O pai é a primeira imagem que o filho tem de Deus
É tão importante a pessoa do pai na vida do filho, que o próprio Filho
de Deus encarnado quis ter um pai (adotivo) na Terra. Jesus não pôde ter
um pai natural neste mundo, porque não havia homem capaz de gerar o
Verbo encarnado; então, o Espírito Santo o gerou no seio puríssimo e
virginal de Maria Santíssima. Mas Jesus quis ter um pai adotivo e
escolheu São José, o glorioso patrono da Igreja, como proclamou o Papa
Pio IX, solenemente, em 1870.
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
Quando José quis deixar a Virgem Maria, no silêncio da discrição de
sua santidade, Jesus mandou que imediatamente o Arcanjo da Anunciação,
São Gabriel, logo lhe dissesse em sonho: José, filho de Davi, não temas
receber Maria por tua esposa, porque o que nela foi gerado é obra do
Espírito Santo (Mt 1,20). E a José coube a honra de dar-lhe o nome de
Jesus, no dia de Sua circuncisão (Mt 1,21).
Jesus viveu à sombra protetora do grande São José na vila de Nazaré e
na carpintaria do grande santo. O povo o chamava de ”o filho do
carpinteiro”. José protegeu Jesus da fúria de Herodes; levou-O seguro
para o Egito, manteve-O no exílio e o trouxe de volta seguro para
Nazaré. Depois, partiu deste mundo nos braços de Jesus quando terminou a
sua missão terrena. A Igreja o declarou protetor da boa morte.
Ora, se até Jesus quis e precisou de um pai neste mundo, o que dizer de cada um de nós?
Só
quem não teve um pai, ou um bom pai, deixa de saber o seu valor. Ainda
hoje, com 57 anos de idade, lembro-me com saudade e carinho do meu pai.
Quanta sabedoria! Quanta bondade! Quanta pureza! Quanto amor à minha mãe
e aos nove filhos!
Ainda hoje, com saudade e alegria, lembro-me de
seus conselhos sábios.
O pai é a primeira imagem que o filho tem de Deus; por isso, Ele nos
deu a honra de sermos chamados pais, pois toda paternidade vem do
próprio Deus. Muitos homens e mulheres não têm uma visão correta e
amorosa do Senhor, porque não puderam experimentar o amor de seus pais;
muitos foram abandonados e outros ficaram órfãos.
O pior de tudo é a ausência dos pais na vida dos chamados “órfãos de
pais vivos”; e são muitíssimos. Muitos e muitos rapazes têm gerado
seus filhos sem o menor amor, compromisso e responsabilidade, buscando
apenas o prazer sexual de suas relações com uma moça. Esta, depois, é
abandonada vergonhosamente, e o pai do bebê a deixa para que ela crie
seu filho como puder.
Quase sempre essas crianças são criadas com
grandes dificuldades. O peso de sua manutenção e educação é dividido
quase sempre com a mãe solteira, que se mata de trabalhar, e com os avós
que, quando existem, fazem o possível para ajudar. A criança, no
entanto, é criada sem o pai.
A metade de sua educação podemos dizer que está comprometida, pois
ela nunca experimentará o colo e os braços de um verdadeiro pai que a
embale. Isso tem sérias consequências na vida dos jovens e adultos.
Muitos deles, os mais carentes, acabam nas ruas e na marginalidade do
crime, participam de assaltos e roubos, usam drogas e vão parar na
cadeia. Não é à toa que mais de 90% dos presidiários são jovens entre 18
e 25 anos. É verdade que muitos desses jovens tiveram um pai a seu
lado, mas também é verdade que muitos deles não conheceram esse homem,
que os deveria ter criado.
Normalmente, um filho que tem um bom pai, amoroso, trabalhador,
dedicado aos filhos e à esposa, não se perde nos maus caminhos deste
mundo. Por isso tudo é lamentável o que constatou o saudoso Papa João
Paulo II em sua última viagem ao Brasil em 1997. Falando aos jovens no
Maracanã, ele disse que, por causa do amor livre, no Brasil há
milhares de filhos órfãos de pais vivos. Que vergonha e que dor para
todos nós!
Quantas crianças com seus futuros comprometidos, porque foram gerados sem amor e abandonadas tristemente!
Sem um pai que eduque seu filho, a criança não pode crescer com
sabedoria, fé, respeito aos outros, amor ao trabalho e à virtude.
Deixar uma criança sem pai, estando este vivo, é das maiores covardias
que se pode perpetrar contra o ser humano inocente, que é a criança.
Hoje, infelizmente, com o advento da inseminação artificial e as
clínicas de fertilização, há uma geração de jovens que não conhecem seus
pais, pois muitos foram gerados por um óvulo que foi inseminado
artificialmente pelo sêmen de um homem anônimo. Esses jovens não
conhecem a metade de sua história e não têm uma verdadeira família.
Como
será o futuro dessa geração de jovens?
Não é à toa que a Igreja
Católica é contra a inseminação in vitro.
Artigo extraído do blog.cancaonova.com/felipeaquino
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