Na Liturgia diária,o Senhor toca na nossa vida através do outro. Ele não precisa de nós, mas quis contar conosco. Somos o corpo místico da Igreja, onde Cristo é a cabeça.
Quando tivemos o nosso encontro pessoal com Jesus, nós pensávamos que tudo agora estava resolvido. Nos deixamos enganar por nós mesmos de que daquele momento em diante as coisas nunca mais iriam acontecer, que as coisas estavam verdadeiramente prontas, porque o Senhor se deixou encontrar e nós o experimentamos.
O problema é que sempre pensamos que a cura é para os outros, que nós não precisamos, porque já nos encontramos com o Senhor, ou porque já não faço mais o que fazia antes. Mas hoje Jesus nos chama e está a nos dizer: “Agora filho, que você teve a graça do encontro comigo, agora Eu quero receber de ti aquilo que tu tens para me dar”. E e nós como São Jerônimo vamos dizer: "Senhor eu já te dei tudo!" E o Senhor nos responde: "Só falta você me entregar as suas misérias".
Não é fácil assumir as nossas misérias, mas esta é a proposta de Jesus para nós. É preciso deixar que Ele entre na nossa vida e reformule a nossa vida por meio da sua Palavra.
A Palavra de Deus confrontada com a nossa história é o que dar um novo significado para tudo o que nós temos vivido e já vivemos. Este confronto fará com que as muralhas caiam automaticamente. Na medida em que deixarmos o Senhor entrar na nossa vida, tudo terá um novo sentido. Aí sim, a vida vai ter um novo sabor.
As grandes muralhas não estão fora, elas estão dentro de nós. O que vai fazer com que estas muralhas caiam, é arrancá-las pelo alicerce. E o Senhor nunca faz as coisas pela metade.
Cura interior não se improvisa, porque o Senhor nunca demora, mas o que Ele faz é caprichar na nossa vida, mas para isso acontecer é preciso arrancar o alicerce. O que precisamos fazer é voltar lá na nossa infância, lá na nossa história com os nossos pais.
Arrancar o alicerce da muralha significa irmos também na história dos nossos pais, no momento em que fomos concebidos, nos primeiros anos de vida. Mas padre como é que vou me lembrar disso? É fazendo uma pesquisa na família, e também o Espírito Santo é quem vai nos revelando na oração.
Chegue perto desta muralha e vai acontecer a libertação, mas isso não quer dizer ausência de dor, mas ela nos levará a uma verdadeira libertação. Jesus é a luz que ilumina as trevas, o Senhor quer iluminar as nossas trevas. É um processo árduo, tem que molhar a camisa, porque santidade não se improvisa, é esforço. E até quando vai esse processo? Até o momento em que o Senhor nos chamar, seremos convidados a buscar a nossa cura.
Para Deus não existe resposta pronta, mágica ou improviso. Não se leva de qualquer maneira aquilo que verdadeiramente é sério, isso só prolonga a queda dessas muralhas. Deus não resolve os problema de ninguém , Ele nos dá força, discernimento e luzes para resolvê-los.
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