31/01/2011

Vencemos o demônio resistindo-lhe firmes na fé

O Senhor quer nos ensinar que para acontecer o “Eu e minha casa serviremos ao Senhor” é preciso, de nossa parte, uma contínua ação de “reagir” ao pecado, à tentação, às forças do mal. Talvez pensemos que a nossa posição seja defensiva, mas o Senhor vem nos ensinar o contrário. Nossa atitude deve ser de reação, precisamos reagir firmes, reagir na fé. São Pedro nos exorta:

“Sede sóbrios, vigiai! Vosso adversário, o diabo, como um leão que ruge, ronda, procurando a quem devorar. RESISTI-LHE, FIRMES NA FÉ” (1Pd 5,8-9a).

Vencemos o demônio resistindo-lhe firmes na fé. “Firmes na fé” significa acreditar na vitória do Senhor em nós. Sabemos da nossa fraqueza, de nossos pecados e da facilidade com que erramos. Pecamos. Resvalamos. Mas o Senhor é fiel e poderoso. O poder de Deus é soberano sobre nós, sobre a nossa vida.
(Trecho do livro "Eu e minha casa serviremos ao Senhor" de monsenhor Jonas Abib)

27/01/2011

Espiritualidade e paz

A espiritualidade dará sustentação à paz

Ainda a propósito da mensagem do Dia Mundial da Paz, em 1º de janeiro de 2011, o Papa Bento XVI, lançando um olhar pastoral e cidadão sobre as diferentes sociedades e culturas, constata que o cenário mundial, lamentavelmente, hospeda conflitos, crises e situações constrangedoras, com a prática de violências e intolerâncias que comprometem a liberdade religiosa - precioso e imprescindível caminho para a paz. O Santo Padre sublinha o quanto é doloroso, em algumas regiões do mundo, impedimentos e impossibilidades para que se tenha liberdade de professar a própria fé, sem pôr em risco a vida e a liberdade pessoais.

Em muitos lugares há formas silenciosas e até sofisticadas de preconceito e oposição contra os que creem e seus símbolos religiosos. Um alerta importante está na consideração de que os cristãos, na atualidade, são o grupo religioso que mais sofre perseguições na profissão de sua fé. As estatísticas de violências praticadas contra esse grupo são estarrecedoras, apontando esse mal inaceitável da intolerância religiosa, um tema de grande importância para a Filosofia, a Antropologia, a Sociologia e outros campos do saber. É alarmante comparar os avanços das reflexões já postas com o que ronda a mentalidade de grupos, sociedades e culturas, provocando esse cenário inaceitável. Consequências, como mortes e atentados, ainda impõem um clima que, diariamente, leva os que professam a sua fé a constantes sobressaltos causados por ofensas, e são até impedidos de procurar a verdade e a viver a sua fé em Jesus Cristo. Há um princípio de compreensão que, na consideração do cenário de intolerância religiosa, aponta a liberdade de credo como expressão da especificidade da pessoa humana, sendo que por ela cada indivíduo pode orientar a vida pessoal e social para Deus, diz o Papa. Ele afirma ainda que negar ou limitar arbitrariamente essa liberdade significa cultivar uma visão redutiva da pessoa humana.

Caso se constate que esse cenário de intolerância religiosa beligerante - ofensiva e produtora de mortes e atentados – não esteja nas sociedades cristãs e católicas, como a nossa, é preciso dedicar tempo a considerações importantes, para que não se avancem em direções que produzirão nefastas consequências já presentes noutras plagas. Essas considerações não são a favor de um ou outro grupo religioso, como quem quer, de antemão, protegê-lo de derrocadas ou encontrar modos exitosos para a sua continuidade. Antes de todos estes aspectos, com sua importância própria e necessidades, situa-se o risco de obscurecimento do papel público da religião, também, este, responsável como agente forte na geração e manutenção de uma sociedade injusta. Ora, a verdadeira natureza da pessoa não se compreende nem se sustenta simplesmente por outros importantes componentes, quando se considera o conjunto da sociedade e a configuração da cidadania.

Há algo que ultrapassa tudo, de caráter transcendente que não pode ser negado e pisado, está além das conquistas científicas e tecnológicas. A consequência, pois, é o comprometimento da paz. Na verdade, se tornará difícil e inviável, caso se pisoteie a dimensão transcendente da pessoa, a afirmação de uma paz autêntica e duradoura para toda a família humana. Nem mesmo as estratégias da igualdade social têm força suficiente para mantê-la.

Sem a dimensão transcendente da pessoa, cultivo próprio da experiência religiosa, a igualdade estabelecida se deteriorará, porque o que sustenta a paz vem de dentro do coração humano, sacrário recôndito da presença de Deus, fonte de sabedoria, amor e gosto por ela.

Essa presença amorosa se configura ao tomar forma em condutas dignas e honestas e ao se agigantar em práticas vivenciais com incidências sociais e políticas fortes, com poder de promover e sustentar a paz. Trata-se, pois, de uma espiritualidade imprescindível para o mundo. A vida espiritual é direito sagrado e necessário, como indispensáveis são outras demandas sociais, humanas e corporais. Não se pode descuidar da vida espiritual. Só assim cada pessoa e comunidade de fé, sem fundamentalismos e manipulações, poderão desenvolver espiritualidade fecunda que dará sustentação à paz.

26/01/2011

Papa faz alerta sobre risco de alienação das redes sociais

CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O Papa Bento 16 expressou aprovação condicional às redes sociais na segunda-feira, elogiando seu potencial mas alertando que amizades online não servem como substituto para contato humano real.

O pontífice de 83 anos, que não tem conta no Facebook, expressou suas opiniões em uma mensagem com um título sério, que poderia funcionar como um tweet: "Verdade, proclamação e autenticidade da vida na era digital."

Ele afirmou que as possibilidades das novas mídias e redes sociais oferecem "uma grande oportunidade", mas alertou sobre os riscos de despersonalização, alienação, falta de autocrítica e sobre o perigo de ter mais amigos virtuais que reais.

"É importante lembrar sempre que o contato virtual não pode e não deve substituir o contato humano real com as pessoas, em todos os níveis de nossas vidas", disse o Papa em mensagem no Dia Mundial da Comunicação da Igreja Católica.

Ele pediu aos usuários de redes sociais para se perguntarem quem são seus vizinhos nesse novo mundo e para que evitem o risco de disponibilidade permanente online acompanhada de "menor presença diante daqueles a quem encontramos em nossa vida cotidiana".

Os vastos horizontes das novas mídias "exigem urgentemente uma séria reflexão sobre a importância da comunicação na era digital", disse.

O papa não mencionou qualquer site ou aplicativo social específico, mas ao longo da mensagem usou frequentemente termos como "compartilhar", "amigos" e "perfis".

Disse também que as redes sociais podem ajudar "o diálogo, o intercâmbio, a solidariedade e a criação de possíveis relacionamentos", mas acrescentou diversos alertas.

"Entrar no ciberespaço pode ser sinal de uma busca autêntica de encontros pessoais com os outros, desde que as pessoas fiquem atentas e evitem perigos como o de se encerrarem em uma espécie de existência paralela, ou de o exposição excessiva ao mundo virtual", disse.

"Na busca de compartilhamento, de 'amigos', há o desafio de ser autêntico e fiel, e de não ceder à ilusão de construir um perfil público artificial", afirmou.

25/01/2011

Ninguém é estrangeiro para Jesus

Em nossas amizades precisamos avaliar a quem estamos rejeitando

É importante que nós como cristãos procuremos sempre saborear a Palavra de Deus e nela encontrar o alimento que nos dá a vida e nos fortalece. Olhando para a pedagogia de Jesus, vemos que Ele nos mostra que o Senhor está no meio de nós. É um Deus que por amor a nós se tornou pobre, humilde, igual a nós em tudo (menos no pecado). Veja a que ponto chegou o amor d'Ele por nós.

Jesus revela isso em nossa vida, pois Ele está na casa das pessoas, nas estradas; Ele acolhe a todos, questiona as estruturas não somente sociais, mas religiosas que se distanciavam da essência do amor de Deus e do amor ao próximo.

No Evangelho, vemos que os judeus tinham uma reserva quanto ao povo que não era judeu. Mas uma mulher estrangeira tinha ouvido falar de Jesus e se aproximou d'Ele. Não por ela, mas por sua filha que estava possessa. Ela vai a Jesus cheia de esperança; é uma mãe que vê a filha sofrendo. Cristo a acolhe e liberta sua filha. Aqui, podemos observar a questão do preconceito em relação às pessoas, nós as rotulamos, fazemos juízo muito facilmente dos outros.

É preciso que façamos uma avaliação da nossa vida para ver a quem estamos rejeitando, a quem não estamos acolhendo. Outra indicação que essa Palavra nos deixa é que aquela mulher estrangeira havia ouvido falar de Jesus Nazareno. O Senhor atendeu ao pedido dela, porque, ao ouvir falar d'Ele, ela se encheu de esperança e aproximou-se d'Ele com fé. Uma pagã acreditando num judeu, que era também estranho para ela.

Há pessoas estrangeiras entre nós? Podemos dizer que "sim", até mesmo em nossa família, pois não aceitamos o jeito delas de ser, não as acolhemos como elas são.

Meus irmãos, a importância dos nossos gestos verdadeiros é o que nos salva e nos liberta. Nós precisamos de ternura, carinho e afeição. Jesus mostra esse carinho com as pessoas. Ninguém é estrangeiro para Ele, todos tinham lugar no Seu coração. Aquela mulher ouviu falar do Senhor pelos missionários daquele tempo.

Vemos, então, que precisamos de missionários que falem de Jesus Cristo. O Documento de Aparecida está aí nos conclamando para que, como Igreja, sejamos discípulos e missionários; para que nós falemos de Jesus aos outros. E falar de Cristo não é só falar com palavras, mas é testemunhá-Lo e mostrar que Ele é o caminho da salvação, da libertação. N'Ele, encontramos a libertação de todos os demônios que infernizam a nossa vida, nossa família. Precisamos falar de Jesus Ressuscitado, principalmente com nosso testemunho de vida pessoal, familiar, comunitário e eclesial.

Quais são os demônios que afetam nossa vida? São muitos: o egoísmo, o individualismo que nos leva ao "cada um por si", as drogas que matam a nossa juventude e destroem as famílias, a injustiça, a corrupção, a perda da moral e da ética na vida pública, comunitária e política; todos esses males que causam tantos estragos. Assim como a raiva e o ódio são causadores de tantos desentendimentos. Precisamos ser curados desses males. Por essa razão, devemos ir a Jesus e pedir-Lhe que nos cure para que vivamos com alegria e satisfação.

Quando rezamos "Venha a nós o vosso Reino", esse é o Reino que o Senhor quer para nós, pois o Reino de Deus é o jeito de viver com amor. Temos de nos cuidar, e isso é feito por meio da oração, da vivência Eucarística, da vida comunitária, partilhada; cada um e todos juntos para que nos sustentemos uns aos outros.

O alerta vale para todos nós para que cultivemos a felicidade.

Com muita fé, vamos a Jesus com muita abertura de coração, porque Ele quer e pode nos libertar de todo mal.

24/01/2011

Sofrimento de verdade é uma vida longe de Deus!

O profeta Isaías profetiza sobre o povo de Israel, que se encontra sob a sombra da morte. Você que se encontra na sombra da morte saiba que uma luz vem sobre você agora. O que aconteceu para que o povo de Israel, o povo escolhido, pudesse se encontrar no vale da morte? Por que caíram numa depressão? O que aconteceu? O Senhor os abandonou? O povo de Israel era um povo cercado por outras nações que queriam tomar dele as suas terras. Existia um povo vizinho chamado Assíria, que era tão forte que conseguia combater todas as outras nações que queriam tomar Israel. No entanto, lá [Assíria], na época, era o centro do paganismo e do materialismo, as duas vias por excelência para se adquirir a depressão.

Hoje a maioria das pessoas com depressão a adquiriram porque fizeram dos bens materiais seus deuses e o centro da sua vida.

Acaz, que era o rei da Assíria naquela época, estava preocupado apenas consigo e não dá a mínima para o profeta Isaías, que lhe anuncia que uma Virgem daria à luz um Filho, que se chamaria Emanuel; fato este que se encontra no capítulo 7 de Isaías.

Israel hoje é você, meu irmão! É a sua família e existem realidades que querem nos destruir, assim como tentaram fazer com Israel. Existe um rei da Assíria em você, meu irmão e minha irmã! É preciso eliminar esse rei, essa comunhão [com o mal].

Existe um Deus que caminha com você e com a sua família e se chama Emanuel. Ele se encontra mais próximo de você do que você imagina.

A epidemia que matará milhares de pessoas neste milênio vai ser o suicídio decorrente da depressão profunda, porque a humanidade resolveu viver sem Deus e quando nós tiramos Deus da nossa vida nós tiramos a luz e sem luz nós andamos na escuridão, a qual nos leva à morte.

Se você entrou em depressão porque achava que a felicidade estava nos bens materiais, volte hoje para o Senhor e encontre a luz e a libertação. Busque a Eucaristia e o sacramento da reconciliação. Busque a Palavra de Deus e, num profundo gesto de humildade, se coloque diante da sua família e peça ajuda. E sobretudo, se coloque diante de JESUS e busque a vida eterna, que se encontra n'Ele!

Ser de Jesus e segui-Lo não significa ausência de sofrimento. O mal não vem de Deus; e se o sofrimento e a doença vieram até você é preciso aprender com eles e se voltar para o Senhor e assumir o senhorio d'Ele em sua vida. O Senhor tira graça das desgraças, por isso, devemos aprender com o sofrimento.

Sofrimento de verdade é uma vida longe de Deus! É perceber um Jesus que caminha constantemente em busca de salvar o Seu povo. O Senhor percebe que nós estamos envolvidos como peixes em muitas redes do mundo e Ele passa no mar da nossa vida e, muitas vezes, estamos presos à rede do câncer, da droga, do álcool, mas Ele não está interessado em sua rede, mas sim, em você. Ele o ama e quer salvá-lo, porque você é filho de Deus. No entanto, Ele respeita sua liberdade. Por isso siga Jesus!

Você que está mergulhado no materialismo e nos vícios, busque o caminho da conversão e seja fiel ao Senhor. Não se prenda aos bens materiais que o levaram à morte, para longe de Deus. Busque a vida eterna! Abra-se para a vida e seja inteiramente de Jesus Cristo!

Aonde há o amor e o perdão aí se encontra o Senhor, que é o sentido da nossa vida. Somos pertença de um Deus ressuscitado, que está conosco; contudo, muitas vezes, nos tornamos inimigos da cruz. Quantas e quantas vezes diante da cruz de Cristo pedimos que Ele desça dela [cruz] e que nos carregue no Seu colo, mas esquecemos que cada um deve carregar a sua cruz, e Ele nos chama para subir na cruz com Ele, pois assumir a cruz como nosso lugar significa viver o sacrifício contínuo e oferecer pelos nossos, significa viver a oblação, significa viver o: Eis me aqui, Senhor! Existem pessoas vivendo um esquema, que significa viver o que querem, aquilo que lhes convém, é uma manipulação. Contudo, cristão não pode viver de esquemas, mas sim constantemente para o outro. Devemos acolher o outro a partir daquilo que ele tem de pior e oferecer em sacrifício de louvor.

Pessoas de têmpera, pessoas santas, passam pelo sofrimento e pela oblação. Preciso trazer o: “Eis-me aqui” e me colocar diante da cruz de Cristo. O Reino dos céus pertencem aos loucos e lhe digo: Assuma essa loucura, que é a cruz! Seja um louco pela cruz porque não existe outro caminho, ela [cruz] é o caminho para se chegar à ressurreição.

21/01/2011

Deus visita o Seu povo


É hora de transformar as lamentações em confiança

"Onde está Deus?" "Por que não se manifesta diante de todas as misérias do mundo?" "Um fogo vindo do Céu não seria oportuno para acordar as pessoas?" São perguntas recorrentes em nosso tempo, assim como em outros períodos da história humana.

E muitas vezes nos escandalizamos com o aparente silêncio de Deus, enquanto Jesus Cristo, Deus verdadeiro e Homem verdadeiro, faz notar que o Pai trabalha sempre! Deus Pai age em silêncio, mas age sempre. E em Sua misericórdia, enviou o Filho amado, que percorreu as estradas de nosso mundo, sentindo tudo com um coração humano. E concedeu-nos o Espírito de Amor, para que tenhamos entranhas de misericórdia e, em nome de Cristo, testemunhemos a ternura de Deus por Seu povo e sejamos Seus instrumentos até os confins da terra, pois o que esperamos, de acordo com a Sua promessa, são os novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça (cf. 1 Pd 3, 13).

Jesus percorria a Galileia e se aproximou da pequena cidade de Naim (cf. Lc 7, 11-17). A narrativa é dramática: parecia castigada por Deus a mulher que perdera prematuramente o marido e o filho único. Uma cena de dor e um enterro! E dois cortejos se encontram à porta de Naim: o cortejo da vida e o cortejo da morte. O primeiro é formado por Jesus e pelos discípulos d'Ele, o segundo era constituído pela pobre viúva e muita gente da cidade.

Também nossa existência é frequentemente atravessada por dois movimentos, a vida que se afirma em nós, como um instinto que parece invencível, e a cada dia a dolorosa experiência da morte e que ronda, bem perto de nós, sabendo que um dia nos tocará de perto. E em nosso tempo, muitas vezes, é a morte que vem mais em relevo, tornando-se mais divulgada com seus rasgos de violência, corrupção e maldade em todos os recantos. E acabamos esquecendo-nos da vida presente e da vida prometida no futuro por Deus, em quem cremos.

A emoção de Jesus, que sente compaixão da mulher, toma conta de todo o Seu ser! O Filho de Deus anuncia e vive a ternura profunda do Pai pelos sofredores, aos quais anuncia o Evangelho da salvação: "Não chores!" Seu gesto é de aproximação: "Tocou o caixão". E sua palavra forte é "Jovem, eu te ordeno, levanta-te"!

"O que estava morto sentou-se e começou a falar. E Jesus o entregou à sua mãe. Todos ficaram tomados de temor e glorificavam a Deus dizendo: 'Um grande profeta surgiu entre nós', e: 'Deus veio visitar o seu povo'. Esta notícia se espalhou por toda a Judéia e pela redondeza inteira". Terminou a procissão da morte! A vida venceu!

As atitudes de Cristo são para nós sinais de esperança e consolação, pois dizem que Ele olha para a nossa condição e que Suas entranhas de misericórdia não ficam indiferentes diante do sofrimento humano. Ele pode transformar nossos cortejos fúnebres em danças de louvor a Ele, Autor da vida. Por isso, pode pedir-nos que não choremos. E se Ele restitui a vida ao jovem, a esperança se transforma em certeza.

Tudo isso, em realidade, já nos aconteceu. Quantas vezes, Deus nos visitou! E continuamos a transformar a vida em procissões fúnebres, sem prestar atenção ao bem que se faz presente e ao bem que podemos fazer. É hora de transformar as lamentações em confiança, na certeza da vitória da vida! É hora de ouvir as canções entoadas pela fé e ritmadas pela esperança!

E o Evangelho poderá fazer-se vida em nós, quando superarmos a indiferença diante de tudo o que acontece em nosso tempo, pondo mãos à obra na construção de um mundo diferente. Com a graça de Deus, que nos acompanha, seremos instrumentos d'Ele para que a festa da vida se celebre no dia a dia, onde quer que passemos.

20/01/2011

As lições que aprendi com o lápis!


É tempo de escrevermos uma nova história

Certa vez, alguém, bem inspirado, disse que a vida é um eterno aprendizado, no qual os dias sempre surgem como a oportunidade de aprendermos novas lições. Nestes dias, por exemplo, tenho sido particularmente sugerido por alguns ensinamentos do lápis. Inicialmente, fiquei fascinado com uma frase de Madre Teresa de Calcutá, que olhando para sua vocação, conclui: “Não sou nada, senão um instrumento, um pequeno lápis nas mãos do meu Senhor, com o qual Ele escreve aquilo que deseja”. Quando me deparei diante desse fragmento, fiquei surpreso por encontrar tantas lições veladas em um simples objeto, lições importantes que, se bem aprendidas, nos sugerem uma gama de significados para a nossa vida, nossa história, nossa vocação.

Não gostaria de ser metódico ao discorrer sobre os ensinamentos apresentados pelo lápis, contudo, penso que inevitavelmente o serei, pelo desejo de juntos explorarmos sua riqueza, tal como o garimpeiro se dispõe quando encontra uma mina. Com o lápis aprendemos, primeiro: a lição da confiança e do abandono em Deus. Ele nos sugere que podemos fazer grandes coisas, mas não devemos nos esquecer de que existe uma Mão que guia nossos passos, uma Mão que deseja nos conduzir. É preciso nos submetermos a essa Mão, deixando-nos ser conduzidos e orientados por ela, ainda que não seja do modo como gostaríamos que fosse. Um lápis, sem uma mão que o tome e o oriente, não tem muito sentido.

A segunda lição: na vida da gente, depois de algum tempo tempo, precisamos ser apontados. Passar pelo apontador não deve ser muito agradável ao lápis, mas para que a ponta fique evidente e apropriada para a escrita, ele precisa se deixar cortar. E deixar-se "cortar na carne". É bem verdade que temos medo do "apontador", e isso acontece porque sabemos que afiar a ponta significa quase sempre cortar excessos, aparar o que está sobrando, tirar o que não precisamos mais, e isso é muito difícil, embora seja necessário para o nosso crescimento. A beleza escondida nessa lição nos leva a uma terceira: ao passar pelo apontador, o lápis foi cortado em sua parte externa, mas também em seu interior.

O grafite também foi modelado, renovado. Passou por um processo educador, porque educar, ex-ducere, quer dizer, em latim, "evocar a verdade"; tirar, extrair, trazer para fora o novo. O que realmente importa no lápis, não é simplesmente a madeira ou seu aspecto externo, mas sobretudo, o grafite que está dentro. Para que a escrita fique perfeita, a ponta precisa ser feita por inteiro, daí a importância do cuidado com aquilo que acontece em nosso interior.

A quarta lição: o lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. A necessidade da borracha nos faz abandonar atitudes e vícios, nos faz mudar comportamentos, mentalidade, convicções... E nos faz olhar em outras direções, pedir perdão, voltar atrás, recomeçar, superar o egoísmo e a autossuficiência. É interessante como, de um modo admirável, o lápis nos ensina a necessidade que temos da "borracha" quando estamos diante do erro.

Finalmente, a quinta lição é que o lápis sempre deixa uma marca. Tudo o que fazemos, de algum modo, marca as pessoas, e marca, sobretudo, nós mesmos. A qualidade dessas marcas sempre resulta das escolhas que fazemos diante daquelas outras lições. É preciso deixar as boas marcas para as quais o lápis foi gerado. Se ainda não as [boas marcas] deixamos, é tempo de recomeçar. É tempo de escrevermos uma nova história. É preciso, tal como o lápis, nos abandonarmos. O tempo é agora. O tempo é neste dia que se chama HOJE. Um Bom Mestre está sentado à mesa e à Sua frente há um lápis, um apontador, uma borracha e uma folha em branco assinada. Ele olha para a folha, toma o lápis em Sua Mão e concorda com Santo Agostinho dizendo:

“Ter fé, isto é, se abandonar, é assinar uma folha em branco e deixar que Deus escreva nela com o lápis da nossa vida o que quiser”.

19/01/2011

A natureza nos ensina


A primeira lição que ela nos dá é que Deus existe

A natureza é uma bela obra de Deus; toda ela foi feita para nós num gesto do amor de Deus; sendo divina ela está repleta de beleza, harmonia, cores e lições que nos ensinam a viver. Jesus a usava sempre em Seus ensinamentos.
"Olhai os lírios do campos...", veja a semente da mostarda, olhe os pastores e as ovelhas...Olhai para os campos, onde todas as coisas falam do amor: onde os ramos se abraçam, as flores dançam, os pássaros namoram; onde a natureza toda glorifica o espírito.

Galileu disse que a natureza é um documento escrito nas linguagens matemáticas. Tudo nela é preciso, ordenado e belo. Os elétrons giram em torno do núcleo do átomo com leis precisas; os planetas giram todos em torno do Sol, obedecendo às três leis precisas descobertas por Kepler. Todos os corpos caem em queda livre com a mesma aceleração da gravidade que Torricelli determinou fazendo experiências na Torre de Pisa.

Você pode não receber flores todos os dias em sua casa, mas Deus as manda pela natureza quando você vai para o trabalho.

A natureza é séria, calma, silenciosa, severa, sempre verdadeira. Os erros é que são nossos. Um provérbio diz que Deus perdoa sempre, o homem de vez em quando, a natureza nunca. Ela não tem raciocínio e não tem coração; mas vive dentro de sua perfeição mineral, vegetal e animal. Cabe a nós, homens, cuidar dela para podermos desfrutar bem das suas dádivas. Na natureza não há recompensas ou castigos. Há apenas consequências.

A primeira lição que a natureza nos dá é que Deus existe; ela não poderia existir com tanta beleza e perfeição se não tivesse um Criador poderoso e bondoso. Como disse o francês Voltaire: não pode haver um relógio sem um relojoeiro. Nunca acredite no acaso, por favor; acaso é apelido que dão a Deus aqueles que não têm coragem de pronunciar o Seu Nome. Esses são infelizes por natureza, porque renegam o próprio Criador; jamais experimentarão a verdadeira felicidade.

Olhe, por exemplo, para as vacas e lembre-se de que os maiores cientistas nunca descobriram como tirar leite do capim. Gratuitamente a natureza faz isso para nós. Nenhum prêmio Nobel até hoje jamais conseguiu compreender o que é a vida de uma simples formiga.

Padre Antonio Vieira afirmou: "Se queres ser mestre na fé, faze-te discípulo da natureza". De fato, a natureza é mestra. O pesquisador inglês Eddington dizia que "nenhum ateu é admirador da natureza".

A natureza é lenta, mas não para, e é segura. É um lema de vida; viver de maneira lenta, mas sem parar; a pressa é inimiga da perfeição. Quanto mais complexo é um trabalho, tanto mais devagar ele deve ser feito. O tempo destrói tudo que é construído sem a sua colaboração.

Em um mosteiro, um jovem discípulo questionou o seu mestre. - Mestre, como faço para não me aborrecer? Algumas pessoas falam demais, outras são ignorantes. Algumas são indiferentes. Sinto ódio das que são mentirosas. Sofro com as que caluniam. Insuportáveis são as falsas e invejosas.

- Pois, viva como as flores! Advertiu o mestre.

- Como é viver como as flores? Perguntou o discípulo.

- Repare nas flores, continuou o mestre, apontando os lírios que cresciam no jardim. Elas nascem no esterco, entretanto, são puras e perfumadas. Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas.

É justo angustiar-se com as próprias culpas, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros nos importunem. Os defeitos deles são deles e não nossos. Se não são nossos, não há razão para aborrecimento. Exercite, pois, a virtude de rejeitar todo o mal que vem de fora. Isso é viver como as flores.

Olhe para o mar; majestoso e belo. Ele é grande porque aceitou humildemente ficar alguns milímetros abaixo de todos os rios da terra; por isso é imenso. Todos podem vê-lo porque ele aceitou ficar lá embaixo; não nas alturas aonde poucos podem chegar.

O mar é rico exatamente porque ele permite que todos os rios, grandes e pequenos, neles deságuem e lhe tragam as suas riquezas. Muitos homens excluem com facilidade os outros e deixam de receber suas riquezas. O mar interliga as nações, une os povos, aceita a simples canoa do pescador e também o gigantesco transatlântico. Ele não discrimina nada e ninguém, é "pobre de espírito", por isso é muito rico. Ele está pronto a dar o seu peixe ao pobre pescador e à grande companhia de pesca que o desbrava. Ele está aberto dia e noite para todos; não cobra impostos para ser usado e respeita os limites que as montanhas lhe colocaram. Ele só faz mal a quem não conhece a sua natureza e desrespeita as suas leis.

Olhe para o céu, ele nos ensina muitas maravilhas; antes de tudo é imenso, maior do que a terra e o mar, não pode ser medido; os cientistas se angustiam procurando os seus limites insondáveis. Eles sabem que o universo se expande com uma velocidade fantástica! Ninguém sabe onde ele termina. Penso que Deus o fez assim incomensurável, para nos deixar uma pequena amostra de Sua infinitude e ninguém jamais duvidar da Sua grandeza e do Seu poder.

Olhe para os pássaros do céu, como disse Jesus, não ceifam nem recolhem os frutos nos celeiros, mas não lhes falta o alimento de cada dia. O Pai do céu cuida de cada um deles. Eles se reproduzem sem interrupção e não ficam preocupados se vão poder ou não alimentar os seus filhotes. Quando algum malvado destrói o seu ninho, eles não desanimam, voam em busca de outro lugar e recomeçam tudo de novo.

Toda a natureza nos dá belas lições. Que beleza a água! Mata a nossa sede e a de todos os seres vivos; limpa o que é sujo, refresca o calor, sustenta a vida na terra. Embora seja o elemento mais importante da natureza, é o mais simples: dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. Em sua simplicidade ela [água] nos ensina como devemos viver: não se nega a ninguém; mata a sede do rico e do pobre, desce do céu para os bons e para o maus, sem distinção, aceita ficar suja para limpar os outros; aceita ser fervida para amolecer a comida, aceita virar gelo para conservar o frio, aceita ser acumulada para gerar a força das hidrelétricas; aceita sumir na terra para saciar a planta... Depois de usada, aceita voltar para as nuvens e retornar para a terra a fim de começar tudo de novo, sem se cansar. Quanta lição!

Olhe para a minúscula semente. Nela há uma humildade enorme. Ela contém toda a vida de uma enorme árvore que ainda não existe, e aceita desaparecer e morrer na terra para dar a vida. Ela é extremamente pequena, mas sua força é descomunal. Ela não escolhe a terra para produzir; aceita qualquer solo em que a lancem; e faz de tudo para florescer, sem reclamar.

18/01/2011

Não caia nas armadilhas da traição!


A traição é sempre dolorosa e muitas questões rondam esse tema, tais como: De quem é a culpa? Existe perdão para uma traição? Como superar esse momento? Nesta semana, a missionária e apresentadora do grupo de oração on-line, o conduz a um momento de reflexão e oração pela graça de manter a fidelidade no matrimônio e a cura da carência afetiva.

A passagem bíblica que norteia a oração de hoje está em Hebreus 13, 4: “Vós todos considerai o matrimônio com respeito e conservai o leito conjugal imaculado, porque Deus julgará os impuros e os adúlteros”.

Durante o grupo, a consagrada recordou que o casamento é um chamado de Deus, logo, precisa ser bem cuidado e preservado. “Não viva de maneira desregrada na sexualidade! Levar outras mulheres e outros homens para sua casa é um pecado grave. Não viva no modismo porque a traição é a destruição de uma família”, explicou.

.: Ouça este momento de partilha com Salette Ferreira

Assista ao grupo no site:

http://clube.cancaonova.com/materia_.php?id=12103

17/01/2011

Não é pela força, mas pelo Espírito Santo!

Diz-nos São Basílio que o Espírito Santo foi para Jesus, durante a vida terrena, um companheiro inseparável. E Ele quer sê-lo também para nós. Tudo em nossa vida deve ser feito “não pela força, mas pelo Espírito” (Zc 4,6) que vem em auxílio das nossas fraquezas e quer nos ensinar a caminhar por esta vida e como nos comportarmos diante de cada situação.

Sejamos amigos íntimos do Espírito Santo e deixemo-nos guiar por Ele nas alegrias, nas lutas, provações, vitórias, dores e em tantos momentos que a vida nos proporciona.

Jesus passou por todas as etapas de Sua vida terrena cheio do Espírito Santo. Isso não deve ser diferente conosco.

Jesus, eu confio em Vós

14/01/2011

Não se apegue às riquezas!


"A lua para brilhar precisa da luz do sol, o ser humano não brilha sem a luz de Deus", diz Márcio Mendes
Foto: Wesley Almeida

Mensagem de Márcio Mendes no programa "Sorrindo pra Vida", da TV Canção Nova, na última terça-feira, dia 11 de janeiro de 2011.

Ouça:

Ao ir para a página do Podcast Sorrindo pra Vida , você encontrará, abaixo de cada um deles, uma seta; ao clicar nela você conseguirá baixar o arquivo em MP3.

Eu quero convidar você para abrir a Palavra de Deus em: São Marcos 10, 17-27:.

Peça a graça de não somente ser ouvinte, mas praticante da Palavra de Deus no dia de hoje. Por que este jovem foi correndo ao encontro de Jesus? Porque ele tinha tudo e não tinha nada. Porque o dinheiro que ele tinha não preenchia o seu coração. Ele percebeu que sua vida material não o realizava e correu ao encontro do Senhor. Quem é que não deseja ser feliz?

Este jovem queria vida, e vida verdadeira, por isso chegou perto de Jesus e perguntou o que ele precisava fazer para ter vida eterna. O Senhor pediu para ele cumprir os dez mandamentos, mas isso aquele jovem já fazia. Então, Cristo disse para ele vender os seus bens e dar aos pobres, fazer caridade.

A lua para brilhar precisa da luz do sol, o ser humano não brilha sem a luz de Deus. Você precisa do Pai para viver. E você pode ver, nesta passagem, que Jesus não obriga o jovem a doar seus bens para os pobres, mas, sim, o convida.

Você não deve obrigar ninguém a fazer nada, precisa convidá-la a conhecer. O Pai do Céu sabe que a obrigação espanta, distancia. E o Senhor quer o seu coração! Hoje, Ele convida você para a mudança.

A perfeição não é ter, mas é fazer a vontade de Deus. Você acha que foi fácil para esse jovem largar tudo que já tinha conquistado para seguir o Senhor? Quando eu vim para Canção Nova, foi difícil a escolha. Eu era aviador, tinha uma vida boa, fazia sucesso entre as pessoas. Mas não dava para fazer as duas coisas, eu tive que escolher.

É muito bonito quando a gente vê os outros fazendo escolhas, mas na hora de nós termos coragem é mais complicado. Eu tive que largar tudo, amigos, família, namoro, trabalho... Nesta hora, amarga a boca. Mas todas às vezes que eu pensava na minha carreira e na minha vida passada, alguma coisa faltava dentro de mim. Quando eu pensava em ser missionário, meu coração se enchia de alegria.

Não se apegue as riquezas. Lembre-se do que disse Jesus: “É mais fácil passar o camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar o rico no Reino de Deus”. O jovem desta passagem quis mudar, mas no fim, não teve coragem.

Você quer fazer para ter, ou você quer ser uma pessoa melhor? Você quer preencher esse vazio de amor? Então, entregue seu coração e sua vida para Deus!

Márcio Mendes
Missionário da Comunidade Canção Nova

13/01/2011

Como gerir as tensões


Não adianta nos escondermos buscando fugir da vida

Todo e qualquer e ser humano que, de fato, vive no século XXI, tem de aprender a lidar com constantes e intensas tensões.

Estamos no século do estresse, das doenças psicossomáticas (depressão, etc.), dos gigantescos congestionamentos no trânsito, da competitividade elevadíssima no mercado de trabalho, entre outras cobranças do tempo.

É inevitável, a tudo isso temos que dar uma resposta todos os dias. Tais tensões se aglomeram sobre nós, e tudo de maneira rápida e exigente demais para nos permitir pensar e refazer adequadamente nossas forças e esperanças.

Vivemos em um mundo de embates e cobranças, e isso em todas as circunstâncias e para todo gênero de pessoa. É comum que já nasçamos – de uma forma ou de outra – sendo exigidos pelas circunstâncias que configuram nossa realidade.

Diante de tal cenário não adianta nos escondermos buscando fugir da vida e dos desafios que ela comporta, ao contrário, faz-se necessário encontrar uma maneira sábia e encarnada para gerir as tensões que se lançam sobre nós.

Sempre enfrentaremos tensões – é ilusão crer no contrário –, contudo, é preciso aprender a conviver bem com essa companheira de nosso tempo, administrando coerentemente nossos excessos e ausências.

Há quem lide com suas tensões cotidianas desafogando-as em vícios, outros em uma vida promíscua e depravada (adultério, pornografia, etc.), alguns ainda em mentiras e fugas multiformes. Quem não fabrica um jeito sábio e correto – sob uma luz Maior – para gerir suas tensões, acabará por se tornar escravo destas, se escondendo em supostas "válvulas de escape" que lhe roubarão de sua verdade e liberdade.

Todos precisamos gerir/aliviar nossos desencantos e tensões, todavia, permanece sobre nós a possibilidade da escolha de como isso realizar. Se elegermos o erro – em linguagem teológica, o pecado – como via de gerência destes embates da vida, esse se tornará para nós um enorme laço que nos ocultará do que somos.

É necessário gerir as tensões com inteligência, descobrindo no bem, maneiras sadias de renovar as próprias energias e disposições.

Quem confia seus dissabores a uma Força que lhe supera e abarca, poderá com certeza, impulsionado por tal gerência, superar e administrar com excelência sua própria existência e as lutas nela contidas.

Como temos gerido nossas tensões? Que cada um se pergunte e, posteriormente, lute para fabricar a melhor forma de fazê-lo. Não permitamos que nossas tensões nos governem, mas aprendamos a geri-las com sabedoria e profundidade, descobrindo maneiras sadias para equilibrar nossas lutas e gastar nossas energias somente com aquilo que nos é essencial.

Gerir as próprias tensões com sabedoria é uma verdadeira exigência em nosso tempo. Busquemos empreender com perseverança e empenho tal realidade, para podermos saborear os belíssimos frutos de tal conquista.

12/01/2011

Admita sua verdade


Jesus quer nos instruir a partir desta Sua Palavra no Evangelho de São João: "Eu sou a luz do mundo. Aquele que vem em meu seguimento não andará nas trevas; ele terá a luz que conduz à vida" (Jo 8,12b).

"Eu sou a luz do mundo". A luz existe justamente para iluminar. A frase seguinte vem explicitar que tipo de luz é esta: "Aquele que vem em meu seguimento não andará nas trevas; ele terá a luz que conduz à vida".

Preste atenção: o pecado trouxe a você uma escuridão interior. A escuridão não está somente fora, no mundo, ela está, antes de tudo, dentro de você. Quando Jesus penetra e se faz luz em você, tudo começa a clarear. Na luz de Cristo você vê a luz, é iluminado, e acontece aquilo que o próprio Jesus disse: "Conhecereis a verdade e a verdade fará de vós homens livres".

Veja o que nos conta São João:

Ao falar assim, muitos creram n'Ele. Jesus disse, pois, aos judeus que haviam acreditado n'Ele: "Se permaneceis na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos, conhecereis a verdade e a verdade fará de vós homens livres" (Jo 8, 30-32).
Isso fala justamente de seu interior. Conhecerá a sua verdade, aquilo que você é e tem de bom. E há muita coisa boa dentro de você! Mas conhecerá também aquilo que há de mau. Quando conhecer a verdade, quando se abrir a ela e olhá-la de frente, ela [verdade] o libertará.

É nesse sentido que Jesus diz: "Eu sou a luz". Você precisa dessa luz porque o pecado original o leva a não querer ver sua realidade. O que aconteceu com Adão e Eva, nossos primeiros pais, logo depois que pecaram? Foram buscar folhas e se cobriram com elas porque não queriam ser vistos por Deus nem ver a si mesmos. O pecado também coloca em você essas "folhas". Ele procura ocultar a verdade.



Mas não adianta querer se esconder: Jesus é perdão. Onde Ele entra, o perdão entra. Onde o Senhor penetra, ali penetra a Salvação. Mas se você se esconde Jesus não o atinge. O pecado original procura fazer isso. É uma força infeliz que procura imunizá-lo e esconder sua própria verdade.
Muitas vezes, você sente até remorso por causa dos erros que cometeu, mas não se abre para o perdão. No fundo, não quer admitir a verdade que está em você: dolorosa, pois mostra os seus pecados, as suas fragilidades.

No entanto, essa abertura é necessária, pois é pela verdade que somos libertos. Jesus é perdão. Jesus é luz. Quando você se abre para a luz e aceita a verdade sobre si mesmo, aceita seu pecado, sua fraqueza, sua necessidade de salvação e deixa o Senhor entrar, Ele já entra com perdão, porque Ele é perdão, já vem com salvação, porque Ele é Salvação, e sua libertação acontece.

Então o que fazer? Abrir-se. Acolhê-Lo. Aceitar a verdade como ela é e, nela, encontrar Jesus, a Salvação.

Jesus quer que você compreenda que o início de sua transformação está aí. Depois, ela vai se fazendo a cada passo. É preciso uma longa transformação. Sua transformação não acontece de uma vez por todas: ela é um caminho. Por isso, sempre terá de admitir a verdade sobre si mesmo, o quanto ainda falta para ser transformado, o quanto ainda precisa ser salvo, perdoado e mudado.


Quando você aceita a verdade tal qual ela é, a salvação vai acontecendo. Quanto mais você vai caminhando na luz, tanto mais vai se transformando e se santificando.

Jesus é a luz da vida. Você precisa dessa luz.

(Trecho do livro "O pão da Palavra - Vol III" de monsenhor Jonas Abib)

11/01/2011

O perdão ressuscita as famílias


Hoje é um dia para você pai, para você mãe, perdoar do fundo do seu coração cada filho que precisa do seu perdão. Hoje é o dia, com a graça de Deus e com sua decisão, pois perdão também é decisão, apesar de seu coração estar ferido, por causa daquilo que seu filho fez ou está fazendo. Hoje Deus está querendo lhe dar a graça do perdão.

Baixe e ouça

Então, disponha-se a perdoar. Seja o que for, isso está acabando com você, pois mesmo que esteja com raiva, sentimento de ódio, de vingança, seu coração é coração de pai, de mãe. Perdão não é sentimento, é atitude, é ato de vontade. Queira perdoar.

Existem também muitos filhos que precisam perdoar seus pais. Muitos pais que erraram, ou até continuam no erro, e isso é muito doloroso, isso fere. Queira perdoar seu pai, perdoar sua mãe, perdoar as palavras que eles disseram. Por mais doloroso que seja, perdoe seu pai, sua mãe, porque para transformação deles é necessário seu perdão. E também para a cura do seu coração. Permita que Deus realize essa graça em sua vida, na de sua mãe e seu pai.

O perdão é a coisa mais linda, é a maior manifestação do amor e da misericórdia que vêm de Deus, que passa, por intermédio de nós, e atinge, refaz, reconstrói e transforma tudo. Espere agora as consequências do perdão dado e do perdão recebido.

Trecho da palestra “O perdão ressuscita as famílias” de monsenhor Jonas Abib em 5 de fevereiro de 2008.

Assista a essa pregação

http://www.cancaonova.com/portal/canais/pejonas/informativos.php?id=2328


10/01/2011

As consequências de uma sexualidade errada



A sexualidade é fonte de vida, é obra privilegiada das mãos de Deus


O Catecismo da Igreja Católica (CIC) coloca a castidade como um dom, uma graça, uma obrigação. Castidade tem tudo a ver com a capacidade de dar-se. A pessoa que consegue ter um autodomínio de si, consegue dar-se ao outro.

Eu percebo que todos nós pecamos muitas vezes contra castidade por termos aprendido assim na escola, em casa ou na televisão. Eu acredito que mesmo por pensamento, por atos ou omissões já pecamos contra essa virtude [castidade].

O encardido [inimigo de Deus] não conseguiria nos fazer pecar se ele não revestisse o pecado com algo gostoso. Ele usa isso como isca; somos como peixes, o pescador coloca a isca no anzol, o peixe a vê, achando que é comida, vai comê-la e acaba sendo fisgado. Primeiro, o encardido nos seduz, depois ele nos leva a nos autocondenar. Para eu cometer um assassinato eu preciso ter uma arma, mas para eu cometer o pecado da castidade, eu não preciso de nada, somente do corpo.

O Catecismo afirma que a sexualidade tem tudo a ver com a pessoa humana. A sexualidade no falar, no agir, no cortar o cabelo. Homem tem de mostrar que é homem na roupa que veste e vice-versa; mas, num capítulo, o Catecismo mostra as consequências de usarmos a nossa sexualidade de forma errada.

Certa vez fui conhecer o quadro da Monalisa. Lá se paga uma fortuna para isso, existem vários seguranças tomando conta da obra, mas, quando cheguei perto, me decepcionei, pois era um quadrinho de nada. Por que será que havia tantos guardas tomando conta daquela obra? Por causa do artista que a tinha feito.

Sabe por que a Igreja briga tanto por você? Por causa do Artista que o criou, você é uma obra de arte muito preciosa.

Para os casais e para os que estão prestes a se casar eu recomendo que leiam o meu livro: "Sede fecundos". Vocês precisam descobrir a beleza da castidade e do seu corpo. O objetivo do encardido, quando quer seduzir, é fazê-lo perder o autodomínio, e perdendo o autodomínio você não se valoriza.

O corpo de uma pessoa que se prostitui caminha muito rapidamente para a deformação. A sexualidade é boa, é fonte de vida, é obra privilegiada das mãos de Deus, por isso temos de ter cuidado quando vestimos uma roupa, para não despertar no outro um olhar malicioso.

Quando um homem e uma mulher se unem é o lugar mais parecido com o céu. A melhor e a mais bela reprodução da beleza da Santíssima Trindade se dá quando casais consagrados a Deus se unem num ato sexual. E a marca registrada do amor de Deus é o prazer e a alegria no corpo e na alma no ato sexual.

O Catecismo apresenta no plural: os atos próprios pelos quais o homem e a mulher se dão, a relação íntima da mulher e do homem. Quando essa relação é isolada é mais apropriado chamá-la de prostituição.

Precisamos cuidar do nosso corpo e do nosso órgão sexual. Hoje em dia os jovens não têm vergonha de nada, usam calças com cuecas aparecendo, calcinha aparecendo; isso quando não aparecem outras coisas. Você precisa amar o seu corpo, foi Deus quem o fez.

Nós precisamos combater o inimigo, principalmente porque ele se instala na sexualidade. E tudo porque a sexualidade é linda.

Padre Léo Tarcísio Gonçalves Pereira

* 09/10/1961

+ 04/01/2007

Comunidade Bethânia

(Texto produzido a partir de pregação junho de 2006)

07/01/2011

Obediência e liberdade.


Só o homem ou mulher interiormente livre pode optar por obedecer

Longe do que muitos pensam, a liberdade de arbítrio não consiste na possibilidade de pecar livremente. Ao contrário, Jesus, nosso modelo, caminho e porta, conheceu a perfeita liberdade de arbítrio ao escolher voluntariamente a morte de cruz, em obediência à vontade de Deus. Livre, Ele se orientou para o fim supremo de todo homem, que é Deus, de forma espontânea, não constrangida ou violenta. Assim entendida, a liberdade é um meio, e não um fim. Ela nos possibilita a praticar o que Deus quer, (o nosso maior bem) de modo responsável, por decisão espontânea.

Muitos pensam que obediência e liberdade são duas palavras antônimas, o que é um engano profundo, porque a obediência é uma manifestação da liberdade, já que só homem interiormente livre pode optar responsavelmente por obedecer. Quando Jesus se "fez obediente até à morte de cruz" (cf. Fil 2,8), estava encerrando um tempo de escravidão do homem ao pecado, à lei farisaica, e ao medo do morte, e abrindo para este o caminho da perfeição da obediência.

Jesus, como verdadeiro homem, foi livre e usou de Sua liberdade para se entregar generosamente à vontade do Pai. Ele certamente sabia a dor que tal atitude poderia causar à Sua natureza humana. Ele não era alguém insensível. Mas, por livre e espontânea vontade, Cristo assumiu a Sua morte no tempo e no lugar previsto pelo Pai. Assim, Jesus fez de Sua condenação uma oferenda voluntária. Numa atitude de livre subordinação, disse: "Faça-se a tua vontade, e não a minha, ó Pai".

Cristo nos convida para manifestar nossa liberdade na obediência à voz de Deus, que se faz ouvir nos Mandamentos, na Palavra, na Igreja e nas autoridades por ela instituídas. Fazendo esta livre opção é que o homem encontra a liberdade, passando do temor ao amor, e libertando-se do perigo de servir ao próprio egoísmo e libertinagem. A suprema obediência a Cristo é, assim, a condição da suprema liberdade do cristão, chamado a ser livre na obediência completa ao Pai em Cristo.

Assumir Cristo, como modelo da verdadeira liberdade, que não se opõe à obediência, é o desafio de todo cristão. Cristo é para nós o verdadeiro modelo de liberdade responsável, realizada dentro do obediência à vontade do Pai. Como livre que é, Ele aceita a vontade do Pai com o conhecimento mais autêntico, com os olhos bem abertos e o coração jubiloso.

Comunidade Vida Nova
http://blog.cancaonova.com/vidanova/

06/01/2011

Nossa Igreja tem ascendência, tem raiz!


Jesus é a verdade, e tem a verdade em si. A grande verdade que ficou guardada no coração de Deus e que Jesus revelou, após a multiplicação dos pães e o Seu caminhar sobre as águas no mar em tempestade na Galileia (cf. Jo 6,1-21), é que Ele se daria a nós na Eucaristia.

Ele foi para o Céu e está à direita do Pai, e deixou-nos a Igreja. Mais ainda: Jesus firmou essa Igreja numa rocha. No Evangelho de São Mateus, depois que Pedro confessou: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Tu és o Ungido! Tu és o Messias!” (cf. Mt 16,16).

Assim como Pedro revelou a identidade de Jesus: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo”, da mesma forma Jesus declarou a identidade de Pedro: “Tu és pedra, e sobre esta pedra, que és tu, Pedro, edificarei a minha Igreja”. Precisamos aceitar e viver essa realidade.

A Igreja sempre se reuniu para pedir a inspiração de Deus na escolha de alguém que sucedesse Pedro e assumisse sua autoridade, na unção do Espírito, como Josué sucedeu Moisés e continuou sua missão. A nossa Igreja tem ascendência, tem raiz. Ela vem desde Jesus que constituiu Pedro. Só existe uma Igreja verdadeira, a Igreja una, santa, católica, apostólica.



Deus abençoe você!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

05/01/2011

Orações para as famílias

Na Sagrada Família, José é o guardião de Jesus e de Maria. Ele os protege do mal e dá a direção certa para sua família. Maria é a mulher forte e santa, que orna o seu lar com ternura e fé. Jesus é o Filho obediente por excelência, por isso, cresce em estatura e sabedoria. Eis o modelo para nossas famílias! Os pais precisam ser como São José: guardiões de suas famílias, impedindo todo e qualquer mal de entrar em sua casa. As mães precisam ser como Maria: cheias de amor, fé e ternura. Os filhos, como Jesus, que guardam o respeito e o temor aos pais.

Reze sempre por sua família
Foto:


Oração à Sagrada Família


Sagrada Família de Nazaré, ensina-nos o recolhimento, a interioridade, dá-nos a disposição de escutar as boas inspirações e as palavras dos verdadeiros mestres; ensina-nos a necessidade do trabalho, da preparação, do estudo, da vida pessoal interior e da oração que Deus vê em segredo. Ensina-nos o que é a família, sua comunhão de amor, sua beleza simples e austera, seu caráter sagrado e inviolável. Amém. (Paulo VI)

Oração da Família

Ó Deus, de quem procede toda paternidade no céu e na terra! Pai, que é amor e vida, faça com que cada família humana sobre a terra se converta por meio de Seu Filho, Jesus Cristo, “nascido de Mulher” e mediante o Espírito Santo, fonte de caridade divina, verdadeiro santuário da vida e do amor para as gerações que se renovam. Faça com que Sua graça guie os pensamentos e as obras dos esposos para o bem de suas famílias e de todas as famílias do mundo. Faça também com que as jovens gerações encontrem na família um forte apoio para a humanidade, em seu crescimento na verdade e no amor. Que o amor, reafirmado pela graça do sacramento do matrimônio, revele-se mais forte que qualquer debilidade e qualquer crise, pelas quais, às vezes, passam nossas famílias. Senhor Deus, faça, por intercessão da Sagrada Família de Nazaré, com que a Igreja, em todas as nações da Terra, possa cumprir frutiferamente sua missão na família e por meio dela. O Senhor é a vida, a verdade e o amor, na unidade do Espírito Santo. Amém. (João Paulo II)



Oração para a Paz Familiar


Deus Pai, o Senhor nos elegeu para sermos Seus santos escolhidos. Reveste-nos de sentimentos de misericórdia, bondade, humildade, doçura e paciência. Ajude-nos a perdoar uns aos outros quando temos qualquer motivo de queda, assim como Vós, Senhor, nos tem perdoado. Sobretudo, dê-nos a caridade, que é o vínculo da perfeição; e que a paz de Cristo brilhe em nossos corações, essa paz que deve reinar na unidade do Corpo Místico. Que tudo quanto façamos, em palavras ou obras, seja em nome do Senhor Jesus, por quem sejam dadas Graças ao Senhor nosso Deus. Amém.