30/11/2019

Como deve ser o tratamento da depressão?

Que depressão é uma doença, todo mundo já sabe. Que precisa de tratamento, todo mundo já sabe também. Talvez, o que nem todos saibam é que dentro deste transtorno, classificado como transtorno de humor, pela alteração de humor que existe nela, há uma intensidade que precisa ser levada em consideração, pois nem todos que estão vivendo um momento de rebaixamento no humor, ou seja, tristeza, está com depressão.
A tristeza faz parte de uma das emoções básicas do ser humano, por isso ela chega para todos nós! O que diferencia é o tempo de permanência dessa tristeza e a intensidade dela. Nem toda tristeza é depressão, mas todo depressivo tem rebaixamento do humor/tristeza. Sendo assim, qual seria o tratamento mais eficaz para aquelas pessoas que apresentam esse quadro?
Como deve ser o tratamento da depressão?
Foto ilustrativa: KatarzynaBialasiewicz by Getty Images
Bom! O que, normalmente, acontece são aquelas pessoas que notam a manifestação de sintomas que se enquadram nessa classe diagnóstica, seja a pessoa ou alguém próximo, e logo marca uma consulta com o psiquiatra. Alguns rejeitam a ideia inicialmente, outros aceitam e, logo, iniciam o tratamento, o que é extremamente necessário. A medicação tem uma função de reorganizar a função neurológica que se encontra desconecta neste momento, ajudando a equilibrar a produção dos neurotransmissores, pois, realmente, existe uma alteração neuroquímica que impacta diretamente na alteração do humor.
A medicação tem, então, um papel fundamental no tratamento, especialmente em casos de distúrbio depressivo maior, depressão endógena e casos de moderado a grave. A medicação terá a função de “tirar com a mão”, a dor e os pensamentos negativos.

A psicoterapia é essencial no tratamento contra a depressão

No entanto, por mais importante que a psiquiatria seja, pois só ela pode prescrever o uso da medicação, sozinha ela não chega a lugar nenhum. Se a depressão não for tratada com o auxílio da psicologia, iniciado um processo de psicoterapia, quando retirada a medicação, a pessoa, bem provavelmente, retornará ao seu quadro inicial, pois, durante o seu tempo de “alívio” devido à medicação, não aprendeu a lidar com os pensamentos negativos e a dor que eles geram.
O segredo da eficácia desse tratamento está em dedicar-se no processo psicoterápico, enquanto se usa a medicação, para aprender a lidar com seus pensamentos negativos e essa sensação de tristeza constante, para assim retirar, aos poucos, a medicação. É um tratamento que conta mais com o empenho da pessoa que vive esse quadro de depressão do que da medicação ou do psicólogo e do psiquiatra. Entender isso é crucial, para não virar escrava da medicação e a ganhar força para lidar com as questões do dia a dia.
Não tenha medo do psiquiatra nem seja resistente à medicação, apenas faça a sua parte do tratamento e verá que o resultado virá.

Autora: Aline Rodrigues

29/11/2019

O RH de Jesus não segue os critérios humanos

Muitos são os critérios exigidos pelos empregadores para a contratação de um funcionário. Destacamos: experiência profissional, línguas estrangeiras, ser comunicativo, facilidade em trabalhar em equipe e tantas outras coisas que se encaixem a uma determinada função. De fato, é preciso contratar bem e confiar na pessoa certa, além disso, atualmente, a concorrência tem crescido de forma extraordinária, e isso tem feito com que muitos desistam até mesmo de tentar.
Refletindo um pouco sobre essa realidade, coloquei-a em paralelo ao Evangelho: Jesus tinha critérios totalmente diferentes (desses que contemplamos acima) para a escolha dos Seus amigos, discípulos e apóstolos. Um dos momentos em que Jesus quebra, de forma mais direta, a lógica, encontramos no Evangelho de São Mateus 5,27 : “Depois disso, Jesus saiu e viu um publicano, chamado Levi, sentado na coletoria de impostos. Disse-lhe : Segue-Me. Deixando tudo, levantou-se e seguiu-O”.
No versículo 31, quando questionado por andar, comer e beber com pecadores, Ele deixa claro quais são os Seus critérios: “Não são as pessoas com saúde que precisam de médico, mas as doentes. Não é a justos que vim chamar à conversão, mas a pecadores”.
O RH de Jesus não segue os critérios humanos
Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Jesus não segue os critérios humanos, quando se trata de acolher os outros, e nos leva a refletir quais critérios temos tido com os que estão à nossa volta

Não quero combater os critérios utilizados no meio empregatício, e sim convidar você a confrontar o Evangelho com a sua vida. Como eu e você temos nos relacionado com as pessoas do nosso dia a dia? Quais os critérios que utilizo no meu “RH pessoal”?
Os homens chamados de “publicanos”, que aparecem no Novo Testamento, são especialmente esses coletores subordinados aos contratadores e, por isso, geralmente eram nativos da própria região. Assim como os publicanos romanos, esses subcoletores também tinham fama de praticarem extorsões e serem avarentos e egoístas. Junto a isso, desde a antiguidade, as pessoas nunca gostaram de pagar impostos, o que sempre culminou num certo preconceito por quem era responsável pela tarefa da cobrança.
Portanto, a classe dos publicanos, no Novo Testamento, era extremamente odiada pelos judeus, pois além dessa má fama, ela também era considerada traidora de seu próprio povo ao servirem voluntariamente seus opressores, nesse caso, servirem aos romanos. Hoje, na sua vida, quem são os publicanos? Quem são as pessoas que estão todos os dias sentadas na coletoria de impostos? Na Palavra, vemos que Jesus viu Levi e depois o chamou. Eis o grande desafio para hoje: ver o outro.
Jesus trazia consigo, por onde passava, um olhar além das aparências; um olhar que ressuscita e devolve a esperança àqueles que já não acreditam mais que algo possa mudar.
Precisamos ter uma postura diferente hoje. Postura essa que não significa ser indiferente aos pecados cometidos pelas pessoas como Levi ou diante das circunstancias da sociedade atual, mas sim cultivar, no coração, e espalhar por meio dos sentidos: a esperança.

Como combater a desesperança?

Primeiro, precisamos cultivar dentro de nós a esperança de que algo pode mudar em nós mesmos. Não importam as dificuldades que travamos hoje, precisamos, acima de tudo, nos confrontar com a nossa verdade e assumir o “como estou’’ em busca de quem realmente sou chamado a ser. Com isso, enraizados na certeza de que Jesus vem ao nosso encontro porque somos pecadores, nos colocamos à disposição para fazer o mesmo por aqueles que, diante dos desafios da vida, necessitam de acolhida e de uma palavra que os devolva à vida.
Após o chamado de Levi, Jesus foi convidado pelo mesmo para jantar em sua casa. A mesa para o judeu significa intimidade, amizade, família. Jesus passou a ser “de casa” a partir daquele momento. É na intimidade que podemos, verdadeiramente, conhecer a alguém. Assim como Jesus, podemos, no dia de hoje, fazer uma experiência nova ultrapassando nossos critérios e preconceitos, tendo a coragem de investir com  naquele que considero  “diferente” .
Sejamos imitadores do Cristo, e saiamos pelas periferias chamando e acolhendo os “Levis” deste mundo. Sejamos ousados! Trabalhemos no RH de Jesus, com os critérios que Ele (e somente Ele) pode nos ensinar. Amor se paga com amor, como dizia São João da Cruz.

Autor: Saulo Macena

28/11/2019

Como identificar se tenho descontrole emocional?

Vivemos um tempo da supervalorização da emoção. Tudo passa pelo sentimento, inclusive decisões importantes. A grande maioria das pessoas não sabe mais distinguir razão de emoção, seja ela criança, adolescente, adulto ou até idoso. É impressionante o quanto um comportamento infantil se estendeu para outras etapas da vida e tem cegado quem vive dessa forma. Quando pergunto a uma pessoa o que passou pela sua cabeça quando viveu esta ou aquela situação, a resposta vem imediata: Fiquei com uma raiva! Senti-me abandonada! E tantas outras respostas baseadas na emoção e não na razão.
Onde está o problema? O problema é que a emoção é totalmente vulnerável, ela não tem fundamento sólido. E uma pessoa que vive a partir de suas emoções, vive como em um campo minado, estourando uma bomba aqui, outra ali e conseguindo se salvar de outras. Então, como identificar se tenho descontrole emocional?
Comece por avaliar seu comportamento. Como você tem reagido a situações do dia a dia? De forma normal, esperada? Ou surpreendendo as pessoas a sua volta, causando-lhes espanto? A questão é que, normalmente, quem vive esse descontrole emocional não percebe que o faz. E quando alguém fala para ele, acaba dando uma resposta agressiva, por não reconhecer esse comportamento.
Como identificar se tenho descontrole emocional?
Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Como controlar a emoção?

A grosso modo, podemos dizer que uma pessoa com descontrole emocional é aquela que apresenta uma reação emocional superior ao que deveria, seja por choro, agressividade física ou verbal, gargalhadas… Explico: em uma conversa, uma pessoa fala assim para você: “Você é igualzinho ao seu pai”, e a pessoa que ouviu isso tem uma ferida com o pai; logo, responde com gritos e grosseiras. Essa reação impulsiva e explosiva está diretamente ligada à suas memórias afetivas, que, desajustadas, são ativadas por uma fala ou situação.
Um outro exemplo que pode ajudar seria: uma mãe que vê seus filhos brigando, começa a gritar com eles e a bater de forma agressiva. O que leva essa mãe a ter esse comportamento quando ele não é um comportamento padrão dela? Possivelmente, a cena ativou algo nela, em seu temperamento ou personalidade, pois foi uma reação de total descontrole emocional.
Para ter controle de suas emoções, o segredo é separar sua razão da emoção e passar a ter domínio de tudo aquilo que sua mente produz e que ativa suas emoções de forma descontrolada.

Autora: Aline Rodrigues

27/11/2019

27 de Novembro - Dia de Nossa Senhora das Graças


Nossa Senhora das Graças por meio da oração, suplicamos o teu auxílio...


Oração

Lembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria, do poder ilimitado que vos deu o vosso Divino Filho sobre o seu coração adorável. Cheio de confiança na vossa intercessão, venho implorar o vosso auxílio. Tendes, em vossas mãos, a fonte de todas as graças que brotam do coração amantíssimo de Jesus Cristo; abri-a em meu favor, concedendo-me a graça que ardentemente vos peço. Não quero ser o único por vós rejeitado, sois minha Mãe, sois a soberana do coração de vosso Divino Filho.

Sim, ó Virgem Santa, não esqueçais as tristezas dessa terra; lançai um olhar de vontade aos que estão no sofrimento, aos que não cessam de provar o cálice das amarguras da vida. Tende piedade dos que se amam e que estão separados pela discórdia, pela doença, pelo cárcere, exílio ou morte. Tende piedade dos que choram, dos que suplicam, e dai a todos o conforto, a esperança e a paz! Atendei, pois, à minha humilde súplica e alcançai-me as graças que agora fervorosamente vos peço por intermédio de vossa santa Medalha Milagrosa!

Amém.

Fonte: Canção Nova

Santa Catarina Labouré, privilegiada com a aparição de Nossa Senhora

Santa Catarina Labouré, tornou-se escola de santidade para muitos

Santa Catarina de Labouré nasceu em Borgonha (França) a 2 de maio de 1806. Era a nona filha de uma família que, como tantas outras, sofria com as guerras napoleônicas.
Aos 9 anos de idade, com a morte da mãe, Catarina assumiu com empenho e maternidade a educação dos irmãos, até que ao findar desta sua missão, colocou-se a serviço do Bom Mestre, quando consagrou-se a Jesus na Congregação das Filhas da Caridade.
Aconteceu que, em 1830, sua vida se entrelaçou mais intimamente com os mistérios de Deus, pois a Virgem Maria começa a aparecer a Santa Catarina, a fim de enriquecer toda a Igreja e atingir o mundo com sua Imaculada Conceição, por isso descreveu Catarina:
“A Santíssima Virgem apareceu ao lado do altar, de pé, sobre um globo com o semblante de uma senhora de beleza indizível; de veste branca, manto azul, com as mãos elevadas até à cintura, sustentava um globo figurando o mundo encimado por uma cruzinha. A Senhora era toda rodeada de tal esplendor que era impossível fixá-la. O rosto radiante de claridade celestial conservava os olhos elevados ao céu, como para oferecer o globo a Deus. A Santíssima Virgem disse: Eis o símbolo das graças que derramo sobre todas as pessoas que mas pedem”.
Nossa Senhora apareceu por três vezes a Santa Catarina Labouré. Na terceira aparição, Nossa Senhora insiste nos mesmos pedidos e apresenta um modelo da medalha de Nossa Senhora das Graças. Ao final desta aparição, Nossa Senhora diz: “Minha filha, doravante não me tornarás a ver, mas hás-de ouvir a minha voz em tuas orações”.
Somente no fim do ano de 1832, a medalha que Nossa Senhora viera pedir foi cunhada e espalhada aos milhões por todo o mundo.
Como disse Sua Santidade Pio XII, esta prodigiosa medalha “desde o primeiro momento, foi instrumento de tão numerosos favores, tanto espirituais como temporais, de tantas curas, proteções e sobretudo conversões, que a voz unânime do povo a chamou desde logo medalha milagrosa“.
Esta devoção nascida a partir de uma Providência Divina e abertura de coração da simples Catarina, tornou-se escola de santidade para muitos, a começar pela própria Catarina que muito bem soube se relacionar com Jesus por meio da Imaculada Senhora das Graças.
Santa Catarina passou 46 anos de sua vida num convento, onde viveu o Evangelho, principalmente no tocante da humildade, pois ninguém sabia que ela tinha sido o canal desta aprovada devoção que antecedeu e ajudou na proclamação do Dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora em 1854.
Já como cozinheira e porteira, tratando dos velhinhos no hospício de Enghien, em Paris, Santa Catarina assumiu para si o viver no silêncio, no escondimento, na humildade. Enquanto viveu, foi desconhecida.
Santa Catarina Labouré entrou no Céu a 31 de dezembro de 1876, com 70 anos de idade.
Foi beatificada em 1933 e canonizada em 1947 pelo Papa Pio XII.
Santa Catarina Labouré, rogai por nós!

26/11/2019

Pornografia: seus efeitos e sua derrota

Há quem compare o poder viciante da pornografia à dependência de drogas como a cocaína
A pornografia tem um efeito devastador no cérebro humano, pois suas imagens ficam gravadas em nossa mente e nos acompanham durante anos ou durante toda a vida. Há quem compare seu poder viciante ao de drogas como cocaína. O interessante é que uma simples olhada em imagens, vídeos pornográficos ou fotos sensuais podem inocular, em nossa mente, um efeito constante, ou seja, basta fechar os olhos e ter acesso àquilo que foi visto, registrado.
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Lembro-me de que, infelizmente, meu presente de sete anos de vida, isso mesmo, 7 anos (uma criança!), foi um revista pornográfica dada pelo meu padrinho de batismo. Digo a você que, até hoje, as cenas daquela revista estão em minha mente, tal o poder devastador da pornografia. Lógico que, hoje, por um processo de autoconhecimento e de muita oração perante Deus, essas cenas não me controlam mais, porque eu escolho olhar para minha futura esposa buscando, nesse relacionamento, a pureza à qual sou chamado a viver. Mas, por muito tempo, o “ideal” de mulher e de amor que havia em minha mente era o daquela revista.
A pornografia não só é um pecado, mas é uma profunda deturpação do que é um homem e uma mulher de verdade. A pornografia cria a ilusão do prazer, a alienação do outro como um dom e sujeito de dignidade. A pornografia cria a fantasia de que o ser humano é uma máquina a ser manipulada na obtenção máxima de prazer, custe o que custar.
Olha-se o corpo (muitas vezes, alterado pelo ‘Photoshop’ ou pelos mais modernos meios de edição de vídeos), mas não se percebe o coração.
Se você é viciado em pornografia, quero chamar a sua atenção para a ilusão que vive, pois nunca terá, na vida real, a promessa daquela revista e daquele vídeo. Esse vício o jogará na amargura do irrealizado e, assim, o fará perder a promessa de uma vida humana digna de respeito e doação. Ele tirará de você a capacidade de amar de verdade, pois fará seus olhos e mente parar naquilo que é vazio e montado. Infelizmente, muitos pais (no meu caso, o padrinho) incentivam seus filhos, principalmente os homens, a ver material pornográfico. Triste esse caminho! Na verdade, não estamos sendo educados para o amor verdadeiro, mas para a ilusão de que o prazer responderá às angústias de nosso coração! Não…
E se meu filho já estiver viciado em pornografia? O que fazer?
Uma boa conversa é o começo. Não parta para a censura e para a reprovação de imediato. Converse com ele sobre as motivações que o levaram a acessar tal material. Gaste tempo com ele, fale da realidade do amor e abra os olhos de seu filho frente à mentira e ilusão que a pornografia cria. Mostre-lhe o quanto é desumano a vida de mulheres e homens que se colocam como artistas do “pornô”. E o quanto uma simples imagem pornográfica marca para sempre sua mente. Pergunte para ele se quer fazer da sua futura esposa e mãe de seus filhos uma dessas mulheres que ele vê na revista ou no filme.
Pesquisas têm mostrado que adolescentes expostos à pornografia apresentam respostas emocionais traumáticas, relações sexuais em idade precoce, um aumento do risco de doenças sexualmente transmissíveis e um desenvolvimento de compulsões sexuais e perversões. Sem contar relacionamentos afetivos apenas objetivos, ou seja, o ser humano como objeto e não sujeito. Sexo por sexo!
Vamos a algumas dicas para deixar o vício da pornografia:
1- Assumir que está ferido
Muitas pessoas pensam que a pornografia é algo inofensivo ou apenas uma satisfação de curiosidade. De fato não! Somos visuais, e as imagens entram em nosso cérebro fazendo verdadeiras catástrofes. É preciso assumir tal fraqueza, encarar que não se tem controle referente a isso, pois só assim saberá o quanto foi atingido e o tamanho da ferida!
2- Buscar ajuda
Não há como querer vencer sozinho. Depois de assumir o problema, é hora de buscar ajuda. Encontrar alguém maduro afetivamente, com quem você possa se abrir, dizendo de suas fraquezas. Um bom diretor espiritual e um confessor ajudarão muito! Pecado se vence na confissão! Às vezes, até um processo de terapia é interessante, caso seu vício esteja muito enraizado.
3- Armar-se
Eu disse, acima, sobre pessoas e ajuda, mas é preciso, de sua parte, armar-se. Ter uma vida de oração e sacramentos, ler a Palavra de Deus e buscar a Eucaristia. A adoração a Jesus Eucarístico é um bom remédio também. Ficar, ali, durante alguns minutos, vendo o Senhor e apresentando a Ele sua mente e seus desejos vai, aos poucos, limpar a sujeira que entrou pelos seus olhos.
 4- Decisão firme
Não há como vencer a batalha dormindo com o inimigo. É preciso desfazer-se de toda possibilidade de pornografia. Jogue fora revistas, filmes, imagens etc. Às vezes, é preciso romper com as pessoas que o motivam ao vício. Não dá para, em meio à guerra, ficar em território inimigo!
 5- Sempre ativo
Nós sabemos e sentimos quando estamos prestes a cair no pecado. Não tem essa de “eu não sabia que ia dar nisso”. Ninguém cai do nada no precipício. Sempre é um passo de cada vez. Quais são as suas fragilidades? Quando está mais sensível? Sabendo disso e se tornando ativo nessas horas, evitará cair ladeira abaixo.
 6- Não é pecado sentir
Às vezes, na luta contra o pecado, as pessoas se tornam obcecadas e pensam que até o que sentem é pecado. Não é assim! O pecado está em “consentir” e não em “sentir”. Quando vejo uma mulher bonita, sinto sua beleza entrar em meus olhos. Isto não é pecado. Pecado é quando eu pego essa beleza, que entrou em mim, e a manipulo, desejo-a e a deixo dominar meus pensamentos. No entanto, o que posso fazer, ao sentir isso, é louvar a Deus por minha afetividade viva e ativa, louvá-Lo pela beleza da criação e da criatura. Canalizar o desejo em Deus!

Autor: Adriano Gonçalves

25/11/2019

Os maiores desafios depois do divórcio

Sabemos quão difícil é carregar a cruz, e um divórcio indesejado é uma cruz gigante

É fato que, hoje, muitas pessoas se divorciam na tentativa de melhorarem suas vidas, porém, não estão cientes de todos os desafios que terão de enfrentar e as consequências inevitáveis que esse processo traz consigo.
Foto: Halfpoint by Getty Images
Na Bíblia, em Malaquias 2,16, Deus nos diz que odeia o divórcio. Em Mateus 19,60 vemos que o casamento é uma união permanente. “Muitos casamentos, que foram desfeitos por motivos triviais, poderiam ter sido salvos se marido e mulher tivessem sido capazes de se perdoar mais” ( Mateus 18,21-22).

Incertezas e angústias

Na justiça, o divórcio pode, muitas vezes, legalizar um estado de discórdia entre um casal, configurando um processo de disputa e exigindo a criação de novas estruturas de convivência doméstica, principalmente, no que diz respeito a pais e filhos. Tanto no âmbito da psicologia clínica quanto no âmbito judicial, os estudos demonstram que os conflitos vividos pelos pais, antes e durante o processo de um divórcio, causam problemas de ajustamento nos filhos, que vivenciam o divórcio como um mistério que precisa ser explicado com clareza e objetividade. Todos os familiares vivenciam incertezas e angústias que ameaçam a estabilidade pessoal, exigindo a elaboração de uma perda.

Desafios do processo

Os desafios decorrentes desse processo são muitos. Os problemas financeiros; a criação de filhos; a solidão, muitas vezes esmagadora; e o sentimento de fracasso são alguns dos problemas e desafios que os divorciados enfrentam. Por mais que esse tenha sido consensual, muitas vezes, leva muito tempo para desaparecer.
Surgem sentimentos de perda, fracasso, desamparo, abandono, rejeição, medo, insegurança e incertezas, circundando esses sujeitos, que afetam diretamente os novos arranjos familiares e que precisam ser trabalhados.
Seguem abaixo algumas dicas e os principais desafios que podemos enfrentar nesse processo:

Suporte

A primeira coisa aconselhável a ser feita é buscar um bom suporte espiritual e também psicológico. Nesse momento, é de fundamental importância poder contar com alguém de confiança, ter um espaço para compartilhar sua história e seus sentimentos, dividir as dores da perda e receber um suporte profissional para ajudá-lo a reestruturar a vida e se preparar para esse novo momento, onde muitos ajustes precisam ser feitos. Então, tanto a psicoterapia, na busca por um bom psicólogo, como também a direção espiritual feita por um bom sacerdote, podem constituir um ótimo ponto de partida. São meios bastante adequados para fortalecer a pessoa e, também, lhe proporcionar ferramentas para enfrentar com coragem os desafios que virão.

Vida financeira

Já diz o ditado que divórcio é sinônimo de prejuízo, e isso é um fato. Tudo o que o casal tinha antes será, agora, dividido por dois. A divisão das economias empobrece ambas as partes e, isso, é inevitável. Você vai perder reservas e aumentar os custos da sua vida. Portanto, deve estar preparado para isso.

Filhos

Visitas, pensão e educação. Não é preciso dizer que, muitas vezes, serão eles que arcarão com as duras consequências da separação dos pais. É preciso reservar tempo, com calma, para conversar e garantir a seus filhos que você os ama; sobretudo, explicar-lhes que eles não são os responsáveis pelo divórcio dos pais. Responda suas perguntas da forma mais sincera e objetiva possível, evite distribuir culpas e busque preservar e manter em harmonia a relação deles com o pai e a mãe. Continuar na mesma casa e manter a rotina podem ajudar.

Amigos

Amigos são para sempre, mas a dura realidade é que, na separação, há também uma divisão natural daqueles com quem vocês mais conviviam enquanto casal. Por outro lado, é provável que o seu meio social mude naturalmente com o decorrer do tempo.

Moradia

Esse também pode ser um impasse entre o casal que se separa. Como a maioria dos processos caminha para que, a guarda dos filhos seja compartilhada por ambos os genitores, ainda assim, é comum que os filhos passem mais tempo com a mãe, que assume normalmente a rotina de escola, saúde, higiene, alimentação etc., se isso não esbarrar em outros tipos de problemas, é aconselhável que a mãe permaneça no local de moradia anterior à separação, para que, dessa forma, altere-se o menos possível a rotina dos filhos. Num processo de divórcio consensual, a residência entra como objeto de partilha, mas pode ficar como “usufruto dos filhos” até que os mesmos atinjam a maioridade.

Identidade pessoal

Quem sou eu sem minha mulher, sem meus filhos ou marido? Essa pergunta pode rondar sua mente nos primeiros momentos depois de uma separação. Nesse aspecto, a ajuda de um bom profissional pode ser muito útil, para que, aos poucos, você possa recuperar de volta a sua identidade pessoal dentro desse novo modo de vida. Por isso, é importante ir atrás de referências, antigas ou novas, que venham reforçar sua identidade.

Vida familiar

Quando um casal decide se separar, há também um ajuste importante na vida dos familiares envolvidos direta ou indiretamente. É muito importante, nesse momento, voltar-se, um pouco mais, para os “seus familiares”, que podem ser, grande ajuda e suporte, sobretudo nas fases iniciais.
Outro aspecto importante será redefinir como ficarão as relações com a família do ex-cônjuge, com quem, muitas vezes, os laços são muito estreitos e já se considera parte da sua família também. Aos poucos, um novo formato de relação surgirá, mas procure sempre manter o vínculo dos avós e tios com seus filhos.

Estilo de vida e estado civil

Aqueles hábitos que você tinha antes de separar-se, como sua vida social e atividades de lazer, por exemplo, agora serão diferentes. Você tomará muitas decisões sozinho, a não ser as que envolvem seu tempo com seus filhos. Também pode acontecer, em alguns casos, que a mulher fique em tempo integral com os filhos, o que, certamente, acarretará sobrecarga, exigindo que ela se desdobre para dar conta do recado.
Alguns homens podem sentir-se novamente como na época de solteiros e ter o desejo de viver como tal, saindo com amigos solteiros, buscando namoricos e relações passageiras, até como forma de reviver os bons tempos antes do casamento. O fato é que a vida mudou e os tempos são outros, o matrimônio marca profundamente a vida de uma pessoa, e para nós cristãos é um laço indissolúvel. A não ser que um Tribunal Eclesiástico declare nula essa união.
Para muitas mulheres, pode ser até humilhante assumir perante a sociedade e a Igreja seu novo status como “divorciada”, principalmente se em seu coração não desejava a separação. Esse também é um tema que deve ser tratado com todo cuidado junto a um terapeuta ou diretor espiritual.

Atividades sociais

Casais normalmente têm atividades sociais diferentes de pessoas solteiras, sobretudo, casais com filhos. Nessa nova condição de vida, tanto o homem com a mulher levarão algum tempo até ajustar novamente sua vida social, a escolher as companhias para sair, talvez encontrar pessoas que estejam no mesmo estado de vida.
Em alguns momentos, os filhos estarão presentes; em outros, você estará sozinho.
No início, pode parecer estranho ou até mesmo fazer com que você se sinta deslocado em determinado ambiente. Aos poucos, as coisas tendem a se definir e você se adaptará a esse novo contexto.

Nova união

É muito comum que, nesse momento, logo após a separação, muitas pessoas venham dar conselhos; um deles é que a melhor forma de esquecer um amor é encontrar outro.
“São numerosos hoje, em muitos países, os católicos que recorrem ao divórcio segundo as leis civis e contraem civilmente uma nova união. A Igreja, por fidelidade à palavra de Jesus Cristo – ‘Todo aquele que repudiar sua mulher e desposar outra comete adultério contra a primeira; e se essa repudiar seu marido e desposar outro comete adultério’ (Mc 10,11-12) –, afirma que não pode reconhecer como válida uma nova união se o primeiro casamento foi válido. Se os divorciados tornam-se a casar com outra pessoa, mesmo que no civil, ficam numa situação que contraria objetivamente a lei de Deus. Portanto, não podem ter acesso à comunhão eucarística enquanto perdurar essa situação. Pela mesma situação, não podem exercer certas responsabilidades eclesiais.
A reconciliação pelo sacramento da penitência só pode ser concedida aos que se mostram arrependidos por haver violado o sinal da aliança e fidelidade a Cristo, e se comprometem a viver uma continência completa.”
Matrimônio só deixa de existir quando sua nulidade é declarada, o que só pode ser feito por um Tribunal Eclesiástico.

Vida de oração e Igreja

Assim como foi dito no início, ter um bom terapeuta para acompanhá-lo nesse processo e um bom diretor espiritual são de fundamental importância, mas isso deve ser reforçado com uma vida constante de oração e frequência assídua à igreja, às Missas e aos sacramentos.
A Igreja, nesse momento, mais do que nunca é mãe e deve acolher o divorciado. Sabendo da grande dificuldade que se avizinha, compadecendo-se da dor, a Igreja está sempre presente para perdoar e acolher, mesmo em caso de queda.
Sabemos quão difícil é carregar a cruz, e um divórcio indesejado é uma cruz gigante. Talvez essa seja uma oportunidade para um testemunho único, uma prova de amor a Deus maior que tudo, quando renunciamos ao amor a nós mesmos por uma prévia promessa feita a Ele, a do matrimônio. Então, no momento que conseguirmos olhar esse sofrimento como a cruz que nos assemelha a Cristo, unimos nossas dores às d’Ele, que, certamente, nos dará força, coragem e sabedoria necessárias para enfrentarmos esses desafios. Confiantes e certos de que não estamos sozinhos nessa luta, a Igreja nos acolhe e recebe; e Jesus Cristo caminha ao nosso lado. Confiantes em Suas promessas, podemos viver sem pecar.

Autora: Judith Dipp