02/02/2012

Como surgiu o Cristianismo?

"Desde que o homem existe sobre a face da terra ele procura por Deus. Aristóteles já dizia que 'o homem é um ser religioso'. Não há povo na Antiguidade que não tenha cultuado seus deuses, com cultos os mais diversos e estranhos. Uns adoravam o sol e as estrelas como deuses; acreditavam, como ocorria na Babilônia, que os astros eram deuses que guiavam os destinos dos homens. Outros ofereciam a muitos deuses cultos sangrentos de vítimas humanas, como os astecas e maias da América Central, que acreditavam que os deuses se alimentavam do sangue dessas vítimas. Então, eram milhares de virgens e prisioneiros sacrificados nas pirâmides do México para conseguirem dos deuses os seus favores. Graças a Deus tudo isso terminou quando aqui chegaram os espanhóis católicos.

Em toda a história humana vemos o homem buscar muitos deuses e a eles sacrificar o melhor que tinham buscando a proteção dessas divindades. Assim foi com os cartagineses, romanos, gregos, celtas, persas, egípcios, bárbaros germânicos e árabes, chineses, entre outros. Entre todos eles proliferavam os deuses, os cultos, os sacrifícios, etc.

No decorrer dos séculos, por volta de 1.800 anos antes de Cristo, surgiu um povo novo, diferente, monoteísta, o único na face da terra que adorava um único Deus, Javé, Senhor absoluto do céu e da terra, Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis. Guiado por Deus esse povo cresceu, viveu no Egito cerca de 400 anos e veio para a Palestina, terra que Deus lhe havia preparado. Aí estabeleceram a fé hebraica em um único Deus, que prometia um Salvador para os libertar de seus pecados. Toda a vida anterior desse povo foi apenas uma prefiguração da liberação que deveria acontecer, não da escravidão dos inimigos, mas do pecado. Esse povo que adorava ao Deus invisível ofertava-Lhe sacrifícios de animais: touros, ovelhas, pombos e outras ofertas em reparação de seus pecados. Havia o chamado “holocausto perpétuo”, um cordeiro de um ano, puro e sem defeito, imolado ao nascer do dia, às 6 horas da manhã, e ao findar às 6 horas da tarde, em expiação dos pecados do povo. Era apenas uma prefiguração do grande e único sacrifício, que o próprio Filho de Deus, feito homem, ofereceria a Deus pelo resgate de todos os homens de todos os tempos e lugares, uma vez para sempre.

Assim surgiu o Cristianismo; a vinda prometida do Messias, que seria o verdadeiro “Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo” (cf. Jo 1,29), foi preparada por quase dois mil anos e anunciada pelos profetas, desde Isaías, setecentos anos antes de Sua chegada no Natal. Com riqueza de detalhes os profetas anunciaram a chegada, a vida, os milagres e os sofrimentos do Senhor. Ele nasceria da tribo de Judá, da Casa de Davi, em Belém, seria Nazareno, e seria esmagado por causa de nossos pecados.

Então, “na plenitude dos tempos” (cf. Gálatas 4,4), quando o mundo estava maduro, no auge do Império Romano, o maio império que a humanidade conheceu, no apogeu do brilho de César Augusto, Jesus Cristo nasceu em Belém, pobre e desamparado, mas acolhido por um belo casal que Deus preparou: José e Maria. No seu nascimento os anjos cantaram o “Gloria in excelsis Deo” e os pobres pastores de Belém adoraram o Menino Jesus; eram os representantes do Seu povo hebreu. Dias depois chegaram os Três Magos do Oriente, representado todos os povos não judeus, pagãos. Adoraram o Menino e Lhe deram presentes: ouro para o Rei, incenso para o Deus e mirra para o Cordeiro, que seria imolado um dia. Aí começou o Cristianismo.

Na vida adulta, depois do Batismo no Jordão e de vencer o tentador no deserto, Cristo começou a pregar o Evangelho, a Boa Nova de Deus, o anúncio do Reino do Céu entre os homens. No Sermão da Montanha Ele deu a Carta Magna do Rei de Deus, e com Seus inúmeros milagres mostrou a Sua divindade e as "credenciais" divinas que trouxe do Pai. Incompreendido e maltratado, odiado e invejado, foi morto pelos doutores da lei e autoridades romanas, mas como tinha prometido, ressuscitou ao terceiro dia. Com Sua morte destruiu o pecado e a morte e garantiu a todos que creem no Seu nome a vida eterna. Com Seu Sangue apagou nossos pecados e nos apresentou, perdoados, diante da justiça de Deus. Quem viver os Seus Mandamentos e se alimentar dos Seus Sacramentos e fizer a vontade de Deus terá como recompensa a vida eterna na companhia de Deus.



Jesus foi claro sobre a Sua Pessoa; eu sou o Filho de Deus, Ele confessou isso diante de Pilatos. Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; quem vive comigo anda na luz; sem mim nada podeis fazer; quem não está comigo está contra mim. Só mesmo alguém, que é Deus, pode fazer tamanhas exigências. É por isso que São Pedro disse aos judeus que “não nos foi dado outro nome debaixo do céu no qual tenhamos salvação” (cf. At 4,12). Só Jesus pode nos salvar, porque somente Ele pode oferecer à Justiça divina um resgate infinito pelos pecados dos homens, ninguém mais.

E para que pudéssemos caminhar com Ele, ficou entre nós na Eucaristia para que não desfaleçamos no caminho do céu. Ressuscitado caminha conosco a cada dia. Esta é a fé dos católicos.

Muitas são as religiões no mundo todo, e todas as crenças devem ser respeitadas, mas para nós cristãos não há salvação fora de Jesus Cristo e de Sua santa Igreja. Que, no Dia Mundial da Religião, todos se respeitem e dialoguem, mas que ninguém ouse fazer violência em nome de Deus, porque Ele é amor".


Professor Felipe Aquino
Pregador e escritor católico e apresentador do
"Pergunte e responderemos" e "Escola da Fé" da TVCN.

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