22/03/2017

Autoridade: conquista ou imposição?


A autoridade vem da conquista de corações

Algumas pessoas exercem sobre outras certa influência, seja por admiração, fascínio ou por projetar nos corações um algo a mais para a vida delas. Sentimentos assim nascem a partir do testemunho que a maioria vê nesses homens e mulheres que se destacam. O ser humano tem a necessidade de ser guiado, e busca, como referência nos semelhantes, algo que sacie a sua sede de ser melhor.

Foto: Jirsak by Getty Images

Essas pessoas, geralmente, são carismáticas, inteligentes e têm um espírito de liderança. Esse talento acontece naturalmente, desde criança, em brincadeiras, empresas, escolas, instituições, trabalhos voluntários e também em ambiente religioso.
Testemunho de amor

Jesus era um líder nato. Todo Seu ser atraia multidões. “Quando Ele terminou estas palavras, as multidões ficaram admiradas com o Seu ensinamento. De fato, Ele as ensinava como quem tem autoridade, não como os escribas” (Mt 7,28-29). Nosso Senhor conquistava as pessoas. Ele não impunha uma doutrina como faziam os escribas e fariseus. Seu ensinamento vinha do testemunho de amor que Ele não só discursava, mas que demonstrava em toda sua vida.

O amor incondicional era o Seu principal atrativo, e continua sendo ainda hoje. Ao estar à frente de pessoas, antes de tudo, Ele observava o que cada um tinha de melhor, sem deixar de corrigir o que era preciso. As pessoas se deixavam conduzir, porque encontravam alguém que acreditava nelas.

O líder oferece de si e ensina o que sabe, sem medo de ser superado, porque quer que as obras dos seus discípulos sejam até maiores que as suas. A autoridade vem da conquista de corações! Líder é aquele que abraça uma causa junto com os seus, não se abstendo das responsabilidades e trabalhos que isso pode causar. Não coloca sobre seus subordinados, discípulos ou aqueles que lhe são confiados, o peso da sua vaidade e ideias próprias.

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O filho obedece verdadeiramente o pai, quando ele [filho] se sente amado, pois acredita que o pai lhe quer bem, ainda que custe sacrifício. Assim também acontece na relação de professores e alunos, patrões e empregados. O amor impulsiona atitudes dignas de confiança recíproca.

Na verdade, quem ocupa uma posição de autoridade é servo de quem ele comanda. Assim ensinou o Mestre Jesus: “Quem quiser ser o maior entre vós seja aquele que vos serve” (Mt 20,26). Ou ainda: “Pois o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10,45).

Ao contrário desse ensinamento, os escribas e fariseus praticavam uma autoridade que os colocavam em lugar privilegiado para serem chamados de mestres e vistos por todos. “Amarram fardos pesados e insuportáveis e os põem nos ombros dos outros, mas eles mesmos não querem movê-los, nem sequer com um dedo” (Mt 23,4).

Hoje, existe muita informação sobre liderança, palestras para empresas, cursos universitários, tudo para formar novas cabeças que comandarão pessoas e almas, tanto no campo da política como no da ciência, da informação, da religião entre outros.
Acreditar no potencial das pessoas

O verdadeiro líder não precisa ocupar um cargo ou posto, mesmo sendo o último de uma hierarquia, ele age como Jesus, acreditando no potencial das pessoas e tirando de dentro delas o melhor que cada um pode ser. Ou seja, o que forma o outro são os sentidos mais nobres dentro de nós: a misericórdia, o acreditar nas pessoas e, principalmente, o amor do coração de Jesus. Que esse amor esteja firme dentro do nosso coração!


Autor: Sandro Arquejada

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