15/03/2016

A Cruz – Caminho para a Ressurreição

Na Quaresma, a Igreja prepara-se para celebrar o mistério pascal de Cristo, sua passagem da morte a vida definitiva.

O tríduo pascal é o coração da Semana Santa; começa na Quinta-Feira Santa, prolonga-se até o Domingo da Ressurreição e tem como ponto culminante a Vigília Pascal, celebrada à noite, no Sábado Santo.

Na Quinta- Feira Santa, Jesus celebra a ceia pascal com seus discípulos e antecipa, sacramentalmente, a sua morte na cruz: Jesus ao tomar o pão disse: “Isto é o meu corpo, que será entregue por vós”. Depois tomou o cálice dizendo: “Este é o cálice do meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança, que será derramado por vós e por muitos para a remissão dos pecados”. Jesus instituiu a Eucaristia e o sacerdócio ministerial com o poder e a ordem de repetir este seu gesto até o fim dos tempos: “Fazei isto em memória de mim”. Cada missa é memorial da oferta voluntária e do amor do Filho de Deus ao Pai pela salvação do mundo. Cada missa torna presente, atual, nos sinais do pão e do vinho, esta entrega do Cristo que tem um valor infinito e nos oferece os frutos da redenção.
Na Sexta-Feira Santa, a Igreja celebra o mistério da paixão e morte de Jesus na Cruz.  A hora da cruz, na verdade, é a hora da glória de Cristo. Não é o sofrimento que salva e sim, o amor com o qual Jesus se oferece ao Pai por nós, amor que deu a sua paixão e morte um valor infinito. Com sua morte e ressurreição Jesus derrotou o demônio, autor do pecado, venceu o pecado e a morte e nos obteve a salvação.

A cruz de Cristo é o símbolo de todos os sofrimentos da humanidade e do fardo que cada um dos seus discípulos deve carregar diariamente. Não há dúvida que o sofrimento, seja ele qual for, é um mal contra o qual temos que lutar.

Se não for possível vencê-lo, não devemos nos revoltar, nem  resignar-se passivamente, mas fazer dele um encontro com Jesus crucificado, vencedor do mal e da morte. Só Cristo crucificado pode dar sentido àquilo que em si é um  contra-senso. Contemplemos  Maria ao pé da cruz, que, unindo a sua dor materna à  de seu Filho, colaborou com a nossa salvação.

Na Vigília Pascal, a Igreja celebra jubilosa a Ressurreição de Cristo, a vitória da vida sobre a morte, da luz sobre as trevas, da graça sobre o pecado.

Ao dar a vida por nós, Cristo nos libertou da morte com a própria morte.

Dom Raymundo Cardeal Damasceno Assis

Arcebispo de Aparecida – SP

 

Fonte: Encontro Com Cristo

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