A Igreja é de fato riquíssima, e acumulou nos seus vinte séculos um tesouro incalculável! Na verdade ela é rica desde a sua origem, porque o seu fundador é o próprio Deus; é Dele que vem toda a sua riqueza. Ela é o próprio Corpo de Cristo (1Cor 12,27) e a sua alma é o seu Santo Espírito.
Ela é muito rica porque é a “Igreja dos Santos”, como disse George Bernanos. Os Santos são a sua grande riqueza, como que reprodução do próprio Cristo. Ela é a Igreja de São Pedro de Cafarnaum, que deixou as redes para seguir o Senhor e morreu de cabeça para baixo, sob Nero, por amor a ela; é a Igreja de São Paulo de Tarso, que rodou o mundo até Roma, para ali ser martirizado por ela, degolado, dando graças a Deus. Ela é a Igreja de Santo Inácio de Antioquia, morto no Coliseu de Roma no ano 107, devorado por leões, por dar testemunho de Jesus Cristo.
Ela é a Igreja dos outros Santos Apóstolos Santo André, São Tiago, São João, São Tomé, São Filipe, São Bartolomeu, São Mateus, São Simão, São Tadeu, São Matias, São Barnabé, São Lucas, São Marcos, revestidos do próprio Cristo, um a um martirizados pela sua fidelidade ao Senhor… Ela é a Igreja dos Santos Inocentes que, ainda na tenra idade, derramaram o seu sangue inocente pelo menino Deus…
Ela é a rica Igreja dos Santos Padres: Agostinho de Hipona, que enfrentou o pelagianismo, o arianismo e o maniqueísmo; Atanásio, que enfrentou o arianismo; Irineu, que enfrentou o gnosticismo; Inácio de Antioquia, que enfrentou os leões; S. Policarpo, que enfrentou a fogueira, S. Bento de Núrcia que com seus monges salvou a cultura grego romana; Tomás de Aquino, que escreveu a Suma-Teológica e transformou a Filosofia; S. Anselmo e S. Alberto Magno, doutores da escolástica; Teresa D’Avila e João da Cruz, que reformaram os Carmelos masculino e feminino; S. Jerônimo, que traduziu a Bíblia do hebraico e grego para o latim; S. Basílio, S. Gregório de Nissa, S. Gregório de Nazianzo, S. Afonso de Ligório, S. Francisco de Assis, S. João Bosco, e tantos outros que mudaram a face da terra…
Ela é a Igreja dos santos doutores, 33 gigantes da fé: S. Atanásio (295 -373) de Alexandria, com sua Apologia contra os Arianos; S. Efrém (306 – 373), diácono na Mesopotânia; S. Hilário de Poitiers (310 – 367); S. Cirilo de Jerusalém (315 – 386); S. Basílio Magno (330 – 369); S. Gregório Nazianzeno; S. Ambrósio (340 – 397); S. João Crisóstomo (349 – 407), S. Agostinho (354 – 430); S. Cirilo de Alexandria (370 – 442); S. Pedro Crisólogo (380 – 451); S. Leão Magno (400 – 461); S. Gregório Magno (540 – 604); S. Isidoro (560 – 636); S. João Damasceno (650 – 749); S. Beda Venerável (672 – 735); S. Pedro Damião ( 1007 – 1072); S. Anselmo – (1033 – 1109); S. Bernardo (1090 – 1153); S. Antonio de Pádua (1195 – 1231); S. Alberto Magno ( 1206 – 1280); S. Boaventura ( 1218 – 1274 ); S. Tomás de Aquino (1225 – 1274); S. Catarina de Sena (1347 – 1380); S. Teresa de Ávila (1515 – 1582); S. Pedro Canísio (1521 – 1597); S. João da Cruz (1542 – 1591); S. Roberto Belarmino (1542 – 1621); S. Lourenço de Brindes (1559 – 1619); S. Francisco de Sales (1567 – 1655); S. Afonso de Ligório (1696 – 1787); S. Teresa de Lisieux (1873 – 1897).
Sim, é uma Igreja riquíssima! Ela é a Igreja daqueles que, de tanto amor por ela, derramaram o seu sangue nas arenas romanas, nas espadas dos imperadores, nos cárceres comunistas e nazistas. Pedro, Paulo, Tiago, Inácio de Antioquia, Policarpo, Sebastião, Perpétua, Felicidade, Cecília, Inês Maximiliano Kolbe, e tantos outros gigantes que fizeram do seu sangue “a semente de novos cristãos” (Tertuliano, †220).
Ela é a rica Igreja das belas ordens religiosas de Bento, Domingos, Agostinho, Benedito, Francisco, Inácio de Loyola, Camilo de Lélis, D. Bosco… Ela é a rica Igreja das Santas Virgens: Maria, Ana, Ines, Cecília, Luzia, Teresinha, Mazzarello, Clara de Assis, que formam um verdadeiro exército de Esposas do
Senhor. Sim, é uma Igreja riquíssima!
Além de ser a rica Igreja dos Santos, dos
Profetas, dos Mártires, dos Apóstolos, das Virgens, dos Confessores, é
também a Igreja dos Papas. De Pedro, de Leão Magno, de Gregório Magno,
de Leão Magno, detendo as grandes heresias às portas da Igreja,
enfrentando os bárbaros Átila e Genserico às portas de Roma.
Sim meus irmãos, a Igreja Católica é riquíssima… É a Casa de Pedro, que é o princípio de tudo e a Pedra sobre a qual os outros se sucederam. É a Igreja dessa cadeia viva e ininterrupta de 266 Pontífices, o “doce Cristo na Terra”, como dizia S. Catarina de Sena. Todos os Santos se inclinaram diante do Papa, e nenhum foi nada sem ele. Paulo, o Apóstolo dos gentios, foi ao encontro de Pedro; Francisco, o enamorado da Pobreza, ajoelhou-se diante de Inocêncio III; Teresinha suplicou a Leão XIII que a deixasse entrar no Carmelo aos quinze anos. A sua maior riqueza está na Promessa do seu Senhor de que jamais ela seria vencida neste mundo (Mt 16,17) que seria infalível na doutrina e na condução dos seus filhos ao céu (Mt 28,20; Jo 16, 12-13). A sua maior riqueza é a certeza da vitória final!
Que outra Instituição teve um Pio IX que proclamou Maria Imaculada; e José, Padroeiro Universal da Igreja? Que teve um João Paulo II, filho de operário, operário, ator de teatro, esquiador, sacerdote, poliglota, bispo, diplomata, cardeal – Cardeal da Igreja do Silêncio e da Polônia Mártir? A Igreja é riquíssima, de fato, pois é a Igreja dos Santos e dos Papas.
É a Igreja dos Sacramentos que o Senhor derramou do seu Coração ferido pela lança no alto da Cruz. É a Igreja da salvação universal de todos os homens… É a barca de Pedro que salva do dilúvio do pecado!
Esta é a riqueza desta Igreja que salvou e construiu a Civilização Ocidental ameaçada pelos bárbaros, que fundou as primeiras universidades do mundo (Bolonha, Oxford, Sorbone, Coimbra, La Sapienza). Ela é a rica Igreja das Catedrais góticas que há mais de mil anos encantam os olhos dos peregrinos e turistas (Paris, Chartres, Beauvais, Reims, Bolonha, Córdoba, Florença, Gênova, Milão, Monreale, Nápoles, Roma, Sevilha, Amiens, Notre Dame, Rouen, Veneza, Viena, Verona, S. Paulo, e mais centenas). É a rica Igreja dos artistas sacros, escultores, músicos, arquitetos, engenheiros, pintores, Michel Ângelo, Giotto (1266-1337), Rafael, Fra Angélico, Signorelli que dedicaram toda a sua arte para a glória de Deus.
Esta é a verdadeira fortuna da Igreja, acumulada no sangue dos Mártires, na fidelidade dos Confessores, na riqueza dos Padres, no discernimento dos Doutores, na pureza das Virgens, no sangue dos Inocentes, na palavra dos Apóstolos e Profetas, no zelo dos Patriarcas, na lei dos Profetas, na infalibilidade dos Papas e no amor do seu povo católico. Sim, é riquíssima! É a Igreja que nos dá os Sacramentos e que nos abre as portas do Céu. Com ela e por ela, a Esposa do Cordeiro, “sem mancha nem ruga, santa é imaculada” (Ef 5, 26), viveremos a eternidade em Deus.
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