11/11/2013

Qual é o preço da virgindade?

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Dois jovens, um rapaz e uma moça, ambos virgens, resolvem entrar em um leilão. Pasmem! Eles não leiloariam um carro antigo, nem uma casa na praia, muito menos um quadro de arte! O bem é outro.

O bem é a virgindade. Isso mesmo: dariam um “preço” a ela! Fico pensando até que ponto nós temos um preço. Qual o valor que podemos atribuir a nós mesmos? Ou pior: qual o valor que podemos deixar que outro dê a nós? Quando penso nas inúmeras respostas que poderíamos encontrar não tem como não me lembrar da Palavra de Deus, que me dá o valor exato pelo qual fui comprado. Fui comprado pelo Sangue de Jesus Cristo! Meu valor é a paga de um Deus amoroso, que me ama se dando a mim, não querendo saber o que darei a Ele.

Sem querer cair no julgamento, mas, se não tivermos noção de que somos um dom, um presente de Deus, nos permitiremos aceitar qualquer valor, daremos o bem que somos a qualquer um e a qualquer preço.

Triste perceber que a beleza da virgindade está cada vez mais se perdendo, perdendo valor e crédito. “Dá-se” este bem em uma noite mais acalentada, em uma aventura de fim de semana, em um momento de “solidão”. Dessa forma, o bem se torna, após sua perda, um mal, uma ferida e um sentimento de ter sido “usado” e nada mais!

A virgindade é algo tão lindo por revelar encontro; vai além de penetração e perda de uma membrana (isso também). É entrar no outro mais do que fisicamente, é entrar em seus sonhos, projetos e anseios e, a partir daí, o assumi-los e fazer parte deles e criar comunhão. É um ato que diz: “É um só corpo e uma só alma”, contudo, sem o sacramento do matrimônio, não há presença da graça. Não há vida, somente hormônios e impulsos “rolando”. Não há totalidade de entrega de alguém que se assume se doando e recebendo.

Acho tão profunda a análise da virgindade feminina, pois, o hímen é uma membrana que protege, que vela e que guarda esse dom. É como se ele simbolizasse um “o lugar que entrarás é santo”! Parece meio estranha minha analogia, mas o lugar, de fato, é santo, pois ali, após este véu, se encontra o lugar do encontro e a possibilidade da vida ser gerada. Literalmente o lugar onde Deus põe a mão formando vida.

Por isso a virgindade é algo precioso a se guardar, esperar e para se doar e, assim, viver o “para sempre” felizes. E eu digo que, como homem, também preciso me guardar para aquela a quem quero me dar por inteiro e dizer para ela após nosso casamento: “Sou só teu”, quero entrar em você e deixar Deus entrar em nós. Meu maior presente será poder dizer: “Nunca fui de ninguém, pois, no mistério de eternidade, sou para você.”

Mas se você está lendo este texto e se sentindo culpado por já ter entregado este dom e presente para alguém. Calma! É momento de visita de Deus. Ele pode fazer novas todas as coisas! E mesmo que tenha perdido a virgindade física, há uma que pode e deve ser vivida: a virgindade do coração, alguns chamam de “virgindade secundária”, ou seja, a firme decisão de não ter relações sexuais até o dia do matrimônio.

Com a graça de Deus, você pode recomeçar e deixar que o amor de Cristo pague seu valor, e não precisa ficar pedindo amor em cada entrega do corpo a alguém. De fato, muitos que “dão” sexo, na verdade, querem amor! Para nós cristãos, o sexo fecha e sela um amor que já foi provado na totalidade, na fidelidade, na liberdade e na fecundidade de pessoas que se pertencem em vista de um “para sempre felizes”.

Podemos viver uma nova virgindade por intermédio da graça de Deus, e quem sabe você pode seguir o conselho de São João Crisóstomo sobre o que um marido deveria dizer à sua noiva antes das núpcias: “Minha amada esposa, tomei-te nos meus braços, amo-te e prefiro-te à minha própria vida. Porque a vida presente não é nada e o meu sonho mais ardente é passá-la contigo, de tal maneira que tenhamos a certeza de não ser separados naquela vida que nos está reservada na eternidade. Eu ponho o teu amor acima de tudo, e nada me seria mais penoso do que não ter os mesmos pensamentos que tu.”

Não importa o que aconteceu em seu passado, o que importa é que sobre você existe a promessa de um “para sempre feliz”, e para viver essa graça é preciso ter no agora um ato de esperança. 


Adriano Gonçalves
adriano@geracaophn.com

Fonte: Canção Nova

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