30/05/2013

Corpus Christi: entenda o significado dessa solenidade


 
Os tapetes confeccionados para a celebração de Corpus Christi, o que, segundo padre Hernaldo, é uma forma dos fiéis exaltarem a Eucaristia
 
Nesta quinta-feira, 30, a Igreja Católica no mundo inteiro celebra uma importante solenidade que reveste o mistério central de sua fé: Corpus Christi. Neste dia, celebra-se o Santíssimo Sacramento do Corpo e do Sangue de Cristo. Como tradição popular, muitos fiéis enfeitam as ruas com tapetes feitos à base de pó de serragem, com o objetivo de preparar o local para a procissão que traz o grande motivo da festa, Jesus Eucarístico.

Esta é uma solenidade que há séculos faz parte da vida dos cristãos católicos. O assessor da Comissão Episcopal Pastoral de Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Hernaldo Pinto Farias, explicou que a festa nasceu de uma prática da devoção popular que tem início no final do século IX, mas já no século XI ao XIII está muito difundida em vários lugares da Europa. Depois, em 8 de setembro de 1264, o Papa Urbano IV, com a Bula Transiturus, instituiu esta celebração para toda a Igreja. 

De acordo com padre Hernaldo, essa prática surgiu por causa da defesa da compreensão da teologia da presença real. “Contra as heresias do início do segundo milênio, essa festa vem reforçar a posição e a orientação da Igreja sobre a presença real de Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento”.

O padre comentou ainda que a Reforma Litúrgica procurou ampliar o Missal de 1970 até o atual, utilizando a denominação de Santíssimo Sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo. “Ou seja, é uma solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, não só do Corpo, pra não dar esse sentido de redução da compreensão do próprio mistério do Corpo e Sangue de Cristo”, explicou.

Importância

Para enfatizar a importância de se reconhecer em Corpus Christi uma solenidade não só do Corpo, mas também do Sangue de Cristo, padre Hernaldo recorreu à uma menção que o Papa João Paulo II, hoje beato, fez sobre o Sacramento na Carta Apostólica Mane Nobiscum Domine, de 2004. Nessa carta, o beato disse que nenhuma dimensão desse Sacramento da Eucaristia pode ser deixada de lado, esquecida.

“Neste sentido, os textos bíblicos propostos, portanto, para esta festa nos trazem todas as riquezas deste Sacramento, como alimento, como banquete, aliança, sacramento da unidade da Igreja, do memorial da morte e da ressurreição de Cristo, não fica apenas no sentido da morte, mas revela o mistério como tal”, enfatizou o padre.

O assessor da Pastoral Litúrgica da CNBB lembrou que o sentido maior dessa solenidade está na celebração da Quinta-feira Santa. Dessa forma, Corpus Christi é como uma repetição, uma duplicação do dia da instituição da Eucaristia, porém com um aspecto mais devocional, o que também é bem vindo para a Igreja. “A Igreja não condena, porém ela quer nos ajudar a não ficar no puro devocional, se não a gente se perde”.

A tradição dos tapetes, por exemplo, que todos os anos tomam as ruas de diversas cidades do país para preparar a procissão que traz Jesus Eucarístico, segundo padre Hernaldo, é costume popular de reverenciar, de dar importância e exaltar a própria Eucaristia. O Padre explicou que, no entanto, a Igreja não pode parar nesse puro reverenciar.

“A gente lembra os Santos Padres que nos convidavam a olhar o Sacramento para além dele, ou seja, a gente tem que celebrar, ver o Sacramento para além daquilo que ele está mostrando enquanto realidade física, ele está revelando também todo um mistério  que esse Sacramento quer nos ajudar a viver”, ressaltou.

Participação ativa

Como padre Hernaldo explicou, os tapetes de Corpus Christi já fazem parte da tradição popular. Em Lorena (SP), o professor aposentado Cláudio César de Araújo, que já foi ministro da Eucaristia e fez a experiência de ajudar nesta tradição dos tapetes, contou que é muito gratificante poder participar ativamente.

“A sensação primeira é de gratidão. A gente vai mesmo por gratidão de tantas bênçãos que a gente recebe Dele (Jesus) e pelo prazer de querer deixar uma rua bem bonita e bem enfeitada para que Jesus passe por lá, é o mínimo que nós podemos fazer. É uma alegria poder participar sabendo que Jesus vai passar por ali”, relatou.

O aposentado acredita que a celebração de Corpus Christi é o momento que representa o respeito e o amor que se tem por Jesus, pela Sagrada Eucaristia. Ele contou que receber este Sacramento pela primeira vez marcou muito sua vida; foi seu primeiro encontro com Cristo.

“Eu me lembro do entusiasmo, da alegria, da fé que eu tive quando eu recebi a Eucaristia pela primeira vez, então pra mim ali foi o meu primeiro encontro. Depois eu tive vários reencontros, então essa comunhão com Jesus é sempre, espiritualmente é sempre”.

Eucaristia: como vivenciar este mistério?

Para os católicos, a Eucaristia é o sacramento mais importante, é a centralidade da vida cristã. Tendo em vista a importância desse Sacramento, padre Hernaldo deixou dois conselhos para que esta intimidade com Jesus Eucarístico seja vivenciada não só na celebração de Corpus Christi, mas ao longo de toda a vida cristã.

“Aí entra a importância, sobretudo, do Dia do Senhor, que tem que ser cada vez mais valorizado em nossas comunidades. O domingo é o dia por excelência da Eucaristia, porque é o dia por excelência da ressurreição do Cristo. O conselho que eu dou é preparar melhor as nossas celebrações dominicais, celebrá-la com mais intensidade, sem interferências. Outro conselho, por decorrência, é o aprofundamento, o estudo da liturgia da Eucaristia”, disse o padre. 
 
Fonte: Canção Nova

29/05/2013

Deus se manifesta por meio dos carismas!



Na Igreja, o poder de Deus se manifesta por meio dos carismas. Por eles é que somos curados, libertos do mal e do pecado; para que, restaurados, toda mudança, toda transformação e todo este “virar pelo avesso” possa acontecer. Somos nós que ministramos uns aos outros. Aí está a grande graça: recebemos a ação do Espírito Santo para distribuí-la aos nossos irmãos; para sermos canais.

Precisamos ser abertos e disponíveis à ação de Deus. Buscamos nos nossos irmãos o poder do Espírito Santo e, ao mesmo tempo, nos dispomos a ser usados por Ele em todos os Seus carismas: desde o dom menor, que é o de línguas, até o dom maior, que é o Amor; passando pelo dom da cura, da ciência, da sabedoria, pelo dom central que é a fé, pelo dom da profecia, do discernimento dos espíritos... Enfim, passando por todos os dons, sem nenhuma exceção.

Os dons são ferramentas necessárias. Usamos esse instrumento do Senhor para que os nossos irmãos sejam tocados, curados, convertidos, restaurados. É preciso colocar-se em ação, porque a obra é urgente.

Deus abençoe você!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

24/05/2013

Vocação da Igreja e sua missão!

Vocação da Igreja e sua missão

Se a tocha de sua fé apagar; alguém vai morrer no escuro

1- DESENVOLVENDO O TEMA

Falando sobre o que ela pensa de si mesma, a igreja diz que se reconhece como uma Luz no meio do povo, a “Luz dos Povos”. Sua vocação é ser uma luz indicativa da salvação que Deus oferece a todos os homens e mulheres da terra. Ela não só é luz indicativa, mas também instrumento da salvação de Deus, sina e sacramento da união de todos com Deus e da unidade da espécie humana.
A igreja é o Povo de Deus, que Cristo reuniu, em nome do Pai, na força do Espírito Santo. Ela tem a missão de evangelizar e é fundada na palavra de Deus e seguidora de Cristo que diz: “Vão pelo mundo e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos” (Mt 28,19).

É também missão da Igreja reunir o povo para celebrar a Eucaristia e os outros sacramentos, e alimentá-lo com a palavra de Deus. A Igreja, todavia, não vive voltada para si mesma, mas é enviada a todos os povos para anunciar-lhes o Evangelho da salvação. Por isso ela é missionária. E todo balizado é missionário também. Há dois modos de realizar essa missão evangelizadora, diz São Francisco: pela palavra e pelo testemunho de vida. Sendo a Igreja, Povo de Deus, ela comporta diferentes funções: a função dos cristãos leigos, das pessoas consagradas, do padre, do bispo e do papa.

2. APROFUNDANDO O ASSUNTO

• Já pensou que a chama do Evangelho, partindo de Jesus, chegou até você passando
por uma cadeia ininterrupta de evangelizadores? Muitos pela palavra, muitos pelo exemplo, contribuíram para que você pudesse crer. Você gostaria que, agora, essa chama passasse pela sua vida, sem iluminar ninguém?
• Tente entender o que é a Igreja, lendo esta passagem da carta aos romanos: Rm 2,4-13 (um corpo com muitos membros, uma Igreja com diferentes carismas).

No começo de sua conversão, Francisco rezava diante do Crucificado, quando este lhe falou: “Francisco, não vês que minha Igreja está em ruínas? Vai, pois, e restaura-a”. O jovem Francisco começou a restaurar a pequena igrejinha onde estava rezando, mas depois percebeu que se tratava da Igreja viva que precisava ser renovada, e dedicou-se a ela com todo fervor (3Comp 5,13). Se, hoje, o Crucificado falasse assim a você: que atitude assumiria?

Fonte: Portal da Fé

23/05/2013

Entendendo a vocação

Entendendo a vocação

A palavra “Vocare” em Latim significa chamar. A vocação é o mesmo que chamado. Todo o chamado requer uma resposta. A resposta é sempre opção livre de quem é chamado. Pode ser SIM ou NÃO. Portanto, a vocação acontece no diálogo. É o encontro de duas liberdades: a absoluta liberdade de 

Deus, que chama, e a liberdade humana que responde a esse chamado. Há um chamado fundamental à vida e modos diferentes de se responder a esse chamado. A essas maneiras diversas de respostas chamamos de Vocação Específica.

a)Vocação à Vida Ao observar a harmonia da natureza, a beleza do céu, do mar, da lua, das estrelas, de uma flor, poderemos concluir que Deus é infinitamente bom. O Mistério criador se reflete no conjunto da criação e, através dela, se revela. Ele é Amor para com todas as criaturas. A vocação das criaturas é, portanto, o chamado de Deus à existência. “E Deus viu que tudo era bom” (Gênesis).

b) Vocação Humana e Cristã Dentro de todos esses chamados à vida, o ser humano é convocado a ser gente, pessoa humana, feita à imagem e semelhança de Deus. Cada ser humano é uma criatura nova e original. É dado a todos em gérmem, desde o nascimento, um conjunto de aptidões e de qualidades para as fazer render: desenvolvê-las será fruto da educação recebida, do meio ambiente e do esforço pessoal, e permitirá a cada um orientar-se para o destino que lhe propõe o Mistério criador da vida.A vocação fundamental humana realiza-se, então, através de uma tríplece dimensão: somos chamados a nos assemelhar a Deus, relacionando-nos com ele, com os irmãos e com o mundo. Nossa fé nos leva à certeza de que fomostodos criados por um mesmo Pai-Mãe. Portanto, somos chamados a nos relacionar com Deus como FILHOS. Ora, se somos filhos de um mesmo Pai- Mãe, somos também IRMÂOS. Sou chamado a ser IRMÂO do outro ser humano e das criaturas. E, enfim, se um Pai e uma Mãe tem muitos filhos, dá a eles, por igual, em herança, sua terra e os ensina a amar, respeitar e trabalhar nela para que se alimentem, tenham vida e administrem os bens da família. Assim o mundo existe para ser compartilhado entre irmãos, bem cuidado e organizado.

c) Vocações Específicas Como já referimos anteriormente, não existe apenas uma forma de responder ao chamado de Deus. A vocação fundamental Humana pode ser vivida de modos diferentes. São diversos os caminhos para o Amor:

VOCAÇÃO DO LEIGO Muitas vezes, o termo “Leigo” é compreendido erroneamente. Quando alguém é leigo em determinado assunto, não entende da coisa ou não participa de determinada área… Não é esse o conceito que adotamos. Leigos são todos aqueles chamados à viver a semelhança de Deus, conformando sua vida aos testemunhos e ensinamentos do Cristo, como solteiro ou casados. A vida de solteiro reporta à vocação específica do próprio Cristo que permaneceu, por chamado de

Deus, neste estado para dispor de suas capacidades e dons a serviço da humanidade. Deste modo, ser solteiro não ésimplesmente a negação do ser casado.Infelizmente, ainda existem preconceitos sobre os que não se casam. Isto tem gerado não só casamentos assumidos sem vocação, mas também opções por vida religiosa e sacerdotal mal fundamentadas, resultando no desencadear de um processo de infelicidade e frustração. No matrimônio, duas pessoas são chamadas a construir uma comunidade de vida e de amor. Fundamentado sobre a rocha firme e sólida que é Jesus Cristo, o matrimônio cristão é indissolúvel, porque a aliança de Cristo conosco é eterna. No mundo da família e do trabalho, o Leigo, solteiro ou casado, é chamado a ser sinal do Cristo e do seu Evangelho. Cristo prestou o maior serviço à humanidade.

O Leigo é chamado também a servir, pela sua capacidade profissional, seus dons e habilidades. Reconhecendo ser a dimensão fraterna uma importante expressão de sua vocação, é também missão do Leigo buscar a implantação do Bem Comum, essência da verdadeira Política. Para isso, é importante sua integração em todos os meio que busquem o bem de todos: partidos, associações, sindicatos e outros organismos que se fundamentem nos ideais evangélicos. Na Igreja, o Leigo é chamado a assumir ministérios, para, através desses serviços, fazer acontecer o Reino de Deus em seu meio. A Igreja é toda ministerial e, por isso, cabem aos Leigos encargos especiais de evangelização, nas mais diversas pastorais. Em sínteses, os Leigos são aqueles homens e mulheres que, agindo à luz da fé e da Palavra de Deus, movidos pelo Amor, procuram infundir o espírito evangélico em todas as realidades temporais, como família, a cultura, as artes, as profissões, as instituições políticas.

VOCAÇÃO RELIGIOSA Assim como os Leigos, também os religiosos são chamados a responder à Vocação fundamental Humana e Cristã. Entretanto, os chamados à vida Consagrada percebem em si mesmo uma inquietude que supera as exigências do empenho batismal proposto a todo o povo de Deus. São pessoas que se sentem iniciadas a se unirem mais intimamente ao Cristo e sua missão evangelizadora. Deus as chamas a trilhar um caminho diferente para o Amor. A violência radical da Vocação fundamental Humano e Cristã assumida no Batismo se expressa mediante a prática dos conselhos evangélicos, professada pelos consagrados como voto ou promessa. A concretização dos Conselhos Evangélicos se dá através de um compromisso de vida assumido na POBREZA, na OBEDIÊNCIA e na CASTIDADE.

d) vocação Missionária A vocação Missionária é um chamado de Deus que perpassa todas as vocações específicas. Missionário pode ser o Leigo, casado ou solteiro, o religioso (irmão ou irmã) ou sacerdote. Não podemos esquecer que toda a Igreja é missionária. Caso contrário, o próprio cristianismo não teria sido tão difundido em todo o mundo. Jesus viveu e anunciou sua mensagem na Palestina. Nunca saiu de lá. Mas depois da ressurreição, enviou seus apóstolos e discípulos a levarem ao mundo inteiro seus ensinamentos e salvação. Existe também outro tipo de Missão: as conhecidas “Missões Populares”, quando uma equipe missionária se une durante um período de tempo para revigorar e reestruturar determinada comunidade cristã.

e)Vocação e Profissão Muitas vezes confundimos vocação e Profissão. Isto é compreensível se levarmos em conta que a medicina, por exemplo, é um verdadeiro sacerdócio para muitos médicos. Entretanto, sempre é bom estabelecermos os limites de um e outro conceito para que não haja confusão. Vocação é da ordem do ser. Profissão é da ordem do fazer. Vocação é um estado de vida. Profissão é uma ocupação na vida.Vocação vivo 24 horas por dia. Profissão exerso em média 8 horas por dia. Vocação é gratuita. Profissão é remunerada. Vocação é para o Reino de Deus. Profissão é para o sustento da pessoa.

f) Vocação Franciscana A vocação Franciscana é atual. Hoje os Franciscanos são chamados a reviver e atualizar o carisma de ontem. Difícil esta tarefa. Mas é certo que o Evangelho precisa ser redescoberto como o foi no tempo de são Francisco. A sociedade de consumo, de competição, idolatradora do dinheiro e do poder, espezinhadora dos pequenos e dos leprosos de hoje, contaminadora e destruidora da casa de todos que é o mundo, precisa reencontrar o frescor do

Evangelho e a pureza do paraíso que Francisco e seus companheiros viveram. Não se trata somente de descobrir eventuais atividades que os franciscanos, religiosos ou leigos, poderiam desenvolver em nossos dias. Trata-se antes de tudo de refazer a experiência de Francisco a partir da vida e das contradições de nosso tempo. Trata-se de refazer a trajetoria espiritual evangélica de Francisco com seus componentes de minoridade, pobreza, serviço, louvor, fraternidade, solidariedade com o que não tem valor. Os que seguem o chamamento franciscano reacendem a chama do Evangelho que parece morrer. Para tanto será necessário estudar o passado, reter aquilo que nele é válido e descobrir novas formas de concretização da vida evangélica com evidentes repercussões práticas. Os Franciscanos de hoje se escondem nas grutas e se misturam com gente simples e desprezada, rezam no silêncio e unem-se ao coro de louvor que monta aos céus pela voz da Igreja, vivem em fraternidades despojadas e em função dos pobres, não cessam de anunciar a paz e a necessidade de conversão, tornam-se livres e despojados de todo apego, contestam mais pelo exemplo evangélico do que por discursos teóricos, são construtores da paz num mundo dilacerado.

Conclusão

Todas as Vocações são belas. Nenhuma é mais importante do que a outra. Toda vocação é para servir. Fomos todos chamados para essa missão. Toda Vocação está ligada ao serviço, à doação. Doação sem reservas por causa de Cristo, para construir o seu Reino. A realização da pessoa consiste em acertar a própria Vocação e, assim, cumprir a tarefa que só a ela cabe.

Terceira Ordem Regular
Franciscanos TOR


Fonte: Portal da Fé

22/05/2013

22 de Maio - Santa Rita de Cássia


Santa Rita de Cássia 

Nasceu na Itália, em Cássia, no ano de 1380. Seu grande desejo era consagrar-se à vida religiosa. Mas, segundo os costumes de seu tempo, ela foi entregue em matrimônio para Paulo Ferdinando.
Tiveram dois filhos, e ela buscou educá-los na fé e no amor. Porém, eles foram influenciados pelo pai, que antes de se casar se apresentava com uma boa índole, mas depois se mostrou fanfarrão, traidor, entregue aos vícios. E seus filhos o acompanharam.

Rita então, chorava, orava, intercedia e sempre dava bom exemplo a eles. E passou por um grande sofrimento ao ter o marido assassinado e ao descobrir depois que os dois filhos pensavam em vingar a morte do pai. Com um amor heroico por suas almas, ela suplicou a Deus que os levasse antes que cometessem esse grave pecado. Pouco tempo mais tarde, os dois rapazes morreram depois de preparar-se para o encontro com Deus.

Sem o marido e filhos, Santa Rita entregou-se à oração, penitência e obras de caridade e tentou ser admitida no Convento Agostiniano em Cássia, fato que foi recusado no início. No entanto, ela não desistiu e manteve-se em oração, pedindo a intercessão de seus três santos patronos – São João Batista, Santo Agostinho e São Nicolas de Tolentino – e milagrosamente foi aceita no convento. Isso aconteceu por volta de 1441.

Seu refúgio era Jesus Cristo. A santa de hoje viveu os impossíveis de sua vida se refugiando no Senhor.

Rita quis ser religiosa. Já era uma esposa santa, tornou-se uma viúva santa e depois uma religiosa exemplar.

Ela recebeu um estigma na testa, que a fez sofrer muito devido à humilhação que sentia, pois cheirava mal e incomodava os outros. Por isso teve que viver resguardada.

Morreu com 76 anos, após uma dura enfermidade que a fez padecer por 4 anos.

Hoje ela intercede pelos impossíveis de nossa vida, pois é conhecida como a “Santa dos Impossíveis”.

Santa Rita de Cássia, rogai por nós!

Fonte: Canção Nova

Vias Concretas de Conversão e Entrega

Vias Concretas de Conversão e Entrega

Não podia ser de outro modo, se Fátima nos recorda o essencial da mensagem evangélica, que é a necessidade de tomar a sério o amor com que Deus nos cria e nos salva, tem de mostrar os caminhos para chegar a ele, tem de conter referencias aos espaços de encontro dos homens com esse amor.

Ora, tais espaços são fundamentais a Igreja, com a doutrina e os sacramentos que nela deixou o amor eterno do pai, revelando-se no Filho, pelo Espírito santo.
Mantemos o esquema trinitário da eclesiologia do Vaticano II e compreendermos mais uma vez o sentido daquela oração ensinada pelo Anjo aos videntes, na Eucaristia, o sacramento dos sacramentos, que faz a Igreja e é feita pela Igreja, como diria um grande teólogo dos nossos dias.

Por isso ela ocupa um lugar central na prática cristã para que aponta a vida dos pastorinhos, sobretudo após a terceira aparição do anjo, mas também antes, basta pensarmos nas enternecedoras conversas acerca da comunhão e do Jesus escondido.

Alguns objetarão que na mensagem de Fátima há poucas referencias e ainda assim, apenas indiretas, à Eucaristia como celebração é, sobretudo a presença real e o intimismo da adoração e da comunhão sacramental que entra na perspectiva dos videntes e dos seus primeiros intérpretes.

A isso respondemos dizendo, antes de mais nada, que se trata de um dos aspectos sobre os quais o estudo da documentação poderia lançar alguma luz.

No entanto, não deixa de ser importante realçar o significado da acentuação antecipada de uma perspectiva que os exageros da leitura parcial de alguns textos do Magistério ameaçaram apagar por completo.

Mas o que talvez seja mais digno de nota é como também em Fátima se pode ver a pedagogia divina, concretamente neste pormenor, como poderiam aquelas crianças entender uma linguagem que cinco décadas mais tarde alguns Pastores e teólogos entenderam tal mal?

Seja como for, a piedade eucarística dos videntes, sobretudo nos anos de que falam as Memórias da Irmã Lúcia, faz parte integrante da mensagem de Fátima e como tal tem de ser estudada, ela apresenta-se como resposta total da pessoa ao amor eterno de Deus, presente na Igreja e em tudo o que nela é celebração do ministério de cristo… Da palavra aos sacramentos, passando pelas ânsias de salvar o mundo, que encontramos na evangelização e no apostolado pessoal. Todos estes temas aparecem na oração do Anjo, que será um dos textos sobre que terão de se debruçar demoradamente àqueles que quiserem estudar a teologia da mensagem de Fátima.

Falamos dos anos que se referem às Memórias e que vão da Primavera de 1916 – primeira aparição do Anjo – à primavera de 1922 – morte de jacinta, pensamos que eles constituem o essencial da mensagem de Fátima, não só pelo que durante eles aconteceu, mas, sobretudo porque a eles se terá de voltar sempre para compreender o resto.

É por isso que, em nosso entender, as especulações à volta do SEGREDO particularmente da chamada terceira parte e do que poderia dizer-nos a vidente ainda viva, serão perigosas tentações, porque ameaçam permanentemente fazer-nos esquecer o que nos dizem as palavras e a vida das crianças, que é onde teremos sempre de ir procurar o significado do resto. A não ser que queiramos transformar Fátima noutra coisa qualquer, que, boa ou má, não seria nunca a que Deus quis para a humanidade deste século.

Eucaristia – adoração, comunhão reparadora (O coração Imaculado de Maria é o caminho mais curto para, através da Igreja, chegar à profundidade do amor de Deus) – o Papa, a Igreja, a Santíssima Trindade, que o vaticano II quis ver refletida no mistério do Corpo Místico de Cristo.

Não se percebe como foi possível chegar ao septuagésimo quinto aniversário das Aparições sem ter extraído delas toda a riqueza que aí se encontra, a não ser pelo fato de cairmos tantas vezes na tentação referida, de irmos à procura do sensacional, do que só uma desenfreada especulação pode descobrir em certos por menores, que perdem sentido fora do conjunto.

O que Fátima nos diz é o mundo irá de mal a pior, se não se volta para Deus, que era o que diziam já os profetas, quando viam os responsáveis pela vida de Israel à procura de remédios para seus males, sem se inquietarem com as indenidades individuais e coletivas à Aliança.

E diz-nos ainda Fátima que não temos outro caminho para regressar a Deus senão aprofundado a relação com ele, criada a partir do batismo e que depende da nossa vida eclesial.Por outras palavras, depois da Encarnação, não se vai a Deus sem a mediação da Igreja.

Enquanto não pudermos dispor de uma edição crítica dos documentos, será sempre arriscado dizer em que medida, por exemplo, revelações posteriores, ainda não reconhecidas pela autoridade competente, estão incluídas no que sabemos da época das Aparições e anos imediatos, continuamos a considerar o limite da morte de Jacinta.

É o que acontece, por exemplo, com a consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria. Se bem que seja para nós um gesto profundamente significativo à consagração realizada pelos Papas, sobretudo a que João Paulo II levou a efeito, a 24 de março de 1984.

Mas, seguindo precisamente a teologia da consagração exposta pelo mesmo Sumo Pontífice em Fátima, a 13 de Maio de 1982, damo-nos conta de que a Virgem Santíssima, a primeira coisa que pede aos pastorinhos, em 1917,é uma consagração, uma entrega total a Deus, por intermédio de Sua e nossa Mãe.

E esta entrega era o que anunciava a Anjo, quando lhes dizia que os corações de Jesus e Maria tinham sobre eles desígnios de misericórdia.

Entrega que as três crianças realizaram conscientemente, em plena liberdade, naquele pronto, sem hesitações, pronunciado como resposta ao pedido sa senhora:

Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-nos, em ato de reparação pelos pecados com que ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?
- Sim queremos.
- Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto. (Memórias da irmã Lúcia, 6o edição, pág. 65/66.)
Não vale a pena procurar em Fátima qualquer solução mágica, que nos dispense de realizar a passagem pela porta estreita de que fala o Evangelho: Maria, no alto da serra de Aire, é o caminho de

Deus recordando-nos a necessidade da conversão,
Que terá de passar pela obscuridade da fé… Ele claro, mas também nos meios que nos deixou para chegar a ele, como é a Igreja.

Depois, esse carinho, que providencialmente quer ser materna, num mundo em que se desprestigia cada vez mais maternidade, fala de entregar-se generosamente ao serviço da conversão dos outros, que será igualmente uma fora de aprofundar a própria conversão, é uma constante da história da espiritualidade, ninguém que tenha encontrado Deus descansa enquanto souber que há pessoas que o não conhecem e todo aquele que se dá de alma e coração ao cuidado de aproximar os outros de Deus, está cada vez mais profundamente mergulhado nele.

Para compreendermos o que se passa com aquelas duas crianças que pouco a pouco se transformaram em hóstias vivas, imolando-se ao amor de Deus, para desagravar e salvar, não podemos esquecer a seriedade do seu encontro com esse amor, do qual brota todo o mistério das relações pessoais intra-divinas, fonte da nossa comunhão com a Trindade e de que as nossas relações intra-mundanas são um reflexo.

Algumas pessoas escandalizam-se com as penitencias a que se sujeitaram os videntes e parece-lhes que, vista do angulo das crianças, a mensagem de Fátima é demasiado triste:
Pensamos que este escândalo só se explica pela superficialidade com que nós próprios vivemos as grandes realidades da nossa vida humana, sempre os corações medíocres se chocaram com os exageros dos apaixonados.E quando se trata, não já de uma paixão horizontal, apenas à medida do homem, mas incendiada em amor sobrenatural, com deus como fonte e objeto, as coisas entram no âmbito do mistério, só quem for igualmente santo e apaixonado poderá compreender as loucuras dos grandes santos.

Afinal, não se trata de compreender tudo quando se passa na visa dos pastorinhos, que são, em qualquer dos casos, objeto de um chamamento especial, nem todos os carismas são comuns,ainda que todos devam reverter para o bem da comunidade, recorda-nos São Paulo.(cfr. 1C 12,7)

O que essa vida nos diz, como uma força raramente encontrada noutras revelações particulares,é que o pecado é algo muito sério porque tentando afastar Deus do mundo a que ele dá o ser e o sentido, desordena esse mundo, corrompe as vontades e torna infelizes aqueles que foram criados para serem felizes. E que a felicidade não está em ter e gozar, mas o crescimento do ser, que só se verifica na lógica do amor, que é doação e entrega, sem cálculo nem medida.

E estamos em crer que nenhuma espiritualidade poderá considerar-se inspirada em Fátima e na sua mensagem, se não põe no centro de sua dinâmica está reflexão sobre o pecado e o amor, iluminada pela vida das crianças que viram Nossa Senhora.

Fonte: Portal da Fé

21/05/2013

O Senhor Caminha com o Seu Povo



Pensando bem as coisas, descobrimos na situação da humanidade, ao aproximar-se o fim do segundo milênio, muitas semelhanças com a do povo Hebreu no Egito, quando lhe foi enviado Moisés para o libertar.
Aliás, não seria descabido estudar alguns pormenores dos acontecimentos de Fátima à luz precisamente do capítulo III do Êxodo, onde se fala da vocação de Moises, que é claramente apresentada como um gesto de carinhosa fidelidade de Deus ao povo que nascera da Aliança com Abraão, Isac e Jacob (Ex. 3,6).

Mas o que mais nos interessa neste momento, é a recordação de que o senhor, pelo qual clama o povo em aflição, está perto, escuta esse clamor e ele próprio toma a iniciativa de libertar esse povo, que acompanhará com sinais e prodígios.

O Evangelho, ou, se quisermos, a revelação do Novo Testamento – no centro do qual está a Encarnação do Verbo – é o ponto culminante desta caminhada, Deus com o seu povo, que assim procura libertar-se da escravatura do Egito, símbolo do pecado, a caminho da Terra prometida, símbolo de graça, da Pátria definitiva.

Jesus escolhe doze, um chamamento que está sob figura e imagem em todos os chamamentos que precederam a existência histórica de Jesus, desde Abraão a Maria e ao qual fazem eco às vocações que tornam a Igreja mais capaz de realizar a sua missão.

É assim que nos encontramos com todos aqueles que fizeram e continuam fazendo de Fátima umas das manifestações mais espetaculares da presença de Deus na história da humanidade, neste final do século XX.

E aqui assenta também a exigência de um exame sério sobre o modo como estamos a reagir perante este acontecimento, que é Fátima, porque não se trata apenas de aceitar ou rejeitar o seu caráter sobrenatural.

Estamos perante um acontecimento que, quer queiramos quer não, faz parte de nossa história, já não podemos ignorá-lo, e é preciso que encontremos nele o lugar e o papel exigido pela fidelidade à missão concreta que nos foi confiada no seio do Povo de Deus.

Fonte: Portal da Fé

20/05/2013

Receber o Reino de Deus como uma Criancinha

Receber o Reino de Deus como uma Criancinha

Como em todos os acontecimentos extraordinários, também no Milagre de Fátima, há os aspectos superficiais, que se vêem quase a olho nu (o fenômeno, como diriam os técnicos), e o que só o homem interior consegue descobrir.

Ou porque tem o hábito da meditação em profundidade, ou porque se abre à iluminação de graça, que ajuda a penetrar no coração das coisas.

Fátima acontece no início do último século de um milênio que está marcado pela luta quase planetária do homem em busca do domínio total sobre o mundo, uma luta que, em si mesma, corresponde à sua vocação primordial – possuir e dominar a Terra – mas que muitas vezes se transformou num esforço igualmente titânico contra Deus.

Chegamos a este final do milênio sabendo coisas acerca de nós e do mundo que nem as previsões mais otimistas de há um século apenas seriam capazes de sonhar, mas damo-nos também conta de que a aplicação desses conhecimentos conduziu o homem a um beco sem saída de tal modo que nunca como hoje se sentiu desamparado, no centro de um mundo que, quanto mais se lhe revela, mais pavor lhe causa.

É para o homem, assim perdido no meio das perspectivas que lhe criam abusos do seu próprio poder, que surge o grito de Fátima: uma serra inóspita, três crianças simples, sem outra bagagem que a riqueza dos valores humanos cristãos, conservados no seio de duas famílias, tão felizes quanto fecundas.

Três crianças que, a partir de um dado momento, afirmam sem vacilar que encontraram Deus no seu caminho e não querem senão que as deixam tomá-lo a sério, contra tudo e contra todos: até correndo o risco de perderem o que o homem mais aprecia neste mundo e sem o qual nenhuma criança sabe descobrir para que serve a vida, ou seja, o carinho dos pais.

Estes três pequeninos, pastores, uma por necessidade de sobrevivência do lar paterno, os outros dois porque só assim podem ficar o dia inteiro com a prima, este três pequeninos lutam pela sua liberdade interior, que se afirmará tanto mais quanto maior for a seriedade com que acolherem o recado da Mãe o Céu, que lhes fala do amor divino, da ingratidão dos homens, da necessidade de rezar e mortificar-se para que todos se salvem.

Fátima seria assim, antes de mais nada, o grito bíblico que denuncia a ilusão das seguranças puramente terrenas: ‘Maldito aquele que põe no homem a sua confiança, que toma por apoio um ser de carne e afasta do Senhor o coração’ (Jer 17,5).

O que é o pecado, senão este se afasta do Senhor, em busca de seguranças que os dispensem de considerá-lo como origem e fim de tudo?

Foi essa a tentação dos nossos primeiros pais, é esse o caminho de perdição por onde nos meteremos a cada momento, está aí o erro colossal da nossa civilização, que, desde meados deste milênio, luta denodadamente por um secularismo que acaba por desembocar na rejeição de todo o relacionamento com Deus.

Repete-se a blasfêmia e o desfecho da aventura de Babel: o mundo sem Deus auto destrói-se através do esmagamento do homem; o homem, que, desarmado perante as ameaças que descobre por de trás das suas ambições, grita, à beira do desespero.

Fonte: Portal da Fé

19/05/2013

Fátima e o Evangelho

Fátima e o Evangelho

Quando, por exemplo, afirmamos que a Mensagem de Fátima coincide com o Evangelho, poderíamos estar apenas a repetir uma verdade óbvia, um lugar comum,digamos:já que, se ela não coincidisse como Evangelho, teríamos de rejeitá-la como falsa.

No entanto, tal afirmação, assim sem mais nada, pode ser também um modo de reduzir que o caráter dinâmico da Revelação divina, que alimenta nossa fé, quer o significado de tal mensagem.

Porque ela coincide com o evangelho e não é supérflua, torna-se necessário esclarecer em que é que nela o Senhor Jesus, presença pessoal da palavra eterna de Deus no mundo criado, diz algo de especial aos homens deste século.

Aí se situa, em primeiro lugar, a exigência de rigor na doutrina que se expõe a propósito de Fátima.
Além disso, uma vez que a teologia esta ao serviço do Magistério, ela não tem apenas o direito de reclamar o fornecimento da documentação necessária ao seu estudo; deve exigir que lhe facilitem esse estudo.

Em qualquer dos casos, e sujeitando-nos à correção, quer do Magistério, quer da Teologia – tomando Fátima no sentido explicado acima, ela é um dos mais fortes, se não o mais forte eco das palavras com que Jesus inicia a sua pregação:’Terminou o prazo e está próximo o Reino de Deus. Fazei penitência e crede no Evangelho. MC 1,15; crf Mt 4,17′.

Esta é a síntese da pregação de Jesus segundo São Marcos: fazer penitência e acreditar no evangelho, ou seja, voltar para Deus, acreditando no amor com que nos confia o mundo e se faz nosso companheiro de viagem.

Ora, reparando bem, é também nisto que podemos resumir tudo quanto nos tem dito Fátima, desde maio de 1917, mas incluindo as recordações que vinham da primavera anterior (aparições do anjo) até aos acontecimentos dos últimos meses, quando, se nos mostrou o Vigário de Cristo, mais uma vez, agradecendo à Virgem Santíssima o carinho maternal com que tem protegido o seu pontificado.

Aliás, Fátima tem isto de particular, que pode ser mais um elemento a favor de seu caráter evangélico: é que aí tudo, mesmo as aparições do Anjo e as visões posteriores a 1917 aparece centrado no carinho de Maria,ou seja, a mãe de que Jesus fez dom aos homens, para que os homens tvessem como porta da filiação divina, aquela que para ele fora porta da filiação humana.

Fonte: Portal da Fé

18/05/2013

Reencontrar uma Fonte de Vida que Muitos Cristãos Perderam

Reencontrar uma Fonte de Vida que Muitos Cristãos Perderam

Uma das novidades do Vaticano II é caráter trinitário da sua eclesiologia: ‘O Eterno Pai, pelo libérrimo e insondável designo da Sua sabedoria e bondade, criou o universo, decidiu elevar os homens à participação da vida divina e não os abandonou uma vez caído em Adão.

Antes em atenção a Cristo Redentor, sempre lhes concedeu os auxílios para se salvarem.
Aos eleitos, o Pai, antes de todos os séculos os discerniu e predestinou para produzirem a imagem de Seu Filho, “a fim de que ele seja o primogênito de uma multidão de irmãos” (Rom 8,29). E aos que crêem em Cristo decidiu chamá-los à Santa Igreja, a qual, prefigurada já desde o início do mundo e admiravelmente preparada na histórico do povo de Israel e na Antiga Aliança, foi constituída no fim dos tempos e manifestada pela efusão do Espírito, e será gloriosamente consumada no fim dos séculos.Então, como se lê nos Santos Padres, todos os justos depois de Adão, ‘desde o justo Abel até ao último eleito’, se reunirão em Igreja Universal junto ao Pai ( II Concílio do Vaticano Lumen Gentium, número 2).

Diz-se e cremos que com razão, que as grandes afirmações doutrinais deste concílio são, mais do que em qualquer outro concílio ecumênico, resultado de um longo amadurecimento no seio da comunidade crente; comunidade que não coincide de modo nenhum com as correntes de opinião, sempre dependentes de outros fatores e que foram exatamente as que menos compreenderam este concílio.

Em qualquer dos casos, se u seu documento central nos fala assim da Igreja e do ministério da Trindade de Deus, é forçoso admitir que este mistério nunca deixou de alimentar a piedade do povo cristão.

Mas, de fato, durante vários séculos, a Teologia quase não se ocupou do tema, a não ser de um modo demasiado especulativo, parecendo ás vezes mais uma discussão filosófica do que teológica. Isso fez com que a catequese oficial da Igreja se centrasse na unidade de Deus e tendesse para uma eclesiologia puramente cristológica.

As intervenções do Magistério a propósito de certos movimentos de espiritualidade e a renovação litúrgica que se inicia na segunda metade do século XIX, produzem o equilíbrio que se acentuará nas declarações do Vaticano II: uma imagem correta de Deus é absolutamente necessária para entendermos o mistério da Igreja.

O Deus dos cristãos é um Deus pessoal: tão pessoal, que está igual à distância do politeísmo pagão e do monoteísmo abstrato dos filósofos.

Será um mero acaso a presença avassaladora da Santíssima Trindade em toda a história de Fátima? As referências à adoração de um Deus uno e Trino vão desde a primeira aparição do Anjo, às revelações de Tui, onde a Irmã Lúcia teria recebido o dom de uma experiência mística centrada neste mistério.

É muito claro que Fátima chama a atenção do mundo para a necessidade de regressar a Deus, mas parece igualmente claro que o faz recordando aos Pastores a catequese do mistério, que tem de transmitir uma imagem correta, se não quer subverter toda a evangelização.

Fonte: Portal da Fé

17/05/2013

Fátima e os Grandes Temas da Revelação Bíblica

Fátima e os Grandes Temas da Revelação Bíblica

É por isso que não podemos contentar-nos com dois ou três gestos de piedade, ou simplesmente com o silêncio, desculpando-nos com a afirmação de que se trata de revelações particulares, que, além do resto, não estão ainda bem esclarecidas.

A ser verdade este último ponto, na lógica do que vimos dizendo, há que remediá-lo o mais rapidamente possível.

Em qualquer dos casos, algumas coisas são já muitos claras. E a principal é que, mesmo sem entrarmos nos pormenores, que só à luz dos documentos poderão ser devidamente estudados, Fátima repete os grandes temas do profetismo bíblico, do Génesis ao Apocalipse:

Tal como nos primórdios da criação, após a queda, o homem tem medo do sobrenatural, percebe-se a presença de Deus, mas esconde-se, foge, precisamente porque essa presença lhe recorda a sua infidelidade, ela fá-lo tomar consciência da miséria em que o lança tudo aquilo por que troca às exigências da sua condição de amigo, aliado de Deus.

Em Fátima, tanto a Anjo como Nossa Senhora, aliás, repetindo gestos e palavras que aparecem freqüentemente na sagrada Escritura, iniciam o seu diálogo com as crianças procurando tranqüilizá-las: Não tenhais medo! Eu sou a Anjo da Paz. – Não tenhais medo! Eu não vos faço mal.

O medo é de fato, o estado de espírito mais generalizado, numa civilização como a nossa, em que a decadência se confunde com a inversão de valores e o secularismo mais radical, que espanto, pois, se Deus reinicia o seu diálogo com o homem convidando-o a libertar desse medo, já que só ele pode estar na sua origem?

Os relatos bíblicos transmitem-nos as palavras com que o senhor teria explicado a Adão e Eva o porque do estado em que se encontravam (Gen.3,11). Em Fátima são os gestos, quer do Anjo, quer de Nossa Senhora, que, dando seqüência ao convite a não terem medo, apontam, ao mesmo tempo a fonte e o remédio desse medo:

Rezai comigo: Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-vos… Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo… (Primeira e Terceira aparição do Anjo). O Santíssima Trindade, eu vos adoro… (Aparição de 13 de maio).

Numa palavra: se não queremos ter medo, nem do natural nem do sobrenatural, aceitemos o mundo como ele é: criatura de Deus, que lhe dá o ser em toda a sua plenitude, é sua origem e seu fim, logo, única fonte de significado para ele.

Aqui temos o convite fundamental de Fátima: aprofundar a nossa vida teologal; procurar que todo o nosso ser e agir esteja impregnado do crer, do esperar e do amar que se centra em Deus… Deus, que é alguém, tão profundamente pessoal que se nos revela em três pessoas: Pai, filho e Espírito Santo.

E perante este mistério, que nos atemoriza e nos arrebata, cairmos de joelhos, prostramo-nos em adoração, não para fecharmos os olhos à realidade histórica em que estamos mergulhados, mas para lhe pegarmos com redobrado amor e entusiasmo, porque nesse gesto descobrimos o sentido das coisas, que brotam do amor desse Deus, uno e trino.

Fonte: Portal da Fé

16/05/2013

Fátima e as Devoções Marianas Nela Inspiradas

Fátima e as Devoções Marianas Nela Inspiradas

O resto brota daqui, num esforço permanente de conversão,procurando tomar cada vez mais a sério o amor de Deus, vivendo em graça, alimentando a vida teológica com a oração e os sacramentos.

E destes, aqueles que nos põem mais em contato com o mistério do pecado e da misericórdia divina, no interior da igreja: a Eucaristia e a Reconciliação.

Uma peregrinação a Fátima, para ter sentido, não pode limitar-se à dinâmica tradicional das romarias, porque Maria não veio a Cova da Iria apenas para ter mais um santuário, ainda que, como se nos conta no relato da aparição de Outubro, tenha pedido ali a construção de um templo.

É absolutamente necessário recuperar o sentido bíblico da peregrinação, se não queremos esvaziar de todo o seu significado a mensagem de Fátima, no que ela tem de mais específico, que é o convite ao regresso dos homens a Deus, aos valores espirituais, à travessia do deserto, para chegaram do Egito à Terra Prometida.

Isto implica uma catequese renovada das promessas e das penitencias, que certamente, na sua grande maioria, pelo menos, a Senhora não rejeita, mas quer que façamos com outro espírito, por outros motivos.

Rezar o terço todos os dias, comungar e confessar-se nos primeiros sábados, celebrar com fé e entusiasmo os aniversários das aparições, para ser digno de Fátima, terá de corresponder ao núcleo central da sua mensagem, aprendizagem permanente dos caminhos de intensificação da vida teologal.

Adoração e reparação à Santíssima Trindade, que, na perspectiva do último concílio ecumênico, se reflete na Igreja, cujo mistério temos de tornar vida no nosso caminhar terreno.
Fala-se hoje muito, pensamos que com o desejo de fazer eco às palavras e a preocupação do Papa, na nova evangelização do mundo, que nunca estará completa, mas de modo muito especial re-evangelização da Europa, que mantém enormes responsabilidades sobre os outros continentes.

É altura de nos perguntarmos que estamos a fazer das viagens da imagem peregrina, outro fenômeno tão peculiar a Fátima.
Não podemos permitir que as coisas se passem de tal modo que justifiquem as censuras daqueles que tem sempre medo de amar em excesso.

Nossa Senhora de Fátima não é apenas, nem principalmente uma nova invocação de Maria, representada de uma certa maneira na iconografia popular.
Ela é, antes de mais nada, convite evangélico à conversão e todos sabemos que trabalho prévio à aceitação do amor de Deus por parte dos homens é a evangelização, o anúncio da verdade que os porá em contato com esse amor.

Terminamos estas notas, que deixam de fora talvez o que havia de mais importante para dizer, recordando aquilo que nos parece uma pista para a referida nova evangelização, aberta precisamente pela mensagem de Fátima, vai para setenta e cinco anos.

À adesão ao Evangelho,não é, evidentemente, alheio um certo compromisso de ordem moral, ela implica normas de comportamento sem as quais a fé é morta,como nos recorda das epístolas católicas (cfr Tiago 2,26).

No entanto sabemos que a via mais rápida para o ateísmo foi à transformação do cristianismo numa simples ética, esquecendo que ele é, antes de mais nada,a adesão a uma pessoa e que essa pessoa é perfeito Deus e perfeito homem.

O que, como se vê, nos leva ao mistério da Trindade: como insinuávamos acima, de um Deus de tal modo pessoal, que não se confunde com nenhuma das noções fornecidas pelas culturas, quer anteriores, quer posteriores ao Cristianismo.

Frente ao drama do ateísmo contemporâneo, para qual é evidente que Fátima nos chama a atenção, temos necessidade de nos perguntarmos se não será precisamente por aqui, pela transmissão de uma imagem correta de Deus, que devemos começar.

Tendo presente que essa imagem exige que os crentes alimentem a sua vida espiritual a partir do ministério trinitário.

Fonte: Portal da Fé

15/05/2013

Da Mensagem de Fátima

Da Mensagem de Fátima

Comecemos por buscar um entendimento acerca do significado das palavras: ‘Aspecto teológicos da mensagem de Fátima’ é um título demasiado solene para aquilo que queremos dizer; solene e, ainda por cima, perigoso.

O caráter científico dos termos neles contidos poderia iludir as pessoas.

Ora o que antes de mais urge dizer é que não vamos apresentar aqui e estudo que Fátima reclama há muito tempo, mas para o qual nos falta a competência e a criteriosa organização dos materiais necessários. Além claro, está de ele não corresponder aos objetivos deste livro.
As nossas ambições são muito mais modestas: queríamos apenas dar um contribuo aquilo que nos parece deveria ser a preocupação maior de todos os que, de qualquer modo, estão ligados aos acontecimentos de Fátima, ou seja, descobrir nesses acontecimentos os sinais da presença de Deus na história que nos próprios estamos a construir.

E nisto já vai o principal do que queremos dizer com as palavras teológico e Fátima:
Teológico, no sentido em que o tomamos aqui, é tudo aquilo que se refere a Deus, citando-o, tornando-o presente, atingindo-o de qualquer modo… Mesmo quando o ofende ou o rejeita.
Isto significa que, ao falarmos dos aspectos teológicos da mensagem de Fátima, não queremos, por agora, estudar essa mensagem como objeto de investigação. Analisando principalmente como acontecimento, ou série de acontecimentos que, de um modo ou de outro, nos façam de Deus.

Uma série de acontecimentos, isto é, Fátima neste capítulo, é os fatos de que se verificaram na cova da Iria em 1917, bem entendido. Mas não apenas isso é também tudo aquilo que em Portugal e no estrangeiro, se fez desses fatos.

Aliás, mesmo descontando tudo quanto se deve ás circunstâncias históricas e aos meios humanos nelas utilizados, sinal claro de que Fátima tem um significado especial para o nosso tempo é o crescimento progressivo da sua perseverança na vida das pessoas, mais de que o das pessoas em Fátima ainda que, como é natural, uma coisa depende da outra.

Não vamos, portanto, fazer o estudo teológico de nenhum texto ou por menor fato. Esforçar-nos-emos apenas por realçar alguns aspectos que, numa observação crente dos acontecimentos,nos parecem sinais de uma especial comunicação de Deus a humanidade.

E Acontecimentos de Fátima, para nós, são os gestos e as palavras que descobrimos nos videntes, em primeiro lugar, mas também naqueles que desde há primeira hora, procuraram identificar-se com o que eles diziam ser recomendações especiais de Nossa Senhora.

Fonte: Portal da Fé

14/05/2013

A Revelação e as Revelações!

A Revelação e as Revelações

Uma vez que se fala de mensagem, recado vindo do céu, não será de todo importuno refletir um pouco,ainda que de modo muito sumário, acerca da impotência que se deve atribuir a tais afirmações.
Dizer que a revelação pública terminou com a morte do último Apóstolo, sem deixar de ser exato, é talvez pouco claro e pode favorecer uma idéia demasiada, estreita, impessoal, para não dizer puramente formal, de Revelação, como se tratasse de um documento morto, cada vez mais distante de nós, cada vez mais necessitados da meditação dos especialistas para transmitir-nos o seu conteúdo.

Ora, a Revelação é o mento culminante do relacionamento pessoal que Deus quer estabelecer com os homens – a humanidade e cada um de nós, individualmente.
Por isso Jesus Cristo, que é a palavra eterna de Deus feita criatura, constitui o cume de toda a Revelação e a Encarnação, apesar da sua dimensão histórica, é algo que existe eternamente em Deus:
Deus que não fala menos hoje do que há dois mil anos, com os homens, que são a sua imagem – digamos, Seu tu – no seio da Criação.

Quando afirmamos que a Revelação pública terminou com a morte do último Apóstolo, queremos apenas por em realce a novidade absoluta, na perfeita continuidade de Jesus Cristo: a Ele, com efeito, teremos sempre de voltar, quando se levantam dúvidas acerca das palavras que nos põem em comunhão pessoal com Deus. Daí a especial importância dos homens que estiveram em contato direto com ele, ou nos transmitiram o testemunho dos seus companheiros de caminhada terrena.

Mas tais palavras só servem de comunhão na medida em que são vivas: se as ouvimos no momento histórico que é o nosso, mediante o ministério da Igreja, que prolonga o ministério de Cristo.
A igreja, Povo de Deus em marcha, comunidade crente, no seio da qual os homens têm(mesmo que as vezes não dêem conta),um espaço privilegiado de encontro dialogaste com o criador.
E nesta economia de comunhão pessoal com Deus, através da palavra, que insere a dinâmica das revelações ditas particulares: particulares, para não as confundirmos com a revelação pública; mas a Igreja tem o dever de estudá-las,porque, a serem autênticas, estão ao serviço da Revelação pública, explicitam-na, tornam-na especialmente viva em determinados momentos da história, quer dos indivíduos,quer das comunidades.

Essa a razão dos processos canônicos, quando se trata de emitir o parecer Oficial sobre a vida e os escritos dos santos e quando, como foi o caso de Fátima, é preciso dizer aos cristãos o que devem pensar de acontecimentos que se apresentam com especiais sugestões de ordem sobrenatural.

Mas estes processos, ao contrário do que muita gente pensa, não tem uma função puramente negativa, que seria a procura do que em tais vidas, escritos ou acontecimentos pudesse contrair a fé e os costumes:

Não. Eles inserem-se na função magisterial dos Pastores, que têm também o dever de procurar e discernir os sinais de Deus, ajudando os fiéis a tirar deles a vida que a misericórdia divina por ventura oferece, chamando sempre a atenção para determinados aspectos da mensagem evangélica.

Fonte: Portal da Fé

13/05/2013

13 - MAIO - Primeira Aparição de Nossa Senhora de Fátima


Dia 13 de Maio de 1917.

Lúcia, Francisco e Jacinta estavam brincando num lugar chamado Cova da Iria. De repente, observaram dois clarões como de relâmpagos, e em seguida viram, sobre a copa de uma pequena árvore chamada azinheira, uma Senhora de beleza incomparável. Era uma Senhora vestida de branco, mais brilhante que o sol, irradiando luz mais clara e intensa que um copo de cristal cheio de água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente.

Sua face, indescritivelmente bela, não era nem alegre e nem triste, mas séria, com ar de suave censura. As mãos juntas, como a rezar, apoiadas no peito, e voltadas para cima. Da sua mão direita pendia um Rosário.

As vestes pareciam feitas somente de luz. A túnica e o manto eram brancos com bordas douradas, que cobria a cabeça da Virgem Maria e lhe descia até os pés.

Lúcia jamais conseguiu descrever perfeitamente os traços dessa fisionomia tão brilhante. Com voz maternal e suave, Nossa Senhora tranqüiliza as três crianças, dizendo:

Nossa Senhora: “Não tenhais medo. Eu não vos farei mal.”

E Lúcia pergunta:

Lúcia: “Donde é Vossemecê?”

Nossa Senhora: “Sou do Céu!”

Lúcia: “E que é que vossemecê me quer?

Nossa Senhora: “Vim para pedir que venhais aqui seis meses seguidos, sempre no dia 13, a esta mesma hora. Depois vos direi quem sou e o que quero. Em seguida, voltarei aqui ainda uma sétima vez.”

Lúcia: “E eu também vou para o Céu?”

Nossa Senhora: “Sim, vais.”

Lúcia: “E a Jacinta?”

Nossa Senhora: “Também”

Lúcia: “E o Francisco?”

Nossa Senhora: “Também. Mas tem que rezar muitos terços”.

Nossa Senhora: “Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser mandar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido, e de súplica pela conversão dos pecadores?”

Lúcia: “Sim, queremos”

Nossa Senhora: “Tereis muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto”.

Ao pronunciar estas últimas palavras, Nossa Senhora abriu as mãos, e delas saía uma intensa luz.

Os pastorinhos sentiram um impulso que os fez cair de joelhos, e rezaram em silêncio a oração que o Anjo havia lhes ensinado:

As três crianças: “Ó Santíssima Trindade, eu Vos adoro. Meu Deus, meu Deus, eu Vos amo no Santíssimo Sacramento.”

Passados uns momentos, Nossa Senhora acrescentou:
 
Nossa Senhora: “Rezem o Terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo, e o fim da guerra.”

Em seguida, cercada de luz, começou a elevar-se serenamente, até desaparecer.

12/05/2013

Falar a verdade basta!

 

Jesus nos ensinou: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. A partir deste ensinamento, podemos nos deter sobretudo na verdade, pois ela tem o poder de libertar o homem, estimulá-lo a uma vida diferente. O mundo nos pressiona a viver na ilusão do pecado, aceitando tudo dentro da “ditaduta do relativismo”, mas a Igreja se ergue diante de tudo isso para reafirmar as potencialidades da vida com Deus.

Recetemente, Papa Francisco disse: “Às vezes, os óculos para que enxerguemos o Senhor são as lágrimas”, cada passo do ser humano, seja a alegria ou o sofrimento, possuem marcas de verdade e eternidade, pois somos frutos da própria Verdade, somos imagens de Deus.

Embora o mundo difame a Igreja e aqueles que permanecem fiéis aos seus ensinamentos, precisamos ter a certeza de que caminhamos com a vida no próprio Cristo! A Igreja não se dobra diante do pecado, mas ensina o homem a esmagá-lo com a força do Senhor. Ser perseguida é comum a ela, pois sua verdade incomoda o mundo, e este, por não aceitar aquilo que pode transformá-lo, agride-a, inventa e faz com que a ilusão o afaste ainda mais do correto.

Junto à Igreja, ergamos nosso brado de verdadeiros cristãos, os quais se configuram ao Senhor. Mas como? Não usando camisinha, não abortando, não tendo relação sexual fora do casamento; anunciando o Evangelho com a vida, amando os inimigos, sendo honesto, perdoando, ensinando caminhos retos, sendo gentil… Esses são caminhos que podemos percorrer, além de seguir, junto com a Igreja, todos os passos que ela nos ensina.

Pense nisso e seja um cristão de verdade junto com a Igreja!

Fonte: DESTRAVE

11/05/2013

Maria e a Eucaristia, guarda e proteção!

 
Dom Bosco, o santo dos jovens, fundador da Família Salesiana, recebia, com frequência, revelações de Deus por meio de sonhos. Eram verdadeiros sonhos proféticos!

Certa noite, sonhou com um mar tremendamente tempestuoso, no qual um barco era agitado pelas ondas e cercado de inimigos que o atacavam por todos os lados. Aproximando a visão, ele pôde ver que, naquele barco, além dos tripulantes que lutavam para mantê-lo no meio da borrasca, havia bispos e cardeais, e bem na proa do barco estava o Papa de pé e braços abertos.

Em seguida, Dom Bosco percebeu que, de repente, surgiu um vento soprando sobre as velas, que a tripulação procura manter estendidas, e conduzindo aquele grande barco numa determinada direção.

Dom Bosco não teve mais dúvidas: aquele barco era a Igreja. Daí, ele entendeu também o porquê daquela tempestade e dos inimigos que o atacavam.

Pouco tempo depois, percebeu que o barco, conduzido por aquele vento (que ele logo entendeu ser o Espírito Santo), aportou no meio de duas grandes e fortes colunas. Em cima de uma está uma linda imagem de Nossa Senhora, a Auxiliadora dos cristãos, e sobre a outra um enorme ostensório com Jesus presente na Eucaristia.

"Maria e a Eucaristia são porto seguro para onde o Espírito Santo conduz a Igreja", ensina monsenhor Jonas.


No momento em que o barco se posiciona entre Maria e a Eucaristia, a tempestade, num instante, se dissipa e os inimigos, que atacavam ferozmente o barco da Igreja, fogem espavoridos e faz-se uma grande calmaria.

Maria e a Eucaristia são porto seguro para onde o Espírito Santo conduz a sua Igreja. Aí, e somente aí, ela terá vitória, segurança e paz. É para este porto que o Espírito conduz a Igreja do Brasil.

É para aí que o Espírito de Deus quer conduzir também a Igreja doméstica, sua casa e sua família. É aí, e somente aí, que, nestes tempos tumultuosos de ataque cerrado sobre a família, nós teremos a vitória, a segurança e a paz de que tanto necessitamos.

São duas colunas de guarda e proteção para a igreja doméstica, na qual você é responsável e porto de salvação para onde estamos sendo todos conduzidos. Aí, e somente aí, teremos a vitória, a segurança e a paz. Paz para nossas casas, vitória certa para as nossas famílias.


Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

10/05/2013

Deus enxugará toda lágrima dos seus olhos!

Imagem de Destaque

A Nova Jerusalém

Faz parte da vida do cristão esperar o melhor, enxergar as luzes do futuro, construir o dia a dia com os valores do Reino de Deus sem se cansar, recomeçando sempre, ainda que sejam frágeis nossas mãos e trôpegos os nossos passos. Olhamos para a realidade de olhos abertos, positivamente ansiosos por descobrir os rastros da ação do Espírito Santo, o qual sempre nos precede, e lutamos para oferecer à humanidade, em qualquer época, o que sabemos existir de melhor.

A visão descrita pelo Apocalipse nos faz desejar a morada de Deus com os homens, a qual se chama "Nova Jerusalém". Eles serão o seu povo, e o próprio "Deus com eles" será seu Deus. Ele enxugará toda lágrima dos seus olhos. A morte não existirá mais, e não haverá mais luto, nem grito, nem dor, porque as coisas anteriores passaram (cf. Ap 21,1-23). Esta Jerusalém desce do céu, é presente de Deus, "já" chegou, mas é também preparada e edificada aqui nesta terra, onde quer que se proclame e se espalhe a novidade que vem do Evangelho e, portanto, "ainda não" se manifestou em toda a sua plenitude.

Como ensinou o Concílio Vaticano II (Lumen Gentium 48), "já chegou a nós a plenitude dos tempos (Cf. 1 Cor 10,11), a restauração do mundo foi já realizada irrevogavelmente e, de certo modo, encontra-se já antecipada neste mundo. Com efeito, ainda aqui na terra, a Igreja está aureolada de verdadeira, embora imperfeita, santidade. Enquanto não se estabelecem os novos céus e a nova terra em que habita a justiça (Cf. 2 Pd 3,13), a Igreja peregrina, nos seus sacramentos e nas suas instituições, que pertencem à presente ordem temporal, leva a imagem passageira deste mundo e vive no meio das criaturas que gemem e sofrem as dores de parto, esperando a manifestação dos filhos de Deus" (Cf. Rm 8, 19-22).

Caminhamos na esperança, confiantes nas promessas do Senhor, sabendo que, por melhores que sejam todos os esforços humanos, o que Deus preparou para os que O amam supera, infinitamente, nossas capacidades e nos leva à realização plena de todas as justas aspirações plantadas por Ele mesmo nos corações. "O que Deus preparou para os que O amam é algo que os olhos jamais viram nem os ouvidos ouviram, nem coração algum jamais pressentiu. A nós, Deus revelou esse mistério por meio do Espírito" (1 Cor 2,9-10).

O cristão peregrino, rumo ao Absoluto de Deus, carrega consigo alguns tesouros. Conhecê-los possibilita oferecê-los também a muitas outras pessoas, já que não podemos guardar escondidos os dons que Ele destinou a todos por ser universal Seu desígnio de salvação. Quando Jesus fez Seus discursos de despedida, diante do evidente constrangimento de seus medrosos discípulos (Cf. Jo 14,27), garante-lhes sua presença permanente: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra; meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada" (Jo 14,23). Não se trata de uma presença caracterizada por relâmpagos, luzes ou terremotos, mas muito viva, real e serena. Ama a Deus quem guarda e vive a Sua Palavra. E vai morar o próprio Senhor no coração de quem dá este passo. O Pai e o Filho habitam em quem vive a Palavra de Deus! Esta tem a extraordinária força para transformar o mundo. Quem a acolhe vive como pessoa renovada interiormente e, ao mesmo tempo, capaz de semear a novidade em torno de si.

Inigualável tesouro é ainda a ação do Espírito Santo, prometido por Jesus: "O Defensor, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito" (Jo 14,26). Para garantir-nos a veracidade de Suas palavras, Jesus promete nada menos do que o Espírito Santo, dado em penhor a cada fiel! Daí nasce a coragem com que as sucessivas gerações de cristãos enfrentaram as dificuldades da missão evangelizadora. E a Igreja suplica, incessantemente, a ação do Espírito que vem!

Também nós olhamos para frente e para o alto, dispostos a fermentar, com o Evangelho de Cristo, todos os recantos da vida humana com renovado ardor missionário. Não cabe desânimo no coração do cristão, pois não caminha sozinho, sustentado apenas pelas próprias forças. Entende-se assim a força com que o Papa estimula a ação missionária da Igreja: "Que toda a pastoral seja missionária. Devemos sair de nós mesmos e ir para as periferias existenciais e crescer na 'parresia' - que quer dizer audácia - para anunciar, com coragem, o Evangelho.

Uma Igreja que não sai de si, mais cedo ou mais tarde adoece na atmosfera viciada de seu confinamento. Também é verdade que uma Igreja que sai pode se acidentar. Diante disso, quero lhes dizer, francamente, que prefiro mil vezes uma Igreja acidentada a uma doente. A enfermidade típica dela é o autorreferencial que olha para si mesma. É uma espécie de narcisismo que nos leva ao mundanismo espiritual e ao clericalismo sofisticado, e nos impede de experimentar a doce reconfortante alegria de evangelizar" (Papa Francisco, Mensagem aos Bispos Argentinos).

Sejamos dignos das promessas de Cristo, assumindo, com renovada audácia, os desafios do presente e do futuro!
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

09/05/2013

O caminho que verdadeiramente renova!

Imagem de Destaque

A graça de Deus espera de nós uma livre resposta
Não podemos esquecer que este mês também é considerado - pela devoção do povo católico - como o mês de Maria. Por isso, torna-se oportuno apontarmos para o segredo da santidade da Virgem Santíssima, dos apóstolos e dos discípulos fiéis de Cristo de todos os tempos e lugares.

Estamos num tempo, no qual, em nome da liberdade de expressão e reflexão, somos tentados a apresentar um Cristo totalmente desvinculado da interpretação e da Sagrada Tradição da Igreja, ou ainda, um Jesus sem apóstolos e sucessores, como se houvesse um filho de Maria sem uma Mãe fiel, que é modelo, imagem e espelho da Igreja.

Numa comunicação confusa, individualista e desagregadora, as novas seitas e ideologias encontram espaço para prosperar até dentro do Cristianismo, enquanto a necessária santificação da Igreja deixa de acontecer. Tão necessário quanto as mudanças na Igreja é o testemunho de conversão dos seus membros. 

Sobre este tópico, o Papa emérito recordou como importante também para o Ano da Fé: «A renovação da Igreja realiza-se também através do testemunho prestado pela vida dos crentes: de fato, os cristãos são chamados a fazer brilhar, com a sua própria vida no mundo, a Palavra de verdade que o Senhor Jesus nos deixou […] A Igreja, contendo pecadores no seu próprio seio, simultaneamente santa e sempre necessitada de purificação, exercita continuamente a penitência e a renovação» (BENTO XVI, Carta Apost. Porta da Fé, nº 6).

Mas quem é o centro, autor e fundamento desta santificação em potência e ato? Quando Jesus responde a Tomé sobre quem Ele era, nos fornece uma atual resposta: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim» (Jo 14,6). Esta resposta, para além dos “achismos” e relativismos contemporâneos, está esclarecendo à sua Igreja, em processo de fundação naquele momento histórico, e a todos da nossa atualidade que Ele é o caminho verdadeiro que revela e concede a Vida plena e eterna pelo Espírito Santo.

Esta Boa Nova Ele comunicou aos homens e mulheres, como ouviu Marta por ocasião da morte do seu irmão Lázaro: «Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crê nisto?» (Jo 11, 25-26). A nossa resposta precisará sempre ter um cunho pessoal e jamais individualista e anti-eclesial!

Interessante que São Filipe não entendeu, de imediato, as palavras do Senhor e Mestre, também no Cenáculo e, como ele, nós também precisávamos da revelação do mistério pascal de Cristo (Paixão-Morte-Ressurreição-Ascensão), assim como do coroamento de Pentecostes, para que todos pudéssemos crer e compreender o alcance da Palavra de Deus por meio de Cristo. Inclusive aquela comunicação que, até hoje, nos convida a descobrir o seu real significado, além de sua tradução prática na vida e missão da Igreja no mundo: «Em verdade, em verdade, vos digo: quem crê em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas, pois eu vou para o Pai» (Jo 14, 12).

O povo da nova e eterna Aliança, em Cristo e pela força do Espírito Santo, bem orientada pelos seus pastores e instruída pelo Magistério oficial da Igreja, torna-se, cada um a seu modo, portador da Palavra e da Luz do mundo para todos os povos, culturas, religiões, situações, dúvidas e diferenças. Na carta aos Hebreus, a Palavra de Deus revela que toda obra, no tempo - por maior que seja - poderá contar com aquele enorme Amor encarnado, vitorioso, imenso, eterno, exemplar e intercessor: «Por isso devia fazer-se em tudo semelhante aos irmãos, para se tornar um sumo sacerdote misericordioso e digno de confiança nas coisas que concernem a Deus, a fim de expiar os pecados do povo, pois, tendo ele próprio sofrido ao ser tentado, é capaz de socorrer os que agora sofrem a tentação» (Hb 2, 17-18).

Desde os tempos em que o povo de Israel foi chamado por Deus ao caminho de libertação pelo deserto até o seguimento do autor e consumador da nova e eterna Aliança, o Deus-caminho, a Palavra de Deus tem convocado discípulos a um seguimento fiel, mesmo em meio às ignorâncias, a qual não poupou nem o zeloso Saulo que perseguiu a Igreja nascente: «…a fim de trazer presos para Jerusalém os homens e mulheres que encontrasse, adeptos do Caminho» (At 9,2). Por isso, tudo tem dependido de uma misteriosa relação da graça de Deus que se propõe e o ser humano a responder livremente como ato de fé, esperança e amor.

Os que respondem não pretendem ser seguidos nem fundar uma “religião” agradável aos moldes individualistas e liberais do hedonismo contemporâneo, mas numa atitude de amor corajoso e dialogal vão ao encontro daquele caminho que, ao máximo, se adaptou a nós - menos no pecado - e agora chama-nos, a cada dia, a nos adaptar à Sua Palavra. A renovação da Igreja e do mundo depende também disso.

Os corajosos e humildes se apresentem! Só com Jesus e em Igreja esta “obra maior” acontecerá no tempo e culminará na Eternidade!

Padre Fernando Santamaria
Comunidade Canção Nova

08/05/2013

"Mães más"

Imagem de Destaque

Qual a lógica que motiva as mães?
O Dr. Carlos Hecktheuer, médico psiquiatra, publicou uma interessante reflexão, que transcrevo aqui para os pais:

Um dia, quando meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, eu hei de dizer-lhes: Eu os amei o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão.

Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.

Eu os amei o suficiente para fazê-los pagar as balas que tiraram do supermercado ou as revistas do jornaleiro, e fazê-los dizer ao dono: “Nós pegamos isto ontem e queríamos pagar”.

Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé, junto de vocês, duas horas, enquanto limpavam o seu quarto; tarefa que eu teria feito em 15 minutos.

Eu os amei o suficiente para deixá-los assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.

Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes “não”, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em certos momentos, até odiaram).

Essas eram as mais difíceis batalhas de todas. Estou contente, venci! Porque, no final, vocês venceram também! E qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, quando eles lhes perguntarem se sua mãe era má, meus filhos vão lhes dizer:

Sim, nossa mãe era má. Era a mãe mais má do mundo...

As outras crianças comiam doces no café, mas nós tínhamos que comer cereais, ovos e torradas.
As outras crianças bebiam refrigerante, comiam batatas fritas e tomavam sorvete no almoço, mas nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. E ela nos obrigava a jantar à mesa, bem diferente das outras mães que deixavam seus filhos comerem vendo televisão.

Ela insistia em saber onde estávamos a toda hora (ligava para o nosso celular de madrugada) e “fuçava” nossos e-mails. Era quase uma prisão!

Mamãe tinha de saber quem eram nossos amigos e o que nós fazíamos com eles. Insistia que lhe disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos.

Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela “violava as leis do trabalho infantil”, pois tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e fazer todos esses trabalhos que achávamos cruéis. Eu acho que ela nem dormia à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer no outro dia.

Ela insistia sempre conosco para que lhe disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade. E quando éramos adolescentes, ela conseguia até ler os nossos pensamentos.

A nossa vida era mesmo chata. Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos; tinham que subir, bater à porta, para ela os conhecer. E, enquanto todos podiam voltar tarde, à noite, tendo apenas 12 anos, tivemos de esperar até os 16 para chegar um pouco mais tarde, e aquela chata ainda se levantava para saber se a festa foi boa (só para ver como estávamos ao voltar).

Por causa de nossa mãe, nós perdemos imensas experiências na adolescência: nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime. FOI TUDO POR CAUSA DELA!

Agora, que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor para sermos “pais maus”, como minha mãe foi.

Eu acho que este é um dos males do mundo de hoje: omissão. Falta de amor!

(Extraído do livro "Educar pela conquista e pela fé")

O mês de Maria!

Imagem de Destaque

Rosários nas mãos, pés no chão e olhos para o céu!
Iniciamos o mês de maio, dedicado à bem-aventurada Virgem Maria. Tivemos a alegria de ter, aqui no Rio de Janeiro, o primeiro seminário para refletir sobre o trabalho e o trabalhador: a agenda social do trabalho! As conclusões serão levadas às nossas autoridades. Porém, neste mês, muitas alegrias se descortinam em nosso coração: a celebração das mães, no segundo domingo; a festa de Nossa Senhora de Fátima, que neste ano para mim tem um especial significado, porque estarei em Fátima a convite do Senhor Bispo de Leiria-Fátima para presidir as solenidades do dia 13 de maio, quando, a pedido do próprio Papa Francisco, vamos consagrar o seu pontificado à Materna Proteção da Virgem que, por meio dos pastorinhos, convoca a todos para a conversão do seguimento de Jesus Cristo. Como não lembrar, neste mês mariano, das coroações de Nossa Senhora e dos apelos do Santo Padre para a oração do rosário em família? Ainda teremos as solenidades da Ascensão e Pentecostes, a Novena de Pentecostes, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos e o Dia Mundial das Comunicações Sociais.

O tempo urge e a Jornada Mundial da Juventude já está a semanas de acontecer aqui no Rio de Janeiro. Também colocamos a intenção de consagrar toda à JMJ, seus jovens, colaboradores e organizadores a Maria para que ela interceda por todos e nos ensine a dizer 'sim' ao Senhor, a fim de o seu plano de amor e salvação se cumpra em nossas vidas”.

Toda a vida de Maria, de cujo seio se desprendeu e brilhou a "Luz que ilumina todo o homem que vem a este mundo" (Jo 1,9) se desenrola em comunhão íntima com Jesus: “Levando, na terra, uma vida semelhante à do comum dos homens, cheia de cuidados domésticos e de trabalhos, Ela, a todo o momento, mantinha-se unida a Seu Filho” (Apostolicam Actuositatem, 4), permanecendo na intimidade com o mistério do Redentor. Ao longo desse caminho de colaboração na obra redentora, a sua própria maternidade “veio a conhecer uma transformação singular, sendo cada vez mais cumulada de "caridade ardente" para com todos aqueles a quem se destinava a missão de Cristo” (Redemptoris Mater, 39) e para os quais e no qual se vê consagrada a Mãe aos pés da cruz: “Eis o teu filho”!
Deste modo, tendo ela gerado Cristo, Cabeça do Corpo Místico, deveria também gerar os membros do mesmo Corpo. Por isso, “Maria abraça, com a sua nova maternidade no Espírito, todos e cada um dos homens na Igreja; e abraça também todos e cada um mediante a Igreja” (Redemptoris Mater, 47). A Igreja, por sua vez, não cessa de lhos consagrar.

A mensagem de Fátima é cheia de esperança, exigente e, ao mesmo tempo, confortadora, anunciada a todos os homens e mulheres de boa vontade, particularmente num mundo violento que clama por paz e justiça. É centrada na oração, na penitência e na conversão que se projeta para além das ameaças, perigos e horrores da história, para convidar o homem a ter confiança na ação de Deus, a cultivar a grande boa esperança, a fazer experiência da graça do Senhor para enamorar-se d'Ele, fonte do amor e da paz.

Vivemos dias de grande violência urbana. Assistimos, atônitos, ao desrespeito para com as pessoas. Casas são invadidas por criminosos que não respeitam mais a vida humana. Crianças e idosos não são mais respeitados. Mata-se pelo simples gosto de "vingar" quando não há produto lucrativo dos roubos nas residências; e também no comércio, ou seja, em nossos trabalhos.

Maria Santíssima nos traz uma mensagem de paz, de confiança inabalável em Deus, em primeiro lugar, para que possamos abrir nossos corações para uma conversão muito profunda. Uma conversão de mudança de mentalidade: o povo brasileiro sempre respeitou a família, o povo brasileiro sempre amou as crianças, como Jesus. Nossa gente sempre respeitou a terceira e melhor idade. O grande problema da violência reside não na diminuição da maioridade penal, mas na revalorização da família. Nossos casais não devem ter medo da maternidade, de constituírem famílias numerosas. Somente dentro de um lar, alicerçado sob os valores do Evangelho é que educaremos a juventude para os valores de Deus, para a cidadania, para a solidariedade, para a justiça e para o respeito à vida, como primado principal do Filho de Deus e do cidadão.

Nesse sentido, Maria nos ensina, pela sua verdadeira devoção à imitação das suas virtudes, que Ela nos conduz sempre a Jesus. Por isso, o saudoso Papa Paulo VI nos ensinou que: “Porém, nem a graça do Redentor divino nem a intercessão poderosa da Sua Mãe e nossa Mãe espiritual, nem a sua excelsa santidade poderiam conduzir-nos ao porto da salvação, se a tudo isso não correspondesse a nossa perseverante vontade de honrar Jesus Cristo e a Virgem Santa com a devota imitação das suas sublimes virtudes. É, pois, dever de todos os cristãos imitar, com espírito reverente, os exemplos de bondade que lhes foram deixados pela Mãe do Céu.

É esta, veneráveis irmãos, a outra verdade sobre a qual nos agrada chamar a vossa atenção e a dos filhos confiados aos vossos cuidados pastorais para que eles aceitem, favoravelmente, a exortação dos padres do Concílio Vaticano II: 'Recordem-se os fiéis de que a devoção autêntica não consiste em sentimentalismo estéril e passageiro ou em vã credulidade, mas procede da fé verdadeira que nos leva a reconhecer a excelência da Mãe de Deus e nos incita a um amor filial para com a nossa Mãe, e à imitação das suas virtudes'. É a imitação de Jesus Cristo, indubitavelmente, o régio caminho a percorrer para chegar à santidade absoluta do Pai celeste.
Mas, se a Igreja Católica sempre proclamou esta verdade tão sacrossanta, também afirmou que a imitação da Virgem Maria, longe de afastar as almas do fiel seguimento de Cristo, o torna mais amável, mais fácil; na verdade, havendo Ela cumprido sempre a vontade de Deus, mereceu, em primeiro lugar, o elogio que Jesus Cristo dirige aos discípulos: 'Todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos Céus, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe' (Mt 12,50)” (cf. Signum Magnum, 8).

A devoção mariana, particularmente pela recitação do Rosário em nossas famílias, em nossas comunidades, em nossas paróquias e em nossos trabalhos nos ajudará, neste mês abençoado, a nos colocarmos na escola de Maria, a qual nos ensina a fazer sempre a vontade de Jesus. Os mistérios contemplados no Rosário são de Jesus. A repetição das Ave-Marias é um modo contemplativo de estar com Maria a meditar os mistérios de nossa salvação, porque o Rosário Mariano é completamente cristológico.

Maria Santíssima nos ensina a sempre fazer a vontade de Jesus. Por isso, neste mês, vamos valorizar a recitação do Terço em família e nas nossas comunidades. Convido todos a fazerem peregrinação paroquial, de grupos, familiares ou pessoais aos nossos santuários marianos de Nossa Senhora da Penha e de Nossa Senhora de Fátima, ganhando as graças necessárias adjuntas ao Ano da Fé.

Ser filho devoto de Maria nos educa a fazer a vontade de Deus e a rezar nas necessidades da Igreja, pelo êxito da JMJ, da qual a Virgem Aparecida é nossa padroeira e rezar para todos os que procuram a paz para testemunhar Jesus no mundo.

Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo! Amém, Aleluia! Bom mês de maio, rosários nas mãos, pés no chão e olhos para o céu!

Dom Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)

07/05/2013

Da profissão à vocação!

Imagem de Destaque

Cada pessoa realiza uma vocação específica no mundo
O chamado que Deus faz a cada pessoa é sempre um mistério. Ao longo da vida, o Senhor vai revelando qual a nossa missão. Deus chama; o ser humano dá uma resposta livre. O Senhor não cria uma situação na qual a pessoa se sinta pressionada a segui-Lo. Na liberdade que Deus nos concedeu, a resposta é sempre uma decisão pessoal e intransferível de cada um.

Nas Sagradas Escrituras, encontramos inúmeros chamados ao longo da história da salvação. Em todo tempo e lugar, o chamado de Deus sempre permanece vivo e atual.

Interessante notarmos que este chamado se realiza nos mais diferentes âmbitos da vida. Nem todos recebem o mesmo chamado, mas a origem dele é sempre divina. Cada ser humano vai descobrindo qual é a sua vocação: médico, veterinário, engenheiro, escritor, professor, agricultor, cozinheiro, padre, psicólogo...

Cada pessoa realiza, no mundo, uma vocação específica. Neste chamado, todos somos convidados a direcionar nossa vocação para que ela seja sinal de vida e luz. Muito mais do que uma profissão, os mais diversos profissionais, de todas as áreas, são convidados a fazer do seu trabalho uma vocação que seja promotora de uma sociedade justa e solidária, na qual o amor de Deus seja também revelado pelos mais diversos serviços e funções.

Quando a profissão abraça o caráter vocacional de um chamado de Deus, ela transforma realidades de trevas em sinais de luz que devolvem a cada pessoa o direito à vida, à paz e à esperança.

No chamado que recebemos, o amor de Deus nos capacita a sermos sinais de esperança, paz, justiça, caridade e amor.

Padre Flávio Sobreiro
Comunidade Canção Nova