18/10/2013

Céu, Inferno e Purgatório

 


O que é céu?


É o lugar da eterna felicidade onde habitam os justos junto de Deus. São Paulo descreve esta maravilha com palavras de forte esperança: “coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos, nem o coração imaginou, tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1Cor 2,9). Santo Agostinho ensina: “Descansaremos e contemplaremos e amaremos e louvaremos” (De civitate Dei, 22, 30: P.L. 41,804).


Como viveremos no céu?


A Sagrada Escritura nos dá a certeza de que o Senhor espera os salvos com uma grande festa, na qual a alegria não mais acabará: “…Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens. Habitará com eles e serão o seu povo, e deus, mesmo estará com eles. Enxugará toda lágrima de seus olhos e já não haverá morte, luto, nem grito, nem dor, porque passou a primeira condição” (Ap 21,3-4). Estaremos unidos aos anjos e santos glorificando e adorando a Deus: “… vi uma grande multidão que ninguém podia contar, de toda a nação, tribo, povo e língua: conservavam-se em pé diante do trono do cordeiro, de vestes brancas e palmas na mão… e todos os anjos estavam ao redor do trono, dos anciãos e dos quatro animais; prostavam-se de face em terra diante do trono e adoravam a Deus” (Ap 7,.11).


Podemos negar a existência do inferno?


Não. Do mesmo modo como o céu é o destino dos justos, o inferno é a triste realidade para os que caminharam afastados de Deus pelo pecado.


Existe uma comprovação bíblica sobre o inferno?


Sim, pois trata-se de uma revelação que percorre a Escritura do Antigo ao Novo Testamento.


Como é apresentado o inferno no Antigo Testamento?


No início da revelação bíblica não era clara a distinção entre o céu e o inferno, fala-se simplesmente da habitação dos mortos: “…acendeu-se o fogo de minha cólera que arde até o mais profundo da habitação dos mortos” (Dt 32,22) (outros textos: 1Rs 2,6; Pr 9,18…). lentamente forma-se a idéia sobre a separação entre os bons e os maus, principalmente a partir dos profetas e dos salmos (cf. Is 66,24; Sl 15,10; Sl 48,16…). nos dois últimos séculos do Antigo Testamento, já é apresentada a crença da condenação dos ímpios:“Muitos daqueles que dormem no pó da terra despertarão uns para a vida eterna, outros para a ignomínia, a infâmia eterna” (Dn 12,2). (Outros textos: Sb 4,19-5,23; 2Mac 7,9.11.14.23.)

Em muitos outros trechos, temos dados importantes sobre os castigos do inferno: Gl 5,19-21; Ef 5,5; 1Cor 6,9ss; 2Pd 2,1.4.12; Ap 14,9-11; 21,8…


Que ensina o Novo Testamento?


No Novo Testamento temos a revelação clara do inferno. João Batista anuncia o Messias como aquele que “tem na mão a pá, limpará seu eira e recolherá o trigo ao celeiro. As palas, porém, queima-las-á num fogo inestinguível” (Mt 3,12). Jesus Cristo referiu-se ao inferno como um lugar e estado de “fogo inestinguível onde o seu verme não morre e o fogo não se apaga” (Mc 9,43-44). Também falou deste tema por emio de parábolas: joio e o trigo (Mt 13,24-30); rede do pescador (Mt 13,47-50); as dez virgens (Mt 25,1-12); os convidados da ceia Lc 14,16—24): o rico e Lázaro (Lc 16,19-31).


Em muitos outros trechos, temos dados importantes sobre os castigos do inferno: Gl 5,19-21; Ef 5,5; 1Cor 6,9ss; 2Pd 2,1.4.12; Ap 14,9-11; 21,8… .


Quais as principais conseqüências do inferno?

São principalmente duas: a separação eterna de Deus e o sofrimento dos sentidos, causado pelo fogo eterno: “Retirai-vos, de mim malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjo” (Mt 25,41). Este fogo será diferente do fogo da terra que, queimando, destrói. O fogo do inferno conserva os ímpios na dar infinita do remorso e na certeza de que não haverá nova oportunidade.


Não é uma contradição ao amor de Deus afirmar que alguém possa ir para o inferno?


Não, pois Deus não deseja a condenação do homem, mas a sua salvação. A Escritura é clara em afirmar que Deus providenciou o meio para o homem se salvar: “Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por Ele” (Jô 3,17). O homem se condena quando não aceita o que lhe é oferecido em Jesus Cristo.


Que é o purgatório?


O purgatório é um estado de purificação para onde vão os que estão certos de ir para o céu, mas ainda devem se purificar de alguma falta. Não se trata de um lugar intermediário entre o céu e o inferno.


Qual o fundamento bíblico da doutrina do purgatório?

O texto mais claro é o de 2Mac 12,39-46, em que é apresentado Judas Macabeu recolhendo uma coleta para mandar celebrar uma sacrifício para o perdão dos pecados dos soldados mortos em batalha. Tal atitude revela a crença na necessidade de purificação depois da morte: “…fez uma coleta, enviando a Jerusalém cerca de dez mil darcmas, para que se oferecesse um sacrifício pelos pecados: um belo e santo modo de agir, decorrente de sua crença na ressurreição” (2Mac 12,43).

No Novo Testamento existe alguma alusão ao purgatório?


Temos uma passagem bíblica na qual é sugerido um estado de purificação: “Se pegar fogo, arcará com os danos. Ele se salvará, porém passando de alguma maneira através do fogo” (1Cor 3,15). Vemos que São Paulo nos diz que alguns nada sofrerão, mas outros, por causa das suas obras imperfeitas, passarão por uma purificação, para em seguida estar com Deus.

Autor: Pe. Alberto Gambarini

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