14/05/2014

Por que deixar para depois?

O hábito de deixar tudo para depois tem perseguido a vida de muitas pessoas.
Domingão à tarde, depois de um almoço bem “diet”, com direito a feijoada, uma torta de nozes com bastante recheio de chocolate meio amargo e um cafezinho doce para fechar o momento “domingueira” cai bem. Melhor ainda, é dizer a mesma ladainha: “só hoje, pois amanhã mesmo vou à academia queimar tudo isso na esteira”. No entanto, essa promessa rola há um bom tempo e muitos domingos já foram palco desse discurso. E a tão sonhada academia nunca recebeu a sua visita.
Segunda-feira chega e com ela a promessa de entregar três textos para a produção do portal, onde você, agora, lê um deles; uma promessa feita pelo autor que fala com você neste momento. Hoje, já é quarta-feira, mas nada de texto! Dos três textos pedidos, somente um foi enviado para a caixa de e-mail da solicitante. Quem sabe seja este o segundo texto?
Marcar de jantar na casa daqueles amigos do tempo de faculdade… Tão sonhado encontro, sempre fica para depois. E o jantar já mudou de cardápio várias vezes; afinal, passaram-se tantas estações desde a primeira promessa!
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Sim, o hábito de deixar tudo para depois tem perseguido a vida de muitas pessoas. Este hábito tem um nome: procrastinação. Nome estranho, não? Sim, bem estranho. Mas é algo que a maioria das pessoas vivem: deixar para depois. Mas há algum mal nisso? Sim e não.
Vamos começar pelo mais fácil. Não há nada de mal deixar, às vezes, para depois uma DR (discutir relação) se esta está para acontecer em meio a uma “briga de ânimos”, quando, com certeza, não se chegará a uma resolução acertada. Então, nada mau deixar para conversar sobre aquele assunto “meio acído” depois, quando ambas as pessoas estiverem dispostas a falar e a ouvir num bom diálogo. Às vezes, precisamos deixar para depois uma tomada de decisão que precisa ser maturada, bem refletida, bem estudada. Catar penas não é tarefa fácil; então, nessa situação, procrastinar seria muito bom! Mas esse hábito de “deixar para depois” também pode ser, sim, um grande mal.
Um exemplo: há dias, você tem sentido falta de ar, taquicardia e desmaios, mas, simplesmente, procrastina sua ida ao médico. Isso pode lhe acarretar sérios problemas! Então, nada de deixar para mais tarde. Fui extremista no exemplo, mas podemos perceber quando a procrastinação é um mau hábito para nós, ou seja, quando constatamos um certo prejuízo em nossa vida social. Quantos relacionamentos terminam, porque a pessoa amada sempre é colocada para depois do futebol, depois do filme, depois da festa etc. Alguns sintomas como estresse, ansiedade, angústia, depressão e graves sentimentos de vergonha e culpa, frente ao não “cumprimento de responsabilidades e compromissos”, podem indicar que algo não vai nada bem!
A maioria das pessoas tendem a procrastinar aquilo que não lhes causa muito prazer, como a declaração do imposto de renda, a conversa com a sogra, a dívida do cartão, a dieta, a arrumação do armário. Mas é bem difícil se procrastinar na hora de tomar um sorvete em um dia ensolarado, dar um passeio no parque sábado à tarde, jogar um futebol no fim de semana, assistir a um bom filme recém-lançado no cinema.
Fica, aqui, a dica para você lutar contra a procrastinação: encontre sentido naquilo que, aparentemente, não lhe causa prazer, mas que, uma vez realizado, o livrará de bons desprazeres!
Ao se determinar a fazer a declaração de imposto de renda no prazo, por exemplo, você evitará vários desconfortos. Mas caso chegue a ponto de não a declarar, você, com certeza, será chamado pela Receita Federal, a fim de dar explicações. Além disso, terá de pagar multa e fazer a declaração assim mesmo, mas, dessa vez, sem procrastinação! Caso esse hábito lhe cause muito sofrimento, é interessante procurar ajuda, pois pode ser o sintoma de algo mais sério.
Um famoso psicólogo americano Joseph Ferrari faz um comentário bem humorado sobre a tendência natural à procrastinação, citando que “a maioria de nós começa o dia procrastinando quando aperta aquele botão do despertador, que permite ficarmos na cama por mais cinco minutinhos”. Ou seja, o equilíbrio sempre será um sinal de saúde!

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