13/09/2014

Atitudes para alcançar milagres

O Senhor não nos chama ao conformismo.
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Padre Roger – Foto: Daniel Mafra
Como é bom percebermos o amor real do nosso Deus para conosco. Deus quer neste dia nos falar através da liturgia de maneira concreta porque em muitos momentos nós não vivemos momentos de profunda experiencia com Deus.
A Liturgia nos traz três pontos importantes: a correção fraterna, o perdão e a oração eficaz.
A primeira Leitura narra o profeta Ezequiel que recebe do Senhor uma mensagem de responsabilidade. Ele recebeu a missão de ser um vigia, um profeta da ação e da mensagem de Deus. Ele recebe a missão de ser sentinela, vigia da casa de Israel. Deus fala a Ezequiel da correção fraterna, disse que quando ele recebesse de Deus uma revelação para correção fraterna, era para ir ao irmão repreendendo-o, do contrário, quem pagaria seria o próprio Ezequiel. Mas se a pessoa que foi exortada não seguisse o conselho seria a própria pessoa a pagar diante de Deus.
Jogar piadinha, mandar recadinho não é correção fraterna, não é ato de amor. Menos ainda na frente das pessoas, isto é humilhação. Correção fraterna se faz com o irmão sozinho, no amor com o intuito de salvar. Como Santo Agostinho nos diz correção fraterna para satisfazer a si mesmo não é um ato de amor. Peçamos ao Senhor que não nos deixe caminhar no orgulho, na mediocridade, mas que sejamos inteiros no amor.
“O amor não pode fazer o mal.” Correção fraterna não é maldade, não é humilhação. Se assim não nos comportarmos um dia, Deus pedirá contas do nosso mal comportamento.
Falando aos casados, veja o que provocou o silêncio de Adão diante de Eva. Ele não usou de correção fraterna, ele deveria tê-la ajudado. A omissão pode levar à condenação. Se a pessoa estava errada, você não corrigiu, será condenado, mas do contrário, se você já disse e a pessoa continua no erro, você não tem culpa. Devemos exortar com amor.
Muitas pessoas não são abençoadas no dízimo porque o ofertam com o coração cheio de maldade, fala pelas costas do padre, do coordenador do grupo de oração e de tantas pessoas, isso não está certo. A falta de correção fraterna pode imputar-nos o fogo do inferno. A partir de hoje devemos assumir o compromisso da correção fraterna.
O segundo ponto é o perdão. A medicina, hoje, aponta que as emoções tem o poder de desencadear doenças físicas. Produz úlceras, gastrites, enxaqueca, dores pelo corpo, descontrole do sistema imunológico, dentre tantos outros males. E no plano espiritual somos dissecados pela ira, ódio, desejo de vingança. A mágoa esgota e produz reações em nosso interior, angústias começam a ser produzidas em nossos corações. Perdoar é mais barato!


“O Senhor não nos chama ao conformismo”, exorta pe. Roger – Foto: Daniel Mafra / cancaonova.com

Muitas pessoas depressivas tomando remédios, não conseguem dormir porque não perdoam.Perdoar não é esquecer, é não permitir que a lembrança me tire a paz.
Há também a atitude da pessoa que não quer ser mal vista, ela diz que nada a ofende, quando na verdade está ferida por dentro. Não somos chamados a não sentir, somos chamados a perdoar. É isto que o Evangelho nos ensina. Sentimentos reprimidos uma hora ou outra estouram de alguma forma.
O Senhor não nos chama ao conformismo. Não podemos acumular mágoa no coração.
Não é porque demos o passo do perdão que significa que as pessoas vão mudar conosco, pode ser que não sejam mais nossos amigos, mas nós demos o passo.
“Se ofendestes alguém torna-o favorável, corre velozmente e peça perdão. Não durma antes que venha a voltar a ficar em paz, não descanse, se não te reconciliar-te com teu irmão. Chama-lhe com rapidez, faz voltar a graça com humildade. Não guarde dor em teu coração nem a reproduza em seu sentimento. Porque o ódio separa o homem o Reino de Deus, lhe afasta do céu e lhe precipita do paraíso! Nem o martírio é capaz de reverter a falta de perdão.” (Santo Isidoro)
A falta de perdão o separa de Deus, o coloca em perigo. Aqui na Canção Nova o Padre Jonas nos ensina que devemos perdoar-nos todos os dias. Não podemos deixar o sol se por sobre os nossos ressentimentos.
Pense agora nas pessoas que lhe feriram, humilharam, quem sabe seu pai, um amigo que você confidenciou coisas do seu coração e ele contou para outras pessoas, um amigo que xavecou sua namorada, seu marido ou esposa que te traiu, seu namorado que traiu, alguém que abusou de você sexualmente, quem é a pessoa que te magoou? Você não merece, Deus não merece estes sentimentos negativos em seu coração.
Vá dizendo que você perdoa esta, ou estas pessoas, diga que você está disposto e se coloque diante de Deus para perdoar.
Não perdoe por interesse, faz por benefício de salvação. Libere o perdão, deixe essa mochila pesada que você tem carregado. Agradeça ao Senhor pela oportunidade pela revelação. Tenha a coragem de perdoar setenta vezes sete e permita que a paz volte ao seu coração.


“Que a cura e libertação torne-se completos em sua vida”, reza pe. Roger – Foto: Daniel Mafra / cancaonova.com

Talvez você estava magoado com Deus, volte ao coração de Deus. Agora diga:
Pai, a partir da minha decisão que eu experimente no meu mais íntimo, em minhas emoções uma profunda libertação de tudo o que me oprimia e me tirava a paz. Que a cura e libertação torne-se completos em minha vida.
Se você se decidiu, realmente, você agora está liberto pelo poder do nome e do sangue de Jesus. Agora seja corajoso e vá ao encontro dessa pessoa peça perdão e também diga: “Eu te perdoo”; se a pessoa não quiser te perdoar o problema é dela, mas você deu o passo e perdoou.
Um coração dividido não tem união para que se realize aquilo que está no Evangelho: “se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isso lhes será concedido por meu Pai que está nos céus” (Mateus 18, 19). Podemos estar em meio a muitos, porém divididos. Não existirá milagre em um grupo de oração dividido, é preciso acontecer o perdão.
A oração terá eficácia quando os corações estiverem em comunhão.
Transcrição e adaptação: Rogéria Nair

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