1. Como entender o culto prestado a Maria, se em Lc 4,8 está escrito: ”Adorarás o Senhor teu Deus, e a Ele só servirás…”?
Não existe contradição nenhuma, pois aí
vemos um ensino fundamental da Igreja Católica: só Deus deve ser
adorado. Nunca a Igreja Católica ensinou que Maria ou os santos devam
ser adorados. A Igreja nos diz que Nossa Senhora e os santos recebem
veneração, isto é, respeito, amor, imitação. Como por exemplo Moisés
demonstrou respeito por José, levando os seus restos mortais para a
terra prometida: Êxodo 13,19: “Moisés levou consigo os ossos de José,
porque este fizera os filhos de Israel jurarem: Quando Deus vos visitar,
levareis daqui os meus ossos convosco”; ou ainda como está escrito em
Hb 13,7: “Lembrai-vos de vossos guias que vos pregaram a Palavra de
Deus. Considerai como souberam encerrar a carreira. E imitai-lhes a fé”.
2. Existem textos bíblicos que justifiquem o culto a Maria?
Sim, examinemos estes textos:
- quando honramos com carinho a Maria
estamos cumprindo a profecia de Lc 1,48: “Por isto, desde agora, me
proclamarão bem-aventurada todas as gerações”;
- quando a saudamos com a ave-maria
estamos repetindo o que está escrito em Lc 1,28: “…Ave, cheia de graça, o
Senhor é contigo” e Lc 1,42: “…Bendita és tu entre as mulheres e
bendito é o fruto do teu ventre”.
E finalmente o texto de Lc 1,45, que revela a mais clara descrição de quem foi Maria: “Bem-aventurada és tu que creste…”
Portanto, se podemos recordar com
respeito os testemunhos de Abraão, Moisés, Pedro, Paulo… como excluir
aquela que esteve mais intimamente ligada a Jesus? a este respeito
convém lembrar as palavras de Madre Basiléia Schlink, escritora
protestante, dirigidas aos evangélicos, mas que servem de alerta para
nós católicos:
“A nossa Igreja Evangélica deixou de
prestar honra e louvor a Maria, receando com isto reduzir a honra devido
a Jesus. Jesus espera de nós, que o honremos e amemos. É isto que nos é
proposto pela Palavra de Deus e é, portanto, Sua vontade” (Maria, o
caminho do Senhor; Irmandade Evangélica de Maria).
Autor: Pe. Alberto Gambarini
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