27/10/2009

Comece em sua casa a primeira missão

Amar é uma decisão que não é tomada apenas com o coração

Em outubro, mês missionário, a Igreja celebrou a devoção a uma de suas grandes santas, uma doutora, uma mestra do amor: Santa Terezinha do Menino Jesus, a padroeira dos missionários.

"Ó Jesus, meu amor! Minha vocação, enfim, eu encontrei, minha vocação é o amor" (Santa Terezinha).

Reconheço que amar é o maior de todos os desafios do cristão, porém, é por ele que se alcança o céu. São Paulo é muito claro quando nos exorta em Romanos: "A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, a não ser o amor recíproco” (Rm 13,8). Sem dúvida, não há outro caminho para se chegar a Deus a não ser pelo amor; e nesse caminho não há atalhos. Santa Terezinha, certa vez, expressou-se assim: "Não é o bastante amar, é preciso prová-lo!"

Amar é uma decisão que não é tomada apenas com o coração, pela sensibilidade; mas com a razão. Assim como a vida é uma questão de escolha, amar também é uma escolha que só você pode fazer por si mesmo; ninguém mais pode decidir-se por amar em seu lugar.

Amar não é um ato mecânico, é uma escolha que passa pela liberdade e pela consciência. É um ato da vontade do querer. Para amar é preciso aceitar perder-se, esquecer-se, não voltar a si mesmo. A sensibilidade auxilia que você saia de si, mas não é suficiente para levá-lo a amar. A admiração pelo outro e a afeição empurram você para ele, mas isto ainda não é amor.

"Compreendi que meu amor não se devia traduzir somente por palavras" (Santa Terezinha). Amar não é dar alguma coisa a alguém; isso é filantropia.

Amar é dar-se por inteiro a alguém, quer ele mereça ou não. Jesus fez isso por mim e por você. Foi isso que Ele fez pela humanidade inteira. O Senhor se ofertou, inteiramente, a todos no seu sacrifício de morte na cruz. O amor não busca outro motivo nem outro fruto fora de si; o seu fruto consiste na sua prática. Amo porque amo; amo para amar. O amor é um constante ato que se renova cada vez que é praticado.

Eu sou feito para amar, nasci do amor e voltarei para ele. Logo, é importante que eu o viva. Essa compreensão da nossa existência pautada pelo amor fez toda diferença na vida de Santa Terezinha: "...e minha vida é um único ato de amor". E faz também na vida de cada um de nós uma verdadeira revolução.

É com disposição de amar que devem ser feitas todas as nossas atitudes, porque o amor é a base de tudo. Tudo vai passar, somente o amor vai permanecer.

Em 2006, conheci a história de Santa Terezinha, sua luta por amar a todos e demonstrar esse amor, especialmente àquelas irmãs que menos lhe agradavam. A imensidão do amor de Deus por elas impulsionou-me a fazer a escolha, desde então, da pequena via para minha vida: a cada dia acordar e perguntar ao Senhor a quem amar e como amar nesse momento e claro, uma influência também da minha noiva Andrea que é devotíssima desta tão querida santa.

Dentro de minha casa em meados do final dos anos 80, no seio de nossa família, meu pai foi espírita por tabela (um tio dele tinha um Centro Espírita em sua própria casa). Durante anos ele foi causa de sofrimento em nossa casa não pelo temperamento dele mas sim pela prática ignorante e também trazia total contaminação ao nosso lar, mas por inúmeras vezes ter sérios problemas de saúde após freqüentar o lugar.

Com o tempo, ele largou de ir pois só ia mesmo para fazer a chamada "média" pois tinha ignorância total da palavra, e seu tio também faleceu contribuindo pela graça de Deus para o fim do local,mas as marcas da história estavam ali. Então, ele se dedicou a Santa Missa, a conversão total e a remissão de todos os seus pecados e o perdão de Deus, e a decisão de amar a Deus gratuitamente e a devoção pela simplicidade de Santa Terezinha. Todos os dias rezava o Terço, participava de Retiros e acordava de madrugada para conversar com Deus sobre tudo. O amor venceu! O céu aconteceu. Meu pai veio a falecer dia 02 de Fevereiro de 2008 de infarte fulminante mas com um Terço na mão rezando-o.

Olha que linda graça!

Madre Tereza de Calcutá nos diz: "No entardecer, seremos julgados pelo amor". Amar é um desafio que Deus nos faz todos os dias. Muitos não o compreendem, outros não tiveram a graça de experimentá-lo. Porém, quem vivenciou o verdadeiro amor, por ele se deixa transformar.

Santa Terezinha do Menino Jesus, rogai por nós!

26/10/2009

Para não falar mal dos outros


Aprendemos a usar o filtro triplo da verdade

Uma pessoa muito desejosa para mudar de vida se esforçava para não cometer os mesmos defeitos e pecados me segredou: "Padre o que faço para me controlar, não julgar e falar mal das pessoas?"

Como esta nossa irmã temos muitos pequenos defeitos e vícios que precisam ser controlados através de uma firme e consciente luta interior. Por exemplo, falar mal dos outros revela o quanto somos inseguros, invejosos e muita imaturidade para trabalhar os relacionamentos e conflitos interiores.

Um segredo para crescer nas virtudes é a perseverança nas suas práticas e, isso requer sempre esforço, renuncia e oração, contando sempre com o auxilio do Divino Espírito Santo, nosso mestre de santidade. Eu lembrei desta historia, é bom fazer uma revisão dos nossos costumes:

Certa pessoa encontrou-se com o filosofo Sócrates e lhe disse: "Tenho algo a lhe dizer sobre um amigo seu…" Sócrates respondeu: "Permita-me lhe propor passar pelo Filtro Triplo para aceitar seu comentário."

A pessoa disse claro que sim, o que é esse tal de filtro triplo? Para que eu te ousa falar algo de alguém, mesmo que não fosse meu amigo, teria que passar por um filtro de três condições.

A primeira é a VERDADE, você tem absoluta certeza de que, o que vai me falar é verdadeiro? O camarada respondeu: não, ouvi outra pessoa falar isso sobre seu amigo. Sócrates disse: então não tenho dever nenhum em te ouvir já que não tens a veracidade do que vais me falar, mesmo que a pessoa em questão não fosse digna de respeito. E continuou Sócrates, vou te revelar o segundo filtro para que eu pudesse te ouvir, já que a Verdade seria suficiente para não te escutar.

É o filtro da BONDADE. É bom para eu saber o que tens a me dizer sobre meu amigo? O homem respondeu: não é algo bom, é desagradável. Retrucou Sócrates: se não é verdadeiro e muito pior, para que me interessaria saber algo que poderia estragar o meu dia, não sendo verdadeiro nem bom. Mas vou te falar sobre o terceiro filtro para que as nossas conversas não sejam vazias e nada construtivas.

É o filtro da UTILIDADE, será para mim e para você algo útil, vai me servir para aumentar minha sabedoria e credito sobre meu amigo? O homem coçou a cabeça e disse: não acho que seja útil nem para mim nem para ti. Pois bem, disse Sócrates, a nossa conversa acaba por aqui, sabendo que, o que devemos acumular nesta vida é a Sabedoria.

Como seria bom se todas as nossas conversas passassem por este filtro, isso sem falar que falta um filtro preciosíssimo ao nosso caro filosofo Sócrates, o filtro da CARIDADE, ou seja, O AMOR FRATERNO, que nos foi ensinado por Jesus Cristo, o mestre dos mestres. Seu ensinamento foi simples, mas capaz de mudar o mundo.

Vejamos o que nos diz São João:

“Filhinhos, não amemos só com palavras e de boca, mas com ações e de verdade! Ai está o critério para saber que somos da verdade; e com isto tranqüilizaremos na presença dele o nosso coração”. 1João 3,18-19

Mais do que uma filosofia o Amor é um principio de vida. Todas as outras práticas, respeito, verdade, bondade e utilidade, têm no amor o seu alicerce principal. Antes de tudo, faltam a nós esses passos do filtro triplo porque nos falta o amor, a compaixão. Ele é uma conquista, exige tempo, suor e muitas vezes lagrimas. È preciso saber perder, para ganhar, pois amar muitas vezes é renunciar, é esquecer de si, para que o outro venha pra fora, é aprender a promover o outro, e porque não dizer morrer, para que o outro viva.

Isso tudo nos ensinou Jesus, não um filosofo, mas um mestre da vida, do comportamento, do respeito humano, da qualidade de vida, da dignidade da pessoa, porque, antes de tudo nos ensinou que o AMOR é a única maneira de mudarmos o mundo a partir das pessoas. Faltam verdade, bondade e utilidade, porque antes de tudo falta-nos o amor, e todas as pessoas são capazes de amar. Podemos usar o filtro de Sócrates, mas acrescentamos à vida de Jesus, o amor.

Minha benção fraterna.

Padre Luizinho
Com. Canção Nova

25/10/2009

Ecumenismo aqui e acolá


Bento XVI surpreende novamente com a decisão de acolher os ex-pastores anglicanos que acabam de aderir à Igreja Católica; eles receberão o sacramento da Ordem no grau de presbíteros mesmo sendo casados. Entre os clérigos que ingressam no catolicismo, há dezenas de bispos anglicanos; mas estes exercerão, na Igreja Católica, apenas o presbiterado, por serem casados (a Igreja Católica tem maior dificuldade de abrir mão do celibato para o episcopado, porque essa tradição remonta à prática primitiva dos cristãos).


Em todo caso, já é um passo e tanto! Aumenta pouco a pouco o número de “exceções” na lei do celibato, isto é, homens casados ordenados sacerdotes. No direito civil, isso geraria uma jurisprudência e abriria um precedente para se debater a lei geral.


Essa abertura – que é uma confirmação oficial do que João Paulo II já havia permitido caso a caso – mostra que o papa está levando a comunhão a sério; e está disposto a realmente abrir mão de alguns acessórios, por mais preciosos que sejam, para resgatar o essencial.

Ratzinger, logo que assumiu o sumo pontificado, abriu mão do título de “patriarca do Ocidente” em nome da amistosa relação ecumênica com os ortodoxos. Recentemente, reintegrou os lefebvrianos ao revogar sua excomunhão. E agora, declarou que vai visitar a igreja luterana em Roma, em comemoração aos 10 anos da declaração conjunta católico-luterana sobre a justificação (e por falar em luteranos, há que se acompanhar com expectativa o Conselho Ecumênico das Igrejas, que acaba de nomear um pastor luterano para seu secretário-geral; isso teoricamente aproxima a Igreja Católica dessa instituição ecumênica mundial, o que é outra novidade).



Impossível não reconhecer o empenho de Bento XVI pela unidade dos cristãos. O conceito de comunhão, para o Sumo Pontífice, é interessantíssimo: praticar o ecumenismo, para ele, não significa ceder ao relativismo ou abrir mão das próprias convicções; ao contrário, ser ecumênico é ser profundamente católico (as palavras são sinônimas e significam “universal”); portanto, Bento XVI pensa que quanto mais verdadeiramente católico se for, maior capacidade para o diálogo com o diferente se deve ter. Afinal, justamente porque a Igreja Católica não se vê como uma denominação entre as demais, ela entende ter a obrigação de tomar a iniciativa do reencontro, seguindo o preceito de Jesus: “Se você [...] se lembrar de que o seu irmão tem alguma coisa contra você, deixe a oferta aí diante do altar, e vá primeiro fazer as pazes com seu irmão” (Mt 5,23-24).


O importante num diálogo não é saber quem tem mais razão; e sim, quem está mais disposto a dialogar. O evangelho de Jesus Cristo é muito menos um tratado de ortodoxia do que um manual sobre tolerância e misericórdia. Por outro lado, eu só dialogo de verdade com o outro se eu souber bem quem eu sou, se eu me aceitar assim como sou.

A tática pastoral mais ousada do papa é a descoberta de que, no século XXI, faz ainda menos sentido que cristãos fiquem brigando entre si como adversários, enquanto o grande e verdadeiro inimigo da religião cristã em geral vem assolando a Europa e todo o ocidente: o indiferentismo religioso, com suas nuances entre o relativismo e o secularismo.


O lamentável é que, enquanto na Europa o ecumenismo avança e as comunidades vindas da Reforma Protestante criam laços cada vez mais estreitos com a Igreja Católica, a fim de construir entendimentos mútuos e abrir caminhos para a comunhão, na América Latina, ao contrário, fica cada vez mais difícil o diálogo entre católicos e evangélicos (entenda-se aqui sobretudo comunidades neopentecostais e do chamado tele evangelismo). Enquanto em diversas partes do mundo cresce a consciência da tolerância religiosa, entre nós o que vem crescendo é a incidência de monólogos arrogantes, com grande falta de respeito à liberdade religiosa alheia. Assim, a religião acaba deixando de cumprir seu principal papel, que é o de “religar” os homens ao sagrado e também entre si.



Pe.Juliano Ribeiro Almeida, 29 anos,

Presbítero da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim-ES

24/10/2009

O Reino de Deus está no meio de nós


As curas não acontecem para que paremos nelas. Além de nos redespertar a fé, elas nos levam para o final, para a vinda do Senhor, para a implantação do Reino – esse Reino que já está acontecendo! É importante saber que quem trouxe a dor, o sofrimento, a doença, a miséria, a fome, a morte para este mundo foi o demônio. Isso está na Sagrada Escritura, nos livros de Gênesis e da Sabedoria. E o pior é que o demônio é ladino: dá o tapa, esconde imediatamente a mão e aponta depois para Deus levando muita gente a se perguntar: “Se Deus existe, se

Ele é amor, como é que há tanta gente na miséria, pessoas chorando de fome, crianças num leito de hospital? Se Deus é Deus, por que existem tantos desastres, tantas desgraças? Por que pessoas queridas morrem? E por que há tantas doenças incuráveis?”
E dizem: “Se Deus fosse amor, nada disso aconteceria. Não haveria violência, assassinatos, chacinas, guerras.... Não haveria tanta morte”.

Quando você vê fome e miséria – pessoas não somente pobres, mas miseráveis –, vivendo e, situação desumana, saiba que isso é reino das trevas. O mesmo príncipe deste mundo que dá as coisas gostosas, causa-nos também toda desgraça.
Ele põe as pessoas no topo, exalta e, depois, derruba, joga no chão e pisa em cima. Constrói para essas pessoas castelos na areia, depois, vem e chuta. O demônio tem gosto em fazer isso.


Veja o sofrimento de tanta gente vítima das chamadas doenças sexuais. A AIDS é uma delas, mas não é a única. Inclusive, doenças sexuais que tinham sido superadas com os antibióticos estão voltando, infelizmente, e os preservativos não têm conseguido preservar. A própria medicina anda assustada com a situação. Na verdade, não se está lutando apenas com uma doença, mas com aquele que Jesus chamou de “o assassino desde o começo”. Ele é o assassino e o que ele quer é morte, chacina, miséria, desgraça, fome. Esses são os sinais do reino das trevas. O reino das trevas, o joio, está aí, mas Jesus diz: “Por enquanto, não dá para arrancar o joio. É preciso que o trigo se fortaleça”. Nós precisávamos de mais tempo, porque somos muito fracos.

Se Deus começasse a arrancar o joio, nós, trigo, seríamos arrancados juntos. Não temos ainda raízes, não estamos maduros o suficiente e, por essa razão, o Senhor tem de esperar.

Mas, graças a Ele, o trigo já está se fortalecendo e, em breve, Deus vai intervir e mandar seus anjos para arrancar todo este joio e jogá-lo na fornalha. Como Jesus diz na parábola, vão recolher o trigo e levá-lo para os seus celeiros.
Proclame: “O Reino de Deus já está no meio de nós. As curas, os milagres apontam para a vinda do Senhor, para a certeza de que, no Reino de Deus, que Jesus vem implantar aqui, não haverá mais doença, miséria, fome, pranto, dor, sofrimento, morte. Porque o Senhor da vida virá e o seu Reino vai ser implantado”.



Trecho do livro “Céus Novos e uma Terra Nova”
Monsenhor Jonas Abib

Comunidade Canção Nova

23/10/2009

O sinal por excelência é Jesus (Lc 12,54-59)

Jesus lamenta que os seus ouvintes sejam capazes de interpretar os sinais do tempo e não captem os sinais dos tempos que representam a chegada do Reino de Deus entre eles. Não descobrem nele e nos seus sinais a importância do momento em que vivem.

Portanto, Jesus repreende os seus contemporâneos, que sabem distinguir os sinais meteorológicos, mas não o sinal que Ele mesmo é: o Filho Unigênito enviado pelo Pai para salvação de todos. Compreender o tempo em que vivemos é compreender as intenções de Deus que, em todo o tempo, sobretudo pelo mistério da Igreja e dos sacramentos, torna atual o mistério de Jesus com toda a sua eficácia salvífica.

Saber fazer previsões do tempo, analisando os dados da meteorologia, implica uma atenção interessada. Se não estivermos realmente interessados e atentos para nos darmos conta da importância do tempo como tempo para exercer a justiça e a caridade, corremos sério risco. Há que reconciliar-se radicalmente com aqueles com que estamos em conflito. Caso contrário, podemos cair no redemoinho do não-perdão, donde não sairemos sem danos. É como se Jesus apontasse o sinal do tempo por excelência, que é Ele mesmo, como sinal de salvação, mas só para quem se compromete a viver como reconciliado, isto é, na paz, na justiça e na bondade.

É na história que podemos compreender as intenções de Deus, e não fora dela. Daí a atenção que devemos dar aos sinais dos tempos. Deus atua dentro do tempo. É também no tempo que responde às nossas interrogações. Quantas vezes Lhe fazemos perguntas na oração, e encontramos as respostas na vida.

É, pois, no tempo que havemos de ler os sinais de salvação e de perdição. O sinal de salvação por excelência é sempre Cristo, com o seu mistério pascal. Ele salva-nos à medida que, lendo os sinais dos tempos e confrontando-os com a Palavra, deixamos que ela mesma, a Palavra, produza frutos em nós e no nosso tempo. Pondo em prática a Palavra, permitimos a Deus fazer muito mais do que podemos esperar.

Um dos sinais do nosso tempo é a chamada globalização, em que passamos de um mundo dividido e fragmentado, àquilo a que M. McLuhan chamou de a «aldeia global». Os meios de comunicação, que podem ser instrumentos de divisão e guerra, também podem e devem tornar-se instrumentos de união e de paz. Para isso, todos os homens de boa vontade, e particularmente nós, os crentes, havemos de superar a tentação do individualismo, que fragmenta, e dar espaço à unificação da nossa pessoa, e à união entre os homens. Como crentes, temos a certeza de que Cristo habita no nosso coração e que, fundados e radicados na sua caridade, podemos ser repletos da plenitude de Deus, e alcançar a unificação do coração e de todas as nossas faculdades e forças, a unificação da nossa pessoa. S. Paulo indica-nos os meios para isso: a humildade, a mansidão, a paciência, e o suportar amoroso de nossas índoles.

A chave que temos ao alcance da mão, para contribuirmos para a unidade entre os homens, é procurar tudo o que une e deixar de parte tudo o que divide como dizia e fazia João XXIII. Com essa chave chegaremos à unificação pessoal, comunitária, eclesial, social e… planetária. Vivendo e realizando esse projeto, o nosso tempo, que está sob o signo de Jesus, tornar-se-á um tempo de claridade, iluminado pela luz da salvação. E, com Cristo e como Cristo, tornar-nos-emos instrumentos de unidade e de paz. A exemplo do Fundador, sintonizando com os sinais dos tempos e em comunhão com a vida da Igreja, queremos contribuir para instaurar o reino da justiça e da caridade cristã no mundo; queremos participar na construção da cidade terrena e na edificação do Corpo de Cristo empenhando-nos sem reserva, no advento da nova humanidade.

Muitas vezes nós, como os conterrâneos de Jesus, temos um coração duro. Não sabemos olhar em profundidade e não descobrimos, ou não queremos descobrir, o sentido dos acontecimentos; inclusive, olhamos para o outro lado se o que vemos nos compromete.

Pai, corrige a negligência que me impede de entregar-me inteiramente à ti, sem demora. Torna-me hábil para as coisas do teu Reino! Cura a minha cegueira, Senhor, e dá-me a luz do teu Espírito para ver a profundidade das pessoas.

Padre Bantu Mendonça K.Sayla

Comunidade Canção Nova

22/10/2009

Hóstia Santa: Só Deus pode transubstanciar


Como entender Cristo na Hóstia Consagrada

Em todo ser há um conjunto de coisas que podem mudar, como o tamanho, a cor, o peso, o sabor, etc., e um substrato permanente que, conservando-se sempre o mesmo, caracteriza o ser, que não muda. Esse substrato é chamado substância, essência ou natureza do ser. Em qualquer pedaço de pão há coisas mutáveis: a cor, tamanho, gosto, o sabor, a posição, sem que a substância que as sustenta mude; esta substância ninguém vê; mas é uma realidade. Assim, há homens de cores diferentes, feições diferentes, etc.; mas todos possuem uma mesma substância: uma alma humana imortal, que se nota pelas suas faculdades, as quais os animais não têm: inteligência, liberdade, vontade, consciência, psique, entre outros.

Quando as palavras da consagração são pronunciadas sobre o pão, a substância deste muda ou se converte totalmente em substância do Corpo humano de Jesus (donde o nome "transubstanciação"), ficando, porém, os acidentes externos (aparências) do pão (gosto, cor, cheiro, sabor, tamanho, etc.); sendo assim, sem mudar de aparência, o pão consagrado já não é pão, mas é substancialmente o Corpo de Cristo. O mesmo se dá com o vinho; ao serem pronunciadas sobre ele as palavras da consagração; sua substância se converte na do Sangue do Senhor, pelo poder da intervenção da Onipotência Divina.

Isso explica como o Corpo de Cristo pode estar simultaneamente presente em diversas hóstias consagradas e em vários lugares ao mesmo tempo. Jesus não está presente na Eucaristia segundo as suas aparências, como o tamanho ou a localização no espaço. Uma vez que os fragmentos de pão se multiplicam com a sua localização própria no espaço; assim onde quer que haja um pedaço de pão consagrado, pode estar de fato o Corpo Eucarístico de Cristo.

Uma comparação: quando você olha para um espelho, aí você vê a imagem do seu rosto inteiro; se quebrá-lo em duas ou mais partes, a sua imagem não se quebrará com o espelho, mas continuará uma imagem inteira em cada pedaço.

É preciso, então, entender que a presença de Cristo Eucarístico pode se multiplicar, sem que o Corpo do Senhor se multiplique. Isso faz com que a presença do Cristo Eucarístico possa multiplicar (sem que o Corpo d'Ele se multiplique) se forem multiplicados os fragmentos de pão consagrados nos mais diversos lugares da Terra. Não há bilocação nem multilocação do Corpo de Cristo.

O Corpo de Cristo, sob os acidentes do pão, não tem extensão nem quantidade próprias; assim não se pode dizer que a tal fragmento da hóstia corresponda tal parte do Corpo de Cristo. Quando o pão consagrado é partido, só se parte a quantidade do pão, não o Corpo de Jesus.

Assim muitas hóstias e muitos fragmentos de hóstia não constituem muitos Cristos – o que seria absurdo – , mas muitas "presenças" de um só e mesmo Cristo. Analogamente a multiplicação dos espelhos não multiplica o objeto original, mas multiplica a presença desse objeto; também a multiplicação dos ouvintes de uma sinfonia não multiplica essa sinfonia, mas apenas a presença desta.

Por essas razões, quando se deteriora o Pão Eucarístico por efeito do tempo, da digestão ou de um outro agente corruptor, o que se estraga são apenas os acidentes do pão: quantidade, cor, figura, entre outros, e nesse caso, o Corpo de Cristo deixa de estar presente sob os Véus Eucarísticos; isso porque Nosso Senhor Jesus Cristo quis que, nas espécies ou nas aparências de pão e vinho, garantir a Sua presença sacramental, e não nas de algum outro corpo.

A fé católica ensina uma conversão total e absoluta da substância do pão na do Corpo de Cristo; o Concílio de Trento rejeitou a doutrina de Lutero, que admitia a “empanação” de Cristo: empanação, segundo a qual permaneceriam a substância do pão e a do vinho junto com a do Corpo e a do Sangue de Cristo; o pão continuaria a ser realmente pão (e não apenas segundo as aparências), o vinho continuaria a ser realmente vinho (e não apenas segundo as aparências), de tal sorte que o Corpo de Cristo estaria como que “revestido” de pão e vinho. Para o Concílio de Trento e, para a fé católica, esse tipo de presença de Cristo na Eucaristia é insuficiente; é preciso dizer que o pão e o vinho, em sua realidade íntima (substância), deixam de ser pão e vinho para se tornarem a realidade mesma do Corpo e do Sangue de Cristo.

Assim como na criação acontece o surgimento de todo o ser, também na Eucaristia há a conversão de todo o ser. Essa “conversão de todo o ser” é “conversão de toda a substância” ou “transubstanciação”.

Assim como só Deus pode criar (tirar um ser do nada), só Deus pode “transubstanciar”; ambas as atividade supõem um poder infinito que só o Senhor tem.

Para entender um pouco melhor o milagre da Transubstanciação podemos dizer ainda o seguinte: No milagre da Multiplicação dos Pães, Jesus mudou apenas a espécie do pão (no caso a quantidade), mas não mudou a sua natureza, continuou sendo pão. Quando Ele fez o milagre das Bodas de Caná, mudou a natureza da água (passou a ser vinho) e mudou também a sua espécie (cor, sabor, etc); no milagre da Transubstanciação, o Senhor muda apenas a natureza do pão e do vinho (passam a ser seu Corpo e Sangue) sem mudar a espécie (cor, sabor,cheiro, tamanho, etc.).

Tudo por amor a nós; Ele, o Rei do universo, se faz pequeno, humilde, indefeso... nas espécies sagradas do pão e do vinho, para ser nosso alimento, companheiro, modelo, exemplo, força, consolação...

21/10/2009

A arte de ensinar


Saber valorizar o aluno e orientá-lo no que for necessário

A missão do professor sempre se destacou pelo fato de trabalhar com a mais nobre realidade do mundo: o coração e a inteligência do ser humano. Nada é mais importante do que o ser humano. Se é nobre e necessário dominar o aço e os microorganismos, construir casas e computadores, muito mais nobre é formar o homem, senhor de tudo isto. Os sábios gregos já diziam: “dá-me uma sala de aula e mudarei o mundo!”

O jovem e frágil aluno de hoje, será o condutor da nação amanhã; o que for semeado hoje no seu coração, na sua mente e no seu espírito, será colhido amanhã pela sociedade. E o que o aluno espera de um Professor?

Em primeiro lugar que o professor seja honesto e honrado, exigências mínimas de quem carrega o título de mestre. Sabemos que o homem moderno está cansado de discursos, quer ver exemplos. O mestre romano Sêneca dizia que “de nada vale ensinar o que é a linha reta, se não ensinar o que é a retidão”.

Alguém já disse que o aluno só aprende com satisfação, quando o professor ensina com entusiasmo e sabe motivar o aluno. Sem isto o jovem não descobrirá a beleza da disciplina. É verdade que os alunos respeitam o professor que domina a matéria, mas isto ainda não é o suficiente. A primeira missão do professor é motivar para o aprendizado. “Um homem motivado vai à Lua, mas sem motivação não atravessa a rua”.

O aluno espera que o professor tenha paciência com ele que ainda não descobriu a beleza da matéria; tenha a humildade de não usar o seu conhecimento para humilhá-lo, e que não use do poder da avaliação para destruir a sua auto-estima. Ele quer ver o seu Professor fazer da Avaliação um momento, a mais, do aprendizado; elaboradas com equilíbrio, e corrigidas com esmero e justiça, sem fazer da prova uma guerra onde se cobra dele uma maturação na disciplina que ele ainda não teve tempo de alcançar.

O aluno espera que o professor prepare bem as aulas e que gaste tempo para se aprofundar na matéria. Sabemos que para ensinar bem, um pouco de uma disciplina, é preciso saber muito sobre ela. Quanto mais sabemos, mais os alunos gostam de nos ouvir. Nada pior para um aluno do que ter que assistir uma aula maçante, mau preparada, ministrada por alguém que não conhece o que ensina. É um grande desrespeito... para não dizer um crime.

O aluno espera que o professor ensine com didática, competência e clareza; tenha pontualidade de horário, apresentação adequada e saiba dominar a classe com liderança.

Ele quer ver o professor como um amigo que o trata com respeito, confiança, atenção e cordialidade; interessado em tirar as suas dúvidas e a apontar-lhes caminhos novos...

Por dever de consciência, cada professor tem que dar o melhor de si para a boa formação dos jovens. Aí estará, inclusive, a sua maior realização; para a pessoa honesta, é no bojo da virtude que ela encontra a verdadeira recompensa.

Cito algumas recomendações pedagógicas para o bom desempenho de um Professor(a):

1.Saber motivar os alunos para o que vai ensinar.

2.Dominar a matéria e atualizar-se.

3.Preparar bem as aulas.

4.Expor a matéria com clareza, ordem e seqüência lógica.

5.Preparar, aplicar e corrigir as avaliações e provas com esmero, equilíbrio e justiça.

6.Ser assíduo, pontual e bem apresentado.

7.Tratar todos os alunos com respeito, atenção e cordialidade, sem com isto confundir as funções de cada um.

8.Manter a disciplina na classe.

9.Atender bem os alunos e tirar suas dúvidas, seja em classe ou fora dela.

10.Saber valorizar o aluno e orientá-lo no que for necessário.

É no banco da Escola que se formam os homens e as mulheres que um dia exercerão o poder, e conduzirão a História, nas mais variadas atividades e organizações. Muitos já disseram que “as palavras têm mais força do que os canhões”.

Esta é a nobre missão: formar a juventude, não só no aspecto científico e técnico, mas também – e principalmente – no aspecto humano, moral e ético. Sem a primazia da pessoa sobre a coisa, da moral sobre a ciência e da ética sobre a técnica, a humanidade corre sérios riscos, como pudemos ver pelas desastradas guerras e morticínios do recém encerrado século XX. O mundo, sem dúvida, encontra-se diante de uma encruzilhada, e o bom caminho a seguir só poderá ser discernido pelo bom entendimento da ciência com a moral. E isto depende de dos professores.

20/10/2009

Sacerdote: um outro Cristo.


O Ano Sacerdotal foi proposto pelo nosso Papa Bento XVI, e se ele propõe algo é porque vem de Deus porque ele é o representante de Cristo na terra. Temos que prestar atenção neste Ano Sacerdotal e fazer com que ele tenha os frutos que o Papa espera.

Eu agradeço a Deus pelos sacerdotes, por darem a Deus um sim radical, fazerem opção definitiva por Deus, por deixarem tudo, até família para servirem a Deus. O sacerdote deixa o matrimônio, a família, sacrifica tudo isso por um amor maior.
Eu agradeço muito aos sacerdotes porque eu fui batizado por um sacerdote, todos os dias eu recebo a Eucaristia das mãos de um sacerdote. Eu sou muito grato aos sacerdotes por toda a formação da minha vida.

Quantos sacerdotes anônimos que já passaram mais de 75 anos de idade e continuam trabalhando. Muito obrigado senhores sacerdotes santos. O sacerdote é um outro Cristo, onde ele toca é Cristo que age, o sacerdote atua dessa forma. Quando ele te absolve dos pecados é Cristo que está dizendo.
O modelo para os sacerdotes o Papa Bento XVI coloca como padre São João Maria Vianney, que é o patrono dos sacerdotes. Ele tinha dificuldade de aprender latim, filosofia e se ordenou um pouco velho.

Quando foi para ser ordenado o reitor do seminário disse para o bispo que ele era deficiente na aprendizagem, mas era um modelo de sacerdote, e o bispo ordenou dizendo que Deus ia agir na vida dele. O bispo teve a prudência de mandá-lo para uma paróquia pequena em Ars na França, ele nem sabia onde era.
Quando São João Maria Vianney chegou à cidade começou a rezar todos os dias pela manhã o rosário diante do sacrário, e depois ia celebrar a Missa. A igrejinha começou a encher de gente, e às vezes ele passava até 16 horas no confessionário confessando o povo. As pessoas começaram a ver naquele homem, um homem de Deus. Cardeais vinham de Paris para se aconselhar com ele. Hoje é patrono dos sacerdotes, ele que não servia para ser padre.


'O padre é outro Cristo que põe a ovelha no ombro e traz para o aprisco de Deus', diz Felipe Aquino

Padres, sejam como Cura D’Ars. Quem era esse Cura? Era um homem de oração. Ai do padre que não rezar! Se eu não for à Missa cedinho, se eu não rezar o rosário, não meditar a Palavra de Deus, ai de mim! Porque somos um vaso de barro, todo esse poder vem de Deus. Eu fico arrepiado quando vejo as pessoas me elogiarem. Que medo de amanhã eu levar essa pessoa para o inferno comigo.


Eu tenho medo de mim mesmo se eu não rezar
.

Agora imagine o padre que o demônio tenta a todo tempo. O sacerdote é para salvar almas, ele é o outro Cristo que põe a ovelha no ombro e traz para o aprisco de Deus.
Cura d’Ars dizia: "que medo de ser sacerdote. O sacerdote é como vítima oferecida ao Pai". Eu quero dizer aos nossos sacerdotes com todo amor, do fundo de minha alma: vocês tiveram a coragem de fazer algo que eu não tive coragem.

Deram a opção radical por Deus, assumiram o celibato, levem isso até o fim, sejam sacerdotes radicais. Radical em termo de entrega a Deus, vá até o fim.
O sacerdote não pode esfriar. Quanto melhor é uma coisa, tanto pior ela será se ela se perde. Não tem nada melhor que um sacerdote neste mundo, mas não tem nada pior que um sacerdote estragado neste mundo. É por isso que temos que rezar pelos nossos sacerdotes. Santa Terezinha do Menino Jesus se imolou no mosteiro pelos sacerdotes. Eu sei que cada um de vocês tem uma cruz, eu tenho a minha, ofereça essa cruz pelos sacerdotes. Temos que levar aos sacerdotes o nosso apoio, infelizmente há sacerdotes que fazem a Igreja sofrer, que não respeitam as regras litúrgicas, mas é a minoria. Como nós leigos vamos fazer? Vamos agir como Deus manda.


Reze muito por ele, depois converse com ele com todo o carinho. Diga: padre o documento da Igreja diz uma coisa e o senhor está fazendo outra. Se ele não ouvir vá com mais gente conversar com ele, e diga que a atitude está prejudicando o rebanho, e se não adiantar e diga a ele que vocês irão ao bispo, mas não vá ao bispo sem o padre saber. E se o bispo não resolver escreva ao núncio. Mas cuidado! Temos que ter certeza do que estamos fazendo, provas, e que seja por amor a Deus sem escândalo.

Sacerdotes, não podemos brincar é com a carne. A carne é fraca, o homem é fraco. Se para nós homens casados que temos as nossas esposas, somos tentados por prazeres, imagina os sacerdotes. Vigiai e orai. O pecado entra pelos nossos sentidos. Cuidado! O pecado entra pelos olhos. O pecado entra pelo ouvido com aquela voz macia. Cuidado! O senhor pertence exclusivamente a Jesus Cristo. Aquele que ama o perigo nele perecerá, a ocasião faz o ladrão.


Eu não estou aqui criticando os sacerdotes, é um apelo para que sejam sacerdotes santos de Deus. Fechem os olhos para as coisas do mundo e respirem o odor de Cristo e serão sacerdotes felizes.

Professor Felipe Aquino
Comunidade Canção Nova


19/10/2009

Dia de São Paulo da Cruz


Nasceu em Ovada (Itália) em 1694, de piedosos pais, que muito educaram o filho no Cristianismo. Foi o segundo de 16 filhos. Quando jovem de oração e contemplativo, fez uma aliança com colegas, a fim de meditarem a Paixão e morte de Jesus.

De início, trabalhou com o pai e não sentia o chamado ao sacerdócio, mas, ao apostolado. Aos 19 anos, ouvido uma exortação do pároco, sentiu-se profundamente comovido e resolveu entregar-se inteiramente ao serviço de Deus. Assim, partilhou com um Bispo, o impulso de propagar a devoção à Paixão e morte daquele que morreu por amor à humanidade e salvação de cada um.

Enviado pelo Bispo, tornou-se instrumento de conversão para milhares, até que o Bispo ordenou-o sacerdote e, mais tarde, o Papa deu a licença para aceitar candidatos em seu Noviciado.

Nasceu desta maneira a Congregação dos Padres Passionistas, com a finalidade de firmar nos corações dos fiéis um grande amor à Paixão e morte de Nosso Senhor, através das missões populares. Além da Congregação dos Passionistas, fundou também um instituto feminino de estrita clausura: as Irmãs Passionistas.

Profundo devoto da Sagrada Paixão, o fundador São Paulo da Cruz desde que começou o apostolado sozinho não abandonou o hábito preto, a cruz branca e as duras penitências, como se alimentar de pão e água e dormir no chão. Depois de muito evangelizar (também através de seus muitos escritos) e alcançar milagres para o povo, associou-se à Cruz e à Nossa Senhora das Dores, para entrar como vitorioso no Céu em 1775, somando 81 anos de idade. O Papa Pio IX canonizou-o em 1867. O seu corpo venera-se na basílica dos santos João e Paulo.


São Paulo da Cruz... rogai por nós!

O desafio de viver o amor como serviço


Existem hoje no mundo diversas inciativas de preservação, pessoas que gastam seu tempo, dedicam sua vida, a preservação de animais que acabaram entrando em extinção. Movimentos sérios, pessoas que se dedicam a preservação de monumentos históricos, preocupados em não deixar que os animais e coisas se percam, para não correr o risco de que nossos filhos e netos não o conheçam, pois não foram preservados.

É interessante que neste vasto grupo de preservação, não se encontrem grupos que se preocupem em preservar animais homens.
Falta grupos que deem suas forças para preservar o animal homem, pois corre o risco de nossos filhos não encontrarem exemplos de verdadeiros homem e mulheres, pessoas de caráter, com princípios religiosos. Corre-se o risco de nossos filhos não terem modelo para ser copiados no futuro.

O que nos falta não é uma instituição que declare lutar para a preservação do homem, ela já existe, tem o nome de Igreja católica Apostólica Romana. De que vai adiantar, preservar animais e praças, se não for preservados homens para passear nessa praça?
O evangelho nos mostra o serviço, que em caráter de preservação, mas como muitas coisas estão em extinção, as palavras estão em extinção. A compreensão das palavras estão em extinção, quando falamos em serviço, nós pensamos em dinheiro, em emprego. Em tudo que Jesus fazia era um serviço de amor ao próximo, na correção, na água transformada em vinho, tudo que Jesus trabalhou era para a compreensão de serviço em amor. Mas hoje o que é amor? Amor hoje é prazer, eu faço porque me faz bem, porque gosto.

A dimensão de prestação de serviço, na leitura vamos conhecendo a pessoa de Jesus. Esse servo sofredor, que sabe servir o próximo, não porque fez faculdade, mas porque ama e aprendeu a ter compaixão de mim e de você.
Um homem, quando não entende a dimensão de serviço que é amor, ele tira proveito dos outros. Um juventude não conhece o serviço, porque entendeu que amar é ter prazer, é tirar vantagem. E fica pedindo provas de amor. Tem muitos casamentos se acabando porque não entendeu que amor é serviço e não tirar vantagem do outro.


O evangelho nos mostra uma contradição, chamamos a Jesus de mestre e queremos que ele faça o que queremos. Não é atual o desgaste de amor como serviço. Nós queremos ser servidos e o evangelho termina com exemplo lindo, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para ser servido. Nós chegamos na capela e dizemos: 'Jesus tu és rei, olha a minha vida está difícil, e eu quero que o Senhor faça isso por mim, se não fizer eu mudo de religião.' As pessoas que acham que amor é só dizer sim, e quando Deus por amor nos nega algo, achamos ruim. Queremos encontrar um Deus que faça tudo como eu quero.

Deus sabe dizer não porque ama e não porque é ruim. Deus sabe servir seus filhos quando diz não, como com Tiago e João, esses lugares estão reservado para quem o Pai preparou.
Nós podemos aproximar do Senhor para aprender o serviço e não para mandar no Senhor. Tem muitos que não servem aqueles que amam. Se no seu relacionamento não tem serviços, desconfie da maturidade do amor. A vida de Jesus foi serviço. A vida do cristão é imitar a Cristo.




Não existe cristão desempregado, pois onde o cristão está, há um serviço a ser feito para quem conhece e para não conhece. Quem quiser ser grande seja servo, é a medida do amor na vida cristã. Para quem se dispõe, o serviço acontece onde eu estou. Serviço que presto para meu esposo(a), filhos. O evangelho de hoje quer fazer eco a preservação do homem. Na luta de ser maior que o outro, Jesus nos ensina o contrário, por isso nossa vida é contrária ao mundo.

Deus escolhe servir sempre, mas nós escolhemos a posição cômoda de nos servimos uns dos outros e de tirar proveito do Senhor.
Os relacionamentos hoje não tem estabilidade, porque quando chega a hora de servir, as pessoas que estão acostumadas com o definição de amor prazer, mudam de parceiro. O entendimento de que serviço é amor, qualifica a vida do cristão. Este kairos com o tema Ano Sacerdotal, foi feito para falar da realidade dos sacerdote, homens que foram chamados mais de perto a expressar o amor como serviço.

Vocês podem me dizer, 'mas você não faz ideia do padre da minha paróquia', os nossos olhos enxergam aquilo que nosso coração busca, ficam olhando apenas os defeitos, e esquecem que Jesus se encarnou e tem misericórdia de mim e de você. Nós queremos um sacerdote perfeito, nós esquecemos que sacerdote perfeito é só Jesus.
O ano sacerdotal não é só para os padres, é para o povo, para aqueles, aos quais os padres foram enviados. E tem o desafio de viver o amor como serviço.

Padre Fabrício

Comunidade Canção Nova

17/10/2009

Santo Sudário é irreprodutível


REDAÇÃO CENTRAL, 07 Out. 09 (ACI) .- O estudioso peruano do Santo Sudário de Turim, Rafael da Pedra, explicou que esta relíquia sagrada que segundo a tradição envolveu a Cristo “segue sendo um objeto único, irreprodutível e inimitável” perante as afirmações de um grupo de investigadores italianos que alegam havê-la “copiado com as mesmas características”.


De la Piedra explicou a ACI Digital que este experimento do professor de química orgânica Luigi Garlaschelli da Universidade de Pavia (Itália) não põe em dúvida a autenticidade desta importante relíquia também conhecida com o nome de Síndone. Garlaschelli, apoiado economicamente pelo Comitê para a Inspeção de Afirmações do Paranormal com dois mil e 500 euros, “conseguiu realizar uma reprodução muito parecida com o Santo Sudário utilizando materiais da Idade Média (uso de ácidos, envelhecimento do tecido por calor e lavagem; pintura e ácido sulfúrico a 1,2 por cento em água junto com pigmentos de alumínio e cobalto)”.


Efetivamente, explica o perito peruano, “seu trabalho é visualmente muito parecido ao original. Digamos que é melhor que a cópia que em seu tempo fez McCrone (apoiado em uma pintura de óxido de ferro) ou a horrorosa tentativa do Joe Nickell; ou Picknett-Prince e sua suposta fotografia medieval de Leonardo Da Vinci; ou a fantasiosa fotografia-experimental do sul africano Nicholas Allen”.


Entretanto, precisa o perito, “uma amostra parecida como a que Garlaschelli apresentou não resistirá às conclusões multidisciplinares, que ao longo de mais de 100 anos, cientistas de todos os credos e especialidades” realizaram no Santo Sudário. Bastaria, por exemplo, afirma citando ao perito americano John Jackson do Turin Shroud Center of Colorado, que estudou o Santo Sudário desde 1978, “ter em conta as propriedades tridimensionais da imagem (…) a presença de sangue humano com índices muito altos de bilirrubina, o pólen de mais de 77 plantas que vão marcando o percurso histórico do Linho até quase o século I de nossa era e, entre outros, o mecanismo de transferência da imagem de um crucificado com todas as feridas descritas nos Evangelhos a um pedaço de tecido”.


“A imagem do corpo se sobrepõe às feridas e é superficial já que não transpassa o tecido como o faz o sangue”, acrescentou de la Piedra.



Portanto, conclui, “podemos afirmar com um alto grau de certeza, que o Santo Sudário do Turim com todas as características antes mencionadas segue sendo um objeto único, irreprodutível e inimitável. Essa é a verdade interna do Santo Sudário de Turim”. Por sua parte, e ao ser consultado pela ACI Digital, John Jackson criticou a técnica mediante a qual a equipe de Garlaschelli acrescentou sangue ao sudário que criaram para logo “envelhecê-lo” e explicou alguns detalhes a respeito.


O sangue que está no Santo Sudário original não é sangue completo, mas sangue que se separou do soro, sangue que “provém de verdadeiras feridas”. Além disso, o sangue que aparece em distintas partes da mesma é “de um fluxo post mortem”. Depois de admitir que as imagens que vistas na Internet se vêem “reais”, Jackson precisou que quando são vistas na perspectiva tridimensional “se vê algo bastante grotesco. As mãos estão incrustadas no corpo e as pernas se vêem pouco naturais”.


Seguidamente assinala que ele e seus colegas estão abertos a revisar o trabalho de Garlaschelli ou qualquer “outra idéia sobre este trabalho” para o qual necessitaria “muito mais informação sobre o que foi feito exatamente”. Jackson também explicou que o que Garlaschelli realizou deve ser revisado. O que os cientistas têm que fazer “é apresentar seu trabalho perante seus colegas”. Ao final, o que conta, é o que “a comunidade científica decide depois de observar e revisar o trabalho”, acrescenta.



João Paulo II e o Santo Sudário


Ao chegar a Turim, em sua primeira viagem no dia 13 de abril de 1980, diante da porta do santuário da Consolata e perante as autoridades italianas, o Papa peregrino disse que “quando no princípio de setembro de 1978 vim a Turim, como peregrino, desejoso de venerar o Santo Sudário, insigne relíquia, ligada ao mistério da nossa redenção, não podia, sem dúvida, prever, que imediatamente depois da eleição de meu amado predecessor João Paulo I, que teria que voltar, com menos de dois anos de diferença com outras responsabilidades e em outro marco”.


Logo, na homilia na Missa solene no átrio da Catedral de Turim, afirmou que “não poderia ser de outra maneira (referindo-se às testemunhas da ressurreição) na cidade que custodia uma relíquia única e misteriosa, como o Santo Sudário, testemunha singularíssima –se aceitarmos os argumentos de tantos cientistas– da Páscoa: da paixão, da morte e da ressurreição. Testemunha muda mas ao mesmo tempo surpreendentemente eloqüente!” .


Uma semana depois, ao rezar o Regina Coeli, dirigido em Roma em 20 de abril de 1980, o Papa João Paulo se referiu à Santa Síndone chamando-a: “a relíquia mais esplêndida da paixão e da ressurreição” .