30/12/2009

"Sacramentos são o grande tesouro da Igreja", afirma o Papa

"Os sacramentos são o grande tesouro da Igreja e cada um de nós tem a tarefa de celebrá-lo com frutos espirituais. Neles, um evento sempre surpreendente toca nossa vida: Cristo, através dos sinais visíveis, que vêm ao nosso encontro, nos purifica, nos transforma e nos torna participantes de sua amizade divina", exortou Bento XVI durante a última Audiência Geral do ano, nesta quarta-feira, 30.

O Papa centrou suas reflexões no teólogo Pedro Lombardo, que viveu no século XII e ganhou fama graças aos quatro livros de Sentenças, obra adotada como um manual de Teologia durante muitos séculos.

"A apresentação orgânica da fé é uma exigência irrenunciável. De fato, as verdades singulares da fé iluminam os outros e, em sua visão total e unitária, amparam a harmonia do plano de salvação de Deus e a centralidade do mistério de Cristo", disse Bento XVI, com base no exemplo de Lombardo.

O Pontífice fez um apelo a quem é responsável por ensinar os fiéis católicos. "Convido todos os teólogos e padres a manter sempre presente a visão integral do conjunto da doutrina cristã contra os riscos modernos de fragmentação e desvalorização daquelas verdades singulares".

Na luta contra esses riscos, Bento XVI destaca que o Catecismo da Igreja Católica e o Compêndio do mesmo Catecismo são aliados positivos.

"Se apresentam como um panorama muito completo da Revelação cristã, e devem ser acolhidos com fé e gratidão. Gostaria, portanto, de encorajar também os fiéis e comunidades cristãs a fazer uso dessas ferramenta para conhecer e aprofundar o conteúdo de nossa fé. Isso se tornará semelhante a uma maravilhosa sinfonia, em que se fala de Deus e de seu amor e se convida a nossa firma adesão e ativa resposta", disse.

Atual ainda hoje

Para explicar o interesse que ainda hoje pode suscitar a obra de Pedro Lombardo, Bento XVI salientou dois exemplos de seu trabalho.

O primeiro é sobre o comentário de Lombardo acerca do porquê de a mulher ter sido criada da costela de Adão, e não de sua cabeça ou pés. "Não foi formada como uma dominadora ou uma escrava do homem, mas sua companheira" (Sentenças 3, 18, 3), explica o teólogo da Idade Média. É nessa reflexão que se enraiza o ensinamento que faz analogia da relação esponsal entre Cristo e a Igreja.

Já o segundo exemplo destacado pelo Papa é com relação às virtudes de Cristo e uma pergunta lançada por Pedro Lombardo. "Por qual razão, então, [Cristo] quis sofrer e morrer, se suas virtudes já eram suficientes para obter todo o mérito?".

O Papa explica: "Sua resposta é incisiva e eficaz: 'Por ti, não para si mesmo!'. Ele continua com outra pergunta e outra resposta, que parecem reproduzir as discussões que tiveram lugar durante as aulas dos mestres de teologia da Idade Média: 'E, nesse sentido, ele sofreu e morreu por mim? Sua paixão e sua morte foram para ti exemplo e causa. Exemplo de virtude e humildade, causa de glória e libertação; exemplo dado por Deus obediente até à morte, por causa de tua liberdade e felicidade' (Sentenças 3, 18, 5)".



Sacramentos


A contribuição mais importante de Lombardo à Teologia, segundo o Papa, é sua definição sobre o que são os sacramentos. O Papa destaca e explica esse ensinamento:

"'O sacramento, em sentido estrito, é um sinal da graça de Deus e forma visível da graça invisível, de tal modo que leva à imagem e essência da causa' (4, 1, 4). Com esta definição, Pedro Lombardo capta a essência dos sacramentos: são a causa da graça e tem a capacidade de comunicar realmente a vida divina".

Por ocasião da celebração do Ano Ano Sacerdotal, Bento XVI exortou os sacerdotes a terem uma intensa vida sacramental. "A celebração dos sacramentos seja marcada pela dignidade e decoro, favoreça o recolhimento pessoal e a participação da comunidade, no sentido da presença de Deus e o ardor missionário".


.: Leia o texto completo da Audiência

29/12/2009

Desencontro de gerações


Quando percebemos mãe e filha adolescente em relacionamento é interessante notar que temos duas mulheres frente a frente vivendo momentos de vida totalmente diferentes. A mãe já passou por tudo aquilo que sua filha passará e isso fará a diferença na relação! Conviver com o adolescer é algo bastante marcante e mexe consideravelmente com a vida das famílias; a mãe, em especial, é aquela que acompanha bem de pertinho tais mudanças, não apenas as corporais, mas as emocionais também.

A filha está abandonando o corpo de menina para o corpo de mulher, despertando assim sua sexualidade. A jovem procura independência, liberdade, menos controles dos pais, mesmo não tendo qualquer experiência a este respeito. O medo (sim, o medo!) existe, mas a jovem dificilmente confessará seus temores aos pais. Misturam-se a impulsividade, a agressividade, a instabilidade e a contradição. Tantos sentimentos diferentes e todos eles misturados.

Quais são os comportamentos esperados nesse período?

A jovem rivaliza com a mãe, desafia as convenções, estabelece seus padrões de conduta. A jovem fala sobre coisas que não ficam claras e também não dá clareza sobre nada. É aí que entra a figura da mãe como aquela que, muitas vezes, terá de traduzir o que a filha diz; as mensagens nem sempre são claras: pede perdão ou pede ajuda “entre palavras, nas entrelinhas….” A filha exige que seja tratada como “gente grande”, mas ainda não se esqueceu dos seus comportamentos infantis. É como se a jovem vivesse o luto pelo corpo perdido, pela transição para uma fase tão desejada, mas ao mesmo tempo, tão assustadora; e, muitas vezes, não sabe para onde ir, e os pais, a mãe em especial, muitas vezes, sentem-se incapazes de dar o suporte necessário.

Vamos lembrar de um ponto importante: como tratar as emergências adultas e o tratamento que muitas vezes ela assim exige, com momentos, necessidades e atitudes ainda tão infantis?

É o desencontro entre a própria geração! A jovem que vê desabrochar o corpo de adulta, as pressões de um mundo adulto, mas que muitas vezes, ainda não é madura o suficiente para perceber-se assim ou para se reposicionar em sua idade.

Parece uma “missão impossível”? Muitas vezes, sim. Os pais, a mãe em especial, precisam mostrar interesse, mas não invadir. Porém, nessa tentativa, muitas vezes se afastam da jovem, que, numa fase de tanta influência por terceiros, pode se deixar levar por referenciais nada positivos. Fique de olho!

É importante pensar que adolescentes, homens e mulheres, fazem seus pais “reviverem” a sua própria história como jovens. Mães, muitas vezes, revivem a adolescência, quando confrontadas com a jovialidade dos filhos. Contudo, para a mãe, o que se percebe é uma outra fase de vida: o amadurecimento e, por vezes, estão vulneráveis, sensíveis pela valorização da linda filha juvenil, pois podem estar perdendo a beleza, aquela juventude que para elas deixa de existir, mas, na verdade, se renova, é a beleza de cada fase de nossa vida!

Por fim, os papéis que se misturam, as idades com seus fatores emocionais específicos, todos entrelaçados numa única teia, vão se confundindo, mas ao mesmo tempo se solidificando. Reações muitas vezes inconscientes são assim vividas, mas especialmente, a relação mãe-filha/filho-pais deve ser coberta de muita compreensão, amor e receptividade nessa fase tão importante da vida!

28/12/2009

Qual a diferença entre graça e milagre?



A graça é uma ajuda divina que se obtém para o bom êxito das atividades do homem. Essa ajuda, todavia, não se exprime como perturbação das leis naturais, mas como um suplemento no seio da própria natureza, uma assistência particular que Deus concede intensificando as potencialidades naturais.

O milagre, por sua vez, manifesta-se precisamente como um acontecimento que se distingue do habitual desenvolvimento da realidade. Possui características particulares. Nas causas dos santos, geralmente, são as curas, os milagres que o Discatério examina; e isso porque elas são acessíveis ao controle dos sentidos. Devem-se à intervenção de Deus por meio da intercessão de um servo d’Ele.

Na prática da Congregação, antes de o Papa declarar que um fato é milagroso, todo o processo é estudado de forma científica. Nesta fase, os médicos, singularmente e de forma colegial, são chamados a esclarecer se uma determinada cura é realmente inexplicável à luz da ciência médica atual. Para que uma cura possa ser considerada miraculosa tem de se constatar cientificamente que esta foi instantânea, completa e duradoura.

Aqui entramos no mistério de Deus. Nós não conhecemos os planos d’Ele na escolha de quem será atendido. Conceder uma graça ou uma cura é um ato livre do Senhor. Ele pede-nos total confiança. Na documentação para o estudo de um milagre nota-se, com frequência, que Deus, por intermédio de um venerável ou de um beato, concede a sua própria intervenção a favor de pessoas dispostas a receber o dom da cura e sobretudo intencionadas a cumprir a Sua vontade: Pedi e recebereis, batei à porta e ser-vos-á aberta, diz o Evangelho. A fé não só faz aderir à vontade do Todo-poderoso, mas é uma tensão viva do homem para entrar no mistério divino.

23/12/2009

A internet contribuindo para a evangelização

Hoje surgem novos campos, novos areópagos


Por si só, a invenção do telefone provocou uma grande revolução no mundo das comunicações. O advento do computador, associado às telecomunicações, gerou uma nova tecnologia: a teleinformática. Essa tecnologia é simplesmente responsável pela Internet, um novo conceito em comunicação, responsável pela explosão de uma nova era: a da informação. Vivemos um momento em que a informação viaja na velocidade da luz.

A tecnologia disponível na atualidade imprime uma maior velocidade nas mudanças do nosso cotidiano e a Igreja Católica está sensível a essas mudanças. A Internet deverá ser vista pela Igreja não só como uma ágil ferramenta de comunicação, mas, sobretudo, como um instrumento útil de evangelização de um povo cada vez mais carente de Deus.

Estamos vivendo uma época ímpar, em que a Igreja faz todo esforço possível para adaptar-se, – conforme as exigências do momento, sem, contudo, se distanciar do que é essencial –, às novas tecnologias, com um desejo de construir e fazer acontecer o Reino de Deus, abrindo, assim, uma nova página, início de um novo capítulo na história da evangelização. Para a Igreja, evangelizar é levar a Boa Nova a todas as parcelas da humanidade, é fazer nova todas as coisas (cf. Apoc 21, 5).

Felizmente temos a internet como uma graça que fascina a todos, como um espaço que nos ajuda no descobrimento de novos caminhos, meio imprescindível para fazer ecoar a mensagem do Evangelho, tornando a pessoa humana, nos dias de hoje, mais alegre e feliz, totalmente realizada em Cristo.

Hoje surgem novos campos, novos areópagos. É só olhar o mundo da internet para encontrar os nomes que já são conhecidos: web, sites, meios virtuais, programas interativos de TV, entre outros. À medida que se experimenta a ciência e a tecnologia, é claro e evidente que aparece o avanço na evangelização. As distâncias encurtadas e os acontecimentos e notícias em tempo real são graças e bênçãos. Que beleza e que maravilha!

Por isso, uma corajosa e lúcida imaginação se faz necessária, com uma boa linguagem e bem apropriada, de tal modo que o Evangelho chegue aos homens e mulheres do nosso tempo, envolvendo-os na nossa cultura hodierna, urbana e moderna. Cristo quer o coração ardoroso das pessoas de boa vontade, nas circunstâncias atuais, com novos métodos, novas expressões e novas maneiras.

Agora é preciso que tenhamos, nos dias de hoje, pessoas capacitadas, que vivam a intimidade das novas tecnologias, colocando-as a serviço da Boa Nova da Salvação. Eis o nosso maior desafio, que é o de toda a Igreja. Precisamos de animadores atualizados, que saibam levar a Palavra de Deus ao coração da nossa boa gente, com eficácia e criatividade, num mundo, em grande parte, indiferente, longe e distante da proposta e do convite do nosso Bom Deus, que é para todos.

O documento “A Igreja e a Internet” contribui para maior integração desses modernos recursos na atividade pastoral. A missão que Jesus deixou à Igreja foi a de transmitir aos confins da terra, até ao final dos tempos, Sua mensagem salvadora. Ela deve ser cuidadosamente distinguida do crescimento do Reino de Cristo. Contudo, seu progresso é de grande interesse para o Reino de Deus, na medida em que pode contribuir para organizar a sociedade humana. Ora, os atuais meios de transmissão de ideias representam fatores importantes na História, pois poderão cooperar, de forma eficaz, para os valores da dignidade humana, da comunidade fraterna e da liberdade, além de facilitar a transmissão do Evangelho.

Padre Anderson Marçal
Com. Canção Nova

22/12/2009

Monsenhor Jonas, a sua vida tem sido um canto novo de evangelização


Durante o Advento, a liturgia, pouco a pouco, foi construindo diante de nós um presépio vivo. Já bem perto do Natal aparece a figura de José, um homem justo, e Maria, a mulher que foi escolhida para ser Mãe do Filho de Deus. Na quarta semana do Advento, este presépio vivo está quase completo, só falta Alguém, cujo nascimento iremos celebrar no Natal.

Sofonias foi contemporâneo de Jeremias; no tempo de Sofonias a cidade de Jerusalém estava ocupada por uma potência estrangeira e o povo estava no pecado. Então esse profeta quer trazer de novo o povo para Deus. E anuncia a este a vinda do Senhor. A alegria anunciada pelo profeta vem sempre acompanhada pela esperança. Não é uma alegria só pela visita de Deus a Jerusalém, é uma alegria profunda que brota do coração e transborda. É a alegria daquele que tem a certeza de que é amado por Deus. Essa alegria profunda é possível até mesmo em meio ao sofrimento e às provações. O povo, como disse, havia perdido a confiança no Senhor e havia multiplicado seus pecados e o profeta [Sofonias] quer colocar ordem e levar a todos para o caminho do Senhor (cf. Sofonias 1.2.3).

O Papa Bento XVI fez reflexão sobre o Espírito Santo dizendo que “Deus é o fundamento não só do universo, mas também da nossa vida”. E quando esse fundamento está desordenado as coisas do nosso coração também ficam desordenadas. Quando o coração se fecha para o Todo-poderoso, tudo perde o sentido. A teologia define pecado como um voltar as costas para Deus, um voltar-se de modo desordenado para as coisas. Precisamos, antes de tudo, colocar em ordem nossa relação com o Senhor para que nossa vida fique ordenada. É essa mensagem que o profeta Sofonias procura passar ao povo de Israel.

"Quando o coração se fecha para o Todo-poderoso, tudo perde o sentido."
Foto: Clarissa Oliveira

“Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. E exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre” (São Lucas 1,39-42).

Quando Cristo chega existe sempre a alegria, porque Cristo corresponde àquele anseio profundo que existe no ser humano. Como trouxe alegria à casa de Isabel, a traz também por onde Ele passa. Esse encontro de duas mulheres tem ainda um outro sentido importante: Isabel representa o Antigo Testamento e Nossa Senhora, o Novo Testamento. Porque o Novo está escondido no Antigo e é só a partir de Jesus Cristo que podemos entender o sentido do Antigo Testamento. Essa viagem de Maria à casa de Isabel nós mostra que a Santíssima Virgem é a estrela e a pedagoga da evangelização. Maria mostra que evangelizar não é só anunciar Cristo, é estar com Cristo.

Eu creio que a Palavra de Deus, que acabamos de ouvir, nos ajuda a entender o mistério do Natal que estamos prestes a viver.

“Exultai no Senhor, ó justos, pois aos retos convém o louvor. Celebrai o Senhor com a cítara, entoai-lhe hinos na harpa de dez cordas. Cantai-lhe um cântico novo, acompanhado de instrumentos de música, porque a palavra do Senhor é reta, em todas as suas obras resplandece a fidelidade: ele ama a justiça e o direito, da bondade do Senhor está cheia a terra. Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e pelo sopro de sua boca todo o seu exército” (Salmo 32, 1-6).

Deus criou o céu e a terra e guia os povos com a sabedoria da Sua Palavra. Santo Agostinho, comentando esse salmo, fala que o canto novo é canto nascido a partir do batismo. Essa grande homem de Deus também afirma que nós devemos entoá-lo [este canto novo] com os lábios, com o coração e com a vida.

Querido monsenhor, a sua vida tem sido um canto novo de evangelização! Estamos reunidos para agradecer a Deus o dom da vida, que Ele lhe concedeu. Hoje você, olhando para trás, pode louvar a Deus com os seus lábios e seu coração um canto novo. Neste dia você pode levar a Deus uma “canção nova”!


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Dom Benedito Beni
Bispo da diocese de Lorena (SP)

21/12/2009

Senhor, quero padecer e ser desprezado por amor de Vós

São João da Cruz foi um dos santos mais desconcertantes e ao mesmo tempo mais transparentes da mística moderna. Grande mestre da vida espiritual, transformou todas as cruzes em meios de santificação para si e para os irmãos.

Três coisas pediu e acabou recebendo de Deus: primeiro, dar-lhe força para trabalhar e sofrer muito; segundo: não o fazer sair deste mundo como superior de uma comunidade; e terceiro: deixá-lo morrer desprezado e escarnecido pelos homens. Pregador, místico, escritor e poeta, João da Cruz faleceu após uma penosíssima enfermidade, em 1591 com 49 anos de idade e o Papa Pio XI o declarou Doutor da Igreja.

Confira um pouco de sua riqueza espiritual expressa em suas frases:

"Não se contentar com o que diz o confessor é orgulho e falta de fé."

"A mosca que pousa no mel não pode voar; a alma que fica presa ao sabor do prazer, sente-se impedida em sua liberdade e contemplação."

"O mais leve movimento de uma alma animada de puro amor é mais proveitoso à Igreja do que todas as demais obras reunidas."

"Por causa de prazeres passageiros, sofrem-se grandes tormentos eternos."

"Meus são os Céus e minha é a Terra, meus são os homens, e os justos são meus; e meus os pecadores. Os Anjos são meus, e a Mãe de Deus, todas as coisas são minhas. O próprio Deus é meu e para mim, pois Cristo é meu e tudo para mim." (Sobre a Eucaristia)

"Não faça coisa alguma, nem diga palavra alguma que Cristo não faria ou não diria se encontrasse as mesmas circunstâncias."

"Renuncie aos desejos e encontrará e encontrará o que seu coração deseja."

"Que felicidade o homem poder libertar-se de sua sensualidade! Isto não pode ser bem compreendido, a meu ver, senão por quem o experimentou. Só então se verá claramente como era miserável a escravidão em que se estava."

"Quem se queixa ou murmura não é cristão perfeito, nem mesmo um bom cristão."

"Senhor, quero padecer e ser desprezado por amor de Vós."

"A pessoa que está presa por algum afeto a alguma coisa, mesmo pequena, não alcançará a união com Deus, mesmo que tenha muitas virtudes. Pouco importa se o passarinho esta com um fio grosso ou fino... ficará sempre preso e não poderá voar."

"Para possuir Deus plenamente é preciso nada ter; porque se o coração pertence a Ele, não pode voltar-se para outro."

"O demônio teme a alma unida a Deus como ao próprio Deus."

"O afeto e o apego da alma à criatura torna-a semelhante a esta mesma criatura. Quanto maior a afeição, maior a identidade e semelhança, porque é próprio do amor tornar aquele que ama semelhante ao amado."

"Dar tudo pelo tudo."

"A pessoa que caminha para Deus e não afasta de si as preocupações, nem domina suas paixões, caminha como quem empurra um carro encosta a cima."

"A constância de ânimo, com paz e tranqüilidade, não só enriquece a pessoa, como a ajuda muito a julgar melhor as adversidades, dando-lhes a solução conveniente."

"O amor não consiste em sentir grandes coisas, mas em despojar-se e sofrer pelo amado."

"O progresso da pessoa é maior quando ela caminha às escuras e sem saber."

"Deus quer mais de ti um mínimo de obediência e docilidade, do que todas as ações que realizas por ele."

"Mesmo carregado de grandes e molestas tentações, o homem pode ir a Deus, desde que sua razão e vontade não consintam nelas."

"Queira torna-te, no padecer, algo semelhante a este nosso grande Deus, humilhado e crucificado, pois que esta vida só tem razão de ser se for para imitá-lo."

"Quando a alma se acha livre e purificada de tudo, em união com Deus, nenhuma coisa poderá aborrecê-la. Daqui se origina para ela, neste estado, o gozo de uma contínua vida e tranqüilidade, que ela nunca perde nem jamais lhe falta."

"Tal é a alma que está enamorada de Deus. Não pretende vantagem ou prêmio algum a não ser perder tudo e a si mesma, voluntariamente, por Deus, e nisto encontra todo seu lucro."

"Não fujas dos sofrimentos, porque neles está a tua saúde."

18/12/2009

Cuidado para que Deus não se torne a nossa vaidade


A igreja precisa descobrir uma forma chegar até o coração do artista. Não pela mesma via, o mesmo jeito que se chega ao coração das pessoas. Você tem um jeito de ser, precisa ser tratado na sua diferença. Pois, se não cuidamos do jeito que somos, nos transformamos em monstros. O romântico corre o risco de ver a vida passar sem viver, perdendo o senso da realidade em ilusões.

A inveja é o grande risco da primeira desintegração do nosso coração de artista, em querer o que não nos pertence. Uma das coisas que me impressiona em Jesus é a sua capacidade de fazer com que os outros tomem posse do que realmente é. Pare de se imaginar e se projetar em realidades que não são concretas em sua vida, pois isso é o mesmo que não viver.

O conceito de pessoa dentro da filosofia e da teologia é estabelecida dentro de dois polos:

1º Ser pessoa é se dispor de si. 2º É se dispor para o outro.

Pois, se você não é dono daquilo que é seu, como você irá oferecer ao outro? Conversão é processo de tomada de posse daquilo que se é. Deus não pode trabalhar a partir do que não sou ou finjo ser, ele não trabalha com fantoches.

Ser pessoa é antes de qualquer coisa a disposição, tendo diante dos limites, qualidades, fazer vale a pena. Não pode haver ser humano realizado, feliz e cristão se não existe a busca naquilo que se é. A sua conversão passará por essa compreensão.

Graças de Deus não é uma realidade que esta acima de nós, mas é um movimento que nos faz refletir naquilo que somos, para que eu descubra quem sou eu.

A nossa natureza artística é naturalmente artificial. Se por um lado somos dotados de profundidade, por outro lado caímos facilmente em artifícios. Muitas vezes porque nossas vidas se ilumina com algumas novidades. A nossa alma é estética, temos uma facilidade muito grande para se encantar pelo estético, não é defeito, é diferença que precisa ser domada.

A nossa instabilidade afetiva é tão concreta que se não nos projetamos para aquilo que somos, nos tornamos prostitutos de luxo.

Corremos atrás de qualquer artificio que passa, dando respostas rápidas. Não sabendo demorar, nos decepcionamos e cavamos dentro de nós uma ausência de disposição de si.

Colocando a vida na mão do outro, deixando que este se decida por você. Assim, você não tem condições para se dispor pelo outro, porque se deixou de dispor de si. É por isso que o compromisso para os artistas são difíceis de ser levados adiante.

Cuidado para que Deus não se torne a nossa vaidade. O destino desta vaidade é você que escolhe, você a domina ou ela te domina. A nossa vaidade se multiplica de várias formas, não invente um personagem.

Descubra onde está o seu maior defeito que você descobrirá onde está a sua santidade.

Uma coisa é saber o que somos, outra coisa é saber o que fazemos com o que somos e o pior é o que deixamos com que outro façam conosco. Não tenho direito de me deixar transformar na imaginação do outro.

Se você assume o compromisso de saber o que Deus fez e faz em sua vida. Você começa a trabalhar na parceria com ele, pois o que Deus fez ainda não está pronto. Ele lhe dá as sementes, o plantio é seu. Deus não vem plantar a sua floresta.

Se você quiser firmar sem medo na verdade antropológica essa é a verdade “da raiz que me fez fruto, eu desfruto a Divina condição”.

O homem é o “tu” de Deus, ele acontece plenamente no coração quando se dispõe a ser o que Deus é. Você é Deus na vida da sua namorada, de seu filho, não é assumir uma divindade a parte, a nossa divindade só acontece na participação, na comunhão naquilo que é.

Se você sai da mira de tudo o que é sagrado, você não sabe mais quem é você. Isso é viver a identificação com Deus. É viver a arte de ser humano e divino ao mesmo tempo, não são realidades que se opõe mas, parceria de realidades que se dão juntas.

Viva uma história de amor com você mesmo e não permita que o outro lhe sequestre. Apaixone- se por você! O amor ao outro só é possível no momento em que nos amamos.

Padre Fábio de Melo



17/12/2009

Um verdadeiro cristão deve ser cheio do Espírito Santo


Assim relata o Evangelho de João: “No dia seguinte, vendo Jesus vir a ele, disse: 'Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Dele é que eu disse: 'Após mim vem um homem que me precedeu, porque antes de mim ele era'. Eu mesmo não o conhecia, mas foi em vista da sua manifestação a Israel que eu vim batizar na água'. E João deu o seu testemunho, dizendo:

'Eu vi o Espírito, como uma pomba, descer do céu e permanecer sobre ele. Eu não o conhecia, mas aquele que me mandou batizar na água foi quem me disse: 'Aquele sobre o qual vires o Espírito descer e permanecer sobre ele, é ele que batiza no Espírito Santo'. E eu vi e atesto que ele é o Filho de Deus'” (Jo 1,29-34).

Essa é a linda realidade: Jesus, o Filho de Deus feito homem, é cheio do Espírito Santo. São os mistérios de Deus. É possível que não compreendamos por que é necessário ser cheio do Espírito Santo. A resposta é: essa é única maneira de trilhar os caminhos de Deus, de realizar a vontade do Pai e dirigir-se para a vida eterna. O Pai quis que Seu Filho Jesus, feito homem, recebesse o derramamento do Espírito, ficasse cheio do mesmo Espírito Santo e se manifestasse assim ao mundo.


O poder da Palavra de Nosso Senhor Jesus Cristo não era só d'Ele, de Sua sabedoria, de Seu conhecimento; não era apenas resultado de Sua instituição. Era muito mais do que isso: Jesus estava cheio do Espírito Santo.

Quando Ele falava, era o Espírito Santo falando n' Ele. Quando trazia a Palavra do Pai, era o Espírito Santo quem falava pelos lábios de Cristo Jesus. Todos se admiravam e diziam que nunca tinham ouvido aquilo. O Senhor falava com autoridade, não a de quem impunha alguma coisa, mas com autoridade tranquila. A palavra d'Ele calava fundo nas pessoas e as transformava.

Jesus fez coisas maravilhosas: ressuscitou mortos, curou leprosos e outros inúmeros doentes: inclusive de males humanamente impossíveis de ser curados... Ele era um homem de poderes especiais? Não. O poder que operava em Jesus era o do Espírito Santo.



Quando Jesus se dirigia a um doente dizendo: “Sê curado!”, o que agia n'Ele era o poder do Divino Espírito Santo. O cego voltava a ver; o surdo, a ouvir; aquela mulher que tinha um fluxo de sangue durante anos foi curada imediatamente; os leprosos ficaram totalmente limpos. Mas por que tudo isso? Porque agia em Cristo o poder do Espírito Santo.

Quando Jesus disse a Lázaro: “Vem para fora!”; da mesma forma, quando disse para aquela menina: “Talitá, qum”; assim como quando disse ao filho da viúva de Naim que levantasse e voltasse à vida, o que agia n'Ele era o poder da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.

Quem curava, ressuscitava, transformava a água em vinho, multiplicava os pães, acalmava a tempestade, expulsava os demônios era o Espírito Santo. Jesus era o instrumento cheio de fé que se deixou usar pelo Espírito. Por meio d'Ele fluía o poder do Espírito.

Também no comum de Sua vida, Jesus Cristo era um instrumento do Espírito Santo. Ele amava, mas Seu amor humano era plenificado pelo Espírito Santo. Por isso as pessoas eram tocadas, consoladas, transformadas pelo olhar e pelo sorriso do Senhor.

Veja como Maria Madalena foi atraída por Ele: como se deixou tocar e como se transformou! As crianças sentiam atração por Ele. Até mesmo os pecadores, diante d' Ele, se rendiam. Isso porque se manifestava em Jesus não apenas Sua misericórdia, que não era apenas a misericórdia d'Ele, mas também a misericórdia do Espírito Santo, que se manifestava em Cristo e tocava as pessoas.

Jesus foi aquele que em tudo foi cheio do Espírito Santo. Sabe por que o Pai quis assim? Porque Jesus foi o modelo de homem novo que Deus Pai quis apresentar. A única maneira de ser verdadeiramente cristão, quer dizer, um outro Cristo, um continuador de Jesus, é ser cheio do Espírito Santo, como Ele o foi. Não apenas fazer coisas extraordinárias, mas até mesmo para fazer as coisas ordinárias, comuns de sua vida, você precisa ser cheio do Divino Espírito Santo.

Todos precisamos de amor. O amor é que vai nos transformar. Precisamos nos sentir amados, queridos, acolhidos. Você cristão é chamado a fazer isso. Mas só com seu amor humano isso não será possível. Você precisa do Paráclito para amar, para ser bondoso, delicado, paciente, para atrair as pessoas por meio do amor de Jesus que está em você.

As pessoas precisam de misericórdia, de perdão. Precisam se sentir acolhidas, aceitas com suas falhas, com seus defeitos, com seu pecado. Jesus continua sendo cheio de misericórdia. Você levará a todos essa misericórdia, esse amor, esse perdão de Jesus pelo poder do Espírito Santo, que está em você.


Todos precisamos estar cheios do Espírito Santo. Jesus o convida para ser instrumento do Espírito. Os pais precisam d'Ele [Espírito Santo] para educar os filhos. Da mesma forma, você precisa d'Ele para agir com as pessoas com quem vive, com quem trabalha. Assim como marido e mulher precisam estar cheios d'Ele para se tratarem como cristãos.

As coisas extraordinárias virão depois. Também o poder dos milagres vai acontecer. Mas até nas coisas normais do dia a dia você precisa ser uma pessoa cheia do Espírito Santo. É por isso que, diariamente, devemos dizer:

Vinde! Vinde, Espírito Santo! Preciso de Ti; preciso ser cheio do Espírito Santo como Jesus foi. Vinde, Vinde, Espírito Santo!

(Trecho retirado do livro “Pão da Palavra” – volume 2, de monsenhor Jonas Abib).

16/12/2009

Não estranhe, você precisa ser diferente!


Você que tem caminhado numa vida no Espírito, que tem lido, meditado e lutado por viver a Palavra de Deus, tem falas, atitudes e comportamento diferentes das outras pessoas.

Imediatamente elas começarão a achar que você não é deste mundo. Irão achá-lo estranho. Isso vai acontecer entre parentes e amigos. Quem sabe entre marido e mulher: um está seguindo o Senhor de perto e com perseverança; o outro, não. Aquele que não segue o Senhor logo nota: seu cônjuge está diferente, estranho. Essa é uma feliz realidade! Realmente você mudou, já não é mais a mesma pessoa. Você se tornou diferente. Isso é uma confirmação da Palavra do Senhor: “Se alguém está em Cristo é uma nova criatura. O mundo antigo passou, eis que aí está uma realidade nova” (II Cor 5,17).

Infelizmente, muitos irmãos vão caminhando bem, mas quando chegam nesse ponto, quando começam a ser considerados “diferentes”, voltam atrás, porque não querem ser “diferentes” nem parecer estranhos. Os próprios parentes e amigos, às vezes, até marido ou mulher, filhos ou pais, todos acham que você está estranho, diferente...e dizem que não pode ser assim fanático. Afinal de contas, você tem de ser uma pessoa normal, igual a todo o mundo!...

Muitas vezes, você está caminhando bem, como o Senhor quer que caminhe, orientado pela vontade d'Ele e, justamente para não ser diferente, acaba retrocedendo. É uma pena! O sal deixou de ser sal; a luz deixou de ser luz.

Não estranhe, você precisa ser diferente! Não porque você quer, mas porque o cristão é realmente diferente. O sal é diferente do restante dos alimentos. A luz é diferente da escuridão. “Se alguém está em Cristo é uma nova criatura. O mundo antigo passou, eis que aí está uma realidade nova.”

Quando alguém disser: “Olhe, você está tão diferente, tão estranho! Parece que não está neste mundo”... responda com convicção: “Realmente, eu não sou mais deste mundo”. Não é estranho dizer isso, pois o próprio Jesus o fez:

“Eu não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do maligno. Eles não são do mundo, como eu não sou do mundo. Consagra-os pela verdade: a tua palavra é verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, eu os envio ao mundo. E, por eles, eu me consagro a mim mesmo, a fim de que também eles sejam consagrados pela verdade” (Jo 17,15-19).

Jesus afirma claramente: “Eles não são do mundo, como eu não sou do mundo”. Já no versículo, Cristo afirma: “Eu lhes dei a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como eu não sou do mundo. Eu não te peço que tires do mundo [...]” (Jo 17,14).



Por quê?...Porque o mundo precisa deles. O mundo precisa de cristãos. “Eu não te peço que tires do mundo, mas que guardes do maligno.”

Jesus Cristo volta a afirmar no versículo 16: “Eles não são do mundo, como eu não sou do mundo”. É exatamente isso! Talvez no passado você fosse “massa” como todo o mundo, mas o Senhor agora o fez sal. Sal para a massa. O sal é sal e não pode deixar de ser sal. Já imaginou o seguinte: “A massa disse assim para o sal: 'Você está tão diferente, tão estranho, tão salgado. Não! Você precisa ser como todo o mundo!'?...” Já pensou se o sal, então, por causa disso, deixasse de ser sal, perdesse sua força e fosse como todos os outros? Já imaginou?! Seria um mal para o sal e para a massa. A massa precisa ser salgada.

Isso acontece com os cristãos, infelizmente. Os outros lhe dizem que você está diferente, estranho...e você volta atrás. Quem sai perdendo é você e também o mundo.

Cristo usa outra imagem: “Vós sois a luz do mundo!” (Mt 5,14). Claro que a luz é diferente das trevas. Não há nenhuma comunhão entre elas, luz é diferente das trevas. Não há nenhuma comunhão entre a luz e a escuridão: mas a escuridão precisa da luz. Logo, é preciso que a luz seja diferente da escuridão: a luz não pode retroceder. Ela não pode se apagar para ser igual à escuridão. Ao contrário, ela precisa ser luz para acabar com a escuridão.

Você foi tirado do mundo, feito diferente em Jesus e por Jesus: “Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura”. Antes você era escuridão: estava nas trevas. Mas o Senhor o arrancou das trevas e o transladou para Seu Reino. Agora, em Cristo, você é luz como Ele. Assim como a luz é feita para as trevas, você foi feito para o mundo. Não para ser simplesmente luz, mas luz para os outros: para aqueles que não conhecem o Senhor, para aqueles que ainda estão nas trevas.



Se existem pessoas a seu lado, em sua família, em seu meio que não conhecem o Senhor ou que não O seguem de perto, e, justamente por isso, sentem-se incomodadas, não ligue. Se reclamam de você, de seu linguajar, de suas atitudes, de seu proceder, porque você é estranho, não se importe! É um sinal a mais de que eles estão precisando da luz e do sal de Jesus.

É preciso que os cristãos tenham coragem de ir aos escombros deste mundo, arrancar os filhos do reino e trazê-los de volta ao único Rei e Senhor: Jesus. O Senhor conta com você! Por isso você precisa ter esta convicção: não sou deste mundo! Estou neste mundo para servir a meu Senhor, mas não sou deste mundo.

Tenha certeza de que não é sendo igual a todo o mundo que você vai salvar aqueles que precisam, mas justamente sendo diferente. Você não precisa ser artificial. O próprio Senhor lhe dará nova linguagem, novas atitudes, novo comportamento, nova mentalidade: uma vida nova. Por quê? Porque “Se alguém está em Cristo é uma nova criatura. O mundo antigo passou, eis que aí está uma realidade nova” (II Cor 5,17).

(Trecho retirado do livro “Pão da Palavra – volume 1” de monsenhor Jonas Abib)

15/12/2009

Advento: João é a voz, Cristo, a Palavra.


João era a voz, mas o Senhor, no princípio, era a Palavra (Jo 1,1). João era a voz passageira, Cristo, a Palavra eterna desde o princípio. Suprimi a palavra, o que se torna a voz? Esvaziada de sentido, é apenas um ruído. A voz sem palavras ressoa ao ouvido, mas não alimenta o coração.

Entretanto, mesmo quando se trata de alimentar nossos corações, vejamos a ordem das coisas. Se penso no que vou dizer, a palavra já está em meu coração. Se quero, porém, falar contigo, procuro o modo de fazer chegar ao teu coração o que já está no meu.

Procurando então como fazer chegar a ti e penetrar em teu coração o que já está no meu, recorro à voz e por ela falo contigo. O som da voz te faz entender a palavra; e quando te fez entendê-la, esse som desaparece, mas a palavra que ele te transmitiu permanece em teu coração, sem haver deixado o meu.

Não te parece que esse som, depois de haver transmitido minha palavra, está dizendo: É necessário que ele cresça e eu diminua? (Jo 3,30). A voz ressoou, cumprindo sua função, e desapareceu, como se dissesse: Esta é a minha alegria, e ela é completa (Jo 3,29). Guardemos a palavra; não percamos a palavra concebida em nosso íntimo.

Queres ver como a voz passa e a palavra divina permanece? Que foi feito do batismo de João? Cumpriu sua missão e desapareceu; agora é o batismo de Cristo que está em vigor. Todos cremos em Cristo e esperamos dele a salvação: foi o que a voz anunciou.

Justamente porque é difícil não confundir a voz com a palavra, julgaram que João era o Cristo. Confundiram a voz com a palavra. Mas a voz reconheceu o que era para não prejudicar a palavra. Eu não sou o Cristo (Jo 1,20), disse João, nem Elias nem o Profeta. Perguntaram-lhe então: Quem és tu? Eu sou, respondeu ele, a voz que grita no deserto: “Aplainai o caminho do Senhor” (Jo 1,19. 23). É a voz do que grita no deserto, do que rompe o silêncio. Aplainai o caminho do Senhor, como se dissesse: “Sou a voz que se faz ouvir apenas para levar o Senhor aos vossos corações. Mas ele não se dignará vir aonde o quero levar, se não preparardes o caminho”.

O que significa: Aplainai o caminho, senão: Orai como se deve orar? O que significa ainda: Aplainai o caminho senão: Tende pensamentos humildes? Imitai o exemplo de João. Julgam que é o Cristo e ele diz não ser aquele que julgam; não se aproveita do erro alheio para uma afirmação pessoal. Se tivesse dito: “Eu sou o Cristo”, facilmente teriam acreditado nele, pois já era considerado como tal antes que o dissesse. Mas não disse; pelo contrário, reconheceu o que era, disse o que não era, foi humilde. Viu de onde lhe vinha à salvação; compreendeu que era uma lâmpada e temeu que o vento do orgulho pudesse apagá-la.

Santo Agostinho, bispo e doutor da Igreja, Séc. IV -V
(Sermão 293, 3: Patrologia Latina. 38 1328-1329).

14/12/2009

Dia de São João da Cruz


São João da Cruz nasceu em 1542 em Fontiveros, província de Ávila, na Espanha. Seus pais se chamavam Gonzalo de Yepes e Catalina Alvarez. Gonzalo pertencia a uma família de posses da cidade de Toledo. Por ter-se casado com uma jovem de classe "inferior" foi deserdado por seus pais e tornou-se tecelão de seda.

Em 1548, a família muda-se para Arévalo. Em 1551 transfere-se para Medina del Campo, onde o futuro reformador do Carmelo estuda numa escola destinada a crianças pobres. Por suas aptidões, torna-se empregado do diretor do Hospital de Medina del Campo. Entre 1559 a 1563 estuda Humanidades com os Jesuítas. Ingressou na Ordem dos Carmelitas aos vinte e um anos de idade, em 1563, quando recebe o nome de Frei João de São Matias, em Medina del Campo. Pensa em tornar-se irmão leigo, mas seus superiores não o permitiram. Entre 1564 e 1568 faz sua profissão religiosa e estuda em Salamanca. Tendo concluído com êxito seus estudos teológicos, em 1567 ordena-se sacerdote e celebra sua Primeira Missa.

Infelizmente, ficou muito desiludido pelo relaxamento da vida monástica em que viviam os conventos carmelitas. Decepcionado, tenta passar para a Ordem dos Cartuxos, ordem muito austera, na qual poderia viver a severidade de vida religiosa à que se sentia chamado. Em setembro de 1567 encontra-se com Santa Teresa, que lhe fala sobre o projeto de estender a Reforma da Ordem Carmelita também aos padres. O jovem de apenas vinte e cinco anos de idade aceitou o desafio. Trocou o nome para João da Cruz. No dia 28 de novembro de 1568, juntamente com Frei Antônio de Jesús Heredia, inicia a Reforma. O desejo de voltar à mística religiosidade do deserto custou ao santo fundador maus tratos físicos e difamações. Em 1577 foi preso por oito meses no cárcere de Toledo. Nessas trevas exteriores acendeu-se-lhe a chama de sua poesia espiritual. "Padecer e depois morrer" era o lema do autor da "Noite Escura da alma", da "Subida do monte Carmelo", do "Cântico Espiritual" e da "Chama de amor viva".

A doutrina de João da Cruz é plenamente fiel à antiga tradição: o objetivo do homem na terra é alcançar "Perfeição da Caridade e elevar-se à dignidade de filho de Deus pelo amor"; a contemplação não é um fim em si mesma, mas deve conduzir ao amor e à união com Deus pelo amor e, por último, deve levar à experiência dessa união à qual tudo se ordena". "Não há trabalho melhor nem mais necessário que o amor", disse o Santo. "Fomos feitos para o amor". "O único instrumento do qual Deus se serve é o amor". "Assim como o Pai e o Filho estão unidos pelo amor, assim o amor é o laço da união da alma com Deus".

O amor leva às alturas da contemplação, mas como o amor é produto da fé, que é a única ponte que pode salvar o abismo que separa a nossa inteligência do infinito de Deus, a fé ardente e vívida é o princípio da experiência mística. João da Cruz costuma pedir a Deus três coisas: que não deixasse passar um só dia de sua vida sem enviar-lhe sofrimentos, que não o deixasse morrer ocupando o cargo de superior e que lhe permitisse morrer humilhado e desprezado.

Faleceu no convento de Ubeda, aos quarenta e nove anos, no dia 14 de dezembro de 1591, após três meses de sofrimentos atrozes. A primeira edição de suas obras deu-se em Alcalá, em 1618. No dia 25 de janeiro de 1675 foi beatificado por Clemente X. Foi canonizado e declarado Doutor da Igreja por Pio XI . Em 1952 foi proclamado "Patrono dos Poetas Espanhóis".

Talvez a mais bela e completa descrição física e espiritual do Santo Fundador tenha sido feita por Frei Eliseu dos Mártires que com ele conviveu em Baeza: "Homem de estatura mediana, de rosto sério e venerável. Um pouco moreno e de boa fisionomia. Seu trato era muito agradável e sua conversa bastante espiritual era muito proveitosa para os que o ouviam.

Todos os que o procuravam saíam espiritualizados e atraídos à virtude. Foi amigo do recolhimento e falava pouco. Quando repreendia como superior, que o foi muitas vezes, agia com doce severidade, exortando com amor paternal.." Santa Teresa de Jesus o considerava "uma das almas mais puras que Deus tem em sua Igreja. Nosso Senhor lhe infundiu grandes riquezas da sabedoria celestial. Mesmo pequeno ele é grande aos olhos de Deus.

Não há frade que não fale bem dele, porque tem sido sua vida uma grande penitência". Poucos homens falaram dos sublimes mistérios de Deus na alma e da alma em Deus como São João da Cruz.

11/12/2009

Jesus veio tirar o pecado do mundo


Não tem alegria maior para o coração de Deus do que uma alma convertida. Por isso, é muito importante o lema de Dom Bosco que está escrito em sua urna que veio para Canção Nova esta semana: "Dai-me almas e ficai com o resto".

Jesus, um dia, perguntou aos discípulos: 'O que dizem os outros que Eu sou?' Depois de várias respostas, Ele perguntou para os discípulos: 'E para vocês, quem Eu sou?' Pedro disse que Ele era o Messias, o Filho de Deus. E para você, quem é o Senhor?

Hoje, as pessoas querem diluir Jesus no meio de tantos ídolos que existem. Parece que ele é apenas um a mais no mundo. Cristo é o Filho de Deus que salva almas. A Bíblia mostra quem Ele é e a sua identidade. Nós, cristãos, precisamos conhecê-Lo.

Muitas pessoas acham que a Igreja inventou Jesus para ganhar poder. Nas universidades, às vezes isso é muito discutido. Ele não é um mito, é um personagem fundamental da nossa história. A Igreja tem vários documentos que provam isso, cristãos, judaicos... Os céticos que aceitam que Ele viveu, acreditam que Jesus foi apenas um homem comum.

Quem prova que Ele foi Deus? O Evangelho prova. Jesus mandou o mar se calar e ele se calou. Curou leprosos, surdos, mudos, ressuscitou Lázaro, matou a fome de uma multidão com cinco pães. Esses milagres mostram que ele é Deus. Mas, lamentavelmente, uma parte da história prefere não acreditar nisso.

"Quem é Jesus para você?"
Foto: Wesley Almeida

Mas você pode pensar: "A Igreja pode ter inventado a Bíblia para fingir isso tudo e dizer que ela prova os milagres de Jesus". No século 17 e 18 – época do Iluminismo, na qual a ciência era muito vangloriada –, alguns cientistas tentaram provar que os quatro Evangelhos eram contraditórios e falsos. Mas sabe qual foi a conclusão? Esses inimigos da Igreja chegaram à conclusão de que eles eram uma obra-prima. Eles ficaram impressionados. Um deles escreveu que perdeu 50 anos tentando destruir um Evangelho, mas não conseguiu. No fim, mostram para o mundo que eles são autênticos.

"A teologia da libertação é uma desgraça para a Igreja"
Foto: Wesley Almeida

O Catecismo da Igreja Católica nos mostra os motivos pelos quais 'o Verbo Divino encarnou e habitou entre nós'. Os mais importantes são que Jesus veio para nos salvar, reconciliando-nos com Deus. Em segundo, por amor a nós, para que não precisássemos experimentar o inferno, Ele veio assumir os nossos pecados. Cristo fez isso porque nos ama infinitamente.

Muitas linhas do pensamento tentam desmentir o que a Igreja prega sobre Deus. Uma delas é a teologia da libertação. Recentemente, o Papa Bento XVI escreveu uma carta sobre ela, afirmando que a teologia é marxista.

:: Leia a carta do Papa

:: Saiba o que é Teologia da Libertação

Essa teoria é uma desgraça para a Igreja, e as sequelas da teologia marxista da libertação "mais ou menos visíveis de rebelião, divisão, desacordo, ofensa, anarquia, ainda se fazem sentir, criando em suas comunidades diocesanas um grande sofrimento e grave perda de forças vivas".

Ao final do documento, o Santo Padre exortou "aos que, de algum modo, se sintam atraídos, envolvidos e afetados no íntimo por certos princípios enganosos da teologia da libertação, que se confrontem novamente com a referida Instrução, acolhendo a luz benigna que a mesma oferece com mão estendida”.

Jesus veio para tirar o pecado do mundo. Ele derramou Seu sangue para construir a Igreja. Acredite nisso!

10/12/2009

Deus agirá, mas você precisa fazer a sua parte


“Assim eles não são mais dois, mas uma só carne” (Mt 19,6).

O casal é um só corpo, um mistério que, humanamente, não dá para ser compreendido. Mas a verdade é esta: eles já não são dois; eles são uma só carne.
O que é uno não se divide. O corpo, por exemplo, por ser uno, não pode se dividir. Se alguém tentar dividi-lo, acabará não dividindo-o, mas dilacerando-o. Imagine um corpo dividido ao meio: é estrago total. Assim acontece no casamento. O casal é uma só carne. A separação deles não é mera separação, mas dilaceramento de um casal e, mais ainda: dilaceramento de uma família!

Enquanto estavam noivos, vocês sonharam com a família, lutaram, sofreram, trabalharam, deram tudo por ela. Ainda hoje, em tudo que vocês fazem, pensam na família. Saibam que o único meio de salvaguardá-la [a família] é olhá-la com olhos sobrenaturais. Assim agiu José que, no momento crucial da sua vida, quis resolver tudo em Deus.

São Paulo caracteriza o matrimônio como o lindo mistério, que ele compara à união de Cristo com sua Igreja:

“Maridos, amai as vossas mulheres como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela; ele quis com isto torná-la santa, purificando-a com água que lava, e isto pela Palavra; ele quis apresentá-la a si mesmo esplêndida, sem mancha nem ruga, nem defeito algum; quis a sua Igreja santa e irrepreensível” (Ef 5,25-27).

Homem, você não se casou apenas para ser feliz nesta vida, nem mesmo para ter filhos e netos... O sacramento do matrimônio vai além disso. Deus tomou uma de suas filhas, amada, escolhida e a confiou a você! O propósito do Senhor é que você se gaste no amor, na dedicação, no sacrifício, na entrega por sua esposa, a ponto de entregá-la para Ele santa, sem mácula e irrepreensível, como nos diz a Palavra de Deus. Que você ame sua esposa como Cristo amou a Sua Igreja!

O matrimônio tem uma realidade sobrenatural: é um mistério, no qual o marido vai formando sua esposa à imagem de Deus, com a cooperação do Espírito Santo. Como um artista que molda a madeira para fazer dela uma linda imagem, o esposo vai modelando sua esposa para transformá-la numa nova criatura para Deus. É uma obra linda, que vai ocupar a vida inteira, e por isso mesmo não pode ser interrompida. Marido, Deus lhe confiou uma obra-prima, e Ele conta com você. Não pare, não desista! Você precisa levá-la até o fim.

Imagine quando você chegar ao céu e apresentar sua esposa a Deus Pai dizendo: “Senhor, não foi fácil chegar até aqui, não foi fácil também trazer a minha esposa, mas ela está aqui. Atrás de nós estão nossos filhos e nossos netos, numa grande fila... O Senhor confiou a mim esta missão; eis-me aqui: missão cumprida, Senhor!”.

O Pai vai olhá-lo com muito amor e, mesmo diante dos seus erros e pecados na caminhada, verá que você não desanimou. Verá que lutou, buscou forças, deu tudo e conseguiu levar sua esposa, aquela filha que Ele lhe havia confiado, de volta a Deus.Então Jesus vai dizer:

“Está bem, servo bom e fiel, foste fiel em pouca coisa, eu te constituirei sobre muito; vem alegrar-te com teu Senhor” (Mt 25,21).



Jesus não vai querer vê-lo sozinho. A alegria d'Ele será receber toda a sua família no Paraíso. E para você também será maravilhoso escutar de Deus: “Servo bom e fiel”. Vale a pena ser homem de fé, não viver a mentalidade do mundo, dizer “não” ao pecado e a todos os atalhos, para ouvir do Senhor esta palavra: “Servo bom e fiel!”.

Quando o Senhor prometeu a Abraão uma grande descendência, Sara, no desespero, pegou um atalho, que naquele tempo era permitido:

“Eis que o Senhor me impede de dar à luz. Vai, pois, à minha serva, talvez através dela eu tenha um filho” (Gn 16,2).

Abraão se aproximou de Agar, a escrava, e ela concebeu Ismael. Mas, Abraão, Sara e a própria Agar só tiveram problemas, pois não era esse o caminho do Altíssimo. Esse era um desvio. Muitas vezes, a tentação apresenta atalhos e você acaba buscando a maneira mais fácil, como Sara e Abraão, mas o atalho só traz complicação: ele não é o caminho.

Os planos de Deus para Seus filhos são perfeitos, grandiosos...Embora cheios de obstáculos, que exigem deles sacrifícios e dores. Por isso, ouse realizar o plano de Deus, desprezando os atalhos, porque a única maneira de vocês levarem um ao outro para o Céu é seguirem o caminho de Deus. É difícil, mas é o caminho certo.



“Assim, eles não são mais dois, mas uma só carne. Não separe, pois, o homem o que Deus uniu!” (Mt 19,6).


Imagine-se em um lugar fechado, cuja saída única é um pequeno buraco no teto. De repente, tudo começa a pegar fogo e você precisa se salvar. Para sair, vai precisar fazer muita força, e o primeiro membro do seu corpo que consegue passar e sair é a cabeça. Ora, por onde passa a cabeça, passa o corpo todo. A família é o seu corpo; sua esposa é o coração, e os filhos, os membros. Por isso, ainda que seja doloroso, é preciso que você, que é marido e pai, passe. Sim, você que é a cabeça precisa passar. Não desanime, não pare no meio do caminho! É preciso que você, como José, não assuma decisões humanas, mas sim, decisões da fé. Sua esposa vai ajudá-lo muito, ela é o coração. Deus agirá, mas você precisa fazer a sua parte.

As humilhações que ela tem passado por suas ausências, irresponsabilidades, infidelidade, falta de oração, tudo isso que causou à sua esposa tanto sofrimento que será de grande valor para que você, que é a cabeça, consiga passar. Mas é preciso passar! A santidade de sua esposa vai cooperar muito, mas quem tem de passar é você. Será você quem abrirá caminho para os que virão atrás.

Seus filhos também poderão ajudá-lo. Graças a Deus, são muitos filhos que estão levando os pais para Deus. Impulsionando-os, incentivando-os. Se o pai passa, a esposa, os filhos e a família inteira passam também.

Trecho do livro “Homem e mulher em sintonia” de monsenhor Jonas Abib

09/12/2009

Não tire o olhar de Deus


Enquanto estava fazendo minha adoração ao Santíssimo Sacramento pude perceber o quanto me disperso com facilidade. Explico: sempre que alguém entrava na capela ou fazia algum movimento, por menor que fosse, na minha área de visão, eu sempre tirava os olhos de Jesus na Eucaristia para dar atenção ao que acontecia ao meu redor. Naquele instante ouvi a voz do Senhor falar-me claramente: “Não tires o olhar de mim!”.

Quantas vezes temos perdido a alegria de viver porque perdemos o foco da nossa vida?! Quantas vezes, como ministros escolhidos, temos deixado a unção passar por não olharmos mais para o Senhor das nossas vidas e de nossos dons? Muitas vezes nos perdemos pelo caminho porque tiramos a atenção d'Aquele que é o Caminho.

Tenho para mim que a primeira atitude da ovelha que se perde do seu pastor é o desviar do olhar. Talvez ela pense que logo pode retornar, mas, engana-se, pois assim que o faz o lobo vem seduzi-la, conquistá-la e desviá-la do caminho certo.

Quantas vezes sou uma dessas ovelhas! Mas que bom que o Bom Pastor deixa as 99 no aprisco e traz de volta aquela que se perdeu!



No capítulo 12 da Carta aos Hebreus, logo no início, o autor nos exorta:

“Corramos com perseverança na competição que nos é proposta, com os olhos fixos em Jesus, que vai à frente da nossa fé e a leva à perfeição”
.

Sim! Os nossos olhos precisam estar fixos no Senhor. É para Ele que devemos voltar o nosso olhar. Diante da angústia, da dor e do sofrimento: olhemos para Jesus. Diante dos questionamentos, receios, inseguranças: olhemos para Jesus. Da mesma forma, diante da missão que nos é confiada: olhemos para Jesus. N'Ele encontramos a resposta.

Temos perdido muito tempo dando atenção aos nossos problemas, olhando para as dificuldades, enquanto deveríamos olhar para o Senhor, nosso Deus, que pode resolver tudo e nos trazer a solução.

Não posso tirar os olhos do Senhor da minha vida, pois se desviar meu olhar, minha segurança vai embora, pois não posso confiar nos homens, mas sim, em Deus. Minha segurança vem unicamente de Deus, só Ele acalma meu coração. Quando a insegurança bater, fixemos os olhos no Senhor.

Diante de Jesus, naquela capela, fiz um propósito: “Senhor, meus olhos eu coloco em Ti, não me deixes desviar. Esforçar-me-ei em fixar meu olhar na Tua presença, na Tua Palavra, mas sei que sem Tua graça não consigo, por isso, ajuda-me, meu Deus!”

Se você quiser pode rezar assim também.
Faça a sua oração e olhe para Jesus!


Com orações,

Rafael Carvalho