14/08/2009

Diga não ao divórcio e SIM ao AMOR!


Deus, que é amor e criou o homem por amor, chamou-o a amar. Criando o homem e a mulher, chamou-os ao Matrimônio a uma íntima comunhão de vida e amor entre eles, “de maneira que já não são dois, mas uma só carne.

Esta é a verdade que a Igreja proclama ao mundo sem cessar. O Papa João Paulo II dizia que “O homem se tornou “imagem e semelhança” de Deus, não somente através da própria humanidade, mas também através da comunhão das pessoas que o varão e a mulher formam desde o princípio. Tornam-se a imagem de Deus não tanto no momento da solidão quanto no momento da comunhão (Audiência geral de 14.11.1979).

A família é uma instituição de mediação entre o indivíduo e a sociedade, e nada a pode substituir totalmente. Ela mesma apoia-se, sobretudo numa profunda relação interpessoal entre o esposo e a esposa, sustentada pelo afeto e compreensão mútua. No sacramento do Matrimônio, ela recebe a abundante ajuda de Deus, que comporta a verdadeira vocação para a santidade. Queira Deus que os filhos contemplem mais os momentos de harmonia e afeto dos pais e não os de discórdia e distanciamento, pois o amor entre o pai e a mãe oferece aos filhos uma grande segurança e ensina-lhes a beleza do amor fiel e duradouro.

O testemunho fundamental acerca do valor da indissolubilidade é dado com a vida matrimonial dos cônjuges, na fidelidade ao seu vínculo, através das alegrias e das provas da vida. Mas o valor da indissolubilidade não pode ser considerado o objecto de uma mera escolha privada: ele diz respeito a um dos pontos de referência de toda a sociedade. E por isso, enquanto devem ser encorajadas quer as iniciativas que os cristãos com outras pessoas de boa vontade promovem para o bem das famílias, deve evitar-se o risco do permissivismo em questões de fundo que se referem à essência do matrimônio e da família.

A família é um bem necessário para os povos, um fundamento indispensável para a sociedade e um grande tesouro dos esposos durante toda a sua vida. É um bem insubstituível para os filhos, que hão-de ser fruto do amor, da doação total e generosa dos pais. Proclamar a verdade integral da família, fundada no matrimônio, como Igreja doméstica e santuário da vida é uma grande responsabilidade de todos.

Diante do Senhor, a mulher é inseparável do homem e o homem da mulher, diz o apóstolo Paulo (1Cor 11,11). Através do Evangelho, o homem e a mulher caminham em conjunto para o Reino. Cristo chama conjuntamente, sem os separar, homem e mulher, que Deus une e a natureza junta, fazendo-os, por uma admirável conformidade, partilhar os mesmos gestos e as mesmas funções. Pelo laço do matrimônio, Deus faz que dois seres não sejam senão um, e que um só ser seja dois, de modo que assim descubra um outro de si, sem perder a sua personalidade, nem se confundir no casal.

Mas por que é que, nas imagens que nos dá do Seu Reino, Deus faz intervir deste modo o homem e a mulher? Porque sugere Ele tanta grandeza através de exemplos que podem parecer fracos e despropositados? Irmãos, um mistério precioso esconde-se debaixo desta pobreza.

Segundo a palavra do apóstolo Paulo, « É grande este mistério, pois que é o de Cristo e da Sua Igreja» (Ef 5,32). Isto evoca o maior projeto da humanidade. O homem e a mulher puseram fim ao processo do mundo, um processo que se arrastava há séculos. Adão, o primeiro homem, e Eva, a primeira mulher, são conduzidos da árvore do conhecimento do bem e do mal para o fogo do fermento da Boa Nova. Esses olhos que a árvore da tentação fechara à verdade, abrindo-os à ilusão do mal, a luz da Boa Nova abre-os fechando-os. Essas bocas tornadas doentes pelo fruto da árvore envenenada são salvas pelo sabor.

O matrimônio “é” indissolúvel: esta prioridade exprime uma dimensão do seu próprio ser objetivo, não é um mero fato subjetivo. Por conseguinte, o bem da indissolubilidade é o bem do próprio matrimônio; e a incompreensão da índole indissolúvel constitui a incompreensão do matrimônio na sua essência. Disto deriva que o “peso” da indissolubilidade e os limites que ela comporta para a liberdade humana mais não são do que o reverso, por assim dizer, da medalha em relação ao bem e às potencialidades inerentes à instituição matrimonial como tal. Nesta perspectiva, não tem sentido falar de imposição por parte da lei humana, porque ela deve refletir e tutelar a lei natural e divina, que é sempre verdade libertadora (cf. Jo 8, 32).

Esta verdade acerca da indissolubilidade do matrimónio, como toda a mensagem cristã, destina-se aos homens e às mulheres de todos as épocas e lugares. Para que isto se realize, é preciso que esta verdade seja testemunhada pela Igreja e, sobretudo, pelas famílias individualmente, enquanto “igrejas domésticas”, nas quais marido e esposa se reconhecem reciprocamente unidos para sempre, com um vínculo que requer um amor sempre renovado, generoso e pronto para o sacrifício.

Não nos podemos deixar vencer pela mentalidade divorcista: impede-o a confiança nos dons naturais e sobrenaturais de Deus ao homem. A atividade pastoral deve apoiar e promover a indissolubilidade. Os aspectos doutrinais devem ser transmitidos, esclarecidos e defendidos, mas são ainda mais importantes as ações coerentes. Quando um casal atravessa dificuldades, a compreensão dos Pastores e dos outros fiéis deve ser acompanhada da clareza e da fortaleza ao recordar que o amor conjugal é o caminho para resolver positivamente a crise. Precisamente porque Deus os uniu mediante um vínculo indissolúvel, marido e esposa, usando todos os seus recursos humanos com boa vontade, mas, sobretudo confiando na ajuda da graça divina, podem e devem sair dos momentos de perturbação renovados e fortalecidos.

Padre Bantu Mendonça K. Sayla

Comunidade Canção Nova

Nenhum comentário: