15/10/2013

“Comungar é tornar-se um perigo”



“É Jesus este pão de igualdade, viemos pra comungar. Com a luta sofrida do povo que quer ter voz, ter vez, lugar. Comungar é tornar-se um perigo, viemos pra incomodar, com a fé e união, nossos passos um dia vão chegar”.

Não era a primeira vez que ouvia essa música, mas fiquei o dia inteiro com a letra na cabeça: “Comungar é tornar-se um perigo”.

Que Pão é esse que nos torna um perigo?
Nessa mesma manhã fui à 83. No momento que estávamos comendo o cuscuz, vi que cada de nós pegava a sua parte e comia. Percebi que aquela, como qualquer outra alimentação, era necessária para que pudéssemos manter as funções vitais do nosso organismo, o qual precisava obter e assimilar alimentos.

Esse alimento corporal, diferente do Pão Eucarístico, era assimilado por nosso organismo e cada um de nós, naquela mesa, absorvia o mesmo alimento sem perder a sua individualidade.

Na Eucaristia não é o nosso organismo que assimila o pão partido e o sangue derramado oferecido por Jesus Cristo, mas é Ele que nos assimila a si. Assim sendo, nós passamos a fazer parte do Seu corpo, membros do Seu corpo.

E isso faz toda diferença, trazendo sérias consequências.
Primeiramente, com Pão Eucarístico já não mais estamos divididos, pois somos um só Nele.
Sendo um só Nele, leva-nos a outra implicação: somos unidos um ao outro, unidos àqueles que fazem parte do nosso círculo de amizade e também àquelas pessoas com quem não temos um bom relacionamento.

Nisso, nós nos comprometemos quando, na oração eucarística, respondemos: “Fazei de nós um só corpo e um só espírito!” Essa afirmação somente é feita porque acreditamos na única comunhão que se transmite na sagrada Eucaristia.

Com efeito, ao reconhecermos Jesus Cristo na Hóstia sagrada, reconhecemos Cristo no irmão que sofre e tem fome, no irmão doente e prisioneiro, enfim, em todo irmão que se encontra em situação de necessidade.

Então, é arriscado para nós ficarmos indiferentes à essa situação de iniquidade face ao nosso compromisso ou é um perigo àqueles que cometem injustiças e provocam desigualdades se caminharmos juntos e tivermos a certeza que “nossos passos um dia vão chegar”.



Fonte: Vozes da Rua

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