
Infelizmente vivemos em uma  sociedade que julga a pessoa pelo que ela tem! Se você nasce em um berço  de ouro, você já é muito bem visto pela sociedade: “Olha lá! Fulano é  filho de Dr. X!” Agora, se nascemos em um casebre, as frases são as  seguintes: “Aquele lá! Coitado! Não tem onde cair morto!” Verdade ou  mentira? Julgam-nos pelo que temos, não pelo que somos. Julgam-nos pela  nossa origem! Quem nunca presenciou uma cena, como as que foram aqui  descritas, algum dia na sua vida? Todos nós já presenciamos algo  semelhante.
No tempo de Jesus não era diferente! Cristo, pelo que  sabemos, veio de uma família humilde, que lutava no seu dia a dia para  se sustentar! O Evangelho de hoje nos diz que José era carpinteiro:  profissão simples! Aquelas pessoas conheciam a origem de Jesus Nazareno.  Sabiam de onde Ele havia vindo! Sabiam quem eram o pai, a mãe e os  parentes d'Ele. Sabiam a profissão de Seu pai. E por saberem que Jesus  era de origem humilde, não podiam aceitar que Ele fosse um Profeta, ou  melhor ainda: o Filho de Deus. A sabedoria de Jesus espantava aqueles  judeus! Ao questionarem a origem de Jesus, era o mesmo que falar:  “Aquele ali, que está pregando, é pobre! Coitadinho! Não tem onde cair  morto! Trabalha hoje para comer amanhã! O pai dele é um coitado!”
Quem  disse que quem nasceu pobre não pode se tornar alguém na vida? Onde  está escrito isso? Não é a nossa condição social que traça o nosso  destino! Somos nós quem construímos a nossa história! Quantas pessoas  que nós conhecemos que não tinham nada e hoje estão bem na vida!  Lutaram, cresceram, mudaram a sua história. Jesus nasceu num lar pobre.  Mas ser pobre não é sinônimo de burrice! Ele foi educado com amor, com  paciência, com compreensão! Cresceu cercado de amor. Era Filho de Deus.  Mas teve que aprender a falar, a andar, a trabalhar...
Não  podemos nos deixar levar por uma sociedade que julga a pessoa pelo que  ela tem, não pelo que ela é. Os judeus julgavam Jesus pela Sua condição  social, não pelo que Ele era: Filho de Deus! Não aceitavam que uma  pessoa simples pudesse falar tão bem, curar, realizar milagres,  profetizar... Viam apenas o exterior... Não permitiam que seus corações  fossem além das aparências!
Vivemos em meio a uma crise  mundial. Milhares de pessoas têm sido demitidas diariamente. Aumentam o  desemprego, a fome... E isso gera na sociedade uma maior onda de crimes,  roubos, violência...
Hoje somos convidados a valorizar o nosso  trabalho. Não importa qual seja o nosso emprego: pedreiro, carpinteiro,  pintor, lavrador, professor, médico, advogado... O importante é que o  realizemos com amor. Agradeçamos a Deus por estarmos empregados, pois  quantos não têm um emprego, ou estão sendo demitidos. E aqueles que  procuram um emprego são chamados a redobrarem sua confiança em Deus!
Ninguém  nasceu marcado para ser infeliz na vida! Nossa história deve ser  marcada pela luta por um mundo e uma vida melhores. Somos importantes  não pelo aquilo que temos, mas por aquilo que somos. Não sejamos juízes  de nossos irmãos e irmãs! Ajudemos a fazer deste mundo um lugar melhor!  Construímos hoje o nosso amanhã. Plantemos sementes de amor no chão da  nossa história.
Padre Flávio Sobreiro

 
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