
Quantas coisas podemos fazer e não as fazemos!
A pergunta apresentada é  facilmente respondida se tivermos por referência nossos lares, pois é  evidente que cercamos com o maior cuidado possível nossas moradias, que  nos abrigam, protegem e nos dão descanso. No entanto, indago sobre o  nosso zelo pelo meio ambiente, pelo planeta em que vivemos. Nesse campo a  resposta parece mais complicada.
Talvez como mais uma expressão  do egoísmo que vige em nossa sociedade, temos nos preocupado apenas com  as casas em que residimos, mas temos ignorado a casa que Deus criou para  todos nós e - mais importante – deixou para que dela nos utilizássemos  de modo racional e solidário. A conclusão é inevitável: Infelizmente não  temos cuidado a contento de nosso planeta.
Tem sido muito comum a repetição de críticas dirigidas à sociedade acerca da inapropriada exploração e preservação do meio ambiente. As análises, em regra, têm como foco ações de grande dimensão e repercussão. Contudo, creio que precisamos refletir sobre as pequenas condutas individuais que farão com que vivamos em uma casa mais limpa e equilibrada. Quantas coisas podemos fazer e não as fazemos! Vejo que experiências do nosso cotidiano deveriam ser transportadas para a nossa atuação no que se refere ao meio ambiente.
Fico a imaginar se tivéssemos em relação à água a mesma  parcimônia que temos para gastar nosso dinheiro. Ninguém, por mais  abastado que seja, tem prazer em desperdiçar os bens que conseguiu  reunir com seu esforço. Deveríamos ter o mesmo sentimento com o bem  valioso e finito que é a água.
Além disso, como cuidamos mal do  nosso lixo! Muitas de nossas cidades vivem imundas não só em razão do  descuido dos governantes com a limpeza pública, mas também porque ainda  não reproduzimos nas ruas o que fazemos em nossas residências. Por  exemplo, assim como não jogamos sujeira no chão de nossas salas, não  deveríamos fazê-lo nas ruas. Em nossa atual dinâmica, não podemos sujar  nossas moradas, mas não nos preocupamos com a casa de todos, que é o  planeta.
Ultimamente vêm sendo editadas leis por todo o Brasil,  tal como na cidade de São Paulo, em que há punições para os que tratam  de modo desleixado o lixo; para os que emporcalham as vias públicas e, a  partir de 2012, para os que se utilizem das populares, mas poluentes,  sacolinhas de plástico. As medidas são dignas de aplausos e precisam se  espalhar por todo o Brasil. Contudo, antes de tudo, a questão é de  conscientização pessoal. Mais do que leis necessitamos nos educar e nos  transformar.
É preciso, portanto, que percebamos que o sentimento  de obrigação em cuidar da limpeza e higidez de nossas residências deve  ser o mesmo em relação à casa de todos, que é o planeta em que vivemos.  Necessitamos, a começar por mim, fazer nossa parte.
Paulo André Pires Simões 
papsimoes@hotmail.com
 
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