31/05/2012

Razão e religião

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É possível conciliar razão e fé

Um dos equívocos mais arraigados, no senso comum moderno, é ver a religião como algo fundado em fatores exclusivamente subjetivos, sem nenhuma relevância intelectual. Assim, ela seria reduzida a crenças sem fundamentos ou a um mero sentimento interior, confinando-se, portanto, ao domínio do irracional. Na religião, não haveria o que se pensar, aprender ou saber. É preciso que se diga, no entanto, que tal concepção equivocada tem suas causas históricas e sociais, e que também é própria não apenas de seus inimigos, mas também de pessoas que se consideram sinceramente religiosas, no entanto, acreditam que a religiosidade é isso mesmo: uma fuga da realidade para um mundo de fantasia, uma exaltação do sentimentalismo em detrimento da racionalidade.

Efetivamente, se a religião tem alguma coisa a ver com a verdade, ela não pode se reduzir ao sentimento nem à fantasia. De fato, a fantasia não tem ligação com a verdade, pois esta também não se sente, mas se entende. A autencidade é objeto de compreensão, não de sentimento nem de imaginação. E o Cristo ensinou que a experiência religiosa é uma prática da verdade: «Conhecereis a verdade e a verdade vos tornará livres» (Jo 8,32).


Assista: "Fé e razão", com professor Felipe Aquino


O Cristianismo é a religião do Logos: «No princípio era o Logos, e o Logos estava com Deus, e o Logos era Deus» (Jo 1,1). Assim consta no original grego do Evangelho segundo São João. "Logos" se traduz por verbo, mas também por razão. O Cristianismo é a religião da razão divina e universal.

O equívoco do qual falamos, que reduz a religião ao domínio do irracional, é resultado de dois outros erros: o primeiro é o que faz a religião depender apenas da fé, de modo que não haveria verdades religiosas naturalmente acessíveis à razão humana; o segundo é o que confunde a fé com mera crença. Dessa maneira, para demolir esses erros, será necessário: (1) mostrar que existem verdades religiosas naturalmente acessíveis ao conhecimento humano; e (2) expor o conceito da autêntica fé católica, como virtude teologal, de maneira que esta se distingua da mera crença.

A discussão desses dois pontos, que acima indicamos, envolve mais conteúdo e demanda, muito mais espaço do que podem comportar os limites de um só artigo. Talvez sejam necessários vários artigos para que possamos deixar clara a matéria. De qualquer maneira, pretendemos desenvolver o tema nos próximos artigos a serem publicados, começando pelo segundo dos pontos indicados. Assim tencionamos, em nossa próxima comunicação, começar a exposição do conceito de fé como virtude teologal, mostrando como ela se distingue de uma mera crença.

Nesse intento, buscamos nos inspirar nas palavras com que o Papa bem-aventurado João Paulo II abriu sua Encíclica Fides et Ratio: «A fé e a razão constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade».

Rodrigo R. Pedroso
Canção Nova

30/05/2012

Pode um cristão mentir?

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A verdade vos libertará
O salmista não se mostra muito generoso, quando, num momento de decepção, exclama: "Todos os homens são mentirosos" (Sl 116,11). Ser amante da verdade é um aprendizado. Para fugir de complicações, todos temos a tendência para a dissimulação, isto é, procuramos enganar para nos safar de eventuais punições. Só Jesus mesmo para poder dizer: "Eu sou a verdade" (Jo 14,6).

Conheço algumas circunstâncias - as mentirinhas profissionais - em que não se produz culpa. Por exemplo: a enfermeira avisa, ao aplicar uma injeção: "não vai doer". Ou o pároco, quando vai pedir ajuda financeira aos fiéis: "esta é a última campanha que vamos fazer". São as tais mentirinhas inocentes, que não prejudicam ninguém. Mas São Tomás de Aquino ensina que existe uma situação, na qual podemos até mentir em assunto sério. É quando alguém pergunta se nós cometemos certos crimes. É lícito negar, mesmo sendo culpados, porque o ônus da prova cabe ao acusador.


Assista: "Exercícios práticos para a Cura", com o saudoso Padre Léo, scj


O critério melhor para aquilatar a vileza de uma mentira é verificar o mal que ela produz e os sofrimentos que provoca. A contragosto, refiro-me a homens e mulheres que ocupam cargos de maior relevância como ministros do Supremo Tribunal Federal. Não posso deixar de comentar a fraqueza de alguns ao basearem seu raciocínio contra os direitos das crianças anencefálicas (melhor seria dizer meroencefálicas), com argumentos mais do que equivocados.

Vários ministros e ministras afirmaram que não podem aceitar a intromissão de razões religiosas para julgar a favor da vida dessas crianças. Isso é uma afirmação falsa. É notório que os maiores defensores das crianças provém das fileiras das Igrejas. No entanto, nenhum representante veio argumentar com razões religiosas. Ninguém debateu com argumentos bíblicos. Nenhum aduziu que o Papa não quer.

Os argumentos foram todos humanitários, filosóficos, científicos e de amor à vida. Tais ministros, conscientemente, afrontaram o bom senso, construindo seu voto em cima de uma base errônea. Isso deu um sentimento de insegurança a todos nós. Só vejo uma possibilidade, de eles recuperaram, aos poucos, a confiança da nação seriamente abalada: julgar, com retidão, os envolvidos no mensalão. “A verdade vos libertará” (Jo 8, 32).

Dom Aloísio Roque Oppermann scj
Arcebispo Emérito de Uberaba - MG

29/05/2012

Como você tem construído seus planos?

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Repense o seu modo de ver a vida

Em nossa vida fazemos planos, estabelemos metas e, com isso, visualizamos situações que “podem vir a ser”, que “podem ocorrer”, e nos colocamos numa posição de expectativa e investimento de energia, trabalho e emoção. As expectativas de vida podem, em algum momento, concretizar-se ou não.

O acúmulo de expectativas e situações não resolvidas, bem como problemas cotidianos, profissionais e pessoais podem nos levar ao famoso estresse, que não vem apenas por aquilo que está externo a nós e visível, como problemas, pessoas, falta de dinheiro, desemprego, etc., mas especialmente ao que chamamos de fatores internos, e um em especial: a maneira como interpretamos a vida e seus acontecimentos, as pessoas com as quais convivemos, as situações pelas quais passamos.

Geramos ou pioramos um estado de estresse pela forma como encaramos a vida. Quer um exemplo bem simples de como isso acontece? Por um descuido, você bate seu carro. Não é nada grave, não houve vítimas. Qual a solução mais prática? Buscar um funileiro, avaliar os danos, fazer o orçamento, as formas de pagamento, se você pode ou não pagar agora e decidir por fazer o conserto. Isso é prático, racional e direto (mesmo sabendo que haverá um gasto e que você não poderá pagá-lo agora).

Porém, um modo que gera grande desgaste é olhar para a mesma situação cobrando-se: “Eu fiz tudo errado! Como pude bater este carro! Eu não me perdoo, sou mesmo um idiota”. Todos esses pensamentos estressantes e autopunitivos trouxeram alguma solução? Certamente, não. Percebe agora como nossos pensamentos e crenças pessoais podem influenciar nossa reação diante de um acontecimento?

A forma como interpretamos as situações e o modo como nossos pensamentos se desenrolam desencadeiam, portanto, a produção do famoso estresse. Crença é aquilo que dá significado à nossa vida. Se eu creio em Deus, meus atos tendem a ser pautados por essa crença. Se creio que tudo será péssimo, que não sou capaz, que nada dá certo comigo, ou que nunca minhas expectativas darão certo, temos aí um bom caminho para atitudes desfavoráveis e um amontoado de novos pensamentos negativos e um belo caminho para o adoecimento e para um círculo contínuo e vicioso de estresse.

Muitas vezes, quando estamos nesse estado, achamos mil desculpas para justificá-lo: "Estou estressado porque meu carro quebrou". Ou: "Porque meu time perdeu", assim como: "Porque meu namoro acabou", porque ... porque... porque... sempre baseados em fatos externos.

Você já parou para pensar qual é a sua parcela de responsabilidade diante do que não deu certo? Será que não é devido à sua forma de ver o mundo que o estresse acontece e com ele todas as consequências físicas e emocionais em sua vida?

Faço este convite a você: pare e observe como você encara o mundo ao seu redor. Este pode ser um primeiro passo para não ser refém da vida e dar um novo significado à sua história.

Aceita o convite? Deixe seu comentário!
Um grande abraço!

Elaine Ribeiro
psicologia01@cancaonova.com

28/05/2012

Procuremos a intimidade com José

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E assim encontraremos Jesus
Tens de amar muito São José, amá-lo com toda a tua alma, porque é a pessoa que, com Jesus, mais amou Santa Maria e quem mais privou com Deus: quem mais O amou, depois da nossa Mãe. Ele merece o teu carinho, e a ti convém-te buscar o seu convívio, porque é mestre de vida interior e pode muito diante do Senhor e diante da Mãe de Deus (Forja, 554).

Nas coisas humanas, José foi mestre de Jesus; conviveu diariamente com Ele, com carinho delicado, e cuidou d'Ele com abnegação alegre. Não será esta uma boa razão para considerarmos esse varão justo, esse Santo Patriarca, em quem culmina a fé da Antiga Aliança, como mestre de vida interior? A vida interior não é outra coisa senão uma relação de amizade assídua e íntima com Cristo, para nos identificarmos com Ele. E José saberá dizer-nos muitas coisas sobre Jesus. Por isso, não abandonemos nunca a devoção que lhe dedicamos: Ite ad Ioseph, ide a José, como diz a tradição cristã, servindo-se de uma frase tirada do Antigo Testamento.

Assista: "Quem são os meus íntimos", com o saudoso padre Léo

Mestre de vida interior, trabalhador empenhado no seu ofício, servidor fiel de Deus, em relação contínua com Jesus: este é José. Ite ad Ioseph. Com São José, o cristão aprende o que significa pertencer a Deus e estar plenamente entre os homens, santificando o mundo. Procuremos a intimidade com José, e encontraremos Maria, que encheu sempre de paz a amável oficina de Nazaré. (É Cristo que passa, n. 56)

A Igreja inteira reconhece em São José o seu protetor e padroeiro. Ao longo dos séculos, tem-se falado dele sublinhando diversos aspectos da sua vida, continuamente fiel à missão que Deus lhe confiou. Por isso, desde há muitos anos, agrada-me invocá-lo com este título muito íntimo: nosso pai e senhor.

São José é realmente pai e senhor: protege e acompanha no seu caminho terreno aqueles que o veneram, como protegeu e acompanhou Jesus enquanto crescia e se tornava homem. (É Cristo que passa, n. 36)

São Josemaría Escrivá
http://www.opusdei.org.br

Fonte: Comunidade Canção Nova

25/05/2012

Entre laicidade e fé

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O Estado conta com a inteligência própria da fé
O Brasil é um Estado laico. Esta afirmação é exata e adequada ao cenário contemporâneo. A laicidade do Estado brasileiro é um tema que tem ocupado um relevante lugar na pauta de discussões, indispensáveis no conjunto de assuntos de interesse para a vida da sociedade. Contudo, a compreensão da laicidade do Estado ainda vai demandar um considerável percurso.

Compreender o Estado laico é evitar o comprometimento de princípios e valores inegociáveis que traz, como consequência, prejuízos no funcionamento e na organização social. Essas dinâmicas estão, atualmente, se defrontando com um processo de secularização que afeta a vida. Há uma perda da capacidade de escuta e compreensão do Evangelho de Jesus Cristo como mensagem revigorante e transformadora.

O grave problema, nesse caso, é o entendimento sobre o mundo e a humanidade que não considera a dimensão da transcendência. Os desdobramentos daí advindos têm implicações antropológicas com incidências na própria existência humana. É preciso advertir sobre a estrada sem saída que é o discurso sem Deus, contra a religião, contra o cristianismo. Não se pode depredar o tesouro da fé, força estruturante e sustentadora da vida, da história e das pessoas.

Por isso mesmo, é um grave equívoco entender a laicidade do Estado como estrada na contramão do que é próprio da religiosidade. Esta laicidade não é a possibilidade de um relacionamento quase inimigo com a religião e a fé professada. Trata-se de uma configuração que tem sempre como ponto de partida o significado e o alcance de tudo o que promove a cidadania, entendida como a condição de igualdade de todos, implicando em desdobramentos que levem a uma sociedade justa e solidária.

Assista: "Pelo Espirito volta as origens", com padre Roger Luis

Que no horizonte, com a corresponsabilidade de todos, a complexa e não pouco pesada estruturação do Estado, nas diversas instâncias, dê conta de tecer uma nova realidade, aplicando urgentes correções de rumos e dinâmicas, para superar e mudar cenários já inaceitáveis e sacrificantes da vida de tantos, especialmente dos mais pobres. Neste âmbito, a fé tem tarefa iluminadora. Alcança raízes que a laicidade do Estado deve respeitar e cultivar.
O Estado precisa sim contar com a inteligência própria da fé. A dinâmica que se professa no Cristianismo é determinante no sucesso da compreensão da vida, da dignidade humana e das metas para uma sociedade que deve ser justa e fraterna. Assim, é importante que a laicidade do Estado dê um lugar adequado à religião, não podendo dispensar o que vem da dinâmica da fé cristã.

Pode-se imaginar o que seria da cultura brasileira se não fosse radicalmente marcada pela força do cristianismo? Tudo seria muito diferente. Certamente, uma cultura, em todos os sentidos, bastante empobrecida. E torna-se próxima a ameaça desse empobrecimento quando se estabelece a contraposição entre o pensamento laico e o religioso. Dá-se lugar a uma perspectiva positivista, utilitarista, que desconsidera o sentido transcendente intocável da dignidade humana. Um pensamento que, por opção ou deficiências de caráter filosófico e antropológico, sacrifica dimensões, gera lacunas e perigosas regulamentações.

Exatamente por isso, a Igreja Católica sempre se posiciona, por meio de suas dioceses e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, com sua força colegial, à luz da fé professada e da Verdade do Evangelho da Vida. Assim, ajuda o Estado no exercício de valores éticos e a sociedade no seu caminho. É verdade que a laicidade do Estado não lhe outorga qualquer prerrogativa de interferência em âmbitos da religião. No entanto, a fé, por suas propriedades, tem importantes contribuições a oferecer ao Estado.

Não se trata de interferência ou intromissão indevida. É indispensável a contribuição advinda da fé, dada ao Estado e à sociedade no seu conjunto, por ter suas raízes na profundidade do mistério de Deus. Nessa caminhada, a Igreja Católica, por meio da 50ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, emitiu notas e mensagens em defesa dos territórios e dos direitos dos povos indígenas, quilombolas, pescadores artesanais e demais populações tradicionais; sobre as eleições municipais 2012 e a reforma do Código Penal. As iluminações da fé cristã são antídoto para uma laicidade distante da transcendência, para corrigir descompassos, vencer a corrupção, valorizar a vida em todas as suas etapas e dimensões.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte

Fonte: Canção Nova

24/05/2012

Nos caminhos da oração

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A oração é um impulso do coração
Na simplicidade da vida e na riqueza espiritual de Santa Teresinha do Menino Jesus encontramos uma definição do que seja a oração em toda a sua beleza e plenitude.

“Para mim, a oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado para o céu, é um grito de gratidão e de amor, tanto no meio da tribulação como no meio da alegria”.

Muitos livros já foram, estão sendo, e serão escritos sobre esse tema. Na perspectiva cristã a oração é alimento para a alma. Assim como o corpo humano necessita de nutrientes e vitaminas para manter-se saudável, a vida espiritual também necessita alimentar-se da oração para crescer sempre mais no amor, na fé e na esperança.

Se uma pessoa não se alimenta adequadamente, pode contrair uma anemia, e terá que repor as vitaminas que seu organismo necessita para funcionar normalmente. Em nossa vida espiritual acontece o mesmo processo: se não alimentamos nossa alma com uma vida de oração, adquirimos, com o passar do tempo, uma anemia espiritual.


Essa anemia espiritual faz com que a vida e tudo o que dela decorre torne-se algo somente funcional. Perde-se o motivo e o sentido daquilo que se realiza no cotidiano da vida. Imune ao desgaste dos problemas e dos sofrimentos a pessoa, muitas vezes, sente-se sem motivação para continuar a caminhada. A vida perde o sabor, porque falta o ingrediente principal no cardápio espiritual da vida: a oração.

Assista: "Amparai-me, Senhor", com monsenhor Jonas Abib

Quando já sem forças para continuar sua caminhada, a pessoa olha para trás, vê apenas uma vida na qual simplesmente realizou tarefas por obrigação, mas não deu sentido a elas. Na oração encontramos o motivo maior que nos coloca em contato com aquilo que realizamos. Nossa ação é consequência daquilo que nós somos espiritualmente, caso contrário nos tornamos apenas escravos de um ideal ou projeto.

Muitas pessoas se perguntam: “Por que orar?” Oramos não porque Deus precise das nossas orações, mas para que nosso coração seja aberto para percebermos a presença de Deus Pai em nós. Uma vida espiritual, sem a oração, torna-se tão seca quanto um jardim que nunca é regado. Sem água as flores morrem aos poucos. É a água, o adubo, o cuidado que temos com o jardim que faz com que ele cresça e seja belo! Na vida de oração o mesmo processo acontece: se não dedicarmos um tempo para estarmos a sós com Deus, iremos aos poucos deixando nossa espiritualidade seca e sem vida.

Nem sempre os momentos de oração são agradáveis. Em nossa humanidade deficiente, há dias em que oramos e não sentimos absolutamente nada. Parece que estamos ali, mas Deus não está do nosso lado. A caminhada espiritual é um percurso inconstante e nem sempre linear. A nossa vida de oração é semelhante a um gráfico que tem seus momentos de auge e depois ocorrem as quedas. Esse processo é conhecido pelos grandes mestres da oração e místicos como desertos espirituais.

Talvez, se a nossa vida de oração fosse sempre constante e perfeita, corrêssemos o risco de nos acomodarmos e pensar que não precisamos mais orar. Os desertos espirituais nos tiram do nosso comodismo espiritual e nos ensinam que Deus também está presente nos momentos em que não estamos percebendo a Sua presença ao nosso lado.

Alguns desistem de atravessá-lo [deserto espiritual] em sua caminhada de oração e abandonam o percurso pela metade. Quando isso ocorre, a pessoa se afasta de Deus e busca por suas próprias forças encontrar sentido na vida. Quando descobre que o sentido da vida está no Senhor e que, sem Ele, a caminhada é vazia, volta para os braços do Pai e redescobre na oração a luz que lhe retira das sombras de uma noite na qual estava sem rumo e perdido.

Quando oramos fazemos a experiência de Deus em nós.
Uma vida de oração transforma a alma num jardim florido, no qual cada flor revela um dom de Deus para ser colocado a favor de cada irmão e irmã. No cotidiano da nossa história a oração é uma ponte que nos liga a Deus e aos nossos irmãos.


Padre Flávio Sobreiro
Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova

23/05/2012

Como superar a decepção?

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Só não haverá decepção se não houver relacionamento

A decepção é algo que está na vida de todo ser humano. Quem nunca se decepcionou com alguém por um fato ou uma situação da vida? Só não haverá decepção se não houver relacionamento. Se nós nos decepcionamos com as pessoas é porque, algum dia, existiu algum tipo de relacionamento.

Muitas vezes, as decepções acontecem quando criamos muitas expectativas com uma pessoa, ou até mesmo com uma festa, evento, lugar, entre outros. Criamos na nossa mente inúmeras ideias e sonhos e nos esquecemos da realidade.

Portanto, quando deparamos com o fato, ou quando conhecemos a pessoa tal como ela é, aí vem a decepção. Imaginamos que a pessoa era uma coisa e, na realidade, é outra. O cristão é chamado a viver de esperança e não de “expectativas”, a esperança não decepciona. Isso não significa que não podemos ter metas e sonhos, mas precisamos colocar limites nisso e ter consciência daquilo que é a realidade. No namoro, na amizade, no casamento, no trabalho e em tudo que envolve relacionamento entre pessoas haverá a chance de decepção.



Para evitar essa situação é necessário que ambas as partes sejam transparentes e verdadeiras, primeiro consigo mesmas e depois com o próximo. Onde há verdade e lealdade não há espaço para a mentira nem para a desconfiança.

Se hoje você se decepcionou com alguém e ainda não superou isso, tenho algumas dicas para você: o primeiro passo para superar essa dor é se perdoar.

Talvez você se julgue e se condene por algum erro do passado, inclusive por alguns cometidos por outras pessoas, e acabou assumindo máscaras e uma postura que não é sua. Se você não for capaz de perdoar a si mesmo, não será capaz de perdoar a quem o decepcionou.

O segundo passo é chamar a pessoa que o decepcionou e ter uma conversa transparente com ela. Para isso é importante que cada um saiba ouvir o outro, para, juntos, chegar a uma conclusão. Dessa forma, verá que algumas situações que você acreditava ser graves, na verdade, não passaram de um mal-entendido; outras, de fato, aconteceram, mas pelo diálogo podem ser esclarecidas. Nessa conversa franca as coisas vão se ajeitar.

Portanto, ainda que seja dolorosa, a reconciliação trará à luz tudo que causou a decepção. E, por fim, o perdão! E lembre-se: o perdão não é apenas um sentimento, mas uma decisão. Um bom recomeço!

Adaílton Batista
Missionário da Comunidade Canção Nova

Fonte: Canção Nova

22/05/2012

É possível vencer o pecado!

Depois de conhecermos em nosso Seminário de Vida online o Amor de Deus, ficam varias perguntas: Porque mesmo depois de experimentar este Amor, sinto-me impotente diante de minhas fraquezas, limitações e continuo fazendo coisas más que não quero? Se Deus criou todas as coisas e viu que tudo era muito bom, porque tanta tristeza no mundo, tanta infelicidade, desigualdade, guerras, doenças, desamor, porque a morte? Essa pergunta pode ser feita de maneira diferente: se Deus e o seu amor existem qual é a cauda de todo o mal? O pecado é o mal uso de nossa liberdade, erramos o alvo, o objetivo de nossa vida, pisamos na bola, desvirtuamos os nossos sentidos e vontades, se apresentava o Bem e eu escolho o mal.

É difícil e hoje tem muita gente que torce o nariz, neste mundo mascarado e superficial até ofende dizer isso para alguém, mas eu não posso esconder ou mascarar, a verdade, a realidade para você: Todos pecaram e por isso, estão privados da graça de Deus” (Cf. Romanos 3,23).

Conseqüências do pecado em nossas vidas:

- a harmonia estabelecida graças à justiça original, está destruída;

- o domínio das faculdades espirituais da alma sobre o corpo é rompido;

- a união entre o homem e a mulher é submetida a tensões; as suas relações serão marcadas pela cupidez e pela dominação.

- a harmonia com a criação está rompida: a criação visível tornou-se para o homem estranha e hostil. Por causa do homem, a criação está submetida ‘à servidão da corrupção’.

- Finalmente, vai realizar-se a conseqüência explicitamente anunciada para o caso de desobediência: o homem ‘voltará ao pó do qual é formado’. A morte entra na história da humanidade. (n.400)

- a partir do primeiro pecado, uma verdadeira ‘invasão’ do pecado inunda o mundo: o fratricídio cometido por Caim contra Abel; a corrupção universal em decorrência do pecado;

- A Escritura e a Tradição da Igreja não cessam de recordar a presença e a universalidade do pecado na história do homem: O que nos é manifestado pela Revelação divina concorda com a própria experiência. Pois o homem, olhando para seu coração, descobre-se também inclinado ao mal e mergulhado em múltiplos males que não podem provir de seu Criador, que é bom.

402 – Todos os homens estão implicados no pecado de Adão. O gênero humano inteiro é, em Adão, ‘como um só corpo de um só homem’ (sicut unum corpus unius hominis – São Tomás de Aquino). Em virtude desta unidade do gênero humano, todos os homens estão implicados no pecado de Adão, como todos estão implicados na justiça de Cristo. (cat. 404)

‘Pela desobediência de um só homem, todos se tornaram pecadores’(Rm 5,19). ‘Como por meio de um só homem o pecado entrou no mundo e, pelo pecado, a morte, assim a morte passou para todos os homens, porque todos pecaram… ‘(Rm 5,12).

‘Assim como da falta de um só resultou a condenação de todos os homens, do mesmo modo, da obra de justiça de um só (a de Cristo), resultou para todos os homens justificarão que traz a vida’(Rm 5,18).

Adão e Eva cometem um pecado pessoal, mas este pecado afeta a natureza humana, que vão transmitir em um estado decaído. (cat. 404). É um pecado que será transmitido por propagação (não imitação) à humanidade inteira; isto é, pela transmissão de uma natureza humana privada da santidade e da justiça originais. O pecado original é denominado ‘pecado’ de maneira analógica: é um pecado ‘contraído’ e não ‘cometido’, um estado e não um ato. Mas, hoje as nossas escolhas nos tornam participantes ativos no pecado, atualizamos a morte e optamos novamente contra Deus e o seu plano de Amor.

‘Morte da alma’(DS 1512)

O Batismo, ao conferir a vida da graça de Cristo, apaga o pecado original e faz o homem voltar para Deus. Porém, as conseqüências de tal pecado sobre a natureza, enfraquecida e inclinada ao mal, permanecem no homem e o incitam ao combate espiritual. 405 – Pelo pecado original a natureza humana não é totalmente corrompida: ela é lesada em suas próprias forças naturais, submetida à ignorância, ao sofrimento e ao império da morte, e inclinada ao pecado (esta propensão ao mal é chamada ‘concupiscência’).

“Não “o abandonaste ao poder da morte’ Todas as vezes que pecamos estamos mais perto da morte”.

Por que Deus não impediu o primeiro homem de pecar?

São Leão Magno reponde: ‘A graça inefável de Cristo deu-nos bens melhores do que aqueles que a inveja do demônio os havia subtraído’(Sermão 73,4: PL 54,396). São Tomás: ‘Nada obsta que a natureza humana tenha sido destinada a um fim mais elevado após o pecado. Com efeito, Deus permite que os males aconteçam para tirar deles um bem maior. Donde a palavra de São Paulo: ‘Onde abundou o pecado superabundou à graça’(Rom 5, 20). E o canto do Exultet: Ó feliz culpa que mereceu tal e tão grande Redentor’ (S. Th. III,1.3 ad 3).

Mais o PECADO não tem a ultima palavra em nossa vida, pelo contrario, tomar consciência desta verdade e assumi-la abre-nos a Porta da solução, da SALVAÇÃO: “Chegando ali, reuniram a comunidade. Contaram tudo o que Deus fizera por meio deles e como ele havia aberto a Porta da Fé para os pagãos” (cf. At. 14,27).

Oração de Renuncia: Tomando consciência do imenso Amor de Deus, de Jesus Cristo meu Salvador eu renuncio ao pecado e a todo mal. Renuncio em Nome de Jesus ao Demônio e a Satanás autor do pecado e do mal e todas as suas astúcias para perder os filhos de Deus. Renuncio a tudo aquilo que possa me conduzir ao pecado e a morte nos sentimentos e nos atos, continue a oração de renunciando a todo pecado, aqueles que te impedem de caminhar e de ter uma nova vida…

Vinde Espírito Santo e arranca-nos do pecado!!!

Padre Luizinho, Com. Canção Nova.
Diretor Espiritual e Formador no Pré-discipulado.

21/05/2012

Uma superstição moderna

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A mídia nem sempre diz a verdade

Já é um lugar comum dizer que o homem moderno tem a mais entranhada desconfiança com relação às verdades escritas no Evangelho e aceita, com a mais passiva credulidade, o que vem publicado no jornal. Entretanto, ainda que tenha virado lugar comum tal julgamento, não deixa de ser salutar uma tentativa de aprofundá-lo, pois, muitas vezes, a verdade contida nos lugares comuns nos passa despercebida.

Se hoje tudo o que vem da Igreja é encarado, por pessoas supostamente cultas, com uma injustificada e preconceituosa suspeita, para o comum dos humanos as matérias dos jornais parecem caídas do céu. E com a maior "beatice" há quem tome pelos fatos mesmos aquilo que não passa de uma versão jornalística, construída sabe-se lá de que maneira e para atender a sabe-se lá quais interesses. Ainda que, no geral e na teoria, haja quem reclame da mídia, no particular e na prática é raríssimo encontrar quem veja as matérias jornalísticas com o indispensável olhar crítico. A "fetichização" do jornal é o resultado correspondente da alienação do leitor.

Esquece-se, ou melhor, oculta-se que o jornal é feito por homens, com seus defeitos, vícios e interesses; que o jornal é o produto de uma indústria que precisa dar lucro e está sujeita às mesmas contingências que outra empresa qualquer. Aliás, pouco se comenta sobre as dificuldades econômicas das empresas jornalísticas e como isso torna vulnerável a sua imparcialidade e capacidade de informação, sujeitando-as a pressões políticas e financeiras, dentro e fora do país.


Assista: "Cristão que é cristão luta pela vida", com padre Roger Luís


É interessante notar que as matérias jornalísticas, salvo no que toca aos editoriais e artigos de opinião, são apresentadas num tom de absoluta neutralidade e impessoalidade, como se fossem os fatos a falar por si. Porém, tal linguagem, aparentemente neutra e impessoal, mascara sutil e insidiosamente a manipulação dos fatos na construção da versão. A ostensiva neutralidade da linguagem jornalística oculta que os fatos que viram notícia estão sujeitos a uma seleção prévia dos aspectos que devem ser publicados, a qual pode deformá-los seriamente. Além disso, a apresentação dos aspectos previamente selecionados dos fatos também pode carregar, embutida, uma interpretação feita a partir de pontos de vista que podem não ser os nossos e que servem a determinados interesses.

Caso exemplar é o da cobertura jornalística que a imprensa concede, no Brasil, à questão do aborto e de outras ligadas à defesa da vida humana, como a do emprego de células-tronco embrionárias. Apesar de ser a legalização do aborto repudiada por mais de dois terços da população brasileira, o viés abortista das matérias publicadas pela mídia secular é facilmente constatável por qualquer um que leia os jornais fazendo uso de suas prerrogativas de animal racional.

A posição pró-cultura da vida é relegada a poucos artigos de opinião, menos para causar verdadeiro impacto e mais para legitimar a aparente “imparcialidade” do órgão de imprensa, que supostamente permitiria a expressão do “outro lado” – enquanto o aborto é veiculado subliminarmente e sem contestação nas matérias aparentemente neutras do noticiário. Manifestações pró-cultura da vida, por exemplo, muitas vezes não são nem sequer noticiadas e, quando o são, procura-se minimizar a sua repercussão.

A questão mais específica do aborto em caso de anencefalia foi uma vergonha: aproveitando-se da natural dificuldade de uma questão que envolve complicados conhecimentos científicos, a mídia manipulou a massa a ponto de fazer crer que os bebês anencéfalos estariam em “morte cerebral” – quando, na verdade, apesar de privados de parte do cérebro, eles possuem tronco encefálico funcionando.

Tudo isso avulta a grande importância e responsabilidade dos órgãos de comunicação social católicos, como a Canção Nova. Neste sentido, não podemos deixar de citar um trecho da emblemática e pioneira Pastoral Coletiva dos Bispos do Brasil, de 19 de março de 1890: «Há, porém, uma forma de que quiséramos ver-vos revestir hoje mais particularmente o vosso amor para com a Igreja: quiséramos ver-vos todos empenhados na difusão da imprensa católica como um meio de atalhar quanto possível os estragos da imprensa ímpia».

Rodrigo R. Pedroso
Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova

18/05/2012

Aborto nunca!

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O anencéfalo é um ser humano

A grande maioria dos brasileiros continua sendo contrária à legalização do aborto. De acordo com recente pesquisa do Instituto Vox Populi – encomendada pelo Portal iG – a grande maioria dos entrevistados (80%) é contra mudanças na normativa jurídica que regula o tema.

O aborto mata um ser humano em gestação; é um atentado contra um ser indefeso, uma covardia. Ainda que tenha havido uma concepção por estupro, não se justifica esse mal, pois a justiça deve punir o agressor e não a criança, tirando-lhe a vida. Ainda que uma criança esteja sendo gerada com alguma deficiência, não se justifica matá-la; ao contrário, as verdadeiras civilizações se caracterizam por proteger os mais fracos, e não por os matar.

O anencéfalo é um ser humano; é dotado de uma alma imortal, tem vida. Não importa quanto tempo vá viver, a sua existência tem de ser respeitada pela mãe e pelo Estado.


Assista: "As consequências do aborto"


Desde o século XIX a ciência reconhece que a vida humana se inicia na concepção. O maior geneticista do século XX, Dr. Jerome Lejeune, descobridor da Síndrome de Down, atestou esta verdade. Não existem tratados de embriologia que neguem esse fato. O embrião cresce com autonomia, tem sexo definido, é completo e vai se desenvolver até a sua morte a partir de tudo o que já possui. Toda a mensagem de sua vida já está ali completamente definida. Ele só precisa de três condições para seguir sua vida: oxigênio, nutrição e tempo, o mesmo de que nós precisamos. A vida intrauterina é apenas uma das etapas do desenvolvimento do ser humano, eliminar qualquer etapa significa encerrar as demais fases futuras de uma vida.

A mãe jamais tem o direito de eliminar um filho que está em gestação; é uma vida independente dela; e a mulher, acima de tudo, foi criada para dar e gerar a vida. Ainda que o nascituro esteja temporariamente dentro do corpo de sua mãe, ele não é parte deste corpo. É um descalabro uma mãe matar o próprio filho, nem a cobra venenosa faz isso.

Se damos à mãe o direito de matar um filho em seu ventre, porque é um “estorvo” para ela, teríamos de dar o mesmo direito a um filho de eliminar a sua mãe velha e doente que é um “estorvo” para ele. Se existe direito ao aborto, então, temos real direito de matar qualquer um, a diferença será apenas a idade da vítima. Mas assim, eliminamos o amor, a fé, a caridade.

Sabemos que 50% dos bebês abortados são mulheres, o que demonstra que o aborto não é instrumento de defesa do sexo feminino; é uma aviltação deste.

Todos aqueles que defendem o aborto já nasceram; vivem porque tiveram acesso primeiramente ao direito à própria vida. Nenhum direito humano ficará de pé se for eliminado “o direito de nascer”.

Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
Fonte: Canção Nova


17/05/2012

Sinais de Deus para o nosso tempo

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Faz-se necessário dar o salto da fé!

Tudo começou de novo com a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Passou o que era velho e tudo se fez novo, a partir de dentro, num dinamismo plantado no coração de cada cristão que recebe o Sacramento do Batismo. Caiu a velhice do pecado e do egoísmo, desmoronaram os muros da desconfiança, da inveja e do ciúme. Os cristãos exultam pela sua renovação espiritual, pois recuperaram, com alegria, a condição de filhos de Deus e podem esperar com plena confiança o dia da ressurreição (cf. Oração do III Domingo da Páscoa).

Descrever assim a vida pode parecer sonho, quem sabe, uma ilusão, ou otimismo ingênuo. Alguns chamariam utopia por não perceberem que o sentido originário da palavra aponta para o lugar ideal a ser alcançado e não um projeto imaginário e impossível de se concretizar. É que os cristãos não têm medo de ver as coisas a partir dos olhos de Deus, enxergando, além de todas as chagas existentes no mundo, a grandeza o plano de Deus. “O olho de Deus sobre o mundo é o Coração de Cristo, mas a pupila é aquela ferida de amor! A ferida está no Coração de Cristo. Ele foi ferido porque manifestou por inteiro o amor. Ele é o amor do Pai vindo à terra, e nos amou dando tudo... E nós, se vivermos como Ele, poderemos olhar por dentro e ver a Deus, e o Pai pode olhar dentro da chaga do Coração de Cristo e ver a todos nós” (Chiara Lubich, cf. Nuova Umanità 2012/2, p. 167).

Após a Ressurreição de Jesus, Seus discípulos tiveram que aprender este novo modo de compreender a vida (cf. Lc 24,35-48). Ao mostrar-lhes Suas mãos e Seus pés, com as marcas da crucifixão, Ele abriu-lhes os olhos. Não estavam diante de um fantasma! A experiência da presença do Ressuscitado foi novidade para todos. Madalena pensou estar diante de um jardineiro, os discípulos de Emaús O viam apenas como andarilho, os próprios apóstolos à margem do lago não O reconheceram. Os gestos de delicadeza, com que, de várias formas, se apresentou aos Seus, foram mimos cujos frutos se multiplicam no correr dos séculos para as sucessivas gerações de cristãos, das quais nós somos, por enquanto, os últimos! Não é mais possível ver Jesus Cristo e os acontecimentos com os olhos da carne. Faz-se necessário dar o salto da fé!

Os primeiros discípulos de Jesus receberam a missão de espalharem pela Terra uma vida nova e um modo novo para compreender o mundo e os acontecimentos. Cheios do Espírito Santo, eles começaram a pregar o Evangelho de Cristo. Quando experimentaram a incompreensão e a prisão, ficavam “alegres por terem sido considerados dignos de injúrias por causa do santo Nome. E cada dia, no templo e pelas casas, eles não cessavam de ensinar e anunciar que Jesus é o Cristo” (At 5,41-42). Quando se desencadeou a perseguição e mataram Tiago, um dos apóstolos (cf. At 12,1), “a palavra do Senhor crescia e se espalhava cada vez mais” (cf. At 12,24). Todos os períodos mais críticos e de maior sofrimento para a Igreja, com a força da Páscoa de Cristo, suscitaram novos frutos, quando acolhidos como chamado à fidelidade ao Senhor!

Até hoje, “no jardim da Igreja se cultivam as rosas dos mártires, os lírios das virgens, as rosas dos casados, as violetas das viúvas” (Santo Agostinho). Cada pessoa, segundo a vocação e o estado de vida que lhe foi concedido pelo Senhor, é chamada a “ser testemunha” (cf. Lc 24,42). Sua vida fará referência a valores consistentes, que não se abalam com ameaças, segundo a orientação do apóstolo dos gentios: “Não seremos mais como crianças, entregues ao sabor das ondas e levados por todo vento de doutrina, ludibriados pelos homens e por eles, com astúcia, induzidos ao erro. Ao contrário, vivendo segundo a verdade, no amor, cresceremos sob todos os aspectos em relação a Cristo, que é a cabeça” (Ef 4,14-15).

Comprometer-se com a verdade, denunciar o mal existente, indicando em Jesus Cristo o único caminho e o remédio eficaz, orar pelos que nos perseguem, tomar a iniciativa da caridade, perdoar sempre, valorizar mais o que une do que o que separa as pessoas, esperar com paciência a vitória do bem, são algumas das muitas possibilidades para oferecer o testemunho de Cristo em todos os tempos, inclusive o nosso, a partir do olhar da pessoa que entrou no Coração de Cristo, para ver tudo através da chaga aberta em Seu peito. Ali, o cristão se sente cômodo, sem ser acomodado, para não ficar sossegado até que os confins da Terra reconheçam que Jesus é o Senhor.

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA
Fonte: Canção Nova

16/05/2012

O lugar do cristão

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Não existem portas fechadas que não possam ser superadas

O Cristianismo se espalhou a partir de um grupo de discípulos escolhidos por Jesus, cuja missão desafiadora era desproporcional às suas capacidades humanas. O ambiente judaico da época e o poder romano, que dominava o quadro cultural em que se encontravam, não lhes eram propícios para divulgarem a Boa Nova do Evangelho. No entanto, pessoas limitadas se puseram a falar de Jesus Cristo e a proclamar que Ele está vivo. A perseguição desencadeada nos anos que se sucederam provocou a chamada “diáspora”, dispersão que se revelou providencial, pois fez com que o Evangelho chegasse a rincões mais distantes. Até hoje, cada situação adversa é oportunidade – Kairós – aproveitado por Deus, para novas oportunidades para testemunhar o nome de Cristo. O resultado aí está, com a presença da Igreja em toda parte, malgrado todas as dificuldades encontradas no correr dos séculos.

Já nos primeiros séculos, escritores cristãos deixaram o testemunho do caminho seguido para o crescimento da Igreja: “Depois de receberem a força do Espírito Santo com o dom de falar e de realizar milagres, os apóstolos começaram a dar testemunho da fé em Jesus Cristo na Judéia, onde fundaram Igrejas; partiram em seguida por todo o mundo, proclamando a mesma doutrina e a mesma fé entre os povos. Em cada cidade por onde passaram fundaram Igrejas, nas quais outras Igrejas que se fundaram e continuam a ser fundadas foram buscar mudas de fé e sementes de doutrina. Por esta razão, são também consideradas apostólicas, porque descendem das Igrejas dos apóstolos.

Apesar de serem tão numerosas e tão importantes, estas Igrejas não formam senão uma só Igreja: a primeira, que foi fundada pelos apóstolos e que é origem de todas as outras. Assim, todas elas são primeiras e apostólicas, porque todas formam uma só. A comunhão na paz, a mesma linguagem da fraternidade e os laços de hospitalidade manifestam a sua unidade. Estes direitos só têm uma razão de ser: a unidade da mesma tradição sacramental” (Do Tratado sobre a prescrição dos hereges, de Tertuliano, presbítero, capítulo 20 – Século III). A “certidão de nascimento” de uma comunidade cristã é dada pelo laço da sucessão apostólica, que a liga aos primórdios da fé cristã.


Assista: "Aprendendo a ser discípulo de Jesus", com Dom Alberto Taveira


Nosso tempo é de pluralismo, por isso exige testemunho mais qualificado dos cristãos. A Igreja pede, em sua oração, que no tempo da renovação da festa pascal, quando o Senhor reacende a fé em Seu povo, estes compreendam melhor o batismo que os lavou, o Espírito que lhes deu nova vida e o Sangue que os redimiu (Cf. Oração do dia do Segundo Domingo da Páscoa). É que não lhes é lícito esmorecer diante de qualquer situação. Antes, cabe-lhes exercitar a criatividade suscitada pelo Espírito Santo a fim de fermentarem de novo e sempre os ambientes em que se encontram.

Após a Ressurreição, o Senhor Jesus Cristo apareceu aos Apóstolos (cf. Jo 20,19-31), estando “as portas fechadas”. Comunicou-lhes Sua paz, confirmou-lhes a fé, fazendo-os superar o medo das chagas – agora gloriosas! – entregou-lhes a missão de serem portadores da misericórdia infinita com que quer restaurar a vida dos homens e mulheres de todos os tempos com o sacramento do perdão. Enfim, deu-lhes “instrumentos de trabalho”. Dali para frente, as mudas da fé foram plantadas em toda parte e não existem portas fechadas que não possam ser superadas. Não é necessário nem conveniente ou permitido usar as armas da violência, do engodo ou da mentira. Basta anunciar Jesus Cristo, pois só Ele pode converter os corações.

Formaram-se as primeiras comunidades cristãs (Cf. At 2, 42-47; At 4, 32-35; At 5,12-16), como relatam os Atos dos Apóstolos. Perseverança na escuta da Palavra de Deus, na Oração, na Eucaristia e na Partilha dos bens. E em toda a sua história, a Igreja constatou que os bens, quando partilhados, se multiplicam. É a lógica de Deus, diferente do que o senso comum possa oferecer! Todas as gerações de cristãos se descobriram chamadas à fraternidade, lenir as chagas e suscitar obras com as quais os mais frágeis da sociedade são por eles acolhidos e promovidos. Venha à luz, de forma especial, o que os cristãos fazem, ao lado de outras forças da sociedade, para defender a vida do nascituro, ou a Pastoral da Criança, as grandes obras de acolhimento às pessoas com necessidades especiais ou as instituições que cuidam da saúde dos mais pobres.

E em tempos como o nosso, em que o valor da vida é vilipendiado e a verdade relativizada, continua verdadeira a afirmação do Apóstolo São João: “A vitória que vence o mundo é a nossa fé” (I Jo 5,4). Vitória para o cristão não é a destruição do adversário! É que, amado, este se transforma! Os valores pelos quais lutam os cristãos são o que existe de melhor para a humanidade! Não a destroem ou impedem a felicidade. Eles são chamados a ser diferentes, mas para melhor, no rumo de realização plena para todos, sem exceção.

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

Fonte: Canção Nova

15/05/2012

Insegurança, o desafio nosso de cada dia

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Não deixe esse sentimento tomar conta de você

Quando éramos apenas crianças, nossos pais assumiam a frente daquilo que precisávamos fazer. Eles eram nossos tutores e em todas as nossas necessidades ou dúvidas nós recorríamos a eles.

Hoje, muitas vezes, hesitamos diante de uma situação quando queremos nos arriscar em algo novo. Seja numa troca de emprego ou numa nova atividade profissional, seja na compra de uma casa ou em qualquer outra situação, que possa acarretar uma escolha definitiva, nossos temores certamente vão aflorar. Com isso, a preocupação e o medo de perder aquilo que já foi conquistado impedem a pessoa de viver uma nova experiência.

Quando consideramos algum tipo de mudança em nossa vida significa que não nos sentimos completamente felizes na condição atual. A falta de perspectiva ou algum outro tipo de insatisfação nos levam a cogitar a possibilidade de sair da comodidade que vínhamos vivendo. Mas, ainda assim, a nossa insegurança nos prende àquilo com o que estávamos acostumados ou nos fazia nos sentir seguros.


Assista: "Confie seus problemas a Deus", com Eliana Ribeiro


Dentro de um relacionamento, alguém inseguro nunca se sente confortável, pois o temor constante de perder a quem conquistou faz com que ele acabe tentando controlar, acirradamente, os passos de quem ama. Entretanto, há quem viva no extremo desse mal e, da sua insegurança exacerbada, nutre o ciúme. Na tentativa de proteger-se daquilo que assombra seus pensamentos, a pessoa insegura formula para a outra com quem se relaciona quase que um inquérito se a vê conversando com alguém ou se, por um contratempo, o encontro agendado é cancelado ou simplesmente adiado.

Acredito que todos nós, em vários momentos, já sentimos os efeitos da falta de segurança. Embora conheçamos o nosso potencial para realizar algo novo, sempre nos pegamos avaliando as possibilidades dos acontecimentos, caso estes não atinjam o resultado esperado. Pois, sabemos que, de alguma maneira, todas as nossas atitudes acabam apontando para um novo direcionamento de nossa vida. Diante das incertezas ou do conhecimento sobre as consequências de uma ação o medo nos freia.

Uma pessoa insegura se torna facilmente influenciada por outras por esperar delas a validação de seus atos. A insegurança talvez seja um dos maiores desafios que precisamos lutar para controlar.

Podemos nos aconselhar com pessoas mais experientes sobre determinado assunto, ou até mesmo saber a opinião daquele com quem nos relacionamos sobre nossos objetivos, mas cabe a nós assumirmos a responsabilidade dos compromissos que queremos abraçar.

A confiança é um processo gradual e lento
que vem acompanhada do amadurecimento. Precisamos trabalhar para conquistá-la, pois é com essa virtude que aprenderemos a enfrentar os desafios impostos pela vida.


Dado Moura
contato@dadomoura.com

Fonte: Canção Nova

14/05/2012

A misericórdia de Jesus te levanta

Eugênio Jorge
Foto:Maria Andreia/CN
Vocês chegaram meus irmãos para festa da misericórdia bem vindos. Quando cheguei aqui para fazer essa pregação fui até a estampa da misericórdia, para ver o olhar de Jesus. Eu precisava olhar nos olhos dele, porque os olhos da imagem de Jesus é impressionate. Eu sei que o olhar misericordioso de Jesus, está sobre toda a terra, sobre todo o mundo. Então precisamos chegar debaixo do olhar de Jesus pra ver o seu olhar de misericórdia...Que olhar impressionante!!!

Veja que olhar! Esse olhar é o olhar que Jesus deu sobre o mundo naquele palco, no palco do mundo que foi o Gólgota, que foi o calvário, o monte Calvário.É o olhar da cruz do crucificado. Jerusalém foi escolhida pra ser o palco do mundo, e lá do palco do mundo sobre a cruz ali crucificado. Já com as mãos e os pés pregados ali, com seu corpo esfacelado, ele nos devolve o seu olhar com misericórdia. Que amor é esse, que em meio a tanto sofrimento, que em meio a tanta violência, sofrido no seu próprio corpo, nos devolve misericórdia ? O olhar de Jesus que naquele dia da crucificação, como um raio X que passou sobre toda a terra nos alcança hoje. Jesus disse a Santa Fautina: O meu olhar nesta imagem é o mesmo que tinha na Cruz.

Contemple essa imagem de Jesus misericordioso, é olhar do crucificado sobre a humanidade, sobre toda a realidade humana, sobre todo o universo. Por isso meus irmãos uma festa como essa, celebrada em muitos lugares no mundo, inclusive em muitas igrejas dedicadas a divina misericórdia, deveria parar o país.

A festa da Misericórdia deveria nos fazer refletir, calar-nos por um dia para ouvirmos o silêncio do olhar de Cristo. Ouvir o silêncio do olhar de Cristo e deixar-nos envolver completamente por esse olhar. Ninguém sobre a face da terra está fora do olhar misericordioso de Jesus. Jesus está de olho em você.
" Contemple o olhar misericordioso de Jesus."
Foto: Maria Andreia/CN

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Jesus está olhando pra você. Jesus está fitando em você o seu olhar e está te amando. Você pode dizer eu não sou digno de ser amado, mas quem é ? Jesus está te olhando com olhar de amor e misericórdia seja você quem for, no estado que você estiver, a misericórdia de Deus te alcança.

Diário de Santa Faustina 1074: “ Minha filha querida escreve estas palavras, que hoje o meu coração descansou neste convento. Fala ao mundo da minha misericórdia e do meu amo. Consomem-me as chamas da misericórdia; desejo derrarmá-las sobre as almas humanas. Oh! Qeu grande dor meu causam, quando não querem aceitá-las. Minha filha faz o que esta ao teu alcance pela divulgação do culto da minha misericórdia. Eu completarei o que não conseguires. Diz à humanidade sofredora que se aconchegue no meu misericordioso coração, e eu a encherei de paz.

Meus irmãos com essas palavras misericordiosas ditas a Santa Faustina digo pra você: As portas estão abertas! As portas estão escancaradas! Para aqueles que não creeem a cruz não passa de um símbolo, mas para nós que cremos a Cruz e as chagas de Jesus são portas escancaradas, portas abertas para onde temos livre acesso ao pai, que é todo misericórdia. As chagas de nosso Senhor, permanecem abertas, gloriosas. Elas não se fecharam e não se fecharão até que o ultimo homem da terra decida-se pelo caminho quer seguir.

As chagas de Jesus permanecem abertas, para mim, para você, para seu filho, seu pai, sua mae, seu esposo, parentes, amigos, inimigos, para quem estś nos hospitais, presídios, aqueles que passam desapercebidos por nós. As portas da misericórdia estarão abertas até a hora que você decidir onde quer passar a sua eternidade. “

Vinde a mim vós todos que estais cansados sobre o vosso fardo, vinde a mim e deixai se envolver por essa misericórdia. Conduza-me Senhor pela mão. Conduza-me e leva-me para junto de ti. Nenhum lugar me agrada mais do que estar em ti. Entrego-te minha vida, meu coração, minha história. Senhor aqui estou, outra vez prostrado aos teus pés, para entregar-te toda a minha vida tudo que tenho e sou coloco em tuas mãos pois não há lugar melhor para mim. Jesus misericórdia amém.

Não existe lugar melhor do que o coração de Jesus! Embora muitas vezes gastamos a nossa vida em outras realidades, é feliz o homem que espera no Senhor. Confia no Senhor meu irmão, espera nele e Ele agirá. Jesus misericordioso eu confio em vós! Embora o olhar de Jesus esteja sobre nós, muitas vezes não sentimos contemplados por este olhar. Mas ele vai te alcançar, aliás, ele já te alcançou.

O que dói o coração de Jesus é rejeitarmos o seu amor e a sua misericórdia. Por rebeldia, por decisão pessoal nos colocamos à margem da sua misericórdia. Mas, se você abrir o coração, sentirá os maravilhosos efeitos da sua misericórdia. A misericórdia de Deus não é uma coisa estática. Quando ela nos alcança, nos move a irradiar misericórdia, para fazer toda boa obra em Cristo e nossas pernas não conseguem ficar paradas.

A misericórdia nos leva a uma vida que se movimenta, uma vida interior numa busca constante da face de Jesus. Querer estar mais perto da misericórdia de Deus, é como um combustível atômico, que nos movimenta.

" Eu sou um pequeno mundo que chamou a atenção de Deus, exclama pregador"
Foto:Maria Andreia/CN

Quando a alma se aproxima de mim com confiança, encho-a com tantas graças que não podem encerrá-las em si mesmos. Então ela irradia graças para outras almas. Eu sou um pequeno mundo que chamou a atenção de Deus. O pequeno mundo que encanta Deus tem o seu nome. É a ti e a mim que se destina a misericórdia de Deus. E quando ela se derrama sobre nós, quando nos deixamos invadir por ela, adquirirmos a luz de Deus, e nossas pernas se movem, nosso coração se dilata e cresce.

Eis a misericórdia de Deus. Eis a misericórdia do Senhor. Ver citação: Jo 5,1 Nessa citação Jesus nos conta de um paralíto há 38 anos a beira da piscina. A cura viria quando as águas se mexessem, pois acreditavam que era o anjo de Deus que descia a piscina, e aqueles que ali estavam tinham a oportunidade de serem curados. Então Jesus disse pra aquele paralítico que a 38 anos que estavam ali: Levanta-te e anda! Jesus esta dizendo pra você : Levanta-te e anda!

Não sei o que tem te paralisado meu irmão. O que tem paralisado seu amor? Você não ama mais, não perdoa mais, não acredita mais. Jesus está dizendo Filho levanta-te e anda! Assim é a misericórdia! Naquele momento o homem levantou e caminhou! É assim que Jesus faz conosco. Nos faz caminhar com nossas próprias pernas. O homem disse: Aquele que me curou declarou: Levanta-te e anda! Ele me ordenou e por isso eu levantei e comecei a andar.

Meus irmãos quando um coração se fecha para a misericórdia, ficamos ressequidos e aniquilados. Quando nos abrimos, como aquele homem, nosso coração volta a pulsar; nossas pernas voltam a andar e o sangue de Cristo começa a pulsar em nossas veias; e readiquirimos a vida. Aqui neste momento, neste lugar enquanto falo essas humildes palavras eu digo: Meu pai continua agindo e eu ajo também. A misericórdia de Deus vem para todos. Ela encontrou aquele homem e e quer encontrar você!

Não sei onde você esta escondido, qual sua paralisia, mas a misericórdia já te alcançou e eu digo agora: Levanta-te! Toma teu leito e anda! Os olhos misericordiosos de Jesus não estão fixos no lugar onde você caiu, mas estão fixos no lugar de onde você vai se levantar. Faça como aquele homem. Levanta! Toma teu leito e anda! A misericórdia de Deus está no Ar! Esta sobre nós. Deixe-se alcançar pela misericórdia de Deus!

Move-te e vai estender a mão aos seus irmãos. Move-te e sai deste mundinho que te faz ser melhor. Agora eu tenho pernas para caminhar para Cristo! Para servir mais e melhor aquele que se entregou por mim. Nós trazemos em nós uma miséria que é esgotável, que vai acabar. A misericordia de Deus, quanto mais ele dá, mais ela se multiplica. Ela nunca acabará. Diga pra quem tá ao seu lado: A sua miséria está com os dias contados.

Chegou a misericórdia de Deus. Grande é a misericódia de Deus. Louvai o Senhor porque Ele é bom porque a sua misericórdia é Eterna dura para sempre!!!


Transcrição e adaptação: Cristiane Viana
Fonte: Canção Nova

11/05/2012

"Amarás o Senhor sobre todas as coisas"

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Todo o homem tem o direito e o dever moral de procurar a verdade
O Senhor revela Sua Lei a Moisés para que este a transmita a Seu povo. A vida de santidade – tanto no Antigo como no Novo Testamento – é direcionada a partir das normas contidas na Aliança de Deus com o Seu povo por intermédio dos Dez Mandamentos (cf. Ex 20, 2-17; Dt 5, 6-21).
De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, os Dez Mandamentos, ou Decálogo, significam «dez palavras» (cf. Ex 34,28). Estas palavras se resumem na Lei, dada por Deus ao povo de Israel, no contexto da Aliança, por intermédio de Moisés. Este, ao apresentar os Mandamentos do amor a Deus (os três primeiros) e ao próximo (os outros sete), traça, para o povo eleito e, para cada um de nós em particular, o caminho duma vida liberta da escravidão do pecado.

O Decálogo é compreendido à luz dessa Aliança de Deus com Seu povo, no qual o Senhor se revela e dá a conhecer a Sua vontade. Na observância dos Dez Mandamentos, o povo mostra a sua pertença ao Senhor e responde com gratidão à iniciativa de amor d'Ele. Bento XVI nos ensina que Cristo não somente é um modelo de cumprimento perfeito das Leis Divinas, como também é em si a revelação do Pai, o mandamento do Senhor, revelando o pleno significado destas e atestando a sua perenidade. Seguir Jesus implica observá-las [Leis Divinas], o homem é convidado a encontrá-las na pessoa do Divino Mestre.
O primeiro mandamento é: “Amarás o Senhor teu Deus com todo teu coração, com toda tua alma e com todas as tuas forças”.

Todo o homem tem o direito e o dever moral de procurar a verdade, em especial no que se refere a Deus e à Sua Igreja, e, uma vez conhecida, abraçá-la e guardá-la fielmente, prestando ao Senhor um culto autêntico. Ao mesmo tempo, a dignidade da pessoa humana requer que, em matéria religiosa, ninguém seja forçado a agir contra a própria consciência nem seja impedido de agir em conformidade com ela, dentro dos limites da ordem pública, privada ou publicamente, de forma individual ou associada.


Assista: "O que são os Dez Mandamentos", com professor Felipe Aquino

"Os Dez Mandamentos implicam, para o fiel, guardar e praticar as três virtudes teologais e evitar os pecados que se lhes opõem. A fé crê em Deus e rejeita o que lhe é contrário, como, por exemplo, a dúvida voluntária, a incredulidade, a heresia, a apostasia e o cisma. A esperança é a expectativa confiante da visão bem-aventurada de Deus Pai e da Sua ajuda, evitando o desespero e a presunção. A caridade ama a Deus Pai sobre todas as coisas; são rejeitadas, portanto, a indiferença, a ingratidão, a tibieza, a acédia ou preguiça espiritual e o ódio ao Senhor, que nasce do orgulho" (CCIC n. 445).
Implica da mesma forma, adorar a Deus como Senhor de tudo o que existe; prestar-Lhe o culto devido individual e comunitariamente, rezar-Lhe com expressões de louvor, ação de graças, intercessão e de súplica, oferecer-Lhe sacrifícios, sobretudo o sacrifício espiritual da nossa vida, em união com o sacrifício perfeito de Cristo, e manter as promessas e os votos que fizermos a Ele.

O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (CCIC n. 445) também afirma que os Dez Mandamentos proíbem o politeísmo e a idolatria, pois estes divinizam a criatura, o poder, o dinheiro, e até mesmo o demônio. Assim como proíbem a superstição, um desvio do culto devido ao verdadeiro Deus, expressa nas várias formas de adivinhação, magia, feitiçaria e espiritismo; bem como a irreligião, expressa no tentar a Deus com palavras ou atos, no sacrilégio, que profana pessoas ou coisas sagradas, sobretudo a Eucaristia, e na simonia, que pretende comprar ou vender realidades espirituais. Proíbem também o ateísmo, que nega a existência de Deus, fundando-se muitas vezes numa falsa concepção de autonomia humana; e o agnosticismo, segundo o qual nada se poder saber de Deus, que inclui o indiferentismo e o ateísmo prático.

Outro ponto interessante a ser abordado está na afirmação contida em Êxodos 20,3: “não farás para ti qualquer imagem esculpida”. Isso significa que, no Antigo Testamento, este mandamento proibia representar o Deus absolutamente transcendente. Porém, a partir da Encarnação do Filho de Deus, o culto cristão das imagens sagradas é justificado (como afirma o segundo Concílio de Niceia, de 787), porque se funda no Mistério do Filho de Deus feito homem, no qual Deus transcendente se torna visível. Não se trata de uma adoração da imagem, mas de uma veneração de quem nela é representado: Cristo, a Virgem Santíssima, os anjos e os santos.(CCIC, n. 446)

Enfim, na certeza de que esses mandamentos são semelhantes aos sinais de trânsito, que se não observados causam um caos social, devemos respeitar e viver bem os preceitos do Senhor para não causarmos em nós mesmos o caos do pecado, e assim nos afastarmos da nossa meta de santidade. Somos chamados a voltar para o Senhor e amá-Lo sobre todas as coisas, renunciando ao politeísmo, à idolatria, à superstição, à irreligião, ao ateísmo, ao agnosticismo e a tudo o que nos afasta d'Ele, para desta forma restabelecer em nossa vida a aliança com o Senhor.

10/05/2012

Abra as portas para o Senhor entrar!

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Maranatha! Vem, Senhor Jesus!
“Levantai, ó portas, os vossos frontões, erguei-vos, portas antigas, para que entre o rei da glória. Quem é este rei da glória? É o Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso no combate. Levantai, ó portas, os vossos frontões, erguei-vos, portas antigas, para que entre o rei da glória. Quem é este rei da glória? O Senhor dos exércitos – é ele o rei da glória” (Sl 23, 7-10). 

Nós Te oferecemos, Senhor Jesus Cristo, Redentor do mundo, as chaves de nossa cidade e de nossos corações. Não fazemos mais do que Te retribuir, pois as chaves da inteligência e da vontade nos foram outorgadas pela benevolência com que fomos criados. Feitos para Deus e para olhar para o alto e para frente, queremos recuperar hoje nossa dignidade e dizer-Te que és bem-vindo. Bendito o que vem em nome do Senhor!

Vem falar em nossas praças, Senhor Jesus Cristo, proclamando presente o Reino de Deus. Faze-nos entender Teus mistérios, pois ele chega como luz, sal, fermento, semente que morre para se multiplicar! Ajuda-nos a vê-Lo, cidade construída num lugar alto! Ensina-nos de novo que o Reino está no meio de nós. Grita de novo, Senhor Jesus, o apelo à conversão. Muda nossa mentalidade, Senhor, para Te acolhermos de coração sincero.
Vem entre nós, Jesus Salvador, novo Moisés, proclamar a carta do Reino, o Sermão da Montanha. Vence nossas resistências para acolher a novidade que trazes. Vem fazer-nos pobres em espírito,para acolhermos o Reino. Vem fazer-nos chorar com os que choram. Vence nossas agitações com Tua mansidão, que faz vir a terra em herança para Teus amados. Dá-nos fome e sede de justiça. Dá-nos pureza de coração para ver a Deus! Faze-nos promover a paz, pois nos chamaste a sermos filhos de Deus.
Recebe, Senhor Jesus, as cândidas aclamações de nossas crianças. Dá-nos preservar nelas a simplicidade e a pureza. Faze com que se transformem em multidão de hosanas. Venha qual rio em tempo de cheia a torrente esperançosa de nossos jovens inquietos. Que eles Te busquem e Te recebam, Senhor! Vem ao encontro do desejo do bem que existe em seus corações. Faze-os superar a avalanche da maldade e do egoísmo que pretende engolir suas boas intenções! 


Assista: "Maranatha", do CD "Encontramos o Cristo"













Entra em nossas casas, Senhor, como entraste na casa de Simão Pedro para levar a cura! Vem tomar refeição em nossa casa, para pôr às claras nossos julgamentos, como fizeste na casa de outro Simão. Deixa-nos abrir os telhados para que Te encontrem os paralíticos de todas as doenças do corpo e da alma. Vem para a mesa da amizade, na Betânia de nossas famílias, e faze-nos Marta e Maria para achegar-nos a Ti. Vem transformar, em nossas famílias, a água no vinho novo da festa do Reino de Deus, como em Caná!
Vem encontrar, Senhor Jesus Cristo, as pessoas inquietas que a portas entreabertas Te querem conhecer e suplicam que alguém as conduza a saudar-Te e ouvir-Te dizer: “Ninguém te condenou? Nem eu te condeno! Vai e não peques mais!” Seja-lhes concedido superar a vergonha pelos pecados cometidos, para a festa do abraço da misericórdia.

Vem, Senhor, percorrer nossas ruas, para encontrar os andarilhos e aqueles que dormem às portas de nossas casas comerciais. Ensina-nos a dizer-Te com eles que somos cegos à beira do caminho e queremos ver-Te. Convence-nos, Jesus de bondade, a deixar-nos lavar da sujidade de nossas misérias na piscina de 

Tua bondade infinita, que nos leva a tomar nas mãos, um dia depois do outro, os leitos em que jazemos. Lava todas as maldades de nossa terra, Senhor Jesus!
Vem, ó Filho de Davi, realizar as esperanças dos séculos que Te aguardaram e preparam Teus caminhos. Glória, louvor e honra a Ti, Cristo Rei, Redentor. Sobe a Ti nosso piedoso Hosana e o clamor dos pequenos. Veio a Ti o povo hebreu, com seus ramos e suas palmas. Avance pelas nossas ruas o cortejo daqueles que Te celebram, trazendo os hinos e aclamações (Cf. Liturgia do Domingo de Ramos).

Vem tomar posse de nossa terra para que Te pertençam o povo e as casas, os palácios e os casebres! Sejam iluminados os meandros mais escuros de nossas almas para que tudo seja dia, como naquela Jerusalém celeste, onde Tu serás a luz verdadeira. Nela não entrará nada de impuro, nem alguém que pratique a mentira, mas somente os que estão inscritos no livro do Cordeiro (Cf. Ap 21,22-27).
Vem, Senhor Jesus! Vem, Jerusalém do alto, esposa do Cordeiro! Venha o que é novo, Venha o Senhor, Salvador e Redentor! Bendito o que vem em nome do Senhor!


13. 2012. PORTAS ABERTAS
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém


Levantai, ó portas, os vossos frontões, erguei-vos, portas antigas, para que entre o rei da glória. Quem é este rei da glória? É o Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso no combate. Levantai, ó portas, os vossos frontões, erguei-vos, portas antigas, para que entre o rei da glória. Quem é este rei da glória? O Senhor dos exércitos – é ele o rei da glória” (Sl 23, 7-10).
Nós te oferecemos, Senhor Jesus Cristo, Redentor do mundo, as chaves de nossa cidade e de nossos corações. Não fazemos mais do que retribuir-te, pois as chaves da inteligência e da vontade nos foram outorgadas pela benevolência com que fomos criados. Feitos para Deus e para olhar para o alto e para frente, queremos recuperar hoje nossa dignidade e dizer-te que és bem vindo. Bendito o que vem em nome do Senhor!
Vem falar em nossas praças, Senhor Jesus Cristo, proclamando presente o Reino de Deus. Faze-nos entender seus mistérios, pois ele chega como luz, sal, fermento, semente que morre para se multiplicar! Ajuda-nos a vê-lo, cidade construída num lugar alto! Ensina-nos de novo que o Reino está no meio de nós. Grita de novo, Senhor Jesus, o apelo à conversão. Muda nossa mentalidade, Senhor, para te acolhermos de coração sincero.
Vem entre nós, Jesus Salvador, novo Moisés, proclamar a carta do Reino, o Sermão da Montanha. Vence nossas resistências para acolher a novidade que trazes. Vem fazer-nos pobres em espírito, para acolhermos o Reino. Vem fazer-nos chorar com os que choram. Vence nossas agitações com tua mansidão, que faz vir a terra em herança para teus amados. Dá-nos fome e sede de justiça. Dá-nos pureza de coração, para ver a Deus! Faze-nos promover a paz, pois nos chamaste a sermos filhos de Deus.
Recebe, Senhor Jesus, as cândidas aclamações de nossas crianças. Dá-nos preservar nelas a simplicidade e a pureza. Faze com que se transformem em multidão de hosanas. Venha qual rio em tempo de cheia a torrente esperançosa de nossos jovens inquietos. Que eles te busquem e te recebam, Senhor! Vem ao encontro do desejo do bem que existe em seus corações. Faze-os superar a avalanche da maldade e do egoísmo que pretende engolir suas boas intenções!
Entra em nossas casas Senhor, como entraste na casa de Simão Pedro, para levar a cura! Vem tomar refeição em nossa casa, para pôr às claras nossos julgamentos, como fizeste na casa de outro Simão. Deixa-nos abrir os telhados para que te encontrem os paralíticos de todas as doenças do corpo e da alma. Vem para a mesa da amizade, na Betânia de nossas famílias, e faze-nos Marta e Maria para achegar-nos a ti. Vem transformar, em nossas famílias, a água no vinho novo da festa do Reino de Deus, como em Caná!
Vem encontrar, Senhor Jesus Cristo, as pessoas inquietas que a portas entreabertas te querem conhecer e suplicam que alguém as conduza a saudar-te e ouvir-te dizer “Ninguém te condenou? Nem eu te condeno! Vai e não peques mais!” Seja-lhes concedido superar a vergonha pelos pecados cometidos, para a festa do abraço da misericórdia.
Vem, Senhor, percorrer nossas ruas, para encontrar os andarilhos e aqueles que dormem às portas de nossas casas comerciais. Ensina-nos a dizer-te com eles que somos cegos à beira do caminho e queremos ver-te. Convence-nos, Jesus de bondade, a deixar-nos lavar da sujidade de nossas misérias na piscina de tua bondade infinita, que nos leva a tomar nas mãos, um dia depois do outro, os leitos em que jazemos. Lava todas as maldades de nossa terra, Senhor Jesus!
Vem, ó Filho de Davi, realizar as esperanças dos séculos que te aguardaram e preparam teus caminhos. Glória, louvor e honra a ti, Cristo Rei, redentor. Sobe a ti nosso piedoso Hosana e o clamor dos pequenos. Veio a ti o povo hebreu, com seus ramos e suas palmas. Avance pelas nossas ruas o cortejo daqueles que te celebram, trazendo os hinos e aclamações (Cf. Liturgia do Domingo de Ramos).
Vem tomar posse de nossa terra, para que te pertençam o povo e as casas, os palácios e os casebres! Sejam iluminados os meandros mais escuros de nossas almas, para que tudo seja dia, como naquela Jerusalém celeste, onde tu serás a luz verdadeira. Nela não entrará nada de impuro, nem alguém que pratique a mentira, mas somente os que estão inscritos no livro do Cordeiro (Cf. Ap 21,22-27).
Vem, Senhor Jesus! Vem, Jerusalém do alto, esposa do Cordeiro! Venha o que é novo, Venha o Senhor, Salvador e Redentor! Bendito o que vem em nome do Senhor!



Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA