Acontece que o homem moderno e até o cristão moderno apenas creem no demônio. Este há conseguido realizar, em nossos dias, sua melhor manobra: fazer que se duvide de sua existência. Queremos, por isso, agora meditar um pouco sobre o diabo e seu atuar no mundo e em nossa vida. Os habitantes do inferno buscam neutralizar o poder e o domínio de Deus. E porque não lhes é dado enfrentar-se diretamente com Deus, atuam indiretamente. Tratam de atrair sua criatura preferida na terra: o homem. Assim cada um de nós é um campo de luta em que se enfrentam o bem e o mal, as forças divinas e as forças diabólicas. Quem negaria tal realidade?
Nenhum de nós será tão ingênuo de acreditar estar fora dessa luta permanente. Cada um de nós experimenta esta tensão, este conflito em seu corpo e em sua alma. Percebemos que um ser forte atua em nós e nos quer impor sua vontade, e que necessitamos de outro mais forte para libertar-nos. Fomos libertados já no dia de nosso batismo. Mas o demônio voltou a nós e deixamos que ele entrasse de novo por meio de nossos pecados.
A grande obra do diabo é o pecado. Ele é o “pai do pecado”. A realidade do mal - que leva os homens a matar, roubar e enganar; que faz triunfar ao injusto e sofrer ao justo. Que torna egoístas aos que já têm muito e leva ao desespero os marginalizados - tudo isso e muito mais é obra dele, bem presente e atual em nosso mundo.
Realmente, o homem não vive sozinho seu destino. É incapaz de ser absolutamente independente. Ou se entrega a Deus ou é acorrentado pelo demônio. Tanto no bem como no mal não somos nós que vivemos: é Cristo ou satanás quem vive e triunfa em nós. Ou somos filhos de Deus ou somos filhos do diabo!
Jesus Cristo combate, desde o princípio de Sua missão, contra essa potência do mal, incrivelmente ativa e dispersa pelo mundo. Em toda parte Jesus a descobre, a expulsa, a destrona. Nesse contexto devemos ver também os textos do Evangelho. No centro dos textos bíblicos não está o possuído pelo demônio, mas Cristo. A Ele devemos dirigir nosso olhar. Porque sozinhos, nós não conseguiremos nos soltar do poder do maligno. Com nossas forças não poderemos vencer o mal dentro de nós. É necessário que Cristo nos fortaleça em nossa luta diária contra o inimigo de Deus. É necessário que Cristo nos liberte, passo a passo, do poder destruidor dele [demônio].
Também a Santíssima Virgem Maria, a vencedora do diabo, há de ajudar-nos nisso. Como Cristo procedeu no Evangelho com os possuídos, assim quer expulsar a injustiça, a mentira, o ódio e todo o mal da terra. Quer em nós e por nós criar um mundo novo melhor, renovar a face da terra. Quer construir uma Nação de Deus, onde reinam a verdade, a justiça e o amor.
Queridos irmãos, também nós seremos, um dia, totalmente livres da influência do maligno. Será no dia feliz de nosso encontro final com Deus, da nossa volta à Casa do Pai.
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Padre Nicolás Schwizer - Shoenstatt mov.apostólico
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