Ele não é apenas belo em si, também é produtor de beleza
O filósofo espanhol Julián Marías, ao comentar sobre as perseguições antigas e presentes ao Cristianismo,
afirmou que não se compreende a hostilidade contra algo que é
admirável. Assim, o ódio anticristão seria intrinsecamente irracional.
Efetivamente, o que há de mais belo, neste mundo, do que o Cristianismo?
Uma Virgem concebe e dá à luz um Menino. Este Menino é o próprio Deus
feito homem, andando no mundo e vivendo a vida dos homens, com suas
dores e alegrias; o Verbo Criador, sem nada perder de Sua divindade,
assume a natureza humana de Sua criatura. «Verdadeiro homem, concebido
do Espírito Santo e nascido da Virgem Maria, viveu em tudo a condição
humana, menos o pecado, anunciou aos pobres a salvação, aos oprimidos, a
liberdade, aos tristes, a alegria» (Oração Eucarística n. 4).
Filho
eterno de Deus Pai, consubstancial com o Pai e o Espírito Santo na
mesma e única essência divina, doou-se totalmente para a salvação da
humanidade e o reparo do pecado do homem. «Porque Deus amou de tal modo o
mundo, que lhe deu seu Filho Unigênito, para que todo o que crê n’Ele
não pereça, mas tenha a vida eterna» (Jo 3,16). Este Deus feito homem
deixou-se crucificar pelos homens e, ao terceiro dia, ressuscitou dos
mortos, vencendo a morte e nos dando a vida. Após a Ressurreição,
apareceu aos discípulos e subiu aos céus, «não para afastar-se de nossa
humildade, mas para dar-nos a certeza de que nos conduzirá à glória da
imortalidade» (prefácio da Ascensão). Pois, então, existe história mais bonita que esta?
Uma história sublime e, ao mesmo tempo, tão simples, que não encontra emulação em página alguma da literatura humana. Podem convocar todos os críticos literários do mundo, nenhum deles, honestamente, poderá apontar narrativa mais bela que o Evangelho. Nada do que a criatividade humana soube escrever pode ousar comparar-se. Esta é uma das provas da autoria divina dos Evangelhos: aquilo não pode ser obra humana, pois nada do que o homem produziu se lhe compara. Só o mesmo Deus poderia compor história tão bela, capaz de comover os homens de todos os tempos e de todos os lugares. Ademais, as narrativas que o homem criou foram inventadas pela imaginação e produzidas com papel e tinta, enquanto Deus fala nos fatos: antes de ser escrita nos livros, a narrativa evangélica foi representada diante dos homens por personagens de carne e osso, mediante fatos reais.
Uma história sublime e, ao mesmo tempo, tão simples, que não encontra emulação em página alguma da literatura humana. Podem convocar todos os críticos literários do mundo, nenhum deles, honestamente, poderá apontar narrativa mais bela que o Evangelho. Nada do que a criatividade humana soube escrever pode ousar comparar-se. Esta é uma das provas da autoria divina dos Evangelhos: aquilo não pode ser obra humana, pois nada do que o homem produziu se lhe compara. Só o mesmo Deus poderia compor história tão bela, capaz de comover os homens de todos os tempos e de todos os lugares. Ademais, as narrativas que o homem criou foram inventadas pela imaginação e produzidas com papel e tinta, enquanto Deus fala nos fatos: antes de ser escrita nos livros, a narrativa evangélica foi representada diante dos homens por personagens de carne e osso, mediante fatos reais.
Se
o Evangelho, centro da Sagrada Escritura, resplandece por sua sublime
beleza, nem por isso o restante da Sacra Página encontra-se privado de
encanto e ornamento. Vejam só a história de Abraão e de Sara, de Isaac e
de Rebeca, e de Jacó que «sete anos de pastor serviu Labão, pai de
Raquel, serrana bela» (Camões). A história de José, vendido por seus
irmãos e, depois, salvando os mesmos irmãos que o tinham entregue, numa
figura do Messias que viria. A singela história de fé de Tobias e a luta
heroica dos macabeus. E, no Novo Testamento, a conversão de São Paulo
no caminho de Damasco: o perseguidor que se torna o apóstolo dos
gentios, pregando o Verbo entre os surdos e os descrentes. Entre tantos
outros episódios que poderiam ser citados.
Porém,
de fato, o que pode haver de mais belo do que Deus assumindo a nossa
própria natureza? «O Verbo se fez carne e habitou entre nós» (Jo 1,14).
Este é o mistério da Encarnação do Verbo Divino; é, em certo sentido, a
diferença específica do Cristianismo. Em nenhuma outra religião
o Deus único e Criador de todas as coisas assumiu a natureza humana,
tornando-se «em tudo à nossa semelhança, exceto no pecado» (cf. Hb
4,15), tomando para si um corpo e uma alma de homem. Ainda não contente,
quis esse Deus ser mesmo nosso alimento na Eucaristia, em que Ele está
substancialmente presente em Sua divindade e humanidade.
O Cristianismo não é apenas belo em si,
como também é produtor de beleza. Por séculos, a verdade cristã
inspirou os maiores artistas e promoveu a produção de inúmeras obras
artísticas que enriqueceram a civilização não apenas nas letras, como em
cada uma das belas artes. Diante dos magníficos tesouros
artísticos produzidos e inspirados pelo Cristianismo, o que uma doutrina
como o ateísmo teria a oferecer de semelhante? Será que a negação de
Deus pode ser suficiente para inspirar um artista a produzir coisas
belas?
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