A Virgem Maria sempre foi chamada de Nossa Senhora
O título de Senhor e Senhora, desde os primeiros séculos do Cristianismo, eram usados para os senhores de escravos, muito comum naquele tempo. Dentro desse contexto, a Virgem Maria disse ao anjo: “Eis aqui a escrava do Senhor” (Lc 1, 38).
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
Mas “Jesus é o Senhor”, como disse São
Paulo (Fl 2,11); é o Rei dos Reis; e Sua Mãe é Rainha por consequência.
Por isso, a Igreja entendeu que deveria chama-lá de Senhora. Os súditos
do Rei eram também servos da Rainha. Ora, se somos súditos de Jesus, o
somos também de Maria.
A Ladainha Lauretana chama a Virgem Maria
de Rainha dos Anjos, Rainha dos Santos, Rainha dos Apóstolos, Rainha
dos Mártires, Rainha dos Confessores, Rainha da Virgens, Rainha dos
Profetas. Ora, toda Rainha é Senhora em seu reino.
A Virgem Maria é aquela “cheia do
Espírito Santo”, como a saudou sua prima Santa Isabel, que em alta voz
disse: “Bendita és tu entre as mulheres” (Lc 1,42). Ela é “a filha
predileta de Deus”, diz o Concílio Vaticano II (LG n. 53), “aquela que,
na Santa Igreja, ocupa o lugar mais alto depois de Cristo e o mais perto
de nós” (Lumen Gentium, n. 54).
São Bernardo, doutor da Igreja, o
apaixonado cantor da Virgem Maria, no Sermão 47 diz: “Ave Maria, cheia
de graça, porque é agradável a Deus, aos anjos e aos homens. Aos homens,
por causa de sua fecundidade; aos anjos, por sua virgindade; a Deus por
sua humildade. Ela mesma atesta que Deus olhou para ela porque viu sua
humildade”.
São Tomas de Aquino afirmou: “A
bem-aventurada Virgem Maria, pelo fato de ser Mãe de Deus, tem uma
espécie de dignidade infinita por causa do bem infinito que é Deus”. Ela
é Senhora!
“A graça que adornou a Santíssima Virgem
sobrepujou não só a de cada um em particular, mas a de todos os santos
reunidos”, afirma Santo Afonso de Ligório, doutor da Igreja. Por isso
ela cantou no Magnificat: “Desde agora, me proclamarão
bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas
aquele que é poderoso e cujo nome é Santo…” (Lc 1,42).
Ela é Senhora!
Maria é um “espelho especialíssimo de
Deus”, diz São Tomás de Aquino: “Os outros santos são exemplos de
virtudes particulares: um foi humilde, outro casto, outro
misericordioso, e assim nos são oferecidos como exemplos de uma virtude.
Mas a bem-aventurada Virgem é exemplo de todas as virtudes”, diz o
santo.
São Bernardo e Santo Antônio, doutores da
Igreja, afirmam que, “para ser eleita e destinada à dignidade de Mãe de
Deus, devia a Santíssima Virgem possuir uma perfeição tão grande e
consumada que nela excedesse todas as outras criaturas”. Ela é Nossa
Senhora!
“Quem se exalta será humilhado e quem se
humilha será exaltado” (Mt 23,12).
Repetiu várias vezes o Senhor. Logo
que Deus determinou fazer-se Homem para redimir o homem decaído e assim
manifestar ao mundo Sua misericórdia infinita, certamente buscava entre
todas as mulheres aquela que fosse a mais santa e humilde para ser Sua
Mãe. Como diz o Livro dos Cânticos: “Há um sem número de virgens (a meu
serviço), mas uma só é a minha pomba, a minha eleita” (Ct 6, 8-9).
Foi por sua imensa humildade que Deus
tanto exaltou Maria e a fez Sua Mãe, Rainha e Senhora nossa. E a própria
Virgem diz no seu canto: “porque olhou para a humildade de sua serva”
(Lc 1,48).
Foi essa “humildade” profunda e real que
tanto encantou o coração de Deus, fez com que a elegesse a “bendita
entre as mulheres”, Sua Mãe, nossa Mãe e Senhora.
Autor: Prof. Felipe Aquino
Fonte: Canção Nova
Nenhum comentário:
Postar um comentário