09/10/2009

O Purgatório na Bíblia


Muitos me perguntam onde está na Bíblia o Purgatório? Ele é uma exigência da razão e mesmo da caridade de Deus por nós. A palavra “Purgatório” não existe na Bíblia, foi criada pela Igreja, mas a realidade, o “conceito doutrinário” deste estado de purificação existe amplamente na Sagrada Escritura como vamos ver. A Igreja não tem dúvida desta realidade por isso, desde o primeiro século reza pelo sufrágio das almas do Purgatório.

1 - São Gregório Magno (†604), Papa e doutor da Igreja, explicava o Purgatório a partir de uma palavra de Jesus: “No que concerne a certas faltas leves, deve-se crer que existe antes do juízo um fogo purificador, segundo o que afirma aquele que é a Verdade, dizendo que se alguém tiver pronunciado uma blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado nem no presente século nem no século futuro (Mt 12,31). Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, no século futuro” (Dial. 41,3). O pecado contra o Espírito Santo, ou seja a pessoa que recusa de todas as maneiras os caminhos da salvação, não será perdoado nem neste mundo, nem no mundo futuro. Mostra o Senhor Jesus, então, neste trecho, implicitamente, que há pecados que serão perdoados no mundo futuro, após a morte.

2 - O ensinamento sobre o Purgatório tem raízes já na crença dos próprios judeus do Antigo Testamento; cerca de 200 anos antes de Cristo, quando ocorreu o episódio de Judas Macabeus. Narra-se aí que alguns soldados judeus foram encontrados mortos num campo de batalha, tendo debaixo de suas roupas alguns objetos consagrados aos ídolos, o que era proibido pela Lei de Moisés. Então Judas Macabeus mandou fazer uma coleta para que fosse oferecido em Jerusalém um sacrifício pelos pecados desses soldados.

“Então encontraram debaixo da túnica de cada um dos mortos objetos consagrados aos ídolos de Jâmnia, coisas proibidas pela Lei dos judeus. Ficou assim evidente a todos que haviam tombado por aquele motivos… puseram-me em oração, implorando que o pecado cometido encontrasse completo perdão… Depois [Judas] ajuntou, numa coleta individual, cerca de duas mil dracmas de prata, que enviou a Jerusalém para que se oferecesse um sacrifício propiciatório. Com ação tão bela e nobre ele tinha em consideração a ressurreição, porque, se não cresse na ressurreição dos mortos, teria sido coisa supérflua e vã orar pelos defuntos. Além disso, considerava a magnífica recompensa que está reservada àqueles que adormecem com sentimentos de piedade. Santo e pio pensamento! Por isso, mandou oferecer o sacrifício expiatório, para que os mortos fossem absolvidos do pecado” (2Mc 12,39-45).

O autor sagrado, inspirado pelo Espírito Santo, louva a ação de Judas:

“Se ele não esperasse que os mortos que haviam sucumbido iriam ressuscitar, seria supérfluo e tolo rezar pelos mortos. Mas, se considerasse que uma belíssima recompensa está reservada para os que adormeceram piedosamente, então era santo e piedoso o seu modo de pensar. Eis porque ele mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, afim de que fossem absolvidos do seu pecado”. (2 Mac 12,44s) .

Neste caso, vemos pessoas que morreram na amizade de Deus, mas com uma incoerência, que não foi a negação da fé, já que estavam combatendo no exército do povo de Deus contra os inimigos da fé. Cometeram uma falta que não foi mortal.

Fica claro no texto de Macabeus que os judeus oravam pelos seus mortos e por eles ofereciam sacrifícios, e que os sacerdotes hebreus já naquele tempo aceitavam e ofereciam sacrifícios em expiação dos pecados dos falecidos e que esta prática estava apoiada sobre a crença na ressurreição dos mortos. E como o livro dos Macabeus pertence ao cânon dos livros inspirados, aqui também está uma base bíblica para a crença no Purgatório e para a oração em favor dos mortos.


3 - Com base nos ensinamentos de São Paulo, a Igreja entendeu também a realidade do Purgatório. Em 1Cor 3,10, ele fala de pessoas que construíram sobre o fundamento que é Jesus Cristo, utilizando uns, material precioso, resistente ao fogo (ouro, prata, pedras preciosas) e, outros, materiais que não resistem ao fogo (palha, madeira). São todos fiéis a Cristo, mas uns com muito zelo e fervor, e outros com tibieza e relutância. E S. Paulo apresenta o juízo de Deus sob a imagem do fogo a provar as obras de cada um. Se a obra resistir, o seu autor “receberá uma recompensa”; mas, se não resistir, o seu autor “sofrerá detrimento”, isto é, uma pena; que não será a condenação; pois o texto diz explicitamente que o trabalhador “se salvará, mas como que através do fogo”, isto é, com sofrimentos.

4 - Na passagem de Mc 3,29, também há uma imagem nítida do Purgatório:

”Mas, se o tal administrador imaginar consigo: ‘Meu senhor tardará a vir’. E começar a espancar os servos e as servas, a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele servo virá no dia em que não o esperar (…) e o mandará ao destino dos infiéis. O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe desobedeceu será açoitado com numerosos golpes. Mas aquele que, ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será açoitado com poucos golpes.” (Lc 12,45-48).

É uma referência clara ao que a Igreja chama de Purgatório. Após a morte, portanto, há um “estado” onde os “pouco fiéis” haverão de ser purificados.

5 - Outra passagem bíblica que dá margem a pensar no Purgatório é a de

(Lc 12,58-59): “Ora, quando fores com o teu adversário ao magistrado, faze o possível para entrar em acordo com ele pelo caminho, a fim de que ele não te arraste ao juiz, e o juiz te entregue ao executor, e o executor te ponha na prisão. Digo-te: não sairás dali, até pagares o último centavo.”

O Senhor Jesus ensina que devemos sempre entrar “em acordo” com o próximo, pois caso contrário, ao fim da vida seremos entregues ao juiz (Deus), nos colocará na “prisão” (Purgatório); dali não sairemos até termos pago à justiça divina toda nossa dívida, “até o último centavo”. Mas um dia haveremos de sair. A condenação neste caso não é eterna. A mesma parábola está´ em Mt 5, 22-26: “Assume logo uma atitude reconciliadora com o teu adversário, enquanto estás a caminho, para não acontecer que o adversário te entregue ao juiz e o juiz ao oficial de justiça e, assim, sejas lançado na prisão. Em verdade te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo” . A chave deste ensinamento se encontra na conclusão deste discurso de Jesus: “serás lançado na prisão”, e dali não se sai “enquanto não pagar o último centavo”.

6 - A Passagem de São Pedro 1Pe 3,18-19; 4,6, indica-nos também a realidade do Purgatório:

”Pois também Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados (…) padeceu a morte em sua carne, mas foi vivificado quanto ao espírito. É neste mesmo espírito que ele foi pregar aos espíritos que eram detidos na prisão, aqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes (…).” Nesta “prisão” ou “limbo” dos antepassados, onde os espíritos dos antigos estavam presos, e onde Jesus Cristo foi pregar durante o Sábado Santo, a Igreja viu uma figura do Purgatório. O texto indica que Cristo foi pregar “àqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes”.

Temos, portanto, um “estado” onde as almas dos antepassados aguardavam a salvação. Não é um lugar de tormento eterno, mas também não é um lugar de alegria eterna na presença de Deus, não é o céu. È um “lugar” onde os espíritos aguardavam a salvação e purificação comunicada pelo próprio Cristo.


Do livro: Purgatório. O que a Igreja ensina.

Professor Felipe Aquino

08/10/2009

Santa Catarina de Siena

No ano da graça de 1347, Lapa Benincasa deu à luz duas gêmeas em seu vigésimo quarto parto. Uma delas não sobreviveu após o batismo. A outra, Catarina, tornar-se-ia a glória de sua família, de sua pátria, da Igreja e do gênero humano.
Giacomo di Benincasa, seu pai, era um tintureiro bem estabelecido, "homem simples, leal, temeroso de Deus, e cuja alma não estava contaminada por nenhum vício"1; piedoso e trabalhador, criava sua enorme família (teve 25 filhos de um só casamento!) no amor e no temor de Deus.

Catarina, a penúltima da família e caçula das filhas, teve a predileção de todos e cresceu num ambiente moral puro e religioso.

Como a Providência divina tinha desígnios especiais sobre ela, desde cedo Catarina f
oi cumulada de favores celestes, privando com Anjos e Santos. Aos sete anos, fez voto de virgindade; aos 16, cortou sua longa cabeleira para evitar um casamento; e aos 18, recebeu o hábito das Irmãs da Penitência de São Domingos. Vivia, já aos 20 anos, só de pão e água. Foi agraciada com favores sobrenaturais, como o "casamento místico"; recebeu estigmas semelhantes aos de Nosso Senhor e teve uma "morte mística", durante a qual foi levada em espírito ao Inferno, ao Purgatório e ao Paraíso; teve também uma "troca mística de coração" com Nosso Senhor. Analfabeta, aprendeu milagrosamente a ler e escrever, para poder cumprir a missão pública que Deus lhe destinava.

Dirigia um número enorme de discípulos, os caterinati, entre os quais se encontrava gente do clero, da nobreza e do povo mais miúdo. Um deles, o bem-aventurado Raimundo de Cápua, seu confessor, foi também seu primeiro biógrafo. É dele que sabemos pormenores dessa impressionante vida.

"Todos os seus contemporâneos dão testemunho de seu extraordinário charme, que prevalecia ainda em meio da contínua perseguição à qual ela foi sujeita, mesmo da parte dos frades de sua própria Ordem e de suas irmãs em religião".

Como é impossível relatar num limitado artigo os muitos milagres, favores místicos, penitências, preces e atividades dessa Santa ímpar na História da Igreja, limitamo-nos a ressaltar o aspecto público e providencial de sua missão.

Lições com S. João e o Doutor Angélico

Catarina amava apaixonadamente a Igreja Católica e sofria vendo seus males. Suas obras externas consistiam, numa fase inicial de sua atividade apostólica, até então em assistir os pobres e doentes e dirigir seus discípulos. Mas era chegada a hora de ela também, a exemplo do Divino Mestre, começar sua vida pública. Para isso, recebeu ordem formal de Nosso Senhor, que lhe prometeu sustentá-la com sua graça. Que ela nada temesse. Ora, a Itália, no fim da Idade Média — quando a gloriosa Civilização Cristã já decaía a olhos vistos — era um aglomerado de pequenos reinos e repúblicas que muitas vezes viviam em guerra entre si, ou, em uma mesma cidade, guerra entre facções contrárias. Catarina foi várias vezes chamada a ser o árbitro entre elas ou seu anjo pacificador. Assim, viajou ela de Siena para Florença, Luca, Pisa e Roma como pacificadora.

"Sem nenhuma experiência política, coloca-se em face dos mais altos poderes de seu tempo. E não roga; exige, manda: `Desejo e quero que façais desta maneira [...] Minha alma deseja que sejais assim [...] É a vontade de Deus e meu desejo [...] Fazei a vontade de Deus e a minha [...] Quero'. Assim falava à rainha de Nápoles, ao rei da França, ao tirano de Milão, aos bispos e ao Pontífice [...] Em seu semblante há algo que intimida e seduz ao mesmo tempo".

Não é de admirar. Pois, como ela mesma escreveu em uma de suas cartas, "tomei lições, como em sonhos, com o glorioso evangelista São João e com Santo Tomás de Aquino".
Florença revoltara-se contra a Santa Sé; e mais de 60 cidades dos Estados Pontifícios juntaram-se a ela. O Papa lançou um interdito sobre essas localidades. Revoltas se seguiram.


Catarina entra como mediadora entre o Papa e os conjurados. Começou assim uma correspondência incessante com o Papa Gregório XI, cheia de piedade e amor filial, cada vez mais premente, em favor dos súditos dos Estados Pontifícios que se tinham rebelado contra ele: "Santíssimo e dulcíssimo Pai em Nosso Senhor Jesus Cristo [...] Ó governador nosso, eu vos digo que há muito tempo desejo ver-vos um homem viril e sem temor algum. [...] Não olheis para a nossa miséria, ingratidão e ignorância, nem para a perseguição de vossos filhos rebeldes. Ai! que a vossa benignidade e paciência vençam a malícia e a soberba deles. Tende misericórdia de tantas almas e corpos que morrem"
Santa Catarina ditando seus Diálogos - Giovanni di Paolo (1403-82)

Espírito de cruzada

Ansiava ela pela pacificação da Cristandade para que, unidos, os cristãos se dispusessem a seguir em uma cruzada para libertar os Santos Lugares.

"Dois grandes pensamentos agitavam a alma de Catarina: a pacificação da Igreja, sua mãe querida, pela qual ela se sentia devorada de zelo e amor; depois, esse
pensamento tão fecundo na Idade Média — a guerra santa das Cruzadas [...] Ela via essa cruzada, objeto de seus votos, recuar para bem longe ainda pelas discórdias que separavam os povos cristãos. Foi talvez essa dor que consumiu sua vida".Ela implorou ao Papa Gregório XI que deixasse Avignon e reformasse o clero e a administração dos Estados Pontifícios; e empenhou-se ardentemente em seu grande desígnio de
uma cruzada, na esperança de unir as forças da Cristandade contra os infiéis e restaurar a paz na Itália, livrando-a de companhias [armadas] de mercenários que a assolavam".

Ao Rei de França, censurou por guerrear contra cristãos e não empenhar-se na cruzada: "Eu peço-vos que sejais mais diligente para impedir tanto mal e para ativar tanto bem, como é a recuperação da Terra Santa e daquelas almas infelizes que não participam do Sangue do Filho de Deus. Desta coisa vos deveríeis envergonhar, vós e os o
utros senhores cristãos; porque é uma grande confusão diante dos homens, e abominação diante de Deus, fazer a guerra contra os irmãos e deixar os inimigos; e querer tirar o que é dos outros e não reconquistar o que é seu. Eu vos digo, da parte de Jesus Crucificado, que não demoreis mais a fazer esta paz. Fazei a paz e fazei toda a guerra contra os infiéis"8.

Fim do "exílio de Avignon"

Mais sucesso teve ela com relação ao fim do "exílio de Avignon". Desde 1309, com Clemente V, o Papado havia sido transferido para aquela cidade francesa, de onde era dirigida toda a Cristandade. Já Santa Brígida, Rainha da Suécia, tentara em vão trazer o Papa de volta a Roma.


Em Avignon, diante dos cardeais, a intrépida Catarina ousou proclamar os vícios da corte pontifícia e pedir, em nome de Cristo Jesus, a reforma dos abusos.Gregório XI a chamava para dar sua opinião em pleno Consistório dos Cardeais. Ela o convenceu a voltar a Roma. Em 17 de janeiro de 1377, Gregório XI deixa Avignon, apesar da op
osição do Rei francês e de quase todo o Sacro Colégio. Ele ainda hesita no caminho, e ela o conjura a ir até o fim.

Mas a paz na Igreja não seria longa. Outra vez a república de Florença revoltou-se contra o Papa, que apelou para Catarina. Rejeitada por aquela cidade, a
santa quase foi martirizada. Gregório XI, gasto, envelhecido, sofrido, não resiste e entrega sua alma a Deus.

Para ocupar o trono de São Pedro, os cardeais elegem o Arcebispo de Bari, o qual toma o nome de Urbano VI. Conhecendo já Catarina, e vendo nela o espírito de Deus, o novo Pontífice a chama a Roma para estar a seu lado. E era muito necessário, pois alguns cardeais franceses, desgostosos da rigidez do novo Papa, voltam para Avigno
n, anulam a eleição de Urbano e elegem o antipapa Clemente VII. Inicia-se assim o chamado Grande Cisma do Ocidente.

Catarina entrou em ação procurando ganhar, para o verdadeiro Papa, reis e governantes da Europa, por meio de cartas cheias de amor à Igreja e animadas do enérgico sentimento do dever. Tentou inutilmente trazer de volta ao verdadeiro redil os três cardeais, que eram autores principais do cisma. A cardeais, bispos e prelados, Catarina escreveu 150 cartas; e a reis, príncipes e governantes, 39.

Angústia pelo futuro da Igreja

"As angústias que lhe causavam as revelações sobre o futuro da Igreja foram para essa Santa [Catarina de Siena] como uma paixão dolorosa. Ela clamava a
o Senhor e pedia graça para essa Igreja, Esposa de seu Divino Filho: `Tomai, ó meu Criador, este corpo que eu recebi de vossas mãos. Não perdoeis nem a carne nem o sangue; rompei-o, lançai-o nas brasas ardentes; quebrai meus ossos, contanto que vos praza de me ouvir em favor de vosso Vigário'".




Entre o que Deus lhe revelava, havia coisas sublimes e outras terríveis. Ela pediu aos seus secretários que, assim que a vissem entrar em êxtase, anotassem suas palavras. Daí nasceu o livro do diálogo entre uma alma (a dela) e Deus, conhecido hoje em dia pelo nome de Diálogo.


Santa Catarina faleceu no dia 29 de abril, aos 33 anos.
É Padroeira da Itália. Sua festa comemora-se no dia 29 de abril.

07/10/2009

A história de Santa Agnes


Ela nasceu em Gracchiano-Vecchio,Toscania, Itália em 1268.Agnes era muito simples e alguns das mais conhecidas lendas aconteceram em sua infância. A começar pelo seu nascimento quando sua casa foi cercada por muitas luzes em um tempo onde não havia luz elétrica. Em sua infância ela foi especialmente marcada por dedicação a Deus: ela passava horas recitando o Padre nosso e Ave marias no canto de seu quarto. Quando atingiu 6 anos ela já pedia aos seus pais que queria entrar em um convento. Quando eles disseram a ela que era muito jovem ela implorou que eles mudassem para Montepulciano de modo que ela pudesse fazer visitas mais freqüentes ao convento de lá. Ela é Padroeira de Montepulciano e sua festa é celebrada todo dia 20 de Abril.

Por causa da instabilidade política, seu pai estava com receio de mudar de um lugar seguro, mas permitiu que ela visitasse com mais freqüência as freiras.

Em uma de suas visitas um evento ocorreu que todos os autores dizem que teria sido profético. Agnes estava em Montepulciano com sua mãe e com uma mulher da casa, quando elas passaram por uma colina onde havia um bordel e um bando de corvos, voando baixo, atacaram a garota. Bicando eles conseguiram arranhar a menina antes que as mulheres pudessem afasta-los. Surpresas com o ataque mas seguras de si elas disseram que o ataque devia ser coisa do demônio que ressentia a pureza da pequena Agnes a qual um dia os afastaria daquela colina. Como de fato anos mais tarde, Agnes construiu um convento na mesma colina. Quando ela atingiu nove anos ela insistiu que havia chegado o tempo e entrou para o Convento del Sacco.

Ela foi permitida a ir com um grupo de Franciscanas em Montepulciano os quais vestiam o máximo em simplicidade. A sua roupa era feita na forma de uma saco, daí o nome de “freiras do saco”. A rica menina de Segni não ficou nem um pouco preocupada com a crua simplicidade das vestes. Sua formação religiosa foi entregue a experiente irmã Margarete e Agnes logo surpreendeu a todos pelo seu excepcional progresso. Por 5 anos ela teve uma paz completa que ela jamais voltaria a ter. Aos 14 anos foi indicada como auxiliar da tesoureira e nunca mais ficou sem sentir alguma responsabilidade pelos outros.

Durante algum tempo Agnes alcançou um alto degrau de contemplação e foi abençoada com varias visões. Uma das mais lindas foi a da ocasião da Visita da Virgem. Nossa Senhora veio com o Divino Infante em seus braços e permitiu que Agnes o tocasse e o segurasse. Como não quisesse solta-Lo, quando a Virgem foi de novo segura-Lo ela não O soltou, e assim ela acordou de seu êxtase e a Virgem e o Jesus haviam partido, mas Agnes estava agarrada a um lindo crucifixo de ouro. Ela passou a usa-lo com uma corrente em seu pescoço e o guardou toda sua vida como um tesouro precioso.

Doutra feita Nossa Senhora deu a ela três pequenas pedras e disse a ela que ela deveria construir um convento com elas algum dia. Agnes respondeu que não estava indo a lugar algum naquele momento, mas a Virgem disse a ela para guardar as pedras, três em honra da Santíssima Trindade que um dia iria precisar delas.

Algum tempo depois um novo convento Franciscano abriu em Procena, perto de Orvieto e as irmãs pediram as freiras de Montepulciano que enviassem uma madre superiora. Irmã Margarete foi selecionada, mas estipulou que Agnes deveria ir com ela para ajudar na fundação da nova comunidade. Ali Agnes serviu como “dona de casa” uma grande responsabilidade para uma jovem de 14 anos. Logo muitas outras jovens entraram para o Convento de Procena simplesmente porque sabiam que Agnes estava lá.

Para preocupação de Agnes ela foi escolhida como Abadessa. Como ela só tinha 15 anos, uma dispensa especial seria necessária. Diz a tradição que o Papa Nicholas IV teve uma visão para permitir que ela tomasse o Ofício. No dia que ela foi consagrada Abadessa, uma chuva de cruzes bancas flutuavam dentro da capela e em volta das pessoas. Parecia ser uma comemoração celestial a uma situação bastante extraordinária. Uma menina sendo consagrada Abadessa!

Por 20 anos Agnes viveu em Procena. Ela era uma Superiora cuidadosa e algumas vezes fazia milagres para aumentar o suprimento de pão quando este estava pouco no Convento. Ela orava a e despensa milagrosamente ficava repleta de pão. A disciplina da irmã era legendária. Ela viveu de pão e água por 15 anos. Dormia no chão, com uma pedra como travesseiro. É dito, que em suas visões, os anjos traziam a sua Sagrada Comunhão.

É dito também que quando ela se ajoelhava para orar, os lírios ou rosas por perto desabrochavam imediatamente.

Quando suas visões de Cristo, Nossa Senhora e anjos ficaram conhecidos; os cidadãos de Montepulciano a chamaram de volta para uma pequena estadia. Ela foi sem muita vontade, porque não gostava de deixar sua clausura. Mas logo que chegou ficou sabendo que eles haviam a chamado para construir um novo convento. Uma visão disse a ela para deixar os franciscanos e que ela seria no futuro uma Dominicana. Em 1306 Agnes retornou a Montepulciano e iniciou a construção do convento no local do antigo bordel. Tudo que ela tinha eram as três pedras dadas a ela pela Virgem Maria e Agnes que tinha sido tesoureira e conhecida um pouco sobre o que fazer. Após uma discussão com os habitantes da colina onde ela queria a fundação, a terra foi finalmente obtida e o Prior servita colocou a primeira pedra. Agnes terminou a construção do Convento e da Igreja que se chama Santa Maria Novella, bem antes do tempo normal e com várias aspirantes a conseguir vagas no novo Convento.

Agnes estava convencida que a nova comunidade precisava ser ancorada em uma Constituição ou Regras bem estabelecidas para obter de Roma a licença permanente. Ela explicou que as Regras deveriam ser Dominicanas . O novo Convento foi aprovado e ela foi indicada como Abadessa e os Dominicanos concordaram em providenciar os capelões e as diretrizes para a nova comunidade.

Com a idade de 49 anos a saúde de Agnes começava a decair rapidamente. Santa Agnes veio a falecer logo depois, em 20 de abril de 1317, e disse as irmãs que estavam com ela: Vocês descobrirão que eu não as abandonarei. Eu estarei contigo para sempre.

Ela foi enterrada em Montepulciano e seu túmulo logo se tornou local de peregrinação e vários milagres ocorreram junto de sua tumba. Por isso sua tumba foi aberta para que o seu corpo fosse trasladado para uma igreja Dominicana e verificaram que seu corpo estava incorrupto. Ela passou a ser guardado em um Santuário na Capela do Convento.

Uma das mais famosas peregrinas visitar seu Santuário foi Santa Catarina de Siena que foi para venerar a santa e também visitar uma sobrinha de nome Eugenia que era freira no convento. Quando ela se inclinou para beijar os pés de Agnes, ficou maravilhada ao ver que Agnes levantava o seu pé suavemente de encontro aos lábios de Catarina.

Em 1435 seu corpo incorrupto foi levado para um lindo Santuário em uma igreja Dominicana em Orvieto onde está até hoje. O Papa São Clemente VIII aprovou um Oficio para uso na Ordem de São Domingos e inseriu seu nome na Martirologia Romana. Ela foi canonizada pelo Papa Bendito XIII em 1726.

Na arte litúrgica da Igreja ela é representada com uma Abadessa Dominicana (hábito branco–manto preto) com uma ovelha, um lírio e um livro, ou 2) olhando a cruz com um lírio a seu pés; ou 3) com a Virgem e Jesus; ou 4) com os doentes sendo curados em sua tumba; ou 5)com Santa Catarina de Siena.


06/10/2009

Você sabe o que é PURGATÓRIO?

Frei Josué Pereira


"Obedecer a lei de Deus e fugir do pecado, é isso que determina o seu destino eterno"

Ministeriado em Cura e Libertação, Frei Josué Pereira, da Ordem dos Frades menores conventuais da Província de Brasília, explica o que é purgatório e o que acontece com a alma quando se desliga do corpo e fica neste lugar à espera da salvação. Para ouvir esta entrevista na íntegra, clique no play abaixo.
Ao ir para a página do Podcast Entrevistas, você encontrará, abaixo de cada post, uma seta; ao clicar nela você conseguirá baixar o arquivo em MP3.



cancanova.com: O que é o purgatório?

Frei Josué: O purgatório é uma das realidades que acontecem depois da morte. É um dogma de fé da Igreja e quem não o aceita, não pode se dizer completamente católico. Depois da morte, que é a separação do corpo e da alma, acontece o juízo particular. Ali, a alma é julgada por Deus e tem dois destinos: a eternidade feliz (o céu) ou a eternidade infeliz (o inferno). No céu só entram os puros, e a Palavra é muito clara: “Os puros de coração verão a Deus”. O purgatório, então, é uma antessala do céu. As pessoas que morreram arrependidas de seus pecados e se confessaram, não vão para o inferno. O que as leva para lá é a culpa dos pecados, mas estes também tem as penas temporais, que é o estrago que ele próprio causou à pessoa, à sociedade e à Igreja como um todo. Então, essa pessoa tem de passar por um processo de purgamento (daí o nome purgatório; de purificação) para ver a Deus.

cancaonova.com: O que acontece com as almas enquanto estão neste lugar?

Frei Josué: Quando acontece a morte, acaba-se o chamado 'merecimento'. Você não merece mais nada, só pode esperar na misericórdia de Deus e na oração dos vivos. As almas ficam no purgatório por um tempo, mas é claro que o tempo do Senhor é bem diferente do nosso, pois estamos falando de uma realidade pós-morte, quer dizer, num sentido atemporal. Quando dizemos tempo, quer dizer que tem uma duração, ou seja, um início e um final. As pessoas ficam submetidas à misericórdia divina, purgando todas as penas desses pecados até poderem, livremente, ver a face de Deus na glória que nós chamamos de céu.

cancaonova.com: Como se determina esse tempo?

Frei Josué: Esse tempo é determinado de acordo a gravidade dos pecados cometidos e as suas consequências, que são as penas. Muitos santos tiveram a graça de Deus, como Santa Catarina de Gênova e o próprio São Francisco, de serem levados em êxtase ao purgatório; e todos são unânimes em dizer que é um lugar de grande sofrimento. Mas lá existe uma coisa que não existe no inferno, a esperança. Se as almas recebem orações daqui e as aceita, claro que esse purgatório pode ser diminuído. São os mistérios da misericórdia de Deus.

cancaonova.com: Estando lá, as almas podem ainda obter salvação?

Frei Josué: Sim, elas não vão mais para o inferno. Essa é a grande alegria; por isso não se desesperam. Elas sabem que ofenderam a Deus, pois ali se tem consciência total da gravidade dos pecados. Por isso, cada vez que formos pecar aqui na terra, devemos pensar, porque é desesperador saber que Deus está ali, atrás da porta, mas você não consegue vê-Lo. A única coisa que consola uma alma é a visão beatífica de Deus. Então, de um lado há um grande esforço de querer ver Deus; por outro, um reconhecimento profundo de que não se está preparado ainda. É um dilema, uma dor; e essa dor é purgativa, cura e faz com que ela pague todo o castigo merecido pelas penas dos seus pecados.

cancaonova.com: Todos nós passaremos por este lugar?

Frei Josué: Uma coisa muito importante é sabermos que existe o arrependimento perfeito. Um exemplo disso é Dimas, o bom ladrão que está ao lado de Cristo na crucifixão. Ele teve um arrependimento tão perfeito, que o Senhor lhe disse: “Ainda hoje estarás comigo no Paraíso”(Lc 23,43). Por outro lado, alguns textos da Palavra de Deus como Mateus, capítulo 5, diz assim: “Entrem em acordo, sem demora, com o seu adversário, enquanto ainda estás em caminho com ele, para que se suceda que te entregue ao juiz e o juiz te entregue ao ministro e te seja posto em prisão. Em verdade eu te digo, dali não sairás antes de ter pago o último centavo” (cf. Mt 5,25-26). Este é o purgatório.

Para a maioria de nós é muito difícil, mesmo diante de confissão e tanto conhecimento, fazer um ato de arrependimento perfeito, arrepender-se de coração. Elas pensam assim: “Eu preciso ir para o céu, tenho de me arrepender”. Mas, muitas vezes, elas sentem vergonha de ter feito aquilo, mas não de ter ofendido a Deus. A contrição perfeita, que nos livra do purgatório, é essa consciência que as almas do purgatório tem: “Eu ofendi a Deus, não podia ter feito isso. Ele me deu tanto amor, tanta graça necessária para a minha salvação, mas eu não aproveitei. Eu mereço isso, eu merecia o inferno”. É um misto de contrição e esperança. Então, se vai passar pelo purgatório ou não, depende da contrição perfeita. Por isso, é importante confessar-se sempre.




cancaonova.com: Ele pode se tornar definitivo para algumas almas?


Frei Josué: Não. Inclusive, quando Jesus voltar, ele eliminará o purgatório; só haverá o céu e o inferno.


cancaonova.com: Até mesmo os santos tem a obrigatoriedade de fazer essa passagem?

Frei Josué: O que é um santo? É aquele que praticou as virtudes em grau heróico. Muitas pessoas são santas e estão no céu, mas não são canonizadas. Quando a Igreja canoniza um santo, está dizendo que ele é um modelo perfeito, uma pessoa bem parecida com Cristo. Então, esse processo de purificação já foi pago aqui. Eu preciso falar também que existem três realidades que nos ajudam a evitar ou até a cortar o próprio purgatório. A primeira é a caridade, pois a Palavra diz que a caridade apaga uma multidão de pecados. Então, a pessoa que é muito caridosa, faz muito bem aos pobres por amor a Jesus – e essa é a verdadeira caridade –, ela paga muito do seu purgatório aqui na terra.

Uma outra graça é aceitar os sofrimentos com paciência. Se aceita com paciência, humildade, já estão vivendo aqui o seu purgatório. Uma outra forma são as indulgências plenária ou parcial, porque elas perdoam as penas dos pecados. Se a Igreja determina que um tempo seja de indulgência e você faz algumas práticas de piedade, como uma hora de adoração e a oferece nas intenções do Santo Padre, você ganha indulgências, ou seja, o perdão das penas. O seu purgatório está sendo evitado. Você também pode aplicar essas indulgências às almas dos seus falecidos, que você deve sempre rezar por elas.


cancaonova.com: O que leva uma pessoa para o céu ou para o inferno segundo a Igreja?


Frei Josué: O que determina é a recompensa que cada um receberá das suas obras. Deus retribuirá a cada um de acordo com elas. É a prática ou não dos dez mandamentos resumidos em dois: "Amar a Deus sobre todas as coisas" e "Amar ao próximo como a si mesmo". Obedecer a lei de Deus e fugir do pecado, é isso determina o seu destino eterno, ou seja, o céu e o inferno começam aqui, consequentemente, o nosso purgatório também.


cancaonova.com: Por que a Igreja Católica reza pelas almas do purgatório?


Frei Josué: Justamente por que a Igreja acredita, como a Palavra de Deus nos ensina, que quando uma pessoa morre, ela não pode mais fazer nada por ela mesma, pois está entregue à misericórdia de Deus e a sua própria história, pela qual ela é julgada. Mas os outros podem fazer isso por ela. É uma prática bíblica; sempre se rezou pelos mortos. Os primeiros santos foram mártires e, no túmulo deles, se fazia oração. Então, sempre houve essa questão da comunhão.


cancaonova.com: As almas do purgatório podem interceder por nós?


Frei Josué: Claro. Elas não podem fazer nada por elas mesmas, mas podem oferecer o sacrifício. E quem reza tem esse grande privilégio de receber auxílio em muitos momentos. E quando essas almas saírem do estado de purgatório e chegarem ao céu, à plenitude da salvação, verdadeiramente elas vão poder fazer mais por nós.

05/10/2009

Santa Maria Faustina Kowalska


A misericórdia divina revelou-se manifestamente na vida desta bem-aventurada, que nasceu no dia 25 de agosto de 1905, em Glogowiec, na Polônia Central. Faustina foi a terceira de dez filhos de um casal pobre. Por isso, após dois anos de estudos, teve de aplicar-se ao trabalho para ajudar a família.

Com dezoito anos, a jovem Faustina disse à sua mãe que desejava ser religiosa, mas os pais disseram-lhe que nem pensasse nisso. A partir disso, deixou-se arrastar para diversões mundanas até que, numa tarde de 1924, teve uma visão de Jesus Cristo flagelado que lhe dizia: "Até quando te aguentarei? Até quando me serás infiel?"

Faustina partiu então para Varsóvia e ingressou no Convento das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia no dia 1 de agosto de 1925. No convento tomou o nome de Maria Faustina, ao qual ela acrescentou "do Santíssimo Sacramento", tendo em vista seu grande amor a Jesus presente no Sacrário. Trabalhou em diversas casas da congregação. Amante do sacrifício, sempre obediente às suas superioras, trabalhou na cozinha, no quintal, na portaria. Sempre alegre, serena, humilde, submissa à vontade de Deus.

Santa Faustina teve muitas experiências místicas onde Jesus, através de suas aparições, foi recordando à humilde religiosa o grande mistério da Misericórdia Divina. Um dos seus confessores, Padre Sopocko, exigiu de Santa Faustina que ela escrevesse as suas vivências em um diário espiritual. Desta forma, não por vontade própria, mas por exigência de seu confessor, ela deixou a descrição das suas vivências místicas, que ocupa algumas centenas de páginas.

Santa Faustina sofreu muito por causa da tuberculose que a atacou. Os dez últimos anos de sua vida foram particularmente atrozes. No dia 5 de outubro de 1938 sussurrou à irmã enfermeira: "Hoje o Senhor me receberá". E assim aconteceu.

Beatificada a 18 de abril de 1993 pelo Papa João Paulo II, Santa Faustina, a "Apóstola da Divina Misericórdia", foi canonizada pelo mesmo Sumo Pontífice no dia 30 de abril de 2000.

Santa Faustina, rogai por nós!


São Francisco de Assis o pobre de Deus


A Igreja ainda está em festa, porque celebramos ontem um dos Santos que mais se assemelhou a Jesus Cristo, pela sua vida, radicalidade em viver o Evangelho, amor aos pobres e a natureza, São Francisco com a sua vida reconquistou a harmonia que o pecado original havia desfeito. Harmonia com o Pai Criador, com os irmãos e a com natureza, é padroeiro da ecologia. A revista time em uma grande pesquisa o elegeu como personalidade do milênio.

Tudo porque ele semeava a paz, como um grande girassol Francisco cresceu sempre voltado para Deus, sua fonte e seu fim, até a morte ele chamou de irmã. Trazemos em nós varias sementes, como temos semeado? O mundo é a grande plantação de Deus, sejamos como Francisco semeemos a paz, o amor, a alegria, o perdão, a paciência Ele foi eleito o homem do milênio, porque viveu para os outros, “o mundo tem saudade de Francisco”, disse o Papa João Paulo II quando visitou Assis, hoje eu e você precisamos ser grandes plantadores de girassóis.

Depois do Pai-Nosso, não há oração mais famosa e difundida no mundo ocidental do que a oração de São Francisco de Assis. Sem sombra de dúvida, e não desmerecendo os demais, Francisco é na atualidade o santo popular de maior apelo universal. O prestígio e a devoção a Francisco ultrapassam as fronteiras da fé cristã e sensibilizam pessoas das mais diferentes crenças e religiões. Ele procurava as grutas para ali rezar ao grande Sol da Justiça: Jesus Cristo, não se achou digno de ser padre, foi Diácono permanente. Uma alma adoradora, que chegou a receber em seu corpo as chagas do Crucificado.



O que significa o Tau?

O TAU tem a forma da letra grega TAU (T) que é uma cruz. São Francisco adoptou esta letra, que é a última do alfabeto hebraico e que também é letra do alfabeto grego, como seu símbolo, porque nele viu um sentido positivo e de salvação. Com efeito, lê-se, no livro do profeta Ezequiel: O Senhor disse-lhe

«Vai pela cidade, atravessa Jerusalém e marca uma cruz na fronte dos homens que gemem e se lamentam por causa das abominações que nela se praticam.»

E aos outros ouvi-o dizer: «Ide pela cidade atrás dele e feri-o.Que o vosso olhar não poupe ninguém nem tenha piedade. Velhos, jovens,virgens, meninos e mulheres, matai-os a todos e exterminai toda a gente; mas não toqueis naqueles que foram marcados na fronte”. (Ez 9, 4-6).

Na antiga escrita hebraica esta letra tinha a forma de uma cruz oblíqua. Os analfabetos serviam-se deste sinal para assinar (Jb 31, 35). No Apocalipse, os servos de Deus são marcados com um sinal (Ap 7, 2-8; 9,4). Desde os Padres da Igreja até hoje, viu-se no
Tau um símbolo da cruz. A forma do Tau fez lembrar a Francisco a cruz em que Jesus foi cravado. E por isso é que ele costumava fazer a sua assinatura com o Tau e o Tau se to rnou o seu símbolo e sinal por excelência.

Os três nós que se seguem no cordão que o segura ao pescoço, significam os votos de Pobreza, Obediência e Castidade que fazem os religiosos.


ORAÇÃO DA PAZ

Senhor! Fazei de mim um instrumento da vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre fazei que eu procure mais:
consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe.
É perdoando que se é perdoado.
E é morrendo que se vive para a vida eterna.

Amém.

02/10/2009

A importância da Confissão


Entre um atendimento e outro no confessionário da Canção Nova, o padre salvista Rafael Pereira de Lemos recebeu a equipe do cancaonova.com para falar sobre os passos fundamentais de uma boa confissão. O sacerdote explicou a necessidade de preparar-se para este momento e também esclareceu uma dúvida muito comum: a diferença entre confessar-se com um sacerdote ou diretamente com Deus. Para ouvir esta entrevista na íntegra, clique no play abaixo. Ao ir para a página do Podcast Entrevistas, você encontrará, abaixo de cada post, uma seta; ao clicar nela você conseguirá baixar o arquivo em MP3.


cancaonova.com: Qual o primeiro passo para uma boa confissão?

Padre Rafael:
O primeiro passo é o arrependimento, ou seja, a consciência que diz "errei e preciso voltar para casa", lembrando-se sempre de que a referência é o filho pródigo, que cai em si e volta para casa, como diz a Palavra de Deus. Então, para uma boa confissão eu tenho de me arrepender e ter consciência de que fiz algo de errado contra o Senhor, contra meus irmãos e contra mim mesmo.


cancaonova.com: Qual a necessidade de uma preparação?

Padre Rafael:
Sem a devida preparação não há como ir ao encontro da misericórdia do Senhor. O que eu vou apresentar a Ele? As minhas misérias, aquilo que eu fiz de errado. A partir do momento em que eu tenho uma boa preparação e que confronto a minha vida com a Palavra de Deus, com a vontade d'Ele, eu tenho a coragem de voltar. O “fundo do poço” não é o nosso lugar, mas sim, junto de Deus, no grande banquete que Ele preparou para nós.

cancaonova.com:
O que fazer para se lembrar de todos os pecados e estar
preparado para a confissão?

Padre Rafael: Aqui, na Canção Nova, realizamos um rito, que é um exame de consciência com os Dez Mandamentos. Não é uma regra, pois há várias maneiras de fazer um exame de consciência: pelos Dez Mandamentos, pelas virtudes teologais (fé, esperança e caridade), pelos sacramentos, os mandamentos da Igreja. Existe também uma regrinha básica, uma criação minha, que é como uma pedrinha no sapato. Se você está com uma “pedra no sapato”, eu digo que isso é um pecado grave ou mortal. Você tem que parar, porque aquilo está gerando uma ferida, machucando o seu pé e, consequentemente, a sua vida. Mas, vez por outra, nós colocamos uma meia e deixamos a costura dela no lugar errado; aquilo fica nos incomodando. Eu chamo isso de pecados veniais, ou seja, que precisam só de um ajuste. Lembrando que para esse tipo de pecado eu tenho o perdão na Santa Missa, na qual peço perdão diretamente a Deus. A oração do Pai-Nosso já nos dá esse perdão.




cancaonova.com: Por que é importante confessar-se com um sacerdote e não diretamente com Deus?

Padre Rafael: A Palavra é clara quando nos diz que só Deus pode perdoar os pecados, só Ele é justo, só Ele não tem pecado. Quando você decide confessar-se com um padre o seu perdão já começa nesse momento, porque você já se apresentou diante de Deus, mas você vai diante do sacerdote para confirmar aquilo que já está sendo realizado no seu coração. Perdão dos pecados só existe no sacramento da confissão; por isso os padres da Igreja o chamam de “segunda tábua de salvação” (a primeira é o batismo), porque ali eu tenho a garantia de que Deus me perdoou. Mas há pecados, como um pensamento, um sentimento, que eu posso ir diretamente ao Senhor e dizer a Ele: “Olha, eu fiz isso, Senhor. Perdão, porque foi uma coisa sem pensar, eu não queria, foi um momento de tentação, mas eu estou entregando meus pecados diante do Senhor”. O próprio Jesus nos deu esse mandato: “Tudo o que ligares na Terra, será ligado no Céu; tudo o que desligares na Terra, será desligado no Céu” (Mateus 16,19).


cancaonova.com: É uma boa prática levar os pecados anotados em um papel no momento da confissão?


Padre Rafael: Eu faço isso, porque nós temos a tentação de esconder algumas coisas por vergonha de apresentá-las ou talvez porque o padre seja muito jovem e acreditamos que ele não compreenda bem o que queremos falar. Mas quando você coloca isso no papel, você monta um roteiro, não tem como escapar. Mesmo que o nosso coração esteja arrependido, temos a tentação de querer escondê-los [os pecados]. Sempre digo aos meus penitentes que é muito difícil falar de nós mesmos, principalmente de nossas misérias. Mas quando tenho um roteiro, sei por onde vou começar, quais são os pontos que precisam de mais ajuda e onde Deus precisa tocar com mais misericórdia.


cancaonova.com: Se, ao confessarmos, não contarmos ao sacerdote, por vergonha, um pecado do qual nos arrependemos, este será perdoado?


Padre Rafael: A contrição é o arrependimento perfeito, ou seja, eu tenho um coração contrito e humilhado, porque me arrependo dos meus pecados, vou até o padre, confesso, falo aquilo que eu tenho feito de errado e recebo perdão. Mas quando eu, conscientemente, omito minhas faltas, a confissão não é valida, porque eu tive apenas uma atrição, isto é, uma abertura para a conversão. O belo é que nós temos sempre essa experiência de pessoas que guardam um pecado por 20, 30 anos, mas não conseguem escondê-lo pelo resto da vida. A partir do momento em que você tem aquilo mexendo dentro de você, incomodando-o, você quer o perdão, mesmo que não tenha a coragem de pedi-lo. Mas quando chega o momento certo, você tem de apresentá-lo a Deus. Isso é o que o Catecismo da Igreja Católica chama de atrição, uma abertura do coração para o arrependimento, para a conversão.


cancaonova.com: De quanto em quanto tempo é necessário se confessar?


Padre Rafael: De acordo com a Igreja, uma boa confissão é de, ao menos, uma vez por ano. Mas eu creio que a regra básica é saber quantas vezes você comunga. Se você comunga todos os domingos, deve confessar-se uma vez por mês ou a cada dois meses. Mas se você tem uma frequência maior de comunhão, você tem de estar sempre se examinando. “Será que pequei? Será que falhei diante de Deus, dos meus irmãos ou de mim mesmo?” Mas não crie pecados, porque confissão é para aquilo que você realmente necessita.

A Bíblia diz que um justo peca sete vezes por dia; mas o segredo do justo é que ele recomeça todos os dias. Então, se um santo peca sete vezes por dia, eu tenho de me converter com mais frequência. Por isso que, no ato penitencial da Santa Missa, nós recordamos isso; e para nos aproximarmos do banquete precisamos estar purificados.



cancaonova.com: Ao confessarmos, precisamos entrar em detalhes sobre a falta cometida?

Padre Rafael: Detalhes, eu creio que não são necessários; mas, pelo menos, é preciso ser objetivo e claro naquilo que você está falando. Na Canção Nova, quando alguém vai se confessar, diz o seu estado de vida: se é casado ou solteiro.... Mas se você vai dizer que pecou contra o Sexto Mandamento [Não matarás], ele é uma imensidão de coisas. Como confessor, eu preciso saber o que você realmente fez, pois a partir do momento em que você tem essa delicadeza de dizer o que realmente cometeu, não precisa detalhar. O que você precisa é ser objetivo, claro e consciente do que está fazendo para não gerar dúvidas.


cancaonova.com: Qual a diferença entre confissão e direção espiritual?

Padre Rafael: A direção espiritual é mais detalhada. Na confissão, eu quero receber de Deus o perdão. A direção espiritual, como o nome já diz, é uma direção para a minha vida: os meus relacionamentos, o meu projeto de vida, santidade, os problemas familiares. Essa prática me dá dicas de como superar as dificuldades, de como olhar diferente, de como trabalhar para superar determinados pecados, vícios.

Em muitos lugares, às vezes, a pessoa vai se confessar e reclama que o padre foi muito seco, pois só a escutou e lhe deu a absolvição. Isso é a confissão clássica, ou seja, aquilo que a Igreja ensina desde todo o sempre. E, aqui, na Canção Nova, nós temos a graça de receber as pessoas para a confissão dando-lhes pistas de como se olharem de forma diferente. Há muitas pessoas que confundem culpa com sentimento de culpa, porque já confessaram o pecado, mas acham que não foram perdoadas, pois o sacerdote não lhes falou nada. O pecado já não existe mais, mas a pessoa, nesse caso, precisa de uma direção espiritual para superar o sentimento de culpa. É preciso recordar-se da confissão, do amor de Deus e da misericórdia d'Ele para seguir um novo rumo.


cancaonova.com: Qual o significado do uso da estola e qual cor deve ser usada no momento da confissão?

Padre Rafael: Dentro da liturgia, o roxo simboliza a conversão, a penitência. O sacramento da confissão também tem o nome de “sacramento da penitência”. Desde o Antigo Testamento, quando homens e mulheres pecavam contra Deus e reconheciam os seus pecados, pediam perdão ao Senhor e faziam penitência. Então, o roxo simboliza esse tempo de mudança para dizer “eu quero ressuscitar com Cristo”. É belo quando, no final da absolvição, nós [sacerdotes] dizemos: “Eu o absolvo dos seus pecados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. A estola relembra para o sacerdote e para o penitente que não é um simples mortal que está ali. O sacramento me configura a Cristo para trazer vida nova e salvação para aquela alma.


01/10/2009

Dia de Santa Terezinha do Menino Jesus

"Não quero ser Santa pela metade, escolho tudo".

Francesinha, que nasceu em Aliçon 1873, e morreu no ano de 1897. Santa Terezinha não só descobriu no coração da Igreja que sua vocação era o amor, mas sabia que o seu coração - e o de todos nós - foi feito para amar. Terezinha entrou com 15 anos no Mosteiro das Carmelitas, com a autorização do Papa e sua vida passou na humildade, simplicidade e confiança plena em Deus.

Todos os gestos e sacrifícios, do menor ao maior, oferecia a Deus, pela salvação das almas, e na intenção da Igreja. Santa Terezinha do Menino Jesus e da Sagrada Face esteve como criança para o pai, livre igual a um brinquedo aos cuidados do Menino Jesus, e tomada pelo Espírito de amor, que a ensinou a pequena via da infância espiritual.

O mais profundo desejo do coração de Terezinha era ter sido missionária "desde a criação do mundo, até a consumação dos séculos". Sua vida nos deixou como proposta, selada na autobiografia "História de uma alma", e como intercessora dos missionários sacerdotes e pecadores que não conheciam Jesus, continua ainda hoje, vivendo o Céu, fazendo o bem aos da terra.

Proclamada principal padroeira das missões em 1927, padroeira secundária da França em 1944, e Doutora da Igreja, que nos ensina o caminho da santidade pela humildade em 1997, na data do seu centenário. ela mesma testemunha que a primeira palavra que leu sozinha foi: " céus "; agora a última sua entrada nesta morada, pois exclamou : " meu Deus, eu vos amo...eu vos amo ".




ATO DE OFERECIMENTO DE SI MESMA COMO VÍTIMA DE HOLOCAUSTO AO AMOR MISERICORDIOSO DE DEUS


" Meu Deus! Trindade Bem-aventurada, desejo AMAR-VOS e vos fazer AMAR, trabalhar para a glorificação da Santa Igreja, salvando as almas que estão sobre a terra e libertando as que sofrem no purgatório. Desejo cumprir, perfeitamente, vossa vontade e chegar ao grau de glória que me preparastes, em vosso reino, numa palavra, desejo ser Santa, mas sinto minha impotência e vos peço, ó meu Deus! Sejais vós mesmo minha SANTIDADE.

Pois que me amastes, a ponto de dar-me vosso Filho único para ser meu Salvador e meu Esposo, os tesouros infinitos de seus méritos são meus, eu vo-los ofereço, com alegria, suplicando-vos que me olheis através da Face de Jesus e em seu Coração ardente de AMOR.

Ofereço-vos, ainda, todos os méritos dos Santos (que estão no Céu e sobre a terra), seus atos de AMOR e os dos Santos Anjos; enfim, ofereço-vos, ó BEM-AVENTURADA TRINDADE! o Amor e os méritos da SANTÍSSIMA VIRGEM, MINHA MÃE QUERIDA, é a ela que abandono minha oferta, suplicando-lhe vo-la apresentar. Seu Divino Filho, meu Esposo Bem-Amado, disse-nos durante sua vida mortal: "Tudo o que pedirdes a meu pai em meu nome, ele vo-lo dará!" Portanto, estou certa de que atendereis a meus desejos; eu o sei, ó meu Deus! quanto mais quereis dar, tanto mais fazeis desejar. Sinto em meu coração desejos imensos e é, com confiança, que vos peço vir tomar posse de minha alma. Ah! não posso receber a santa comunhão tantas vezes quanto desejo, mas, Senhor, não sois ONIPOTENTE?... Ficai em mim, como no tabernáculo, não vos afasteis jamais de vossa hostiazinha...

Quisera consolar-vos da ingratidão dos maus e suplico-vos tirar-me a liberdade de vos desagradar; se por fraqueza, cair alguma vez, que, logo vosso Divino Olhar purifique minha alma, consumindo todas as minhas imperfeições, como o fogo que transforma em si todas as coisas...

Agradeço-vos, ó meu Deus! todas as graças que me concedestes, em particular, de me ter feito passar pelo cadinho do sofrimento. É com júbilo que vos contemplarei, no último dia, empunhando o cetro da Cruz; pois que vos dignastes fazer-me partilhar desta Cruz tão preciosa, espero, no Céu, assemelhar-vos a Vós e ver brilhar em meu corpo glorificado os sagrados estigmas de vossa Paixão...

Após o exílio da terra, espero ir gozar de vós na Pátria, mas não quero acumular méritos para o Céu, quero trabalhar só por vosso AMOR, com o único fim de vos agradar, consolar vosso Coração Sagrado e salvar almas que vos amem eternamente.

Na tarde desta vida, comparecerei perante vós com as mãos vazias, pois não vos peço, Senhor, contar minhas obras. Toda nossa justiça é manchada a vossos olhos. Quero, pois, revestir-me de vossa própria justiça, e receber de vosso Amor a posse eterna de Vós mesmo. Não quero outro Trono e outra Coroa senão Vós, ó meu Bem-Amado.

A fim de viver num ato de perfeito amor, OFEREÇO-ME COMO VÍTIMA DE HOLOCAUSTO A VOSSO AMOR MISERICORDIOSO suplicando-vos me consumir, sem cessar, deixando transbordar em minha alma as ondas de Ternura Infinita que estão encerradas em vós, e que assim eu me torne Mártir de vosso Amor, ó meu Deus!...




Que este Martírio após me ter preparado para comparecer perante vós, faça-me, enfim, morrer e que minha alma precipite-se, sem tardar, no eterno abraço de vosso Amor Misericordioso...

Quero, ó meu Bem-amado, em cada palpitar de meu coração, renovar-vos este oferecimento um número infinito de vezes, até que, dissipadas as sombras, possa repetir-vos meu Amor, num Face a Face Eterno!.."

Santa Terezinha do Menino Jesus, rogai por nós!


Conheça mais sobre a história de Santa Terezinha acessando o site:


http://www.cancaonova.com/portal/canais/especial/santa_teresinha/index.php