30/08/2016

O que é ser católico?

Conhecer o significado de ser católico é enraizar-se ainda mais no cristianismo 


Um jovem me fez essa pergunta. Disse que há algum tempo está em crise de fé e tem buscado a solução em igrejas evangélicas. Em uma delas, ao se confessar católico, ouviu dizer que a palavra “católico” nem sequer está na Bíblia. Pedi que ele abrisse a sua Bíblia no Evangelho de Mateus, capítulo 28, versículos 18b-20.  

““É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.””


O que é ser católico



Você percebeu que fiz questão de colocar em negrito uma palavrinha que aparece de modo insistente no texto: “TODO”. Jesus tem todo o poder; devemos anunciá-Lo a todos os povos, guardar todo o ensinamento d’’Ele na certeza de que estará todos os dias conosco. Essa ordem de Cristo foi levada muito a sério pelos discípulos. Em grego, a expressão “todo”” pode ser traduzida por “Kat-holon”.


Daí vem a palavra “católico” (em grego seria: Καθολικός). Ao longo do primeiro e segundo séculos, os seguidores de Jesus Cristo começaram a ser reconhecidos como “cristãos” e “católicos”. As duas palavras eram utilizadas indistintamente.


Ser católico já significava “ser plenamente cristão”. O Catolicismo, portanto, é o Cristianismo na sua “totalidade”.


É a forma mais completa de obedecer ao mandato do Mestre antes de sua volta para o Pai. O mesmo mandato pode ser lido no Evangelho de Marcos 16,15: “”Ide e pregai o Evangelho a toda criatura””. Há, portanto, uma catolicidade vertical, que é ter o Cristo todo, ou seja, ser discípulo; e uma catolicidade horizontal, que é levar o Cristo a todos, ou seja, ser missionário. Isso é ser católico: totalmente discípulo, totalmente missionário, totalmente cristão!


Ao que tudo indica, o termo “católico” se tornou mais popular a partir de Santo Inácio de Antioquia (discípulo de São João) no ano 110 d.C. Pode significar tanto a “universalidade” da Igreja como a sua “autenticidade”. Quase na mesma época, São Policarpo utilizava o termo “católico” também nesses dois sentidos. São Cirilo de Jerusalém (315-386), bispo e doutor da Igreja, dizia: “A Igreja é católica porque está espalhada por todo o mundo; ensina em plenitude toda a doutrina que a humanidade deve conhecer; conduz toda a humanidade à obediência religiosa; é a cura universal para o pecado e possui todas as virtudes” (“Catechesis” 18:23).


Veja que já estão bem claros os dois sentidos de “católico” como “universal e ortodoxo”. Durante mil anos os dois significados estiveram unidos. Mas, por volta do ano 1000, aconteceu um grande cisma, que dividiu a Igreja em “Ocidental e Oriental”. A Igreja do Ocidente continuou a ser denominada “católica” e a Igreja do Oriente adotou o adjetivo de “ortodoxa”. A raiz as duas palavras remetem ao significado original de Igreja: “autêntica”.


A Igreja católica reconhece que cristãos de outras Igrejas podem ter o batismo válido e possuir sementes da verdade em sua fé. Porém, sabe que apenas ela conserva e ensina, sem corrupção, TODA a doutrina apostólica e possui TODOS os meios de salvação.


Devemos viver e promover a sensibilidade ecumênica favorecendo a fraternidade com os irmãos que pensam ou vivem a fé cristã de um modo diferente. Mas isso não significa abrir mão de nossa catolicidade. Quando celebramos a Eucaristia, seguimos à risca a ordem do Mestre, que disse: “”Fazei isso em memória de mim!”.” 


A falta da Eucaristia deixa uma grande lacuna em algumas Igrejas. Um pastor evangélico, certa vez, disse-me que gostaria de rezar a Ave-Maria, mas, por ser evangélico, não conseguia.

Perguntei por quê? Ele disse que se sentia incomodado toda vez que lia o “Magnificat” em que a Santíssima Virgem proclama: “Todas as gerações me chamarão de bendita” (Lc 1,48).… E se questionava sobre o porquê de sua geração tão evangélica não fazer parte desta geração que proclama Bem-aventurada a Mãe do Salvador!
 

Realmente, ser católico é ser totalmente cristão!



Autor: Padre Joãozinho
Fonte: Canção Nova

29/08/2016

29/08 - Martírio de São João Batista, o último e maior dos profetas.

São João Batista, anunciou o advento do Cristo e ao denunciar os vícios e injustiças deixou Deus conduzi-lo

 

Martírio de São João Batista 





















Com satisfação lembramos a santidade de São João Batista que, pela sua vida e missão, foi consagrado por Jesus como o último e maior dos profetas: “Em verdade eu vos digo, dentre os que nasceram de mulher, não surgiu ninguém maior que João, o Batista…De fato , todos os profetas, bem como a lei, profetizaram até João. Se quiserdes compreender-me, ele é o Elias que deve voltar.” (Mt 11,11-14)


Filho de Zacarias e Isabel, João era primo de Jesus Cristo, a quem “precedeu” como um mensageiro de vida austera, segundo as regras dos nazarenos.

São João Batista, de altas virtudes e rigorosas penitências, anunciou o advento do Cristo e ao denunciar os vícios e injustiças deixou Deus conduzí-lo ao cumprimento da profecia do Anjo a seu respeito: “Pois ele será grande perante o Senhor; não beberá nem vinho, nem bebida fermentada, e será repleto do Espírito Santo desde o seio de sua mãe. Ele reconduzirá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus: e ele mesmo caminhará à sua frente…” ( Lc 1, 15)


São João Batista desejava que todos estivessem prontos para acolher o Mais Forte por isso, impelido pela missão profética, denunciou o pecado do governador da Galileia: Herodes, que escandalosamente tinha raptado Herodíades – sua cunhada – e com ela vivia como esposo.


Preso por Herodes Antipas em Maqueronte, na margem oriental do Mar Morto, aconteceu que a filha de Herodíades (Salomé) encantou o rei e recebeu o direito de pedir o que desejasse, sendo assim, proporcionou o martírio do santo, pois realizou a vontade de sua vingativa mãe: “Quero que me dês imediatamente num prato, a cabeça de João, o Batista” (Mc 6,25)


Desta forma, através do martírio, o Santo Precursor deu sua vida e recebeu em recompensa a Vida Eterna reservada àqueles que vivem com amor e fidelidade os mandamentos de Deus.


São João Batista, rogai por nós!



Fonte: Canção Nova

Você não precisa entregar sua alma à tristeza

Acabamos entregando nossa alma à tristeza muito facilmente e por qualquer motivo


Nós, brasileiros, somos muito afetivos, sentimentais, e consequentemente gostamos de “curtir” a tristeza. Podemos constatar isso na nossa música raiz que cultiva tristeza, saudade, traição… Acabamos entregando nossa alma à tristeza muito facilmente e por qualquer motivo. O Senhor sabe que tivemos e teremos tristezas. Assim como Jesus disse: “pobres, vós sempre os tereis”,
Ele poderia dizer: “tristezas, vós sempre as tereis”.


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Foto: Wesley Almeida / cancaonova.com


O próprio Jesus passou por muitas tristezas. Mas há uma total diferença entre ter tristeza e “se entregar à tristeza”. Deixar-se ser tomado pela tristeza: pressionado, atormentado, escravizado mesmo pela tristeza.
Temos o vício de ficar recordando o que nos causou mágoas. Basta uma pessoa dizer algo que nos ofenda, já ficamos ruminando, e aquilo cresce, se avoluma dentro de nós. É como as claras em neve: de tanto “bater”, recordando, recordando… o sentimento cria volume dentro de nós. De repente, aquilo nos toma totalmente e nem conseguimos mais respirar.

 

Para que ruminar a tristeza?


Precisamos ser firmes. Não podemos acumular sentimentos ruins em nosso interior. Todas as situações dolorosas que vivemos já são mais que suficientes. Então, para que guardar e ruminar situações que nos fazem sofrer?
Seu filho vive lhe causando um enorme desgosto com a bebedeira, ao se drogar, vivendo a vida na prostituição? Seu marido lhe causa desgosto com a bebida, com jogo, e vive causando problemas? Isto já é mais que suficiente. Você não precisa, além disso ficar ruminando sofrimento. É como o povo diz: “curtindo fossa”. Basta o sofrimento nosso de cada dia!


Leia mais:
.: Como tratar as lepras de nossa alma?
.: Bateu aquela tristeza?
.: Como superar as tristezas


O que não pode acontecer é ficarmos recordando a situação, remoendo-nos em nossos sentimentos, cultivando e curtindo ressentimentos. Isto se torna um verdadeiro tormento. É suicídio porque “a tristeza matou a muitos”.
Entregue ao Senhor todas as situações de tristeza e faça uma verdadeira renúncia:


Senhor, renuncio ao mau hábito de ficar ruminando a tristeza.
Renuncio a todos esses pensamentos diante de Ti e da Tua palavra. Retira de mim, Senhor toda mágoa, todo ressentimento e todo gosto de ficar curtindo tristezas e decepções. Cura e transforma a minha mente, Senhor. Dá uma guinada na minha vida. Se aconteceu algo ruim, já é passado: não preciso mais ficar cultivando. Não quero, Senhor, e renuncio. Obrigado, Jesus, porque me libertas e afastas de mim toda escravidão.




Autor: Monsenhor Jonas Abib
Fonte: Canção Nova

26/08/2016

Deus é responsável por nascer crianças com deficiências?

Deus é responsável por crianças nascerem com deficiências e outros padecimentos da humanidade?


O primeiro parágrafo do Catecismo da Igreja afirma que “Deus é Perfeito e Bem-aventurado”, n’Ele não há sobra, erro nem maldade. “Deus é amor” (1Jo 4,8); “Eterna é a Sua misericórdia” (Sl 117,1).


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 Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com


A Bíblia é repleta de passagens que falam do amor de Deus por nós. “Deus amou o mundo a tal ponto que deu o Seu Filho único para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). São Paulo disse que “essa é prova do amor de Deus por nós, porque, ainda quando éramos pecadores, Cristo morreu por nós” (Rom 5,8). Será que pode haver maior prova de amor por nós? Diante de tudo isso, não há como alguém pensar que Deus possa ser responsável por uma criança nascer com deficiência. Então, de onde vem esse mal?

 

Deus é suficientemente bom para tirar do próprio mal o bem


A resposta católica para o problema do mal e do sofrimento foi dada de maneira clara por Santo Agostinho († 430) e por São Tomás de Aquino († 1274):
“A existência do mal não se deve à falta de poder ou de bondade em Deus; ao contrário, Ele só permite o mal, porque é suficientemente poderoso e bom para tirar do próprio mal o bem” (Enchiridion, c. 11; ver Suma Teológica l qu, 22, art. 2, ad 2). Como entender isso?

Deus, sendo Perfeitíssimo, não pode ser causa do mal, logo, esta é a própria criatura, que pode falhar, já que não é perfeita como seu Criador. Só Deus é infalível e isento de imperfeições. Na verdade, o mal, ensina a filosofia, é a carência do bem. Por exemplo, a doença é a carência do estado de saúde, a ignorância é a carência do saber, e assim por diante. Por outro lado, o mal pode ser também o uso errado, mau, de coisas boas. Uma faca é boa na mão da cozinheira, mas na mão do assassino… Até mesmo a droga é boa, na mão do anestesista.

Deus permite que as criaturas vivam conforme a natureza de cada uma; permite, pois, as falhas respectivas. Assim, o sofrimento é, de certa forma, inerente à criatura. Mas por que Deus permite o sofrimento? Ele é Amor e Onipotência, poderia evitá-lo!


Para que o homem fosse “grande”, digno e nobre, Deus o fez livre, inteligente, dotado de mãos maravilhosas, sensibilidade, vontade, memória etc., que nem as pedras, árvores e animais receberam. A liberdade é o toque maior de nossa semelhança com Deus. Ele teve de correr o risco de nos fazer livres, para que fôssemos dignos, mesmo sabendo que a criatura poderia lhe voltar as costas. Deus não poderia impedir o homem de lhe dizer “não”, senão, tiraria dele a liberdade, e ele seria apenas um robô. Deus não quis isso, mas Ele nos deu também a inteligência, como uma luz para guiar nossos passos; e nos deu a vontade para permanecer no bem e evitar o mal.


Ele quis fazer a criatura humana livre como Ele, criou-o da melhor maneira possível, à Sua imagem. É a liberdade que nos diferencia dos animais, dos robôs e teleguiados. Podemos escolher espontaneamente o rumo de nossa vida e o teor de nossas ações. E nisso podemos errar, cometendo graves danos, especialmente quando usamos mal da nossa liberdade e inteligência, desobedecendo a Deus.


É Deus quem nos sustenta e nos mantém vivos, mas Ele não tira a nossa liberdade. Do contrário, não haveria merecimento nem culpa de nossa parte. Não haveria dignidade no homem. Então, por isso, Ele não quer, mas permite a morte e o sofrimento no mundo. Aqui está o nó da questão: Deus respeitou e respeita a liberdade da criatura que lhe diz ‘não’, embora pudesse e possa obrigá-la ao ‘sim’ – o que evitaria sofrimentos –, mas isso destruiria a grandeza do homem, que consiste em sua liberdade de opção.

 

Deus não é paternalista, é Pai


Depois de dar ao homem todas essas faculdades maravilhosas, Deus lhe deu o mundo em suas mãos, para cuidar dele como um jardineiro. “O Senhor Deus tomou o homem e colocou-o no jardim do Éden para cultivá-lo e guardá-lo” (Gen 2, 15). Se o homem não cuida bem desse mundo, se não ama os irmãos, se não obedece às leis divinas, então dá origem à dor, e isso não é culpa de Deus. Daí, surge o pecado e o mal moral, que gera também o mal físico. “O salário do pecado é a morte” (Rom 6,23). Por isso, Jesus foi até a cruz, para “tirar o pecado do mundo” (Jo 1,29), a causa de todo sofrimento e morte.


Deus não é paternalista, é Pai, ou seja, Ele não fica “passando a mão por cima” dos erros dos homens e consertando os seus estragos como fazem muitos pais. O Senhor deixa que o homem sofra as consequências de seus erros. Essa é a lei da justiça, e quem erra deve arcar com as consequências dos seus erros.

Os nossos erros geram sofrimentos para os nossos descendentes também. Os filhos não herdam os pecados dos pais, mas podem sofrer por causa desses pecados. Eu sofro não só por causa dos meus pecados, mas também por causa dos pecados dos homens, de todos os tempos e lugares, especialmente daqueles que estão mais ligados a mim: parentes, amigos etc. A humanidade é solidária.

É lógico que os vícios de um pai fazem sofrer os filhos e a esposa; e assim por diante. Deus não é o culpado nem deseja nada disso. A culpa é nossa mesmo. Que culpa teria Deus, se, por exemplo, um pai irresponsável, passasse uma noite bebendo e, depois, sofresse um acidente de carro e morresse por dirigir embriagado? Não! A culpa não é de Deus, é do homem.

 

O Senhor não desrespeita as leis que Ele mesmo criou


Se você teimar em ligar o seu ventilador em uma tomada de 220 volts, quando o manual manda ligar em 110 volts, é claro que você vai queimar o motor do ventilador. Que culpa tem Deus disso?
O mesmo se deu e se dá com o mundo e com o homem.
Temos um Projetista que fez o homem e mundo belos, organizados, harmoniosos, mas não respeitamos o seu catálogo; então, destruímos Sua bela obra e geramos o sofrimento.

Quando ouvimos que é preciso “aceitar a vontade de Deus” diante do sofrimento e da morte, não quer dizer que foi Deus quem quis aquele mal, aquela tragédia, doença etc. Não! Deus não pode querer o mal. Mas Ele o permite, porque não desrespeita as leis que Ele mesmo criou e, de modo especial, o nosso livre arbítrio. Deus respeita a nossa dignidade e semelhança a Ele.

Se Ele ficasse nos livrando das consequências dos nossos pecados, nunca nos tornaríamos filhos maduros. Se Ele, por exemplo, suspendesse a lei da gravidade quando alguém salta de uma altura para a morte, ele destruiria o mundo todo.

“Deus não fez a morte nem tem prazer em destruir os viventes”, diz o livro da Sabedoria (1,13). “Ora, Deus criou o homem para a imortalidade, e o fez à imagem de sua própria natureza. É por inveja do demônio que a morte entrou no mundo, e os que pertencem ao demônio prová-la-ão” (Sab 2,23).


Leia também:
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Podemos então dizer que é, principalmente por causa de sua liberdade, que o homem é grande; por isso, pode sofrer. Ele é imagem de Deus sem ser Deus. Na sua sabedoria e bondade infinitas, Deus achou por bem correr o risco de poder nos ver errar e sofrer. Foi o preço da nossa semelhança a Ele.


O Criador poderia estar constantemente vigiando o mundo, de modo que nunca houvesse algum desastre ou sofrimento. Mas esse procedimento seria menos digno de Deus, que deseja dar ao homem a oportunidade de realizar-se, tornar-se grande, com liberdade e nobreza.
As crianças e os inocentes sofrem, porque participam da dignidade humana, como já explicamos, e compartilham a sorte da humanidade.


Então, a criança não sofre para pagar os pecados de uma suposta vida anterior. Ela sofre, porque é solidária com a humanidade; e as consequências de seus erros a atingem também, embora inocente. Não é precioso inventar teorias complicadas para explicar o sofrimento, nem mesmo culpar Deus pelo erro que é nosso.

Deus não interfere no sofrimento da criança a todo instante, fazendo milagres para impedir o mal, para não destruir a ordem natural que Ele mesmo criou.
Em consequência do pecado, o sofrimento e a morte fazem parte da história de todos os homens, inocentes ou pecadores. A fé ensina que Deus Pai, pelo sofrimento redentor de Jesus, resgatará todo sofrimento da criança inocente e fará cada uma ressuscitar um dia com Cristo.


Não devemos esquecer que os primeiros mártires da Igreja são os inocentes que morreram pelas mãos de Herodes, em Belém (Jr 31,15). Hoje, são santos mártires da Igreja. O seu sofrimento não foi em vão. Não podemos olhar os fatos só com os olhos deste mundo; é preciso vê-los à luz da fé.
A Paixão e Morte de Jesus resgataram o mundo.


O Pai entregou Jesus por nós assim. Ainda duvidaremos do Seu amor?





Autor: Prof. Felipe Aquino
Fonte: Canção Nova

25/08/2016

No relacionamento, o ressentimento é perigoso

No relacionamento, é preciso ficar atento ao ressentimento de cada dia

A dificuldade de relacionamento e a possibilidade da mágoa não estão ligadas ao fato de sermos mais ou menos santos. Santidade é fruto de superação. Aliás, muitos santos só chegaram ao estágio de santidade exatamente porque conseguiram superar seus problemas de convivência. Ao lermos a vida dos grandes santos, vemos como souberam amar, perdoar, relegar, passar por cima, voltar… Foram mestres em relacionamento não porque não tiveram problemas, mas porque aprenderam a superá-los e a resolvê-los de modo correto.


No relacionamento, o ressentimento é perigoso
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com


Problemas existem, dificuldades de relacionamento são relativamente normais. Não podemos, sob nenhuma hipótese, permitir que essas dificuldades se transformem em ressentimentos.
Existem situações que fogem ao nosso controle e acabam por gerar desentendimentos. Mas isso jamais pode ser obstáculo para que vivamos como irmãos e nos amemos cada vez mais. O segredo é não deixar as mágoas se transformarem em ressentimento. A verdade precisa aparecer sempre.


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É preciso aprender a expressar nossos sentimentos positivos e também os negativos. Não adianta querer se martirizar guardando tudo no coração. Mas é preciso aprender a fabulosa arte de se expressar, especialmente quando somos provocados por sentimentos de mágoas. Se já é difícil expressar os sentimentos bons, quanto mais expressar corretamente os sentimentos estragados. É preciso saber como falar e, acima de tudo, falar com o objetivo de fazer crescer, de desejar a cura do outro e não a sua destruição.

 

Ninguém está imune ao ressentimento


Ninguém consegue superá-lo só com alguns bons conselhos. O ser humano vive e se abastece pelo diálogo. Esse é o modo natural de comunicação. Mas parece que nos esquecemos de algo tão óbvio e evidente, e, diante dos problemas de relacionamentos, fechamo-nos num silêncio sepulcral. Sem a coragem de dialogar não existe a menor possibilidade de evitar que os problemas mais comuns do dia a dia acabem por se transformar em ressentimento.


Assim como a oração precisa ser sincera, o diálogo também deve obedecer a essa lei fundamental. Sinceridade significa estar desarmado. Não há como um diálogo ser canal de cura se eu for ao encontro do outro com o coração armado e pronto para criticá-lo, brigar com ele, ofendê-lo e culpá-lo. Isso não é diálogo, é provocação.


No diálogo fraterno e honesto, não pode existir a intenção de ofender o outro ou de devolver a ofensa recebida. Se existe essa intenção, é melhor deixar para outra hora. Tudo o que falamos na hora da exaltação e da raiva só ajuda a aumentar o problema e a aprofundar a ferida.


O diálogo só é curador quando ocorre num clima de amizade fraterna, com o objetivo de solucionar o problema; é curador se ajuda quem fala e quem escuta. Ou ajuda a curar os dois envolvidos no processo ou não é cura do ressentimento.

Por isso, o diálogo curador exige a coragem de ouvir. É preciso colocar-se no lugar do outro, tentando enxergar o problema a partir do ponto de vista dele, tentando enxergar o problema a partir do ponto de vista dele, saber como ele está vendo e sentindo a situação.



Padre Léo – livro “A cura do ressentimento”


Fonte: Canção Nova

24/08/2016

O que é ideologia de gênero?

Ideologia de gênero e a crise da identidade sexual


Ao definir ideologia de gênero, devemos considerar dois conceitos bem particulares, que assumem significados distintos: ideologia e movimento. Algumas ideologias viraram movimentos, ao passo que muitos movimentos nasceram sem ideologia.


Hoje, quando precisamos nos referir à ideologia de gênero, é mais prático utilizar a expressão agenda de gênero – lembrando-se de que o termo “agenda” significa projeto, planejamento e sequência.


O que é ideologia de gênero
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com


Essa questão remete a um movimento promovido, no início do século XIX, por uma pessoa de nome Lewis Henry Morgan. Ele dedicou seus estudos a estabelecer três itens no incipiente movimento chamado, então, de “sociedade primitiva”. A intenção de Morgan era demonstrar que o Estado, a ideologia de gênero, a crise da identidade sexual e religião tinham causado grandes problemas na configuração da família.

Para Morgan, que desenvolveu sua pesquisa ao lado da tribo dos Iroqueses, nada poderia ser mais errado do que estabelecer o conceito de família na sociedade, pois os vínculos consanguíneos, segundo ele, não existem.

 

Primeira definição de ideologia de gênero


O processo de Morgan se estendeu, infelizmente, pelos meios universitários durante os séculos XIX e XX. Seus maiores expoentes e ideólogos eram Marx e Engels.


A primeira definição do termo ideologia de gênero é, então: movimento que pretende desconstruir a família e os vínculos existentes dentro dela.
O segundo passo, no estabelecimento de tal ideologia, foi dado, em 1968, quando Robert Stoller defendeu a necessidade de fortalecer o conceito e a definição do termo gênero, em detrimento da definição do termo sexo. Segundo Stoller, utilizar o termo sexo masculino e feminino constituía uma séria problemática para a identidade sexual do indivíduo.


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Em 1975, Elisabeth Clarke e Simone de Beauvoir despontam como as maiores promotoras do feminismo ocidental. Na época, a ideologia de gênero e o aparecimento de um novo sexo atraíam a atenção sobre a situação que se vivia desde o início do século XX, quando um grupo de mulheres decidira sair às ruas de Nova York exigindo o direito ao sufrágio. A esse movimento se deu o nome de “feminismo ideológico”.


Desde o ano de 1999, iniciamos um quarto momento, aquele no qual nos encontramos. Diante da situação vivida pelos apelativos do gênero e pelos novos movimentos sexuais, no século XXI, tornou-se mais relevante o processo educativo que países como Holanda, Bélgica e Suécia iniciavam viver.


Nesse momento da agenda, seus defensores pretendem criar um sistema educativo e pedagógico dentro do qual um dos passos seja permitir que a pessoa não se sinta reconhecida na sua natureza. Sob essa perspectiva, ela mesma, com o passar do tempo, poderia descobrir qual é o seu estado natural e, assim, “decidir” se é homem ou mulher. Essa suposta decisão vem acompanhada de um aniquilamento da pessoa, substituindo-a por alguém sem identidade.

 

Questionamentos sobre a ideologia de gênero


a) Quanto tempo se deve esperar dessa ideologia?
b) Quais modelos essa pessoa não definida deve seguir dentro da sociedade?


Hoje, nos países supracitados, as pessoas que optaram por esse sistema não conseguem encontrar uma forma acertada para o tal desenvolvimento da identidade, pois os estudiosos da ideologia de gênero não têm certeza se está sendo levada em conta a liberdade individual – que nasce nas mesmas relações que eles se permitem proibir.


A meu ver, existem mais quatro passos a serem cumpridos e bem desenhados dentro dessa agenda. O próximo será a desconstrução do significado do termo “pessoa” e até mesmo do termo “indivíduo”; sendo assim, quem decide, no seu lugar, não é mais alguém autônomo, mas alguém que poderia deixar nas mãos de outro essa decisão.


O passo seguinte seria o mais abrangente de todos: eliminada a pessoa, eliminam-se suas relações e seus efeitos. Por exemplo, nota-se atualmente a ascensão do assim chamado poliamor. Nessa forma de relacionamento, as pessoas podem estabelecer matrimônios ou uniões de fato, mas sempre abertas a outro tipo de relações, sem compromisso definitivo ou sem a exigência da estabilidade ou unicidade.


O último dos itens dessa agenda é de caráter antimetafísico. Qualquer tipo de relação com a transcendência, com a religião ou com o ser Criador deve ser simplesmente anulada. O homem do século XXI, dono e senhor de si, perderia seu bem mais precioso – a sua identidade.


Os passos a seguir só serão evitados se percebermos que existe algo mais profundo e delicado quando se fala em ideologia de gênero. Como diz Dr. Christian Schnake, médico chileno especialista em Bioética: “A ideologia de gênero é uma tentativa de afirmar, para todas as pessoas, que não existe uma identidade biológica em relação à sexualidade.

Quer dizer que o sujeito, quando nasce, não é homem nem mulher, não possui um sexo masculino ou feminino definido, pois, segundo os ideólogos do gênero, isso é uma construção social”.




Autor: Padre Rafael Solano
Fonte:  Canção Nova

22/08/2016

Por que devo ser justo?

Ser justo é o caminho para a bem-aventurança


O caminho da justiça é fonte para uma vida sincera, coerente e feliz. É um percurso para a realização e santificação. Jesus, no sermão da montanha, afirma que são “felizes os que têm fome e sede da justiça, porque serão saciados” (Mateus 5,6).

Quem é o justo? Santo Tomás de Aquino, no século XIII, em sua obra a Suma Teológica, ensina que “não somos chamados justos pelo fato de conhecermos corretamente alguma coisa. […]. Somos, ao contrário, chamados justos pelo fato de agirmos com retidão”.


Porque devo ser justo 
Direitos autorais: Meriel Jane Waissman


Assim, justo é aquele que age com equidade, seriedade, respeito, honradez, honestidade e integridade; ao contrário, o injusto é o que procede com arbitrariedade, desigualdade, desrespeito, ilegalidade e iniquidade.

 

Ser justo gera esperança


Nos dias de hoje, o homem deve redescobrir os caminhos da justiça, que se compõe de atos bons e justos. Existe, infelizmente, um considerável número de pessoas que mergulham num estado deprimente de perda da esperança, caindo, assim, no abismo do vazio ao se recuar para aquilo que não coaduna com o Evangelho de Jesus Cristo.


Por outro lado, vê-se uma grande quantidade de pessoas que acreditam e se esforçam por um mundo melhor e justo. Isso, dentro de uma perspectiva da verdadeira justiça, “que é dar a cada um o que lhe é devido”, conforme Santo Tomás de Aquino.


Neste sentido, o importante é não se influenciar por uma cultura voltada para a falta de esperança em relação à eficácia e transformação que a prática da justiça, como virtude, causa na humanidade. Dessa forma, observando os próprios talentos, qualidades e dons em prol dos outros, compreendamos também as angústias existenciais e sofrimentos alheios, com a convicção de que “os olhos do Senhor estão sobre os justos e seus ouvidos estão atentos à sua prece” (1 Pedro 3,12).


O Papa Francisco, em homilia na Casa Santa Marta, disse que “Deus jamais abandona os justos”; sendo essa uma promessa que lhes traz esperança.

 

Ser justo produz alteridade


A realidade de ser justo não é uma utopia, mas uma verdade que precisa ser assumida por cada um. No entanto, as pessoas têm se voltado para si mesmas não com o intuito de se conhecerem e avançarem na vida interior, mas sim com uma busca que tem origem no egocentrismo.
Diferente do individualismo, tem-se o antídoto do bem comum, que precisa ser observado e desenvolvido no meio social, principalmente pelos governantes e por todas as autoridades. Já que todos estão envolvidos, ensina a Igreja que “os poderes políticos devem respeitar os direitos fundamentais da pessoa humana. Exercerão humanamente a justiça no respeito pelo direito de cada um, principalmente das famílias” (CIC 2237).


Leia mais:

.: A dor da injustiça
.: Reflexões sobre a justiça e o Papa
.: É preciso escutar e acolher as interpelações
.: Ser generoso


Ainda contra a síndrome do eu-egoísta vê-se o caminho da alteridade, que é se preocupar com o outro, querer bem ao outro, fazer o bem ao outro. É sair em direção ao próximo; superar as investidas egocêntricas que, muitas vezes, estão pautadas numa vida de aparências. A Bíblia diz: “por fora, pareceis justos aos olhos dos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade” (Mateus 23,28).

 

Ser justo é possível e fundamental


Uma afirmativa de que é possível ser justo nos dias de hoje fundamenta-se na ação constante do homem reconhecer e redirecionar os seus “atos” para os “bons” hábitos.


Tanto no mundo, quanto propriamente no Brasil, precisa-se de pessoas justas em todas as áreas, para que a justiça sempre prevaleça da injustiça. Para que, a observância do justo possa colaborar na conscientização e mudança de postura dos que ainda estão nos caminhos do que é injusto.


“A justiça é a virtude moral que consiste na vontade constante e firme de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido” (Catecismo da Igreja Católica 1807). Desse modo, é imprescindível reconhecer as próprias virtudes concedidas por Deus, pois ser justo é necessário para uma retidão em tudo que se pensa, fala e faz. Visto que, diante de uma sucessão de “atos” bons alcança-se os “hábitos” bons, que são as “virtudes”.


Portanto, devemos ser justos, porque é o caminho seguro e correto a seguir, e esse caminho parte da escolha livre de cada um ao optar pela justiça, que edifica o bem comum na sociedade e provoca o crescimento humano e espiritual do ser humano.


“Ó justos, alegrai-vos e regozijai-vos no Senhor. Exultai todos vós, retos de coração” (Salmo 31,11).




Autor: Márcio Leandro Fernandes
Fonte: Canção Nova

18/08/2016

A Eucaristia é fonte de cura

Por meio da Eucaristia somos alimentados, curados e enviados.

Jesus Cristo o Salvador, o Mestre, o Senhor, presenteou a humanidade com o dom da Sua vida. Ele instituiu, na última ceia, a Eucaristia e o mandamento do amor (cf. Jo 13,1-20).


A Eucaristia para a Igreja é tudo, porque é dela que partem todas as graças de que necessitamos. Por meio da Eucaristia somos curados e enviados. E como somos curados? Já escutamos ou lemos no Evangelho: “Senhor, eu não sou digno que entres em minha casa. Dize uma só palavra e meu criado ficará curado” (Mt 8,8).


Ser salvo e ser curado são sinônimos na Sagrada Escritura; o Senhor realizou a 
cura, a salvação na vida daquele criado. Em cada Santa Missa costumamos proclamar essas palavras do centurião “não sou digno”.  De fato, não somos dignos, mas a cura, a salvação, as graças de Deus são dons que Ele, em Sua benevolência, nos concede.


Quando dizemos que a Eucaristia é fonte de cura, significa que o Senhor Jesus, por meio desse sacramento, pode e realiza as curas de que necessitamos, restabelece a nossa saúde espiritual e, consequentemente, nossas forças físicas também são revigoradas. Se precisarmos de cura, é porque estaremos enfermos, doentes; e aquele que está doente precisa se alimentar. Normalmente, assim acontece quando estamos doentes: precisamos nos alimentar para sermos curados. O Pão do Céu, a Eucaristia, é esse alimento que nos fortalece e cura.


A eucaristia como fonte de cura


A Santa Missa é também conhecida como o santo sacrifício do Sangue do Senhor. “Se, toda vez que o seu Sangue é derramado, o é para a remissão dos pecados, devo recebê-lo sempre, para que perdoe sempre os meus pecados. Eu que sempre peco, devo ter sempre um remédio.” (CIC 1393).

 

A importância do perdão na cura interior


A Eucaristia é alimento, remédio, fonte de cura, de perdão dos pecados veniais, mas não apaga os pecados mortais. Aquele que cometeu pecado grave precisa do sacramento da confissão. Vamos aproveitar essa bênção! Se você, há muito tempo, encontra-s longe de Deus, percebe-se com muitas doenças físicas e espirituais, volte-se para Ele, busque fazer uma boa confissão. Se ainda não tem catequese, faça-a; dessa forma, conhecerá mais a Eucaristia, esse grande tesouro, esse remédio. Com certeza, sua vida será melhor.


Se “o que é próprio da Eucaristia é ser o sacramento daqueles que estão na plena comunhão da Igreja” (CIC 1395), busquemos a comunhão com ela, busquemos uma vida santa.


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A Eucaristia é remédio para o doente e para o pecador. Precisamos sempre de cura, precisamos sempre estar alimentados. Quando estamos unidos ao Cristo Eucarístico, com certeza pecamos menos, temos força espiritual para ir adiante, temos esperança. Mesmo aqueles que, por algum motivo, não podem comungar, unam-se ao Senhor de coração, na adoração eucarística, orem com fervor e com amor, pois também na adoração se recebe muitas graças. De fato, recebemos bênçãos do Senhor pela comunhão e pela adoração eucarística, mas o que recebemos deve ser transmitido e doado aos outros. 


Recebemos a cura não apenas para “ficar bem”, somos abençoados para ser bênção para o outro, somos curados para ser cura para o outro.



Autor: Padre Márcio

17/08/2016

Ao usar o celular na igreja, é preciso coerência

É viável utilizar celular dentro da igreja?


Atualmente, é perceptível o grande número de pessoas que usam o celular. Nem é preciso buscar as pesquisas para comprovar isso, basta ver que muitos na rua, no trabalho, nas escolas, nas casas etc. estão com o aparelho nas mãos. Mas, além destes lugares citados, existe um local que nos faz pensar no seu uso: a igreja.


O uso do celular na Igreja
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com


Sabe-se que Igreja, em grego, diz-se ekklesia e significa “os convocados”. Todos nós que somos batizados e cremos em Deus somos convocados pelo Senhor. Juntos, somos a Igreja, onde Cristo é a cabeça e nós o Seu corpo (cf. Catecismo Jovem da Igreja Católica, 121). Porém, refiro-me no texto ao templo físico, por isso escrevo igreja com a letra inicial minúscula.
Numa conversa, espera-se que as pessoas estejam com toda a sua atenção voltada uma para a outra. Na igreja, espera-se que todos estejam voltados para dialogar com Deus, ou seja, que estejam por inteiro nas orações e celebrações.


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Alguns pensam que é possível fazer duas coisas ao mesmo tempo, com a mesma atenção, mas essa teoria é questionável. O neurocientista Russell Alan Poldrack, professor da Universidade de Stanford, afirma que o homem não é feito para realizar várias atividades ao mesmo tempo. Assim, cabe a pergunta: consigo usar o celular na igreja e estar por inteiro no diálogo com Deus?

 

O uso do celular na Missa


Muitos utilizam o celular na Missa. O assunto é complexo, pois há os pontos positivos, que são: auxiliar no canto litúrgico; colaborar na atenção do que está sendo falado pelo leitor; responder as orações eucarísticas corretamente; fazer anotações a respeito da homilia etc. Todavia, também possui pontos negativos, sendo eles: a distração com outros aplicativos e mídias sociais; o incômodo causado à pessoa ao lado com fotos e sons; desatenção na Missa entre outros.


O Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil da CNBB diz: “Com a evolução das tecnologias de amplificação de imagem e som, as igrejas são beneficiadas com os aparatos técnicos que contribuem para maior visibilidade, compreensão e participação da Celebração Eucarística. Cuide-se, no entanto, que eles não ocupem o centro da relevância e da atenção em relação à Palavra e ao rito sacramental, e não criem ambiente de dispersão e de distração. Antes, colaborem para que os fiéis participem de forma ativa e reflexiva das celebrações eucarísticas”.


É difícil quem nunca ouviu o celular tocar na Missa ou encontraram pessoas usando-o dentro da igreja. Ora, o celular deve ajudar na participação do fiel e não atrapalhá-lo. Uma catequese, com a finalidade de orientar o fiel a usar o celular de modo adequado e levá-lo a contemplar o mistério pode ser o início da formação para uma nova evangelização.

 

O celular para oração pessoal


Num ambiente em que se está fora da Missa, o celular pode contribuir na oração pessoal com seus vários aplicativos. Porém, não estamos privados de receber notificações que vão nos desconcentrar no momento de intimidade com Deus.

Assim, o celular no modo avião pode ser útil. Se for o caso, é mais recomendável usar o livro impresso para não dispersar a comunicação com Deus.


O Papa Francisco, na Mensagem para o 50º Dia Mundial das Comunicações Sociais, disse: “Não é a tecnologia que determina se a comunicação é autêntica ou não, mas o coração do homem e a sua capacidade de fazer bom uso dos meios ao seu dispor”.

 

Discernir para usar


Ressalta-se que a Igreja é lugar de comunhão com Deus e com os irmãos. Nada substitui a presença física da pessoa, sendo que os meios de comunicação devem nos aproximar e não nos distanciar. “O ambiente de comunicação pode ajudar-nos a crescer ou, pelo contrário, desorientar-nos. O desejo de conexão digital pode acabar por nos isolar do nosso próximo, de quem está mais perto de nós”. (Mensagem do Santo Padre Francisco para 48º Dia Mundial das Comunicações Sociais, 2014).


Portanto, sobre ser viável ou não o uso do celular na Igreja, é o homem que deve ter o discernimento necessário para avaliar os momentos adequados em que ele pode ser usado ou não. Seja como for, o cristão deve dispor das tecnologias para dar a conhecer o amor de Deus, uma vez experimentado por ele.


O Papa Bento XVI, no 47º Dia Mundial das Comunicações Sociais, disse: “Não deveria haver falta de coerência ou unidade entre a expressão da nossa fé e o nosso testemunho do Evangelho na realidade onde somos chamados a viver, seja ela física ou digital. Sempre e de qualquer modo que nos encontremos com os outros, somos chamados a dar a conhecer o amor de Deus até os confins da terra.”





Autor: Ricardo Cordeiro
Fonte: Canção Nova

As novelas envenenam a saúde da família

As novelas envenenam os valores que a família possui, atingindo a mente até dos cristãos


Certa vez, um amigo chamado Franz Victor, psicólogo já falecido, disse-me que “as novelas fazem uma pregação sistemática de antivalores”. Embora isso já faça bastante tempo, eu nunca esqueci essa frase. Meu amigo me disse uma grande verdade.


O mal que as novelas fazem


Enquanto a evangelização procura incutir nas pessoas uma vida de acordo com os valores do Evangelho, muitas novelas estragam seus telespectadores, incutindo-lhes antivalores cristãos.
As novelas, em sua maioria, exploram as paixões humanas, muito bem espelhadas nos chamados pecados capitais – soberba, ganância, luxúria, gula, ira, inveja e preguiça–, e faz delas objeto dos seus enredos, estimulando o erro e o pecado, mas de maneira requintada.


Na maioria delas, vemos a exacerbação do sexo, explora-se descaradamente este ponto, desvirtuando o seu sentido e o seu uso. Em muitas cenas, podem ser vistos casais não casados vivendo a vida sexual, muitas vezes, de maneira explícita, acintosa e provocante. E isso no horário em que as crianças e os jovens estão na sala. Aquilo que um casal casado tem direito de viver na sua intimidade, é colocado a público de maneira despudorada, ferindo os bons costumes e os mandamentos de Deus.


Mas tudo isso é apresentado de uma maneira “inteligente”, com uma requintada técnica de imagens, som, música e um forte aparato de belas mulheres e rapazes que prendem a atenção dos telespectadores e os transforma em verdadeiros viciados. Em muitas famílias, já não se faz nada na hora da novela, nem mesmo se dá atenção aos que chegam, aos filhos ou aos pais.


Assim, os valores cristãos vão sendo derrubados um a um: a humildade, o desprendimento, a pureza, a continência, a mansidão, a bondade, o perdão, entre outros, vão sendo jogados por terra, mas de maneira homeopática; de forma que, aos poucos, lentamente, para não chocar, os valores morais vão sendo suprimidos. Faz-se apologia ao sexo a qualquer instante e sem compromisso familiar ou conjugal; aprova-se e estimula-se a prática homossexual como se fosse algo natural e legítimo, quando o Catecismo da Igreja Católica (CIC) chama a prática homossexual de “depravação grave” (CIC §2357).


O roteiro e o enredo dos dramas das novelas são cuidadosamente escolhidos de modo a enfocar os assuntos mais ligados às pessoas e às famílias, mas, infelizmente, a solução dos problemas é apresentada de maneira nada cristã. O adultério é, muitas vezes, incentivado de maneira sofisticada e disfarçada, buscando-se quase sempre “justificar” um triângulo amoroso ou uma traição.


O telespectador é quase sempre envolvido por uma trama em que um terceiro surge na vida de um homem ou de uma mulher casados, que já estão em conflito com seus cônjuges. A cena é formada de modo que o telespectador seja levado a desejar que o adultério se consuma por causa da “maldade” do cônjuge traído.
Assim, a novela vai envolvendo e “fazendo a cabeça” dos cristãos. A consequência disso é que elas passaram a ser a grande formadora dos valores e da mentalidade da maioria das pessoas, de modo que os comportamentos – antes considerados absurdos, agora já não o são, porque as novelas tornaram o pecado “palatável”. O erro vai se transformando em algo comum e perdendo a sua conotação de pecado.


Por outro lado, percebe-se que a novela tira o povo da realidade de sua vida difícil, fazendo-o sonhar diante da telinha. Nela, ele é levado a realizar o sonho que na vida real jamais terá condições de realizar: grandes viagens aéreas para lugares paradisíacos, casas superluxuosas com todo requinte de comidas, bebidas, carros, jóias, vestidos, luxo de toda sorte; fazendas belíssimas onde mulheres e rapazes belíssimos têm disputas entre si.
E esses modelos de vida recheados de falsos valores são incutidos na cabeça das pessoas.


A consequência trágica disso é que a imoralidade prevalece na sociedade; a família é destruída pelos divórcios, traições e adultérios; muitos filhos são abandonados pelos pais, carregando uma carência que pode desembocar na tristeza, na depressão, na bebida e até nas coisas piores.  


A banalização do sexo vai produzindo uma geração de mães e pais solteiros que mal assumem os filhos. É a destruição da família.


O melhor que se pode fazer é proibir os filhos de acompanhar essas novelas. Contudo, os pais precisam ser inteligentes e saber substituí-las por outras atividades atraentes. Não basta suprimir a novela, é preciso colocar algo melhor em seu lugar. Essa é uma missão urgente para os pais.




Autor: Prof. Felipe Aquino
Fonte: Canção Nova

12/08/2016

Ordem e beleza perdida e restaurada na criação de Deus

Reflita sobre a beleza da criação e o plano de salvação do Senhor


“Deus viu tudo o que tinha feito: e era muito bom” (Gn 1,31). Assim termina a primeira narrativa da criação do livro do Gênesis. A criação saída das mãos de Deus era maravilhosa! Ele a contempla e se alegra com Sua criação, e a narrativa repete esse deleite de Deus nos versículos 10, 12, 18, 21 e o citado acima, o 31. O homem, por sua vez, foi criado à “imagem se semelhança de Deus” (cf. Gn 1,26).

Obra mais perfeita, o homem é réplica e semelhança (do mesmo sangue). O homem, sem ser Deus, é uma réplica de Deus, porque possui inteligência e vontade, faculdades superiores, características próprias dos seres que são espírito. Sem ser filho, é tratado como um filho e capaz de receber o Espírito de Deus, o “sangue de Deus”, ou seja, a vida d’Ele.

A obra do Senhor não só era “muito boa”, como tudo vivia em harmonia com Ele. Especialmente o homem, que vivia em amizade e intimidade com o Criador, num contexto de paz e beleza, expresso pelo jardim do Éden. A intimidade é notável quando o texto bíblico, no capítulo 3,8 diz: “Eles (Adão e Eva) ouviram os passos de Deus, que passeava no jardim à brisa do dia”. Reconhecer alguém pelos passos, pelo o jeito de andar, é sinal de muita intimidade.

Ordem e beleza perdida e restaurada na Criação de Deus 
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

 

O que destrói a beleza criada por Deus?


A obra do pecado é a destruição de toda essa perfeição, ordem, beleza e harmonia. A serpente seduz os primeiros pais, então o caos é instalado na criação. Adão e Eva são expulsos do paraíso e da intimidade de Deus, a dor e a maldade entram na história da humanidade. O Capítulo 3, do livro de Gênesis, narra toda a destruição causada pelo pecado.

Diante desse caos instaurado na criação, o Criador faz um projeto de salvação, a fim de restituir a ordem e a beleza. Já o primeiro sacrifício narrado na Bíblia, o de Noé após o dilúvio que purifica a criação, parece querer restaurar aquela bondade, e Javé “respira o agradável odor” da oferta de Noé (cf. Gn 8,21) Esse projeto de salvação dá início quando Deus tira Abraão de sua terra para constituir um povo que prepararia a vinda do Salvador.

Jesus consuma a obra da salvação no Seu sacrifício na cruz e, “porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse, e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus” (Col 1,19-20).


Leia mais:
.: Criação do mundo
.: O mundo poderia existir sem o mal?
.: Por que tenho de sofrer as consequências do pecado de Adão e Eva?
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Em Cristo, toda ordem da criação é restaurada. Na vida da Igreja, existem tantos sinais dessa criação restaurada, mas um sinal contundente é a chamada “incorrupção dos corpos”. Trata-se da não degradação dos corpos (inteiros ou de uma parte) de alguns santos, observados após sua exumação.

Como exemplo, temos a garganta de Santo Antônio, braço e coração de Santa Tereza, coração de Cura Ars e São Vicente de Paulo, e o corpo inteiro de Santa Bernadete e Santa Catarina Laubouré. É notável que não existem relatos desses milagres, sem ajuda de técnicas de preservação, fora dos santos católicos. Milagres extraordinários, inexplicáveis, que testemunham que a criação submissa a Cristo não está sujeita à desordem do pecado.


No entanto, no tempos de neopaganismo que vivemos, o diabo continua a seduzir e a gerar caos na criação. É fácil ver, no mundo de hoje, leis que atentam contra a ordem da natureza, valores que tentam destruir a harmonia da criação e modas que expressam bizarrices, atentando contra o senso de beleza. A quem crê nesse Cristo, cabe fazer a experiência de uma existência submetida a Ele e, por isso, livre daquelas mazelas que o Diabo inseriu na criação.


Essa experiência de fé nos revela que “não são os elementos do cosmo, as leis da matéria que, no fim das contas, governam o mundo e o homem, mas é um Deus pessoal que governa as estrelas, ou seja, o universo; as leis da matéria e da evolução não são a última instância, mas razão, vontade e amor: uma Pessoa.

E se conhecemos essa Pessoa e Ela nos conhece, então verdadeiramente o poder inexorável dos elementos materiais deixa de ser a última instância; deixamos de ser escravos do universo e das suas leis, então somos livres”

(Bento XVI, Spe Salvi 5).




Autor: André Botelho
Fonte: Canção Nova

A Igreja Católica não pode ficar sem sacerdotes.


Os ministros ordenados –sacerdotes têm a missão de estar à frente das comunidades


Agosto, para a Igreja no Brasil, é o mês dedicado às vocações; somos convidados a rezar especialmente nessa intenção e a promover as vocações sacerdotais, religiosas e laicais, tão necessárias à vida de nossas comunidades e à missão da Igreja.

A Conferência de Aparecida nos recorda que a vocação fundamental e primeira de todos os cristãos é a de sermos discípulos e missionários de Jesus Cristo. Pelo batismo, fomos chamados à fé em Deus por meio de Jesus Cristo e a sermos membros de Sua Igreja. Essa é a vocação de todos, grande graça e dignidade, que enche nossa vida de alegria e lhe dá uma orientação nova.

Não se pode dizer, pois, que só alguns foram chamados, enquanto os demais não teriam recebido nenhuma vocação. Cada cristão católico recebeu a vocação para ser discípulo e missionário de Jesus Cristo.


A Igreja católica não pode ficar sem sacerdotes

 

Vocação do cristão


É bonito e inspirador pensar a vida cristã como “vocação”, e isso significa que ela é bem mais que um conjunto de preceitos, doutrinas e obrigações morais.

O cristão é chamado a estar com uma pessoa, com ninguém menos que Jesus Cristo, Filho de Deus feito homem. Ser cristão é receber a grande “bênção” da salvação por meio de Jesus Cristo; é olhar para ele, acolher a cada dia Sua palavra e olhar para Seu exemplo; é partilhar Seu desejo de que se realize o Reino de Deus neste mundo e no outro, que todos os seres humanos conheçam o amor misericordioso de Deus e recebam a salvação.

Doutrinas, preceitos e deveres morais tomam novo sentido quando se passa a olhar a vida cristã desse modo.


Leia mais:
:: Padre testemunha como descobriu o chamado ao sacerdócio
:: O padre pode contar os pecados para outras pessoas?
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:: O chamado para a vocação eucarística e sacerdotal


Foi para isso, de fato, que Jesus chamou discípulos: para estarem em sua companhia e experimentarem a proximidade de Deus e a grandeza de seu amor. Como Mestre, instruiu-os na vontade de Deus e no caminho que leva à vida plena; ele próprio, como Filho de Deus e irmão da humanidade, apresentou-se como “caminho, verdade e vida”, convidando os discípulos a seguirem seus passos, orientados por Sua Palavra. Depois, enviou-os em missão, para chamarem outros discípulos e formarem comunidades congregadas em nome d’Ele.

Desde então, a Igreja nunca mais deixou de fazer o mesmo por meio da atividade missionária, da pregação do Evangelho e do testemunho de vida, congregando em comunidades de vida cristã aqueles que creram. E ainda hoje acontece o mesmo e queremos fazê-lo com renovada consciência e alegria.

Todos os cristãos são chamados à santidade, na união com Deus e em sintonia com seu desígnio de amor. Mas há também as vocações de especial consagração a Deus e à missão da Igreja.


Na Igreja, comunidade dos discípulos-missionários, essas vocações específicas são dons especiais que Deus faz às pessoas para ajudarem os demais cristãos a viverem mais facilmente a vocação de todos à santidade; essas vocações também estão orientadas para o serviço da Igreja, no seu conjunto, para que ela possa realizar no mundo a missão recebida de Cristo. As vocações são graças especiais feitas a pessoas para o serviço dos irmãos e a missão da Igreja

 

Missão dos ministros ordenados


Assim, os ministros ordenados – bispos, padres e diáconos -, têm a missão de estarem à frente das comunidades, em nome de Jesus Cristo, Senhor e Pastor da Igreja. Eles estão encarregados de promover o anúncio da Palavra de Deus e de formar na fé e na vida cristã os demais discípulos de Jesus; com eles e para eles celebram os sacramentos da vida nova de Jesus ressuscitado e estimulam a todos na prática da fé, esperança e caridade e no testemunho da novidade do Reino de Deus, já presente no mundo.

Os ministros ordenados são discípulos e missionários que receberam a vocação especial de serem servidores e guias dos seus irmãos na vida cristã e de estimular cada um a responder ao seu próprio chamado na Igreja. O bispo, como sucessor dos apóstolos, é pastor de toda a comunidade diocesana; com ele, os padres e diáconos são servidores das comunidades locais, dentro da diocese. Todos devem inspirar-se no exemplo deixado por Jesus, bom Pastor e Sumo Sacerdote da humanidade.

No mês de agosto, queremos agradecer a Deus a presença dos sacerdotes e diáconos em nossas comunidades e nos diversos serviços da Igreja. A eles devemos acolher sempre com fé e gratidão; embora sendo pessoas humanas como todas as demais, eles receberam da Igreja uma especial consagração e um encargo sagrado, para o bem do povo e para a glória de Deus. Por isso, todos devem rezar pelos ministros sagrados da Igreja, pedindo que Deus os santifique, inspire e fortifique na realização de sua missão.

A Igreja Católica não pode ficar sem sacerdotes. A oração constante pelas vocações sacerdotais e a colaboração de toda a comunidade eclesial para a boa formação dos sacerdotes deve ser uma preocupação de cada católico e de todas as comunidades eclesiais. Isso significa atender à recomendação do próprio Jesus: “a messe é grande, mas os operários são poucos; pedi ao Senhor da messe que envie operários para a sua messe” (Mt 9, 37-38).


Desejo congratular-me com todos os padres da Arquidiocese de São Paulo pela passagem do Dia do Padre”, 4 de agosto, dia de São João Maria Vianney, o Cura de Ars. Peço que Deus os abençoe, fortifique e ilumine no exercício de sua missão e os recompense.



Dom Odilo P. Scherer  
Arcebispo de São Paulo



Fonte: Canção Nova

11/08/2016

Pokémon Go, uma febre mundial!

Saiba por que o Pokémon Go se tornou uma febre mundial


O assunto do momento tem sido o famoso jogo do Pokémon Go lançado pela Nitendo. O jogo, que tem sido uma febre mundial, desperta curiosidade e faz as pessoas saírem de sua zona de conforto para “caçar os monstrinhos” do game. Mas afinal, qual é a origem do Pokémon Go? Como fazer para não se tornar um viciado no jogo? É possível evangelizar por meio dele?


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 Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com


Padre Clóvis Melo, ex-assessor da Comunicação da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil para assuntos de internet e digitais), em entrevista ao cancaonova.com, comenta sobre o assunto tão discutido na última semana.

 

cancaonova.com: Qual é a origem do jogo Pokémon Go?


Padre Clóvis: A empresa Niantic, Inc, que desenvolveu esse jogo, é uma startup da Google que, em 2013, lançou um jogo chamado Ingress, que trabalhava essa ideia de realidade aumentada. O objetivo do jogo era encontrar portais de energia e interagir com eles, a fim de enfraquecer um portal e fortalecer o outro. Então, a Nitendo contratou essa empresa para que, em parceria com ela, desenvolvesse o jogo Pokemon Go com toda a mitologia que havia por trás dele, com todos os conceitos japoneses de monstrinhos de bolso, os desenhos animados relacionados aos Pokemons.

Muitas pessoas têm lembranças desse jogo na infância, no qual haviam treinadores que encontravam os monstrinhos, apreendiam-nos em bolinhas, que eram receptáculos, e os treinavam para participar de duelos; cada monstrinho tinha um poder específicos, de acordo com os elementos da natureza: água, terra, fogo e ar. A Nintendo contratou a empresa Niantic, Inc para desenvolver, junto com ela, o jogo Pokémon Go, e aproveitou uma plataforma que já existia daquele jogo anterior chamado Ingress.

 

cancaonova.com: O que seria essa realidade aumentada?


Padre Clóvis: É uma interface digital sobre a realidade. Então, eles aproveitam localizações, mapas, pontos turísticos e de interesse para lançá-los na interface digital. O dispositivo que nos ajuda a ver essa interface é o próprio smartphone, que está conectado à internet. Isso desperta interesse nas pessoas. Elas, então, vão procurar onde tem um Pokémon.

Elas abrem o o programa, veem no mapa a localização e descobrem onde há os portais de energia e vão até eles. Um desses lugares são as igrejas, porque são locais frequentados por muitas pessoas. É por isso que, dentro delas, há muitos Pokémons. Isso faz todo sentido, porque as igrejas são lugares onde muitas pessoas buscam Deus, buscam oração e frequentam com regularidade. Shoppings e academias também são lugares comuns de encontrá-los.

Na interface do Pokémon Go, vemos diversos tipos de monstrinhos encontrados em lugares específicos. É isso que desperta o interesse das pessoas. Até na Canção Nova há monstrinhos Pokémon, por ser um lugar que atrai muitas pessoas.

 

cancaonova.com: Quais cuidados as pessoas devem ter para não ficarem viciadas no jogo?


Padre Clóvis: Com relação ao vício, ele está um pouco ligado às mídias digitais, aos smartphones e à internet. É preciso ter sabedoria para dosar tudo isso e saber até que ponto esse jogo está roubando seu tempo útil, tempo de oração, leitura e relacionamento presencial. Tudo o que é excesso é ruim, e o Pokémon Go é o vilão do momento. Há pouco tempo, o WhatsApp também roubava a interação humana, assim como o Twitter e o Facebook. É inevitável lidarmos com essas plataformas digitais, porque fazem parte da cultura virtual.

Assista:

:: Pokémon Go: o que você precisa saber para não ficar viciado


Da nossa parte, para ajudarmos os jovens, adolescentes e até adultos que estão entrando nesse jogo, a dica é usam o bom senso. Até que ponto convêm jogá-lo? Ao celebrar uma liturgia, na Santa Missa, é hora de ligar o celular para procurar Pokémon?

Não é o momento. É provável que o encontremos na igreja, porque o jogo é interativo e atraente para essa realidade. Então, qual o momento adequado? Um momento de lazer, de descontração, que eu tenho para essa finalidade. Eu aproveito esses momentos para jogar e fazer a interação humana que ele favorece.


Se há muitas pessoas falando sobre isso, dá para conversar sobre o Pokémon e puxar outros assuntos também. Daqui a pouco, vamos conseguir entender que a relação humana é a mais interessante que o próprio jogo, que foi apenas a isca.

 

cancaonova.com: Como evangelizar por meio desse jogo?


Padre Clóvis: Algumas igrejas nos Estados Unidos, ao perceberem o grande fluxo de jovens e de pessoas próximas às igrejas para encontrar pokémons, criaram momentos, ao longo do dia, com palestras, músicas oracionais, a fim de que as pessoas, ao procurarem um Pokémon, escutem uma mensagem e se interessem por aquele conteúdo de evangelização. Quanto ao jogo em si, com seus elementos, não vejo que seja viável para evangelizar, porque ele não tem esse enfoque; é um entretenimento, mas pode ser um atrativo para “virarmos a chave”.


O Pokémon é a febre deste tempo, deste momento; daqui a pouco, as pessoas tendem a perder o interesse. A não ser os entusiastas, que sempre gostaram do Pokémon, para quem esses jogos vão se manter por um tempo ainda maior. Então, fiquem tranquilos em relação a isso.


Precisamos trabalhar com a consciência das pessoas. Nos Estados Unidos, foi criado um manual a fim de que as pessoas tenham cuidado, mas não só com o jogo em si, mas sim quanto à distração que ele proporciona. Enfim, minha opinião é o bom senso, é não fazer do jogo o maior sentido da sua vida.




Autora: Fernanda Soares
Fonte: Canção Nova

Santa Clara, patrona da televisão

Santa Clara


Destacou-se desde cedo pela sua caridade e respeito para com os pequenos

“Clara de nome, mais clara de vida e claríssima de virtudes!” Neste dia, celebramos a memória da jovem inteligente e bela que se tornou a ‘dama pobre’.

Santa Clara nasceu em Assis (Itália), no ano de 1193, e o interessante é que seu nome vem de uma inspiração dada a sua fervorosa mãe, a qual [inspiração] lhe revelou que a filha haveria de iluminar o mundo com sua santidade.

Pertencente a uma nobre família, destacou-se desde cedo pela sua caridade e respeito para com os pequenos, por isso, ao deparar com a pobreza evangélica vivida por Francisco de Assis apaixonou-se por esse estilo de vida.


Em 1212, quando tinha apenas dezoito anos, a jovem abandonou o seu lar para seguir Jesus mais radicalmente. Para isso foi ao encontro de Francisco de Assis na Porciúncula e teve seus lindos cabelos cortados como sinal de entrega total ao Cristo pobre, casto e obediente. Ao se dirigir para a igreja de São Damião, Clara – juntamente com outras moças – deu início à Ordem, contemplativa e feminina, da Família Franciscana (Clarissas), da qual se tornou mãe e modelo, principalmente no longo tempo de enfermidade, período em que permaneceu em paz e totalmente resignada à vontade divina.


Nada podendo contra sua fé na Eucaristia, pôde ainda se levantar para expulsar – com o Santíssimo Sacramento – os mouros (homens violentos que desejavam invadir o Convento em Assis) e assistir, um ano antes de sua morte em 1253, a Celebração da Eucaristia, sem precisar sair de seu leito.


Por essa razão é que a santa de hoje é aclamada como a “Patrona da Televisão”.


Santa Clara, rogai por nós!
Ave Maria...



Fonte: Canção Nova

Tudo depende da forma que você olha!


Nosso modo de olhar ao redor precisa ser de uma forma nova

Nós falamos, várias vezes, sobre o olhar de Deus que nos cura. Muitas vezes, olhamos para a Hóstia Consagrada, mas é importante nos darmos conta de que a cura vem do olhar que o Senhor tem para nós e que nos faz ver o mundo de uma forma nova.

O olhar é a lâmpada que ilumina o corpo

 

“Ninguém traz uma lâmpada para colocá-la num lugar escondido ou debaixo de uma vasilha; coloca-a no suporte, a fim de que os que entrem vejam a claridade. A lâmpada que ilumina o corpo são os olhos” (cf. Lc 11,33-34a). São Lucas era médico e também pintor, fez diversos ícones da Virgem Maria, como nos ensina a Sagrada Tradição.


Tudo depende da forma que você olha
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com


Todos sabemos que os olhos não têm luz própria, mas aqui Ele não fala sobre a biologia do nosso corpo, mas revela o segredo da alma. Existe uma forma de enxergar o mundo que nos ilumina e outra que nos leva às trevas. Jesus nos fala da visão espiritual.

 

Janela da alma


“Se teu olho for simples, ficarás todo cheio de luz; mas se teu olho for ruim, ficarás todo em trevas! Examina, pois, se a luz em ti não são trevas! Se então teu corpo estiver todo cheio de luz, sem traço algum de escuridão, ficarás totalmente iluminado, como acontece quando a lâmpada te ilumina com seu clarão” (Lc 11,34b-36). Ele fala de uma iluminação interior. O olho seria a janela da alma, essa abertura pela qual a luz entra no nosso interior, na nossa alma.

Nós precisamos ter um olhar diferente sobre o mundo, e isso faz a diferença.
A maturidade humana é medida diante da capacidade que a pessoa tem de experimentar o sofrimento e transformá-lo numa coisa positiva. Existem dois tipos de adulto: aquele que sofre e se torna destruidor, transformando tudo em coisas que lhe fazem mal (depressão); e aquele que sofre e é capaz de transformar aquilo em cruz, que o leva à ressurreição. Ou você abraça sua cruz e corre para ressurreição, ou você foge dela e morre esmagado.

 

Capacidade de ter um olhar humilde


Simples é ser sem dobras. Uma coisa complicada é algo que foi dobrado, que não se consegue ver facilmente. Simples é uma coisa aberta. As coisas de Deus são simples, nós é que somos complicados. O Altíssimo quer que tenhamos um olhar humilde sobre tudo.

O que nos faz ter um olhar complicado diante das situações é ficarmos olhando para nós mesmos. Vamos olhar o mundo com a simplicidade de Deus. Ele nos colocou neste mundo para nos prepararmos para o céu, mas nos esquecemos disso e complicamos tudo, ficamos perdidos em nossa vida. Jesus disse para Marta: “Marta, tu te inquietas e te agitas por muitas coisas, uma só coisa é necessária”, ou seja, prepararmos a nossa vida para o Senhor.

 

A felicidade está em preparar o céu


Eu sou padre para preparar o meu céu e ajudá-los a chegar lá também. Olhe para sua vida de uma maneira muito simples, de quem está preparando o seu céu. Minha vida seria muito complicada se eu, como sacerdote, estivesse preocupado com minha carreira, em ser bispo, ser famoso. Não adiantaria nada conseguir tudo isso e perder o céu.

Da mesma forma, para você que vai se casar, saiba que a felicidade existe, mas não será seu esposo quem lha dará. Sua felicidade está em preparar o céu. Jesus nunca prometeu felicidade a ninguém nesta terra, apenas no céu. Quem promete isso, aqui na Terra, é o diabo, e ele sempre dá o inferno.


Esta vida é bonita, é boa, tem alegria para nos dar, mas a felicidade é sempre marcada por uma tristeza. O prazer é sempre empanado por uma dor. A vida é assim e não há nada de errado com ela. Aqui, existem coisas boas e bonitas, mas é só um “tira-gosto”, o “banquete” será no céu. Na Terra, nunca haverá felicidade completa. Sou profundamente feliz por saber que isso aqui não é tudo.

A vida é bonita, mas se ela for tudo, torna-se uma má notícia. A vida é bela, mas queremos muito mais.
O olhar complicado é da pessoa que não abre o olho para ver o amor de Deus em primeiro lugar. Muitos acham que amam primeiro, mas se cansam de amar e querem somente ser amados. Isso é complicado. Abra o olho e enxergue que Deus o amou primeiro! Você responde ao amor de Deus amando outras pessoas.

Se seu olhar for simples, você enxergará que já foi amado. Uma pessoa que não se sente amada é como um homem que possui trilhões em dinheiro no banco e fica na rua mendigando.

Se seu olhar é complicado, a sua vida se tornará trevas e, dessa forma, viverá sem a luz que vem de Deus. Nós, como cristãos, podemos pedir ao Senhor um novo olhar para enxergarmos as coisas sem que elas nos destruam, sem que elas afetem o amor do Senhor em nossa vida. Jesus também sofreu, chorou, viveu a cruz. Não estou aqui propondo a “mágica da Poliana”, uma menina da literatura que descobriu que sofreria menos se visse o lado positivo de todas as coisas.

Não é isso que estou propondo. O pecado continua sendo terrível, satanás continuará nos tentando para perdemos a vida eterna, mas faz parte do nosso arsenal de guerra ter um olhar simples.

Estou aqui para preparar o meu céu, e a única forma de conseguir isso é amando os outros. Dizer que crer no céu atrapalha o amor é não entender nada da eternidade. Nós queremos a Páscoa do céu, mas não existe ressurreição se nós não abraçarmos a cruz. Examine como você está olhando a vida, se está olhando o “tira-gosto” como se fosse um “banquete”, querendo dela aquilo que ela não pode lhe dar. Se você mantém o foco no amor de Deus, tudo muda.

Eu não sei o que será de mim amanhã. A vida muda tanto! Quando fui ordenado sacerdote, nunca pensei que faria programa na TV, que teria um site na internet. Eu pensava no meu sacerdócio de uma forma totalmente diferente. Pense se eu ficasse apegado aos sonhos de 19 anos atrás? Deus nos dá circunstâncias diferentes.

Simplicidade da pomba e a prudência da serpente


As pombas são simples, pois elas voam reto e sabem aonde vão chegar. Precisamos ter a simplicidade da pomba, mas a prudência da serpente, pois esta caminha de forma sinuosa e dribla os obstáculos. Tenha jogo de cintura, saiba refazer os seus planos em cima das cinzas. Deus preparou um lugar para nós no céu e lá há felicidade. Enquanto isso, a felicidade daqui é sempre manchada por um pouco de tristeza, por isso precisamos viver a simplicidade da pomba e a prudência da serpente.




Padre Paulo Ricardo  
Arquidiocese de Cuiabá – MT

Fonte: Canção Nova

10/08/2016

Você já ouviu falar em “TOC Religioso”?

O TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo – Religioso existe e surge nos pensamentos


Segundo Aristides Volpato, especialista em Transtorno Obsessivo Compulsivo, o TOC é caracterizado por pensamentos específicos, imagens e palavras que “invadem” nosso pensamento e consciência. A questão do problema é que esses pensamentos distorcidos surgem constante e repetitivamente, tornando-se, assim, uma obsessão. Esse pensamento obsessivo provoca nas pessoas um sentimento de angústia, medo, aflição e falta de controle, por não conseguir controlar os pensamentos. Assim, acabam reagindo a esses pensamentos intrusos e impositivos, realizando aquilo que lhe é ordenado.


Você já ouviu falar em “TOC Religioso”
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com


Imagino que muitos de vocês já ouviram falar sobre TOC, mas tenho certeza que poucos ouviram dizer que existe TOC Religioso. Essa categoria existe e é classificada como obsessiva, ou seja, que surge e é forte a partir dos pensamentos.

 

O que é TOC Religioso?


Todo mundo que é religioso tem TOC? Não! Existe uma diferença entre o comportamento religioso e o obsessivo. Como diferenciar então? A pessoa que sofre o transtorno tem pensamentos e comportamentos irracionais, tornando-se “desajustados” aos olhos daqueles que estão a sua volta.

No âmbito da obsessão, o conteúdo dos pensamentos mais comuns são: pecado, demônio, culpa, escrupulosidade, sacrilégio e blasfêmia. Um exemplo de conteúdo do pecado: a mulher casada pensa “não posso ter relação sexual com meu esposo, porque sentirei prazer, e isso é pecado”.

Independente do conteúdo que a pessoa possui, mesmo sabendo que são absurdas e ilógicas, não se consegue desvincular dele. Assim, surge o comportamento ritualizado e repetitivo para sua sobrevivência. Como assim? A pessoa se confessa, todos os dias, ou um dia sim e outro não. Fica, em tempo integral, com um terço que foi abençoado pelo padre X e que tem muita unção.

Faz jejum diariamente como forma de penitência.
O que acontece é que quem tem TOC religioso tem como conteúdo do seu transtorno práticas religiosas, ficando um pouco difícil de saber se é devoção e um relacionamento sadio com Deus, ou se já virou um transtorno.


Aprenda a identificar o TOC Religioso


A dica que dou é: você está exagerando, fora do que a maioria das pessoas de referência da Igreja fazem? Se a resposta for ‘sim’, então provavelmente é TOC.
Existe também uma categoria, que é a compulsão mental. Essa é mais difícil de ser notada e a mais comum. São aqueles que não conseguem fazer nada antes de uma oração específica. Nesse caso, cada um tem um conteúdo diferente.

Por exemplo: há pessoas que só saem de casa depois de fazer a oração do Sangue de Cristo três vezes. Ou, todas as vezes que vai fazer uma refeição, só come depois que fazer a oração de São Bento, por medo de estar contaminada a comida. Há aqueles também que acreditam que, por ser o único da casa que tem “espiritualidade”, todos os outros são impuros e pecadores, por isso precisa rezar o terço o tempo inteiro que estiver dentro da sua casa.

Poderíamos ficar dando inúmeros exemplos, seja quanto à obsessão (pensamentos), compulsão (comportamento) ou associação dos dois. Mas o importante é você despertar para essa pergunta. Quanto tempo você tem gastado com esses pensamentos? Eles geram angústia? Como você tem se comportado com suas práticas religiosas? Aquilo que era para trazer paz e confiança em Deus tem trazido incômodo, desconforto e angústia? Seu comportamento, em vez de servir de testemunho, tem dificultado ainda mais seu relacionamento com aqueles que estão próximos?

Se a resposta for ‘sim’, você é um forte candidato a ter TOC. Procure ajuda! Procure um profissional da Psicologia que seja cristão e, se possível, um diretor espiritual para orientá-lo. Deus nos quer perto d’Ele, mas de forma equilibrada e saudável.




Autora: Aline Rodrigues
Fonte:  Canção Nova

Como fazer um retiro espiritual?


O retiro espiritual é uma força que encontramos para viver bem a nossa caminhada

A vida espiritual em nosso tempo é muito necessária, pois é a partir dela que conseguimos encarar a vida com mais leveza, como ela realmente deve ser vivida. O grande risco é, e talvez muitos que me leem percebam isso, notar que a vida está passando sem que tenhamos feito algo dela. O que apreciamos da vida? Que laços temos criado com as pessoas? Não sabemos o dia de amanhã, então, como viver o hoje?


Dicas de como fazer um retiro espiritual
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

É por isso que a vida espiritual, a vida em Deus, ilumina-nos a como viver, como caminhar e dar os passos na vida comum.

Vale dizer que a vida no Senhor não está desconcertada da vida comum, onde todos precisam trabalhar e estudar, onde todos choram e riem. Mas se pode reforçar que aqueles que levam uma vida espiritual conseguem dar sentido a tudo, seja nas situações que deram certo ou naquelas que deram errado.

Para a vida espiritual, a comunhão com Deus nos ajuda. Por isso, muitas vezes, precisamos nos retirar, parar um pouco para escutar os “ruídos interiores”, apresentá-los a Deus e, assim, escutá-Lo e saber como lidar com essas inquietações.

Claro que o retiro é valido não só quando estamos inquietos ou com alguma dificuldade; ele também serve quando estamos bem. Dizem: “Em time que está ganhando não se mexe”. Bom, na verdade, pode-se melhorá-lo. Então, um bom retiro nos tira de uma crise e também reforça aquela caminhada que já está boa.

 

Mas como fazer um retiro? Cito alguns itens básicos:


1) Ter ou buscar um local de silêncio. Você precisa se concentrar, examinar seu interior; não dá para fazer isso com eficiência se está no barulho, na agitação do dia a dia. Para que haja um bom retiro, “cala-te”, permita-se perceber a si mesmo, permita-se escutar a Deus;

2) Ter um texto para meditação. Se você tem um (a) acompanhador (a) espiritual, diante daquilo que ele (a) conversou com você, pode lhe dar um texto bíblico ou um escrito de um santo para você meditar – normalmente, o texto possui algumas perguntas que vão ajudá-lo a viver o retiro. Caso você não tenha um (a) acompanhador (a) espiritual, não tem problema, pense em qual é, hoje, a sua principal necessidade. Por exemplo: “Hoje, tenho medo do futuro, de faltar-me emprego e, consequentemente, faltar dinheiro e passar por necessidades”. Talvez, será interessante ler o Evangelho de Mateus cap. 6 de 25 a 34, onde Jesus fala sobre o abandono à providência. Dentro dessa temática, é possível ler ainda o Salmo 22(23), “O Senhor é o meu Pastor”;

3) Olhar para dentro de si. A meditação, seu contato com Jesus após a leitura, deve ajudá-lo a olhar para dentro de si, fazer uma leitura de sua caminhada e identificar os pontos que precisam ser melhorados, onde a cura de Deus precisa chegar;

4) Rezar. Retirou-se, meditou, olhou para dentro de si? Agora reze. Fale com Deus sobre as descobertas que fez, peça a cura, a direção, peça a força do Alto para não desanimar;

5) Comprometer-se e criar metas. Ainda na oração, finalize-a agradecendo a Deus pelo tempo de silêncio, de contato com Ele, agradeça as descobertas feitas e faça um compromisso de melhorar. Se for o caso, e isso ajuda, anote quais serão suas metas dali em diante.

Você percebeu como é simples? Existem outras formas de retiro, esses tópicos não são únicos nem exclusivos, mas ajudam você a pensar a vida e a viver.  

Parar, olhar, refletir, decidir e agir.

Bom retiro!




Autor: Padre Márcio do Prado
Fonte: Canção Nova

09/08/2016

Um Católico pode participar de um culto protestante?

A Verdade em que acreditamos…

Quem nos ajudará nesta questão é Padre José Fortea, Exorcista espanhol, e responsável por acompanhar um dos casos mais graves de possessão diabólica da Espanha.

Então vamos a resposta:

Um Católico pode participar de um culto protestante?
Padre José Fortea


Que um católico se separe da Igreja Católica, é um pecado muito grave. A maior parte dos irmão separados estão de boa fé em suas seitas, ou por haverem nascidos já nelas, ou então por sua pouca formação foram de alguma forma seduzidos.
 

Por isso o nosso amor a Santa Igreja Católica, não nos leva a não amar os irmãos separados. Pelo contrário, não há nenhum inconveniente em reconhecer as coisas boas que eles fazem. Mas porque amamos nossos irmão separados, isso não nos impede que reconheçamos que Jesus fundou uma só Igreja, a única e verdadeira Igreja que veio desde o tempo dos Apóstolos, e que é a Santa Igreja Católica.
 

Portanto um católico não deve ir a grupos de oração ou a cultos protestantes, e muito menos a outros tipos de cultos, ou reuniões de oração que não sejam cristãos.

Estes grupos fazem um grande bem aos nossos irmãos que não estão em comunhão com a Igreja Católica, mas podem colocar em risco de se perder a fé verdadeira para aqueles católicos que queiram participar.

Acredito que tenha ficado bem claro a resposta do Padre Fortea!  

Não podemos misturar as coisas, não podemos correr o risco de nos deixar levar por ensinamentos que não fazem parte daquilo que acreditamos.
 
Aceitamos as pessoas, as queremos bem, as amamos, mas não misturamos a nossa fé.
 

Deus abençoe você!



Fonte: Canção Nova