Jesus não muda a Palavra para agradar, o critério é sempre a verdade
Toda a Igreja medita estes textos da liturgia neste dia. Percebemos neste acampamento que todo o combate na oração é uma resposta ao amor de Deus. O encerramento deste encontro nos coloca dentro de todo movimento que a liturgia da Palavra nos traz. A liturgia de hoje nos traz uma palavra muito forte: decisão. Josué está reunido numa assembleia, e é colocado contra a parede e precisa decidir-se pelo Senhor.
Josué era secretário de Moisés, atravessou o deserto e pode ver como Deus se manifesta àquele povo através de sua caminhada. Deus manda o Maná, codornizes, uma nuvem para os proteger.
Na caminhada para o deserto, chega um momento em que Moisés escolhe 12 homens um de cada tribo, que vão a terra prometida espionar para saber se, realmente, é a terra que brota leite e mel. O povo volta para prestar contas para Moisés, 10 deles afirmam que realmente era uma terra boa com água e bons frutos, mas começam dizer das questões negativas daquela terra e param no que é ruim. Mas Josué e Caleb se levantam diante daqueles homens dizendo que Deus daria aquela terra a eles mesmo diante de qualquer situação. Deus decide que aquela geração não entraria na terra prometida, nem mesmo Moisés, porque duvidou da palavra de Deus.
Josué e Caleb entraram, Josué como líder. Deus o havia preparado durante a travessia no deserto. Precisamos olhar para as situações da vida e vê-las como um treinamento que Deus dá para o que Ele tem para nossa história.
Quando eles entram na terra prometida Josué vê os sinais de Deus. O Senhor cumpre a promessa: “Josué, onde a planta dos teus pés pisarem contigo estarei”. Chega uma hora que o líder tem que colocar os liderados na parede, foi a hora de Josué no texto da leitura de hoje.
“Naqueles dias, Josué reuniu em Siquém todas as tribos de Israel e convocou os anciãos, os chefes, os juízes e os magistrados, que se apresentaram diante de Deus. Então Josué falou a todo o povo: ‘Se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei hoje a quem quereis servir: se aos deuses, a quem vossos pais serviram na Mesopotâmia, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Quanto a mim e à minha família, nós serviremos ao Senhor’. ”
O Evangelho também fala de decisão: “Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir?
Deus não mascara nada, Ele sempre nos apresenta a verdade. Ele é honesto, não esconde as causas verdadeiras. A atitude de Josué é de perguntar se querem seguir os ídolos que são fáceis de manejar ou ao Senhor. Assim fez Jesus. Deus não se preocupa com popularidade, não faz conta de quantos o querem, não se deixa manipular para ter maior número de seguidores. Deus não tá preocupado com número, nem em perder, foi Ele mesmo quem decidiu nos dar livre arbítrio. Ele quem quis nos dar liberdade. Segundo o Papa Bento XVI a Igreja não trabalha para agradar aos outros, não está a serviço da popularidade.
Deus o ama, e o amor Dele é tão grande a ponto de respeitar sua decisão de não querer segui-lo. Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências das escolhas que fizer.
Depois que alguns discípulos tomaram a decisão de deixar Jesus, Ele vai aos mais íntimos e pergunta: “Quereis vós também retirar-vos? ” Pedro lhe responde: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.”
Deus te deixa livre para decidir, mas não o quer preso às coisas do passado, Jesus está nos dando a liberdade de ficar com Ele ou não, mas não nos quer pela metade. Ele nos convida a tirar da nossa bagagem pecados, situações que ainda nos prende às trevas do pecado. Tirar os contatos que nos levam a pecar, sinais que estão em nossa casa e são de cultura pagã. A condição que o Senhor nos dá para ficar é de sermos inteiros Dele e comungar do Seu corpo e do Seu sangue.
Você sabe qual o seu preço?
Jesus valoriza você com seu preço que é o sangue Dele. O comprou por alto preço. Ele dá realce na Palavra à comunhão com Seu corpo e sangue. Aquele que não estiver disposto a contemplar o Senhor na cruz também não estará disposto a comungá-lo em seu Corpo e Sangue. “O espírito é o que vivifica, a carne para nada se aproveita; as palavras que eu vos digo são espírito e vida.” (João 6,6)
Jesus não muda a Palavra para agradar, o critério é sempre a verdade. Muitas vezes, queremos que Deus se converta a nós, e não nos convertemos a Ele. Nunca foi esse o comportamento de Jesus.
Bento XVI diz que sem a verdade a fé não salva, não torna seguro os nossos passos. Meus irmãos, esta é a maneira de agir de um Deus que nos ama tanto, e por nos amar não esconde a verdade.
O espírito é que dá a vida, a minha razão nem sempre vai querer acolher as verdades de Deus. Mas é o Espírito Santo quem nos educa, é Ele quem vai nos levar a adesão total de Jesus e da doutrina da Igreja.
A quem você quer servir?
É preciso ter coragem para dar uma resposta ao Senhor. Na Eucaristia está a fonte de libertação e da graça santificante. É no banquete do Senhor que nos alimentamos para nos tornar mais parecidos com Jesus, é nele que encontramos a força e generosidade. A
Eucaristia é o lugar do combatente. Como rezamos no Pai-Nosso a Eucaristia deve ser o pão nosso de cada dia!
Eucaristia é o lugar do combatente. Como rezamos no Pai-Nosso a Eucaristia deve ser o pão nosso de cada dia!
Padre Roger Luis - Canção Nova
Transcrição e adaptação: Rogéria Nair
Fonte: Canção Nova
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