28/02/2014

É preciso saber celebrar o carnaval!


Padre Anderson Marçal
Foto: Arquivo/Cancaonova.com
Por padre Anderson Marçal

A palavra "carnaval" vem do termo do latim ''carne vale'',  que significa "festa das carnes" e tem origem europeia, inclusive ainda existe essa festa na Europa. Lá no Hemisfério Norte, nesse período, está quase terminando o tempo frio e de estiagem, por essa razão não podiam matar os bois, as ovelhas e os cordeiros, porque assim as famílias não teriam como se aquecer (já que os animais serviam também para aquecer a própria casa no inverno). Por isso, nesse momento, no qual estava acabando o inverno, eles faziam o abate desses animais e, assim, realizavam uma grande celebração: "as festas das carnes". Depois de um tempo essa festa foi adquirindo também um caráter folclórico; foi quando chegou ao Brasil.

Neste momento começamos a entender as máscaras, as fantasias e toda a realidade da beleza do carnaval, pois é uma questão cultural de celebrar a alegria: "Nós podemos comer, acabou o inverno; podemos nos alimentar com carne e nos alegrar porque a estiagem passou!". Então, a ''festa das carnes'' nasce desta maneira. A origem é justamente esta: nos alegrar, sim, porque nós temos o direito de nos alegrar e Deus nos dá esta graça de estarmos em constante estado de alegria e também nos alegramos pelos frutos da terra e pelas carnes que podemos comer.

Desta forma a festa do carnaval tem este foco de nos proporcinar alegria, de estarmos com as pessoas que amamos e de festejar, sim. Mas o grande risco do nosso carnaval é que, com o passar do tempo, ele tomou uma linha um pouco diferente da original. Não foi mais um momento de festa e de nos alegrarmos de uma maneira sadia, pois, infelizmente, existem algumas pessoas que aproveitam esse tempo para fazer as maiores besteiras da vida.

Por essa razão a Igreja retoma o sentido original dessa festa cultural, de nos alegrarmos e de festejarmos, sim, mas com esta certeza de que a verdadeira alegria não vem de fora, mas sim do coração onde Deus habita.

Fonte: Canção Nova

27/02/2014

A verdadeira alegria vem de Deus!



Padre Anderson Marçal
Foto: Arquivo/Cancaonova.com
Vivemos em uma sociedade em que as pessoas buscam a felicidade em situações que proporcionam somente sentimentos passageiros e artificiais, esquecendo-se de que a fonte da verdadeira alegria vem de Deus. Nas próximas semanas acontecem no Brasil as festas de carnaval, momentos nos quais muitos extrapolam na forma de se divertirem e viverem os sentimentos que afloram neste tempo.

Padre Anderson Marçal, sacerdote da Comunidade Canção Nova, explica que nós cristãos devemos celebrar o carnaval e não simplesmente festejar ou pular carnaval, pois devemos viver esse tempo de modo diferente do que é proposto pelo mundo. E reforça que devemos, sim, nos alegrar, mas nunca perder nossos valores, pois, infelizmente, muitos aproveitam esse período para se perderem e acabam se afastando dos desígnios de Deus.

O carnaval é momento festivo, mas não devemos nos esquecer de que a verdadeira alegria está em Cristo. Por essa razão, a Igreja procura fazer desta festa cultural um momento de grande alegria e louvor ao Senhor realizando em muitas comunidades e paróquias os retiros de carnaval.

“A Igreja,  em si, tem estes retiros para dizer que a maior alegria, que realmente deve estar em nosso coração, é Jesus Cristo. Por isso devemos depositar nossa alegria no Senhor e o festejarmos de maneira diferente”, aconselha o sacerdote.

Todo nosso contentamento é fruto do Espírito Santo. A nossa alegria brota da ação de Deus em nossa vida, por essa razão não há necessidade de situações externas para que nos alegremos verdadeiramente.

Muitos jovens participam do Acampamento de Carnaval da CN todos os anos
Foto: Arquivo/Cancaonova.com

“A alegria é um estado de espírito, tantas vezes encontramos pessoas que não teriam motivos nenhum para se alegrar, mas estas se alegram por terem a certeza de que Deus está com elas. A certeza de que a alegria está no nosso coração, porque Deus a coloca, e não porque qualquer outra coisa material ou artificial possa nos dar essa graça. Mesmo assim alguns vão se alegrar bebendo, se drogando e até mesmo para se esquecerem de seus problemas”, afirmou padre Anderson.

Neste carnaval faça uma opção diferente de diversão, não se prenda a alegrias momentâneas e sim a alegrias duradouras. Deus é nossa única fonte de felicidade e preenche nossa vida com bênçãos e com os dons do Seu Santo Espírito.

“A alegria de Deus é esta certeza de que Ele está no nosso coração. Não é uma alegria como um momento, mas sim como um estado de espírito”, refletiu o sacerdote.

Venha participar, com esta vontade de se alegrar no Senhor, do Acampamento de Carnaval na Canção Nova. Serão dias de muito louvor, oração, adoração ao Santíssimo Sacramento e muita diversão com músicas de Deus e gente do bem para que você viva a proposta do evento: ''Alegrar-vos no Senhor''.

Fonte: Canção Nova

26/02/2014

Carnaval: alegria ou fuga?



Professor Felipe Aquino
Foto: Arquivo/Cancaonova.com
Por professor Felipe Aquino

Estamos próximos de mais um carnaval (o “carne vale”), ou o “currus navalis”, que os gregos e romanos antigos faziam, usando um enorme carro em forma de navio, para homenagear o deus Dionísio ou Baco, o deus do vinho.  
 
A Igreja procurou dar uma nova mentalidade a essas festas pagãs, eliminando toda mitologia e superstição, bem como a orgia que, muitas vezes, predominava nelas. Portanto, não foi a Igreja quem instituiu o carnaval, mas foi ela quem procurou dar novos rumos ao que já acontecia. Conseguiu fazer com que, com muita luta, essa festa popular ficasse restrita a apenas três dias antes da Quaresma.

Com o passar do tempo, sobretudo no Brasil, o carnaval descambou para a dissolução dos costumes, especialmente nos bailes e nas escolas de samba, em cujos desfiles predominam o luxo, a esnobação de artistas, o exibicionismo em forma de nudismo e toda espécie de erotismo. Pode-se chamar a isso de “alegria”? Não! Alegria é a satisfação do espírito liberto das paixões, não a satisfação da carne. Quem se entrega ao pecado é escravo dele, disse São Paulo. Esquece-se de que os Mandamentos de Deus são o caminho da libertação. Entre eles estão o Sexto e o Nono Mandamentos: "Não pecar contra a castidade" e "Não desejar a mulher do próximo" (cf. Êxodo 20, 1-17; Deuteronômio 5, 1-21).

Jesus, em inúmeras passagens de Suas pregações, mandou cumprir esses preceitos. Diz São Paulo: "Nem os impudicos, nem idólatras, nem adúlteros, nem depravados, nem de costumes infames, nem ladrões, nem cobiçosos, como também beberrões, difamadores ou gananciosos terão por herança o Reino de Deus" (1 Cor 6,9; Rom 1, 24-27). O apóstolo condena a prostituição (cf 1 Cor 6,13 ss, 10,8; 2 Cor 12,21; Col 3,5).

No Sermão da Montanha, o Senhor Jesus interpreta de maneira rigorosa o plano de Deus: "Ouvistes o que foi dito: 'Não cometerás adultério'. Eu, porém, vos digo: todo aquele que olha para uma mulher com desejo libidinoso já cometeu adultério com ela em seu coração" (Mt 5,27-28). Cristo proclamou: "Bem-aventurados os puros, porque eles verão a Deus".

É triste observar que até o Governo estimula esse desregramento com uma ampla distribuição de “camisinhas”, para que os foliões “pequem à vontade” sem perigo de contaminação. O Papa João Paulo II assim se expressou sobre o uso desse preservativo: “Além de que o uso de preservativos não é 100% seguro, liberar o seu uso convida a um comportamento sexual incompatível com a dignidade humana [...]. O uso da chamada camisinha acaba estimulando, queiramos ou não, uma prática desenfreada do sexo [...]. O preservativo oferece uma falsa ideia de segurança e não preserva o fundamental” (PR, nº 429/1998, pag. 80).

As consequências da imoralidade liberada no carnaval, para muitos, são terríveis: uso de drogas, “sexo livre”, sem responsabilidade, famílias destruídas, mães e pais jovens solteiros; filhos, muitas vezes, abandonados ou em orfanatos, e muitas crianças “órfãs de pais vivos”, como disse João Paulo II aqui no Brasil. No ano passado um carro alegórico de escola de samba pegou fogo em Santos; ao menos quatro pessoas morreram.

O homem quer a felicidade, foi feito para a felicidade, mas muitos se esquecem de que “Deus é a felicidade”, e é inútil procurar onde ela não existe. Longe de odiar esses “irmãos enganados”, vamos trazê-los para perto de Deus nesses “dias maus”! Sabemos que essa festa, para muitos, é fuga de seus problemas, de uma vida sem sentido, de um vazio insuportável na alma, que precisa ser esquecido... Rezemos por todos eles!

Por tudo isso o cristão deve aproveitar esses dias de folga para descansar, rezar, estar com a família e se preparar para o começo da Quaresma, na Quarta-feira de Cinzas. O cristão não precisa dessa “alegria falsa”, que, quando passa, deixa sabor de morte; pois o prazer é satisfação do corpo, mas a verdadeira alegria é a satisfação da alma, e esta é espiritual.

Fonte: Canção Nova

25/02/2014

Reflita sobre suas atitudes durante o carnaval

O carnaval está se aproximando, e muitos aproveitam essa oportunidade para extravasar e fazer tudo o que em dias normais não lhes é permitido. Será que realmente para ser feliz é preciso desfrutar de sentimentos passageiros e supérfluos? O que leva os indivíduos a cometerem tantos excessos durante o carnaval, esquecendo-se da vida real para viver uma fantasia?

Segundo a psicóloga Judinara Braz, é preciso que cada um se preserve e tome cuidado com o seu comportamento durante essa festa popular, porque a ideologia divulgada neste momento é de que "tudo está liberado", ou seja, para se divertir vale tudo.
"É preciso fazer a opção pela vida e negar as tendências que nos descaracterizam como filhos de Deus", aconselha psicóloga.
Foto: Maria Andrea/Cancaonova.com

“Não podemos nos influenciar pelos estímulos que este ambiente nos oferece. Lembrando que, no meio da multidão, os estímulos não aparentam ser agressivos, porque têm a desculpa de que 'é para ser feliz', mas as consequências destes são extremamente agressivas”, salienta Judinara.

A psicóloga ressalta que é importante que as pessoas tenham consciência das suas ações e que não percam o equilíbrio. Durante a folia os convites são muitos, mas nós não devemos nos esquecer de nossos valores em tempo algum.

“Acredito que as consequências disso são tão sérias que este folião precisa realmente pensar no sentido da sua vida, porque a 'ressaca moral' agride a sua imagem e o que ele é. As pessoas não esquecem com facilidade o que você fez, e você também não consegue fazer isso. Não adianta sentir uma 'ressaca moral' se você não sentir a necessidade de mudar a sua postura. Se não há mudança de vida, este tipo de comportamento vai se repetir de carnaval em carnaval”, explicou a especialista.

Ela esclarece que o "peso na consciência" depois de uma atitude impensada ou precipitada deve nos servir como o começo para uma autorreflexão sobre o nosso comportamento, de forma a termos consciência dos nossos limites, e alerta sobre o fato de que o vazio e a angústia que sentimos não podem ser preenchidos com sentimentos passageiros.

“É importante que as pessoas reflitam que tudo isso só dura cinco dias, e nada ali é eterno, mas que pode as afastar do Eterno. É preciso fazer a opção pela vida e negar as tendências que nos descaracterizam como filhos de Deus. Portanto, para curar as feridas precisamos estar nos lugares e com as pessoas certas para que esse vazio seja preenchido”, recomenda a psicóloga.

Para desfrutarmos das verdadeiras alegrias da vida, com discernimento e prudência, precisamos ter um encontro pessoal com o Senhor para conhecê-Lo e nos conhecermos também.

Fonte: Canção Nova

24/02/2014

Jesus teve mais irmãos?




 Diante das controvérsias se Jesus tinha irmãos ou não, sem entrar em polêmicas, quero ajudar o católico a entender o ensino da Igreja sobre este tema.


Jesusl.° — Entre o Povo Judeu, a palavra «irmão» era   usada   para.  designar,   também,   os   parentes próximos, como sobrinhos, primos, etc. Já no Antigo Testamento, o tio e o sobrinho são chamados «irmãos». Como vemos, por exemplo no diálogo entre Abraão e Lot em Gn 13,8 ( Abraão era tio de Lot) “Abrão disse a Lot: “Rogo-te que não haja discórdia entre mim e ti, nem entre nossos pastores, pois somos irmãos.”  O mesmo sucede com Jacó e Labão (cf. Génesis 29,10 com 29,15).

Também primos também são chamados «irmãos», como lemos em 1Cro 23,22 (Bíblia de Jerusalém): “Eleazar morreu sem ter filhos, mas teve filhas que foram desposadas pelos filhos de Cis, seus irmãos.” Eleazar e Cis eram irmãos, logo as filhas do primeiro eram primas dos filhos de Cis. Ainda hoje, em muitos povos, a palavra «irmão» é usada para designar os primos e qualquer parente.


2.° — Na Bíblia, são indicados como «irmãos» de Jesus, Tiago, José, Judas, Simão (cf. Marcos 6,3). Mas nós sabemos, pelo Evangelho de S. João, que a Mãe de Jesus tinha uma irmã (ou prima) também chamada Maria e que era mulher da Cléofas, João 19,25  lemos claramente: “Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena.”  Sabemos, também, que Maria, mãe de Tiago, o menor ,e de José, não é a Mãe de Jesus (cf. Marcos 15,40; Mateus 27,56). A mãe de Tiago e de José é «outra Maria», irmã ou prima da Mãe de Jesus. Foi esta «outra Maria», que, no «primeiro dia da semana», logo de manhã cedo, foi visitar o sepulcro de Jesus, como lemos em Mateus 28,1: “Depois do sábado, quando amanhecia o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o túmulo.” S. Marcos confirma que esta «outra Maria» é, de fato, a mãe de Tiago (Marcos 16,1). S. Lucas diz o mesmo (Lucas 24,10). Portanto, S. Tiago, que foi Bispo de Jerusalém e é chamado o «irmão do Senhor» (cf Gálatas 1,19), não é realmente irmão de Jesus, mas primo. O outro Tiago, de que fala o Novo Testamento, é irmão de João e filho de Zebedeu (Mateus 4,21). Por seu lado, Judas (o santo) apresenta-se como irmão de Tiago (Judas 1,1).


Conclusão: Os «irmãos» e «irmãs» de Jesus, de que fala o Novo Testamento, não são irmãos no sentido verdadeiro, mas primos.


3.° — A Família de Nazaré aparece sempre com 3 pessoas: Jesus, Maria, José, Quando, aos 12 anos, Jesus vai a Jerusalém com Maria e José, para a festa da Páscoa, só aparece Jesus como único filho  de Maria   (cf  Lucas 2,41-52).


4.° — Se Maria tivesse mais filhos, não se compreenderia como é que Jesus, ao morrer, deu ao Apóstolo João, como filho, a Maria, para que cui-dasse d’Ela (cf João 19,26-27). E o Apóstolo João era da família de Zebedeu (cf. Mateus 4,21; 10,3; 27,56; etc). Nem sequer era parente de Jesus. Por certo, Jesus não entregaria a sua Mãe a um estranho, se Ela tivesse outros filhos.


Pe. Alberto Gambarini

23/02/2014

Exercite a fé!

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Esta pequena meditação é dirigida a quem esta sofrendo alguma doença do espírito, emoções ou corpo. O modo como Jesus curava continua sendo válido para todos os tempos, onde existirem pessoas doentes.Entre as inúmeras curas de Jesus, uma chama a atenção de um modo todo especial. É a cura da mulher do fluxo de sangue.Durante doze anos padeceu deste mal, e também gastou todo o seu dinheiro buscando a cura com diversos médicos. Tendo ouvido falar de Jesus, toma a decisão de procurá-lo.


O efeito deste encontro foi instantâneo: “aproximou-se dele por detrás e tocou-lhe a orla do manto; e no mesmo instante lhe parou o fluxo de sangue.” (Lc 8,44).

Como aconteceu esta cura?

- Uma multidão seguia Jesus, e muitos esbarraram Nele. E somente a mulher do fluxo de sangue foi curada. Esta mulher tocou em Jesus certa de receber a cura. A sua motivação foi a fé! Ela acreditava no poder de Jesus para curá-la. Não se deixou intimidar por nenhuma dificuldade. Ela entrou na multidão decidida a se aproximar de Jesus e tocar em suas vestes.

- A fé teve como ajuda um ponto de contacto: tocar na veste de Jesus. Alguns poderiam interpretar como superstição, crendice, simpatia…para esta mulher foi como uma alavanca para levantar a sua fé. Jesus não criticou este seu gesto, porque viu a grandeza da fé da mulher.

Como atualizar este evangelho para a nossa vida?

1. Aprendendo a orar com fé e ousadia, isto é, tomando posse do poder de Jesus. Por exemplo, colocando-se no lugar da mulher do fluxo de sangue, com a seguinte oração:

“Senhor Jesus, eu agora toco na Tua presença, aqui nesta oração, e eu creio que estas me curando.”

2. Esta oração pode ser feita também colocando a mão na enfermidade ou no peito.

3. Participando com uma atitude nova da Eucaristia. Quando comungamos recebemos Jesus Vivo, que toca em todo o nosso ser. Este é um momento especial do fluir da cura de Jesus, por isso devemos apresentar-lhe nossas necessidades. Ele quer nos curar. Basta crer, e Ele manifestará o Seu poder.

4. Visitar mais frequentemente o Sacrário. A qualquer momento, Jesus esta aí disponível para nos atender e abençoar.


Em nosso Santuário, e também pelos testemunhos da benção da água através do Programa Encontro com Cristo, tenho visto as pessoas exercitarem a fé neste poder de Jesus.

Pe. Alberto Gambarini

22/02/2014

Dar a vida por aquilo que é eterno!

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As coisas visíveis são momentâneas

Jesus disse: "Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve" (Mt 11,28-30).

Quantos de nós experimentam o cansaço no mundo de hoje! Deus nos propôs uma cura nessa passagem, mas na dimensão da fé. O Senhor, vivo e ressuscitado, está no meio de nós. D'Ele ouvimos o convite: Vinde a mim! Você pode se perguntar: "Devo ir aonde?" Ir à Canção Nova ou a outro lugar? Não, primeiro você tem de buscar uma experiência com Jesus!

Cristo nos fez essa promessa, e é mais fácil uma montanha ser lançada ao mar do que Ele voltar atrás [nas promessas feitas]. Hoje em dia, muitos se apresentam como a solução para os nossos problemas. Por isso precisamos tomar cuidado para não sermos enganados por pessoas que estão pensando somente nos próprios interesses. O Senhor nos oferece ajuda gratuitamente. Ele disse aos discípulos: "Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me" (Mt 16-24). Isso é submeter-se ao jugo do Senhor. Ele nos promete aliviar nossa alma.

Jesus Ressuscitado tem algo muito melhor do que o que você está buscando! Porém, para isso, você tem de deixar o "homem velho" que está em você. A coisa mais fácil para Ele é atendê-lo imediatamente. Para Deus é muito mais fácil dizer: "Levanta, toma o teu leito e anda" (Jo 5, 8). Mas podemos ver isso sob uma dimensão diferente, como em João 4,14, quando Cristo nos diz: “Mas o que beber da água que eu lhe der jamais terá sede”.

É isso que o Senhor quer fazer conosco, nos dar a água viva do Espírito Santo. Jesus nos oferece duas águas: a solução para nossos problemas e a salvação. Temos, então, de escolher, como na multiplicação dos pães.

A multidão seguia Jesus, pois tinha visto que Ele podia curar, multiplicar os pães, mas quando Ele lhes disse que quem quisesse a salvação teria de comer a Sua Carne e beber Seu Sangue, muitos deixaram de segui-Lo por causa dessas palavras, porque não foram atendidos na hora e por não as compreenderem.

Jesus quer nos dar muitas coisas, mas o mais importante é a vida eterna. O restante é acréscimo, por isso, muitas vezes, não recebemos o que pedimos, porque para nós o mais importante é o Reino dos Céus. Santo Agostinho dizia: "De que adianta viver bem se eu não viver eternamente".

A nossa presente tribulação, momentânea e ligeira, nos proporciona um peso eterno de glória incomensurável. Porque não miramos as coisas que se veem, mas sim as que não se veem, pois as coisas que se veem são temporais e as que não se veem são eternas (cf. IICor 4-17-18).

Há uns 800 anos, São Francisco disse: "Meus filhos, grandes coisas prometemos a Deus, mas muito maiores são as que Ele nos prometeu. Pequena é a pena, o sofrimento do tempo presente, mas a glória que nos espera é infinita".

Quando não acreditamos na vida eterna, qualquer sofrimento parece ser insuportável. Mas quando acreditamos nela verdadeiramente, o que são os sofrimentos da vida diante dos bens eternos?

Faço um apelo a sua fé: as coisas visíveis são momentâneas, mas o que Deus quer nos oferece é eterno.

Vale a pena dar a vida por aquilo que é eterno!

Márcio Mendes
Fonte: Canção Nova

21/02/2014

Humanização nas Empresas

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Vivenciar as relações no ambiente de trabalho

Empresas buscam produtividade, e a capacidade de produção está associada ao esforço oferecido por cada funcionário. Empresas crescem à medida que seus colaboradores também crescem interiormente. Quanto menor for a capacidade de crescimento interior de cada um, tanto menor será sua produtividade.

Como a espiritualidade cristã pode ajudar as companhias a serem locais de alta produtividade gerada a partir da humanização? Jesus Cristo conhecia Seus discípulos, Ele sabia o nome de cada um, conhecia as histórias de vida deles. Trilhou um caminho fazendo deles não funcionários do Reino de Deus, mas amigos que poderiam difundir, para outros cantos da Terra, a mensagem de amor que Ele anunciava.

Claro que, em uma empresa de grande porte, essa realidade de conhecer cada colaborador é praticamente impossível de ser aplicada no dia a dia. Mas grandes empresas possuem equipes responsáveis por seus diversos setores. Por isso, o primeiro passo é que o empresário conheça aqueles que estão em contato direto com ele. Essa rede de conhecimento deve ser criada na base e estender-se de modo mais amplo aos diversos setores da companhia, a fim de saber quem está ao seu lado, suas dificuldades, seus limites e suas potencialidades. Conhecer os dons de cada um que com ele convive diretamente é o primeiro passo para uma equipe de base, na qual o crescimento é prioridade a ser buscada e não meta a ser imposta.

Conhecer aqueles que colaboram para o bom andamento da empresa é fundamental para que a ideia principal desse conhecimento interpessoal chegue a todos. Esta rede de amor não é impossível de ser realizada; no entanto, ela só funcionará se for vivenciada por todos aqueles que acreditam na verdade de seus princípios.

Uma rede de amor, na qual o conhecer e a acolhida são eficazes, é fruto de um processo nascido na verdade dos sentimentos de quem busca um jeito novo de vivenciar as relações no ambiente de trabalho. Ao buscar apenas o resultado financeiro, essa rede terminará, mais cedo ou mais, no fracasso.

O projeto inicial deve nascer da convicção de que as relações entre empresário e colaboradores seja fruto de um processo que busque, em primeiro lugar, superar as divisões existentes na empresa onde os funcionários não mais sejam vistos apenas como meros executores de funções, e passem a ser vistos e conhecidos como pessoas. Para o crescimento de uma empresa, o empresário terá de ter consciência de que ele, primeiro, deverá buscar o crescimento interior. Não há como exigir mudanças se antes elas não acontecerem, verdadeiramente, em sua própria vida.


Padre Flávio Sobreiro

Fonte: Canção Nova

20/02/2014

Onde estão as pessoas iluminadas?

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O mundo está carente de pessoas que brilham

Que pena ver, todos os dias, pessoas que vivem obscuras e perdidas nas próprias trevas, deixando-se vencer pela escuridão, imaginando ter encontrado a luz. No dia a dia, misturam-se luzes e trevas, ambas se confundem. Os bons costumes, o respeito, o carinho, a atenção, a honra, a dignidade, tudo isso aparece misturado com falta de respeito, de pudor, de libertinagem, de falsidade e de negação dos verdadeiros valores.

Lamentavelmente, os mais variados meios de comunicação têm se pautado por uma enxurrada de comportamentos escandalosos levando nossa juventude para o relaxamento e a degradação humana e religiosa. Convence muito mais uma cena, uma palavra, um gesto de alguém na telinha ou de um amigo no Facebook do que uma vida de doação e exemplos.

Devo reconhecer que também existem pessoas iluminadas que se destacam em qualquer lugar que chegam. O olhar alegre, as atitudes que encantam, as palavras que tocam fundo, a palavra certa para a pessoa certa.

São pessoas que tratam todos com o mesmo respeito, que têm um coração aberto e acolhedor sempre, que buscam o bem do outro antes do próprio. Pessoas iluminadas por valores humanos e cristãos, que nunca se deixam vencer pela atração da moda, do consumo, do ódio, da vingança, das coisas efêmeras do cotidiano. Como precisamos destas pessoas que não só tem luz própria, mas que buscam a fonte da verdadeira Luz!

O mundo está carente de pessoas que brilham e iluminam pelo seu ser e estar no mundo. Poderia dizer que o mundo está gritando de fome e sede de anjos, não no céu, mas aqui na terra. Anjos de carne e osso, transmitindo otimismo, garra, entusiasmo, gosto de viver, amor e atenção, sem medo de enfrentar os desafios que o maligno semeia, dia e noite, no coração, principalmente dos jovens.

Existem estes anjos, talvez o nos que falte seja enxergar e reconhecer esses exemplos. Como seria diferente se tivéssemos a coragem de imitá-los. Tenho a certeza de que o mundo seria melhor. É mais fácil imitar as futilidades, seguir a correnteza dos maus costumes, do modismo sem controle, do liberalismo, do “tanto faz como tanto fez”.

Infelizmente, as maiores vítimas disso tudo são os jovens e os adolescentes, quando não crianças de colo. Que tristeza ver crianças e adolescentes mandando nos pais! Pais que perderam toda a autoridade diante dos filhos, filhos matando os pais, e estes sem saber o que fazer com os filhos. Já passou a hora de acordar e verificar quais valores estamos transmitindo desde o ventre materno. Que exemplos estão sendo dados aos filhos, netos, sobrinhos desde a infância? O que estamos fazendo para a formação do caráter e do sentido de viver em sociedade? É preciso verificar o quanto antes o que contribui com a internalização dos verdadeiros valores e não com o que contribui na formação de adultos vazios, sem personalidade, sem pudor, sem sentimento, sem perder a dimensão sobrenatural da vida.

"Obrigado, Senhor, por ter colocado na minha vida tantas pessoas iluminadas, de têmpera firme, de personalidade decidida, de educação invejável, de fé inquebrantável! Afasta de mim os tolos, os falsos, os mal-humorados, os aproveitadores, os donos da verdade. Peço a Tua luz, Senhor, para que jamais deixes de iluminar a todos que encontrar pelo caminho da vida."

Uma abençoada e iluminada semana para você e sua família!

Dom Anuar Battisti
Arcebispo de Maringá (PR)

Fonte: Canção Nova

19/02/2014

Mudança de estação

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A intensidade dos acontecimentos

A seca e o calor, destes dias, em todo o Brasil, nos fazem experimentar, de maneira mais intensa, o fenômeno natural da mudança de estação. Às vezes, o contraste impressiona. A natureza sabe nos surpreender. De um momento para outro, da angústia se passa para o alívio.

Quando finalmente aparece a estação das chuvas, a natureza reencontra suas energias e se abrem novas possibilidades de lançar as sementes. O que se passa na natureza pode acontecer com a Igreja, pode acontecer com a sociedade. Precisamos estar atentos à “propícia estação”.

Nestes dias, está se completando um ano da renúncia do Papa Bento XVI e da eleição do Papa Francisco. Se acionarmos a memória e olharmos o que se passou, nesse ano, nos daremos conta da intensidade dos acontecimentos e da força que os aglutina como frutos de uma inesperada primavera eclesial.

Basta recordar o impacto positivo provocado pela renúncia de Bento XVI. Sobretudo, a repercussão que teve a eleição do Papa Francisco, com seus gestos iniciais, carregados de simbolismo, sinalizando a retomada do impulso renovador desencadeado pelo Concílio, mas que vinha perdendo força diante das dificuldades de sua implementação.

De fato, dá para dizer que começou uma nova estação para a Igreja. Sobretudo, pela figura, pela força moral e pelo testemunho do Papa Francisco. Ele teve a grande intuição de relançar o projeto de renovação da Igreja, levando em conta o esforço já feito, mas contando também com os ventos favoráveis do momento que a Igreja passou a viver a partir da inesperada renúncia do Papa Bento e também da eleição de Francisco.

Como acontece com a natureza, a força de renovação brota de dentro, mas a colheita depende muito do que o agricultor semear, no tempo oportuno, favorecido pelas circunstâncias, no clima propício de nova estação.

Já passou um ano deste novo ciclo que a Igreja vem vivendo. Aguardam-se para este segundo ano algumas iniciativas de ordem mais estrutural. Elas servirão de alento para mudanças mais significativas da organização da Igreja, visando incentivar sua missão de ser portadora da mensagem evangélica para todas as pessoas, em qualquer situação que se encontrem.

Comparando agora com a situação da sociedade, parece haver um claro contraste. Cabe à sabedoria política orquestrar os acontecimentos, de tal modo que se valorize o que existe de positivo e se coíba o que prejudica o bem comum. O que não se pode é deixar que as coisas aconteçam para, depois, correr atrás do prejuízo. Como na agricultura, se deixamos a natureza por conta própria, o inço acaba tomando conta de tudo.

Como nação brasileira, nesta época de grandes possibilidades de crescimento com maior justiça social, somos chamados a ser bons agricultores. Vamos cuidar das boas sementes e neutralizar o inço daninho. Vamos assumir os valores, vamos coibir os abusos. Não vamos permitir que se transforme em inverno a primavera que recém começou.

Dom Demétrio Valentini
Bispo de Jales

Fonte: Canção Nova

18/02/2014

Não desista de viver a bondade!

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Deus nos dá a direção para vencermos os obstáculos

Certa vez, disse para uma amiga: “Não desista de viver a bondade!” Passaram-se anos e, há poucos dias, ela me disse: “Nunca mais me esqueci de suas palavras, e tenho me deixado conduzir por elas, as quais permanecem como eco em minha memória”.

A princípio, fiquei somente surpresa por ela ter se recordado tão vivamente do conselho, mas, depois, percebi que era mais que isso. Em suas palavras, percebi o Senhor atualizando o recado também para minha vida.

Em um mundo no qual se coloca em evidência aquilo que não é bom, se não estivermos alicerçados em princípios de fé e esperança, correremos o risco de nos deixar levar pela maldade e agir pela força dos argumentos da razão, desistindo facilmente de ser bons.

Hoje, resolvi ampliar a partilha na intenção de que ela chegue ao seu coração, porque acredito no poder da bondade. Posso dizer, por experiência própria: o amor é mais forte que o poder do mal. Existe uma fábula atribuída a Esopo que pode ilustrar essa partilha, e eu a apresento aqui: "Conta-se que o sol e o vento discutiam sobre qual dos dois era mais forte. O vento disse: 'Provarei que sou o mais forte. Vê aquela mulher que vem lá embaixo com um lenço azul no pescoço? Aposto como posso fazer com que ela tire o lenço mais depressa do que você'.

O sol aceitou a aposta e recolheu-se atrás de uma nuvem. O vento começou a soprar até quase se tornar um furacão, mas quanto mais ele soprava, mais a mulher segurava o lenço junto a si. Finalmente, o vento acalmou-se e desistiu de soprar. Então, o sol saiu de trás da nuvem e sorriu bondosamente para a mulher. Com esse gesto, ela imediatamente esfregou o rosto e tirou o lenço do pescoço. O sol disse, então, ao vento: 'Lembre-se disso: a gentileza e a bondade são sempre mais fortes que a fúria e a força'".

Acredito que, com essa narrativa, Deus está nos dando a direção para vencermos os obstáculos de nossa vida. Não com a força, não com a fúria, mas com a gentileza, com o sorriso, com a bondade e a paciência, com o amor e o perdão. É assim que venceremos!

Não sei em qual etapa da vida você se encontra nem quais são os desafios que tem enfrentado, mas acredito que Jesus, o “Homem bom por excelência”, pode e quer o ajudar a dar uma resposta diferente, fazendo opção pela bondade.

A Palavra do Senhor diz: "Não pela força nem pela violência, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos [...]" (Zacarias 4,1-10). E o Espírito de Deus nos conduz somente àquilo que é bom, justo e nobre.

Que tenhamos coragem e disposição para expressar a bondade que está em nós e chegar a muitos corações a partir da nossa decisão e da coragem de sermos um pouco melhores a cada dia. Eu estou tentando. E você?

Busquemos, juntos, neste dia, dar a vitória à bondade. A força dessa virtude, passando por nossos pequenos gestos, pode fazer grande diferença.

Dijanira Silva
dijanira@geracaophn.com

Fonte: Canção Nova

17/02/2014

É no Senhor que renovamos as nossas forças!

A Palavra meditada, hoje, está em Isaías 40,27-31.

"O Senhor é aquele que dá ânimo ao cansado e recupera as forças do enfraquecido", afirma Márcio.
Foto: Wesley Almeida/Arquivo Fotos CN


Quero começar a reflexão de hoje fazendo uma comparação. Segundo a Palavra de hoje, aqueles que esperam no Senhor renovam suas forças como águias, porque, quando este pássaro vai chegando aos 40 anos, precisa trocar suas penas, suas garras e seu bico, pois, se ele não se renovar, morre.

Então, a águia procura lugares altos para se refugiar de todos, assim como Jesus quando subia para rezar no monte. Lá, ela começa a bater o bico contra a pedra, até este se desprender. Depois, quando nasce um novo bico, a águia começa a bicar a própria unha até arranhá-la, a fim de que nasçam outras unhas. Também esse pássaro começa a arrancar uma a uma de suas penas, para que outras novas nasçam. Assim, ela ganha mais dezenas de anos de vida, tudo porque se renovou.

A Palavra de Deus está querendo nos dizer que aqueles que confiam no Senhor, mesmo que sintam que o seu tempo acabou, pois estão sem forças e desgastados, que não vão atingir seus objetivos, ao se colocarem na presença do Pai e buscar refúgio em luares altos, eles se renovarão.

É em Deus que nós encontramos a nossa renovação. Sem Ele envelhecemos e morremos mais cedo. Então, vejamos o que diz a Palavra: “Jacó, por que você anda falando, e você, Israel, por que anda dizendo: ‘O Senhor desconhece o meu caminho e o meu Deus ignora a minha causa’?” No lugar de Jacó e de Israel, você pode colocar seu nome, pois "Jacó" significa "aquele que crê", e Israel é todo aquele a quem o Altíssimo dirigiu Suas promessas.

Quando você confia em Deus, a sua fé o torna filho do Senhor. Então, você começa a entender que o Pai já o está abençoando e curando o seu coração. É esse mesmo Senhor que lhe pergunta: “Por que você reclama que Deus não vê seus direitos nem seu sofrimento? Acaso não ouviu falar? O Senhor é o Deus eterno, foi Ele quem criou os confins do mundo?”

Deus não corre e não faz nada às pressas ou fora do tempo. Ele também não se cansa e não é estúpido para colocar, neste mundo, uma ordem e, depois, desistir. O Senhor é aquele que dá ânimo ao cansado e recupera as forças do enfraquecido.

Se você está fraco ou desanimado, só há uma maneira de se fortalecer, independente de idade, saúde ou capacidade: recorrendo a Deus e unindo-se a Ele, porque até os jovens podem se cansar, e mesmo os guerreiros mais valentes podem tropeçar, mas aquele que está unido ao Senhor não vacilará.

A nossa esperança precisa ser posta em Deus, pois ela descansa e renova nossas forças. A esperança posta nas pessoas cansa, pois sabemos que, a qualquer momento, podemos nos frustrar. É confiando no Senhor que renovamos nossas forças, que recebemos asas para voar sobre os problemas que nos cercam. É confiando n’Ele que podemos correr sem cansar.

Quando confiamos em Deus, ninguém pode nos deter. É claro que seguiremos em qualquer direção, mas caminharemos para o bem e aprenderemos a vencer a voz da tentação.

Os que esperam no Senhor são aqueles que aprenderam a ouvir a voz do coração, onde fala o Espírito Santo, e ali e se tornaram fortes. Mas não basta ouvi-Lo, é preciso colocar em prática, dar fé àquilo que Deus revelou ao seu coração e revestir-se com essa inspiração.

Meu irmão amado, confie no que Deus coloca no seu coração, não contrarie as inspirações d’Ele, porque um coração inspirado pelo Senhor vê o que mais importa e é um conselheiro infalível.

Vamos pedir a Deus essa força que nos descansa; peçamos a companhia d’Ele para vencermos, dia após dia, as tentações que nos rodeiam.

Uma pessoa atenta, que tem fé, é forte, corajosa e cheia de amor, é um verdadeiro milagre de Deus e é também presença d’Ele por onde vai. Por isso, bendito seja o Senhor que nos dá essa Palavra, dizendo que nós podemos renovar n’Ele as nossas forças.

Se até agora a tentação estava no seu coração, questionando onde está seu Deus e seus direitos; agora, o Espírito Santo está lhe pedindo calma, porque quem está com você é o Senhor que criou o universo. Ele não corre, faz tudo a Seu tempo, e também não cansa, mas dá ânimo para sua vida. Bendito seja o nome de Deus por essa Palavra que nos enche o coração! Com Deus podemos muito mais, é n’Ele que colocamos nossa esperança.

"Nós confiamos em Vós, Senhor, de todo o coração. Bendito seja Teu nome, agora e para sempre."


Márcio Mendes
Membro da Comunidade Canção Nova.


Transcrição e adaptação: Débora Ferreira

Fonte: Canção Nova

13/02/2014

A idolatria nos afasta da presença de Deus

Deixar de prestar culto a Deus para prestar culto a qualquer ser humano e a qualquer objeto é uma tremenda idolatria!

”Então o Senhor irritou-se contra Salomão, porque o seu coração tinha-se desviado do Senhor, Deus de Israel, que lhe tinha aparecido duas vezes e lhe proibira expressamente seguir a outros deuses. Mas ele não obedeceu à ordem do Senhor” (1Rs 11, 9-10).

Nós, hoje, estamos vendo umas das páginas mais tristes das Sagradas Escrituras. Há poucos dias refletíamos como Davi pediu a Deus, mas sobretudo pediu a seu filho Salomão, que fosse fiel à Lei do Senhor Nosso Deus. O próprio Salomão, quando subiu ao trono, pediu ao Senhor que lhe desse sabedoria e Deus não lhe negou esse pedido. Mas não basta ter sabedoria, é preciso saber usá-la!

A sabedoria de ouvir a Deus precisa vir acompanhada da mesma sabedoria de obedecer a Ele. Por duas vezes, como a Palavra nos diz: ”Deus veio ao coração de Salomão” para lhe dizer que ele estava errado. Mas, devido à dureza de coração, ele não ouve ao Senhor, pois este mesmo coração, muitas vezes, está inclinado a fazer algo e não muda a sua posição e segue as inclinações erradas e negativas.

Não adianta jogar pedras em Salomão, porque esse é o pecado que muitos de nós cometemos, por isso a vida de muitos de nós perde o rumo e a direção, porque conhecemos a Deus, a Lei de Deus, mas fazemos aquilo que nos dá na cabeça. Dizemos assim: “Deus vai me entender!” Entender, Deus entende, mas depois somos nós quem amargamos as consequências das escolhas erradas, da falta de discernimento, de sabedoria ou de obediência à Lei de Deus.

Ah, meu querido Salomão, iludido pelas riquezas, iludido pela vontade de conquistar reinos, casou-se com muitas mulheres com o objetivo de estender o seu reino e de oferecer cultos aos deuses dessas religiões pagãs das mulheres com quem ele havia se casado. Como isso desagradou o coração de

Deus, a idolatria desagrada demais o coração de Deus!
Deixar de prestar culto a Deus para prestar culto a qualquer ser humano e a qualquer objeto é uma tremenda idolatria! E como a idolatria nos afasta do coração do Senhor, por isso, Salomão não permaneceu na bênção, não permaneceu na graça, porque ele foi infiel à aliança do Senhor no seu coração.

Que Deus nos livre desse mal, que Deus perdoe nossas negligências e infidelidades! Não permita, Senhor, que o nosso coração desfaleça pela infidelidade às Suas Leis. Que eu e você saibamos, com todas as quedas que já tivemos na vida, a amolecer essa cabeça e pararmos de ser cabeças-duras.

Sobretudo, para termos um coração que escute a vontade do Senhor.

Deus abençoe você!


Fonte: Canção Nova

09/02/2014

Exame de Consciência...


 Muitas confissões não são frutuosas por uma série de motivos. Entre os princípios está a forma superficial como algumas pessoas confessam. Toda confissão exige uma preparação feita com oração e um bom exame de consciência: “… prepara-te… para sair ao encontro de ter Deus” (Am 4,12).

A confissão é um ato de amor a Deus. O próprio papa Francisco destacou em uma missa celebrada em Santa Marta em Outubro de 2013, sobre a importância da confissão comentando um texto de São Paulo, leia:

“Alguns dizem: ‘Ah, eu me confesso com Deus. Mas é fácil, é como confessar-se por email, não? Deus está longe, eu digo as coisas e não tem um cara a cara, não tem um olho no olho. Paulo confessa a sua fraqueza aos irmão cara a cara. Outros: ‘Não, eu vou me confessar’ mas se confessam de coisas tão superficiais, que não têm nenhuma concretização. E isso é o mesmo que não fazê-lo”, afirmou o Papa.

“Confessar os nossos pecados não é o mesmo que ir à uma sessão com o psiquiatra, nem ir para uma sala de tortura, é dizer ao Senhor: ‘Senhor sou pecador’, mas dizê-lo através de um irmão, para que este dizer seja concreto. ‘E sou pecador por isso, por isso e por isso”, destacou Francisco.

“Concretização, honestidade e também uma sincera capacidade de se envergonhar dos próprios erros: não existem vielas nas sombras alternativas ao caminho aberto que leva ao perdão de Deus, a perceber no fundo do coração o seu perdão e o seu amor”, continuou o Pontífice.

 Preparação com a Oração

 1. O Local: escolha um lugar tranqüilo para passar um tempo a sós com o Senhor. Se possível, diante do sacrário.

 2. A Oração: tenha presente que a finalidade é preparar-se para uma confissão frutuosa. Se estiver diante do sacrário, fique olhando para Ele sem se preocupar com as palavras. Sinta a presença de vida a brotar desse lugar santo.

Caso esteja em qualquer outro lugar, não tenha pressa em fazer a oração. Feche seus olhos, enxergue Jesus sorrindo para você e iluminando-o com sua luz.

A seguir, abra seu coração em agradecimento ao Senhor pela oportunidade de poder renovar Seu perdão em sua vida. Você pode agradecer lembrando fatos do passado em que sentiu a cura de Deus, assim como as bênçãos recebidas desde a sua última confissão.

 O passo seguinte é pedir para fazer um bom exame de consciência

3. Procurar um sacerdote para fazer uma boa confissão. Ao terminar a confissão, não tenha pressa em retornar as atividades. Permaneça alguns instantes agradecendo pelo perdão recebido, e se houver algo a ser reparado por palavras e atitudes, faça-o sem demora.

No caso de problemas de relacionamento, ore para que o Senhor tire os efeitos das feridas emocionais, sem ficar buscando culpados. Também interceda pelas pessoas que o magoaram ou que você magoou. Peça o auxílio da graça para que o perdão da confissão vá curando as faltas e defeitos confessados.

Sugestão de um breve exame de consciência

1. Mandamento: “Amar a Deus sobre todas as coisas”.

Tenho dado tempo em meu dia para Deus, buscando-o pela oração, lendo sua Palavra, oferecendo-lhe meus trabalhos e evitando todo mal?
2. Mandamento: “Não tomar seu santo nome em vão”.

Sou dado a usar o nome de Deus de qualquer modo? Tenho blasfemado ou feito juramentos falsos? Fiz promessas e não cumpri?

3. Mandamento: “Guardar domingos e festas”.

Tenho honrado o dia do Senhor e os dias santificados participando da santa missa, ou tenho trocado por outros compromissos?

4. Mandamento: “Honrar pai e mãe”.

Tenho amado os meus pais, independentemente de seus aparentes defeitos? Sendo necessário, tenho colaborado com suas necessidades materiais e espirituais?

5. Mandamento: “Não matar”.

Tenho prejudicado a vida, a integridade física, fama ou honra do próximo… Tenho aconselhado ou praticado o aborto? Tenho guardado rancor?

6. Mandamento: “Não pecar contra a castidade”.

Tenho consentido em meus pensamentos ou desejos? Respeitei meu corpo ou o corpo de outras pessoas como templo do Espírito Santo?

7. Mandamento: “Não furtar.”

Tenho roubado, prejudicado no trabalho ou negócios ou desejado injustamente os bens do próximo?

8. Mandamento: “Não levantar falso testemunho”.

Tenho sido leal e verdadeiro? Ou prejudicado os outros com palavras falsas, calúnias, fofocas, juízos temerários, violação de segredo?

9. Mandamento: “Não desejar a mulher do próximo.”

Tenho sido fiel a meu esposo ou esposa em meus desejos e relações com os outros?

10. Mandamento: “Não cobiçar as coisas alheias”.

Tenho sido dominado pela ambição desregrada, a ponto de usar meios desonestos para alcançar alguma vantagem financeira? Tenho sentido inveja do progresso do meu próximo?

Fonte: Padre Alberto Gambarini

08/02/2014

Astrologia — Horóscopos


horóscopo 

Uma das perguntas mais comuns entre as pessoas é: qual o seu signo? Na maioria dos jornais, das revistas e de outros meios de comunicação também está presente a seção dedicada ao horóscopo ou previsão astrológica. Também é frequente a afirmação: “Não creio na influência do horóscopo, mas algo de verdade deve existir”.

O  horóscopo é uma “previsão” sobre o futuro de pessoas, países… realizado por astrólogos. Chama-se a essa prática de astrologia, que nada mais é que uma antiga prática ocul­tista, em que se crê na influência dos astros nos acontecimentos da vida. A ciência já provou não existir nenhuma consistência nessa crença.


Pontos para pensar sobre a astrologia


  • A astrologia surgiu em um tempo em que se pensava que os astros giravam em torno da terra, quando na verdade ela gira em torno do sol.
  • A terra tem um movimento irregular, resultando em uma constante “mudança no zodíaco”. Desse modo, não é possível uma previsão exata, afinal existe a possi­bilidade de pessoas nascidas no mesmo dia mês com signos diferentes.
  • O número de planetas reconhecidos pelos astrólogos até 1781 era de seis. Nesse mesmo ano foi descoberto Urano; Netuno em 1846 e Plutão em 1930. Fica uma questão: se os astros exercem alguma influência sobre o comportamento humano, então eles têm poder mes­mo ainda não sendo conhecidos? E como o astrólogo pode determinar o destino de alguém se existem forças desconhecidas?
  • A astrologia acredita que os astros dirigem a vida das pessoas. As constelações sobre as quais se fundamenta o zodíaco estão a anos luz dos planetas. Caso isso fosse verdade, seriam necessários anos para se dar alguma influência.
  • Gêmeos idênticos deveriam ter o mesmo caminho tra­çado pelos planetas e pelas estrelas. Entretanto, a re­alidade é outra: existe a possibilidade de um viver e outro morrer no nascimento; no decorrer da vida, um poderá ter sucesso e outro fracasso…
  • Se for levada em conta a influência de todas as estre­las e constelações dispersas pelo universo, praticamente se torna complexo e difícil o trabalho dos astrólogos. Tal constatação comprova o erro da astrologia, que tem sua origem ligada a um tempo em que pouco se conhe­cia sobre os astros.

O  professor Sérgio Menge de Freitas, da Universidade Fede­ral do Rio de Janeiro, pesquisador em Cinemática Estelar e História da Astronomia, publicou em 1994 um artigo deno­minado “Alguns percalsos da Astrologia”, em que escreveu

“A astrologia nasceu coerente com a astronomia de uma época. De lá para cá, a astronomia progrediu muito, e a astrologia praticamente não incorporou progresso algum da astronomia, a não ser quando foi obrigada a ‘engolir três sapos’: adotou Urano, Netuno e Plutão. Seria mais embaraçoso não incorporá-los, apesar de a astrologia apregoar que lida com ‘energias cósmicas’ ou ‘vibrações’ não físicas (as quais precisam da ajuda do primeiro choro ou da primeira respiração de um recém-nascido para nele ‘entrarem’…).


Fosse assim, com cinco mil anos de astrologia, se vinte por cento dos astrólogos tivessem sentido as ‘vibrações’ de Urano, Netuno e Plutão, já teríamos a existência dos três novos planetas como fato consumado há alguns séculos. Não teria sido tão recente o vexame de decretar o impea­chment de três ‘regentes’ de signos, para poder encaixá-­los, estragando certa simetria que haviam arranjado para o esquema geométrico das ‘soberanias angulares celestes’ … Enfim, incorporou os três, mas não incor­porou satélites de outros planetas, asteróides, nebulo­sas, associações reais entre estrelas, galáxias, pulsars, quasars, buracos negros etc. Os mesopotâmicos não conheciam tais coisas”.


A Bíblia e a astrologia


A Bíblia é muito clara quanto à proibição da prática da astrologia:


“Quando levantares os olhos para o céu e vires o sol, a lua, as estrelas, todo o exército do céu, guar­da-te de te prostrares diante deles, e de render um culto a estes astros, que o Senhor, Teu Deus, deu como partilha a todos os povos que vivem debaixo do céu” (Dt 4,19).

“Não se ache no meio de ti quem faça passar pelo fogo seu filho ou sua filha, nem quem se dê à adi­vinhação, à astrologia, aos agouros, ao feiticismo, à magia, ao espiritismo, à adivinhação ou invo­cação dos mortos, porque o Senhor, Teu Deus, abomina aqueles que se dão a estas práticas…” (Dt 18,10-12).

 “…aqueles que prepararam o mapa do céu e observam os astros… ei-los como argueiro de pa­lha que o fogo consumira’ (Is 47,13).

 “Eis o que diz o Senhor: não imiteis o procedi­mento dos pagãos; nem temais os sinais celestes como os temem os pagãos, porquanto os deuses desses povos são apenas vaidade” (Jr 10,2-3).

 “Respondeu Daniel ao rei: nem sábios, nem mági­cos, nem os feiticeiros, nem os astrólogos são ca­pazes de revelar o que o rei pergunta. Mas há no céu um Deus que desvenda os mistérios” (Dn 2,27).


A Igreja e a astrologia


Desde o início da igreja cristã, a astrologia foi identificada como sendo de origem demoníaca. Santo Agostinho, no seu tratado A cidade de Deus, condenou a consulta aos astros por ser algo fatalista e negar a liberdade humana. Os concílios de Laudicéia (366), Toledo (400) e Braga (561) manifesta­ram-se contra a astrologia por ser contrária ao ensino bíblico e por ter sua origem nas divindades das religiões pagãs.


No Catecismo da Igreja católica, n. 2116, encontra-se a posição oficial e atual para os verdadeiros cristãos:


“Todas as formas de adivinhação hão de ser rejeitadas: recurso a Satanás ou aos demônios, evocação dos mortos ou outras práticas que erroneamente se supõem ‘desco­brir’ o futuro. A consulta aos horóscopos, a astrologia, a quiromancia, a interpretação de presságios e da sorte, os fenômenos de visão, o recurso a médiuns escondem uma vontade de poder sobre o tempo, sobre a história e finalmente sobre os homens, ao mesmo tempo que um desejo de ganhar para si os poderes ocultos. Estas prá­ticas contradizem a honra e o respeito que, unidos ao amoroso temor, devemos exclusivamente a Deus”.


Fonte: Católico pode ou não pode? Por quê? Vol. 1, Padre Alberto Gambarini

07/02/2014

Na adoração é preciso silenciar



 
Na adoração, não é necessário falar muito nem se lamuriar diante d'Ele. Deixe Deus fazer e falar. Mesmo que você não sinta, saiba que Ele está falando ao seu espírito porque você O está adorando em verdade.

Dentro da sua realidade, você passa a adorar em espírito e O deixa entrar, refazendo seu espírito, alma, coração e emoções. Exponha-se diante do Senhor como você é e está. Coloque-se como um menino diante da Sua presença.
Quando nos sentimos totalmente impotentes é que realmente O adoramos.

Aprendemos que nossos olhos devem estar fixos n'Ele. Deste modo, o Senhor robustece a nossa fé, nos impele a não desistir. É por meio desse exercício que nossas virtudes e dons são fortalecidos.

Deus abençoe você,



Monsenhor Jonas Abib
Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova 

06/02/2014

Coração e educação!

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Corações educados crescem em sabedoria e graça

Pascal, pensador do século XVII, afirmava que “o coração tem razões que a própria razão desconhece: percebe-se isso de mil modos (...)”. Esta sua afirmação tornou-se célebre. O que entendia o pensador por coração? Teria este alguma relação com o grande e nobre desafio da educação?
O coração é um órgão vital do corpo humano, muito estudado, acompanhado e cuidado. A arte médica realizou muitas conquistas no tocante ao cuidado deste órgão vital. No entanto, o coração humano tem conotação mais ampla: é considerado a sede dos sentimentos, expressão da intimidade do ser humano, centro das grandes decisões existenciais e da vida. Para além de considerações fisiológicas, queremos centrar a atenção para aquilo que ele representa.

Podemos dizer que o coração representa o horizonte no qual o ser humano pode atingir o conhecimento de si, de seus sentimentos, de suas paixões, de seus impulsos, tendências, desejos e valores, de suas capacidades e aptidões. São aspectos da existência humana que ultrapassam a mera racionalidade; não são aspectos contrários à razão, mas mais profundos. Assim, o âmbito do coração recebe uma amplidão de possibilidades que está além da razão, sem ignorá-la; indica para experiências originárias de conhecimento! Nessa perspectiva, podemos identificar um horizonte de experiências, no qual a razão lógica não pode penetrar e que, todavia, toca dados objetivos autênticos, segundo uma ordem sua própria.

Tendo presente tais considerações, poderemos perguntar: o que a educação pode fazer pelo coração humano? No que ela pode cooperar para que esta dimensão decisiva da existência humana receba justas orientações para o desenvolvimento de uma existência humana verdadeiramente integrada e integradora? Como as instituições educativas abordam tais aspectos da existência humana, decisivos para o convívio social integrado, harmonioso e respeitoso?

Há, talvez, especialistas e técnicos na arte da educação que desconsideram tais afirmações e indicações. Haveria, talvez, daqueles que considerassem tudo isso tarefa exclusiva dos genitores, da família. Encontraremos outros ainda que, talvez, dirão que tudo isso nada tem a ver com educação... Será?

Certo é que encontramos tantas realidades em que respeito, valores, aptidões, desejos, sonhos, impulsos, regras, aspectos fundamentais do convívio humano civilizado são simplesmente transcurados, senão ignorados. E no empurra-empurra das responsabilidades, vemos um número crescente de pessoas sendo lançadas para as ‘periferias existenciais’.

Não resta dúvidas de que um número sempre maior de pessoas tem acesso à instituição escolar, pois cresceu o número daqueles que chegaram à universidade. Mas sob que condições? Quais seriam os resultados objetivos dessa realidade? Melhorou o convívio social? Vemos pessoas melhor formadas, mais bem informadas? Ora, informação não pode ser considerada sinônimo de formação. Quem, afinal, define o projeto sócio-educativo de um povo, duma nação? E para além de opiniões difusas, não é raro encontrar adolescentes analfabetos que há anos frequentam a instituição escolar; também não é raro encontrar pessoas que passaram pelo terceiro grau e que não conhecem regras básicas da língua madre.

Também não é raro encontrarmos professores apavorados, reféns de grupos que agem impunemente; embora em alguns países eles possuem lugar social de destaque, são considerados mestres, gozam de respeito público! 
Corações educados, orientados, formados e informados crescem em sabedoria e graça diante dos demais e do Eterno!

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Fonte: Canção Nova

05/02/2014

Como ovelhas sem pastor

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Não há pior desorientação do que sermos ovelhas de outro homem

"Ao desembarcar, Jesus viu uma multidão e sentiu pena deles, porque andavam como ovelhas sem pastor." (Mc 6,34)

Uma ovelha sem pastor não é livre, mesmo que pareça sê-lo; na verdade, é uma ovelha desgarrada e perdida, que vaga pelos montes sem saber para onde ir, e está exposta ao assalto de qualquer inimigo.

Também os homens, para serem verdadeiramente livres, necessitam de um pastor que oriente seus passos, que ilumine sua mente, porque a liberdade humana é atada e só pode se realizar quando o homem escuta um chamado e lhe responde. Necessitamos de um pastor que nos chame. Mas quem será ele? Será, por acaso, outro homem? Não, porque só Deus pode se colocar à frente do homem. Por isso, o Senhor, depois de condenar os falsos pastores de Israel, diz: “Eu mesmo reunirei o resto de minhas ovelhas”.
Jesus é Deus conosco, Ele está diante de nós, é o único Pastor, o Bom Pastor que reúne as ovelhas desgarradas. Por isso, no Evangelho, Jesus se compadece das pessoas ao ver que elas andam desorientadas como ovelhas perdidas. Ele vê a miséria espiritual do povo, por isso, começa a lhes ensinar. E o milagre que fará, posteriormente – a multiplicação dos pães –, será o sinal de Seu imenso amor de Pastor.

Parece que, a cada dia, temos mais problemas e menos soluções. O que devemos fazer? Em que devemos crer? Em quem podemos confiar? Antes, tudo era mais simples, mais claro e definido, as verdades da fé e da religião pareciam imutáveis, mas, agora, tudo é mais complexo. Agora, tudo se move, tudo se questiona, tudo se coloca em dúvida; e isso produz incerteza e angústia, porque não estamos acostumados a viver sob a influência de tantas e tão contraditórias opiniões. Mas isso é muito perigoso para a verdadeira liberdade, porque o medo e a angústia facilmente nos levam à submissão incondicional a outros homens. E não há pior desorientação para o ser humano que a de ser ovelha de outro homem. Muitos países experimentaram isso, dolorosamente, por muito tempo.

Convém distinguir, claramente, entre a “liberdade de” e a “liberdade para”, porque há uma liberdade de pré-julgamentos, interesses egoístas, ideologias e falsos pastores. E outra liberdade para buscar a verdade, amar o próximo, para fazer justiça e seguir o Bom Pastor. A diferença entre a simples liberdade dos falsos pastores e a liberdade para seguir o Bom Pastor é o que chamamos de fé. 
A fé nos dá a verdadeira segurança em Deus e nos faz superar toda desorientação, toda dúvida e incerteza. Quando todas as verdades parecem questionáveis, quando não há quem encontre o caminho, quando a vida se converte em problema, o Bom Pastor nos chama e nos diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”.

Peçamos ao Senhor, insistentemente, que nos regale mais pastores, porque “a colheita é grande, mas os operários são poucos" (cf. Lc 10,2).


Padre Nicolás Schwizer
Movimento Apostólico Shoenstatt
Fonte: Canção Nova

04/02/2014

Vontade e desejo

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O prazer e a satisfação são as compensações para os esforços

Quando eu era apenas um menino, meu sonho era encontrar o gênio da lâmpada mágica para que ele realizasse as minhas vontades, mesmo sabendo que teria apenas três desejos. Mas, se existisse um gênio que realizasse tais coisas, por que razão ele colocaria a condição de atender apenas três desejos, conforme indica a fábula? Qual seria a diferença entre vontade e desejo?

De acordo com a definição do dicionário Houaiss, um dos significados da palavra "vontade" é a "força interior que impulsiona o indivíduo a realizar algo, atingir seus fins". Enquanto que o significado de "desejo" é "aspiração diante de algo que corresponda ao esperado". À primeira vista, as palavras seriam sinônimas, mas trazem em si objetivos diferentes.

Ouvimos muitas pessoas dizerem que, em toda sua vida, nunca tiveram seus sonhos realizados. Que a vontade delas sempre ficou em segundo plano, parece que nunca tiveram sorte na vida nem conheceram o significado da palavra felicidade. Há também aquelas pessoas que acreditam que os astros criaram um verdadeiro complô contra elas. Assim, muitas outras justificativas poderiam ser apresentadas como razão para suas frustrações.

Quem não gostaria de se tornar um milionário na loteria? No entanto, a maioria das pessoas não se empenha para isso, pois, raramente, fazem suas apostas. Outras têm vontade de ter um bom emprego, com ótima remuneração, mas pouco fazem para a concretização de seus sonhos.

Quando acontece alguma coisa interessante, é comum as pessoas dizerem que "juntou-se a vontade de comer com o desejo”. Por meio desse dito popular, fica fácil perceber que a vontade se tornou realidade quando se criou oportunidades para viver o que foi antes desejado.

Tomando outro ditado como exemplo – “vontade é uma coisa que dá e passa” –, podemos perceber que, nessa circunstância, faltou empenho da parte da pessoa para a realização daquilo que era sua aspiração. Então, podemos entender que a realização da nossa vontade está diretamente relacionada às atitudes que deveremos empreender para alcançar aquilo que é do nosso desejo. A partir dessa reflexão, precisamos estar atentos às diferentes vontades que alimentamos, pois nenhum de nós está imune a ter vontades que, em nada, contribuem com a vida que procuramos levar. Se não estivermos vigilantes, poderemos nos empenhar, avidamente, para a realização de algo que poderia ser a ruína da nossa vida.

É claro que, como em todos os nossos desejos, o prazer e a satisfação são as compensações para os esforços empreendidos. Mas muitos desses desejos podem se tornar compulsivos, fazendo com que a pessoa se torne escrava de suas próprias vontades.

Diante dessas situações, podemos entender que não cabe a Deus a tarefa de tirar do nosso coração os desejos que nos levam a cair. Fica a nosso encargo a obrigação de não criarmos meios para a realização daquilo que poderia trazer desordem aos nossos sentimentos ou confusão à nossa razão.

Dado Moura
Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova

03/02/2014

Sacerdote, o procurador da misericórdia de Deus!

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Confissão, ato em que você se acusa, mas não é condenado

Quem é que nunca ouviu alguém dizer: "Eu não vou me confessar com um homem, um pecador. Jamais!" Além dessas pessoas, existem outras que não se confessam por vergonha; outras, porque acham que não precisam. Enfim, os motivos são muitos, mas, de todos os motivos, o mais grave ou, talvez, que faça parte de todos os outros é a falta de conhecimento. O que você acha de conhecer a real importância da confissão?

Todo ser humano tem necessidade de compartilhar com outro sobre algo que está vivendo, sobretudo se é algo difícil, um erro, por exemplo. Já percebeu que quando você faz alguma coisa errada, sempre há alguém (às vezes a própria pessoa que praticou o erro com você) que você procura e lhe pede: “não conta para ninguém”. Então, você fala tudo para essa pessoa. Não é verdade que, muitas vezes, depois de conversar, você se sente um pouco mais leve? É mais ou menos assim que acontece com a confissão, mas com algumas vantagens a mais.

A primeira vantagem da confissão é que você não precisa pedir sigilo ao padre, porque este não pode falar nada para ninguém, não importa o que aconteça. Segundo: quando você fala com uma pessoa qualquer, ainda continua com uma grande culpa pesando sobre você, mas quando você se confessa para o padre, na verdade, está se confessando para Jesus.

O sacerdote, no momento da confissão, é como um procurador. Quando alguém está doente e não pode ir ao banco nem resolver situações jurídicas, este faz uma procuração, e o procurador pode agir civilmente em nome do doente. Assim também é o sacerdote. Não importa se a pessoa que está com a procuração tem dinheiro no banco, o que importa mesmo é se quem fez a procuração tem dinheiro no banco; e para nós quem fez a procuração foi Jesus, e Este é riquíssimo em santidade e misericórdia; portanto, pecado confessado com arrependimento no coração é pecado perdoado. Além do mais, Ele mesmo nos disse para procurarmos os padres e a Igreja, a fim de nos confessarmos (conf. Jo 20,23).

Como dizia o nosso saudoso padre Léo: “Quem confessa é absolvido, e quem não confessa é absorvido”. Não seja mais absorvido pelo mal, pelo passado, pelos pecados; não espere a santidade do padre para se confessar, pois, por mais santo que ele possa ser, nunca poderá ter o poder por ele mesmo para perdoar você. O sacerdote é constituído e querido por Jesus, é o “procurador”, aquele quem tem a procuração da Misericórdia de Deus. Procure o padre, não tenha vergonha ou medo, pois a confissão é o lugar no qual você se acusa, mas não é acusado; expõe-se, mas não é exposto; pelas palavras, condena, mas não é condenado. Entra como réu confesso e sai absolvido pelo procurador da misericórdia do Senhor.

Deus abençoe!

Pe. Sóstenes Vieira
Comunidade Canção Nova

02/02/2014

Todo mundo namora, menos eu!

Grande parte dos jovens cristãos enfrentam um dilema na sua vida amorosa: como competir com um mundo secular, no qual os valores são postos de lado e tudo é permitido em nome de uma felicidade passageira? No meio deste questionamento, o namoro acaba sendo uma grande interrogação, já que, por vezes, a vida parece conspirar contra aqueles que buscam viver o namoro do jeito que ele deve ser vivido.
 

O namoro, para inicio de conversa, não é um passatempo gostoso nem tampouco um troféu para ser exibido no meio dos amigos. Buscamos alguém para namorar, porque descobrimos que a vida partilhada é mais fácil de ser vivida. Nem todos se dão conta disso, mas o namoro para ser frutífero precisa iniciar-se pela admiração e só pode ser mantido se esta admiração se transformar em amor. Só o amor prepara o jovem casal para o sacramento do matrimônio.

Não é fácil encontrar alguém que enxergue o namoro como uma escola para o casamento. A mentalidade reinante é a de que, no namoro, tudo é permitido e nenhum compromisso precisa ser assumido. O resultado? Relacionamentos vazios, que acabam e deixam feridas difíceis de serem saradas.

O jovem que quer fazer a vontade de Deus precisa sofrer as demoras que são inerentes ao processo de espera. Leva tempo até encontrar alguém com mentalidade cristã para se relacionar. Namorar a primeira pessoa que aparece em nossa vida, temendo não encontrar mais ninguém que mereça o nosso amor, é uma atitude arriscada, já que o nosso coração não é um bilhete de loteria.
Acredite: você também vai encontrar alguém que queira partilhar a vida a dois. Se a sua vocação for para o matrimônio, esteja preparado para ouvir os anseios do seu coração e ouse fazer a diferença neste mundo tão cheio de valores deturpados. Esteja aberto aos relacionamentos, não se esconda das pessoas, mostre-se como você realmente é e, com estas atitudes positivas, a pessoa que você tanto procura chegará até você.

Nada de desespero! O jovem cristão compreende e vive a sabedoria bíblica, que nos ensina que para tudo há um tempo, e não se deixa abater diante de uma realidade aparentemente assustadora. Sei que causa certo desconforto ver todos os nossos amigos namorando, enquanto continuamos solteiros; mas é preciso entender que tudo o que vale a pena nessa vida só se alcança com uma paciência de herói.

Não é vergonhoso estar solteiro. Aliás, um jovem que se empenha em viver santamente sua afetividade busca colocar Deus acima de todos os seus desejos, pois sabe que, como todo bom Pai, o Senhor conhece o que é melhor para nós e jamais vai nos privar de trazer coisas boas para nossa vida. Melhor esperar em Deus e encontrar alguém que o complete do que se arriscar em aventuras desnaturadas e encontrar alguém que lhe roube de você mesmo.

Vejo muita gente solteira, mas realizada. Não levanto a bandeira da solteirice eterna, mas também não acredito que um namoro desregrado seja melhor do que uma vida celibatária e feliz. Se a pessoa que você tanto procura está demorando a chegar, pense nisso como uma etapa necessária de crescimento. 

A mãe espera pacientemente por seu filho durante nove meses e, depois, alegra-se com a vida que lhe foi dada. Aprendi que só a espontaneidade e a verdade nos gabaritam a encontrar alguém para namorar. Neste processo, a paciência tem de andar de mãos dadas com a lucidez. Quando o desespero bate à porta de alguém que se sente só, a visão se turva diante do essencial. Por isso, antes mesmo de querer ofertar nossos afetos para alguém, faz-se necessário avaliar o quanto estamos empenhados em fazer o outro feliz. E a felicidade só aparece no namoro do jovem casal que aprendeu a amar.

Fonte: DESTRAVE

01/02/2014

Esperar pela pessoa adequada!


 

Por diversas vezes e de vários modos me indagaram: “Por que você não ‘fica’/namora?” Resumidamente, respondia: “Porque desejo fazer a vontade de Deus”.
(Não quero ficar por aí “caçando” meninas).

Não foram poucas as vezes em que isso gerou incompreensões, motivos de zombaria amistosa ou impressão de incapacidade sedutora.

Essas confusões aconteceram e acontecem porque os valores contemporâneos e mundanos são recheados de uma busca por prazer que, geralmente, é efêmero. Encontra-se muito isso nos relacionamentos afetivos dos jovens.

O desejo prevalece sobre a vontade de Deus. O amor é superado pela paixão; então, ao menor sinal de desgaste, há o rompimento. Dessa forma, a experiência superficial prevalece àquela que é profunda.

Dificilmente, vi alguém se preocupar ou deixar claro se aquilo que busca é realmente o querer de Deus, seja no atual ou próximo relacionamento. Aliás, essa coisa chamada “ficada” é sinal de puro egoísmo. Assim como o “namoro” no qual a dimensão física supera a emocional e, principalmente, a espiritual. Tudo isso é pouco válido e só o compreende quando entende o que é amor. E aí, algo que muitos não percebem são as marcas profundas que ficam no coração daquele que se deixou “experimentar”.

As denominações novas ou desgastadas não servem!
Creio que Deus quer um namoro para os jovens, mas um namoro santo! No qual se viva a castidade, a fidelidade, o conhecimento e a doação mútuos.

Vale a pena esperar pela pessoa adequada, pois a “pessoa certa” não existe. E “pessoa errada”, se é que me entende, não é preciso o nosso esforço.

Isso ocorrerá, especialmente, quando houver uma verdadeira e pura amizade previamente. Tendo paciência e descobrindo um ao outro, juntamente com o desenvolvimento do próprio sentimento, é que ambos serão capazes de ter um relacionamento sadio.

Faça essa tentativa acompanhada de muita oração. E, então, tesouros inestimáveis você vai descobrir!

O que acha disso?

Fonte: DESTRAVE