
Quando a esposa não deseja assumir uma ocupação profissional
O  papel dos cônjuges no casamento está em dividir as responsabilidades.  Até pouco tempo, parecia convencionado que era função do marido suprir  as necessidades financeiras do lar, e à esposa cabia a administração da  casa.
Já há algumas décadas, com a participação da esposa no  orçamento doméstico, os papéis entre marido e mulher se misturaram na  intenção de prover o conforto familiar. As questões financeiras, dentro  da vida conjugal, sempre serão um fator estressante, especialmente,  quando os rendimentos não suprem as despesas necessárias para a  manutenção da casa.
Sabemos  que todo rendimento adicional, para a família, faz com que os planos e  sonhos do casal se realizem mais rapidamente, melhorando o estilo de  vida, entre outras coisas. Acredito, ainda, que a vantagem para todos  aqueles que estão envolvidos em outras esferas sociais, além do ambiente  familiar, está numa maior integração social. Com isso, expande-se o  círculo de amizades, tornam-se mais informados a respeito dos  acontecimentos e, consequentemente, ganha-se na elevação da autoestima.
Apesar  de o trabalho trazer para todos a oportunidade da realização  profissional, para as esposas, essa proposta vem acompanhada de um peso  adicional. A mulher que trabalha fora vive algumas dificuldades, dentre  as quais podemos mencionar o estresse em função das jornadas múltiplas  que acontecem entre o trabalho, a casa, o marido, além da preocupação em  deixar as crianças com babás ou com algum parente próximo.

Por  necessidade ou por uma questão de realização profissional, a  compensação para as esposas que ingressam no mercado de trabalho está na  segurança financeira, na sensação de cooperarem efetivamente para a  concretização de um projeto de vida, além da autonomia de adquirirem um  objeto ou um bem importante de consumo, entre outras coisas. Para alguns  casais, no entanto, essa questão gera um impasse quando o marido deseja  que a esposa volte ao mercado de trabalho e ela, por sua vez, não se  sente impulsionada a isso.
Algumas  esposas se sentem realizadas em seus afazeres domésticos, mesmo  entendendo que a jornada em casa, quase sempre, extrapola as 8 horas  diárias de trabalho. Por isso, relutam em acolher a proposta de se  desvincularem de sua rotina. Outras se sentem inferiorizadas em voltar  ao mercado de trabalho por terem interrompido os estudos prematuramente  ou por estarem há muito tempo fora do mercado de trabalho. Dessa  maneira, reviver a experiência de uma ocupação profissional, a qual,  anteriormente, foi tão comum, será tão desafiante quanto foi para elas  conseguirem o primeiro emprego.
Antes  que o marido faça de sua vontade uma atitude imperativa, seria  importante destacar, em conjunto com a esposa, as razões pelas quais ele  acredita ser necessária a contribuição dela no orçamento doméstico.  Longe de qualquer imposição, o marido passaria a conhecer as razões  pelas quais a esposa não manifesta interesse em assumir uma ocupação  profissional. Nessa conversa, será importante, para ambos, apontar os  benefícios e as desvantagens sobre a possibilidade da mulher deixar as  ocupações domésticas. Pois, com a saída da esposa para o mercado de  trabalho,  outras despesas certamente surgirão, visto que alguém  precisará realizar os trabalhos, antes feitos por ela.

Sem  hesitação e sem qualquer troca de acusações sobre quem gasta de maneira  exagerada, o casal deve conversar sobre os benefícios que a família  passaria a ter com a força do trabalho da esposa. E o caminho que pode  facilitar o entendimento sobre a realidade econômica familiar seria, por  exemplo, com a participação dela na elaboração da planilha de  orçamentos domésticos.
Uma  vez conhecidos os motivos da resistência da esposa ao retorno ao  mercado de trabalho, o casal precisa encontrar um meio de contornar esse  impasse, para que as possíveis providências sejam tomadas e uma nova  proposta seja aceita com maior tranquilidade, adequada para a realidade  dos cônjuges.
 
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