção nunca é demais.

Recorra a intercessão de Nossa Senhora que é a Rainha do céu, da terra, dos apóstolos e da família, recorra a sua presença que é discreta mas que indica Jesus que quer transformar para melhor a sua família. Ele mesmo prometeu que nos aliviaria do nosso abatimento e cansaço. Jesus chama para si as famílias e promete alivio para suas dores.

E como dica, peça mais a bênção e abençoe mais a sua família. A palavra tem poder, e mesmo este filho que parece um leão indomável, enquanto ele dorme abençoe-o dizendo: “Meu filho, mesmo que você tenha arrancado sangue do meu coração, Deus te abençoe meu filho e te faça feliz."


Não fale palavras de desgraça ou de derrotas, mas proclame que a sua família será transformada para melhor em nome de Jesus. Clame pela benção de Deus, e quando alguém da sua família perder o equilíbrio, não entre em confronto mas levante as suas mãos para abençoar e reze por elas. E se comprometa hoje a abençoar mais o seu casamento, a sua família. As nossas famílias teriam mais paz se nos abençoássemos mais.

23/04/2010

Quer a cura? SAIA DO COMODISMO...

Abra a Bíblia no Evangelho de São Marcos 10, 46-52:

“Chegaram a Jericó. Quando Jesus estava saindo da cidade, acompanhavam-no os discípulos e uma grande multidão. O mendigo cego, Bartimeu, filho de Timeu, estava sentado à beira do caminho. Ouvindo que era Jesus Nazareno, começou a gritar: 'Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim'. Muitos o repreendiam para que se calasse. Mas ele gritava ainda mais alto: 'Filho de Davi, tem compaixão de mim'. Jesus parou e disse: 'Chamai-o!' Eles o chamaram, dizendo: 'Coragem, levanta-te! Ele te chama!' O cego jogou o manto fora, deu um pulo e se aproximou de Jesus. Este lhe perguntou: 'Que queres que eu te faça?' O cego respondeu: 'Rabûni, meu Mestre, que eu veja'. Jesus disse: 'Vai, tua fé te salvou'. No mesmo instante, ele recuperou a vista e foi seguindo Jesus pelo caminho”.

A vida deste homem era uma rotina: mendigar. Naquele tempo, mendigo e cego eram pessoas desprezadas, como hoje. Muitas vezes, nós paramos apenas no milagre que Deus fez na vida de Bartimeu: a cura de sua cegueira. Mas hoje somos convidamos a ir além.

Jesus tem o poder de curar, Ele pode resolver todas as situações por mais difíceis que elas sejam. Mas, para isso, precisamos ter a coragem de dar ao Senhor o lugar que Lhe é de direito. A primeira atitude do cego foi ver que Cristo estava passando e ir ao encontro d'Ele. Ele tinha ouvido falar muito n'Ele. Nós também ouvimos muitas coisas sobre Jesus. O que nós fazemos? Muitas vezes, esse é o primeiro passo.

Esse 'ouvir falar' é a isca que o Pai usa para 'fisgar' você para o Seu Reino. O cego ouviu e gritou por compaixão a Jesus. Bartimeu gritou certo: “Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim”. Muitas vezes nós gritamos para pessoas erradas e perdemos a oportunidade de ser ajudados pelo Filho de Deus.

Bebidas, falar com a vizinha e os amigos, ir fazer compras no shopping... não resolvem os seus problemas! Peça ajuda a quem realmente ama você. Nós não podemos gritar para qualquer um, nem seguir qualquer filosofia!

Quando optamos por seguir a Jesus, por gritar só por esse Nome, muitas pessoas querem abafar esse grito de socorro. O cego Bartimeu gritou mais de uma vez, ele tinha segurança de que Cristo poderia ouvi-lo. Também precisamos ser assim!

Por que Jesus não o atendeu na primeira vez? O Senhor queria provocar esse homem para ver até que ponto ele queria a Sua ajuda. Por vezes nós nos desviamos da inspiração que nos foi dada no primeiro obstáculo. Cristo provocou a fé daquele homem. O que você faz: persiste ou desiste?

O cego não parou na situação que poderia fazê-lo desanimar na fé. Ele tinha um objetivo e sabia o que queria. Precisamos ter a coragem de sair da situação de comodismo para buscar a cura. Nós queremos que Jesus nos cure, mas não temos a coragem de sair da situação de comodismo, com os mesmos pecados e hábitos.

Você tem fé o suficiente em Jesus para sair da situação que o prende na sua cegueira? A graça de Deus não acontece na nossa vida porque o Senhor não pode realizá-la , pois Ele sempre pode, mas porque o Pai quer que você saia do comodismo e confie n'Ele!

Estar com o Ressuscitado não significa vida boa o tempo todo: não é água de coco e sombra fresca. Só canta “Nada poderá me abalar” quem vive alguma dificuldade. Você só pode reconhecer que sua força e vitória é Jesus se vive situações de dificuldade. O cego Bartimeu nos ensina hoje a ter as mesmas atitudes dele.

Nós ouvimos demais o que as pessoas falam, precisamos ouvir a voz do Alto. Jesus disse ao cego: “Vai, a tua fé te curou”. Quando nós fazemos a experiência com Cristo, Ele não cobra que O sigamos. Nós somos livres. O seguimento é uma resposta de gratidão voluntária nossa. Nós nos perdemos porque achamos que segui-Lo é uma obrigação.


Se nós vivermos um relacionamento de troca com o Pai, vamos nos frustrar. Seguir o Pai é uma resposta de gratidão com a obra maravilhosa que Ele fez em nossa vida. Esses passos precisam ser dados várias vezes.


Nós temos a péssima mania de querer sempre mais, de cobrar as coisas. Jesus nos cura uma vez, nós começamos a segui-Lo, mas depois de um tempo nos acomodamos novamente. Precisamos trilhar esse caminho do cego Bartimeu sempre! Não podemos nos acomodar, é preciso reinventar todos os dias.

Talvez Jesus Cristo esteja passando na frente do seu problema neste momento e você não está vendo. O Pai lhe pergunta hoje: “O que queres que eu te faça”? Tenha coragem de colocar o seu problema nas mãos de Deus.

Ele quer dar vida nova a você!

22/04/2010

A Eucaristia, penhor da ressurreição



É preciso saber reconhecer a presença do ressuscitado no meio de nós, neste tempo Pascal a Palavra de Deus nos dá a Catequese na liturgia Eucarística, isso fica claro na passagem dos discípulos de Emaús:

(Lc 24, 13-35). “O Senhor ressuscitou verdadeiramente e apareceu a Simão. Eles, por sua parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como o tinham reconhecido ao partir o pão.”

Se não há salvação para a carne,também o Senhor não nos redimiu com o seu sangue. Sendo assim, nem o cálice da eucaristia é a comunhão do seu sangue nem o pão que partimos é a comunhão do seu corpo. O sangue, efetivamente, procede das veias, da carne, e do que pertence à substância humana. Essa substância, o Verbo de Deus assumiu-a em toda a sua realidade e por ela nos resgatou com o seu sangue, como afirma o Apóstolo: Pelo seu sangue, nós fomos libertados. Nele, as nossas faltas são perdoadas (Ef 1,7).

Nós somos seus membros e nos alimentamos das coisas criadas que ele próprio nos dá, fazendo nascer o sol e cair à chuva segundo sua vontade. Por isso, o Senhor declara que o cálice, fruto da criação, é o seu sangue, que fortalece o nosso sangue; e o pão, fruto também da criação, é o seu corpo, que fortalece o nosso corpo.

Portanto, quando o cálice de vinho misturado com água e o pão natural recebem a palavra de Deus, transformam-se na eucaristia do sangue e do corpo de Cristo. São eles que alimentam e revigoram a substância de nossa carne. Como é possível negar que a carne é capaz de receber o dom de Deus, que é a vida eterna, essa carne que se alimenta com o sangue e o corpo de Cristo e se torna membro do seu corpo?

O santo Apóstolo diz na Carta aos Efésios: Nós somos membros do seu corpo (Ef 5,30), da sua carne e de seus ossos (cf. Gn 2,23); não é de um homem espiritual e invisível que ele fala – o espírito não tem carne nem ossos (cf. Lc 24,39) – mas sim do organismo verdadeiramente humano, que consta de carne, nervos e ossos, que se nutre com o cálice do seu sangue e se robustece com o pão que é seu corpo.

O ramo da videira plantado na terra, frutifica no devido tempo, e o grão de trigo, caído na terra e dissolvido, multiplica-se pelo Espírito de Deus que sustenta todas as coisas. Em seguida, pela arte da fabricação, são transformados para uso do homem. Recebendo a palavra de Deus, tornam-se a eucaristia, isto é,o corpo e o sangue de Cristo. Assim também os nossos corpos, alimentados pela eucaristia, depositados na terra e nela desintegrados, ressuscitarão a seu tempo, quando o Verbo de Deus lhes conceder a ressurreição para a glória do Pai. É ele que reveste com sua imortalidade o corpo mortal e dá gratuitamente a incorruptibilidade à carne corruptível. Porque é na fraqueza que se manifesta o poder de Deus.

Do Tratado contra as heresias, de Santo Irineu, bispo

(Lib. 5,2,2-3:SCh153,30-38) (Séc.I)

Leia e escute: Tempo de clamar o Espírito Santo sobre nós!

Eu sou o pão da vida; vossos pais, no deserto, comeram o maná e no entanto morreram. É este o Pão vivo, descido dos céus, para que todo aquele que dele comer não morra, aleluia. Eu sou o Pão vivo, descido dos céus; quem comer deste pão, viverá para sempre. Jo 6,48-51ab

Oração: Ó Deus eterno e onipotente, que nestes dias vos mostrais tão generoso, dai-nos sentir mais de perto o vosso amor paterno para que, libertados das trevas do erro, sigamos com firmeza a luz da verdade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

20/04/2010

Nadando contra a Maré...

Experimentamos, na vida, todos os tipos de sensações e provações. Trilhamos caminhos que ora são acolhedores, ora, profundamente dolorosos. Ritualizamos momentos. Celebramos aniversário, formatura, novo emprego, prêmios, aprovações em concursos, defesas de teses, casamento. De outro lado, separações, mortes, demissões, injustiças, inveja, mentiras. O riso ou as lágrimas convivem conosco. A euforia e o desânimo também. E, assim, vamos nos construindo, nos educando.

No processo de crescimento, os exemplos de vida nos ajudam a melhorar a nossa disposição para a própria vida. A vida que passa muito rapidamente, ou não, nos dizeres de Cora Coralina:

Não sei… Se a vida é curta

Ou longa demais pra nós,

Mas sei que nada do que vivemos

Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

A educação depende da capacidade que temos de tocar o coração das pessoas. E isso se dá de muitas maneiras. Uma delas ocorre quando apresentamos modelos de vida. Não modelos perfeitos, mas pessoas que se notabilizaram por vencer os obstáculos e perseguir a meta.

A biografia de Gabrielle Chanel ou Coco Chanel mostra a saga de uma menina que tendo a mãe morta é deixada no orfanato pelo pai. Quando este parte, ela olha pela porta semiaberta desejosa de que ele olhe pelo menos mais uma vez para trás. Ele não olha e nunca volta para buscá-la. E ela, ritualmente, se arrumava todos os domingos para a tão esperada visita. Sofreu muito a menina. Sofreu muito a mulher. Sofreu muito a madura Chanel para reerguer-se depois da guerra. Certa vez, ela confessou: “A força se constrói com fracassos, não com sucessos”.

A vida de Nelson Mandela é um tesouro para a educação. Sua fé na justiça, apesar das injustiças. Sua perseverança na liberdade, apesar da prisão. Seu sonho de construir uma nação em que a cor da pele não desse o tom do respeito. Usou de todas as forças possíveis para que o seu povo celebrasse o sonho antevisto por Luther King, outro referencial.

"Eu tenho um sonho que um dia minhas quatro crianças viverão em uma nação onde não serão julgadas pela cor de sua pele, mas sim pelo conteúdo de seu caráter", declarou este último.

Quando apresentamos biografias aos nossos alunos, permitimos que percebam, com mais cuidado, a riqueza da vida talhada em momentos mais fáceis e em momentos mais difíceis. Mostrar o sucesso apenas é desconsiderar os muitos fracassos que haverão de viver os nossos aprendizes. Preparar para o fracasso parece um paradoxo para quem se prepara para a vida. Mas não é. Quantos fracassos viveram Chanel ou Mandela? Mas persistiram porque foram talhados para a luta. Em um mundo cheio de competições, em que as pessoas acabam sendo descartadas sem muita cerimônia, em que os empregos não são definitivos, educar para a adversidade faz parte do escopo essencial da relação de ensino e aprendizagem.

Sempre defendi que humanizássemos os autores para que a literatura fosse mais sedutora. Quem conhece a biografia de Machado de Assis contempla sua obra com mais entusiasmo. Quem sofre com Castro Alves as dores da ausência da liberdade contempla como o mesmo olhar de pássaro a nau composta de escravos e a dor com que o poeta clama aos céus.

A literatura dialoga com a história que dialoga com a vida. As ciências também tratam da vida como a geografia. As novas línguas que aprendemos abrem janelas para outras possibilidades. É tudo real. O conhecimento e a aprendizagem acontecem como a vida acontece. E libertam com o poder de tirar dos porões o oprimido; era esse o sonho de Paulo Freire.

Os educadores têm de ter em mente esse desafio, apresentar vidas para que as vidas dos aprendizes tenham ainda mais significado. Há um filme, recentemente lançado, “Sempre ao seu lado” que começa em uma sala de aula em que os alunos têm de contar a história de um grande herói. E um menino começa a falar do cachorro do seu avô. E o relato vai emocionando a sala porque há algo de fascinante na fidelidade do cachorro. Sua espera. O dono, um professor de música, nunca mais haveria de voltar. Mas o seu ofício era o de esperar. E as pessoas iam aprendendo com a “sabedoria” canina. E compreendendo o seu desejo de liberdade e de ternura a quem ele escolheu para servir.

Há heróis anônimos. E certamente os alunos conhecem alguns deles. Essa é uma experiência que vale a pena. Misturar biografias conhecidas com histórias do quarteirão. Vidas sempre têm importância. Algumas conseguem notoriedade, outras mudam mundos em um cantinho qualquer do mundo. Esse é o antídoto que temos contra a destruição dos valores humanos. É nadando contra a correnteza que fortalecemos os nossos músculos morais e temperamos nosso caráter com dignidade e ternura.

Nós, educadores, podemos fazer a diferença.

Vale a pena experimentar…

19/04/2010

Vivendo a transformação interior

Padre Fábio de Melo preside Missa na Canção Nova
Foto: Vânia/CN

O lema da minha ordenação sacerdotal é: “E a sorrir, pronunciaste meu nome”.

Quando a nossa mãe nos chama pelo nome composto é sinal de que a coisa não está boa, “o mar não está para peixe”. Toda palavra tem um invólucro, que é aquela emoção da voz. Tudo depende da maneira como o outro diz o seu nome ou como diz a frase.

Um dia escutei Jesus chamando meu nome assim: “Fábio, meu filho”. Sorrindo mesmo. Jesus é muito tranquilo quando nos chama, porque Ele sabe que se for dócil, aquele que é chamado vai ficar do jeito que Ele quer.


Deus nos chama pelo nome. Deus me chamou na minha infância simples, mas extremamente rica de poesias e significado. Deus usou das imagens que me atrairiam, não me chamou a partir de coisas de que eu não gostava. O Senhor é sábio. Num primeiro momento, Ele se utiliza de contextos dos nossos desejos, das alegrias que nos arrepiam a alma, depois que entramos no processo Ele vai com pedagogia nos dizendo que depois do “leite” tem que ter “alimento sólido”.

Quer ser grande? Passe pelo caminho da humilhação. A primeira vez que Deus o chama é uma história bonita, mas dura. Jesus, com um método pedagógico maravilhoso, faz com que os discípulos voltem à vida antiga. Depois do calvário, qual foi a primeira frase? “Vamos pescar.” Os olhos dos discípulos se abriram no contexto de uma vida antiga, mas inadequada.

"A nossa verdade é o lugar onde Deus trabalha", afirma padre Fábio de Melo
Foto: Vânia/CN

A nossa verdade é o lugar onde Deus trabalha, onde Ele pode agir. Aos poucos vamos sendo chamados de outras formas, vamos sentindo que Deus vai chamando o nosso nome de outro jeito, e se correspondemos com o que Deus vai mudando dentro de nós, com certeza, ficaremos cada vez melhores, porque quando Deus faz, não faz porcaria.

O que você faz com a fragilidade que existe dentro de você? A proposta de Jesus para nós é violenta, por isso Ele disse que só vão entrar no Reino dos Céus os violentos.

A mesma voz que me chamou um dia, chama você também. A partir dos seus recursos, Deus vai transformá-lo em uma pessoa muito melhor do que você é.

Eu não sei quando foi que Jesus entrou na sua vida ou os recursos que Ele usou para chamar a sua atenção. Não sei se Jesus já entrou muito ou pouco na sua vida, mas de uma coisa eu tenho certeza: você já não é mais o mesmo, alguma coisa de muito divino já começou acontecer dentro de você.

Ninguém está garantido, nós estamos todos no mesmo processo para o coração ficar melhor. Às vezes, o reflexo do outro nos vai fazendo ser melhores, assim como há outros que nos fazem retroceder. Nós não queremos retroceder. Eu não sei o quanto Deus já entrou em você, mas uma coisa é certa: Ele está à porta do seu coração para fazer de você um homem novo, uma mulher nova.

Veja um trecho da homilia em vídeo:


Vejam também:

:: Pregações do padre Fábio na Canção Nova

15/04/2010

O Cristianismo e a Igreja Católica no século XXI


A fé cristã não é uma teoria, mas sim um acontecimento

Do instigante diálogo entre Peter Seewald e o então Cardeal Joseph Ratzinger, o atual Pontífice Bento XVI, resultou o livro "O Sal da Terra – o Cristianismo e a Igreja Católica no século XXI".

Na referida obra, encontramos algumas respostas do Santo Padre para alguns questionamentos do jornalista, o qual abandonara a fé católica havia muito tempo. Certa vez, Seewald lhe perguntou quantos caminhos existiam para Deus, e este afirmou: "Tantos quantos há pessoas".

Abaixo, reproduzi algumas das perguntas extraídas do livro em questão, em comemoração ao aniversário de Santo Padre, o Papa Bento XVI.

O que o senhor considera mais fascinante em ser católico?

Fascinante é esta história viva, na qual entramos, o que, já em termos humanos, é algo de especial. Fascinante é que uma instituição com tantas fraquezas e falhas humanas se mantenha na sua continuidade e que eu, ao viver essa grande comunidade, possa saber que estou em comunhão com todos os vivos e mortos; e que nela também posso encontrar uma certeza sobre o essencial da minha vida, ou seja, o Deus que está voltando para mim; uma certeza sobre a qual posso fundar minha vida, com a qual posso viver e morrer.

A fé cristã não é uma teoria, mas sim um acontecimento. E isso é muito importante. O essencial, também no próprio Cristo, não é que Ele tenha anunciado determinadas ideias – o que Ele também fez obviamente - , mas eu me torno cristão, porque acredito nesse acontecimento. Deus entrou no mundo e agiu; é portanto, uma ação, uma realidade, não apenas um conjunto de ideias.

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Todas as grandes culturas que conhecemos tiveram ou têm a religião como fator comum mais importante. Parece existir uma espécie de uníssomo das doutrinas, por exemplo, na exortação à moderação, na advertência contra o egocentrismo e a autonomia. Então, por que razão as religiões não haveriam de ser todas iguais? Por que razão o Deus dos cristãos haveria de ser melhor do que o Deus do índio? E por que razão haveria de existir uma única religião que levasse à salvação?

Essa proposta, que foi feita desde o início da investigação histórica das religiões no Ilusionismo, mas que também tinha sugerido antes, já é contraditória quando se consideram as próprias religiões. É que não são iguais. Há graus diferentes e há religiões manifestamente doentes, que também podem ser destrutivas para o homem.

A crítica marxista da religião tem razão na medida em que há religiões de práticas religiosas que são alienantes para o homem. Lembremo-nos, por exemplo, de que, na África, a crença nos espíritos ainda continua a ser um grande obstáculo para o desenvolvimento da terra e para a construção de uma estrutura econômica moderna. Se preciso me proteger dos espíritos por todos os lados e se um medo irracional determina todo o meu sentimento de vida, então o que deveria ser a religião certamente não é vivido como deve ser, no mais profundo de mim mesmo. E, assim, também podemos verificar que no cosmos religioso indiano (o nome hinduísmo é, antes de mais nada, uma designação enganadora que engloba uma multiplicidade de religiões) existem formas muito diferentes; algumas muito elevadas, puras, marcadas pela ideia do amor, mas também algumas formas muito cruéis, das quais fazem parte ritos homicidas.

Sabemos que os sacrifícios humanos marcam de forma horrível uma parte da história das religiões; sabemos que a religião política se transformou num instrumento de destruição e de opressão; conhecemos patologias na própria religião cristã. A queima das bruxas é a retomada de um costume germânico que tinha sido superado com dificuldade por meio da evangelização na Alta Idade Média e que depois, na Baixa Idade Media, voltou a surgir com o enfraquecimento da fé. Resumindo: os deuses não são todos iguais, há figuras divinas muito negativas, quer pensemos nos cosmos religioso grego, quer, por exemplo, no indiano. A ideia de igualdade das religiões fracassa, muito simplesmente, perante o fato da história das religiões.


Mas não seria possível aceitar também que alguém possa alcançar a salvação através de outra fé que não a católica?

Isso é uma questão completamente diferente. É perfeitamente possível alguém receber da sua religião as orientações que o ajudam a tornar-se uma pessoa mais pura e, graças às quais, se quisermos usar essa expressão, também agrada a Deus e alcança a salvação. Isso não está, de modo algum, excluído; pelo contrário, acontecerá certamente em grande medida. Só que deduzir daí que as próprias religiões são simplesmente iguais, que estão uma para as outras como num grande concerto, numa grande sinfonia, em que todas, afinal, têm o mesmo significado, isso seria errado.

As religiões também podem tornar mais difícil para o homem ser bom. Isso até pode acontecer no Cristianismo, devido à vivência errada do que é ser cristão, as figuras sectárias, etc. Nessa medida, também a purificação da religião na história das religiões e no cosmos das religiões é sempre uma enorme necessidade, para que não se torne um impedimento para a relação correta com Deus, mas realmente encaminhe o homem.

Eu diria que se o Cristianismo, a partir da figura de Jesus Cristo, se apresentou como verdadeira religião na história das religiões, isso significa que na figura de Cristo surgiu, pela Palavra de Deus, a força realmente purificadora. Não é necessariamente sempre bem vividas pelos cristãos, mas é o critério e a direção das purificações indispensáveis, para que a religião não se torne um sistema de opressão e alienação, mas sim um caminho que conduza o homem a Deus e a si mesmo.

14/04/2010

Evangelho e Homilia do dia: Evangelho (João 3,16-21)


— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.


— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo,
segundo João.


— Glória a vós, Senhor.


16Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. 17De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. 18Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito. 19Ora, o julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más. 20Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas. 21Mas quem age conforme a verdade aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


Deus mantém a Sua oferta de amor, vida e salvação, embora com o risco do desprezo do homem, cuja liberdade respeita, inclusivamente na opção pelo pecado. Este não é senão a ruptura da aliança de amor, com o Senhor, a escolha das trevas e a atitude de onde brota o agir perversamente, isto é, as más obras.

Assim continua a expor o Evangelho de hoje: “O que crê no Filho de Deus não será julgado; o que não crê já está julgado, porque não acreditou no nome do Filho único de Deus”. A fé ou a incredulidade presentes contêm já uma antecipação do julgamento definitivo de Deus: a salvação ou a condenação, respectivamente. É a escatologia já realizada e atual, embora não final, própria do quarto Evangelho.

O que decide, em última instância, é a responsabilidade pessoal, ou seja, a aceitação ou rejeição de Cristo pela fé ou pela incredulidade, a opção pela luz ou pelas trevas, pela verdade ou pela mentira, pelo amor ou pelo egoísmo, pelo bem ou pelo mistério da incredulidade, que é o pecado.

Mas o fato de eu ser amado pessoalmente por Deus não me fecha num círculo à volta do qual cresce o desinteresse pelos outros. Pelo contrário, porque Deus ama o mundo e o homem tal como são, hei de sentir-me irmanado com eles. A nossa fé é vida e luz que se difundem, força positiva que cria otimismo, amor que se abre aos outros.

Se a mensagem deste dia da Páscoa nos deixa frios e indiferentes, soou o sinal de emergência espiritual: necessitamos de uma hospitalização urgente por alienação do bom senso e perda total da consciência religiosa, que nos impedem de captar a surpreendente novidade: a “loucura” de um Deus apaixonado pelo homem.

Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova

13/04/2010

Rosário, uma arma eficaz nas nossas mãos


Precisamos ser orantes! Nossa Senhora tem insistido conosco sobre a importância do rosário. O problema é que não compreendemos seu valor; achamos que o rosário é uma simples repetição de Pais-nossos e Ave-marias, meditando os mistérios. Na realidade, quem torna eficaz essa forma de oração não somos nós: é Deus.

Como acontece na Eucaristia: antes, é simples pão, feito com um pouco de farinha e água; mas, após a consagração, pela eficácia do poder do Espírito, torna-se Jesus vivo no meio de nós.
A eficácia do rosário não vem dos homens, mas do céu.

A recitação do rosário vem desde 1200. Nossa Senhora revelou a São Domingos a eficácia, a “violência” do rosário. Havia, na época, hereges que faziam mal à Igreja, sem que ninguém conseguisse detê-los. São Domingos ia de cidade em cidade, a todas as paróquias, rezando o rosário com as pessoas, e a situação começou a mudar. Como resultado, os hereges começaram a se converter.
Monsenhor Jonas Abib


Basta lembrar o que a Santíssima Virgem Maria falou em Lourdes, em Fátima e o que tem falado em Medjugorje. Até quando ela vai ter de insistir conosco para que compreendamos o valor dessa oração?!
Não esperemos ter tempo! Lavando roupa, cuidando da casa, indo para o trabalho... você pode ir rezando o rosário
. Você pode também rezar um mistério, depois outro, e outro...

Diante da violência que enfrentamos, é preciso, como aqueles homens nos tempos de Neemias, estar o tempo todo reconstruindo nossas famílias, com ferramentas numa mão e armas na outra. Uma delas é o rosário!

Os reconstrutores eram homens e mulheres, meninos e meninas; eram famílias. Quando anoitecia, ninguém voltava para casa: eles dormiam ao pé da muralha, protegendo o que haviam construído durante o dia. Cansados, depois que escurecia, ficavam orando até que todos adormecessem. É assim que o Senhor quer que nós vivamos em família: em austeridade. Temos de ser famílias profundamente comprometidas com o trabalho.

Se você não tem o emprego de que gostaria, procure outra coisa para fazer. É claro que você precisa de um trabalho remunerado, mas na obra do Senhor não falta serviço... Arrisque-se a trabalhar pelo Senhor e você verá se o Senhor lhe dará ou não um emprego remunerado! O problema está todo aqui: não temos a coragem de nos arriscar e confiar na Palavra que diz: “Procurai primeiro o Reino e a justiça de Deus, e tudo vos será dado por acréscimo” (Mt 6,33). A justiça de Deus é ver nossas famílias reconstruídas. É isso que Jesus diz: “Ora, a vontade dAquele que me enviou é que eu não perca nenhum dos que ele me deu [...]” (Jo 6,39a).
Invista sua vida no Reino e na justiça de Deus e comprove como Ele dará todo o resto em acréscimo.

Trecho do livro "Considerai como Crescem os Lírios" de Monsenhor Jonas

Eliana Ribeiro canta "Virgem do Silêncio"



12/04/2010

Reze pelos sacerdotes e jamais lhe faltará Jesus Eucaristico


Jesus está dizendo no Evangelho de Domingo: Disse-lhes outra vez: A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós. Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos “.
(Evangelho de João 20,21-23).


Muitos se confessaram nesses dias. Alguém de vocês tiveram os pecados retidos pelos padres aqui? Não! Eles disseram a vocês: 'Eu te absolvo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo'. Então os pecados de vocês estão perdoados.



Eu quero que vocês, cada vez mais olhem para os, sacerdotes, e confiem no ministério que Deus deu a todos nós.
Vocês não podem olhar para os ministros do Altíssimo com olhar de desprezo e desconfiança. Se eles estão aqui, é porque o Senhor dos Senhores os enviou, e se o Altíssimo os enviou, todos devem acolhê-los. E todos os sacerdotes só precisam de uma coisa: que vocês rezem por eles, porque são eles que darão Jesus para vocês.

Eu não sei qual é a concepção que vocês estão tendo dos padres ultimamente, mas quero dizer a vocês que os sacerdotes também recebem a graça da misericórdia, porque eles também são pecadores, por isso eles [sacerdotes] estão aqui e vieram também receber a graça da misericórdia. Rezem pela perseverança deles e jamais irá faltar Jesus Eucarístico, JESUS VIVO na vida de vocês. Isso sem falar dos outros sacramentos, mas falo agora do Sacramento da Eucaristia, porque o mundo só não entrou ainda no caos, porque ainda existe a Santa Missa e ela só acontece por causa dos ministro de nosso Senhor Jesus Cristo.

Então, amem muito o sacerdote da paróquia de vocês, porque o inferno está furioso e o demônio está com raiva da Igreja Católica, mas eu estou tranquilo porque ele jamais vai ser o vencedor.

Outra coisa, diante de qualquer acontecimento fiquem em paz, porque nada pode levar vocês ao desespero. Jesus Cristo está vivo e ressuscitou de verdade, e hoje Ele os atraiu aqui e por isso estamos unidos na festa da Divina Misericórdia, aconteça o que acontecer diga:

Jesus eu confio em Vós.”


Diante das calamidades que acontecerem daqui pra frente, o fruto do dia de hoje é dizer: “Jesus eu confio em Vós”. Coloque tudo na Misericórdia do Senhor, porque Ele tem cuidado de vocês, porque Deus não esquece nenhum de seus filhos. Por isso Ele chamou os maiores pecadores para estar perto d'Ele.

Hoje o Senhor trouxe cada um para dizer que perdoa os nossos pecados. É preciso apenas que você busque o sacerdote e se confesse.

O Senhor que derrama a sua misericórdia também quer hoje derramar o seu Espírito Santo sobre nós. Só o Espírito Santo pode dar a certeza de todas as coisas e a paz no nosso coração.

Diga comigo: 'Ó vinde Espírito Criador, as nossas almas visitai e enchei os nossos corações com Vossos dons celestiais. Vós sois chamado o Intercessor, do Deus excelso o dom sem par, a fonte viva, o fogo, o amor, a unção divina e salutar. Sois doador dos sete dons, e Sois poder na Mão do Pai, por Ele prometido a nós, por nós Seus feitos proclamai. A nossa mente iluminai, os corações enchei de amor, nossa fraqueza encorajai, qual força eterna e protetor. Nosso inimigo repeli, e concedei-nos Vossa paz, se pela graça nos guiais, o mal deixamos para trás. Ao Pai e ao Filho Salvador, por Vós possamos conhecer, que procedeis do Seu amor, fazei-nos sempre firmes crer.' (oração: Veni Creator)

08/04/2010

Convertei-vos para que se apaguem os vossos pecados


Surpreende que enquanto o grupo ouve os de Emaús e comenta a aparição de Jesus a Pedro, precisamente quando Cristo, em pessoa, aparece no meio deles, os discípulos tenham medo e resistam em acreditar no que estão vendo os seus olhos. Até certo ponto era lógico. Tinham-no visto sofrer, morrer e ser sepultado somente umas horas antes, se bem que as suficientes para o desmoronar de toda a ilusão e esperança messiânicas perante fracasso tão evidente. Portando, deve tratar de um fantasma, pensam eles, de uma alucinação coletiva, algo assim como uma presença “espírita”. À insegurança seguia-se a dúvida e esta criou o aspecto do medo que os impedia de acreditar.

Então Jesus ressuscitado junta provas físicas da Sua identidade e que evidenciam a Sua humanidade corpórea: “Tocai-me; tendes alguma coisa para comer?” E comeu diante deles. Não obstante a Sua humanidade está glorificada, o que explica que num primeiro instante não O reconheçam. Se bem que, depois de um processo gradual de fé e com base na Sua experiência e contato pessoal com e Senhor ressuscitado, acabarão por acreditar firmemente que o Visitante não é outro senão o próprio Jesus que ressuscitou.

Nas proclamações que lemos nestes dias, como primeira leitura, os apóstolos, pela boca de Pedro, demonstram ter aprendido bem a lição escriturística de Jesus. Assis, por exemplo, como lemos hoje no seu forte discurso missionário, motivado pela cura do inválido da Porta Formosa do templo, o apóstolo Pedro deixa claro diante da multidão que a cura não se efetuou pelo seu poder nem pelo de João, seu companheiro, mas em nome de Jesus, a quem Deus glorificou “ressuscitando-o de dentre os mortos; e nós somos testemunhas… Deus cumpriu desta maneira o que havia dito pelos profetas: que o seu Messias tinha que padecer. Portanto, arrependei-vos e convertei-vos para que se apaguem os vossos pecados”.

O núcleo central do anúncio apostólico , como vemos pelo livro dos Atos, é sempre o testemunho da Morte, Ressurreição e Exaltação de Cristo por Deus como Senhor e Salvador para todo o que n’Ele crer.

06/04/2010

Espírito Santo, a nossa força


"Pela sua morte Jesus nos liberta do pecado, pela sua ressurreição Ele nos abre as portas de uma vida nova" (CIC 654).

Deus aboliu definitivamente o pecado ao encravar Cristo na cruz. Nós precisamos colocar toda a nossa força para lutar e vencer o pecado, nos despir do homem velho e nos revestir do homem novo, que se restaura constantemente à imagem d'Aquele que nos criou, até atingir o perfeito conhecimento.

Durante a via-sacra, podemos perceber o túmulo em que colocaram Jesus e, como colocaram o sudário. Quando estava para romper a madrugada de domingo, o Espírito Santo ressuscitou Jesus: a morte não teve a última palavra, porque o amor é mais forte do que a morte.
Jesus saiu daquele sudário num corpo glorioso e é com esse corpo que Ele está no Céu, é com esse corpo que Ele virá para estabelecer entre nós os céus novos e uma terra nova.

"Se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dos mortos habita em vós, Ele, que ressuscitou Jesus Cristo dos mortos, também dará a vida aos vossos corpos mortais pelo Seu Espírito que habita em vós" (Romanos 8,11). Desta forma, a vida do Espírito Santo vive em mim e cada vez mais leva-me para o alto, fazendo-me um imitador de Jesus no pensar, no falar e no agir.

Eu sou sacrário vivo do Espírito Santo, aonde eu for, o Espírito Santo vai, e eu preciso levá-Lo comigo, e Ele vai santificando tudo.

Eu sei que você enfrenta muitos problemas o dia inteiro e, às vezes, nem dorme por causa deles, mas você tem o Espírito Santo.

Muitas vezes, eu digo que sou como um menino que anda na corda bamba, e quem anda na corda bamba não pode parar, pois se parar, cai. O Espírito Santo é a força que me sustenta a cada passo e quer ser para cada um de nós um companheiro inseparável em todas as situações da nossa vida, como foi de Jesus durante a Sua caminhada terrena.

Jesus, tu és o meu Salvador. Coloco tudo que tenho e sou sob o Teu senhorio. Tu és o Senhor da minha vida. Derrama sobre mim o Teu Espírito em plenitude.

Amém!

"Enviai o vosso Espírito, Senhor, e renovai a face da terra"
(Salmo 103,30).

Deus o abençoe!



Monsenhor Jonas Abib

Fundador da Comunidade Canção Nova

05/04/2010

A única coisa que posso lhes dizer hoje é que o túmulo está vazio.


O diácono enquanto cantava o evangelho, neste trecho: “Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo? 6Ele não está aqui.”, ele sorriu e disse: “Ressuscitou!”, isso deve contagiar nossa alma, pois ontem ao terminar as funções da Paixão de Cristo, o mundo ficou em trevas, uma tristeza pairou em toda a terra.

O evangelho de ontem terminou com José de Arimatéia colocando o Senhor no túmulo. Vimos ele morto, ensaguentado, a celebração de ontem terminou com tudo escuro. O túmulo recebeu Jesus, e esse rincão hoje que estava uma escuridão só, mas aos poucos a luz de Deus foi invadindo nosso coração, começou com o Círio Pascal, e as luzes foram se acendendo, uma a uma. Não eram várias luzes, mas surgiu de uma única luz e foram se acendendo luzes em nosso interior, a luz do Cristo Ressuscitado.



Não fomos criados para viver nas trevas, ela tentou entrar na nossa vida, mas ela não tem lugar, pois o túmulo está vazio, Cristo ressuscitou.
Não percam a esperança, Cristo ressuscitou, isso é uma verdade, não existe mais trevas, a luz do mundo reina em nosso coração, ela reina para sempre, pois onde Jesus está não há trevas.

Quando Jesus foi crucificado, a tristeza pairou nos corações daquelas mulheres (Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago). Elas precisavam colocar os aromas no corpo do Senhor e tiveram que esperar até o outro dia, e elas foram tristes, pois seus corações estavam marcado, de ver Jesus, na cruz dizendo: “Pai, perdoa-lhes eles não sabem o que fazem” , “Pai, por que me abandonastes?” Mãe eis ai teu filho, Filho eis ai tua mãe” “Pai em tuas mãos entrego o meu Espírito”. Havia tristeza, somente tristezas em seus corações e quando chegam no túmulo, dois seres celestiais, diz para elas: “Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo?”.

Quero dar um dever de casa, para cada um de vocês, para vocês que participaram de todas as celebrações: Vocês estudantes digam aos seus professores: “o tumulo está vazio”.

As donas e os donos de casa, não sei como está a casa de vocês, mas ao chegar em casa, proclamem que o tumulo está vazio, aleluia!

Os jovens sempre se manifestam com alegria, vocês sabem quais são as pessoas com os quais convivem, que estão se perdendo nas drogas, prostituição, vão falar para os jovens que o túmulo está vazio. Os jovens precisam entender que o túmulo está vazio, pois se vocês não gritarem as pedras irão gritas, só que as pedras não terão voz, pois vocês gritarão.

As crianças, quando estiverem brincando, de carrinho, de boneca, na internet, pelo msn, twitter, digam que o túmulo está vazio, proclamem, anunciem.

Aos sacerdotes, nas paróquias, quer seja no confessionário, na rádio, na TV, proclamem com a boca e com a vida, que o tumulo está vazio, para os diáconos temporários e permanentes, digam que o túmulo está vazio.

Ninguém pode ficar sem saber dessa mensagem, o túmulo está vazio. Eu já fui várias vezes em Jerusalém e eu vi com os meus próprios olhos, o túmulo está vazio.


Eu sei que passamos por diversos sofrimentos, mas hoje os anjos vieram dizer que aquele que foi colocado no túmulo por Nicodemos e José de Arimatéia, não está mais lá, Ele ressuscitou. A uma esperança dentro de nós, anunciada por vários profetas, pelo anjo Gabriel, que foi carregado no ventre de Nossa Senhora, que disse que ia ser crucificado e no terceiro dia ia ressuscitar, Ele ressuscitou. Para glória de todos os santos, Ele está e vivo.

Deus falou com você por quase uma hora através de sua Palavra e você ficou ouvindo, Ele nos mostrou que o túmulo está vazio e por isso é dia de alegria, ninguém volte para casa triste, pois o tumulo está vazio verdadeiramente, aleluia!

Ontem tivemos a impressão que tínhamos ficado abandonados, mas hoje, como disse o profeta Isaías, você que pensou que estava abandonada, não está, “eu sou o teu Senhor”. Depois de tudo isso só devemos dar graças a Deus, pois Ele está aqui. Agradeça pela presença do Senhor, porque o “Aleluia” foi cantado pelo povo. “Aleluia” quer dizer Deus seja louvado.

Louvado seja o Senhor porque não está morto, Ele está vivo. Ele está ressuscitado, não temais. Não posso temer mais nada, ainda que eu fosse desprezado por todos os homens, Jesus está aqui. Aleluia.

Padre José Augusto
Comunidade Canção Nova