08/02/2014

Astrologia — Horóscopos


horóscopo 

Uma das perguntas mais comuns entre as pessoas é: qual o seu signo? Na maioria dos jornais, das revistas e de outros meios de comunicação também está presente a seção dedicada ao horóscopo ou previsão astrológica. Também é frequente a afirmação: “Não creio na influência do horóscopo, mas algo de verdade deve existir”.

O  horóscopo é uma “previsão” sobre o futuro de pessoas, países… realizado por astrólogos. Chama-se a essa prática de astrologia, que nada mais é que uma antiga prática ocul­tista, em que se crê na influência dos astros nos acontecimentos da vida. A ciência já provou não existir nenhuma consistência nessa crença.


Pontos para pensar sobre a astrologia


  • A astrologia surgiu em um tempo em que se pensava que os astros giravam em torno da terra, quando na verdade ela gira em torno do sol.
  • A terra tem um movimento irregular, resultando em uma constante “mudança no zodíaco”. Desse modo, não é possível uma previsão exata, afinal existe a possi­bilidade de pessoas nascidas no mesmo dia mês com signos diferentes.
  • O número de planetas reconhecidos pelos astrólogos até 1781 era de seis. Nesse mesmo ano foi descoberto Urano; Netuno em 1846 e Plutão em 1930. Fica uma questão: se os astros exercem alguma influência sobre o comportamento humano, então eles têm poder mes­mo ainda não sendo conhecidos? E como o astrólogo pode determinar o destino de alguém se existem forças desconhecidas?
  • A astrologia acredita que os astros dirigem a vida das pessoas. As constelações sobre as quais se fundamenta o zodíaco estão a anos luz dos planetas. Caso isso fosse verdade, seriam necessários anos para se dar alguma influência.
  • Gêmeos idênticos deveriam ter o mesmo caminho tra­çado pelos planetas e pelas estrelas. Entretanto, a re­alidade é outra: existe a possibilidade de um viver e outro morrer no nascimento; no decorrer da vida, um poderá ter sucesso e outro fracasso…
  • Se for levada em conta a influência de todas as estre­las e constelações dispersas pelo universo, praticamente se torna complexo e difícil o trabalho dos astrólogos. Tal constatação comprova o erro da astrologia, que tem sua origem ligada a um tempo em que pouco se conhe­cia sobre os astros.

O  professor Sérgio Menge de Freitas, da Universidade Fede­ral do Rio de Janeiro, pesquisador em Cinemática Estelar e História da Astronomia, publicou em 1994 um artigo deno­minado “Alguns percalsos da Astrologia”, em que escreveu

“A astrologia nasceu coerente com a astronomia de uma época. De lá para cá, a astronomia progrediu muito, e a astrologia praticamente não incorporou progresso algum da astronomia, a não ser quando foi obrigada a ‘engolir três sapos’: adotou Urano, Netuno e Plutão. Seria mais embaraçoso não incorporá-los, apesar de a astrologia apregoar que lida com ‘energias cósmicas’ ou ‘vibrações’ não físicas (as quais precisam da ajuda do primeiro choro ou da primeira respiração de um recém-nascido para nele ‘entrarem’…).


Fosse assim, com cinco mil anos de astrologia, se vinte por cento dos astrólogos tivessem sentido as ‘vibrações’ de Urano, Netuno e Plutão, já teríamos a existência dos três novos planetas como fato consumado há alguns séculos. Não teria sido tão recente o vexame de decretar o impea­chment de três ‘regentes’ de signos, para poder encaixá-­los, estragando certa simetria que haviam arranjado para o esquema geométrico das ‘soberanias angulares celestes’ … Enfim, incorporou os três, mas não incor­porou satélites de outros planetas, asteróides, nebulo­sas, associações reais entre estrelas, galáxias, pulsars, quasars, buracos negros etc. Os mesopotâmicos não conheciam tais coisas”.


A Bíblia e a astrologia


A Bíblia é muito clara quanto à proibição da prática da astrologia:


“Quando levantares os olhos para o céu e vires o sol, a lua, as estrelas, todo o exército do céu, guar­da-te de te prostrares diante deles, e de render um culto a estes astros, que o Senhor, Teu Deus, deu como partilha a todos os povos que vivem debaixo do céu” (Dt 4,19).

“Não se ache no meio de ti quem faça passar pelo fogo seu filho ou sua filha, nem quem se dê à adi­vinhação, à astrologia, aos agouros, ao feiticismo, à magia, ao espiritismo, à adivinhação ou invo­cação dos mortos, porque o Senhor, Teu Deus, abomina aqueles que se dão a estas práticas…” (Dt 18,10-12).

 “…aqueles que prepararam o mapa do céu e observam os astros… ei-los como argueiro de pa­lha que o fogo consumira’ (Is 47,13).

 “Eis o que diz o Senhor: não imiteis o procedi­mento dos pagãos; nem temais os sinais celestes como os temem os pagãos, porquanto os deuses desses povos são apenas vaidade” (Jr 10,2-3).

 “Respondeu Daniel ao rei: nem sábios, nem mági­cos, nem os feiticeiros, nem os astrólogos são ca­pazes de revelar o que o rei pergunta. Mas há no céu um Deus que desvenda os mistérios” (Dn 2,27).


A Igreja e a astrologia


Desde o início da igreja cristã, a astrologia foi identificada como sendo de origem demoníaca. Santo Agostinho, no seu tratado A cidade de Deus, condenou a consulta aos astros por ser algo fatalista e negar a liberdade humana. Os concílios de Laudicéia (366), Toledo (400) e Braga (561) manifesta­ram-se contra a astrologia por ser contrária ao ensino bíblico e por ter sua origem nas divindades das religiões pagãs.


No Catecismo da Igreja católica, n. 2116, encontra-se a posição oficial e atual para os verdadeiros cristãos:


“Todas as formas de adivinhação hão de ser rejeitadas: recurso a Satanás ou aos demônios, evocação dos mortos ou outras práticas que erroneamente se supõem ‘desco­brir’ o futuro. A consulta aos horóscopos, a astrologia, a quiromancia, a interpretação de presságios e da sorte, os fenômenos de visão, o recurso a médiuns escondem uma vontade de poder sobre o tempo, sobre a história e finalmente sobre os homens, ao mesmo tempo que um desejo de ganhar para si os poderes ocultos. Estas prá­ticas contradizem a honra e o respeito que, unidos ao amoroso temor, devemos exclusivamente a Deus”.


Fonte: Católico pode ou não pode? Por quê? Vol. 1, Padre Alberto Gambarini

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