O que fazer se junto com a morte de um ente querido vem o sentimento de culpa
Não existe nenhuma pessoa neste planeta que não tenha passado pela experiência da perda de um ente querido. Essa é uma experiência humana e profundamente dolorosa.
Como as pessoas reagem à morte?
Diante da morte, as reações são absolutamente únicas. Alguns tentam ignorar a tristeza, outros acabam se fechando em si mesmos. Existem aqueles ainda que reprimem a dor. Nada disso adianta! A dor é real e precisa corretamente vivida.
Foto: Rogéria Nair/cancaonova.com
O luto é o tempo de que precisamos para retomar nossa vida. É um tempo difícil, mas muito importante. Muitas vezes a pessoa sente um misto de emoções: revolta, tristeza, conformismo, raiva, angústia e indignação. É normal misturar sentimentos. O coração não é uma mesa com várias gavetinhas onde separamos sentimentos, emoções e outros bichos. Por isso é preciso aprender a desabafar, em Deus. Mostre-lhe seu coração ferido e machucado.
Fiz pelo falecido tudo o que estava a meu alcance?
O luto saboreado ajuda a superar também as situações que ficaram sem solução. Não é incomum a pessoa ficar se perguntando: Fiz pelo falecido tudo o que estava a meu alcance? Será que poderia ter feito de modo diferente? Por que não fiquei mais tempo a seu lado?
O triste dessas – inevitáveis – perguntas é que a pessoa acaba se autocondenando, sempre. Com isso, fica tentando achar uma desculpa ou uma justificativa. Alguns chegam a pensar que foram os culpados pela morte ou pela doença da pessoa. Outros passam o resto da vida tentando encontrar os porquês.
E se houver culpa?
Se houve culpa ou negligência, agora é hora de apresentar-se diante de Deus, com suas dores e tristezas, mas, acima de tudo, com o coração confiante de que Ele é misericordioso e poderoso o suficiente para curar seu coração confiante de que Ele é misericordioso e poderoso o suficiente para curar seu coração ferido e machucado. Deus não nos condena, e a pessoa falecida também não. A morte purifica tudo, inclusive as imperfeições de nossos relacionamentos.
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Muitas vezes uma boa confissão ajuda bastante nessas horas. Diante de um sacerdote, abra seu coração ferido. Não tenha medo de reconhecer sua culpa. Entregue a pessoa falecida para Deus. Fale com o sacerdote sobre as dificuldades de relacionamento que tinha, sobre os pecados partilhados, sobre palavras pesadas e omissões, e também sobre tudo que você acha que ficou devendo ao ente querido.
A pessoa que faleceu pode me perdoar?
Quando tenho a certeza de que meu falecido está em Deus, então não posso temer nenhuma conta a pagar. Quem está em Deus, está livre. Nenhuma ofensa atinge aquele que está no coração de Deus, porque quem morre em Deus chega a sua plenitude. Agora, do coração de Deus a pessoa enxerga com os olhos iluminados pela graça e compreende os motivos pelos quais agimos ou deixamos de agir. Ao encontrar Deus, na plenitude da vida, tudo que era imperfeito será purificado.
Tomar remédio ameniza a dor?
Pena que muitos não pratiquem mais nenhum ritual de luto. Tudo aparenta ser normal. Parece que nada mudou. No íntimo, todos sentem a perda. Precisamos saborear as etapas próprias do luto.
Velório, sepultamento, silêncio, missa de sétimo dia, de um mês, de um ano. Durante os primeiros dias nos reservamos para acolher melhor a dor da perda. Não adianta tomar remédio para amenizá-la: ela não deve ser amenizada, deve ser sentida, saboreada de forma madura e equilibrada.
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