A depressão é uma doença, um mal a ser resolvido
A depressão, doença tão comum em nossos
dias, está envolvida por muitos mitos como acontece com várias outras
doenças que envolvem o sentimento das pessoas. Aqui queremos
desmistificar alguns deles (1 Cor 13,5).
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
A depressão
não é uma manifestação de caráter imperfeito ou de fraqueza humana, mas
sim uma doença grave. Portanto, todos estamos sujeitos a ficarmos
deprimidos. A depressão não é apenas um mau dia, não é simplesmente
acordar mau humorado.
Outro mito que afasta as pessoas de
procurar ajuda e as afasta mais ainda de buscar oração e orientação
espiritual diz respeito à fé: “Pessoas de fé não ficam deprimidas”. Se
pessoas profundamente religiosas, e até mesmo com dom de cura, são
vítimas de pressão alta, resfriados, esclerose e outras tantas doenças,
por que não podem ficar deprimidas, se a depressão é uma doença?
Portanto, pessoas que possuem uma crença e um relacionamento íntimo com
Deus também ficam deprimidas.
O que ocorre com muita frequência é um
esfriamento desse relacionamento com Deus, porque é próprio da depressão
levar a uma dificuldade de concentração, a um sentimento de
indignidade, imobilizando, dessa forma, várias áreas da nossa vida,
inclusive a fé.
Leia mais:
.: Depressão: quais caminhos seguir?
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.: Depressão, e agora?
.: Depressão tem cura
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São três os fatores que se entrelaçam e
podem determinar o surgimento da depressão: a história familiar de
pacientes depressivos revela que seus parentes sofrem ou sofreram de
depressão, tornando-os predispostos a desenvolverem a doença; o estresse
é uma força propulsora que, agrupado a outros fatores, pode desencadear
a depressão; a tristeza, o peso das perdas e a solidão são fatores que,
quando não bem elaborados, não expressados adequadamente,
transformam-se em doenças, uma delas a depressão.
As principais características da
depressão são: ruminação de pensamentos, sono conturbado, aumento ou
diminuição do apetite, redução da capacidade de concentração,
incapacidade de encontrar prazer em atividades agradáveis, perda de
energia, dores crônicas e sofrimento que parecem ter causa física, mas
que não reagem ao tratamento, afastamento e isolamento social.
A importância do tratamento clínico
Devemos ter em mente que depressão é uma doença grave e precisa ser tratada.
O psiquiatra é o profissional mais indicado para o tratamento, pelo
fato de haver um desequilíbrio químico cerebral em muitos casos. O
tratamento clínico acompanhado de psicoterapia se torna mais eficaz,
pois a psicoterapia vai levar o paciente a desenvolver habilidades para
combater o problema e suas angústias. Porém, é a perseverança na oração,
mesmo nos momentos de maior aridez, que vão sustentar a pessoa
deprimida e dar-lhe forças para enfrentar o tratamento.
Leia mais:
Sendo o isolamento um fator
desencadeante da depressão, uma das melhores formas de combate-la é
evitar esse isolamento, buscando contato com pessoas que tenham
significado em suas vidas, buscando atividades que possam ser úteis,
ajudando outras pessoas necessitadas; ninguém é suficientemente ‘pobre’
que não tenha nada para dar ou suficientemente ‘rica’ que não necessite
de carinho.
Concluindo, deixemos de lado os
paradigmas de que a depressão só ataca pessoas fracas e sem fé. É
obrigação nossa como seres humanos e cristãos estarmos sempre atentos
para nossas reações físicas, pois o corpo fala, dá sinais de como está
nossa saúde física, mental e espiritual. Fiquemos atentos! Fiquemos
também atentos às pessoas que estão ao nosso redor e nos procuram.
Elas
podem estar sofrendo caladas, esperando uma abertura, nem que seja uma
pequena fresta para colocarem seus sentimentos e suas dores. Não podemos
nos esquecer do calor humano que se expressa por meio de dar as mãos,
não só no sentido figurativo, mas no seu verdadeiro sentido de abraçar,
acolher, acalentar, partilhar, conversar e compreender.
Autora: Mara Lourenço – Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova
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