30/07/2010

O amor se mede pelos resultados?


O amor é uma verdade que realiza o homem

Vivemos em um tempo em que a sociedade é extremamente utilitarista, e em virtude disso, somos constantemente tentados a acreditar que bom e digno de ser amado é somente aquele que corresponde, com resultados, àquilo que desejamos.

O amor é uma doação, é um gastar-se gratuitamente pelo bem do outro, e, a partir do momento em que se ama esperando algum resultado ou retorno, o princípio do amor é traído e este se torna inautêntico.

Amar é acreditar em alguém mesmo quando este não corresponde. É enxergar o que há de bom naquele que está imerso no mal. É ir além. Enfim, amar é seguir o exemplo da cruz. Jesus, mesmo ao ser crucificado, amou, perdoou e se entregou por amor aos homens. Porém, a doação da cruz não foi uma troca; Cristo não morreu por nós impondo como condição para isso nosso seguimento à vontade d’Ele; ao contrário, Ele primeiro se doou, e depois, propôs: “Vem, e segue-me”.

É proposta e não imposição. É um convite impresso na liberdade humana, e não uma exigência de retorno e resultados. O verdadeiro amor é entrega que não impõe condições, e, muitas vezes, é sacrifício.

Tal ideal não é fácil de ser vivenciado. Principalmente, em um mundo que nos leva a crer que somente aquilo que nos dá prazer e satisfação precisa ser buscado e desejado. Somente o que satisfaça às nossas vontades e nos traga algum conforto. O que é uma imensa inverdade.

Amar da maneira de Jesus é heroísmo, e acima de tudo, é uma decisão. Porém, não existe outra maneira: para amar de verdade é preciso olhar para a cruz.

Há muitos que dizem que amam alguém por este lhe fazer bem ou por lhe proporcionar algum prazer, mas, se essa interação for sustentada somente por isso, tais pessoas correm o risco de “se amarem” no outro, em de amá-lo sinceramente.

Mesmo diante de todas as dificuldades que comporta o amar, não existe outra força maior e com mais capacidade para transformar o ser humano que o amor.

O que atraiu e continua atraindo milhares de pessoas a Jesus é sua livre e total doação, que se resume no mais puro e concreto amor. É este sentimento que dá força e sentido para que o homem enfrente as lutas e dores próprias de sua condição.

O amor é uma verdade constante que potencializa e realiza o homem. Por este, vale a pena lutar, esperar e suportar as consequências dele, pois, “é perdendo que se ganha”, “é dando que se recebe”, “é morrendo que se vive…”, e quem ama sempre vence!

29/07/2010

Vença o mal com autoridade


O Senhor nos quis batizados no Espírito Santo para que o inimigo trema quando chegarmos. É preciso colocar em ação a autoridade que Deus nos dá. Não é nossa, é a autoridade do Senhor. A Trindade habita em nós. O Deus vivo exerce a Sua autoridade através de nós. Aí está a grande graça: o intercessor precisa ser um cristão cheio do Espírito Santo, que vive e deixa o Espírito se mover dentro dele.

O intercessor é aquele que se move para o meio.
Não é a nossa intercessão, não é a nossa oração que realiza prodígios, mas é a oração do Espírito que habita e reza em nós. Não somos nós que advogamos a causa, mas é o Espírito em nós advogando a causa do Seu povo. É o Espírito Santo orando e agindo em nós com Seus dons. É Ele que atinge, cura e liberta os filhos de Deus. É o Espírito Santo em nós, em cada intercessor. O intercessor é aquele que se move para o meio, mas movido pelo Espírito. Quem age nele é o Espírito do Senhor.



O intercessor. O grande advogado. Deus quer que diante de você o inimigo trema, reconhecendo a presença do Espírito que reza e age em você.
Agora, se você é uma pessoa que vive no pecado, uma pessoa do eterno "mais ou menos": que reza, mas não reza; que lê a Palavra de Deus, mas não lê; que diz a verdade, mas também mil mentiras; está com Deus, mas lê de tudo e assiste a qualquer novela; recebe Jesus na Eucaristia, mas a mesma língua que o recebe fala de tudo e conversa sobre tudo, sem critério algum, e diz palavras de todo tipo. É evidente que o inimigo zomba e não tem medo nenhum de você:

"Não me amedronto diante desse fraco, desse inconsequente. Ele não é de nada! Ele fala, mas não é!"



Um Grupo de Oração é campo de batalha. É preciso que o inimigo veja não somente a mim, mas a todo um grupo de pessoas realmente cheias do Espírito Santo.
Pessoas fracas, mas lutando pela santidade. O inimigo vai constatar que nos dominamos, nos mortificamos, que buscamos o Senhor. Ele vai reconhecer que rezamos, nos alimentamos com a Palavra de Deus e com a Eucaristia. É isso que Deus quer. Precisamos fazer tremer o inimigo e não mais continuar tremendo de medo diante dele.

Trecho do livro " Orando com Poder " do Monsenhor Jonas Abib,

Fundador da Comunidade Canção Nova

28/07/2010

Será que penso como cristão?


Pensar como cristão é uma necessidade

Uma avalanche de pensamentos e conceitos contraditórios assola a vida de todo ser humano, todos os dias. Até aí, nada de novo. É assim desde tempos imemoriais. Mas, então, por que temos a sensação, cada vez mais “palpável”, de que as crises e batalhas que residem nesse campo parecem ser invencíveis? Por que os pensamentos parecem se tornar, tantas vezes, terreno minado, que se teria de evitar para continuar adiante?

Pensar como cristão revela-se oportunidade ímpar de “adorar ao Pai em espírito e em verdade” (cf. Jo 4, 24)

As respostas que damos a estas perguntas, sejam elas quais forem, precisam brotar da reflexão que surge a partir de outra consideração: por que enxergo meus pensamentos como uma espécie de “região maldita”, pedregulhos em meu caminho, e não como trampolim ou base de sustentação para seguir adiante?

Nossa tendência natural é buscar o afastamento daquilo que nos faz mal. Por consequência, se “evito pensar” sobre meus pensamentos, ou caso isso se torne cada vez mais doloroso, é preciso verificar com sinceridade as causas dessa percepção. Os pensamentos não são por si mesmos ruins ou penosos – se estão neste patamar é devido aos mecanismos que têm regido nossas reflexões.

É aí que preciso fazer, com sinceridade, outra incursão em meu interior e descobrir: Será que penso como cristão? Ou, então, meus pensamentos ainda são um território cativo em que não deixei adentrar a luz do Senhor, que tudo cura e vence?

O que é pensar como cristão?

Para o cristão, pensar nunca faz mal: pensamento implica estar de mãos dadas com o Senhor e nunca proclamar independência da Sua presença. Pensar revela-se como oportunidade ímpar de “adorar ao Pai em espírito e em verdade” (cf. Jo 4, 24) – entregar-Lhe tudo o que se passa no coração e compartilhar com Ele o próprio ser, dilemas e necessidades.

Deus não necessita de nossa expressão para chegar ao conhecimento acerca do que necessitamos: nós é que precisamos nos expressar constantemente para alicerçar o reconhecimento de que temos necessidade da presença d’Ele em nossas vidas. Por isso, pensar como cristão é lançar um brado de confiança a um Pai que nos ama – “Confia ao Senhor os teus cuidados e Ele te ajudará” (Sl 36, 5) –; é ver a Deus – “Quem vê a Deus alcança com essa visão todos os bens possíveis” (São Gregório de Nissa) – e compreender que somente em Cristo tais “bens possíveis” alcançam sua plenitude. “Só Cristo pode satisfazer plenamente os anseios profundos de cada coração humano e responder às suas questões mais inquietantes”, ensina o Papa Bento XVI.

Pensar como cristão não é um luxo ou qualquer coisa de acessório, mas uma necessidade. Uma vez impulsionados pelo Espírito Santo, a fé, a esperança e a caridade movem todas as nossas ações, que sempre são, de alguma forma, manifestação exterior de nossos pensamentos.

Pensar como cristão é concretizar o movimento do Espírito em nossa vida. Se cada ação somente se concretiza porque tomamos uma decisão – que concede àquilo, que até então habitava apenas o nosso intelecto, o status de “real” –, é preciso se decidir convictamente pelo Senhor.

“A relação com Deus é constitutiva do ser humano [...]. A consciência é cristã na medida em que se abre à plenitude da vida e da sabedoria, que temos em Jesus Cristo”, complementa Bento XVI. Aqui, relação é amor, doação: “o que amar a Deus, ame também a seu irmão” (I Jo 4, 21), diz a Palavra. Pensar como cristão é “cuidar de interpretar de modo favorável tanto quanto possível os pensamentos, as palavras e as ações do próximo” (Catecismo da Igreja Católica - CIC, n. 2478). Em outras palavras, é garantir a boa fama do outro e buscar, em união, a salvação.

Por fim, pensar como cristão é fazer com que tudo convirja para o fortalecimento dessa relação com o Pai, é ser presença irradiante do Evangelho no meio do mundo, é estar disposto a cumprir com a exigência de fazer uma viagem ao centro de si mesmo e lançar fora toda e qualquer complacência com aquilo que possa nos desviar do caminho do Senhor (cf. CIC, n. 2520). E é tudo isso que nos dá a certeza de que pensar não traz consigo nada de ruim, pois Cristo está aí disseminado e nos ajudará a reforçar nosso testemunho de santidade e sadia radicalidade.

Peçamos o auxílio do Senhor:

Senhor, reconheço que preciso permitir que Tua luz adentre todas as áreas de meu pensamento. Não quero mais que haja locais sob o jugo da escuridão: ilumina tudo, Senhor!

Que meus pensamentos girem sempre em torno do Teu Amor e, assim, eu possa ser instituído por Ti como fonte de graça para a vida de outros, buscando, em união, a salvação, obra da Tua Graça!

27/07/2010

Quando o amigo 'pisa na bola'


Por melhores que sejam as pessoas, um dia, elas nos decepcionam.

Por melhores que sejam as pessoas e suas intenções, um dia, sem querer, elas nos decepcionam. Acontece isso entre pais e filhos, marido e mulher, namorados apaixonados e entre amigos também. Nós mesmos já fizemos essa experiência frustrante de "pisar na bola" com alguém que nunca queríamos machucar ou decepcionar. Isso faz parte do processo de amadurecimento de qualquer relacionamento e é muito bom que isso aconteça, para que não fiquemos na ilusão de achar que tal pessoa é perfeita ou nós mesmos somos intocáveis e imaculados.

Dizer que a frustração e os erros fazem parte do conhecimento do outro, para que no amadurecimento da amizade possamos adequar a imagem do amigo ao real e possível parece exagero, pois quem tem amizade-fantasia são as crianças e neste período da vida é normal. Por isso, que uma verdadeira amizade deve estar guiada por alguns compromissos evangélicos: verdade, transparência e partilha, tudo isso, é claro, com muita caridade e misericórdia, pois só quando experimentamos o gosto amargo dos nossos erros compreendemos as fraquezas e erros do amigo.

Experiência mais terrível, para mim, são aquelas pessoas que estão no centro de uma situação, sabem de fatos que incluem e comprometem a pessoa amiga e por respeito humano e por um falso "protecionismo" ficam caladas, se omitem, não querem correr o risco de perder a boa fama, a simpatia e até mesmo amizade. Quando a amizade é verdadeira o único medo que eu tenho é perder o meu amigo para os seus próprios erros, mesmo que ele não me compreenda e fique com raiva de mim, vou falar-lhe a verdade e abrir seus olhos, pois amigo não é aquele que passa a mão na cabeça, mas aquele que o desafia e o "desinstala", mas está pronto para ficar com você em qualquer situação.

Precisamos crescer na vivência e na compreensão de uma verdadeira amizade, quem não se compromete não ama. Quando um amigo "pisa na bola" ou está vivendo uma situação constrangedora aproveite para acolhê-lo, não tenha medo de sacrificar a amizade pela verdade e o verdadeiro amor se arrisca, dá a vida pelo amigo. “O homem quando erra não tem outra alternativa a não ser pedir perdão, se não ele não é homem”. O amigo não "abandona o barco" quando ele se agita, ajuda a remar mesmo que tenha de dizer que o outro está remando para o lado errado.

Como corrigir um amigo sem perder sua amizade:

Reze pelo seu amigo: a oração vai preparar o coração dele e também o seu;

Espere a hora certa para conversar e partilhar, não se deixe vencer pelo nervosismo e ansiedade;

Escolha o lugar certo: a privacidade é o melhor lugar para corrigir uma pessoa, evite fazer uma correção em público, mesmo que você esteja certo começou errado;

Faça um elogio antes de fazer a crítica e a correção. Todos têm qualidades e isso corrige o nosso ego elevado pelos erros dos outros; isso não é fingimento, é amor.

Saiba falar: cuidado com as palavras, o problema, muitas vezes, não é o conteúdo das críticas, mas o jeito com que se fala. Mesmo que o outro esteja no erro, demonstre respeito e carinho.

Na realidade, na hora em que é feita, nenhuma correção parece alegrar o outro, pois causa dor. Depois, porém, produz um fruto de paz e de justiça para aqueles que nela foram exercitados (cf. Hebreus 12,11)

26/07/2010

Cuidar é sinal de crescimento


A proposta que faço é esta: crescer. Mas não podemos crescer como a mandioca, que cresce para baixo, ou como o rabo do cavalo, que também cresce para baixo. Precisamos crescer como o eucalipto, que cresce para cima. Precisamos ser radicais. Pois, para crescer, é preciso ter raízes. Um sinal de crescimento é quando alguém começa a cuidar de alguém.

Quando se é responsável por alguém ou por um grupo de pessoas.
Portanto, quando você começa a ser responsável por alguém (até mesmo se for pelo seu irmãozinho mais novo) você começa a demonstrar sinais de crescimento. Quando começamos a cuidar de alguém, independente do meio em que se vive, isso é um sinal de maturidade, de crescimento.

Na Igreja, somos irmãos que vigiam uns aos outros (no bom sentido da palavra). Estamos atentos se nossos irmãos estão bem, se estão tristes, e assim por diante. Isso é cuidar uns dos outros. E como é bom cuidar da pessoa humana acima de tudo.


Tem gente querendo legalizar o aborto no Brasil. Nós, católicos, precisamos denunciar isso. O aborto não pode ser legalizado no Brasil. Um médico que estudou durante tantos anos não pode se tornar um “assassino”. Ele não estudou para tirar vidas inocentes. A nós, católicos, foi dada a missão de cuidar da nossa raça humana. É justo, é necessário que se cuide da natureza, da ecologia, preservar o mico-leão, o coala e outros animais em extinção. Mas, acima de tudo, é preciso cuidar dos filhos de Deus!

A Palavra de Deus, em Hb 3, 12-14, nos diz assim:
“Cuidai, irmãos, que não se ache em algum de vós um coração transviado pela incredulidade; que ninguém se afaste do Deus vivo. Antes, animai-vos uns aos outros, dia após dia, enquanto ressoar esse 'hoje', para que nenhum de vós fique endurecido pela sedução do pecado — pois tornamo-nos parceiros de Cristo, contanto que mantenhamos firme até o fim a nossa constância inicial”.

O Senhor está nos dando esta ordem: cuidai! Você tem que cuidar de alguém. Aprenda: quem cuida cresce. E quem cresce é porque cuidou de alguém! Mãe, pai, saibam que cuidar é não permitir que esses programas sujos cheguem aos seus filhos. Porque existem hoje em dia tantos jovens viciados? É porque não houve quem cuidasse deles. Cuidar significa proteger. Proteja a sua família!


Cuide, no lugar onde você vive, na sua casa, de não deixar ninguém morrer na incredulidade. Você precisa motivar os outros, animar os outros, você não pode se dar por vencido. Anime a pessoa que você ama. Você vai “se virar”! Vai dar um jeitinho de animar essa pessoa que está em depressão, sem objetivo na vida. É preciso o seu empenho para trazer novamente o sorriso naquela pessoa. Cuide do seu filho. Proteja-o! Bloqueie na sua internet os sites pornográficos. Bloqueie aqueles canais de filmes eróticos em sua TV por assinatura. Desfaça aquele “altar a Satanás” que é o barzinho cheio de uísque, vodca, etc que você insiste em manter em sua casa!

Saiba que seus filhos imitam os pais quando os vêem rezando.
E o mesmo se dá quando aquele pai, que não é convertido, encontra o seu filho rezando dentro do quarto. Aquele pai irá querer saber o que se passa com seu filho. E ele acabará na Igreja, na Canção Nova ou outros encontros religiosos vindo com você, jovem, num próximo encontro como muitos que acontecem. Jesus sabe quem é você. E assim como Pedro foi avisado por Jesus de que ele seria “peneirado” por Satanás, o mesmo se dá contigo. Você também será peneirado por Satanás. Você conhecerá crises.

Mas, assim como Jesus orou por Pedro, Ele também reza por você. Jesus orou por você. E saiba:
todos nós só estamos aqui porque passamos por crises: crises afetivas, no casamento, crise financeira etc. Eu sei que a crise faz parte da minha vida. Eu, Rafael Carvalho, sou feito de crises. No entanto eu sei que, em meio a cada crise, Jesus ora por mim! Ele roga ao Pai para que eu persevere e continue a confirmar na fé os meus irmãos.

Vivendo agora esta peneira, esta crise, tome coragem. Observe quantos latões de lixo estão aqui ao seu redor. Jogue fora esta camisinha, este calendário de mulher nua, esta droga que você trouxe... Jogue fora! Isso é a crise, a peneira, e você está sendo provado! Entendeu?
Decisão significa “dar um corte”. Hoje você precisa cortar com esse mal que tem te escravizado. Faça este corte, pois você está em crise. Você nunca mais terá medo dessa palavra “crise”, porque entendeu que crise é peneira, é fazer as escolhas certas, separar o que é bom daquilo que não presta. É preciso peneirar o seu namoro, sua vida, suas amizades.


Deus quer você. E o inimigo quer também a sua vida. Você está sendo peneirado no meio de um combate, de uma disputa entre o céu e o inferno. Mas você sairá vencedor em meio a tudo isso, pois Jesus reza por você. Mas proclame com toda força hoje e sempre em toda oração:

“O meu lugar é o céu!!!!!!”

23/07/2010

O valor do amparo no momento da dor


Desventurado é aquele que está sozinho

Jesus deixou claro que – no momento da dor e do sofrimento – há necessidade do amparo consolador de um ente querido, de alguém que seja estímulo para se andar nas veredas da aflição. No Horto das Oliveiras um anjo veio consolar o Filho de Deus naquele instante decisivo em que se iniciaria a etapa dorida da obra salvadora.

No momento em que Cristo iria subir a ladeira que O levaria ao ápice de Seu martírio no Calvário, um outro anjo de bondade, Sua Mãe, se fez presente para confortá-Lo, apesar do fluxo e refluxo de mútuos padecimentos.

Aos pés da cruz lá estavam, além da Virgem Maria, João Evangelista e as piedosas mulheres. Quantos, porém, não têm sensibilidade para ir ao encontro dos sofredores, dos doentes, dos necessitados, dos angustiados, dos marginalizados, levando-lhes o amparo de uma palavra, do remédio imprescindível que eles não podem comprar, do alimento necessário, do agasalho protetor.

Razão tem o Livro do Eclesiástico: "Desventurado é aquele que está sozinho" (Eclo 4,10).

Quase sempre se esquece de que todo desamparado é Jesus, pois Ele disse: “Estive doente e não me visitaste; com fome e não me alimentaste; com frio e não me aquecestes; sem roupas e não me vestistes; encarcerado e não foste ter comigo” (Mt 25, 35 s).

Sua Mãe, o Apóstolo fiel e as piedosas mulheres estavam lá no Gólgota, dando, com sua presença, assistência a Jesus, reparando todas as omissões no serviço ao próximo, sobretudo, aos carentes de todo o auxílio oportuno.

Diante dos pecados de uma humanidade arrastada pelo maligno para tantos crimes através dos tempos, perante tanta perversidade que as páginas da História registraria, eles estavam junto à cruz para compensar os desencontros do homem com Deus e com o próximo entregue à dor. Dentro dessas considerações é preciso que se imite sempre o gesto de Verônica levando até Jesus, na figura do irmão e da irmã que sofrem, não apenas uma toalha, mas tudo que estiver ao alcance de cada um, nem que seja o conforto da presença amiga reconfortadora.

A caridade é, de fato, um coração que se abre às necessidades alheias, vertendo bálsamos, ensinos, socorros. É a mão que protege, que arranca do abismo do mal, que acautela do perigo iminente, que ampara na miséria espiritual e material. A caridade se vulcaniza num vesúvio de afetos e se esbraseia numa cratera de bênçãos. O verdadeiro cristão se desfaz numa constelação de benefícios. A caridade exalta a criatura humana a uma culminância inimitável, a uma excelsitude e perfeição indefiníveis.

22/07/2010

Minha alma está seca. E agora?


Se mergulharmos um lenço no azeite, ele ficará todo molhado durante um tempo, mas depois essa peça seca. Ela só permanece úmida se ficar em contato com o azeite. Conosco também é assim. No contato com a vida, com o mundo, até mesmo no exercício do Ministério,no trabalho do Senhor, a unção do Espírito que está em nós vai como que se esgotando... E ficamos novamente secos.

Isso acontece com todos nós que recebemos o batismo no Espírito Santo e pronto! Tivemos a experiência, mas não compreendemos que deveríamos permanecer cheios do Espírito Santo. Vivemos por conta daquilo que aconteceu cinco, oito, dez anos atrás. Resta-nos só aquela doce recordação do batismo no Espírito... Que um dia recebemos.
Não deve ser assim. Deus quer que sejamos batizados no Espírito, sem medidas, sem limites. Porque o Espírito Santo é plenitude de amor! É preciso ser batizado e, em seguida, permanecer cheio do Espírito Santo. Muitas vezes, retemos o Espírito que está em nós, e o povo está morrendo de sede.

O próprio Jesus nos mostra essa necessidade: o Espírito Santo precisa jorrar em nós como uma fonte, porque há muita gente precisando dessa Água Viva:




"No último dia, que é o principal dia de festa (festa dos tabernáculos), estava Jesus de pé e clamava: 'Se alguém tiver sede, venha a mim e beba'. Quem crê em mim, como diz a Escritura: 'Do seu interior manarão rios de água viva'. Dizia isto referindo-se ao Espírito que haviam de receber os que cressem nele"
(Jo 7,37-39)

Manar rios de água viva fala de uma ação contínua: hoje, amanhã, e depois... Como uma fonte de água que jorra sem cessar. A água vem do interior da terra. É isso que o Senhor quer de nós que recebemos esta graça do batismo no Espírito. Não é um mérito... É uma graça!

O Espírito Santo nos foi dado por Jesus gratuitamente.


O Espírito Santo que está em nós não foi dado para ficar parado em nosso interior. Pelo contrário, Ele foi dado para manar, para jorrar, para fluir, como aquele córrego que começa com um simples filete de água, mas jorra sempre: hoje, amanhã e depois, de dia e de noite...

Se o lenço ficar fora do azeite, vai secar! O mesmo ocorre conosco se não estivermos sendo constantemente mergulhados no Espírito Santo de Deus. O próprio trabalho nas coisas de Deus vai nos secando. O Paráclito é uma necessidade.
Antes de sair para o trabalho precisamos pedir: "Vem, Espírito Santo! Batiza-me no Teu Espírito Santo, Jesus!".

Precisamos ser batizados na Terceira Pessoa da Santíssima Trindade todos os dias. Nossos grupos de oração e nossas comunidades precisam ser mananciais aos quais retornamos a cada semana, pois somos pessoas necessitadas do Espírito Santo. Nossos grupos de oração, nossas comunidades precisam ser como piscinas nas quais possamos mergulhar n'Ele [Espírito Santo]. Chegando ali, secos, possamos mergulhar na oração, cantar,louvar, adorar a Deus...

E assim, nos encher de novo. Toda impureza e toda contaminação, contraídas durante a semana, irão embora... Voltamos à fonte, ao manancial. Novamente nos banhamos. Estamos prontos para recomeçar.




Trecho do livro "Orando com Poder" de Monsenhor Jonas Abib.
Comunidade Canção Nova.

21/07/2010

A beleza da moral católica



O comportamento do cristão é uma resposta ao amor de Deus.

A moral católica tem como objetivo levar o cristão à realização da sua vocação supremaque é a santidade. Ela tem como objetivo dirigir o comportamento do homem para o seu Fim Supremo que é Deus, que se revelou ao homem de modo especial em Jesus Cristo e sua Igreja.A Moral vai além do Direito que se baseia em leis humanas; mas nem sempre perscruta a consciência. Pode acontecer de alguém estar agindo de acordo com o Direito, mas não de acordo com a consciência. Nem tudo que é legal é moral.

A Moral cristã leva em conta que o pecado enfraqueceu a natureza humana e que ela precisa da graça de Deus para se libertar de suas tendências desregradas e viver de acordo com a vontade de Deus.

Portanto, a Moral cristã e a Religião estão intimamente ligadas, tendo como referência Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Ser cristão é viver em comunhão com Cristo, vivendo Nele, por Ele e para Ele. É de dentro do coração do cristão que nasce a vontade de viver a “Lei de Cristo”, a Moral cristã, e isto é obra do Espírito Santo. Não é um peso, é uma libertação.

O comportamento do cristão é uma resposta ao amor de Deus. Dizia S. João da Cruz que “amor só se paga com amor”.

“Deus é amor” (1Jo 4, 16) e Ele “nos amou primeiro” (1Jo 4, 19).

Ninguém deve viver a Lei de Cristo, por medo, mas por amor ao Senhor que desceu do céu, e imolou-se por cada um de nós. Nosso amor a Deus não deve ser o amor do escravo que lhe obedece por medo do castigo, e nem do mercenário que o obedece por amor ao dinheiro, mas sim o amor do filho que obedece ao pai simplesmente porque é amado por ele.

São Paulo dizia: “O amor de Cristo me constrange” (2Cor 5,14).

Ninguém será verdadeiramente espiritual enquanto não viver a lei de Deus simplesmente por amor a Deus e não por medo de castigos.Por outro lado, devemos viver a lei de Deus porque ela é, de fato, o caminho para a nossa verdadeira felicidade. Ele nos ama e é Deus; não erra e não pode nos enganar; logo, sua Lei, é o melhor para nós.

Quem não obedece ao catálogo do projetista de uma máquina, acaba estragando-a; assim, quem não obedece a Lei de Deus, acaba destruindo a sua maior obra que é a pessoa humana.

A Lei de Cristo se resume em “amar a Deus e amar ao próximo como a si mesmo” (cf. Mt 22, 37-40). Mas esse amor ao próximo não é apenas por uma questão de simpatia ou afinidade com ele, mas pelo exemplo de Cristo, que “nos amou quando ainda éramos pecadores”, como disse S. Paulo. Por isso, o cristão odeia o pecado mas sempre ama o pecador. A Igreja ensina que não se deve impor a verdade sem caridade, mas também não se deve sacrificar a verdade em nome da caridade. Deus sempre exigiu do povo escolhido, consagrado a Iahweh (Dt 7,6; 14,2.21), a observância das Suas Leis, para que este povo fosse sempre feliz e abençoado.

“Observareis os mandamentos de Iahweh vosso Deus tais como vo-los prescrevo” (Dt 4,2).

“Iahweh é o único Deus… Observa os seus estatutos e seus mandamentos que eu hoje te ordeno, para que tudo corra bem a ti e aos teus filhos depois de ti, para que prolongues teus dias sobre a terra que Iahweh teu Deus te dará, para todo o sempre” (Dt 14,40).

Deus tem um grande ciúme do seu povo, e não aceita que este deixe de cumprir suas Leis para adorar os deuses pagãos.

“Eu, Iahweh teu Deus, sou um Deus ciumento…” (Dt 5,9).

O Apóstolo São Tiago, lembra-nos esse ciúme de Deus por cada um de nós, ao dizer que:

“Sois amados até ao ciúme pelo Espírito que habita em vós” (Tg 4,5).

Deus não aceita ser o segundo na nossa vida, Ele exige ser o primeiro, porque para Ele cada um de nós é o primeiro.

Esse amor a Deus se manifesta exatamente na obediência aos mandamentos: “Andareis em todo o caminho que Iahweh vosso Deus vos ordenou, para que vivais, sendo felizes e prolongando os vossos dias na terra que ides conquistar” (Dt 5,33).

E as bençãos que Deus promete são abundantes:

“Se de fato obedecerdes aos mandamentos que hoje vos ordeno, amando a Iahweh vosso Deus e servindo-o com todo o vosso coração e com toda a vossa alma, darei chuva para a vossa terra no tempo certo: chuvas de outono e de primavera. Poderás assim recolher teu trigo, teu vinho novo e teu óleo; darei erva no campo para o teu rebanho, de modo que poderás comer e ficar saciado” (Dt 11.13-15; Lv 26; Dt 28).

Jesus disse aos Apóstolos: “Se me amais guardareis os meus mandamentos” (Jo 14,23).

“Nem todo aquele que diz Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai …“ (Mt 7,21) .

O nosso Papa Bento XVI tem falado do perigo da “ditadura do relativismo”. Na homilia que proferiu na missa que precedeu o início do Conclave que o elegeu, ele deixou claro as suas maiores preocupações:

“…que nos tornemos adultos em nossa fé. Não devemos permanecer crianças na fé, em estado de menoridade. Em que consiste sermos crianças na fé? Responde São Paulo: “Significa sermos arrastados para lá e para cá por qualquer vento doutrinário. Uma descrição muito atual!””

“Quantos ventos doutrinários experimentamos nesses últimos decênios, quantas correntes ideológicas, quantos modos de pensamentos… O pequeno barco do pensamento de muitos cristãos se viu freqüentemente agitado por essas ondas arremessado de um extremo ao outro: do marxismo ao liberalismo, e até mesmo a libertinagem; do coletivismo ao individualismo radical; do agnosticismo ao sincretismo, e muito mais. A cada dia nascem novas seitas, e as palavras de São Paulo sobre a possibilidade de que a astúcia nos homens, seja causa de erros são confirmadas.”

“Ter uma fé clara, de acordo com o Credo da Igreja, muitas vezes foi rotulado como fundamentalista. Enquanto que o relativismo, ou seja, o deixar-se levar «guiados por qualquer vento de doutrina», parece ser a única atitude que está na moda. Vai-se construindo uma ditadura do relativismo que não reconhece nada como definitivo e que só deixa como última medida o próprio eu e suas vontades. Nós temos outra medida: o Filho de Deus, o verdadeiro homem. Ele é a medida do verdadeiro humanismo. «Adulta» não é uma fé que segue as ondas da moda e da última novidade; adulta e madura é uma fé profundamente arraigada na amizade com Cristo.”

O relativismo religioso é aquele em que cada um faz a “sua” própria doutrina moral, e não mais segue os Mandamentos dados por Deus. E quem não age segundo esta perversa ótica, é então menosprezado e chamado de retrógrado, obscurantista, etc.

Mas a Igreja nunca trairá o seu Senhor. Demos graças a Deus por este novo Pedro que Ele pos à frente do Seu Rebanho! Caminhemos com alegria e coragem, pois: “Ubi Petrus, ibi Ecclesia, ubi Ecclesia ibi Christus” – Onde está Pedro está a Igreja, onde está a Igreja está Jesus Cristo. (São Basílio Magno)

Viver a Moral Católica é ser fiel a Jesus Cristo e a tudo o que Ele ensina através da sua Igreja.

Diga NÃO as Seitas! (Espiritismo,Adventismo,Umbanda, Seitas Orientais, Maçonaria e muitas outras)

20/07/2010

A diferença de religião nos relacionamentos

A religiosidade é um assunto que não se restringe apenas ao casal

Convivemos com algumas pessoas que professam espiritualidades diferentes da nossa e com as quais consideramos possuir um bom nível de relacionamento. Ainda assim, podem acontecer pequenas discussões a respeito daquilo que um ou outro acredita acerca de uma “verdade”.
Mas, como colegas, sabemos que o que mantém o relacionamento em comum é a amizade, o trabalho, a diversão, entre outras coisas fundamentadas no respeito mútuo e na prudência; especialmente, quando as conversas tocam nos respectivos valores morais ou dogmas defendidos pelos amigos. Entretanto, essas diferenças podem ser um desafio a mais quando a pessoa se descobre encantada por alguém de religião diferente, pois de um lado estão os valores de sua profissão de fé e do outro o sentimento que acredita completar seu ser.

Viver o compromisso de uma vida a dois com alguém que professa um outro credo é uma questão que pode trazer algumas dificuldades para o casal no futuro. Praticamente todas as diferenças de comportamento e de hábitos são passíveis de adaptações e de mudanças, mas quando se trata de doutrina e fé, imagino que nenhum casal queira fazer concessões e abrir mão daqueles valores que fazem parte da educação de cada um. Assim, a espiritualidade dos namorados também poderá ser um fator relevante para as tomadas de decisões.

É interessante perceber que, na maioria das vezes, as pessoas que levantam tais preocupações são aquelas que buscam a fidelidade no exercício de sua fé. Para elas, talvez, a espiritualidade do namorado seja uma das primeiras coisas que gostariam de saber a respeito. Outras, entretanto, que apenas se dizem pertencer a uma denominação cristã ou crença religiosa ou estas Seitas perigosas que nos cercam mundo a fora como adventismo, espiritismo,umbanda, entre outros (que são perigos e trazem consequências graves futuras em um relacionamento), certamente, não vão considerar a religiosidade uma questão relevante a ponto de interferir no relacionamento.

É claro que ninguém vai fazer um debate religioso logo no primeiro encontro, mas se o relacionamento manifesta sinais de ficar sério, tocar nos pontos significativos para o casal será uma boa ideia; e quanto mais cedo, melhor.

Os encontros religiosos promovidos para os fiéis têm como objetivo aproximar e fortalecer o conhecimento destes por meio de estudos e discussões, visando ampliar seus horizontes sobre o conhecimento de sua fé. Todavia, para isso acontecer entre casais de credos diferentes vai significar a renúncia da fé por parte de um dos dois. E quem, entre eles, estaria disposto a ser catequizado depois de adulto na fé do (a) namorado (a)?

Seja o casal fervoroso na sua fé ou não, o fator “religiosidade” é um assunto que não se restringe apenas a eles. Quase sempre, namorar alguém que vive uma outra espiritualidade pode causar inesperadas implicações para os familiares e amigos próximos. As famílias dos namorados percebem tais dificuldades quando se deparam com as práticas e os ritos estabelecidos pela espiritualidade vivida por aquele que está chegando à família, como por exemplo, na celebração dos dias comemorativos, nos ritos fúnebres, batizados, casamentos, entre outros. Para algumas pessoas certas manifestações religiosas podem parecer um insulto à sua profissão de fé. Esses impasses podem ser, também, um obstáculo para o crescimento do relacionamento.

Quanto menores as diferenças, tanto maiores são as chances de adaptações e progressos em nossos convívios. Algumas vezes, a diferença das práticas dos cultos religiosos é superada quando um resolve se converter à fé do outro; outros preferem aprender a aceitar a diferença permanecendo cada um na sua fé. Todavia, imaginemos o futuro dos filhos que hão de vir dessa união. Em qual religião essa criança será catequizada? Pois de certa maneira, tanto o namorado quanto a namorada acreditam que sua opção de fé seja a melhor para educar a criança.

Se acreditamos que a nossa felicidade depende de nossas escolhas, então procuremos fazê-las com bastante cuidado e zelo para que maiores sejam as oportunidades de alegria dentro de nossos relacionamentos.

19/07/2010

O Escapulário de Nossa Senhora não é um amuleto!


Muitas pessoas usam o escapulário ou outros objetos de devoção sem saber o seu verdadeiro significado, pior ainda quando usam como um amuleto, algo mágico que dá sorte, que livra de mau olhado ou coisa semelhante. Como se o verdadeiro sentido não viesse do coração daquele que usa tal objeto, que conhecendo o seu verdadeiro significado o usa para sinalizar algo que esta no seu intimo, sua fé, seus propósitos, sua conversão, a quem pertence. Muitos usam cruzes, medalhinhas, terços e grande numero usam o escapulário de Nossa Senhora do Carmo; como modismo, porque todo mundo esta usando ou aquele artista usou na novela. Qual o verdadeiro significado do Escapulário?

O Escapulário ou Bentinho do Carmo é um sinal externo de devoção mariana, que consiste na consagração à Santíssima Virgem Maria, por meio da inscrição na Ordem Carmelita, na esperança de sua proteção maternal. O escapulário do Carmo é um sacramental. No dizer do Vaticano II, “um sinal sagrado, segundo o modelo dos sacramentos, por intermédio do qual significam efeitos, sobretudo espirituais, que se obtêm pela intercessão da Igreja”. (SC 60)
“A devoção do Escapulário do Carmo fez descer sobre o mundo copiosa chuva de graças espirituais e temporais”. (Pio XII, 6/8/50)

A devoção ao Escapulário de Nossa Senhora do Carmo teve início com a visão de São Simão Stock. Segundo a tradição, a Ordem do Carmo atravessava uma fase difícil entre os anos 1230-1250. Recém-chegada à Europa como nômade, expulsa pelos mulçumanos do Monte Carmelo, ela atravessava um período crítico. Os frades carmelitas encontravam forte resistência de outras ordens religiosas para sua inserção. Eram hostilizados e até satirizados por sua maneira de vestir. O futuro da Ordem era dirigida por Simão Stock, homem de fé e grande devoto de Nossa Senhora. Nesta aflitiva situação ele compôs uma oração, que repetia constantemente.

Flor do Carmelo, Videira florescente, Esplendor do Céu, Mãe sempre Virgem e Singular, Aos Carmelitas daí privilégios Ó Estrela do Mar.

Ao pedir “privilégios” o santo monge buscava junto à Mãe do Céu, sinais evidentes de proteção à Ordem a Ela dedicada. No dia 16 de julho de 1251, enquanto o piedoso Simão rezava esta oração, a Virgem apareceu. Tomando o escapulário nas mãos disse: “Filho caríssimo, recebe este Escapulário, sinal especial de minha confraternidade. Eis o sinal da salvação! Salvação dos perigos. Quem morrer revestido com ele, não padecerá do fogo do eterno”.



O escapulário era um avental usado pelos monges durante o trabalho para não sujar a túnica. Colocado sobre as escápulas (ombros), o escapulário é uma peça do hábito que ainda hoje todo carmelita usa.

Com o tempo, estabeleceu-se um escapulário reduzido para ser dado aos fiéis leigos. Dessa forma, quem o usasse poderia participar da espiritualidade do Carmelo e das grandes graças que a ele estão ligadas; entre outras o privilégio sabatino: em sua bula chamada Sabatina, o Papa João XXII afirma que aqueles que usarem o escapulário serão depressa libertados das penas do purgatório no sábado que se seguir a sua morte. As vantagens do privilégio sabatino foram ainda confirmadas pela Sagrada Congregação das Indulgências, em 14 de julho de 1908.

O escapulário é feito de dois quadradinhos de tecido marrom unidos por cordões, tendo de um lado a imagem de Nossa Senhora do Carmo, e de outro o Coração de Jesus, ou o brasão da Ordem do Carmo. É uma miniatura do hábito carmelita, por isso é uma veste. Quem se reveste do escapulário passa fazer parte da família carmelita e se consagra a Nossa Senhora. Assim, o escapulário é um sinal visível da nossa aliança com Maria. É importante destacar algumas atitudes que devem ser assumidas por quem se reveste deste sinal mariano:

• Colocar Deus em 1º lugar na sua vida e buscar sempre realizar a vontade D’ele. • Escutar a Palavra de Deus na Bíblia e praticá-la na vida. • Buscar a comunhão com Deus através da oração, que é um diálogo íntimo que temos com Aquele que nos ama. • Abrir-se ao sofrimento do próximo, solidarizando-se com ele em suas necessidades, procurando solucioná-las. • Participar com freqüência dos sacramentos da Igreja, Eucaristia e Confissão, para poder aprofundar o mistério de Cristo em sua vida.

O escapulário não é sinal de proteção mágica: não é amuleto. Não é garantia automática de salvação. Não nos dispensa de viver as exigências da vida cristã. A imposição do Escapulário do Carmo é feita uma única vez para toda a vida, por um religioso carmelita ou por um sacerdote que siga o rito estabelecido pela Igreja. A benção é dada à pessoa para que ela seja digna de vesti-lo, e não ao escapulário. O escapulário gasto pode ser substituído por outro ou por uma medalha.

Fonte consultada: http://www.carmelitas.org.br




Oração A Nossa Senhora do Carmo


Santíssima Virgem Maria, Esplendor e Glória do Carmelo, olhais com especial ternura os que se revestem do vosso Santo Escapulário. Cobri-me com o manto da vossa maternal proteção, pois a Vós me consagro hoje e para sempre. Fortalecei a minha fraqueza com o vosso poder. Iluminai a escuridão do meu espírito com a vossa sabedoria. Aumentai em mim a fé, a esperança e a caridade. Adornai a minha alma com muitas graças e virtudes. Assisti-me na vida, consolai-me na morte com a vossa presença e apresentai-me à Santíssima Trindade como vosso filho dedicado, para que eu possa louvar-Vos por toda a eternidade. Amém

Nossa Senhora do Carmo rogai por nós!

16/07/2010

Dia de Nossa Senhora do Carmo


Ao olharmos para a história da Igreja encontramos uma linda página marcada pelos homens de Deus, mas também pela dor, fervor e amor à Virgem Mãe de Deus: é a história da Ordem dos Carmelitas, da qual testemunha o cardeal Piazza: "O Carmo existe para Maria e Maria é tudo para o Carmelo, na sua origem e na sua história, na sua vida de lutas e de triunfos, na sua vida interior e espiritual".

Carmelo (em hebraico, "carmo" significa vinha; e "elo" significa senhor; portanto, "Vinha do Senhor"): este nome nos aponta para a famosa montanha que fica na Palestina, donde o profeta Elias e o sucessor Elizeu fizeram história com Deus e com Nossa Senhora, que foi pré-figurada pelo primeiro numa pequena nuvem (cf. I Rs 18,20-45). Estes profetas foram "participantes" da Obra Carmelita, que só vingou devido à intervenção de Maria, pois a parte dos monges do Carmelo que sobreviveram (século XII) da perseguição dos muçulmanos, chegaram fugidos na Europa e elegeram São Simão Stock como seu superior geral; este, por sua vez, estava no dia 16 de julho intercedendo com o Terço, quando Nossa Senhora apareceu com um escapulário na mão e disse-lhe:

"Recebe, meu filho, este escapulário da tua Ordem, que será o penhor do privilégio que eu alcancei para ti e para todos os filhos do Carmo. Todo o que morrer com este escapulário será preservado do fogo eterno".


Vários Papas promoveram o uso do escapulário e Pio XII chegou a escrever: "Devemos colocar em primeiro lugar a devoção do escapulário de Nossa Senhora do Carmo - e ainda - escapulário não é 'carta-branca' para pecar; é uma 'lembrança' para viver de maneira cristã, e assim, alcançar a graça duma boa morte". Neste dia de Nossa Senhora do Carmo, não há como não falar da história dos Carmelitas e do escapulário, pois onde estão os filhos aí está a amorosa Mãe.

Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!


14/07/2010

Amigo de verdade é aquele que corrige


O melhor, às vezes, exige correção!


Há um princípio fundamental em qualquer amizade: ela deve nos fazer crescer. Como uma árvore boa é podada para poder dar frutos bons, assim também, durante a caminhada de crescimento e de amadurecimento, o ser humano precisa de algumas boas “podas”. Passar por esse processo não é fácil e, muitas vezes, nem aceitamos que qualquer um nos pode. Por isso Deus coloca algumas pessoas especiais em nossas vidas não só com a oportunidade, mas com a missão de nos corrigir para nos fazer crescer.

Monsenhor Jonas Abib, certa vez, escreveu que existem situações de nossa vida nas quais, muitas vezes, só o amigo é capaz de nos corrigir. O conhecimento mútuo, ou seja, a intimidade que uma amizade gera entre duas pessoas produz um conhecimento tão profundo da alma do amigo que nos permite saber a forma e quando corrigi-lo. O amor compartilhado é capaz de abrir “compartimentos lacrados” de nosso coração, os quais precisam da luz da verdade sobre as nossas misérias, para que estas possam ser curadas.

Por causa da abertura de alma que há numa amizade um amigo é capaz de chegar aonde ninguém consegue. Ele é capaz de atingir e tocar nos pontos mais delicados de nossa história, de nossa vida, com toda a maestria que só o amor é capaz de suscitar. São feridas nas quais ninguém havia tocado, mas que somente um amigo é capaz de tocá-las e curá-las com seu amor.

Um bom amigo é como um bisturi nas mãos de Deus, capaz de rasgar a nossa alma para que todas as mazelas sejam expelidas e o coração possa ser curado. Esse processo é muito doloroso no início; não é fácil aceitar a correção e escutar tantas verdades da boca de alguém. Muitas vezes, isso fere, machuca e realmente arranca pedaços, mas, logo depois, o bálsamo do amor do amigo é derramado, consolando, aliviando e cicatrizando as nossas feridas. Alguém precisa fazer o serviço, por isso Deus usa dos nossos amigos. Ele sempre se utiliza de alguém para agir em nossa vida, suscitando a pessoa certa para que, através do amor concreto, toque na ferida e cure o nosso coração.

Pressuposto de uma amizade madura e saudável é a correção. A Palavra de Deus nos ensina: “Corrige o amigo que talvez tenha feito o mal e diz que não o fez, para que, se o fez, não torne a fazê-lo” (Eclo 19,13).

Amigo que não corrige, não faz o outro crescer e por isso não ama de verdade. Um relacionamento de amizade verdadeira em Deus não comporta omissão. É preciso haver verdade, sinceridade e por isso liberdade para poder corrigir, mas fazê-lo no amor. Quem ama quer o melhor para o outro e esse melhor, muitas vezes, exige correção.

Saber que alguém que está nos corrigindo nos ama não nos anestesia da dor da “poda”, mas nos traz segurança. Podemos até resmungar, nos irritar, no entanto, ouvimos e acabamos aceitando. Lá na frente veremos o quanto aquela exortação nos fez crescer e nos livrou de tantos sofrimentos.

Se um amigo o corrigiu, aceite a correção! Exortação não é questão de falta de carinho; pelo contrário, é ato concreto de quem ama e quer o melhor para nós. Se um amigo seu precisa de correção, não se omita! Não deixe que o seu medo de perder a amizade por ter de corrigi-lo o leve a perdê-lo definitivamente. Mostre o seu amor e se comprometa com a vida dele. Cumpra sua missão de amigo: corrija e o ganhe para sempre; o ganhe para Deus!

13/07/2010

Mulheres curadas para amar


A cruz das mulheres é pesada, porque a cruz delas somos nós homens! Mas pela cruz a humanidade foi salva. Mulher, sua salvação está em carregar essa cruz até o fim e apresentá-la ao Pai! É pela cruz que nos vem a salvação. Não há Cristo sem cruz. Mas também não há cruz sem Cristo. Não desanime! A luta é grande, e você não imagina o alcance daquilo que está fazendo.

Não pare no meio do caminho! Tenha a certeza de que um dia você verá o resultado de toda a sua luta. Foi lindo dar à luz cada um dos seus filhos, mas foi duro, sofrido. Tenha a certeza: você também dará à luz sua família inteira! É linda a sua missão! Se as mulheres se unirem poderão levar seus maridos, filhos, pais, irmãos, para Céus Novos e Terra Nova.

Peça o derramamento do Espírito Santo com o dom da fortaleza, para que você tenha a coragem de continuar na luta, sem nunca parar, por todos os dias da sua vida. Peça ao Senhor a graça de ser realmente o coração que, por mais sofrido ou doente que esteja, não para de pulsar. Peça que Deus derrube por terra tudo aquilo que no passado a feriu: todos os acontecimentos dolorosos, todas as decepções. O amor poderoso de Deus Pai é capaz de curá-la. Você não precisa mais carregar esse fardo, cultivar essas feridas, essas decepções. Tudo isso é passado.

"Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo!" (II Cor 5,17).

"Não vos lembreis mais dos acontecimentos de outrora, não recordeis mais as coisas antigas, porque eis que vou fazer uma obra nova, a qual já surge: não a vedes?" (Is 43,18-19).


O Senhor quer fazer uma obra nova em sua vida, libertando-a da lembrança dolorosa dos acontecimentos do passado, de todas as dores, decepções e feridas! Ele coloca o bálsamo do Seu Espírito Santo em seu coração e a alivia. Peça ainda ao Santo Espírito uma porção dobrada de amor. Que você não tenha somente o amor humano como mulher, esposa e mãe, mas que o próprio Espírito Santo ame em você. É desse amor que os homens precisam.

Trecho do livro "Homem e mulher em sintonia"
Monsenhor Jonas Abib - Comunidade Canção Nova