A graça é uma ajuda divina que se obtém para o bom êxito das atividades do homem. Essa ajuda, todavia, não se exprime como perturbação das leis naturais, mas como um suplemento no seio da própria natureza, uma assistência particular que Deus concede intensificando as potencialidades naturais.
O milagre, por sua vez, manifesta-se precisamente como um acontecimento que se distingue do habitual desenvolvimento da realidade. Possui características particulares. Nas causas dos santos, geralmente, são as curas, os milagres que o Discatério examina; e isso porque elas são acessíveis ao controle dos sentidos. Devem-se à intervenção de Deus por meio da intercessão de um servo d’Ele.
Na prática da Congregação, antes de o Papa declarar que um fato é milagroso, todo o processo é estudado de forma científica. Nesta fase, os médicos, singularmente e de forma colegial, são chamados a esclarecer se uma determinada cura é realmente inexplicável à luz da ciência médica atual. Para que uma cura possa ser considerada miraculosa tem de se constatar cientificamente que esta foi instantânea, completa e duradoura.
Aqui entramos no mistério de Deus. Nós não conhecemos os planos d’Ele na escolha de quem será atendido. Conceder uma graça ou uma cura é um ato livre do Senhor. Ele pede-nos total confiança. Na documentação para o estudo de um milagre nota-se, com frequência, que Deus, por intermédio de um venerável ou de um beato, concede a sua própria intervenção a favor de pessoas dispostas a receber o dom da cura e sobretudo intencionadas a cumprir a Sua vontade: Pedi e recebereis, batei à porta e ser-vos-á aberta, diz o Evangelho. A fé não só faz aderir à vontade do Todo-poderoso, mas é uma tensão viva do homem para entrar no mistério divino.
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