Saiba quais são as consequências de se afastar de Deus
Convido você a tomar a Palavra de Deus no Evangelho de São Lucas.
“E disse: Um certo homem tinha dois filhos. E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente. E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades. E foi, e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos, a apascentar porcos. E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada. E, tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti”
(Lucas 15, 11-18).
Não podemos ser mero ouvintes da palavra e não a colocar em prática. A Palavra precisa encarnar em nós, iluminar as nossas atitudes. O primeiro ensinamento é quando o filho pede a parte da herança. É a figura do homem que se afasta de Deus por causa do pecado.
O pecado nos afasta de Deus. Não é Deus que se afasta do homem mas o homem que começa a experimentar dentro de si mesmo essa desarmonia. Em gênesis após Adão e Eva pecarem diz “Deus chamou o homem”. Mesmo quando pecamos Deus não desiste de nós.
Quando estamos em pecado, acontece uma surdez espiritual e não conseguimos discernir a voz do Senhor da voz do mundo e do demônio. Devido a essa distância, Deus não para de nos chamar para junto d’Ele.
O Senhor não precisaria criar os homens, mas, por amor, os criou, a fim de que vivessem em Sua presença e comunhão.
A alma adoece quando entra nas veredas do pecado e se distancia do Pai; ela fica surda e não consegue escutar a voz do Senhor. Por isso, no sacramento do batismo, o padre diz: “Éfeta!”, para que a criança possa ouvir a voz do Senhor.
Enquanto estivermos vivos, Deus nos enviará anjos e suscitará em nosso coração a Sua voz. “Eis que estou à porta e bato.” O Senhor está batendo, porque não quer perder nenhum de nós. Por isso Ele continua nos enviando Seu Espírito Santo.
O Senhor Deus chamou o homem e lhe perguntou: “Onde estás?”. Hoje, Ele está nos perguntando: “Onde você está? Como está a sua vida? O que tem feito com ela? O que tem feito com seu tempo? Onde está você?”. Será que estamos dentro dos planos de Deus? Será que estamos de acordo com a vontade do Criador.
Nossa vida está de acordo com a Palavra do Senhor e com Seus mandamentos? Será que todos os dias buscamos realizar a vontade d’Ele?
Quanta luta o homem interior precisa travar, todos os dias, por causa do pecado original! Por isso precisamos nos alimentar da Palavra, ser sustentados por ela, pois há, dentro de nós, desequilíbrios e inconstâncias.
Como preencher o coração?
Nossa alma tem desejo por Deus. O Catecismo nos ensina que o homem é um ser religioso e precisa buscar as coisas do céu. Nada nesse mundo vai poder preencher nosso coração, a não ser Jesus Cristo. Somos preenchidos à medida que nos entregamos à vontade de Deus.
Quem peca torna-se escravo, mas Jesus derramou Seu Sangue para nos salvar
da escravidão do pecado. Qual tem sido nossa atitude diante ao pecado?
Precisamos ter a coragem de olhar para nós mesmos, pois vivemos num mundo distante de Deus, sem nos preocuparmos com o amanhã, com a vida eterna. O mais triste ainda é que muitos cristãos não fazem essa parada de olhar para si, para o seu coração e ver como estão vivendo sua consagração. O que estamos fazendo da nossa vida?
O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que não podemos morrer com pecado mortal. Precisamos lutar e estar vigilantes para não cairmos nesse pecado. Eu não posso morrer com pecado mortal, porque não quero cair na morte eterna. Precisamos nos arrepender de nossos pecados, porque não sabemos o dia que Jesus vai nos chamar para prestarmos conta de nossa vida.
O que é pecado mortal? O Catecismo da Igreja Católica define muito bem isso: ao ferirmos um dos dez mandamentos, conscientemente, estamos em pecado mortal. As pessoas não querem alimentar a alma, cuidam somente do físico. É preciso alimentar a alma com santidade, com a vida de oração e a Palavra.
Como alimentar a alma?
Alimentamos a alma, em primeiro lugar, quando fazemos a vontade de Deus; e isso pode ser feito por meio de Sua Palavra, dos sacramentos da Igreja, da vida de oração e do Santo Terço. Nossa Igreja é rica e tem tudo isso para nós!
Quanto tempo você gasta em frente ao espelho? Quanto tempo reserva para alimentar sua alma? Você quer que ela fique distante de Deus, experimentando uma tremenda angústia e desespero?
Será que estamos nos empenhando em buscar um coração puro? Como tem sido a nossa conduta? Qual é o tipo de livro e programa de televisão que temos deixado entrar em nós?
A misericórdia de Deus é para que tenhamos coragem e força de lutar contra o pecado. Precisamos vigiar e olhar para nossa vida e falar um ‘não’ ao pecado. A causa da nossa tristeza, diz Santo Agostinho, é o pecado. Ninguém é feliz longe de Deus. É feliz aquele que busca a santidade de vida. Não se engane achando que as pessoas que estão lá fora estão felizes.
Nessa ano da misericórdia, precisamos buscar a confissão e mudar de vida. Precisamos ter a coragem de olhar para dentro de nós e verificar nossos sentimentos. A contrição perfeita acontece quando nos arrependemos e buscamos o sacramento da confissão.
Autor: Ricardo Ida
Transcrição e adaptação: Fernanda Soares
Fonte: Canção Nova
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